Sistema Terra – Lua Jade Garcia Rocha Informática Manhã [email protected] Instituto Federal de Ciência, Tecnologia e Educação do Rio Grande do Sul – Campus Osório Osório – Rio Grande do Sul - Brasil 1. Introdução A Terra e a Lua dividem o mesmo espaço orbital em relação ao Sol, entre elas existe uma forte ligação gravitacional, pelo que são considerados, por alguns cientistas, planetas duplos. Apesar de elas terem sido formadas separadamente elas são bastante próximas e acabam se interligando e precisam uma da outra para realizar seu ciclo. As duas têm características próprias e distintas umas das outras. Como as duas caminham juntas desde os primórdios do Sistema Solar, através da Lua podemos obter uma imagem da Terra nos seus primeiros tempos (os primeiros mil milhões de anos). Com efeito, a superfície lunar, desprovida de atmosfera e, portanto, ao abrigo de quaisquer fenômenos de erosão, conserva testemunho ininterrupto e estável dos acontecimentos que a afetaram desde a sua origem, há cerca de 4.600 M.A Esse sistema Terra – Lua depende tanto um do outro que sem ele não haveriam vários fenômenos que vamos hoje (marés, eclipses, etc) coisa que tem um pouco haver com o centro de massa gravitacional localizado entre elas. Mas para entendermos melhor este sistema antes precisamos saber um pouco mais sobre a Lua e a Terra. 2. Lua Há várias teorias do surgimento da Lua, pois sua origem é muito incerta, mas pesquisadores encontraram similaridades no teor dos elementos encontrados tanto na Lua 1 quanto na Terra na Lua aos da Terra, com isso pode se obter alguma suposição que ambos os corpos teriam uma origem em comum. “Nesse aspecto, alguns astrônomos e geólogos consideram que a Lua teria se desprendido de uma massa incandescente de rocha liquefeita primordial, recém-formada, através da força centrífuga¹.” Afirma o blog de Biologia e Geologia de Correia, Nuno. Figura1. Imagem demonstrando o fenômeno centrífuga¹: força centrífuga é a força que empurra o objeto para fora da circunferência. Tem-se outra hipótese mais recente (Teoria “Splash”) que um planeta desaparecido conhecido com Theia, que tem mais ou menos o tamanho de Marte, nos primórdios da Terra. Tal planeta teria se chocado com o nosso e esta colisão desintegrou o planeta Theia o forçando a expulsar seus pedaços de rocha líquida, cujos foram condensados pelo campo Figura 2. Imagem demonstrando o “Splash”. gravitacional da Terra. Deixando de lado este lado de mistérios sobre a Lua, abaixo, resumidamente em tópicos, seguem as principais características deste satélite: A Lua é um satélite da Terra com aproximadamente 1/4 de fração do raio da Terra ou, mais precisamente, 0, 273 do raio do globo terrestre (1.738 km); As temperaturas de sua superfície possuem uma grande amplitude térmica (130ºC dia e -200ºC noite) Conseqüência – os materiais da superfície sofrem fenômenos de fratura e desagregação – Termoclastia; Formou-se há cerca de 4, 66 bilhões de anos a partir de agrupamentos de blocos de matéria; A Lua é conhecida por ter um corpo rochoso, marcado por excessivas crateras; A Lua é um “planeta morto”, pois este é desprovido de ar, água e vida; 2 A Lua é 81,3 vezes menor que a Terra, a sua força gravitacional é comparativamente mais fraca que a Terra, incapaz de conservar uma atmosfera o que leva com que a sua superfície seja sujeita a colisões de corpos de diferentes dimensões; Sua rotação é de 29,5 dias; translação de 27 dias, seu diâmetro é de 3.474 km; a temperatura máxima é de 123°C e a mínima é de -233°C; a gravidade é de 1,62m/s² É rica em alumínio e titânio; sua superfície é cheia de crateras e rochosa; possui regiões montanhosas e regiões baixas e muito planas. Nela acontecem fenômenos como as grandes planuras que são fenômenos vulcânicos permitem o enchimento de crateras de impacto por lavas, formando regiões escuras e planas que constituem os mares lunares. 3. Terra As teorias da existência da Terra já são bem conhecidas, temos a do Big Ban (que é a mais aceita pelos cientistas), as religiosas e entre outras. Abaixo seguem características gerais e necessárias para o assunto abordado da Terra. Diâmetro equatorial: 12.756,27249 km Inclinação axial: 23,45° Composição em massa: 34,6% de Ferro; 29,5% de Oxigênio; 15,2% de Silício; 12,7% de magnésio; 2,4% de Níquel; 1,9% de Enxofre; 0,05% de Titânio. Período de rotação: 23h 56m e 4, 09966s (sideral). Translação: 365, 256 dias Área total da Terra: aproximadamente 510 milhões de quilômetros quadrados - 361 milhões de km² de água - 149 milhões de km² de terra. Atmosfera: 78 % de Nitrogênio, 21% de Oxigênio e 1% de Argônio. Encontram-se também vestígios de água e dióxido de carbono (gás carbônico). Temperatura no interior do Planeta: aproximadamente 5000° C. Temperatura na superfície: mínima de –88° C, média de 9° C e máxima de 58° C. 3 Quando se tem 2 corpos celestes que ocupam a mesma órbita, chamamos o maior de planeta e o menor de satélite, então por isso dizemos que a Lua é um satélite da Terra. 4. Sistema Terra-Lua Como já foi citado, a Lua e a Terra dividem o mesmo espaço de órbita e com isso acabam se influenciando, nos próximos tópicos serão mencionados fenômenos e forças que este sistema possui. 4.1 Centro de Massa ou Baricentro Quando se refere ao centro de massa, se diz que ele é um “ponto” de equilíbrio entre dois objetos. Um exemplo que pode ser citado é quando temos duas bolas, de mesmo tamanho e massa, ligadas por um caninho o centro de massa delas vai ser no meio. Mas se a bola da direita for maior que a bola da esquerda o centro de massa vai estar localizado mais para o lado da bola da direita. Figura 3. Demonstração do baricentro. Ele é de 1737 km, pois diminuímos o raio da Terra menos o valor do baricentro (6.378 4.641) No caso da Terra e da Lua seu centro de massa fica localizado na Terra, pois sua quantidade de massa é 81,3 vezes maior que a da Lua. A distância Terra-Lua é de aproximadamente 384.000 km, onde a Lua gravita numa órbita-elíptica (afastando-se, no máximo, de 406.740 km e aproximando-se de 365.410 km) que completa em 27,3 dias. A distância do centro da Terra ao baricentro é de 4.641 km. Uma coisa que é importante citar é que não é só a Lua que gira em torno no baricentro e sim a Lua e a Terra. Se observarmos elas do espaço veremos que ambas parecem um par de bailarinos. O centro de massa ou baricentro se situa a 1.737 km abaixo da superfície terrestre. 4 Um fato importante é que neste baricentro as forças (centrífuga, gravitacional, etc.) que atuam no sistema ficam balanceadas. Chegamos a estes resultados realizando algumas continhas. Igualam-se duas equações onde uma envolve a massa da tua multiplicada pela distância Terra-Lua e a outra a massa da Terra multiplicada pelo centro de massa: M Lua x DTerra Lua = MTerra x DCentro de massa M Lua x DTerra Lua - MTerra x DCentro de massa = 0 Assim podemos substituir pelos resultados que conhecemos e achamos o baricentro que como já foi informado é de 4.641 km. 4.2 Atração Gravitacional A atração gravitacional é a força e atração mútua que os corpos materiais exercem uns sobre os outros. Quando esta força atua no sistema Terra-Lua ela gera uma reação (3ª Lei de Newton: Ação e Reação) que seriam as marés. Ela atrai os dois corpos celestes, pois eles possuem massa (massa atrai massa), mas a força da inércia (ou força centrífuga) faz com que a Terra e a Lua não fiquem tão próximas. A Força Gravitacional só tem uma grande influência em corpos celestes no espaço, pois a massa dos “objetos” presentes na Terra é muito insignificante em relação ao da Terra. Podemos pensar em dois objetos com massas distintas e definidas inferiores a 8 kg colocados em uma superfície com atrito, como possuem massa há a presença de uma atração entre si. Mas ela é tão pequena que não consegue vencer a força de atrito da superfície para que os objetos se aproximem. E mesmo em uma superfície sem atrito a aceleração de atração entre os objetos é muito pequena. A gravidade atrai esses objetos, mas isso não tem um grande resultado. Temos a fórmula da Força Gravitacional dada por Newton da seguinte forma: . 4.3 Marés 5 As marés são fenômenos que acontecem quando o campo gravitacional “interfere” no campo gravitacional da Terra. A Lua atrai a água, por causa da atração gravitacional, e faz com que o nível dela aumente. Funciona mais ou menos assim. No baricentro a força gravitacional e a da inércia estão balanceadas, mas quando a aceleração da força gravitacional aumenta, ela acaba ficando superior à inércia gerando o que a figura abaixo demonstra: Figura 4. Demonstração de maré. Então a atração gravitacional e a inércia trabalham como forças opostas entre si ocasionando a saliência de água. Isso acontece em vários corpos presentes na Terra nós não sentimos, só conseguimos perceber na água. Representando as forças que atuam e botando em evidência a fórmula da força gravitacional podemos representar da seguinte forma: Figura 5. Diagrama de forças 6 Temos a distância Terra-Lua, a massa de ambos os corpos e a força gravitacional que os dois exercem. Figura 6. Diagrama de forças da maré As forças de atração ficam voltadas em direção a Lua. Figura 7. Diagrama de saliências da água. Saliência de água provocada pela atração. Este fenômeno natural é muito importante pois com ele pode-se obter uma fonte de energia inesgotável (funciona quase da mesma maneira da energia Hidroelétrica). São muito importantes para a pesca e para a vida marinha. 5. Considerações Finais 7 Escolhi este tema porque no artigo anterior das energias, a energia que eu e a minha dupla pesquisamos foi a das marés, com isso descobri coisas sobre o Sistema Terra – Lua e me encantei. Não sabia de muitas coisas que aconteciam e da influência que este sistema tem sobre os fenômenos que acontecem. Antes só pensava que a Lua girava em torno da Terra e ponto, nenhum mistério, mas quando pesquisei vi que não era só isso e que tem muitas coisas por traz do “a Lua gira em torno a Terra”. Praticamente envolve quase todo o conteúdo do terceiro trimestre que aprendemos em física (forças, atritos, leis de Newton, definições de fenômenos, etc). Existem muitos mistérios presentes no espaço, e hoje em dia cientistas pesquisam sobre isso. Mas também não são só eles que se preocupam com o espaço. O estudo dos astros tem até termos religiosos e significativos. Os ciganos afirmam que os astros influenciam em nossa vida e comportamento, os astrólogos afirmam o mesmo e afirmam que através dos astros podemos ver o futuro. São múltiplas afirmações, mas algumas até que fazem sentido. 6. Referências [1]. Centro de Divulgação da Astronomia: Forças de Marés, disponível em: http://www.cdcc.usp.br/cda/aprendendo-basico/forcas-de-mares/forcas-de-mares.htm. Acessado em Dezembro de 2011 [2]. Brasil Mergulho, disponível em: http://www.brasilmergulho.com/port/artigos/2004/010.shtml. Acessado em setembro de 2011 [3]. Biologia e Geologia: Sistema Terra – Lua, disponível em https://sites.google.com/site/geologiaebiologia/geologia-e-biologia-10o/sistemasolar/sistema-terra-lua. Acessado em Setembro de 2011 [4]. Centro de Divulgação da Astronomia: Terra – Lua, disponível em: http://cdcc.sc.usp.br/cda/aprendendo-basico/sistema-solar/terra.html. Acessado em Setembro de 2011 8 [5]. Entendendo as Marés, disponível em: http://observatoriophoenix.astrodatabase.net/a_dicas/24_A06.htm. Acessado em Setembro de 2011 [6]. UOUL: Força Gravitacional, disponível em: http://educacao.uol.com.br/fisica/forca-gravitacional.jhtm. Acessado em Setembro de 2011. [Figura 1]. Fonte: https://sites.google.com/site/geologiaebiologia/geologia-e-biologia10o/sistema-solar/sistema-terra-lua [Figura 2]. Fonte: https://sites.google.com/site/geologiaebiologia/geologia-e-biologia10o/sistema-solar/sistema-terra-lua. Acessado em Setembro de 2011 [Figura 3]. Fonte: http://cienciaereligiaocomluiz.blogspot.com/2010/08/terra.html. Acessado em Setembro de 2011 [Figura 4]. Fonte: http://www.brasilmergulho.com/port/artigos/2004/010.shtml. Acessado em Setembro de 2011 [Figura 5, 6 e 7]. Fonte: http://www.cdcc.usp.br/cda/aprendendo-basico/forcas-demares/forcas-de-mares.htm . Acessado em Setembro de 2011 9