UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE AGRONOMIA
AGR 99003 – ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO
Leonardo Ranft Becker
00149995
Green Grass Comercial de Gramas e Serviços Ltda.
Porto Alegre, Abril de 2012.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE AGRONOMIA
AGR 99003 – ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO
Leonardo Ranft Becker
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO
Orientadora: Engª Agrª MScª Denise Gauland
Tutor: Drº Engº Agrº Gilmar Schafer
Comissão de estágios:
Profº. Elemar Antonino Cassol - Depto. de Solos - Coordenador
Profº. Fábio de Lima Beck – Núcleo de Apoio Pedagógico
Profº. José Fernandes Barbosa Neto – Depto. Plantas de Lavoura
Profº. Josué Sant’Ana – Depto. de Fitossanidade
Profº. Lair Angelo Baum Ferreira – Depto. de Horticultura e Silvicultura
Profª. Lucia Brandão Franke – Depto. de Plantas Forrageiras e Agrometeorologia
Profª. Mari Lourdes Bernardi - Depto. de Zootecnia
Porto Alegre, Abril de 2012.
ii
AGRADECIMENTOS
Aos professores da Faculdade de Agronomia pelos ensinamentos passados ao
longo do curso de Graduação.
Ao meu Tutor: Drº Engº Agrº Gilmar Schafer, pela orientação.
Ao proprietário da Green Grass, Marcelo Lara Matte, pela presença durante o
estágio e confiança em mim depositada.
Ao meu irmão, Fernando, pelo abrigo durante o período.
Aos amigos Maurício e Itamar, pelo companheirismo durante a realização do
estágio.
iii
APRESENTAÇÃO
O presente relatório visa descrever as atividades realizadas durante o período de
estágio curricular obrigatório realizado na empresa Green Grass Comercial de Gramas
e Serviços Ltda. São abordados todos os aspectos relacionados ao cultivo de gramados
comerciais no Rio Grande do Sul, desde o preparo do solo até a comercialização do
produto final.
A escolha do local de realização do estágio dá-se pelo franco crescimento do
setor agrícola responsável pela produção e comercialização de gramas, com grande
foco na produção de gramados esportivos no País, em breves oportunidades para a
Copa do Mundo em 2014 e Olimpíadas em 2016, não somente pelos campos
esportivos, mas também pela infra-estrutura que engloba tais eventos.
iv
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1
2. DESCRIÇÃO DO MEIO FÍSICO E SÓCIO-ECONÔMICO
SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA, RS. ............................................................ 3
2.1. Histórico................................................................................................ 3
2.2. Localização ........................................................................................... 3
2.3. Vegetação............................................................................................. 3
2.4. Clima..................................................................................................... 3
2.5. Geomorfologia e Solos da Região ........................................................ 4
2.6. Economia.............................................................................................. 4
3. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE REALIZAÇÃO DE ESTÁGIO GREEN GRASS COMERCIAL DE GRAMAS E SERVIÇOS LTDA.................... 5
4. REFERENCIAL TEÓRICO PRINCIPAIS ESPÉCIES E VARIEDADES DE GRAMA .................................. 6
4.1. Nomenclatura e Classificação .............................................................. 6
4.2. Principais gramas de clima quente. ...................................................... 8
4.2.1. Zoysias – Zoysia spp............................................................... 8
4.2.1.1. Zoysia japonica Steud. .............................................. 8
4.2.1.2. Zoysia matrella (L.) Merr. – Mini Zoysia .................... 9
4.2.2. Bermudas – Cynodon spp. L.C.Rich ....................................... 10
4.2.3. São Carlos – Axonopus compressus Chase ........................... 12
5. ATIVIDADES REALIZADAS NO ESTÁGIO........................................................ 13
5.1. IMPLANTAÇÃO DE GRAMADO COMERCIAL..................................... 13
5.1.1. Preparo do Solo ...................................................................... 13
5.1.2. Plantio Sprigging ..................................................................... 15
5.1.3. Irrigação pós-plantio................................................................ 16
5.2. ADUBAÇÃO E CALAGEM.................................................................... 17
5.3. IRRIGAÇÃO.......................................................................................... 18
5.4. ROÇADA .............................................................................................. 20
v
5.5. DESCOMPACTAÇÃO .......................................................................... 24
5.6. CONTROLE DE INVASORAS, PRAGAS E DOENÇAS ....................... 25
5.6.1. Invasoras................................................................................. 25
5.6.2. Pragas e Doenças................................................................... 27
5.7. COLHEITA............................................................................................ 28
5.7.1. Colheita de Placas .................................................................. 28
5.7.2. Colheita de BIG ROLL e SPRIGGING .................................... 31
5.8. COMERCIALIZAÇÃO ........................................................................... 33
6. CONCLUSÃO..................................................................................................... 35
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 36
vi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Esquema com estolão e rizoma ................................................................ 7
Figura 2 – Zoysia japonica Steud – Esmeralda .......................................................... 8
Figura 3 – Zoysia matrella (L.) Merr. – Mini Zoysia .................................................... 9
Figura 4 – Cynodon dactylon x transvaalensis – Bermuda Híbrida ............................10
Figura 5 – Axonopus affinis Chase – grama São Carlos. ...........................................12
Figura 6 – Arrastão e Plaina Boelter – Campo suspenso da PUC, Porto Alegre........13
Figura 7 – Mudas sprigging de grama São Carlos. ....................................................14
Figura 8 – Colheita de mudas sprigging (Green Grass). ............................................15
Figura 9 – Grade para plantio sprigging. ....................................................................15
Figura 10 – Calagem em cobertura após descompactação. ........................................17
Figura 11 – Pivô Central...............................................................................................18
Figura 12 – Scalping em Bermuda 419. .......................................................................20
Figura 13 – Thatch (Advanced Turfgrass Management, 2012). ...................................21
Figura 14 – Conjunto de roçada – trator com pneus tipo balão e roçadeira
Progressive................................................................................................21
Figura 15 – Progressive TDM–15 (Progressive Turf Equipment Ltd., 2012). ...............22
Figura 16 – Roçadeiras Lavrale e Tatu ........................................................................22
Figura 17 – Agri–vator descompactador (First Products AGRI–vator, 2012)................23
Figura 18 – Conjunto de colheita Brouwer....................................................................26
Figura 19 – Área em teste de colheita..........................................................................27
Figura 20 – Placa padrão de colheita (esquerda) e placa desuniforme (direita)...........28
Figura 21 – Filetes de propagação em grama São Carlos. ..........................................29
Figura 22 – Colheita de Big Roll, Bermuda TifWay 419. ..............................................30
Figura 23 – Instaladora de Big Roll Brouwer ...............................................................30
Figura 24 – Conjunto de colheita Sprigging..................................................................30
Figura 25 – Palete padrão e Placa padrão de São Carlos. ..........................................31
Figura 26 – Caixa de mudas de Bermuda 419 TifWay para comercialização. .............32
vii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Altura e freqência de corte de diferentes espécies de grama................... 21
Tabela 2 – Principais espécies de plantas invasoras de acordo com Kuhn
(2004) ........................................................................................................ 26
viii
1. INTRODUÇÃO
O cultivo de grama no Brasil inicia-se por volta de 1974, quando o
Engenheiro Agrônomo Minoru Ito retornou dos EUA com técnicas de produção
de gramados. Associou-se a uma empresa de jardinagem e paisagismo,
fundando a Itograss e lançando no mercado as primeiras gramas cultivadas,
chamadas zoysia ou grama coreana.
Dentre os maiores produtores mundiais, em primeiro os EUA, com
aproximadamente 172 mil ha (USDA, 2007) seguido do Canadá, Austrália e
Inglaterra. Com a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, o mercado
de gramas que já era aquecido, conta com um novo estímulo, levando em
consideração o grande número de estádios e campos de treinamento. No Brasil
são cultivados mais de 17 mil hectares, com expansão de 10 mil hectares em
seis anos, movimentando aproximadamente US$53 milhões (Zanon, 2003).
Os Estados com maior participação na produção de grama são São Paulo
e Paraná, com mais de 7 mil ha plantados, seguidos de Rio Grande do Sul,
Santa Catarina, Rio de Janeiro, Mato Grosso e outros estados do Nordeste do
país (Zanon, 2003).
Em relação aos mercados consumidores, destacam-se áreas esportivas
(futebol, polo e golfe), obras públicas, parques e jardins residenciais. A área
esportiva foi responsável por 20 a 25% do total de grama consumida nos últimos
anos, sendo este aumento atribuído em grande parte á campos de golfe, que
utilizam aproximadamente 50 ha de grama por campo (Zanon, 2003).
De acordo com o Turfgrass Producers International (2012), em tempos de
atenção com o aquecimento global, poluição do ar e preocupações com a
emissão de carbono, a utilização de gramados fornece benefícios ambientais,
econômicos e de saúde, para mitigar tais efeitos.
Bem manejado, um gramado se torna um local seguro e agradável para
lazer e prática de esportes. Conforme Turfgrass Producers International (2012),
o gramado bem manejado promove a liberação de oxigênio (cerca de 58m² de
grama liberam, por dia, oxigênio suficiente para uma pessoa); reduz a
2
temperatura ambiente (redução de até 16oC quando comparado com o asfalto e
7,8oC comparado com solo exposto); reduz a emissão de CO2 (absorve grande
quantidade de CO2 para realizar fotossíntese durante o ano todo) atenuando o
efeito estufa e controla a poluição do solo, uma vez que a rizosfera atua como
filtro, absorvendo substâncias que poderiam chegar a córregos e lençol freático.
Os gramados também são utilizados para controle de erosão hídrica e
eólica do solo, pela redução da velocidade do escoamento superficial, auxiliando
na infiltração da água da enxurrada, sendo seis vezes mais efetivos em infiltrar a
água da chuva que uma lavoura de trigo e quatro vezes mais que uma lavoura
de feno (Beard, 1985). A quantidade de sedimentos perdidos de área gramada é
dez vezes menor do que a cobertura por palha. Além do que um gramado bem
cuidado pode elevar valorizar o preço de um imóvel em até 15% (TPI, 2012).
O presente relatório tem por objetivo descrever as principais atividades
relacionadas à produção e comercialização de gramas no Rio Grande do Sul.
2
3
2. DESCRIÇÃO DO MEIO FÍSICO E SÓCIO-ECONÔMICO DA REGIÃO
DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO - SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA, RS.
2.1. Histórico
Santo Antônio da Patrulha é um dos quatro primeiros Municípios do Rio
Grande do Sul, com emancipação em 3 de abril de 1811. Simultaneamente, Rio
Grande, Rio Pardo e Porto Alegre, receberam a mesma condição formando
assim os quatro municípios mais antigos do Rio Grande do Sul (PMSAP, 2012).
2.2. Localização
Distante 76 km da capital Porto Alegre, Santo Antônio da Patrulha
localiza-se a 29º49’03” de latitude sul e 50º31'11" de longitude oeste, a uma
altitude média de 131 metros e área de 1069,3 km², pertencendo a duas bacias
hidrográficas, a dos Sinos e do Gravataí (PMSAP, 2012).
Os limites do Município são: ao Norte com Rolante e Riozinho, ao Sul
com Viamão e Capivari, a Leste com Osório e Caraá e, a Oeste com Taquara,
Glorinha e Gravataí (PMSAP, 2012).
2.3. Vegetação
Fazem parte da vegetação do município os Biomas Pampa, localizado
nas partes planas a sudoeste e Oeste, e Mata Atlântica nas áreas Norte, Leste e
Sul do Município (PMSAP, 2012).
2.4. Clima
Segundo Koppen, o clima é temperado úmido com verão quente (Cfa), de
temperatura média anual de 20°C, com média das temperaturas máximas de
23,8°C, e a média das mínimas de 15,4°C. A temperatura máxima absoluta
observada foi de 38,4°C e a mínima de 0°C. Quanto ao regime de chuvas a
3
4
precipitação média em torno de 1800 a 1900 mm, sendo o mais chuvoso o mês
de setembro e abril/maio os meses de menor precipitação (PMSAP, 2012).
2.5. Geomorfologia e Solos da Região
O município de Santo Antônio da Patrulha está situado na região
fisiográfica da encosta inferior do nordeste. Os solos do Município apresentam
como material de origem rochas basálticas e areníticas. Segundo Streck et al.
(2008), na região do município, ocorrem
solos das classes: Argissolos,
Chernossolos, Planossolos e Neossolos.
Os Planossolos, de maior importância pela localização da propriedade,
são solos imperfeitamente ou mal drenados, encontrados em áreas de várzea,
em relevos planos a suave ondulados. Os horizontes superficiais são arenosos
com passagem abrupta para o horizonte Bt, que é bem mais argiloso e
adensado ou H-C (Streck et al., 2008).
2.6. Economia
A orizicultura é cultivada nas várzeas em escala extensiva e com alta
tecnologia, sendo responsável por uma significativa parcela na geração de
ICMS. Nos últimos anos a cultura da soja vem expandindo sua área cultivada
pela valorização de seu preço em detrimento do preço do arroz. Na região
serrana, distribuída em minifúndios, desenvolvem-se outras culturas tais como o
feijão, milho, fumo, cana de açúcar e mandioca (IBGE, 2012).
Na pecuária, a criação de bovinos, devido a condições climáticas
favoráveis, destaca-se como uma atividade econômica importante (IBGE, 2012).
A indústria metal-mecânica alicerçou-se no município através da IMAP e
da MASAL (indústria de implementos agrícolas) que provocaram a criação de
uma série de outras pequenas indústrias que geram empregos e asseguram
uma expressiva fatia da arrecadação de ICMS do município (IBGE, 2012).
A produção de produtos culturais da região, como a cachaça, rapadura e
o melado, reconhecidos e consumidos em todo o Brasil (IBGE, 2012).
4
5
3. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE REALIZAÇÃO DO
ESTÁGIO - GREEN GRASS COMERCIAL DE GRAMAS E SERVIÇOS LTDA.
Com maior demanda e oferta de gramados comerciais localizados na
região sudeste, principalmente São Paulo e Paraná, verificou-se um nicho de
mercado para toda a região Sul do país, onde se encontravam apenas pequenos
produtores extrativistas e com baixa qualidade.
Em 1990, o atual proprietário da Green Grass iniciou sua produção de
gramas no município de Alvorada – RS, com aproximadamente 25 ha,
expandindo até 80 ha no final da década. Posteriormente, retraiu a área de
produção em Alvorada para 25 ha, por dificuldades de arrendamento.
No ano de 2000, realizou-se a compra da área atual da sede da empresa,
localizada no município de Santo Antônio da Patrulha – RS, num total de 220 ha,
dos quais 180 ha são cultivados atualmente.
Com o encarecimento do frete (totalmente rodoviário) as vendas de
grama para campos de golfe em São Paulo e Paraná se tornaram inviáveis.
Culminando com a ampliação do mercado consumidor e juntamente com a
qualidade já conhecida dos produtos Green Grass, a empresa inicia uma
unidade de produção em 2002, localizada em São José dos Campos - SP, com
aproximadamente 20 ha e posteriormente outra unidade próxima, totalizando
atualmente 300 ha. Outras oportunidades de expansão da produção foram
concretizadas com a aquisição de terras em Saquarema – RJ, com 180 ha, onde
80 ha são cultivados, os quais iniciaram colheita em março de 2012.
A unidade de produção de Santo Antônio da Patrulha, local de realização
do estágio, apresenta todos os equipamentos e mão-de-obra para a produção
de grama, tanto para jardins quanto para gramados esportivos e assim atender a
crescente demanda do mercado local.
5
6
4. REFERENCIAL TEÓRICO - PRINCIPAIS ESPÉCIES E VARIEDADES
DE GRAMA
4.1. Nomenclatura e Classificação
Com mais de 10.000 espécies, as gramíneas dispersas pelo mundo são
de grande importância, servindo para a alimentação humana, como o arroz,
trigo, milho; energia como a cana-de-açúcar; e alimentação animal como as
brachiarias.
O termo grama tem sua origem na denominação de uma família botânica
que engloba inúmeras espécies (Gurgel, 2003).
Reino
Plantae
Superdivisão:
Spermatophyta
Divisão:
Magnoliophyta
Classe:
Liliopsida
Subclasse:
Commelinidae
Ordem:
Poales
Família:
Poaceae
Basicamente, pode-se classificar as gramas em dois grandes grupos:
gramas de clima quente e gramas de clima frio, sendo o primeiro o mais
importante no país.
Gramas de clima quente caracterizam-se por não entrar em dormência
em longos invernos de temperatura abaixo de zero. Possuem capacidade de se
desenvolver em altas temperaturas, toleram baixas temperaturas e geadas
esporádicas. Assim sendo, adaptam-se plenamente em climas sub-tropical e
tropical. Existem seis espécies consideradas como as principais espécies de
clima quente: Santo Agostinho – Stenotaphrum secundatum; Bermuda –
Cynodon spp.; Zoysia – Zoysia spp.; Bahia ou Batatais – Paspalum notatum;
São Carlos – Axonopus compressus (Gurgel, 2003).
6
7
É possível ainda dividir
as gramas de clima quente
em dois grandes grupos, para
efeito prático: rizomatosas –
onde
a
desenvolvimento
base
do
vegetativo
se dá a partir de rizomas subsuperficiais; estoloníferas –
onde
a
desenvolvimento
base
do
vegetativo
se dá a partir de estolões
superficiais (Figura 1).
Figura 1 – Esquema com estolão e rizoma.
As variedades rizomatosas possuem grande capacidade de regeneração,
principalmente se a injúria for causada por tráfego excessivo. Isto ocorre, devido
ao fato dos rizomas, que são à base do crescimento vegetativo, estar enterrados
em sub-superfície, utilizadas em gramados esportivos, onde o tráfego é intenso,
e sempre ocorrem danos superficiais. Entretanto, justamente devido a esta alta
capacidade de recuperação, também são variedades altamente exigentes em
manutenção, desde adubação até poda, havendo situações específicas em que
a poda deve ser diária. São exemplos de gramas de clima quente rizomatosas,
as variedades de Bermuda e de Zoysia. (Gurgel, 2003).
As variedades estoloníferas não possuem boa capacidade de suportar
tráfego intenso, uma vez que este tráfego irá danificar os estolões, que são
superficiais. Não devem ser usadas em áreas de tráfego intenso. Suas folhas
são geralmente mais largas, conferindo a este grupo de variedades de grama
uma grande capacidade de se desenvolver bem em áreas sombreadas, com
maior capacidade de realizar fotossíntese e assim tom de verde mais forte.
Como exemplo de grama de clima quente estolonífera tem-se a grama São
Carlos (Gurgel, 2003).
7
8
4.2. Principais gramas de clima quente.
4.2.1. Zoysias – Zoysia spp.
Este gênero de gramas engloba três espécies principais: Z. japonica, Z.
matrella e Z. tenuifolia. A mais conhecida e usada no Brasil é a, também
conhecida como Esmeralda. A reprodução Z. japonica é majoritariamente
vegetativa, podendo ser por também por sementes (Gurgel, 2003).
4.2.1.1. Zoysia japonica Steud.
A grama Z. japonica (ou Esmeralda) é originária da Ásia e Japão.
Principais características: perene, hábito de crescimento rizomatoso,
textura das folhas fina ou média, dependendo da variedade, alta densidade mas
com baixo crescimento lateral, cor verde claro, podendo chegar à um verde mais
forte, bainha dobrada, com lígula frangeada e pelos de comprimento médio
(Figura 2) (Gurgel, 2003).
Como principal problema, pode desenvolver uma grande camada de
thatch, se não manejada corretamente. Exigente em adubação nitrogenada.
Difícil controle contra “invasão” de canteiros de flores.
Z. japonica é uma grama de ampla adaptação às condições brasileiras,
podendo ser usada de Norte à Sul, em regiões litorâneas ou nos Planaltos.
Devido à sua boa capacidade de resistência ao pisoteio, foi durante muitos anos
a variedade dos principais
gramados
Brasil,
de
como
futebol
do
Maracanã,
Morumbi, Mineirão e outros.
Também é a espécie de
grama da grande maioria dos
gramados
residenciais
brasileiros. Devido ao seu
forte
sistema
radicular
e
Figura 2 - Zoysia japonica Steud - Esmeralda
8
9
rizomas, muito resistente à seca e é bastante usada em contenção de taludes e
em áreas de potenciais problemas de erosão. Adapta-se a diferentes tipos de
solo, de arenosos a argilosos; exceto os solos com baixa capacidade de
drenagem. Desenvolve-se bem em áreas de plena insolação, tolerando um
mínimo de sombreamento. Sua altura de corte ideal é de 1,25 a 3,0 cm. (Gurgel,
2003).
4.2.1.2. Zoysia matrella (L.) Merr. – Mini Zoysia
Com origem na Ásia, Japão e península coreana, algumas variedades
foram introduzidas no Brasil no início do século passado, por imigrantes
japoneses (Gurgel, 2003).
Apresenta a maioria das características agronômicas e morfológicas da Z.
japonica, porém suas folhas são mais estreitas, curtas e coriáceas, conferindo
uma sensação de “espetada” ao tato (Figura 3). Outra característica peculiar
desta espécie é a formação “tufos”, ou “montinhos” de grama, se não podada
regularmente. Este tipo de formação é devido à sua alta densidade e
crescimento rizomatoso. Seu principal problema é a sua alta densidade, que
dificulta a poda, exigindo até roçadeiras helicoidais (Gurgel, 2003).
Sua
principal
utilização é em gramados
orientais
ornamentais,
podendo ser usada em
“tees” e bordaduras de
greens
de
campos
de
golfe; e até em gramados
residenciais, desde de que
mantida
adequadamente
(Gurgel, 2003).
Figura 3 - Zoysia matrella (L.) Merr. – Mini Zoysia
9
10
4.2.2. Bermudas – Cynodon spp. L.C.Rich
Descritas como uma das piores ervas daninhas do mundo a conhecida
grama seda, mas também como sendo a planta com a maior distribuição
geográfica do planeta; as gramas Bermudas prestam um grande serviço à
humanidade.
A alta taxa de crescimento deste gênero resulta em uma capacidade de
altíssima recuperação em áreas marginais ou danificadas por tráfego excessivo.
Chegou a ser demonstrado que num ambiente ideal de crescimento,
temperatura,
umidade
e
nutrição
e
com
multiplicações
freqüentes
e
programadas, seria possível em um ano, a partir de 1m2 de Bermuda, cobrir 50%
da área do mundo (Busey e Myers, 1979).
As variedades primitivas são originárias da África, de onde foram
introduzidas nos EUA em 1751. Em 1920, variedades de Bermuda já eram
utilizadas em gramados residenciais e em campos de golf (Gurgel, 2003).
Possui hábito de crescimento estolonífero-rizomatoso, textura das folhas
de fina à média, densidade alta, cor verde de intensidade moderada à verde
intenso e profundo (Gurgel, 2003).
Bainha dobrada, lígula frangeada com presença de pelos, e facilmente
confundida com a lígula de Zoysias. Porém seus perfilhos são mais prostrados
se comparados aos de Zoysias (eretos), suas folhas possuem pelos esparsos
nas duas faces, enquanto as folhas de Zoysia tem mais pelos na face superior
das folhas, e seus rizomas
e
estolões
são
mais
macios e delicados, em
oposição aos de Zoysia
que são grossos, duros e
pontiagudos. Reprodução
vegetativa
ou
por
sementes
(Figura
4)
(Gurgel, 2003).
Figura 4 - Cynodon dactylon x transvaalensis - Bermuda
Híbrida
10
11
As Bermudas não toleram áreas sombreadas, é altamente exigente em
nutrição e umidade e manutenção (i.e. poda), exatamente devido ao seu alto
potencial de recuperação e conseqüentemente de consumo. Não se desenvolve
bem em áreas de má drenagem, nem em solos compactados. Também não se
desenvolve bem em baixas temperaturas, passando para uma cor marrom
(princípio de dormência) em temperaturas abaixo de 8 °C. Tolera apenas geadas
leves, mas acaba morrendo em temperaturas abaixo de zero por muitos dias
seguidos (Gurgel, 2003).
As variedades são amplamente utilizadas em gramados esportivos,
devido às suas características de rápida recuperação já citada. Em Campos de
futebol no Brasil tem-se assistido a uma gradual substituição de Esmeralda, por
variedades de grama Bermuda, principalmente híbridos. A altura ideal de corte
pode variar de 2 a 25 mm (Gurgel, 2003).
Existem oito espécies reconhecidas, mas apenas 3 se encaixam como
variedades esportivas ou ornamentais (Gurgel, 2003):
C. dactylon 2n=36 (comum, U-3)
C. transvaalensis 2n=18 (Bermuda Africana)
C. magenissii 2n=27 (Tifton 328, 419, Tifdwarf e outros). Híbridos
interespecíficos de C. dactylon x C. transvaalensis.
Os híbridos são a exata mistura das duas espécies, possuindo uma
ampla faixa de largura de folhas, variação de retenção de verde no outono,
rizomas e estolões, e estéreis, ou sem produção de sementes. Como exemplo, a
bermuda Tifway 419 é produzida e certificada internacionalmente na Green
Grass, cujas principais utilizações são em gramados esportivos.
11
12
4.2.3. São Carlos – Axonopus compressus Chase
Sua mais provável origem é a América do Sul, podendo ser nativa da
região Sul do Brasil (Gurgel, 2003).
Apresenta hábito de crescimento estolonífero, folhas largas e pilosas,
baixa densidade, cor verde brilhante, reprodução vegetativa e por sementes
(Figura 5) (Gurgel, 2003).
A baixa resistência ao
pisoteio,
má
tapetes,
devido
estolões
aos
susceptíveis
apodrecimento
principais
formação
são
de
seus
a
seus
problemas.
Sensível a algumas doenças
foliares e de solo (Gurgel,
2003).
Figura 5 - Axonopus affinis Chase - grama São Carlos.
Tem boa adaptação a
áreas sombreadas, podendo ser usada em projetos específicos. Não se presta
para gramados esportivos devido ao seu hábito estolonífero, e conseqüente
baixa capacidade de regeneração a danos mecânicos. Média exigência em
termos de nutrição, não se adapta a solos pesados e mal drenados. De ciclo
perene, sua altura ideal de poda deve ser mantida em torno de 3 a 4 cm (Gurgel,
2003).
12
13
5. ATIVIDADES REALIZADAS NO ESTÁGIO
5.1. IMPLANTAÇÃO DE GRAMADO COMERCIAL.
5.1.1. Preparo do Solo
A constante renovação de áreas de cultivo, na propriedade, proporcionou
ao estagiário o acompanhamento e participação nas atividades de organização e
execução de implantação de gramados comerciais.
A implantação correta de um gramado comercial é de grande importância,
pois evita perdas na colheita, diminui o tempo de fechamento do gramado,
melhora o acabamento final da leiva, rende mais cortes e facilita a renovação da
área. A seguir estão descritos as etapas bem como doses de insumos aplicados
no processo.
Inicialmente, deve-se delimitar a área desejada ou possível, com
levantamento topográfico, para nivelamento, abertura das valas e conhecimento
das medidas, a fim de melhorar o controle das demais técnicas de manejo.
Também é realizado o caminhamento da área, identificando as partes que
devem receber aterro e as partes que devem ceder aterro, devidamente
embandeiradas.
A primeira fase consiste na diminuição do banco de sementes do solo,
com aplicação de herbicidas de ação total nas áreas em questão. O número de
aplicações dependerá de quão infestada a área se encontra, época do ano e
condição de umidade do solo no caso de herbicidas pré-emergentes.
13
14
Após a diminuição do banco de sementes, é iniciado o processo de
demarcação da área e abertura das valas de drenagem e nivelamento em si,
realizado com implementos tratorizados, conhecidos como “scraper” e
niveladora Boelter. A figura 6 ilustra os implementos anteriormente citados.
Figura 6 – Arrastão e Plaina Boelter – Campo suspenso da PUC, Porto Alegre-GreenGrass
A fase de nivelamento consiste em duas etapas. A primeira realiza um
trabalho grosseiro, movimentando solo das partes mais altas para as mais
baixas. Com a etapa anterior concluída, a niveladora Boelter permite a utilização
de nivelamento com auxílio de raio laser, controlando o acionamento hidráulico
do trator automaticamente e assim facilitando o processo. A declividade final é
de 0,5% para cada lado da área, no sentido do maior comprimento.
Nas partes próximas às valas, onde o solo é rebaixado e assim
compactado, a passagem de grade niveladora era realizada, facilitando assim o
nivelamento das laterais.
Com a segunda etapa no nivelamento concluída, é feita a calagem (PRNT
95%, 300kg/ha) e adubação de base (fosfato natural reativo, P2O5 reativo total
29%, cálcio 35%, 120kg/ha) e incorporação com grade niveladora fechada.
Por fim, um arrastão dá um acabamento na área, nivelando pequenas
depressões e rolo compactador para suavizar eliminar torrões.
14
15
5.1.2. Plantio Sprigging
Como a maioria das espécies apresenta
sementes inviáveis, de maneira geral, a
propagação
vegetativa
é
adotada
na
implantação de gramados comerciais.
O plantio sprigging consiste no plantio
de pequenas mudas (“sprig”, ramo em inglês)
colhidas mecanicamente e com plantio manual
ou mecânico (Figura 7). Este sistema é
Figura 7 – Mudas sprigging de
grama São Carlos.
indicado para plantio de campos de golfe, polo, centros esportivos e grandes
áreas (maiores que 20 mil m²), com rendimento variando de 700 a 1000m² para
cada metro cúbico de muda.
Como vantagens do sistema, encontram-se a grande redução nos custos
de implantação, por ser totalmente mecanizado (alto rendimento operacional de
plantio, com até 5 ha/dia considerando colheita e plantio); uma alta densidade de
plantio de mais de 600.000 mudas/ha; fechamento da área plantada em até 60
dias.
A coleta das mudas pode ser realizada com até três dias de
antecedência, em área previamente escolhida, livre de invasoras, insetos e
doenças. Outra vantagem do sistema é
o aproveitamento de áreas impróprias
para
colheita
em
leivas,
como
cabeceiras e áreas com fechamento
imperfeito.
O
plantio
preferencialmente,
dever
em
ser,
temperaturas
amenas, evitando horários de sol pleno
no verão (Figura 8). Plantios sprigging
Figura 8 – Colheita de mudas sprigging
(Green Grass).
de inverno são inviáveis na região Sul do Brasil.
15
16
O principal cuidado no plantio sprigging é a profundidade dos discos de
corte do solo, que não devem ser demasiadamente superficiais e assim facilitam
a lavagem das mudas pela irrigação ou chuva forte. É indicado em torno de 5 cm
de profundidade.
Após o plantio com a máquina
específica, uma grade com discos
planos
e
perpendiculares
e
rolo
compactador é utilizada para reforçar o
enterramento das mudas (Figura 9).
A operação de plantio poder ser
realizada manualmente, espalhando as
mudas
na
preparada
superfície
com
previamente
auxílio
de
garfos
manuais ou até mesmo as mãos,
deixando
coberta.
a
Após
espalhamento
área
o
das
uniformemente
processo
de
mudas,
é
Figura 9 – Grade para plantio sprigging.
fundamental a ocorrência de uma gradagem leve para o enterramento das
mudas.
5.1.3. Irrigação pós-plantio
Após qualquer tipo de plantio, a irrigação é fundamental a fim de eliminar
os espaços entre as raízes das mudas e o solo e com isso acelerar o processo
de pega das mudas. Imediatamente após o término do plantio é aplicada uma
lâmina de 10 mm de água, diariamente, nas duas primeiras semanas após o
plantio. Com o desenvolvimento do gramado, são necessárias de duas a três
irrigações semanais, variando de 10 a 15 mm conforme condições ambientais
como precipitação e temperatura. É recomendada a instalação prévia de sistema
de irrigação.
16
17
5.2. ADUBAÇÃO E CALAGEM
Durante o período de trabalho na propriedade, o estagiário teve
oportunidade de acompanhar, auxiliar e executar operações de adubação e
calagem, como cálculo de doses, calibragem de equipamentos e auditorias
sobre os procedimentos de aplicação.
Em sistemas de produção de gramas, a retirada de nutrientes do local é
grande, pois, além dos nutrientes extraídos pelas plantas, uma parte dos
nutrientes contidos numa camada mais superficial também é retirada da área.
Portanto, estes solos podem ter sua fertilidade reduzida se não for realizada
uma reposição adequada de nutrientes que vise atender a demanda das plantas
para a produção do tapete e manter um nível adequado de fertilidade do solo
(Godoy e Villas Bôas, 2003).
Dos macronutrientes o nitrogênio é o nutriente requerido em maiores
quantidades pelas gramas (Bowman et al., 2002). Doses maiores de N e maior
freqüência de aplicação podem reduzir o tempo de produção da grama,
entretanto, doses excessivas promovem o crescimento da parte aérea em
detrimento do sistema radicular, reduzindo a capacidade do tapete de ser
manuseado após o corte (“liftalility”) (Christians, 1998; Carrow et al., 2001).
A importância do fósforo para o crescimento de raízes é bem conhecida e
gramas desenvolvidas em solos deficientes em P são incapazes de produzir
sistema radicular bem desenvolvido (Christians, 1998), refletindo no fechamento
do gramado e na qualidade da leiva.
Ao contrário do nitrogênio e do fósforo, o potássio não é um nutriente que
proporcione aumentos no crescimento vegetativo da parte aérea ou das raízes,
nem uma melhor coloração, que são efeitos bem visíveis em gramados, mas
está relacionado aos mecanismos de estresse da planta. Por este motivo, muitas
vezes não são observados efeitos da aplicação de potássio em gramados,
embora possa aumentar a produção de carboidratos, aumentar a resistência ao
estresse e aos patógenos (Christians, 1998). Todos estes efeitos do potássio
17
18
são explicados pela principal função do K na planta: é o principal regulador da
abertura e fechamento dos estômatos das folhas.
Na propriedade onde foi realizado o estágio, a adubação de cobertura é
realizada a lanço, com adubadeira centrífuga, 24 metros de largura útil. A
aplicação é realizada mensalmente no verão – período de maior crescimento com doses de 130 kg ha-1 de adubo formulado 20-10-20 (NPK) e 140 kg ha-1 de
uréia.
As quantidades de calcários a serem aplicadas devem ser baseadas na
saturação por bases do
solo
e
saturação
ideal
para a cultura, levando em
conta
a
eficiência
do
calcário. Para as gramas
em geral recomenda-se
que a saturação por bases
seja elevada a 60 ou 70%.
Em geral, as espécies
cultivadas na propriedade
apresentam pH ótimo de
Figura 10 – Calagem em cobertura após descompactação.
crescimento variando de
5,0 a 6,5 (Richardson, 2003).
A calagem em cobertura é realizada com doses de até 1 t ha-1 após
colheita e antes da operação de descompactação do solo (Figura 10), uma vez
que o calcário apresenta solubilidade e mobilidade muito baixa, podendo deixar
a camada superficial alcalina e assim indisponibilizando micronutrientes.
5.3. IRRIGAÇÃO
No local de realização do estágio, a irrigação se dá por meio de pivôs
centrais e autopropelidos.
18
19
O pivô central consiste numa tubulação com vários aspersores ou bocais,
devidamente espaçados, suspensa acima da cultura por pequenas torres,
providas de rodas e dispositivo motor. O equipamento funciona girando em torno
de um eixo central, o pivô, irrigando uma área circular (Figura 11).
Como é inteiramente automatizado, proporciona economia de mão-deobra em relação a alguns sistemas. É altamente eficiente para algumas culturas.
Por outro lado, tem um custo de implantação alto, se comparado com a irrigação
de superfície, e causa perdas no aproveitamento da área (cantos ou "corners"
não são aproveitados). Alto custo de manutenção, encharcamento do solo
(dependendo da capacidade de infiltração), a dispersão e perda de água são
possíveis inconvenientes que existem com o uso de pivô central.
Figura 11 – Pivô Central
Os equipamentos autopropelidos são utilizados nas áreas sem irrigação
fixa. Este sistema aplica a água enquanto se desloca pelo terreno. Consiste num
aspersor montado sobre um chassi com rodas e que dispõe de mecanismo
propulsor, o que permite o deslocamento do aparelho com a pressão da água,
que vai sendo aplicada na área.
Em relação à dosagem de água, é preferível aplicação de lâminas
maiores (10 a 13 mm) e com maior intervalo de tempo do que lâminas menores
(5 a 8 mm) e mais freqüentes, favorecendo o crescimento radicular em
profundidade. Raízes profundas terão disponibilidade de água maior por terem
acesso a níveis mais profundos e úmidos, sendo mais resistentes à secas e dias
19
20
quentes que secam rapidamente a superfície. No verão, a irrigação se da
diariamente, seguindo os parâmetros acima citados e a precipitação.
O estagiário teve oportunidade de operações simples em pivô central,
como acionamento, programação e manutenção em tais equipamentos, bem
como em autopropelidos.
5.4. ROÇADA
Sem sombra de dúvida, o corte do gramado é a operação de manutenção
mais importante. Um corte correto em operação e freqüência proporciona
uniformidade no gramado, favorece a densidade de plantas e crescimento
horizontal, evita acamamento e emissão de pendão, assim conferindo um
gramado fechado, verde e agradável em visual e textura.
A eficiência do processo se dá pela freqüência dos cortes e pela altura de
corte e estes dependem da espécie, época do ano, regime de irrigação,
adubação e máquinas adequadas.
Cortes com menor frequência farão grande remoção de área foliar,
causando um choque fisiológico na planta, formando áreas branqueadas (sem
folha, chamado “scalping”), ou opacas, diminuindo a fotossíntese e a capacidade
de absorção dos nutrientes pela planta, diminuindo reservas do sistema
radicular. Também provocará o aumento de aparas criando condições favoráveis
a doenças e insetos.
Excesso de fertilidade, calor e água levarão à necessidade de maior
freqüência de cortes. Caso a intenção seja menor freqüência de corte no verão,
deve-se diminuir o nível de adubação e a freqüência da irrigação, ou então, usar
gramas de crescimento lento como as Zoyzias.
A altura de corte também merece atenção. Deve-se respeitar a “one third
rule” ou seja, a regra do 1/3, onde nunca deve-se cortar mais que 1/3 da altura
do gramado. Respeitando esta regra, após o corte ainda mantém-se área foliar
fotossinteticamente ativa e ainda evita-se o “scalping” do gramado.
20
21
Ainda a cerca da regra do 1/3, quando seguida corretamente, as aparas
da grama cortada não necessitam ser recolhidas, devolvendo fertilidade ao solo.
Na Tabela 1 são apresentados parâmetros de altura de corte e frequência
de algumas espécies.
Tabela 1 – Alltura e frequência de corte de diferentes espécies de grama.
Características
gerais
Altura de corte
Freqüência de
corte
Verão
Inverno
Esmeralda e Mini
Zoysia
2,5 a 5 cm
São Carlos
Bermuda Tifway
2,5 a 5 cm
1,5 a 3 cm
2 vezes por
semana
1 vez por
semana
1 vez por
semana
2 vezes por mês
2 vezes por
semana
2 vezes por
semana
Com relação aos defeitos da roçada, o “scalping” ou seja, excesso de
área foliar retirada, prejudicando a fotossíntese, retardando crescimento e
afetando o visual do gramado (Figura 12).
Figura 12 – Scalping em Bermuda 419.
Outro defeito relacionado à roçada é a formação do “thatch” (Figura 13).
Gramados intensamente manejados sempre desenvolvem uma camada de
material vegetal (raízes, rizomas, folhas, etc.) sob a superfície do solo chamada
de colchão ou “thatch” (Figura 13).
21
22
A formação desta camada está diretamente ligada ao programa de
adubação do gramado (excesso de N), crescimento acelerado e roçadas
atrasadas, com grande formação de aparas. Quando não recolhidas, essas
aparas são lavadas pela chuva e se depositam sobre o solo e abaixo das folhas.
O colchão pode prejudicar a drenagem
e translocação de nutrientes, favorece a
ocorrência de doenças, pragas e até a
morte do gramado por abafamento
(Christians, 1998).
A umidade do solo também deve
ser
considerada.
Deve-se
evitar
a
roçada em áreas encharcadas, a fim de
Figura 13 – Thatch (Advanced Turfgrass
Management, 2012).
não marcar a área e compactar o solo.
Na propriedade, as áreas de
colheita são roçadas sempre no dia anterior à colheita, evitando contratempos e
mantendo a qualidade do produto entregue aos clientes.
Em relação aos equipamentos utilizados pode-se citar a roçadeira
Progressive TDM-15, Lavrale e Tatu faca simples. Todos são tratorizados e
equipados com pneu tipo balão (Figura 14),
Figura 14 – Conjunto de roçada – trator com pneus tipo balão e roçadeira Progressive.
22
23
A
roçadeira
Progressive
TDM-15,
importada, é constituída por
três plataformas móveis, de
três lâminas cada e largura
útil de 4,5 metros (Figura
15). A altura de corte varia
entre 13 e 100 mm com
rendimento operacional de
até 4 ha/hora, dependendo
Figura 15 – Progressive TDM-15 (Progressive Turf
Equipment Ltd., 2012).
da altura da grama. Na propriedade onde o estágio foi realizado, a Progressive é
destinada a áreas com grama fechada e áreas de colheita. A altura de corte é de
30 mm, proporcionando um gramado verde e uniforme.
As roçadeiras Lavrale e Tatu (Figura 16) são destinadas a áreas abertas
e para auxiliar a roçadeira Progressive quando a mesma está atrasada, por
motivos de manutenção ou chuva.
A roçadeira Lavrale AT 150 GR, possui três conjuntos de corte, largura
útil de 1,5 m e altura de corte de 1 a 11 cm.
Figura 16 – Roçadeiras Lavrale e Tatu.
A roçadeira Tatu RC 1500, apresenta largura útil de 1,5 m e altura de
corte de 4 a 14 cm.
No terço final do período de atividades, o estagiário foi responsável pela
organização geral da roçada, julgando quais eram as áreas com prioridades,
23
24
mantendo as áreas de colheita com corte adequado, manutenção dos
equipamentos e escala de funcionários responsáveis pela roçada.
5.5. DESCOMPACTAÇÃO
O intenso tráfego sobre as áreas, bem como as características físicas do
solo são as principais causas da compactação do solo.
Solos compactados afetam diretamente o crescimento radicular das
plantas, infiltração de água no solo, translocação de nutrientes, refletindo no
crescimento da parte aérea e assim produzindo gramados de aparência
indesejável.
O trabalho de descompactação do solo permite uma boa drenagem da
área e um maior enraizamento. A dificuldade deste processo se dá pela cultura
estar implantada na área, necessitando assim equipamento especial.
A descompactação mecânica é realizada com a área parcialmente aberta,
após primeira colheita, sem danificar os estolões e sempre associada com
calagem de cobertura e adubação.
O equipamento utilizado, chamado AGRI-Vator (Figura 17), penetra
aproximadamente 16 cm no solo, atingindo a região de crescimento radicular,
descompactando tal faixa com ação vibratória, possibilitando a infiltração de
água, aeração do o solo e possibilitando melhor aproveitamento da calagem e
Figura 17 – Agri-vator descompactador (First Products AGRI-vator, 2012).
24
25
adubação.
Embora apresente largura útil de 3,60 m, é um processo que despende
tempo, por exigir baixas velocidades de operação para aperfeiçoar a
descompactação. Porém, é um processo muito importante e com resultados
significantes.
A técnica de descompactação foi realizada durante o período de estágio e
possibilitou ao estagiário a verificação das condições ótimas de realização do
processo bem como avaliação da eficiência e realização de auditorias.
5.6. CONTROLE DE INVASORAS, PRAGAS E DOENÇAS
5.6.1. Invasoras
Consideramos como invasora toda a planta que cresce onde não é
desejada.
As invasoras crescem juntamente com a grama e podem implicar em
perdas diretas, pela competição por água, luz, CO2 e nutrientes, também podem
exercer inibição química sobre o desenvolvimento do gramado e ainda prejudica
a aparência do mesmo, perdendo valor comercial (Henriques, 2003).
Podemos citar três grandes grupos de invasoras: gramíneas, ciperáceas
e latifoliadas. As gramíneas são as de maior dificuldade de controle e devem ser
prevenidas. As ciperáceas possuem tecidos de reserva e dois meios de
propagação, sexuado e assexuado, dificultando seu controle. As invasoras
latifoliadas são mais facilmente controladas, com menor dano ao gramado.
(Kuhn, 2004)
Dentre as principais invasoras, destacam-se as listadas na Tabela 2 a
seguir.
25
26
Tabela 2 – Principais espécies e plantas invasoras de acordo com Kuhn (2004).
Nome científico
Nome popular
Poa annua
Digitaria spp.
Setaria glauca
Setaria viridis
Setaria geniculata
Eleusine indica
Brachiaria spp.
Panicum repens
Paspalum spp.
pé-degalinha, bluegrass
milhã, papuã, crabgrass
Gramíneas
setária, cola-de-gato, foxtail
capim-pé-de-galinha, goosegrass
braquiária, alexandergrass
capim torpedo, torpedograss
pensacola, batatais, bahiagrass
bermuda, paulista, grama seda,
bermudagrass
quicuio, kikuiograss
Cynodon dactylon
Pennisetum clandestinum
Ciperáceas
Cyperus brevifolius
Cyperus esculentus
Cyperus rotundus
Latifoliadas
Soliva pterosperma
Oxalis stricta
Oxalis oxyptera
Taraxacum sp
Oenothera sp.
Rumexsp.
Hydrocotyle sp.
Hypoxis decumbens
Capim-limão, green kyllinga
tiriricão, yelow nutsedge
tiririca, purple nutsedge
roseta, lawn burweed
Falso trevo, woodsorrel
língua de vaca
Orelha-de-sapo, dollarweed
falsa tiririca
O combate às ervas daninhas consiste na adoção de certas práticas, que
resultam na redução da infestação, mas não, necessariamente, na sua completa
eliminação (Henriques, 2004). No caso de gramados podemos considerar as
seguintes formas de combate: mecânico e o químico.
Combate mecânico: uso de práticas de eliminação de ervas através do
efeito mecânico, como arranquio manual, capina manual, roçada e o cultivo
mecanizado.
Combate químico: utilização de herbicidas. De maneira geral os
herbicidas são seletivos ou não seletivos e também podem ser classificados em
relação ao estágio de desenvolvimento da daninha, da grama ou de ambas,
26
27
quando da aplicação, em pré-emergência e pós-emergência. O grande problema
é que não existem herbicidas seletivos registrados para gramas no Brasil.
Na propriedade onde o estágio foi realizado, o controle de invasoras é
realizado mecanicamente, com roçadas programadas a fim de evitar a produção
e propagação de sementes das invasoras e utilizando a máquina de colheita
para “colher” manchas com invasoras. Outro método bastante utilizado é a
capina manual, de grande demanda de mão-de-obra e tempo.
Durante a realização do estágio, o aluno atuou na supervisão e
distribuição de funcionários e equipamentos aos mesmos. Também realizou
auditorias e vistorias nas áreas de colheita.
5.6.2. Pragas e Doenças
De maneira geral, as pragas e doenças são de menor importância na
produção de gramados mas causam danos e prejuízos.
Em relação às pragas, as mesmas podem se alimentar da parte aérea e
radicular dos gramados, conferindo redução de crescimento e detrimento da
qualidade do produto.
Destacam-se coleópteros (Sphemophorus sp.), ortópteros (Grylothalpa
hexodactyla), cochonilhas (Antonina graminis) e cupins do gênero Syntermes
(Henriques, 2004).
Durante o estágio, a ocorrência de pragas foi de fácil percepção, pela
grande quantidade de aves se alimentando de larvas e adultos nas áreas. O
controle se dá culturalmente, pois não existem inseticidas registrados para a
cultura.
Dentre as doenças, podemos enfatizar as fúngicas, como Esclerotinia,
Rhizoctoniose, Puccinia e Helmintosporiose, controladas culturalmente e com
fungicidas específicos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento. Durante o período de estágio, não foram observadas doenças.
27
28
5.7. COLHEITA
5.7.1. Colheita de Placas
A colheita de grama é totalmente mecanizada, necessitando maquinário
específico para tal operação. A unidade de Santo Antônio da Patrulha conta com
duas máquinas colhedoras, das marcas Brouwer e Kesmac, ambas com sistema
de piloto automático (Figura 18). Apresentam capacidade de colheita de até 4
mil metros quadrados de grama por dia cada, dependendo da qualidade da área
(tamanho do talhão e qualidade da grama) e habilidade do operador e dos
responsáveis pela acomodação das placas no palete.
Figura 18 – Conjunto de colheita Brouwer.
Com o fechamento total e visual do gramado, a área a ser colhida deve
antes passar por testes de colheita (Figura 19), verificando se a mesma atende
aos fatores de comercialização e qualidade de placa (leiva).
28
29
Antes da realização do teste de
colheita, a área deve ter passado pelas
operações de roçada (altura de corte de
aproximadamente
32
compactador.
área
A
mm)
e
deve
rolo
estar
uniformemente fechada, sem “buracos”
de
grama
aberta,
com
estolões
entrelaçados e com umidade do solo
adequada (capacidade de campo). Com a
colheita
das
cabeceiras,
placas,
as
excluídas
mesmas
as
são
inspecionadas quanto à integridade física
(Figura 20), ou seja, devem apresentar
solo uniforme, espessura variando entre
Figura 19 – Área em teste de colheita.
15 a 20 mm de solo e peso não superior a 6 kg e quebra de placas variando
entre 5 e 8%. A espessura e o peso estão diretamente relacionados à umidade
do solo. A espessura do corte do tapete influencia na rebrota do ciclo seguinte,
pois os rizomas subsuperficiais que ficam no solo são capazes de rebrotar para
cobrir novamente o solo.
Figura 20 – Placa padrão de colheita (esquerda) e placa desuniforme (direita).
29
30
Áreas de colheita com muita umidade refletem em quebra de placas e
assim diminui o rendimento da área, bem como excesso de peso nos caminhões
que realizam o transporte da grama.
Atendendo os pré-requisitos, a área é liberada para colheita. Mais de uma
área, da mesma espécie deve ser liberada para colheita, uma vez que a área em
colheita pode não atender algum parâmetro, tendo assim outra como reserva.
Para melhor controlar a umidade das áreas de colheita, as mesmas devem ser
irrigadas um dia antes da colheita, com lâmina não superior a 10 mm, salvo
exceções em caso de chuva. Precipitações acima de 7 mm, na propriedade,
inviabilizam a colheita.
O processo de pesagem da placa consiste na pesagem de, no mínimo, 30
placas separadas aleatoriamente durante a formação do palete, realizada nos
primeiros minutos da colheita. O peso médio é informado ao Gerente de
Produção e ao setor de logística.
Outros processos são realizados durante a colheita, de responsabilidade
do operador da colhedora, como a contagem de placas quebradas e conferência
do número de placas do palete. A troca da lâmina de corte é realizada duas
vezes por dia. Lâminas sem poder de corte afetam a integridade das placas.
Todas as atividades realizadas, bem como a contagem de placas quebradas de
cada palete são contabilizadas e documentadas em uma planilha de colheita,
onde consta o nome da área, os funcionários envolvidos, atividades de
manutenção, qualidade da roçada, qualidade da placa, bem como todos os
horários de cada operação.
Devemos atentar a um detalhe em relação à espécie a ser colhida. Como
já foi mencionado, o hábito de crescimento das espécies de grama pode ser
estolonífero ou estolonífero e rizomatoso. Espécie de crescimento unicamente
estolonífero, caso da grama São Carlos, a operação de colheita deve deixar
material propagativo para a próxima colheita, ou seja, um filete de grama (Figura
21). Para as outras espécies, os filetes são indesejáveis, retirando toda a grama
possível.
30
31
Figura 21 – Filetes de propagação em grama São Carlos.
5.7.2. Colheita de BIG ROLL e SPRIGGING
Assim como a colheita de placas, a colheita em BIG ROLL (Figura 22)
atende aos parâmetros de umidade e integridade da “placa” que é contínua e
enrolada (Figura 23). São de importância os parâmetros como umidade do solo,
altura de corte da grama e uniformidade do solo do rolo
Na colheita de mudas sprigging, o parâmetro mais importante é a
umidade do solo, e neste caso, quanto menor for a umidade, melhor a qualidade
da muda para venda em caixas (Figura 24).
31
32
Figura 22 – Colheita de Big Roll, Bermuda TifWay 419.
Figura 23 – Instaladora de Big Roll Brouwer
Figura 24 – Conjunto de colheita Sprigging.
32
33
O estagiário teve participação na colheita, como verificação de qualidade
de placas, altura de corte, altura da grama (parte aérea), contagem de paletes,
auxílio em casos de necessidade de manutenção da colhedora bem como
solução de imprevistos que casualmente ocorriam durante a colheita.
5.8. COMERCIALIZAÇÃO
Todos os parâmetros citados, desde a implantação do gramado comercial
até a colheita, refletem na qualidade do produto final e sua comercialização.
Considerando que não há comercialização sem as etapas anteriores, o
estagiário participou também da comercialização.
Como produtos da empresa, destacamos a venda de grama em placas
(leivas), em rolos, chamada de BIG ROLL, e caixas de mudas sprigging.
As leivas são colhidas de forma mecanizada, padronizadas com 61 x 41
cm, facilitando a sua conferência, transporte e instalação. A grama é colhida e
organizada em paletes (palete com padrão brasileiro 1 x 1,20m) contendo 245
leivas, 240 da venda e 5 extras, totalizando 60 m2 por palete (Figura 25)
Figura 25 – Palete padrão e Placa padrão de grama São Carlos.
33
34
A tecnologia BIG ROLL, introduzida no Brasil pela Green Grass, consiste
na comercialização de rolos contínuos de grama, com dimensões de 0,8 x 40 m
(32m2).
São indicados para áreas acima de 5 mil m2, com 90% de eliminação de
emendas e rendimento de plantio de até 3 mil m2 por dia. Outra grande
vantagem do sistema é a rápida consolidação do gramado, com condições de
jogo em até 15 dias após conclusão.
A comercialização de mudas sprigging (Figura 26) é realizada em caixas,
colhidas mecanicamente e embaladas manualmente, com padão de 83 x 60 x 86
cm, sendo recomendadas para 300 a 400 m2. Áreas plantadas com esse
sistema estão fechadas em até 90 dias, desde que bem manejadas.
As caixas seguem os mesmos padrões de colheita e plantio sprigging
para gramados comerciais.
Figura 26 – Caixa de mudas de Bermuda 419 TifWay para comercialização.
34
12. CONCLUSÕES
O estágio realizado na Green Grass permitiu um grande aprofundamento do
conhecimento teórico prático nas áreas relativas à produção e comercialização de
gramas. Foi possível compreender todos os processos fundamentais de toda a cadeia
produtiva.
Outro aprendizado muito importante foi o trabalho em grupo e o gerenciamento
do quadro de funcionários, delegação de funções e otimização da mão-de-obra. Tais
fatores não são explanados durante o decorrer da graduação e refletem diretamente na
formação de um profissional competente e de sucesso, bem como no sucesso da
empresa empregadora.
Em relação aos conhecimentos utilizados no decorrer do estágio, podemos
concluir que a base fornecida durante a graduação é, sem dúvida, de grande qualidade.
A produção de gramas esportivas e ornamentais se mostra em grande
expansão, estimulada pela realização da Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de
2016, mas principalmente pelo crescimento econômico do País. Tal expansão deve ser
atendida com pesquisas e qualificação de mão-de-obra, atualmente, ambas em falta.
13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEARD, J.B. Na assessment of water use by turfgrasss. Turfgrass Water Conservation.
Univ.
of
California
Division
of
Agriculture
&
Natural
Resources,
1985.
http://www.turgrasssod.org/trc/statiscs.html (acesso em 24/01/2012 às 19:30).
BOWMAN, D.C., CHERNEY, C.T., RUFTY JUNIOR, T.W. Fate and transport of nitrogen
applied to six warm-season turfgrasses. Crop Science.,v.42, p.833-841, 2002.
BUSEY, P., B. J. MYERS. 1979. Growth rates of turfgrass propagated vegetatively.
Agron. J. 71:817-821
CHRISTIANS, N.E. Fundamental of turfgrass management,Chelsea, MI: Arbor Press,
1998, 301p.
CARROW, R.N.; WADDINGTON, D.V.; RIEKE, P.E. Turfgrass soil fertility and chemical
problem: assessment and management. Chelsea, MI: Ann Arbor Press, 2001,. 400 p.
GURGEL, R. G. A. Principais Espécies e Variedades de Grama.. I Sigra - Simpósio
Sobre Gramados - Produção, Implantação e Manutenção., Botucatu, Sp, n. , p.19-40, 29
ago. 2003.
GODOY, Leandro J. Grava de; BÔAS, Roberto Lyra Villas. Nutrição e Adubação para
Gramados. I Sigra - Simpósio Sobre Gramados - Produção, Implantação e Manutenção.,
Botucatu, Sp, n. , p.114-125, 29 ago. 2003.
HENRIQUES, Ernesto Siqueira. Pincipais pragas, doenças e plantas daninhas dos
gramados cultivados. I Sigra - Simpósio Sobre Gramados - Produção, Implantação e
Manutenção, Botucatu, Sp, n. , p.48-55, 29 ago. 2003.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE Cidades. Censo Demográfico
2010. www.ibge.gov.br (acesso em 22/02/2012, às 00:00)
KUHN, Maristela Pereira de Souza. Pincipais plantas daninhas em gramados. II Sigra Simpósio de Gramados - Manejo de Gramas Na Produção e em Gramados Formados,
Botucatu, Sp, n. , p.1-15, 20 ago. 2004.
PMSAP. Prefeitura de Municipal de Santo Antônio da Patrulha. Site Municipal, 2012.
http://www.santoantoniodapatrulha.rs.gov.br/prefeitura/
(acesso
em
10/04/2012,
às
12:00)
RICHARDSON,
M.D.
Fertilization
for
turfgrass
Disponível
http://www.aflslab2.uark.edu/data/hort2303/2303%20PPT%202002/
em:
6Fertilization.ppt
(acesso em 23/03/2012 às 01:35).
STRECK, E. V., et al. Solos do Rio Grande do Sul. 2ª.ed. Porto Alegre: EMATER/RS,
2008. 222 p.
TPI.
Turfgrass
Producers
International
-
Benefits
of
Turfgrass
Panel
–
http://www.turfgrasssod.org/ (acesso em 15/03/2012, às 19:34)
USDA. United States Department of Agriculture – Census of Agriculture, 2010.
www.agcensus.usda.gov/index.php (acesso em 12/03/2012, às 19:00)
ZANON, M. E., O mercado de gramas no Brasil, cadeia produtiva, situação atual e
perspectivas. I SIGRA – Simpósio Sobre Gramados – “Produção, Implantação e
Manutenção”. Botucatu, SP. 2003, Pag 7.
Download

Green Grass Comercial de Gramas e Serviços Ltda.