Glossário de Secularização
Agnosticismo
Agnosticismo vem de ‘agnóstico’ que significa ‘desconhecido’ ou ‘não conhecível’ e se
refere à doutrina da impossibilidade de descobrir se Deus existe ou não. Por essa razão os
agnósticos não se pronunciam sobre a existência ou não de divindades. O agnosticismo é
menos polêmico que o ateísmo e por essa razão muitas pessoas que se declaram
agnostas são ateístas que preferem não se declarar como tal.
No início, o termo agnosticismo era empregado para designar o método ou abordagem de
se chegar ao conhecimento destituído de revelações sobrenaturais, sendo usado
primeiramente pelo biólogo inglês Thomas Henry Huxley (1825-1895) e depois pelo
pensador americano Robert Green Ingersoll (1822-1899).
Arianismo
O Arianismo foi uma das variedades do Cristianismo inicial pregado por um presbítero da
Alexandria chamado Arius e seus seguidores, que afirmava que Jesus era um ser criado e,
portanto, não poderia ser Deus, ou que pelo menos durante algum tempo ele não tinha a
substância divina. O Concílio de Nicéia de 325 declarou o Arianismo uma heresia e
promoveu a queima dos livros sobre o Arianismo escrito por Arius e outros. Apesar disso, o
Arianismo continuou em certas tribos germânicas da Saxônia. O Concílio de Chaldecon de
451 reafirmou o édito de Nicéia de que Jesus era ao mesmo tempo divino e humano, mas
não conseguiu convencer. Apenas no 7º século o imperador Carlos Magno conseguiu
extirpar o Arianismo da Saxônia através da força militar. Entretanto o Arianismo ainda
persiste nos dias de hoje nas seitas dos Unitários e das Testemunhas de Jeová.
Ateísmo
Ateísmo é a negação da existência de divindades de qualquer natureza. A visão do ateísta
é de que as centenas de divindades adoradas pelos politeístas assim como o Deus dos
monoteístas são personagens criadas pelo próprio homem.
Ateísmo Católico
O termo ateísmo católico, ou ateísmo cristão, foi usado primeiramente pelo filósofo
americano nascido na Espanha George Santayana (1863-1952), para designar a visão
secularista onde a rejeição da existência de Deus é concomitante com a aceitação dos
ensinamentos morais de Jesus.
Bíblia Cristã
A Bíblia Cristã ou Novo Testamento foi escrita nos séculos dois e três da era atual, tendo
sido influenciada pelas ideias de um professor gnóstico chamado Marcion, que mostrou
que o Deus ou Javé do Antigo Testamento era mau. Foi Marcion quem editou e até chegou
a censurar as cartas de Paulo, que impulsionaram o crescimento da comunidade cristã no
segundo século. Marcion foi também quem organizou a comunidade de editores que
decidiu sobre o conteúdo da Bíblia Cristã, cuja definição final foi aprovada pelo Concílio de
Nicéia de 324, liderado pelo papa Silvestre e pelo Imperador Constantino.
Cosmos
Cosmos é uma designação do sistema complexo e ordenado do universo, sendo derivada
do grego cosmikós, que significa mundo ou universo.
Cristianismo
O Cristianismo designa o sistema de religião baseado nos ensinamentos de Jesus Cristo.
A palavra ‘Cristianismo’ foi primeiramente usada por Lucas no Novo Testamento, em
referência ao movimento dos seguidores de Jesus, cujo cognome ‘Cristo’, do grego
christós e do latim christus, significa ‘o ungindo’, conforme traduzido do hebraico mãshïah,
que significa ‘messias’. Dentro do Cristianismo há uma gama de diversas denominações
que incluem: Ortodoxismo Grego, Ortodoxismo Russo, Catolicismo Romano, Copticismo,
Nestorianismo, Armenismo, Mar Thomam Luteranismo, Calvinismo, Metodismo, Batista,
Unitarismo, Anabatista, Menonita, Congregacionalismo, Discípulos de Cristo, Santos dos
Últimos Dias, Cientistas Cristãos, Unifacionistas, Sionismo Zulu etc.
Culto
Culto é definido como sendo qualquer organização fechada onde as pessoas não são
encorajadas a pensar, existe apenas uma versão da verdade e ninguém pode sair.
Deismo
Deismo refere-se à crença na existência de Deus através da razão e da evidência física
apenas, sem levar em conta revelações ou textos sagrados. O contrário do Deismo é o
Ateísmo.
Um dos deístas mais famosos foi Albert Einstein, que afirmou: “A minha religião consiste
de uma humilde admiração pelo espírito superior e ilimitável que se revela nos menores
detalhes que somos capazes de perceber com nossas mentes fracas e frágeis. Essa
profunda convicção emocional na presença de um poder de raciocínio superior que é
revelado nos incompreensíveis do universo, forma a minha ideia sobre Deus”.
Diáspora
Diáspora se refere à dispersão do povo judeu, principalmente aquela que se deu em 70 dC
após a destruição do Templo de Jerusalém.
Escolasticismo
Na Europa, durante o intervalo entre a era clássica greco-românica e a era moderna, o
eixo Igreja-Estado foi o único reduto da inteligentsia até a criação das primeiras
universidades. Essa inteligentsia consistia de pensadores cristãos que buscavam conciliar
a razão com a fé cristã, principalmente no tocante às provas da existência de Deus.
Escolasticismo refere-se à tendência a especulações filosóficas da inteligentsia associada
à Igreja, cujo poder perdurou durante toda a Idade Média. Os principais filósofos do
escolasticismo foram Santo Alberto Magnus e São Tomás de Aquino.
Escolástico
Escolástico é um termo tradicionalmente usado em referência aos sábios da prémodernidade, quando ainda não haviam universidades. Atualmente a palavra escolástico é
usada para qualificar qualquer estudioso ou pensador independente.
Filioque
O termo filioque, que significa ‘filho’, refere-se ao acréscimo no século 11 dos dizeres ‘e do
filho’, ao Credo Cristão, que vigorava desde o Concílio de Niceia, e que passou a dizer:‘o
Espírito Santo, que veio do Pai e do Filho’ (Credo ... in Spiritum Sanctum ... qui ex Patre
Filioque procedit). O filioque foi o pivô do cisma entre a Igreja Católica Romana e a Igreja
Ortodoxa Oriental ocorrido em 1054.
O entendimento da natureza de Jesus entre os primeiros cristãos foi polemizado pela
doutrina do Arianismo, proscrita pelo Concílio de Niceia de 324. No Concílio de Chaldecon
de 451, a Igreja Romana declarou unilateralmente a natureza divina e humana de Jesus,
provocando o racha com a Igreja Ortodoxa, que se oficializou no cisma do século onze.
Geist
Parte do vocabulário da filosofia idealista de Georg William Friedrich Hegel (1770-1831), a
palavra Geist foi usada por Hegel no sentido do ‘espírito absoluto’ que ele via como sendo
algo dinâmico que se manifesta nos processos da existência – incluindo a história –
conforme uma lógica que ele designou de ‘dialética’. Na visão Hegeliana – que Marx
adotou para formular a sua própria visão do socialismo dialético – um movimento (a tese)
encontra o seu oposto (a antítese) resultando um conflito que leva à síntese, que se
transforma na tese que estimula a antítese, resultando numa nova síntese, e assim por
diante.
Gnosticismo
Gnosticismo é uma designação coletiva para o grupo de religiões de cunho judaico
surgidas na mesma ocasião em que surgiu o cristianismo, e contendo alguns trejeitos do
Maniqueísmo.
Holocausto
A palavra ‘holocausto’ vem do grego e significa ‘sacrifício pelo fogo’, uma prática comum
no judaísmo antigo. Nos dias de hoje o holocausto refere-se à sistemática perseguição e
execução de seis milhões de judeus pelo regime Nazista alemão entre 1933 e 1945.
Humanismo
Inicialmente usado para denotar a crença de que Cristo era humano mas não divino, o
termo humanismo evoluiu e passou a ter outros sentidos, dentre os quais o de um sistema
pragmático de pensar sem crenças na existência de Deus mas afirmando as
responsabilidades e capacidades humanas de levar uma vida ética e de realizações
pessoais que aspira ao bem da humanidade.
Humanismo Científico
O humanismo científico é uma doutrina filosófica proposta pelo filósofo Bertrand Russell
que tem a humanidade como valor máximo, sendo o amor ao próximo a sua ética principal
e a ciência como a melhor maneira de relacionar com o cosmos.
Islamismo
A palavra ‘Islamismo’ vem de Islã, que significa ‘obediência e paz’, por sua vez derivada de
‘Salema’, que significa paz, pureza, submissão e obediência. Sem ter a organização
própria das religiões, o Islamismo é uma comunidade de fé, centrada nas revelações de
Alá ao Profeta Maomé, que são sintetizadas em seis Artigos de crença:

Crença na Univalência de Alá.

Crença em todos os seus Anjos.

Crença em todos os seus Livros.

Crença em todos os seus Profetas.

Crença no Dia da Ressurreição.

Crença no Decreto de Alá.
Judaísmo
O Judaísmo refere-se à religião do povo judeu, considerado descendente dos hebreus
descritos na Bíblia, e cuja formação ocorreu na época da destruição do Templo de
Jerusalém em 70 dC e no início da diáspora. Hoje em dia três tipos de Judaísmo são
reconhecidos: o Ortodoxo, o Reformista e o Conservador, cada qual com suas subdivisões.
Maniqueísmo
Maniqueísmo refere-se a um conjunto de doutrinas ensinadas pelo profeta Mani, nascido
perto da cidade de Ctesiphjon, na Mesopotâmia, em torno do ano 217 da era atual, cuja
principal doutrina era a separação nítida das coisas como o bem e o mal. O Maniqueísmo
se espalhou pelo Ocidente, onde competiu com o Cristianismo, e depois chegou à China,
Ásia Central e Pérsia, onde exerceu uma enorme influência até o século nove. A atração
universal do Maniqueísmo é que, além da sua visão simplificada do mundo ele combina
ensinamentos de três grandes fundadores de religiões: Zaratustra, Buda e Jesus. Antes de
ser convertido ao catolicismo Santo Agostinho de Hipona (354-430) era maniqueísta. O
Maniqueísmo foi banido pelos imperadores romanos e depois pelo Cristianismo.
Materialismo
Na filosofia, o materialismo refere-se à explicação do mundo – incluindo sentimentos,
mente e desejos, com base exclusivamente na matéria, excluindo a religião e o
supernatural. Na linguagem comum o materialismo é usado para designar o hábito de
valorizar mais as posses físicas do que aquilo que não se pode comprar.
Numinoso
Numinoso é um termo cunhado por Rudolf Otto (1869-1937) a partir da palavra latina
numen, que significa ‘espíritos’, para descrever um indivíduo ‘arrebatado pelo
transcendental’ como as experiências proféticas de Isaías e Jeremias, a conversão de
Paulo (Saulo de Tarso) e a visão de Arjuna descrita no cântico hindu Bhagavadgita.
Panteísmo e Neopanteísmo
Desde a pré-história o homem é atraído pelas grandes paisagens naturais, os oceanos e
mares e pelo firmamento e dessa atração surgiu o ‘Panteísmo’, doutrina filosófica-religiosa
onde o mundo e Deus se confundem pois ‘tudo é Deus e Deus é tudo’. Embora a ideia do
panteísmo já fosse conhecida pelos filósofos pré-Socráticos, foi Baruch (Benedito) Spinoza
(1632-1677) quem melhor o explicou, defendendo-o na sua obra ‘Ética’, que completou em
1675. Para Spinoza, Deus não é o criador transcendental do universo e que rege o mesmo
através de uma providência; Deus é a própria Natureza, entendida como sendo infinita,
necessária e um sistema determinístico no qual o homem faz parte. A versão moderna do
panteísmo ou neopanteísmo refere-se à doutrina contemplativa onde o espírito humano é
movido pela natureza.
Predestinação
Predestinação é uma doutrina teológica de que todos os eventos são do desejo de Deus e
portanto as pessoas já nascem com um destino traçado, que inclui a salvação ou
condenação eterna. O contrário da predestinação é o livre arbítrio ou autodeterminação.
Protestantismo
O ‘Protestantismo’ é um tipo especial de Cristianismo surgido a partir de 1517, quando o
monge católico Martinho Lutero pregou na parede de uma igreja alemã a relação das suas
Noventa e Nove Teses sobre os erros doutrinários do catolicismo, dando início à Reforma
Protestante. Dessas 99 teses destacam-se as cinco abaixo:

Sola Scriptura – A doutrina é ‘só da Escritura’, excluindo decretos papais ou editos
de concílios.

Sola Fide – A justificação é recebida ‘apenas pela fé’ e não por ações ou
sacramentos.

Sola Gratia – A salvação ‘vem apenas da graça’.

Sola Christus – O perdão dos pecados é ‘apenas pelo Cristo’.

Soli Deo gloria – Toda a glória é dada ‘apenas a Deus’.
Os seguintes ramos filosóficos do Protestantismo são reconhecidos:
Anglicanismo, Protestantismo Clássico (derivado dos reformadores como Lutero, Calvino,
Zwingli, etc.), Protestantismo Moderno, Evangelicismo e Pentecostalismo.
Religião
A palavra ‘religião’ deriva do verbo latino ‘religare’, que significa ‘ligar’. Assim sendo,
religião significa ‘aquilo que liga’. Usada nesse sentido irrestrito, qualquer ligação entre
duas ou mais pessoas representa uma religião, o que inclui as chamadas religiões
seculares como o positivismo, o nacional socialismo ou nazismo e o Marxismo. No sentido
restrito, religião significa ‘aquilo que liga com Deus’. Nesse sentido, uma religião é
caracterizada por seis elementos básicos: doutrina, mitos ou narrativas, ética, prática,
experiência e organização.
No seu livro O Animal Divino (El Animal Divino), publicado em 1985, o filósofo espanhol
Gustavo Bueno afirmou que as religiões surgiram de acordo com um processo histórico e
dialético que se iniciou com o culto aos animais e culminou com a divindade única e
personalizada. Bueno classificou as religiões nas três categorias a seguir: (i) Religiões
Primárias, aquelas que prestam culto aos animais, motivo pelo qual são chamadas
religiões animistas. (ii) Religiões Secundárias, aquelas que passaram a prestar culto de
uma maneira animista e politeísta a deidades numinosas, com características às vezes de
animais e às vezes humanas. (iii) Religiões Terciárias, as religiões monoteístas e que
personalizam Deus de uma forma maior ou menor, como o Judaísmo, o Cristianismo e o
Islamismo.
Sectarismo
Sectarismo é a visão ou atitude sectária ou divisória do mundo e da sociedade. Exemplos
de sectarismo: fiéis e infiéis, salvos e condenados, etc. Alguns exemplos de sectarismo
são as seguintes conclamações: ‘Exterminem os judeus e o mundo será virtuoso’. ‘Mate os
croatas e salve os sérvios!’ ‘Mate os sérvios e salve os croatas!’. ‘Liquide todos os
capitalistas e ganhe uma sociedade feliz!’.’Quem não está conosco está contra nós!’
Secular e Secularização
A palavra secular significa mundano, isto é, aquilo que não é religioso ou sagrado. A
secularização refere-se à passagem das coisas, fatos, pessoas, crenças e instituições que
estavam sob o domínio religioso, para o regime secular ou laico.
Desde a Idade Média até o Século das Luzes o conhecimento era ligado à Igreja. Esse foi
o período conhecido como Escolasticismo, cujos doutores, os escolásticos, procuravam
compatibilizar o conhecimento obtido através da lógica e da natureza com as Escrituras.
Embora a secularização do conhecimento seja apontada como uma das características do
Século das Luzes, ela não ocorreu da noite pro dia.
Ainda no século treze, Roger Bacon (1214/1220-1292), um monge Franciscano, deu os
primeiros passos na direção da secularização do conhecimento, quando na sua obra Opus
Majus, ele fez a distinção entre as escrituras, a lei canônica e a filosofia como sendo
caminhos distintos para a verdade e afirmou preferir o caminho da filosofia às escrituras,
na busca do conhecimento, pois a verdade não poderia ser diferente das escrituras. A sua
Opus Majus foi escrita na forma de uma carta ao papa Clemente IV, que ordenou sua
prisão depois de lê-la.
Dois séculos depois a Igreja ainda controlava o conhecimento. O livro do monge e
astrônomo polonês Nicolaus Copernicus (1473-1543), intitulado Da Revolução dos Corpos
Celestes foi impugnado pela Sagrada Congregação. Galileu Galilei (1564-1642) que
provou a tese heliocêntrica de Copernicus com o seu telescópio, foi aconselhado pelo
Cardeal Robert Bellarmine a se calar sobre o assunto.
Finalmente, três séculos depois de Roger Bacon, outro pensador inglês de mesmo
sobrenome, Francis Bacon (1561-1626), escreveu seus tratados diretamente ao público
sem ligar para a opinião da Igreja. Francis Bacon notabilizou-se pelo iconoclasmo contra
os ídolos perpetuadores das falsidades e das pseudociências como a astrologia, a magia e
a alquimia. Em sua obra Novo Organum, I, 1620, Bacon apresentou o método indutivo
como sendo superior ao método dedutivo comumente usado. Foi também o primeiro a
empregar a palavra ‘ciência’ no sentido de ‘conhecimento’.
Teísmo
Teísmo é a crença absoluta em um Deus (Monoteísmo) ou vários Deuses (Politeísmo).
Tomismo e Neotomismo
Termo derivado do filósofo católico São Tomás de Aquino (1226-74), Tomismo, refere-se à
tentativa de sintetizar os resultados da reflexão filosófica até onde for possível para
adequá-los ao mesmo tempo à ‘luz natural da razão’ e aos ensinamentos da Igreja.
Neotomismo é a forma renovada da doutrina de São Tomás de Aquino, que aparece na
encíclica Aeterni Patris de 1879, do Papa Leão XIII, procurando conter a expansão do
Marxismo entre os intelectuais europeus.
Referências:
Bueno, Gustavo (1996). El Animal Divino. Pentalfa Ediciones, Oviedo. 438 p. ISBN 84
7848 490 6.
Habermas, J. & Ratzinger, J (2005). Dialectics of Secularization. Ignatius Press, São
Francisco. 85p. ISBN 978 I 58617 166 7
Smart, Ninian (1989). The World’s Religions. Cambridge University Press.576p. ISBN 0521
42906 4.
Compilado por Joaquina Pires-O’Brien
Versão:Setembro de 2012
Favor citar a fonte: http://www.portvitoria.com/glossaries.html
Nota. Este glossário é um documento de trabalho estando
sujeito a futuras revisões. Para notificar qualquer erro
encontrado ou fornecer sugestões ou críticas positivas favor
enviar um email para: [email protected]
Download

Glossário de Secularização