Técnico Judiciário
Profª Noely Landarin
(CESGRANRIO-2006/IBGE) Texto de base às
questões 01 a 09.
O mundo está envelhecendo. Em três
décadas, haverá tantos idosos quantos jovens.
Dessa questão tratam agora a ONU, demógrafos e
economistas em pânico com as conseqüências
para a previdência social. São problemas reais,
mas do ponto de vista do indivíduo, a notícia do
aumento da longevidade só pode ser alvissareira.
Ninguém quer a morte, só saúde e sorte,
sentenciou Gonzaguinha e, desde então, os
brasileiros repetem em coro esse refrão. A geração
dos que entram na terceira idade está começando,
se tiver saúde e sorte, uma terceira vida.
A constatação é perturbadora para quem
chegou lá, porque será pioneiro em inventar essa
terceira vida e o fará sem parâmetros que lhe
digam o que é certo ou errado, aceitável ou ridículo,
sadio ou malsão. Janus com uma face voltada para
a liberdade e a outra para a angústia e a incerteza.
Uma situação que se assemelha, hoje,
estranhamente, à adolescência.
“O que é chato no envelhecer é que sou
jovem”, protestava Colette.pessoas que se sentem
jovens e ainda não se reconhecem em um corpo
que não lhes parece seu, lembram os adolescentes
que, com um pé na infância, assistem perplexos à
revolução hormonal. Mas não é só o corpo que se
torna morada incerta. Incerto é o momento em que
a chamada vida ativa já se transformou para a
maioria em tempo livre, em perda de identidade
profissional e é preciso buscar um novo perfil, como
o adolescente face à vida adulta se perguntando o
que eu vou ser quando crescer. O que se vai ser
quando envelhecer é uma questão nova em um
tempo em que já ninguém responde simplesmente:
velho.
A uma geração a quem se promete mais
vinte ou trinta anos de vida, em boa saúde,física e
mental, estão colocados uma fantástica oferta de
liberdade e um convite à invenção. Sobretudo em
tempos de mudança de era, quando proscreveram
o quadro de valores nos quais essas pessoas foram
criadas e um corpo de conhecimentos que se
tornou anacrônico.
Essa geração foi atropelada pelas crises da
família e do trabalho, pela globalização e pelas
novas tecnologias. Já não é possível viver
ignorando o que essas mutações representam
como revolução na convivência entre as pessoas, a
transformação que operam no acesso á
informação, exigindo dos mais velhos um diálogo
com essa cultura.
Os jovens sempre olharam para os mais
velhos como velhos. Só que, hoje, os chamados
idosos não se comportam segundo a expectativa
dos jovens. Mudou sua disposição de vestir os
estereótipos com que se lhes ditava uma vida sem
futuro. A presença maciça na sociedade de
pessoas idosas com projetos, vivendo sua vida com
energia e independência, dotadas de recursos e de
tempo disponível, constitui um fenômeno imprevisto
Atualizada 30/08/2007
Português
que está mudando as sociedades por dentro e que,
para além de saber quem vai pagar a conta da
previdência, questiona os costumes.
(OLIVEIRA, Rosiska Darcy de. O Globo, 05
mar.2006 – com adaptações)
Obs: Janus – um dos antigos deuses de Roma,
representado com dois rostos, um voltado para a
direita outro para a esquerda.
Colette – escritora francesa.
01.“O mundo está envelhecendo”(l.1)
A locução verbal destacada indica que se trata de
um processo:
(A) prestes a se iniciar
(B) em seu início
(C) em curso
(D) interrompido
(E) em seu término
02. De acordo com o texto, o envelhecimento
da população mundial, considerado do ponto
de vista do indivíduo, é uma notícia:
(A) desanimadora
(B) auspiciosa
(C) irrelevante
(D) preocupante
(E) inverificável
03. “A geração dos que entram na terceira idade
está começando, se tiver saúde e sorte, uma
terceira vida.”(l.9-11)
Por ser pioneira na invenção dessa terceira
vida, a nova geração de idosos:
(A)não saberá o que fazer de seu tempo livre
(B) será alvo do preconceito dos mais jovens.
(C) assistirá perplexa à própria decadência física.
(D) se ressentirá da falta de modelos
comportamentais.
(E) assumirá uma atitude francamente
conservadora.
04.A palavra ou expressão do texto que traduz
mais precisamente o impacto das mudanças
ocorridas no mundo sobre a nova geração de
idosos é:
(A) anacrônico
(B) globalização
(C) proscreveram
(D) foi atropelada
(E) convite à invenção
05. “O que é chato no envelhecer é que eu sou
jovem”. (l.19)
Com essa afirmação de Colette, verifica-se que
essa autora:
(A)repudia a idéia de eterna juventude.
(B) lamenta sua futura velhice.
(C) confessa-se precocemente envelhecida.
(D) aceita conformada a ação do tempo.
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(E) sente-se jovem num corpo que está
envelhecendo.
06. Segundo o texto, os que vivem a
adolescência e os chegam à terceira idade só
não combinam num aspecto, que é o(a):
(A) sentimento de incerteza.
(B) sentimento de angústia.
(C) perda de identidade profissional.
(D) busca de um novo perfil.
(E) desagrado com o corpo em transformação.
07. “quando proscreveram o quadro de valores nos
quais essas pessoas foram criadas ...” (l.36-37)
A palavra ou expressão de significado OPOSTO
a proscreveram é:
(A) restabelecer
(B) aboliram
(C) extinguiram
(D) suprimiram
(E) puseram fora de uso.
08. Não deverão faltar recursos à providência
social, _________________ o aumento da
expectativa de vida das pessoas signifique aumento
de despesas.
A conjunção capaz de estabelecer o nexo entre
as orações acima é:
(A) portanto
(B) porque
(C) embora
(D) visto que
(E) contanto que
09. Em “O mundo está envelhecendo” (l.1) há:
(A) metáfora
(B) metonímia
(C) catacrese
(D) eufemismo
(E) ironia
O e-mail é a maior invenção da
comunicação humana por escrito desde que
criaram o correio (há 4 mil anos!). Mas o spam
acaba com essa festa. Chegamos ao ponto em que
a correspondência útil virou detalhe no meio do
entulho. Nenhum recurso consegue bloquear a
avalanche de inutilidades. Mais grave: o e-mail é a
avenida por onde os malditos vírus trafegam com
mais conforto. E se as pessoas que enviam spam e
as que criam vírus fossem mandadas para uma ilha
deserta e se dedicassem a infernizar a vida uma
das outras? Como isso não é possível, é preciso
reinventar o e-mail.Como? O atual poderia
continuar como endereço público, aquela caixa de
correio que fica “lá fora”, sujeita a receber qualquer
coisa. Mas haveria outra classe de e-mail, digamos
e e-mail 2. Seria um upgrade – como Sedex foi
para a carta comum. Esse e-mail 2 poderia ter uma
relação mais controlada de seus clientes. Para
atingir o destinatário, seria preciso mais do que
uma série de palavras separadas por @ . Cada
mensagem teria, além da identificação clara das
duas partes, uma chave, um código aleatório de
permissão. Hoje isso já é possível, mas no e-mail 2
seria padrão. Não é questão de controlar. Só
remetente e destinatário teriam acesso ao
conteúdo.
O e-mail,com seus recursos simples e
eficientes, é fundamental. Talvez até possa
melhorar alguns detalhes: sua apresentação gráfica
às vezes é feia de doer. Mas queremos o e-mail
como ele é – só que melhor.
(MARQUEZI, Dagomir. Info com adaptações)
Glossário:
Spam: correspondência enviada por correio
eletrônico, contendo publicidade, pedidos, piadas,
etc.
Upgrade:atualização ou modernização
()
(CESGRANRIO-2006 / TRANSPETRO)
QUE VENHA O E-MAIL 2
Chega de piadinhas. O fenômeno do spam
perdeu a graça. Está na hora de criar um novo tipo
de mensagem eletrônica. O e-mail, do jeito que
está, já foi. De vez em quando, leio uma matéria ou
outra citando que a correspondência eletrônica não
autorizada já representa mais de 50% do volume de
e-mails em circulação. 50%?! Fiz um levantamento
estatístico no meu endereço particular e separei
toda a correspondência “não autorizada”. Procurei
ser bem justo. Qualquer correspondência que
tivesse
origem
reconhecida,
mesmo
que
indesejada, saía da lista dos spams. Só entrou emails sem a mínima relação comigo. Parei de
contar quando a estatística passava de 80%. Oito
em cada dez é lixo. No e-mail público, o do
trabalho, 95% das mensagens são spam.
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Português
()
()
()
()
00. Indique a opção que NÃO apresenta uma
idéia do texto.
A implementação de um sistema de email 2 não
inviabilizaria a existência do e-mail nos moldes
atuais.
A existência de lixo no correio eletrônico
ultrapassa a taxa de 50% de todos os e-mails
recebidos.
A existência de um email 2 representaria um
avanço considerável para o sistema de troca de
informações.
A possibilidade de a pessoa enviar um segundo
e-mail oferece mais segurança aos usuários.
Os atuais sistemas de segurança eletrônica não
impedem que os usuários recebam mensagens
indesejadas.
00. “Mais grave: o e-mail é a avenida por onde
os malditos vírus trafegam com mais
conforto.” 9L.20-21).
Assinale a opção que mantém o sentido
original do período acima
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( ) Pior o e-mail: é o instrumento usado para a
disseminação de vírus indesejáveis pela
Internet.
( ) O transtorno que traz o e-mail é piorado pela
existência de vírus que circulam a Internet.
( ) O pior dessa situação é que o e-mail é um
canal para a disseminação do vírus.
( ) Acrescente-se que os vírus eletrônicos
contaminam mais confortavelmente e e-mail.
( ) Para piorar: o tráfego de vírus é realizado de
modo seguro através dos meios eletrônicos.
()
()
()
()
()
00. A relação que existe entre “carta
comum” e “sedex” é a mesma que
existe entre “correio” e:
Spam.
e-mai.l
invenção.
correspondência útil.
comunicação humana.
()
()
()
()
()
00. “Como isso não é possível, é preciso
reinventar o e-mail.Como?”
Assinale a opção que apresenta as palavras
ou expressões que substituem as
destacadas no trecho acima, mantendo-se o
mesmo sentido.
Já que – Quanto.
Caso – Qual seria.
Embora - Qual forma.
Se - Até que ponto.
Porque - De que maneira.
()
()
()
()
()
00. A expressão “duas partes” (l.34) referese a:
uma chave e um código.
cliente e destinatário.
identificação e permissão.
uma seqüência de duas palavras.
palavras antes e depois do sinal @.
()
()
()
()
()
00. Assinale a opção em que o verbo está
corretamente flexionado.
Na Internet, circula 50% de e-mails indesejáveis
e com vírus.
Têm 50% de e-mails contaminados na Internet.
Há 50 % de e-mails em circulação na Internet,
com vírus.
Existe, na Internet 50% de e-mails
contaminados circulando.
Parecem que existe 50% de e-mails
contaminados na Internet.
00. Classifique cada afirmação abaixo,
sobre relações entre palavras, como
V(verdadeira) ou F(falsa)
( ) “matéria” (l.4) é sinônimo de notícia, assim
como “levantamento” (l.7) é sinônimo de
arrolamento.
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Português
( ) Impedir e imprecisões são antônimos,
respectivamente, de “bloquear” (l.19) e
“inutilidades” (l.20).
( ) As palavras “bem” e “justo” (l.9) apresentam
homônimos de classes diferentes.
A seqüência correta é:
(A) F – F – V
(B) F – V – V
(C) V – F – F
(D) V – F – V
(E) V – V – F
(CESGRANRIO-2005/ TÉCNICO
PREVIDENCIÁRIO)
TEXTO I
A ESCOLA ENTÃO ERA RISONHA E FRANCA?
Naquele ano de 1919,em Fortaleza, a
nossa rua se chamava de Alagadiço: era
larguíssima, uma longa sucessão de chácaras com
jardim à frente, imenso quintal atrás. (...)
Do outro lado da rua, defronte ao poste do
bonde, ficava a escola pública da Dona Maria José.
(...) Nela estudava o meu tio Felipe, que era quase
da minha idade. (...) E eu, que chegara um mês
antes do Pará, tinha loucura pra enfrentar a escola,
mas ninguém consentia. Minha mãe e meu pai
alimentavam idéias particulares a respeito de
educação formal: desde que eu já sabia ler –
aprendi sozinha pelos cinco anos – e tinha livros
em casa, jornais, revistas (O Tico-Tico!), o resto
ficava para mais tarde. Eu então fugia, atravessava
o trilho para espiar a escola. Principalmente nos
dias de sabatina, quando a meninada toda formava
uma roda, cantando a tabuada, a professora com o
palmatória na mão. Primeiro era em couro, seguido:
“6+6,12! 6+7,13!” O mais difícil era a tabuada de
multiplicar, principalmente nas casas de sete pra
cima e entrando no salteado: “7x9,56 ; 8x9,72!” Aí a
palmatória comia e os bolos eram dados pelo aluno
que acertava, corrigindo o que errava.E eram
aplicados no proporção do erro. Tabuada de sete a
nove era fogo. O pior era um aluno grandalhão –
iria pelos quatorze anos – que não acertava nunca.
Chegando a vez dele, a roda cantava: “8x7?”. A
roda esperava e ele gaguejava, ficava da cor de um
pimentão e começava a chorar. Palmatória nele.
Eu, que espionava da janela e já tinha aprendido a ,
de tanto ver a sabatina, soprava de lá : “56!” Dona
Maria José, se ouvia, levantava seus olhos pra
cima e até sorria. Mas o pobre nunca entendia o
sopro. Uma vez caiu de joelhos. Mas não
perdoavam: bolo nele! E no dia seguinte ele vinha
pra aula de mão amarrada num pano, sempre sujo.
As pessoas são cruéis. Menino é muito
cruel. Agora me lembrei que chamavam o coitado
de Zé Grandão. Nunca deu pra nada , nem pra
caixeiro de Bodega – não conseguia anotar direito
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as comprar no borrador. Ele mesmo, mais tarde,
nos contou isso.
(...)
Por isso me ficou a convicção ,lá no fundo
da alma: só se pode mesmo vencer na vida
aprendendo tabuada de cor e salteado.
Principalmente as casas altas de multiplicar.
QUEIROS , Rachel de as terras ásperas
- crônicas
S. Paulo: Ed.
Siliciano, 1993.
01. O titulo do texto I faz referencia a uma
idealização da escola que a crônica :
(A) corrobora.
(B) complementa.
(C) questiona
(D) retrata.
(E) reforça.
02. Considerando-se o resultado da
aprendizagem de Zé Grandão, verifica-se que o
uso da palmatória como recurso pedagógico
era:
(A) doloroso mas indispensável.
(B) cruel mas criativo.
(C) estranho e eficaz.
(D) humilhante e ineficaz.
(E) emocionante e inovador.
03. Marque a passagem em que a narradora se
revela autodidata:
(A) “tinha loucura para freqüentar a escola,” (l. 8-9)
(B) “- aprendi sozinha pelos cinco anos “ (I. 12)
(C) “ Eu então fugia,...para espiar a escola” (l.1415)
(D) “ O mais difícil era a tabuada de multiplicar” (l.
19)
(E) “só se pode mesmo vencer na vida aprendendo
tabuada...” (l. 42)
04. Coloque C ou I nos parênteses ,conforme
esteja correto ou incorreto o uso de acento
indicativo de crase.
( ) Dona Maria Jose dirigia-se à cada criança e
perguntava.
( ) O bonde elétrico já chegara àquela cidade.
( ) À custa de muito empenho, os alunos
aprendiam.
A seqüência correta é:
(A) C-C-I
(B) C-I-C
(C) I-C-I
(D) I-C-C
(E) I-I-C
05. “chegando a vez dele”, a roda cantava:
‘8x7?’ (l. 25-26). A oração em destaque exprime
idéia de:
( ) causa
( ) concessão
( ) tempo
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Português
( ) finalidade
( ) conseqüência
06.Assinale a frase correta quando à
concordância verbal.
(A) Existe ambientes escolares bem acolhedores.
(B) Evoluiu pouco a pouco as escolas e o sistema
de avaliação.
(C) Por muito tempo ainda persistiu certos
costumes
(D) Haviam alunos de conseguiram superar
dificuldades.
(E) Castigavam-se as crianças que não sabiam a
tabuada.
07. Marque a opção em que o termo entre
parênteses NÃO preenche corretamente a
lacuna, pois não atende à regência do verbo da
frase.
(A) O emprego ________ aspirava requeria mais
preparo. ( a que)
(B) Muitos alunos ________ freqüentavam a
escola se formaram. (que)
(C) A palmatória era a razão ________ os meninos
temiam as sabatinas. (com que)
(D) Mesmo nas escolas de antigamente havia aulas
_________os alunos gostavam.(de que)
(E) Os jogos _________ a menina assistia lhe
pareciam emocionantes.(a que)
Texto II
PROCURA-SE UMA CASA
Admiro as pessoas que vivem a vida inteira
na mesma casa. Tenho almejado isso
secretamente, mas por uma fatalidade estou
sempre mudando. Quando me mudo para uma
casa nova, tenho a sensação de que vou ficar ali
pra sempre. E é nesse estado de espírito que vivo
nas casas.
A casa precisa ser natural, cair bem, como
um paletó cortado no alfaiate. Precisamos nos
sentir bem dentro dela , ainda mais agora, que as
autoridades admitiram a nossa cotidiana guerrinha
civil.(...)
Estou de mudança. Mais uma vez, na
minha vida, estou de mudança. A perspectiva da
mudança causa em mim sentimentos indefinidos,
uma mistura de medo, euforia, excitação, coragem.
Há o sentimento de perda, claro, vou perder a
minha vista para as ilhas, para as chuvas que vêm
do infinito, para a imensidão oceânica, vou perder o
meu jornaleiro, o Dinho, vou perder os meus
porteiros a quem tanto me afeiçoei, o seu Jonas,
que lava meu carro, o seu Expedito, o Pará, a
escadaria que dá nas figueiras seculares, o barulho
do vento, a serena ordem da minha biblioteca, o
Corcovado, e tudo o que construí para sempre
agora naufraga no irremissível. Mas assim é a vida.
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E tenho de decidir para onde me mudarei.
Vou botar um anúncio no jornal: Procura-se uma
casa com janelas, vizinhos discretos, clara e
arejada, com sol da manhã no pé da cama, um
sótão de onde se possa ver a lua em fevereiro(mas
também em agosto e dezembro), e as estrelas por
uma clarabóia. Procura-se uma casa em que
caibam meus livros, tantos e tão poucos, as minhas
velhas cadeiras de vime, os meus castiçais acesos,
e vinhos, o meu silêncio e o meu amor, a minha
insuportável queda para a felicidade, o tédio, a
insatisfação e a melancolia. Uma casa com uma
boa cozinha onde se possa conversar sussurrando
com o homem amado, uma janela dando para o
quintal, onde eu possa ver as crianças correndo,
crescendo, e o tempo passando como sempre,
inexorável e eterno.
MIRANDA, Ana O Dia-Rio, 14 de ago, 1999
08. A cronista inclui no rol das perdas que a
mudança lhe trará:
(A) os gatos dos telhados vizinhos.
(B) o sol da manha no pé da cama.
(C) seus livros e seus amigos.
(D) seus amigos e seu lazer.
(E) sua paisagem e seu cotidiano.
09. “ E é nesse estado de espírito que vivo nas
casas” (l. 5-6). O estado de espírito a que se
refere a narradora é um sentimento de:
(A) permanente insegurança.
(B) suposta estabilidade.
(C) constante mobilidade.
(D) ansiosa expectativa
(E) grande inquietação.
Português
(B) muitos livros, mas não todos os que deseja.
(C) muitos livros, mas de pouco valor.
(D) grande quantidade de livros, mas só lê alguns.
(E) uma quantidade razoável de livros, nem muitos
nem poucos.
13.” A perspectiva da mudança causa em mim
sentimentos indefinidos,”(l. 12-13)
A palavra que conforme o sentido do texto, NÃO
equivale à destacada no trecho acima é:
(A) decisão.
(B) esperança.
(C) expectativa.
(D) possibilidade.
(E) probabilidade
14. Assinale a única oração sem sujeito:
(A) “A casa precisa ser natural” (l. 7)
(B) “Precisamos sentir bem dentro dela” (l. 8-9)
(C) “Há o sentimento de perda” (l. 14)
(D) “Mas assim é a vida” (l. 22-23)
(E) “Procura-se uma casa...” (l. 25)
15.
I – Sensações diversas _________seu
pensamento distante por alguns momentos.
II – Já morou em uma casa onde os livros não
_________.
( ) manteem – couberam
( ) mantêem – caberam
( ) mantém – caberam.
( ) mantêm – couberam.
( ) mantem – couberão.
10. “Tenho almejado isso secretamente, mas
por uma fatalidade estou sempre mudando.” (l.
2-3)
Entre as orações do período acima existe uma
relação de:
( ) oposição.
( ) Tempo.
( ) Explicação.
( ) causa e conseqüência.
( ) conseqüência e finalidade.
11. No anúncio do jornal seriam enumerados os
requisitos da casa. Assinale aquele que revela o
propósito da narradora de morar na casa por
muito tempo (“para sempre”)
(A) Clarabóia para ver as estrelas.
(B) Sótão de onde se possa ver a lua.
(C) Boa cozinha onde se possa conversar.
(D) Espaço bastante para os livros.
(E) Quintal onde possa ver as crianças crescendo.
12.” Uma casa em que caibam os meus livros,
tantos e tão poucos,” (l. 12-13). Com a
expressão em destaque, a cronista quer dizer
que tem:
(A) apenas os livros necessários
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