Professor Sebastião Abiceu Colégio Marista São José Montes Claros – MG 6º ano A Bíblia, na parte denominada Antigo Testamento (Torá), é o principal documento da história dos hebreus. Foi escrita ao longo de muitos séculos e contém histórias, tradições religiosas e ensinamentos que formam a base da cultura judaica. Parte dos episódios narrados no Antigo Testamento foi confirmada pelas pesquisas arqueológicas. Os hebreus eram pastores nômades organizados em tribos, cada uma delas sob o comando de um patriarca. Andavam pelas planícies da Mesopotâmia conduzindo seus rebanhos em busca de água e pastagens . Dessa forma, saindo de Ur, ao sul, por volta do ano 2000 a.C., atingiram a fértil cidade de Harã, no norte da Mesopotâmia. A Bíblia conta que o patriarca Abraão recebeu uma ordem de Deus para deixar Harã e seguir para uma terra que seria indicada por Ele. Obedientes à voz de Deus, os hebreus acompanharam Abraão e chegaram a Hebron, uma aldeia no país de Canaã, a Terra Prometida (Palestina). De pastores nômades, os hebreus se tornaram agricultores. Nesta época, já eram chamados de israelitas ou povo de Israel, nome que, segundo a Bíblia, Deus deu ao patriarca Jacó, neto de Abraão. Por volta de 1700 a.C., as terras de Canaã foram atingidas pela seca e pela fome. Estimulados por José, um dos filhos de Jacó, que vivia no Egito, os hebreus se mudaram para as férteis terras do delta do rio Nilo. Ali permaneceram em paz, por centenas de anos. Mas um faraó, preocupado com o crescimento daquele povo, decidiu tornar os hebreus escravos a serviço do Egito, colocando-os em trabalhos pesados nas minas e nas construções. Foi Moisés quem libertou os hebreus do cativeiro e os conduziu no caminho de volta a Canaã. Esse episódio ficou conhecido como Êxodo e teria ocorrido por volta do século XIV a.C. Diz a Bíblia que, nessa longa viagem de volta à Terra Prometida, Moisés recebeu de Deus, no Monte Sinai, as leis (o Decálogo, ou Dez Mandamentos) que se tornaram a base da religião judaica e, mais tarde, do cristianismo e do islamismo, as duas religiões do mundo ocidental com maior número de seguidores. Os hebreus foram o primeiro povo da História a ter uma religião monoteísta. Jeová ou Iavé, como chamavam a Deus, era o Senhor, o legislador e o juiz de seu povo. Os líderes políticos eram somente seus representantes. Quando saíram do Egito, os hebreus não eram um grupo homogêneo. Mas as dificuldades da viagem, a obediência às leis divinas e a renovação da aliança com Deus deram ao povo hebreu uma solidariedade grupal. Acreditavam terem sido escolhidos por Deus e que, sob a proteção divina, conquistariam a Terra Prometida. A Terra Prometida por Deus estava ocupada pelos filisteus e cananeus. Os hebreus para conquistar a terra ocupada escolheram chefes militares, políticos e religiosos, denominados de juízes. Principais juízes, Josué, Sansão e Samuel. Durante a luta contra esses povos, os hebreus se organizaram politicamente e fundaram um reino (1030a.C.). Seus maiores reis foram Davi e Salomão. O primeiro conquistou definitivamente as terras dos filisteus (Palestina) e transformou Jerusalém em capital do reino. Com Salomão, o reino israelita atingiu o apogeu de sua prosperidade. Salomão mandou erguer o magnífico Templo de Jerusalém, equipou o exército com carros de combate e armas de ferro e construiu uma esquadra. Os domínios israelitas se estenderam do rio Eufrates ao Egito. As lutas contribuíram para o nascimento de uma consciência nacional. Depois da morte de Salomão, o reino se dividiu em dois: Israel e Judá. Foi o Cisma. Os assírios destruíram o reino de Israel, em 722 a.C., e os seus habitantes foram deportados, expulsos do território. O reino de Judá durou mais tempo, mas, em 586 a.C., foi arrasado pelo exército babilônico de Nabucodonosor . Seus habitantes, os judeus, foram levados como escravos para a Babilônia, onde ficaram por quase meio século o exílio, os judeus conservaram sua identidade cultural e religiosa. A lembrança do pacto com Deus reforçava sua fé e a esperança de voltar à sua terra. Afastados do Templo, reuniam-se para o culto e as orações em casas chamadas sinagogas. Foi Ciro, o rei dos persas, que, ao conquistar a Babilônia, permitiu o regresso dos judeus à Palestina (538 a.c.), que também estava sob o seu domínio. O Templo de Jerusalém foi reconstruído, e a Palestina passou a se chamar Judéia (terra dos descendentes do reino de Judá). Em 70 d.C., os romanos destruíram Jerusalém, incendiaram o Templo e escravizaram milhares de pessoas. Os objetos de valor, tomados do Templo, como o candelabro de ouro e as trombetas de prata de Davi, foram levados para Roma, onde desfilaram como troféus de guerra do exército romano. Os judeus que sobreviveram ao massacre espalharam-se ao redor do Mediterrâneo, o que foi chamado de diáspora. Durante séculos, os judeus não tiveram pátria nem Estado, mas preservaram sua identidade cultural e religiosa Referência bibliográfica: JÚNIOR, Alfredo. Coleção História: Sociedade & Cidadania. São Paulo. FTD, 2009.