UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE AGRONOMIA AGR 99003 – ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO Leonardo Ranft Becker 00149995 Green Grass Comercial de Gramas e Serviços Ltda. Porto Alegre, Abril de 2012. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE AGRONOMIA AGR 99003 – ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO Leonardo Ranft Becker RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO Orientadora: Engª Agrª MScª Denise Gauland Tutor: Drº Engº Agrº Gilmar Schafer Comissão de estágios: Profº. Elemar Antonino Cassol - Depto. de Solos - Coordenador Profº. Fábio de Lima Beck – Núcleo de Apoio Pedagógico Profº. José Fernandes Barbosa Neto – Depto. Plantas de Lavoura Profº. Josué Sant’Ana – Depto. de Fitossanidade Profº. Lair Angelo Baum Ferreira – Depto. de Horticultura e Silvicultura Profª. Lucia Brandão Franke – Depto. de Plantas Forrageiras e Agrometeorologia Profª. Mari Lourdes Bernardi - Depto. de Zootecnia Porto Alegre, Abril de 2012. ii AGRADECIMENTOS Aos professores da Faculdade de Agronomia pelos ensinamentos passados ao longo do curso de Graduação. Ao meu Tutor: Drº Engº Agrº Gilmar Schafer, pela orientação. Ao proprietário da Green Grass, Marcelo Lara Matte, pela presença durante o estágio e confiança em mim depositada. Ao meu irmão, Fernando, pelo abrigo durante o período. Aos amigos Maurício e Itamar, pelo companheirismo durante a realização do estágio. iii APRESENTAÇÃO O presente relatório visa descrever as atividades realizadas durante o período de estágio curricular obrigatório realizado na empresa Green Grass Comercial de Gramas e Serviços Ltda. São abordados todos os aspectos relacionados ao cultivo de gramados comerciais no Rio Grande do Sul, desde o preparo do solo até a comercialização do produto final. A escolha do local de realização do estágio dá-se pelo franco crescimento do setor agrícola responsável pela produção e comercialização de gramas, com grande foco na produção de gramados esportivos no País, em breves oportunidades para a Copa do Mundo em 2014 e Olimpíadas em 2016, não somente pelos campos esportivos, mas também pela infra-estrutura que engloba tais eventos. iv SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1 2. DESCRIÇÃO DO MEIO FÍSICO E SÓCIO-ECONÔMICO SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA, RS. ............................................................ 3 2.1. Histórico................................................................................................ 3 2.2. Localização ........................................................................................... 3 2.3. Vegetação............................................................................................. 3 2.4. Clima..................................................................................................... 3 2.5. Geomorfologia e Solos da Região ........................................................ 4 2.6. Economia.............................................................................................. 4 3. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE REALIZAÇÃO DE ESTÁGIO GREEN GRASS COMERCIAL DE GRAMAS E SERVIÇOS LTDA.................... 5 4. REFERENCIAL TEÓRICO PRINCIPAIS ESPÉCIES E VARIEDADES DE GRAMA .................................. 6 4.1. Nomenclatura e Classificação .............................................................. 6 4.2. Principais gramas de clima quente. ...................................................... 8 4.2.1. Zoysias – Zoysia spp............................................................... 8 4.2.1.1. Zoysia japonica Steud. .............................................. 8 4.2.1.2. Zoysia matrella (L.) Merr. – Mini Zoysia .................... 9 4.2.2. Bermudas – Cynodon spp. L.C.Rich ....................................... 10 4.2.3. São Carlos – Axonopus compressus Chase ........................... 12 5. ATIVIDADES REALIZADAS NO ESTÁGIO........................................................ 13 5.1. IMPLANTAÇÃO DE GRAMADO COMERCIAL..................................... 13 5.1.1. Preparo do Solo ...................................................................... 13 5.1.2. Plantio Sprigging ..................................................................... 15 5.1.3. Irrigação pós-plantio................................................................ 16 5.2. ADUBAÇÃO E CALAGEM.................................................................... 17 5.3. IRRIGAÇÃO.......................................................................................... 18 5.4. ROÇADA .............................................................................................. 20 v 5.5. DESCOMPACTAÇÃO .......................................................................... 24 5.6. CONTROLE DE INVASORAS, PRAGAS E DOENÇAS ....................... 25 5.6.1. Invasoras................................................................................. 25 5.6.2. Pragas e Doenças................................................................... 27 5.7. COLHEITA............................................................................................ 28 5.7.1. Colheita de Placas .................................................................. 28 5.7.2. Colheita de BIG ROLL e SPRIGGING .................................... 31 5.8. COMERCIALIZAÇÃO ........................................................................... 33 6. CONCLUSÃO..................................................................................................... 35 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 36 vi LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Esquema com estolão e rizoma ................................................................ 7 Figura 2 – Zoysia japonica Steud – Esmeralda .......................................................... 8 Figura 3 – Zoysia matrella (L.) Merr. – Mini Zoysia .................................................... 9 Figura 4 – Cynodon dactylon x transvaalensis – Bermuda Híbrida ............................10 Figura 5 – Axonopus affinis Chase – grama São Carlos. ...........................................12 Figura 6 – Arrastão e Plaina Boelter – Campo suspenso da PUC, Porto Alegre........13 Figura 7 – Mudas sprigging de grama São Carlos. ....................................................14 Figura 8 – Colheita de mudas sprigging (Green Grass). ............................................15 Figura 9 – Grade para plantio sprigging. ....................................................................15 Figura 10 – Calagem em cobertura após descompactação. ........................................17 Figura 11 – Pivô Central...............................................................................................18 Figura 12 – Scalping em Bermuda 419. .......................................................................20 Figura 13 – Thatch (Advanced Turfgrass Management, 2012). ...................................21 Figura 14 – Conjunto de roçada – trator com pneus tipo balão e roçadeira Progressive................................................................................................21 Figura 15 – Progressive TDM–15 (Progressive Turf Equipment Ltd., 2012). ...............22 Figura 16 – Roçadeiras Lavrale e Tatu ........................................................................22 Figura 17 – Agri–vator descompactador (First Products AGRI–vator, 2012)................23 Figura 18 – Conjunto de colheita Brouwer....................................................................26 Figura 19 – Área em teste de colheita..........................................................................27 Figura 20 – Placa padrão de colheita (esquerda) e placa desuniforme (direita)...........28 Figura 21 – Filetes de propagação em grama São Carlos. ..........................................29 Figura 22 – Colheita de Big Roll, Bermuda TifWay 419. ..............................................30 Figura 23 – Instaladora de Big Roll Brouwer ...............................................................30 Figura 24 – Conjunto de colheita Sprigging..................................................................30 Figura 25 – Palete padrão e Placa padrão de São Carlos. ..........................................31 Figura 26 – Caixa de mudas de Bermuda 419 TifWay para comercialização. .............32 vii LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Altura e freqência de corte de diferentes espécies de grama................... 21 Tabela 2 – Principais espécies de plantas invasoras de acordo com Kuhn (2004) ........................................................................................................ 26 viii 1. INTRODUÇÃO O cultivo de grama no Brasil inicia-se por volta de 1974, quando o Engenheiro Agrônomo Minoru Ito retornou dos EUA com técnicas de produção de gramados. Associou-se a uma empresa de jardinagem e paisagismo, fundando a Itograss e lançando no mercado as primeiras gramas cultivadas, chamadas zoysia ou grama coreana. Dentre os maiores produtores mundiais, em primeiro os EUA, com aproximadamente 172 mil ha (USDA, 2007) seguido do Canadá, Austrália e Inglaterra. Com a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, o mercado de gramas que já era aquecido, conta com um novo estímulo, levando em consideração o grande número de estádios e campos de treinamento. No Brasil são cultivados mais de 17 mil hectares, com expansão de 10 mil hectares em seis anos, movimentando aproximadamente US$53 milhões (Zanon, 2003). Os Estados com maior participação na produção de grama são São Paulo e Paraná, com mais de 7 mil ha plantados, seguidos de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Mato Grosso e outros estados do Nordeste do país (Zanon, 2003). Em relação aos mercados consumidores, destacam-se áreas esportivas (futebol, polo e golfe), obras públicas, parques e jardins residenciais. A área esportiva foi responsável por 20 a 25% do total de grama consumida nos últimos anos, sendo este aumento atribuído em grande parte á campos de golfe, que utilizam aproximadamente 50 ha de grama por campo (Zanon, 2003). De acordo com o Turfgrass Producers International (2012), em tempos de atenção com o aquecimento global, poluição do ar e preocupações com a emissão de carbono, a utilização de gramados fornece benefícios ambientais, econômicos e de saúde, para mitigar tais efeitos. Bem manejado, um gramado se torna um local seguro e agradável para lazer e prática de esportes. Conforme Turfgrass Producers International (2012), o gramado bem manejado promove a liberação de oxigênio (cerca de 58m² de grama liberam, por dia, oxigênio suficiente para uma pessoa); reduz a 2 temperatura ambiente (redução de até 16oC quando comparado com o asfalto e 7,8oC comparado com solo exposto); reduz a emissão de CO2 (absorve grande quantidade de CO2 para realizar fotossíntese durante o ano todo) atenuando o efeito estufa e controla a poluição do solo, uma vez que a rizosfera atua como filtro, absorvendo substâncias que poderiam chegar a córregos e lençol freático. Os gramados também são utilizados para controle de erosão hídrica e eólica do solo, pela redução da velocidade do escoamento superficial, auxiliando na infiltração da água da enxurrada, sendo seis vezes mais efetivos em infiltrar a água da chuva que uma lavoura de trigo e quatro vezes mais que uma lavoura de feno (Beard, 1985). A quantidade de sedimentos perdidos de área gramada é dez vezes menor do que a cobertura por palha. Além do que um gramado bem cuidado pode elevar valorizar o preço de um imóvel em até 15% (TPI, 2012). O presente relatório tem por objetivo descrever as principais atividades relacionadas à produção e comercialização de gramas no Rio Grande do Sul. 2 3 2. DESCRIÇÃO DO MEIO FÍSICO E SÓCIO-ECONÔMICO DA REGIÃO DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO - SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA, RS. 2.1. Histórico Santo Antônio da Patrulha é um dos quatro primeiros Municípios do Rio Grande do Sul, com emancipação em 3 de abril de 1811. Simultaneamente, Rio Grande, Rio Pardo e Porto Alegre, receberam a mesma condição formando assim os quatro municípios mais antigos do Rio Grande do Sul (PMSAP, 2012). 2.2. Localização Distante 76 km da capital Porto Alegre, Santo Antônio da Patrulha localiza-se a 29º49’03” de latitude sul e 50º31'11" de longitude oeste, a uma altitude média de 131 metros e área de 1069,3 km², pertencendo a duas bacias hidrográficas, a dos Sinos e do Gravataí (PMSAP, 2012). Os limites do Município são: ao Norte com Rolante e Riozinho, ao Sul com Viamão e Capivari, a Leste com Osório e Caraá e, a Oeste com Taquara, Glorinha e Gravataí (PMSAP, 2012). 2.3. Vegetação Fazem parte da vegetação do município os Biomas Pampa, localizado nas partes planas a sudoeste e Oeste, e Mata Atlântica nas áreas Norte, Leste e Sul do Município (PMSAP, 2012). 2.4. Clima Segundo Koppen, o clima é temperado úmido com verão quente (Cfa), de temperatura média anual de 20°C, com média das temperaturas máximas de 23,8°C, e a média das mínimas de 15,4°C. A temperatura máxima absoluta observada foi de 38,4°C e a mínima de 0°C. Quanto ao regime de chuvas a 3 4 precipitação média em torno de 1800 a 1900 mm, sendo o mais chuvoso o mês de setembro e abril/maio os meses de menor precipitação (PMSAP, 2012). 2.5. Geomorfologia e Solos da Região O município de Santo Antônio da Patrulha está situado na região fisiográfica da encosta inferior do nordeste. Os solos do Município apresentam como material de origem rochas basálticas e areníticas. Segundo Streck et al. (2008), na região do município, ocorrem solos das classes: Argissolos, Chernossolos, Planossolos e Neossolos. Os Planossolos, de maior importância pela localização da propriedade, são solos imperfeitamente ou mal drenados, encontrados em áreas de várzea, em relevos planos a suave ondulados. Os horizontes superficiais são arenosos com passagem abrupta para o horizonte Bt, que é bem mais argiloso e adensado ou H-C (Streck et al., 2008). 2.6. Economia A orizicultura é cultivada nas várzeas em escala extensiva e com alta tecnologia, sendo responsável por uma significativa parcela na geração de ICMS. Nos últimos anos a cultura da soja vem expandindo sua área cultivada pela valorização de seu preço em detrimento do preço do arroz. Na região serrana, distribuída em minifúndios, desenvolvem-se outras culturas tais como o feijão, milho, fumo, cana de açúcar e mandioca (IBGE, 2012). Na pecuária, a criação de bovinos, devido a condições climáticas favoráveis, destaca-se como uma atividade econômica importante (IBGE, 2012). A indústria metal-mecânica alicerçou-se no município através da IMAP e da MASAL (indústria de implementos agrícolas) que provocaram a criação de uma série de outras pequenas indústrias que geram empregos e asseguram uma expressiva fatia da arrecadação de ICMS do município (IBGE, 2012). A produção de produtos culturais da região, como a cachaça, rapadura e o melado, reconhecidos e consumidos em todo o Brasil (IBGE, 2012). 4 5 3. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO - GREEN GRASS COMERCIAL DE GRAMAS E SERVIÇOS LTDA. Com maior demanda e oferta de gramados comerciais localizados na região sudeste, principalmente São Paulo e Paraná, verificou-se um nicho de mercado para toda a região Sul do país, onde se encontravam apenas pequenos produtores extrativistas e com baixa qualidade. Em 1990, o atual proprietário da Green Grass iniciou sua produção de gramas no município de Alvorada – RS, com aproximadamente 25 ha, expandindo até 80 ha no final da década. Posteriormente, retraiu a área de produção em Alvorada para 25 ha, por dificuldades de arrendamento. No ano de 2000, realizou-se a compra da área atual da sede da empresa, localizada no município de Santo Antônio da Patrulha – RS, num total de 220 ha, dos quais 180 ha são cultivados atualmente. Com o encarecimento do frete (totalmente rodoviário) as vendas de grama para campos de golfe em São Paulo e Paraná se tornaram inviáveis. Culminando com a ampliação do mercado consumidor e juntamente com a qualidade já conhecida dos produtos Green Grass, a empresa inicia uma unidade de produção em 2002, localizada em São José dos Campos - SP, com aproximadamente 20 ha e posteriormente outra unidade próxima, totalizando atualmente 300 ha. Outras oportunidades de expansão da produção foram concretizadas com a aquisição de terras em Saquarema – RJ, com 180 ha, onde 80 ha são cultivados, os quais iniciaram colheita em março de 2012. A unidade de produção de Santo Antônio da Patrulha, local de realização do estágio, apresenta todos os equipamentos e mão-de-obra para a produção de grama, tanto para jardins quanto para gramados esportivos e assim atender a crescente demanda do mercado local. 5 6 4. REFERENCIAL TEÓRICO - PRINCIPAIS ESPÉCIES E VARIEDADES DE GRAMA 4.1. Nomenclatura e Classificação Com mais de 10.000 espécies, as gramíneas dispersas pelo mundo são de grande importância, servindo para a alimentação humana, como o arroz, trigo, milho; energia como a cana-de-açúcar; e alimentação animal como as brachiarias. O termo grama tem sua origem na denominação de uma família botânica que engloba inúmeras espécies (Gurgel, 2003). Reino Plantae Superdivisão: Spermatophyta Divisão: Magnoliophyta Classe: Liliopsida Subclasse: Commelinidae Ordem: Poales Família: Poaceae Basicamente, pode-se classificar as gramas em dois grandes grupos: gramas de clima quente e gramas de clima frio, sendo o primeiro o mais importante no país. Gramas de clima quente caracterizam-se por não entrar em dormência em longos invernos de temperatura abaixo de zero. Possuem capacidade de se desenvolver em altas temperaturas, toleram baixas temperaturas e geadas esporádicas. Assim sendo, adaptam-se plenamente em climas sub-tropical e tropical. Existem seis espécies consideradas como as principais espécies de clima quente: Santo Agostinho – Stenotaphrum secundatum; Bermuda – Cynodon spp.; Zoysia – Zoysia spp.; Bahia ou Batatais – Paspalum notatum; São Carlos – Axonopus compressus (Gurgel, 2003). 6 7 É possível ainda dividir as gramas de clima quente em dois grandes grupos, para efeito prático: rizomatosas – onde a desenvolvimento base do vegetativo se dá a partir de rizomas subsuperficiais; estoloníferas – onde a desenvolvimento base do vegetativo se dá a partir de estolões superficiais (Figura 1). Figura 1 – Esquema com estolão e rizoma. As variedades rizomatosas possuem grande capacidade de regeneração, principalmente se a injúria for causada por tráfego excessivo. Isto ocorre, devido ao fato dos rizomas, que são à base do crescimento vegetativo, estar enterrados em sub-superfície, utilizadas em gramados esportivos, onde o tráfego é intenso, e sempre ocorrem danos superficiais. Entretanto, justamente devido a esta alta capacidade de recuperação, também são variedades altamente exigentes em manutenção, desde adubação até poda, havendo situações específicas em que a poda deve ser diária. São exemplos de gramas de clima quente rizomatosas, as variedades de Bermuda e de Zoysia. (Gurgel, 2003). As variedades estoloníferas não possuem boa capacidade de suportar tráfego intenso, uma vez que este tráfego irá danificar os estolões, que são superficiais. Não devem ser usadas em áreas de tráfego intenso. Suas folhas são geralmente mais largas, conferindo a este grupo de variedades de grama uma grande capacidade de se desenvolver bem em áreas sombreadas, com maior capacidade de realizar fotossíntese e assim tom de verde mais forte. Como exemplo de grama de clima quente estolonífera tem-se a grama São Carlos (Gurgel, 2003). 7 8 4.2. Principais gramas de clima quente. 4.2.1. Zoysias – Zoysia spp. Este gênero de gramas engloba três espécies principais: Z. japonica, Z. matrella e Z. tenuifolia. A mais conhecida e usada no Brasil é a, também conhecida como Esmeralda. A reprodução Z. japonica é majoritariamente vegetativa, podendo ser por também por sementes (Gurgel, 2003). 4.2.1.1. Zoysia japonica Steud. A grama Z. japonica (ou Esmeralda) é originária da Ásia e Japão. Principais características: perene, hábito de crescimento rizomatoso, textura das folhas fina ou média, dependendo da variedade, alta densidade mas com baixo crescimento lateral, cor verde claro, podendo chegar à um verde mais forte, bainha dobrada, com lígula frangeada e pelos de comprimento médio (Figura 2) (Gurgel, 2003). Como principal problema, pode desenvolver uma grande camada de thatch, se não manejada corretamente. Exigente em adubação nitrogenada. Difícil controle contra “invasão” de canteiros de flores. Z. japonica é uma grama de ampla adaptação às condições brasileiras, podendo ser usada de Norte à Sul, em regiões litorâneas ou nos Planaltos. Devido à sua boa capacidade de resistência ao pisoteio, foi durante muitos anos a variedade dos principais gramados Brasil, de como futebol do Maracanã, Morumbi, Mineirão e outros. Também é a espécie de grama da grande maioria dos gramados residenciais brasileiros. Devido ao seu forte sistema radicular e Figura 2 - Zoysia japonica Steud - Esmeralda 8 9 rizomas, muito resistente à seca e é bastante usada em contenção de taludes e em áreas de potenciais problemas de erosão. Adapta-se a diferentes tipos de solo, de arenosos a argilosos; exceto os solos com baixa capacidade de drenagem. Desenvolve-se bem em áreas de plena insolação, tolerando um mínimo de sombreamento. Sua altura de corte ideal é de 1,25 a 3,0 cm. (Gurgel, 2003). 4.2.1.2. Zoysia matrella (L.) Merr. – Mini Zoysia Com origem na Ásia, Japão e península coreana, algumas variedades foram introduzidas no Brasil no início do século passado, por imigrantes japoneses (Gurgel, 2003). Apresenta a maioria das características agronômicas e morfológicas da Z. japonica, porém suas folhas são mais estreitas, curtas e coriáceas, conferindo uma sensação de “espetada” ao tato (Figura 3). Outra característica peculiar desta espécie é a formação “tufos”, ou “montinhos” de grama, se não podada regularmente. Este tipo de formação é devido à sua alta densidade e crescimento rizomatoso. Seu principal problema é a sua alta densidade, que dificulta a poda, exigindo até roçadeiras helicoidais (Gurgel, 2003). Sua principal utilização é em gramados orientais ornamentais, podendo ser usada em “tees” e bordaduras de greens de campos de golfe; e até em gramados residenciais, desde de que mantida adequadamente (Gurgel, 2003). Figura 3 - Zoysia matrella (L.) Merr. – Mini Zoysia 9 10 4.2.2. Bermudas – Cynodon spp. L.C.Rich Descritas como uma das piores ervas daninhas do mundo a conhecida grama seda, mas também como sendo a planta com a maior distribuição geográfica do planeta; as gramas Bermudas prestam um grande serviço à humanidade. A alta taxa de crescimento deste gênero resulta em uma capacidade de altíssima recuperação em áreas marginais ou danificadas por tráfego excessivo. Chegou a ser demonstrado que num ambiente ideal de crescimento, temperatura, umidade e nutrição e com multiplicações freqüentes e programadas, seria possível em um ano, a partir de 1m2 de Bermuda, cobrir 50% da área do mundo (Busey e Myers, 1979). As variedades primitivas são originárias da África, de onde foram introduzidas nos EUA em 1751. Em 1920, variedades de Bermuda já eram utilizadas em gramados residenciais e em campos de golf (Gurgel, 2003). Possui hábito de crescimento estolonífero-rizomatoso, textura das folhas de fina à média, densidade alta, cor verde de intensidade moderada à verde intenso e profundo (Gurgel, 2003). Bainha dobrada, lígula frangeada com presença de pelos, e facilmente confundida com a lígula de Zoysias. Porém seus perfilhos são mais prostrados se comparados aos de Zoysias (eretos), suas folhas possuem pelos esparsos nas duas faces, enquanto as folhas de Zoysia tem mais pelos na face superior das folhas, e seus rizomas e estolões são mais macios e delicados, em oposição aos de Zoysia que são grossos, duros e pontiagudos. Reprodução vegetativa ou por sementes (Figura 4) (Gurgel, 2003). Figura 4 - Cynodon dactylon x transvaalensis - Bermuda Híbrida 10 11 As Bermudas não toleram áreas sombreadas, é altamente exigente em nutrição e umidade e manutenção (i.e. poda), exatamente devido ao seu alto potencial de recuperação e conseqüentemente de consumo. Não se desenvolve bem em áreas de má drenagem, nem em solos compactados. Também não se desenvolve bem em baixas temperaturas, passando para uma cor marrom (princípio de dormência) em temperaturas abaixo de 8 °C. Tolera apenas geadas leves, mas acaba morrendo em temperaturas abaixo de zero por muitos dias seguidos (Gurgel, 2003). As variedades são amplamente utilizadas em gramados esportivos, devido às suas características de rápida recuperação já citada. Em Campos de futebol no Brasil tem-se assistido a uma gradual substituição de Esmeralda, por variedades de grama Bermuda, principalmente híbridos. A altura ideal de corte pode variar de 2 a 25 mm (Gurgel, 2003). Existem oito espécies reconhecidas, mas apenas 3 se encaixam como variedades esportivas ou ornamentais (Gurgel, 2003): C. dactylon 2n=36 (comum, U-3) C. transvaalensis 2n=18 (Bermuda Africana) C. magenissii 2n=27 (Tifton 328, 419, Tifdwarf e outros). Híbridos interespecíficos de C. dactylon x C. transvaalensis. Os híbridos são a exata mistura das duas espécies, possuindo uma ampla faixa de largura de folhas, variação de retenção de verde no outono, rizomas e estolões, e estéreis, ou sem produção de sementes. Como exemplo, a bermuda Tifway 419 é produzida e certificada internacionalmente na Green Grass, cujas principais utilizações são em gramados esportivos. 11 12 4.2.3. São Carlos – Axonopus compressus Chase Sua mais provável origem é a América do Sul, podendo ser nativa da região Sul do Brasil (Gurgel, 2003). Apresenta hábito de crescimento estolonífero, folhas largas e pilosas, baixa densidade, cor verde brilhante, reprodução vegetativa e por sementes (Figura 5) (Gurgel, 2003). A baixa resistência ao pisoteio, má tapetes, devido estolões aos susceptíveis apodrecimento principais formação são de seus a seus problemas. Sensível a algumas doenças foliares e de solo (Gurgel, 2003). Figura 5 - Axonopus affinis Chase - grama São Carlos. Tem boa adaptação a áreas sombreadas, podendo ser usada em projetos específicos. Não se presta para gramados esportivos devido ao seu hábito estolonífero, e conseqüente baixa capacidade de regeneração a danos mecânicos. Média exigência em termos de nutrição, não se adapta a solos pesados e mal drenados. De ciclo perene, sua altura ideal de poda deve ser mantida em torno de 3 a 4 cm (Gurgel, 2003). 12 13 5. ATIVIDADES REALIZADAS NO ESTÁGIO 5.1. IMPLANTAÇÃO DE GRAMADO COMERCIAL. 5.1.1. Preparo do Solo A constante renovação de áreas de cultivo, na propriedade, proporcionou ao estagiário o acompanhamento e participação nas atividades de organização e execução de implantação de gramados comerciais. A implantação correta de um gramado comercial é de grande importância, pois evita perdas na colheita, diminui o tempo de fechamento do gramado, melhora o acabamento final da leiva, rende mais cortes e facilita a renovação da área. A seguir estão descritos as etapas bem como doses de insumos aplicados no processo. Inicialmente, deve-se delimitar a área desejada ou possível, com levantamento topográfico, para nivelamento, abertura das valas e conhecimento das medidas, a fim de melhorar o controle das demais técnicas de manejo. Também é realizado o caminhamento da área, identificando as partes que devem receber aterro e as partes que devem ceder aterro, devidamente embandeiradas. A primeira fase consiste na diminuição do banco de sementes do solo, com aplicação de herbicidas de ação total nas áreas em questão. O número de aplicações dependerá de quão infestada a área se encontra, época do ano e condição de umidade do solo no caso de herbicidas pré-emergentes. 13 14 Após a diminuição do banco de sementes, é iniciado o processo de demarcação da área e abertura das valas de drenagem e nivelamento em si, realizado com implementos tratorizados, conhecidos como “scraper” e niveladora Boelter. A figura 6 ilustra os implementos anteriormente citados. Figura 6 – Arrastão e Plaina Boelter – Campo suspenso da PUC, Porto Alegre-GreenGrass A fase de nivelamento consiste em duas etapas. A primeira realiza um trabalho grosseiro, movimentando solo das partes mais altas para as mais baixas. Com a etapa anterior concluída, a niveladora Boelter permite a utilização de nivelamento com auxílio de raio laser, controlando o acionamento hidráulico do trator automaticamente e assim facilitando o processo. A declividade final é de 0,5% para cada lado da área, no sentido do maior comprimento. Nas partes próximas às valas, onde o solo é rebaixado e assim compactado, a passagem de grade niveladora era realizada, facilitando assim o nivelamento das laterais. Com a segunda etapa no nivelamento concluída, é feita a calagem (PRNT 95%, 300kg/ha) e adubação de base (fosfato natural reativo, P2O5 reativo total 29%, cálcio 35%, 120kg/ha) e incorporação com grade niveladora fechada. Por fim, um arrastão dá um acabamento na área, nivelando pequenas depressões e rolo compactador para suavizar eliminar torrões. 14 15 5.1.2. Plantio Sprigging Como a maioria das espécies apresenta sementes inviáveis, de maneira geral, a propagação vegetativa é adotada na implantação de gramados comerciais. O plantio sprigging consiste no plantio de pequenas mudas (“sprig”, ramo em inglês) colhidas mecanicamente e com plantio manual ou mecânico (Figura 7). Este sistema é Figura 7 – Mudas sprigging de grama São Carlos. indicado para plantio de campos de golfe, polo, centros esportivos e grandes áreas (maiores que 20 mil m²), com rendimento variando de 700 a 1000m² para cada metro cúbico de muda. Como vantagens do sistema, encontram-se a grande redução nos custos de implantação, por ser totalmente mecanizado (alto rendimento operacional de plantio, com até 5 ha/dia considerando colheita e plantio); uma alta densidade de plantio de mais de 600.000 mudas/ha; fechamento da área plantada em até 60 dias. A coleta das mudas pode ser realizada com até três dias de antecedência, em área previamente escolhida, livre de invasoras, insetos e doenças. Outra vantagem do sistema é o aproveitamento de áreas impróprias para colheita em leivas, como cabeceiras e áreas com fechamento imperfeito. O plantio preferencialmente, dever em ser, temperaturas amenas, evitando horários de sol pleno no verão (Figura 8). Plantios sprigging Figura 8 – Colheita de mudas sprigging (Green Grass). de inverno são inviáveis na região Sul do Brasil. 15 16 O principal cuidado no plantio sprigging é a profundidade dos discos de corte do solo, que não devem ser demasiadamente superficiais e assim facilitam a lavagem das mudas pela irrigação ou chuva forte. É indicado em torno de 5 cm de profundidade. Após o plantio com a máquina específica, uma grade com discos planos e perpendiculares e rolo compactador é utilizada para reforçar o enterramento das mudas (Figura 9). A operação de plantio poder ser realizada manualmente, espalhando as mudas na preparada superfície com previamente auxílio de garfos manuais ou até mesmo as mãos, deixando coberta. a Após espalhamento área o das uniformemente processo de mudas, é Figura 9 – Grade para plantio sprigging. fundamental a ocorrência de uma gradagem leve para o enterramento das mudas. 5.1.3. Irrigação pós-plantio Após qualquer tipo de plantio, a irrigação é fundamental a fim de eliminar os espaços entre as raízes das mudas e o solo e com isso acelerar o processo de pega das mudas. Imediatamente após o término do plantio é aplicada uma lâmina de 10 mm de água, diariamente, nas duas primeiras semanas após o plantio. Com o desenvolvimento do gramado, são necessárias de duas a três irrigações semanais, variando de 10 a 15 mm conforme condições ambientais como precipitação e temperatura. É recomendada a instalação prévia de sistema de irrigação. 16 17 5.2. ADUBAÇÃO E CALAGEM Durante o período de trabalho na propriedade, o estagiário teve oportunidade de acompanhar, auxiliar e executar operações de adubação e calagem, como cálculo de doses, calibragem de equipamentos e auditorias sobre os procedimentos de aplicação. Em sistemas de produção de gramas, a retirada de nutrientes do local é grande, pois, além dos nutrientes extraídos pelas plantas, uma parte dos nutrientes contidos numa camada mais superficial também é retirada da área. Portanto, estes solos podem ter sua fertilidade reduzida se não for realizada uma reposição adequada de nutrientes que vise atender a demanda das plantas para a produção do tapete e manter um nível adequado de fertilidade do solo (Godoy e Villas Bôas, 2003). Dos macronutrientes o nitrogênio é o nutriente requerido em maiores quantidades pelas gramas (Bowman et al., 2002). Doses maiores de N e maior freqüência de aplicação podem reduzir o tempo de produção da grama, entretanto, doses excessivas promovem o crescimento da parte aérea em detrimento do sistema radicular, reduzindo a capacidade do tapete de ser manuseado após o corte (“liftalility”) (Christians, 1998; Carrow et al., 2001). A importância do fósforo para o crescimento de raízes é bem conhecida e gramas desenvolvidas em solos deficientes em P são incapazes de produzir sistema radicular bem desenvolvido (Christians, 1998), refletindo no fechamento do gramado e na qualidade da leiva. Ao contrário do nitrogênio e do fósforo, o potássio não é um nutriente que proporcione aumentos no crescimento vegetativo da parte aérea ou das raízes, nem uma melhor coloração, que são efeitos bem visíveis em gramados, mas está relacionado aos mecanismos de estresse da planta. Por este motivo, muitas vezes não são observados efeitos da aplicação de potássio em gramados, embora possa aumentar a produção de carboidratos, aumentar a resistência ao estresse e aos patógenos (Christians, 1998). Todos estes efeitos do potássio 17 18 são explicados pela principal função do K na planta: é o principal regulador da abertura e fechamento dos estômatos das folhas. Na propriedade onde foi realizado o estágio, a adubação de cobertura é realizada a lanço, com adubadeira centrífuga, 24 metros de largura útil. A aplicação é realizada mensalmente no verão – período de maior crescimento com doses de 130 kg ha-1 de adubo formulado 20-10-20 (NPK) e 140 kg ha-1 de uréia. As quantidades de calcários a serem aplicadas devem ser baseadas na saturação por bases do solo e saturação ideal para a cultura, levando em conta a eficiência do calcário. Para as gramas em geral recomenda-se que a saturação por bases seja elevada a 60 ou 70%. Em geral, as espécies cultivadas na propriedade apresentam pH ótimo de Figura 10 – Calagem em cobertura após descompactação. crescimento variando de 5,0 a 6,5 (Richardson, 2003). A calagem em cobertura é realizada com doses de até 1 t ha-1 após colheita e antes da operação de descompactação do solo (Figura 10), uma vez que o calcário apresenta solubilidade e mobilidade muito baixa, podendo deixar a camada superficial alcalina e assim indisponibilizando micronutrientes. 5.3. IRRIGAÇÃO No local de realização do estágio, a irrigação se dá por meio de pivôs centrais e autopropelidos. 18 19 O pivô central consiste numa tubulação com vários aspersores ou bocais, devidamente espaçados, suspensa acima da cultura por pequenas torres, providas de rodas e dispositivo motor. O equipamento funciona girando em torno de um eixo central, o pivô, irrigando uma área circular (Figura 11). Como é inteiramente automatizado, proporciona economia de mão-deobra em relação a alguns sistemas. É altamente eficiente para algumas culturas. Por outro lado, tem um custo de implantação alto, se comparado com a irrigação de superfície, e causa perdas no aproveitamento da área (cantos ou "corners" não são aproveitados). Alto custo de manutenção, encharcamento do solo (dependendo da capacidade de infiltração), a dispersão e perda de água são possíveis inconvenientes que existem com o uso de pivô central. Figura 11 – Pivô Central Os equipamentos autopropelidos são utilizados nas áreas sem irrigação fixa. Este sistema aplica a água enquanto se desloca pelo terreno. Consiste num aspersor montado sobre um chassi com rodas e que dispõe de mecanismo propulsor, o que permite o deslocamento do aparelho com a pressão da água, que vai sendo aplicada na área. Em relação à dosagem de água, é preferível aplicação de lâminas maiores (10 a 13 mm) e com maior intervalo de tempo do que lâminas menores (5 a 8 mm) e mais freqüentes, favorecendo o crescimento radicular em profundidade. Raízes profundas terão disponibilidade de água maior por terem acesso a níveis mais profundos e úmidos, sendo mais resistentes à secas e dias 19 20 quentes que secam rapidamente a superfície. No verão, a irrigação se da diariamente, seguindo os parâmetros acima citados e a precipitação. O estagiário teve oportunidade de operações simples em pivô central, como acionamento, programação e manutenção em tais equipamentos, bem como em autopropelidos. 5.4. ROÇADA Sem sombra de dúvida, o corte do gramado é a operação de manutenção mais importante. Um corte correto em operação e freqüência proporciona uniformidade no gramado, favorece a densidade de plantas e crescimento horizontal, evita acamamento e emissão de pendão, assim conferindo um gramado fechado, verde e agradável em visual e textura. A eficiência do processo se dá pela freqüência dos cortes e pela altura de corte e estes dependem da espécie, época do ano, regime de irrigação, adubação e máquinas adequadas. Cortes com menor frequência farão grande remoção de área foliar, causando um choque fisiológico na planta, formando áreas branqueadas (sem folha, chamado “scalping”), ou opacas, diminuindo a fotossíntese e a capacidade de absorção dos nutrientes pela planta, diminuindo reservas do sistema radicular. Também provocará o aumento de aparas criando condições favoráveis a doenças e insetos. Excesso de fertilidade, calor e água levarão à necessidade de maior freqüência de cortes. Caso a intenção seja menor freqüência de corte no verão, deve-se diminuir o nível de adubação e a freqüência da irrigação, ou então, usar gramas de crescimento lento como as Zoyzias. A altura de corte também merece atenção. Deve-se respeitar a “one third rule” ou seja, a regra do 1/3, onde nunca deve-se cortar mais que 1/3 da altura do gramado. Respeitando esta regra, após o corte ainda mantém-se área foliar fotossinteticamente ativa e ainda evita-se o “scalping” do gramado. 20 21 Ainda a cerca da regra do 1/3, quando seguida corretamente, as aparas da grama cortada não necessitam ser recolhidas, devolvendo fertilidade ao solo. Na Tabela 1 são apresentados parâmetros de altura de corte e frequência de algumas espécies. Tabela 1 – Alltura e frequência de corte de diferentes espécies de grama. Características gerais Altura de corte Freqüência de corte Verão Inverno Esmeralda e Mini Zoysia 2,5 a 5 cm São Carlos Bermuda Tifway 2,5 a 5 cm 1,5 a 3 cm 2 vezes por semana 1 vez por semana 1 vez por semana 2 vezes por mês 2 vezes por semana 2 vezes por semana Com relação aos defeitos da roçada, o “scalping” ou seja, excesso de área foliar retirada, prejudicando a fotossíntese, retardando crescimento e afetando o visual do gramado (Figura 12). Figura 12 – Scalping em Bermuda 419. Outro defeito relacionado à roçada é a formação do “thatch” (Figura 13). Gramados intensamente manejados sempre desenvolvem uma camada de material vegetal (raízes, rizomas, folhas, etc.) sob a superfície do solo chamada de colchão ou “thatch” (Figura 13). 21 22 A formação desta camada está diretamente ligada ao programa de adubação do gramado (excesso de N), crescimento acelerado e roçadas atrasadas, com grande formação de aparas. Quando não recolhidas, essas aparas são lavadas pela chuva e se depositam sobre o solo e abaixo das folhas. O colchão pode prejudicar a drenagem e translocação de nutrientes, favorece a ocorrência de doenças, pragas e até a morte do gramado por abafamento (Christians, 1998). A umidade do solo também deve ser considerada. Deve-se evitar a roçada em áreas encharcadas, a fim de Figura 13 – Thatch (Advanced Turfgrass Management, 2012). não marcar a área e compactar o solo. Na propriedade, as áreas de colheita são roçadas sempre no dia anterior à colheita, evitando contratempos e mantendo a qualidade do produto entregue aos clientes. Em relação aos equipamentos utilizados pode-se citar a roçadeira Progressive TDM-15, Lavrale e Tatu faca simples. Todos são tratorizados e equipados com pneu tipo balão (Figura 14), Figura 14 – Conjunto de roçada – trator com pneus tipo balão e roçadeira Progressive. 22 23 A roçadeira Progressive TDM-15, importada, é constituída por três plataformas móveis, de três lâminas cada e largura útil de 4,5 metros (Figura 15). A altura de corte varia entre 13 e 100 mm com rendimento operacional de até 4 ha/hora, dependendo Figura 15 – Progressive TDM-15 (Progressive Turf Equipment Ltd., 2012). da altura da grama. Na propriedade onde o estágio foi realizado, a Progressive é destinada a áreas com grama fechada e áreas de colheita. A altura de corte é de 30 mm, proporcionando um gramado verde e uniforme. As roçadeiras Lavrale e Tatu (Figura 16) são destinadas a áreas abertas e para auxiliar a roçadeira Progressive quando a mesma está atrasada, por motivos de manutenção ou chuva. A roçadeira Lavrale AT 150 GR, possui três conjuntos de corte, largura útil de 1,5 m e altura de corte de 1 a 11 cm. Figura 16 – Roçadeiras Lavrale e Tatu. A roçadeira Tatu RC 1500, apresenta largura útil de 1,5 m e altura de corte de 4 a 14 cm. No terço final do período de atividades, o estagiário foi responsável pela organização geral da roçada, julgando quais eram as áreas com prioridades, 23 24 mantendo as áreas de colheita com corte adequado, manutenção dos equipamentos e escala de funcionários responsáveis pela roçada. 5.5. DESCOMPACTAÇÃO O intenso tráfego sobre as áreas, bem como as características físicas do solo são as principais causas da compactação do solo. Solos compactados afetam diretamente o crescimento radicular das plantas, infiltração de água no solo, translocação de nutrientes, refletindo no crescimento da parte aérea e assim produzindo gramados de aparência indesejável. O trabalho de descompactação do solo permite uma boa drenagem da área e um maior enraizamento. A dificuldade deste processo se dá pela cultura estar implantada na área, necessitando assim equipamento especial. A descompactação mecânica é realizada com a área parcialmente aberta, após primeira colheita, sem danificar os estolões e sempre associada com calagem de cobertura e adubação. O equipamento utilizado, chamado AGRI-Vator (Figura 17), penetra aproximadamente 16 cm no solo, atingindo a região de crescimento radicular, descompactando tal faixa com ação vibratória, possibilitando a infiltração de água, aeração do o solo e possibilitando melhor aproveitamento da calagem e Figura 17 – Agri-vator descompactador (First Products AGRI-vator, 2012). 24 25 adubação. Embora apresente largura útil de 3,60 m, é um processo que despende tempo, por exigir baixas velocidades de operação para aperfeiçoar a descompactação. Porém, é um processo muito importante e com resultados significantes. A técnica de descompactação foi realizada durante o período de estágio e possibilitou ao estagiário a verificação das condições ótimas de realização do processo bem como avaliação da eficiência e realização de auditorias. 5.6. CONTROLE DE INVASORAS, PRAGAS E DOENÇAS 5.6.1. Invasoras Consideramos como invasora toda a planta que cresce onde não é desejada. As invasoras crescem juntamente com a grama e podem implicar em perdas diretas, pela competição por água, luz, CO2 e nutrientes, também podem exercer inibição química sobre o desenvolvimento do gramado e ainda prejudica a aparência do mesmo, perdendo valor comercial (Henriques, 2003). Podemos citar três grandes grupos de invasoras: gramíneas, ciperáceas e latifoliadas. As gramíneas são as de maior dificuldade de controle e devem ser prevenidas. As ciperáceas possuem tecidos de reserva e dois meios de propagação, sexuado e assexuado, dificultando seu controle. As invasoras latifoliadas são mais facilmente controladas, com menor dano ao gramado. (Kuhn, 2004) Dentre as principais invasoras, destacam-se as listadas na Tabela 2 a seguir. 25 26 Tabela 2 – Principais espécies e plantas invasoras de acordo com Kuhn (2004). Nome científico Nome popular Poa annua Digitaria spp. Setaria glauca Setaria viridis Setaria geniculata Eleusine indica Brachiaria spp. Panicum repens Paspalum spp. pé-degalinha, bluegrass milhã, papuã, crabgrass Gramíneas setária, cola-de-gato, foxtail capim-pé-de-galinha, goosegrass braquiária, alexandergrass capim torpedo, torpedograss pensacola, batatais, bahiagrass bermuda, paulista, grama seda, bermudagrass quicuio, kikuiograss Cynodon dactylon Pennisetum clandestinum Ciperáceas Cyperus brevifolius Cyperus esculentus Cyperus rotundus Latifoliadas Soliva pterosperma Oxalis stricta Oxalis oxyptera Taraxacum sp Oenothera sp. Rumexsp. Hydrocotyle sp. Hypoxis decumbens Capim-limão, green kyllinga tiriricão, yelow nutsedge tiririca, purple nutsedge roseta, lawn burweed Falso trevo, woodsorrel língua de vaca Orelha-de-sapo, dollarweed falsa tiririca O combate às ervas daninhas consiste na adoção de certas práticas, que resultam na redução da infestação, mas não, necessariamente, na sua completa eliminação (Henriques, 2004). No caso de gramados podemos considerar as seguintes formas de combate: mecânico e o químico. Combate mecânico: uso de práticas de eliminação de ervas através do efeito mecânico, como arranquio manual, capina manual, roçada e o cultivo mecanizado. Combate químico: utilização de herbicidas. De maneira geral os herbicidas são seletivos ou não seletivos e também podem ser classificados em relação ao estágio de desenvolvimento da daninha, da grama ou de ambas, 26 27 quando da aplicação, em pré-emergência e pós-emergência. O grande problema é que não existem herbicidas seletivos registrados para gramas no Brasil. Na propriedade onde o estágio foi realizado, o controle de invasoras é realizado mecanicamente, com roçadas programadas a fim de evitar a produção e propagação de sementes das invasoras e utilizando a máquina de colheita para “colher” manchas com invasoras. Outro método bastante utilizado é a capina manual, de grande demanda de mão-de-obra e tempo. Durante a realização do estágio, o aluno atuou na supervisão e distribuição de funcionários e equipamentos aos mesmos. Também realizou auditorias e vistorias nas áreas de colheita. 5.6.2. Pragas e Doenças De maneira geral, as pragas e doenças são de menor importância na produção de gramados mas causam danos e prejuízos. Em relação às pragas, as mesmas podem se alimentar da parte aérea e radicular dos gramados, conferindo redução de crescimento e detrimento da qualidade do produto. Destacam-se coleópteros (Sphemophorus sp.), ortópteros (Grylothalpa hexodactyla), cochonilhas (Antonina graminis) e cupins do gênero Syntermes (Henriques, 2004). Durante o estágio, a ocorrência de pragas foi de fácil percepção, pela grande quantidade de aves se alimentando de larvas e adultos nas áreas. O controle se dá culturalmente, pois não existem inseticidas registrados para a cultura. Dentre as doenças, podemos enfatizar as fúngicas, como Esclerotinia, Rhizoctoniose, Puccinia e Helmintosporiose, controladas culturalmente e com fungicidas específicos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Durante o período de estágio, não foram observadas doenças. 27 28 5.7. COLHEITA 5.7.1. Colheita de Placas A colheita de grama é totalmente mecanizada, necessitando maquinário específico para tal operação. A unidade de Santo Antônio da Patrulha conta com duas máquinas colhedoras, das marcas Brouwer e Kesmac, ambas com sistema de piloto automático (Figura 18). Apresentam capacidade de colheita de até 4 mil metros quadrados de grama por dia cada, dependendo da qualidade da área (tamanho do talhão e qualidade da grama) e habilidade do operador e dos responsáveis pela acomodação das placas no palete. Figura 18 – Conjunto de colheita Brouwer. Com o fechamento total e visual do gramado, a área a ser colhida deve antes passar por testes de colheita (Figura 19), verificando se a mesma atende aos fatores de comercialização e qualidade de placa (leiva). 28 29 Antes da realização do teste de colheita, a área deve ter passado pelas operações de roçada (altura de corte de aproximadamente 32 compactador. área A mm) e deve rolo estar uniformemente fechada, sem “buracos” de grama aberta, com estolões entrelaçados e com umidade do solo adequada (capacidade de campo). Com a colheita das cabeceiras, placas, as excluídas mesmas as são inspecionadas quanto à integridade física (Figura 20), ou seja, devem apresentar solo uniforme, espessura variando entre Figura 19 – Área em teste de colheita. 15 a 20 mm de solo e peso não superior a 6 kg e quebra de placas variando entre 5 e 8%. A espessura e o peso estão diretamente relacionados à umidade do solo. A espessura do corte do tapete influencia na rebrota do ciclo seguinte, pois os rizomas subsuperficiais que ficam no solo são capazes de rebrotar para cobrir novamente o solo. Figura 20 – Placa padrão de colheita (esquerda) e placa desuniforme (direita). 29 30 Áreas de colheita com muita umidade refletem em quebra de placas e assim diminui o rendimento da área, bem como excesso de peso nos caminhões que realizam o transporte da grama. Atendendo os pré-requisitos, a área é liberada para colheita. Mais de uma área, da mesma espécie deve ser liberada para colheita, uma vez que a área em colheita pode não atender algum parâmetro, tendo assim outra como reserva. Para melhor controlar a umidade das áreas de colheita, as mesmas devem ser irrigadas um dia antes da colheita, com lâmina não superior a 10 mm, salvo exceções em caso de chuva. Precipitações acima de 7 mm, na propriedade, inviabilizam a colheita. O processo de pesagem da placa consiste na pesagem de, no mínimo, 30 placas separadas aleatoriamente durante a formação do palete, realizada nos primeiros minutos da colheita. O peso médio é informado ao Gerente de Produção e ao setor de logística. Outros processos são realizados durante a colheita, de responsabilidade do operador da colhedora, como a contagem de placas quebradas e conferência do número de placas do palete. A troca da lâmina de corte é realizada duas vezes por dia. Lâminas sem poder de corte afetam a integridade das placas. Todas as atividades realizadas, bem como a contagem de placas quebradas de cada palete são contabilizadas e documentadas em uma planilha de colheita, onde consta o nome da área, os funcionários envolvidos, atividades de manutenção, qualidade da roçada, qualidade da placa, bem como todos os horários de cada operação. Devemos atentar a um detalhe em relação à espécie a ser colhida. Como já foi mencionado, o hábito de crescimento das espécies de grama pode ser estolonífero ou estolonífero e rizomatoso. Espécie de crescimento unicamente estolonífero, caso da grama São Carlos, a operação de colheita deve deixar material propagativo para a próxima colheita, ou seja, um filete de grama (Figura 21). Para as outras espécies, os filetes são indesejáveis, retirando toda a grama possível. 30 31 Figura 21 – Filetes de propagação em grama São Carlos. 5.7.2. Colheita de BIG ROLL e SPRIGGING Assim como a colheita de placas, a colheita em BIG ROLL (Figura 22) atende aos parâmetros de umidade e integridade da “placa” que é contínua e enrolada (Figura 23). São de importância os parâmetros como umidade do solo, altura de corte da grama e uniformidade do solo do rolo Na colheita de mudas sprigging, o parâmetro mais importante é a umidade do solo, e neste caso, quanto menor for a umidade, melhor a qualidade da muda para venda em caixas (Figura 24). 31 32 Figura 22 – Colheita de Big Roll, Bermuda TifWay 419. Figura 23 – Instaladora de Big Roll Brouwer Figura 24 – Conjunto de colheita Sprigging. 32 33 O estagiário teve participação na colheita, como verificação de qualidade de placas, altura de corte, altura da grama (parte aérea), contagem de paletes, auxílio em casos de necessidade de manutenção da colhedora bem como solução de imprevistos que casualmente ocorriam durante a colheita. 5.8. COMERCIALIZAÇÃO Todos os parâmetros citados, desde a implantação do gramado comercial até a colheita, refletem na qualidade do produto final e sua comercialização. Considerando que não há comercialização sem as etapas anteriores, o estagiário participou também da comercialização. Como produtos da empresa, destacamos a venda de grama em placas (leivas), em rolos, chamada de BIG ROLL, e caixas de mudas sprigging. As leivas são colhidas de forma mecanizada, padronizadas com 61 x 41 cm, facilitando a sua conferência, transporte e instalação. A grama é colhida e organizada em paletes (palete com padrão brasileiro 1 x 1,20m) contendo 245 leivas, 240 da venda e 5 extras, totalizando 60 m2 por palete (Figura 25) Figura 25 – Palete padrão e Placa padrão de grama São Carlos. 33 34 A tecnologia BIG ROLL, introduzida no Brasil pela Green Grass, consiste na comercialização de rolos contínuos de grama, com dimensões de 0,8 x 40 m (32m2). São indicados para áreas acima de 5 mil m2, com 90% de eliminação de emendas e rendimento de plantio de até 3 mil m2 por dia. Outra grande vantagem do sistema é a rápida consolidação do gramado, com condições de jogo em até 15 dias após conclusão. A comercialização de mudas sprigging (Figura 26) é realizada em caixas, colhidas mecanicamente e embaladas manualmente, com padão de 83 x 60 x 86 cm, sendo recomendadas para 300 a 400 m2. Áreas plantadas com esse sistema estão fechadas em até 90 dias, desde que bem manejadas. As caixas seguem os mesmos padrões de colheita e plantio sprigging para gramados comerciais. Figura 26 – Caixa de mudas de Bermuda 419 TifWay para comercialização. 34 12. CONCLUSÕES O estágio realizado na Green Grass permitiu um grande aprofundamento do conhecimento teórico prático nas áreas relativas à produção e comercialização de gramas. Foi possível compreender todos os processos fundamentais de toda a cadeia produtiva. Outro aprendizado muito importante foi o trabalho em grupo e o gerenciamento do quadro de funcionários, delegação de funções e otimização da mão-de-obra. Tais fatores não são explanados durante o decorrer da graduação e refletem diretamente na formação de um profissional competente e de sucesso, bem como no sucesso da empresa empregadora. Em relação aos conhecimentos utilizados no decorrer do estágio, podemos concluir que a base fornecida durante a graduação é, sem dúvida, de grande qualidade. A produção de gramas esportivas e ornamentais se mostra em grande expansão, estimulada pela realização da Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016, mas principalmente pelo crescimento econômico do País. Tal expansão deve ser atendida com pesquisas e qualificação de mão-de-obra, atualmente, ambas em falta. 13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEARD, J.B. Na assessment of water use by turfgrasss. Turfgrass Water Conservation. 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