[ Uma Saga de amor missionário além do Véu Antonio R. M. Aguiar INDICE Capítulo I – A Cidade Iluminada……………………………………………………………. Felipe e Danton são dois seres espirituais, que recém chegados da mortalidade Recebem o chamado e designação para serem “Mensageiros da luz”, como eram chamados os espíritos os sacerdotes que ensinam o evangelho aos espíritos em prisão, sua chegada, preparação e designação por Elias, suas descobertas de grandes poderes inerentes aos trabalhos no Mundo Espiritual. Capitulo II – Uma Horda, Uma missão....………………………………………………… Os dois missionários enviados além da fronteira da escuridão descobrem e enfrentam seus primeiros desafios, superar as artimanhas dos espíritos rebeldes que denominados a Horda do manto púrpura, foram designados para impedir e dificultar o trabalho missionário na prisão espiritual, encontram vários grupos de pessoas dispostas a ouvirem o evangelho que os seguem. Capitulo III – Prisioneiros da Esperança ....……………………………………………….. Felipe e Danton ensinam o evangelho para multidões na Vale de Felon, recebem as habilidades especiais para conter o trabalho da Horda que permanecia ali, convencem espíritos que desejam se arrepender de seus pecados a se unirem contra a Horda e recebem a doutrina do progresso eterno. Capítulo IV – O Retorno do Consolador…….…………………………………………….. Elias novamente envia Felipe e Danton para uma designação especial além da fronteira da escuridão para resgatar um grupo de espíritos que irão presenciar suas ordenanças vicárias nos templos na terra e conduzi-los à Fronteira da escuridão. Capítulo V - Júbilo de Fé……………………………………………………………………… De retorno à Sião Felipe se separa de Danton, pois ele deseja rever sua família. Felipe solicita a Elias que o Salvador o mantenha no trabalho missionário em missões específicas entre os espíritos em prisão e seu pedido é atendido. O Salvador se manifesta a Felipe e o fortalece. 3 PREFÁCIO O que podemos aprender com o medo interior que todos nós temos do desconhecido e da morte? O Senhor tem revelado ao homem, os ditames e detalhes do plano de salvação aceito e apoiado por todos os que vieram e virão a esta terra e muitas outras, o que preparou para seus diversos estados de existência, a saber, a pré-existência, a mortalidade e a vida pós-mortal (espiritual e ressurreição) com a promessa de que será um tempo limitado até a esperada e ressurreição do justos e injustos. Devemos entender que o Senhor não fará nada sem um propósito, se nos isentarmos do medo e nos submetermos a vontade do pai teremos então nos despojado do O Homem Natural que existe em nós. “Porque o homem natural é inimigo de Deus e tem-no sido desde a queda de Adão e sê-lo-á para sempre; a não ser que ceda ao influxo do Santo Espírito e despoje-se do homem natural e torne-se santo pela expiação de Cristo, o Senhor; e torne-se como uma criança, submisso, manso, humilde, paciente, cheio de amor, disposto a submeter-se a tudo quanto o Senhor achar que lhe deva infligir, assim como uma criança se submete a seu pai.” (Mosias 3:19) Há então uma necessidade de que ele (o homem) se despoje deste interior natural para que seja feliz, mesmo com a perspectiva da dor, da perda, da morte e do sofrimento. De todos os estados, o mais curto, com certeza é o da mortalidade, no entanto, é o mais importante, o mais repleto da necessidade de esperança, fé e conhecimento. É nele que temos o véu do esquecimento que obscura nossas decisões, e é nele que buscamos as mais preciosas respostas a nossos dilemas pessoais, alguns vindos até da pré-existência. Em todos os aspectos da existência mortal humana e considerando mesmo suas diversas, circunstâncias, queremos respostas; e por estas respostas não serem tão imediatas, não as compreendemos. O aspecto do plano de salvação mais marcante - é a morte, a humanidade não aceita a morte como uma necessidade, e ela é exatamente o que é, pois viemos a terra para usufruir do privilégio da morte. Para entendê-la com o mínimo de sofrimento, devemos vislumbrar o que vem posterior a ela, a vida pós-mortal, um tempo de espera, aprendizado e descanso, mas para muitos outros uma prisão, até que se arrependa e pelo sacrifício expiatório de Cristo seja redimido. 4 O conteúdo desta obra, é uma ficção, não podemos questionar isso, no entanto, entenda o leitor, com sua própria percepção que os princípios abordados aqui, e o local em que é retratada a saga missionária dos personagens, são baseadas nos ensinamentos dos profetas modernos e no embasamento das escrituras já conhecidas (A Bíblia Sagrada) e outras reveladas ao profeta Joseph Smith (Doutrina & Convênios, em particular na sua seção 138), considerando-se diversos detalhes que são apenas uma criação ideológica para o desenrolar de uma estória. De um modo, ou de outro, ao ler esta obra de ficção, nos personificamos como Felipe ou Danton, ou mesmo em outros aqui apresentados, mas não escaparemos de nos perguntar, quando seremos no futuro, protagonistas de histórias reais que lá ocorrerão em nossa vida pós-mortal. IMPORTANTE! Antes de ler esta obra o autor recomenda que o leitor faça um estudo correlato nas obras abaixo: Princípios do evangelho (Capítulo 41) Doutrina & Convênios 138 I Pedro 3:18 5 CAPITULO I A Cidade Iluminada Parecia mais um crepúsculo de final de dia na terra, céu vermelho amarelado decaindo a luz gradativamente encontrando o horizonte escuro. Chamavam-no a fronteira da escuridão, ficava além da montanha verdejante, nome interessante para uma montanha que ostentava apenas grandes rochas, e a cada cem passadas, sentinelas com mantos esvoaçantes mostravam suas espadas que luziam como flamas na escuridão. Todos eles firmavam-se imóveis a observar a fronteira da luz, era aos olhos comuns meramente um rio que com águas profundas, não transmitiam medo a ninguém, pelo contrario, eram águas belas e convidativas, não fosse pela barreira que se levantava e mostrava-se instransponível, como um facho azulado púrpura, uma muralha bela e ao mesmo tempo assustadora por seu propósito de não permitir que os espíritos que estavam além da escuridão daquele rio passassem para o mundo onde estávamos. Era uma terra iluminada, encantada por densas florestas e campos forrados de flores de diversas cores, bosques claros iluminados pela luz de fachos de raios solares, com um céu azul brilhante acima de nós tive a visão estonteante de um enorme arco-íris que atravessando o vale e para minha surpresa, pássaros brancos que voavam ordenados em formação de cunha com que indo para ir em direção do sul. 6 Não seria difícil de imaginar que naquele lugar pudessem habitar homens e mulheres que com certeza teriam felicidade e jubilo constante por poder viver naquele vale paradisíaco. Por vales e montes se viam caminhos abertos, não havia cercas e muros, medidas de propriedade, ou mesmo, o limite do fim do caminho. A medida que o caminho era percorrido o céu que nos cobria tornava-se mais e mais azulado, com nós estivéssemos deixando o frio inverno para trás e fossemos em direção à primavera. Estávamos intrigado com tanta beleza, nem imaginávamos como poderia ser tão bela a vida no mundo espiritual e o que ainda poderíamos encontrar lá rompendo todas as nossas expectativas de ter deixado a terra mortal para um novo mundo de liberdade dos cuidados e dor da vida mortal. Sentíamos uma alegria crescente sem medo do desconhecido e ansiosos por permanecer juntos as nossas famílias. Eu era jovem ainda, chamava-me Felipe, deixei a vida mortal da maturidade, talvez. Mas não perdi a fé na mortalidade, membro da igreja de Jesus Cristo viva e eficaz, tive o privilégio de receber o batismo aos 10 anos de idade, cresci com uma doce sensação de que meu salvador e mestre estava sempre no leme da nau de minha vida. Com 20 anos fui chamado ao campo missionário, Elder Manso este era meu novo nome, fui designado como representante do salvador, senti-me sempre guiado pelo Espírito Santo à maturidade no campo compreendendo e sentindo empaticamente um pouco do puro amor de Cristo, e a alegria quando 7 as famílias que eu ensinava diziam SIM, com olhos cheios de luz, sim a uma nova vida, sim ao evangelho. Quando eram cobertos pela sepultura feita de águas batismais, deixavam ali seus pecados, e depois ressurgiam em simbólica ressurreição recebiam muitas vezes com um sorriso no rosto o dom celestial do Espírito Santo. Quanto a mim, quando senti que logo após retornar para casa, não teria o manto missionário e a doce companhia diária de meu salvador e um alegre companheiro, senti-me só, ficara horas diante da janela de quarto de 3º andar onde via uma iluminada orla de prédios, mesmo assim consolo não encontrei na perspectiva de afazeres domésticos e profissionais. Orei a meu pai celeste e em muitas ocasiões pedi socorro, e a resposta veio, pela voz consoladora do espírito, - Tende paciência meu filho, a seu tempo tudo irá acontecer. Minha benção patriarcal, que era meu guia e bússola (Liahona) me repetia sempre estas palavras. - No tempo certo receberás estas bênçãos, e isto será para teu melhor bem. Alguns anos se passaram, e fui abençoado com um casamento, honrando o meu convênio com o Senhor e nele, filhos maravilhosos. Verdadeiramente não podia e nem posso me indispor com a jornada que o pai celestial me deu, cumprindo o que me prometera ainda em meu primeiro estado, porque agora me lembro dele. Quando progênie espiritual me desafiou a ser um eleito como juventude da promessa, e nela me trouxe de volta. 8 Meu mestre foi hábil ao resgatar-me da vida mortal, Pelo sussurro do espírito me revelou o momento certo de vir ao meu terceiro estado. Rompendo a linha de minha vida mortal colocou em minha consciência de que meus sofrimentos seriam apenas como um momento, e em um momento me trouxe e me fez bem-vindo a este mundo por seres celestiais que gentilmente me explicaram e acalmaram-me fazendo-me deixar para trás o temor mortal. Resgataram-me, nascendo novamente, em um mundo de novos desafios. Disseram-me com uma doce voz aos meus ouvidos: Vinde, seja bem-vindo, Acalma-te Felipe, estás livre agora, bemaventurado és agora, pois o mestre nos enviou para redimi-lo e guiá-lo em sua nova designação, venha e tudo te ser-lhe-á mostrado no caminho. Juntei-me a um grupo de outros homens, éramos oito, surpreendeu-me que entre eles, existissem jovens até bem mais novos do que eu, ao se tratar de idade na vida mortal, é claro! Notei que em suas feições não existiam rostos tristes, ao perceberem que haviam nascido para o seu terceiro estado, não tínhamos motivo para estar tristes nem o semblante em débito com a experiência da mortalidade. Levantando-me me conduziram a este grupo escolhido. Surpreendi-me, no entanto, que o mundo espiritual fosse de uma beleza tão incomparável, com tão belas florestas bem tratadas sem a mão humana e pelo tempo, bosques densos e campos majestosos sem o seco calor do verão que não poderia ser este, senão o espírito da Terra, logo me veio a lembrança 9 de que havia aprendido desde o seminário, que o Senhor havia criado este mundo, antes de tudo, espiritualmente. Senti que não podia, apenas ver esta beleza, mas também senti-la com tato e olfato com o doce aroma vindo dos campos com uma brisa suave trazendo o perfume de relva e de rosas que permaneciam abertas todo o tempo. ── Felipe! ── Alguém me chamou com uma voz tranquila. ── Olhei para o lado, sem saber quem dizia meu nome. ── Seu nome é Felipe, não é??! ── Sim, respondi, mas também pensei como aquele rapaz de cabelos louros e com uma tez européia falava comigo? ── Como você sabe meu nome? Retruquei. Eu perguntara intrigado, mas baixinho pois estava em meio a todos e não queria atrair a atenção de ninguém. ── Aquele anjo me falou, apontando para nosso acompanhante celestial. ── Eu sou Danton, Antoine Danton, sou francês nasci em Marselha. Ao Ouvir isto lancei-lhe um olhar intrigado e não pude conter minha feição de dúvida e percepção de sua inocência. ── Será que ele não sabe onde está? Perguntei em pensamento. 10 ── Acho, Danton, que esta informação não fará muita diferença neste mundo, Não acha??! ── Bem, com certeza não, mas é a força do hábito, você sabe. ── Acabei de chegar e ainda não esqueci minha vida mortal, talvez porque não tenha sido muito fácil. ── Nunca fui de ficar totalmente feliz, não houve um dia em que estivesse bem alimentado. E era muito tudo muito difícil , mas nunca pulei o muro da desonestidade e ainda ajudava minha família. ── Sem querer ser irônico Danton, você não morreu de fome, morreu? ── Nãaao! Com grande espanto pela pergunta ele me respondeu. Danton abriu um sorriso e seus olhos brilharam quando falou de sua família, de sua mãe e irmãos de quem cuidara por quinze anos. Mas não deixei de sentir pena quando ele falou ── Acho que eles devem estar por aqui, eu tenho de achá-los. Seus olhos totalmente marejados ainda falavam mais que suas palavras e mostravam que ele não havia esquecido suas tribulações na vida mortal. ── Calma Danton, tudo acontecerá a seu tempo, tentei passar-lhe talvez a mesma lição que o pai celestial me ensinara na mortalidade. ── Com certeza o Senhor proverá isto, mas ficarei muito feliz de estar a seu lado quando isto acontecer. 11 Estendi-lhe a mão direita e me apresentei. ── Sou Felipe, Felipe Manso. Danton expressou sua alegria com olhos simpáticos e declarou: ── Pois é, Seu nome é a sua cara, tem tudo a ver com seu temperamento e jeito de falar, isto cai em você como uma virtude, Alguém já lhe disse isto? ── Eu sei, acho que até reconheço isto. Respondi. Lembrando que estávamos sendo levados por anjos, sem mesmo caminhar senti--me engraçado ao flutuar acima do solo. ── Isto é interessante, pensei. Perguntei a Danton, ── Danton, para onde estamos indo? Sem olhar para mim e limitando-se a apontar a mão, ele respondeu ── Acho que para aquela cidade? Que Cidade? Retruquei em dúvida. Olhei para os olhos dele e vi um brilho refletido amarelado que tomava todas as suas órbitas, parecia estar olhando para o sol, mas não era!!! Olhando na direção em que apontava Danton, percebi que surgia no horizonte azulado uma cidade iluminada. Numa mescla de douro e prateado erguia-se em um monte extremamente alto, com planícies ao seu redor, um edificil enorme, de paredes brancas com torres douradas em seus cantos e nos centros de seu contorno com telhados em ouro. Na cidade a sua volta grandes 12 casas bem ordenadas em quadras, bem definidas, com largas ruas pavimentadas em pedras brancas, marcavam a cena. Chamou-me a atenção que seus telhados fosse azuis, e circundados por linhas de metal prateado, cada uma delas possuía um lindo jardim verdes e floridos por todo tipo de cores. Cercas prateadas e grandes portas duplas totalmente em ouro maciço. Nunca havia visto uma cidade tão bela, a simples visão de suas edificações nos causava grande admiração. Não contive minha curiosidade e dirigindo-me ao anjo que nos acompanhava tentei perguntar-lhe, mas ele não deixou. Tomou iniciativa e virando-se para mim, adiantou ── Sim eu sei, você quer saber sobre tudo isto. ── Esta é Sião a cidade dos anjos, e também dos filhos escolhidos por nosso mestre para levar aos mundos e selar com seu sangue seu testemunho. ── por um Segundo pensei, não ser nem digno de pisar em suas brancas ruas laqueadas de mármore, quanto mais morar nela. Permaneci em silêncio e fiquei pensando naquele grande templo que imponente ainda nos aguardava, abri um sorriso de felicidade ao saber que o prédio era mesmo o templo de santidade ao Senhor. O que explicava ver postados em suas torres anjos de vestes vermelhas e outras cintas azuis. 13 Não poderia haver visão mais gloriosa, nenhum dos que estavam conosco poderiam naquele momento deixar de mostrar admiração com olhos e corações agradecidos por esta benção, de ver a Casa do Senhor. Felipe e Danton e todos os outros, foram conduzidos a um grande estrutura de vidro com paredes transparentes, a cobertura também parecia ser feita de vidro e percorrendo enfileirados entre jardins floridos no interior deste prédio se juntaram a muitas centenas de outros homens que aguardavam naquele local. Felipe se perguntou, como seria sua existência futura naquele local, não uma preocupação de quem quer ir embora ou desejasse fazer outra coisa, pelo contrário, não poderia estar mais feliz e este era o sentimento entre todos que se encontravam ali. Parecia o mesmo sentimento que sentira quando ainda na mortalidade sentira, enquanto servia no campo missionário. Uma mistura de boas expectativas e surpresa a cada experiência. Não precisávamos olhar para for a para ver o céu azul brilhante ausente de nuvens que encobria o edifício. Sentimos uma mudança repentina no ambiente, como uma estranha calmaria, não conseguimos mais falar, todos simultaneamente se calaram atendendo a este sentimento. Sentimos um espírito tão forte a nos encher de alegria, era uma suave sensação de euforia e ao mesmo tempo reverência semelhante ao que sentíamos na terra quando em oração. 14 Um personagem de semblante brilhante entrou no salão e sua influência fora sentida por todos, e sua luz manifestada. Era um homem não muito alto, de olhar brilhante, cabelos e barba brancas, rosto delgado e ombros modestos, não podíamos mesmo descrever o que esta visão nos causou, talvez apenas um magnífico sentimento de paz que tenha nos transformado até a alma. Se fez um silêncio, onde esperávamos ouvir a voz daquele personagem com glorioso. Danton olhando com vasta surpresa perguntou: ── Felipe, quem é aquele homem tão diferente? Ainda compassivo, Felipe apenas observou e deixou levar por seus sentimentos libertando todos os seus temores. O homem de aura tão visível então rompeu o silêncio audível e com uma voz grave e penetrante com uma espada de dois gumes, ele então se apresentou: ── Queridos irmãos, hoje nos reunimos com alegria em nossos corações, no cumprimento das designações nos dada pelo Messias e salvador da humanidade jubilosamente queremos dar-lhes as boas novas de que todos vocês foram hoje chamados como salvadores de almas a fazer parte das forças celestiais que serão revestidas de poder e autoridade comissionadas como mensageiros da luz para realizar o trabalho de levar a luz do evangelho aos que estão nas trevas, sim, a uma grande parte dos espíritos dos homens que 15 aguardam por este momento. Ensinar-lhes-eis os princípios e ordenanças do evangelho de Jesus Cristo. Sim e ainda ele falou com o poder de uma voz que penetrava nossas almas: ── Caros irmãos, todos vocês são home bem-aventurados com a investidura de purificação e como portadores das boas novas de libertação, proclamar o – Dia aceitável ao Senhor. ── Sim, vocês irão proclamar a liberdade aos cativos. A todos os que estão presos nas trevas além da fronteira da escuridão, a todos que se arrependerem ou se arrependerão de seus pecados e receberem de bom grado o evangelho do Senhor Jesus Cristo, e todas as suas ordenanças, estas que são realizadas por eles vicariamente pelos irmãos ainda mortais na casa do Senhor. ── Eis que vos digo, não temam, erguei-vos irmãos com semblantes celestes terão conhecimento e verdade para a realização deste trabalho e terão também todos os poderes do sacerdócio para vencer toda e qualquer oposição ao trabalho de redenção que estarão a realizar sob a presidência de apóstolos e profetas que dirigem esta obra. ── Eis que vos declaro, irmãos, que o redentor e salvador da humanidade não pregou pessoalmente a muitos de nossos irmãos que em virtude da sua rebeldia e transgressões não ouviram a voz de advertência na terra. 16 ── Mas, agora, por vosso ministério ouvirão suas palavras de preparação para as ordenanças do evangelho e arrependimento; O messias os envia, irmãos, como salvadores e soldados nesta peleja e obra de proporcionar a redenção a estes, que embora presos, são herdeiros da salvação. ── Muitos já foram enviados a sua frente, entre eles desde que o Salvador aqui esteve e complementando sua missão, organizou suas forças celestiais e os enviou a levar a luz nas trevas. Entre eles hoje vocês estarão, serão abençoados com aprendizado do que devem fazer e como fazê-lo. ── Tende bom ânimo e confiem no poder curador que agora vos é concedido, poder este, que vocês terão para fazer tudo o que for conveniente fazer aos olhos de nosso mestre; ── Eu agora vos despeço abençoando-os com poder para este trabalho, eis que sou Elias, a quem foi conferido a chaves da realização do trabalho de redenção e libertação dos mortos. ── Abençoou-os com poder e luz para que a levem a todos com o coração repleto de alegria e júbilo, e o faço em nome de nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo amém. Tendo dito isto, Elias se retirou deixando a todos pensativos e um tanto apreensivos com a designação e conhecimento de que novamente lutaríamos contra as Hostes do mau. Espíritos que agora estariam mais presentes, mais visíveis mais fortes, e mais agressivos. Porém sabíamos que nós também 17 estaríamos mais preparados com uma designação mais forte e até mesmo mais perto das forças celestiais. ── Felipe , vamos ensinar o Evangelho??! Explanou com surpresa Danton. ── Não se admire Danton; Seja paciente, tudo acontecerá a seu tempo, antes com certeza ainda teremos que conhecer muito mais de nossa nova designação neste mundo. ── Ainda mais se tratando de uma designação além da fronteira da escuridão, ── Nós nunca fomos lá! Danton demonstrava em seu timbre de voz algo a que Felipe conhecia muito bem como missionário – o medo e o desânimo conseqüente. Tentando acalmar Danton declarou. ── Não temas Danton! Olhou ao redor e calmamente procurou um rosto familiar. Ao que Danton declarou. ── Eu sinto que todos nós teremos uma nova experiência de treinamento missionário, e isto lhe parecerá bem peculiar, não acha? Danton franziu a testa, esboçou um sorriso modesto de entusiasmo perguntando ── Bem, com certeza seremos companheiros missionários Elder Manso? Felipe olhou para ele e gostou de ser chamado assim. ── Você está temeroso ou empolgado para me chamar assim... 18 Danton apenas consentiu com o olhar. Felipe aconselhou, ── Vamos esperar aqui? Alguém há de nos ajudar a entender tudo isto. De repente uma voz grave de tom forte se fez ouvir. ── Vocês são Felipe e Danton? Ao que os dois se viraram lentamente e consentiram ── Eu sou Natanael, serei seu mentor e guia. Felipe interpelou o novo desconhecido ── O que você quer dizer com isso, Mentor? ── Não sintam-se tão preocupados com tudo isso, logo aprenderão tudo o que precisarão saber para cumprirem seus chamados. Venham comigo... Natanael levantou o braço direito e o baixou fazendo um movimento circular fechou os olhos pronunciou algo que não pôde ser ouvido pelos dois homens e de repente os três homens estavam novamente no lugar onde inicialmente se conheceram. Com declarações de surpresa Danton se manifestou ── Nossa, Ula, lala! o que houve, como viemos para aqui. ── Neste mundo, os mensageiros da luz tem um rápido poder de locomoção. ── Quer dizer que podemos também fazer isto, Sim, respondeu Natanael. ── Como fazemos isto? Felipe queria já saber tudo. 19 Natanael explicou-lhes que poderiam utilizar de três poderes, e que eram inerentes ao Sacerdócio de Melquisedeque. ── Vocês tem poder sobre três elementos ── O espaço a luz e a matéria espiritual. Vocês pode se locomover se desejarem concentrando-se no local onde querem se estar dentro do próprio mundo onde estiverem, mas é limitado a vocês mesmos não poderão fazê-lo a outras pessoas, e não poderão ultrapassar as pontes postadas na fronteira da escuridão, as quais deverão ultrapassar andando mesmo, pois elas tem seu propósito de permanecerem ali. Isto irá facilitar muito o seu trabalho, mas lembrem-se não temam as dificuldades que viverão durante o labor missionário, e não utilizem este poder para fugir de situações difíceis, não será necessário, pois vocês são mensageiros da luz designados pelo próprio Messias e Salvador. ── A luz para iluminação individual, é através dela que vocês serão identificados como mensageiros da luz pelos espíritos que se acham em estado de prisão, e estão prontos e amadurecidos para se arrependerem, daí vem este título tão convincente, ── Vocês poderão também controlar a luz do para expulsar a escuridão de onde estiverem, nós a chamamos luz de fogo, pois ela é utilizada para sobrepujar a Horda do manto púrpura, eles não suportam esta luz diretamente direcionada sobre eles… ── Danton, o interrompeu e perguntou. ── O que é esta Horda? 20 ── Bem, acho que já é hora de vocês saberem a respeito dela. ── Obviamente vocês entendem que na terra muitas, dos homens e mulheres que lá viveram, não se submeteram a luz do evangelho, não receberam o testemunho dos profetas, em sua maioria optaram pela rebelião, contra tudo o que há de decente e bom. Aqui ainda em trevas existem muitos destes, que são fortemente enganados e dominados por satanás e seus Gaios para continuarem a fazer o mal e, principalmente, não permitir que os espíritos, herdeiros da salvação escolham o caminho do arrependimento. ── O que são os Gaios de Espíritos. Felipe questionou. ── São lideres de legiões, eles também têm poder de persuasão e força. ── São as Hostes que seguiram o filho da luz quando de sua queda em nossa existência pré-mortal. ── São muito astutos e saberão enganar a muitos, se nós permitirmos. ── Por fim eu lhes falava sobre os poderes sobre a matéria espiritual, convém que saibam que este poder é muito útil contra os Gaios, pelo poder do sacerdócio vocês receberam poderes de espulsar esta casta espiritual, ou seja aqueles a quem chamávamos de espíritos imundos na terra. Invoquem o nome do salvador apenas quando prestarem poderoso testemunho ou quando necessitarem imobilizar esta raça imunda do logradouro em que forem ensinar. ── Espero não ter sido muito rude para vocês…falando assim, me perdoem pois me referindo às hordas que tanto se empenham em destruir a vida de outros eu 21 me sinto contrariado, tenho o desejo de destruí-los, mas o Senhor em sua grande benevolência nunca permitiu este sentimento e comportamento. ── Bem, para concluir, seus poderes podem também serem utilizados para curar e retirar o mal que existe neles… ── Entendam que muitos dos males que estes homens e mulheres tiveram na vida mortal os afligiu de tal modo que eles ainda agem e sentem sua existência aqui como se ainda estivessem doentes. ── Sim uma parte muita importante de sua designação, é curá-los espiritualmente, pois sua matéria espiritual está grandemente fragilizada, reconhecemos que eles viveram e morreram em suas iniquidades, e tomaram para si a condenação, mas em nossa designação não somos julgadores, e sim Salvadores, pois eles deles ainda é requerido o arrependimento pessoal, pois irão renascer do estado decaído para o estado de retidão pelo poder expiatório de Cristo. ── Este estado deplorável de dor e doença espiritual é muito útil a Satanás e seus condutores, no entanto sabemos que tanto as grandes alegrias como as grandes tristezas irão sempre fazer parte do grandioso plano de salvação que nós apoiamos e aceitamos. ── Afinal todos nós, quanto eles precisamos da cura espiritual do Salvador. Vocês terão poder de cura (espiritual) aqui também! ── O que faremos para curá-los Natanael, interpelou Danton. 22 ── Este poder é dado especialmente aos mensageiros da luz, pois faz parte de seu chamado e designação. E assim Natanael continuou a ensinar pelo que parecia ser longas horas, ensinando a Felipe e Danton o que deveriam fazer em situações específicas, e se sentiu satisfeito com o que viu e ouviu. Natanael considerou a Felipe e Danton muito bem preparados para a designação missionária além da fronteira da escuridão, ensinara-lhes todas as artimanhas a que estariam sujeitos pelos Gaios espirituais e por Hordas de espíritos rebeldes. Eles aprenderam por Natanael como manipular os elementos de espaço, luz e matéria espiritual pelos poderes específicos do sacerdócio, e finalmente, depois de um longo tempo de treinamento, se acharam prontos para sua nova missão. Foram então levados ao templo para serem designados mensageiros da luz, naquele momento sentiram-se cheios de amor, e vontade de servir. Eram com certeza cheios de luz interior, sabiam que eram representantes do Salvador, pois tinham uma visão desta obra, como salvadores e redentores, mas sabiam que seria muito mais difícil, e com grandes e novos desafios. >>> Fim do Capítulo I <<< 23