Agência Portuguesa do Ambiente “Às Quartas, às 17h00, na APA” Tema da Sessão de 6 de Novembro de 2013: Dinâmica Fluvial e Ordenamento do Território Catarina Ramos [email protected] • De todas as componentes da dinâmica fluvial, as cheias são aquelas que maiores desafios colocam no processo de ordenamento do território. • As cheias definem a “área de influência dos rios” • De todas as componentes da dinâmica fluvial, as cheias são, sem dúvida, aquelas que maiores desafios colocam no processo de ordenamento do território. • Enquanto evento hidrológico extremo, as cheias podem constituir um fenómeno potencialmente gerador de danos (perigo). R=PxC em que: R – Risco P – Perigosidade C – Consequências danosas • De todas as componentes da dinâmica fluvial, as cheias são, sem dúvida, aquelas que maiores desafios colocam no processo de ordenamento do território. • Enquanto evento hidrológico extremo, as cheias podem constituir um fenómeno potencialmente gerador de danos (perigo). • O risco a elas associado depende das características da cheia bem como dos elementos a ela expostos. R=PxC em que: R – Risco P – Perigosidade C – Consequências danosas As cheias enquanto perigo 60 1º (51%) 50 40 1º (34%) eventos % 30 mortos afectados 20 10 outros temperaturas extremas secas tempestades (vento) cheias movimentos de terreno sismos erupções vulcânicas 0 Catástrofes naturais, à escala global, entre 1974 e 2003. Fonte: EM-DAT. Cheia: catástrofe natural se provocar, pelo menos, uma de quatro consequências possíveis: (i) dez ou mais vítimas mortais, (ii) cem ou mais pessoas afectadas no imediato, (iii) se existir um pedido de ajuda internacional; (iv) se existir a declaração do estado de emergência. Catástrofes naturais em Portugal (1960 – 2010) Tipo de catástrofe Nº de eventos Nº de mortos Nº de afectados Prejuízos (000 US) Sismos (Açores) 3 79 24 000 72 000 Movimentos de massa 1 29 55 16 300 Inundações / cheias 13 585 52 916 2 010 740 Tempestades / vento 6 47 330 91 000 Ondas de calor 2 2737 --- --- Vagas de frio 1 --- --- --- Secas 3 --- --- 1 443 136 Fogos florestais 8 60 150 186 3 475 000 Fonte: EM-DAT Catástrofe natural • 10 ou mais pessoas mortas ou • 100 ou mais pessoas afectadas (no imediato) ou • pedido de ajuda internacional ou • declaração do estado de emergência Tipologia das cheias quanto aos fatores desencadeantes. Regiões hidroclimáticas das cheias: o Código de Hayden. O «Código Climático das Cheias» (Hayden, 1988) À escala continental, as causas das cheias dependem, sobretudo, das zonas ou das regiões climáticas onde as bacias hidrográficas se inserem; ou seja, das características do clima. Julho • Hayden considera dois “reservatórios de água” das cheias: - a atmosfera (o principal) - os continentes onde existe neve e gelo acumulados à superfície (o secundário). Fevereiro Variação espacial do escoamento ao longo do ano O Código de Hayden Tipos de inundações devidas às cheias Tipo de inundação Sub-tipo Causa Fator desencadeante Fluvial 1. cheia pluvial (lenta) climática chuvas prolongadas Fluvial 2. cheia pluvial (rápida) climática chuva intensa Fluvial 3. cheia de fusão da neve climática subida da temperatura na primavera Fluvial 4. cheia de fusão de efeito combinado climática subida da temperatura + chuva intensa Fluvial 5. cheia de fusão do gelo geológica erupções vulcânicas 6. cheia costeira climática e marinha escoamento fluvial elevado + efeito das marés ou escoamento fluvial elevado + efeito das marés + storm surge Fluvial 7. cheia de obstáculo geológica e geomorfológica movimentos de vertente de obstrução ao escoamento fluvial Fluvial 8. cheia de derrocada natural hidrogeomorfológica cedência de obstáculo natural Fluvial 9. cheia de derrocada artificial antrópica rotura de barragem ou dique Fluvial 1. cheia pluvial (lenta) chuvas prolongadas dias, semanas, meses cheias lentas Lezíria do Tejo Fonte: IPMA Monção CIT Rain Fonte: Dartmouth Flood Observatory 2. cheia pluvial (rápida) chuva intensa cheias rápidas minutos, horas Fonte: IPMA Fonte: Dartmouth Flood Observatory 3. cheia de fusão da neve Subida da temperatura Cheias de fusão da neve Fonte: Dartmouth Flood Observatory 4. cheia de fusão de efeito combinado Subida da temperatura + chuva intensa 5. cheia de fusão do gelo Erupções vulcânicas Islândia Cheias de fusão rápida do gelo 6. cheia costeira climática e marinha escoamento fluvial elevado + efeito das marés ou escoamento fluvial elevado + efeito das marés + storm surge cheias costeiras 7. cheia de obstáculo movimentos de vertente ou outros obstáculos naturais ao escoamento fluvial 8. cheia de derrocada natural jökulhlaups A cheia mais mortífera de que há registos ocorreu no Rio Amarelo (China) em 1931, tendo provocado 3 700 000 mortos. Causa: colapso de barreira de gelo na Mongólia 9. cheia de derrocada artificial Rotura de barragens Fonte: Dartmouth Flood Observatory Rebentamento de diques O caso das inundações dos fundos de vale devidas a causas mistas Sequência: 1. Alagamento por subida da toalha freática 2. Cheias de montante (Rio Maior) 3. Cheias de jusante (Rio Tejo) 1 2 3 2 3 As cheias enquanto perigo. Critérios de classificação da perigosidade das cheias. Critérios de classificação da perigosidade das cheias Critérios Tipo de cheia Nº de pontas de cheia - simples ou monogénica - complexa ou poligénica Periodicidade (frequência de ocorrência) - regular ou irregular - nº de cheias/ano - época do ano (cheias outonais, invernais…) Velocidade de progressão - rápida ou repentina (flash floods) - lenta ou progressiva (slow floods) Duração - rápida ou repentina (< 1 dia) - semi-rápida (≥ 1 dia e ≤ 1 semana) - lenta ou progressiva (>1 semana ) Magnitude / Área inundada - pequena (small floods) - média (medium floods) - grande (big floods) Recorrência (probabilidade de ocorrência) - anual - decenal - centenária - milenária Múltiplos (multicritério) dependente do cruzamento dos critérios utilizados flash floods rapid-onset floods slow-onset floods Critérios de classificação da perigosidade das cheias Nº médio de cheias Critério: Periodicidade (frequência de ocorrência) 20 Critérios: Velocidade de progressão: rápida (4,5h) Duração: semi-rápida (57h: 2 dias e 9h) 15 10 5 0 J F M A M J J A S O N D meses Critério: Magnitude / Área inundada Nº de cheias Rio Tejo 60 small floods medium floods 40 big floods 20 0 6,4-7,0 7,0-7,5 altura (m) ≥7,5 Critérios de classificação da perigosidade das cheias Critério: Recorrência (probabilidade de ocorrência) Tipo de cheia: - anual - decenal - centenária - milenária Rio Tejo em Pte. Santarém (1922 – 1992) Método de Pearson III 10.00 Altura máx. inst. (m) Probabilidade de ocorrência Período de retorno (anos) Altitude (m) 8,8 0,5 % 200 12,1 8,7 1% 100 12 5% CI 8,6 2% 50 11,9 95% CI 8,4 4% 25 11,7 8,1 10 % 10 11,4 7,8 20 % 5 11,1 6,9 50 % 2 10,2 4,2 96 % 1 7,5 A 1979 9.00 1876 Maximum Annual Height (m) 8.00 P3 Value (Parameter Value) Probability Adjustment 7.00 6.00 5.00 4.00 Raw Data (Weibull Plot) 3.00 2.00 1.00 0.00 1 10 100 Exceedance Recurrence Interval (yr) 1000 Critérios de classificação da perigosidade das cheias Critérios múltiplos Critério: potência (magnitude) + duração Q.máx.inst. (m3/s) Índice de perigosidade 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Duração das cheias (dias) Os fatores agravantes das cheias (naturais e antrópicos). Exemplos. Os fatores naturais agravantes das cheias • Solo e subsolo de permeabilidade reduzida • características do relevo (declive, desnível…) • rede de drenagem: densidade, hierarquização, sinuosidade • coberto vegetal: tipo de revestimento e grau de cobertura a) ao nível da bacia hidrográfica b) ao nível dos fundos de vale • • • estreitamentos naturais dos vales (rochas resistentes) características do leito de cheia (largura e inclinação) obstáculos transportados pelas cheias AAcheia rápidade de25-26 25-26 Novembro de 1967 cheia rápida dede Novembro de 1967 Quintas 95 mortos AAcheia rápidade de25-26 25-26 Novembro de 1967 cheia rápida dede Novembro de 1967 Quintas: uma “armadilha” natural 0 500 m Mapa Geológico de Portugal, folha nº 30 D 0 Carta Militar de Portugal, folha nº 390 1 km AAcheia rápidade de25-26 25-26 Novembro de 1967 cheia rápida dede Novembro de 1967 Quintas: uma “armadilha” natural Os fatores antrópicos agravantes das cheias a) ao nível da bacia hidrográfica b) ao nível dos fundos de vale • • • Destruição do coberto vegetal nas áreas declivosas Práticas agrícolas inadequadas Impermeabilização dos solos • • • • • • Gestão inadequada das barragens Assoreamento dos canais fluviais Estrangulamentos dos canais fluviais Obstáculos perpendiculares ao sentido do escoamento Ocupação indevida dos leitos de cheia Falta de limpeza dos canais fluviais e vazamento indevido de lixos e entulhos Entulhamento ou encanamento dos cursos de água Sistemas de águas pluviais e residuais inadequados • • O caso da Madeira: conjugação de fatores agravantes naturais e antrópicos • pequena dimensão das 126 bacias hidrográficas (94 % são < 25 km2) • ribeiras com comprimentos curtos (≤ 21 km) • tempo de concentração (Tc) das bacias é sempre < 5 horas (numa amostragem feita a 86 das 126 bacias, verifica-se que 80 % têm um Tc< 2h) O caso da Madeira: conjugação de fatores agravantes naturais e antrópicos • Relevo acidentado que potencia o efeito orográfico sobre as precipitações • grandes desníveis (grande parte > 1200m) • fortes declives das vertentes 20 Fev 2010: entre as 6 e as 11h • grande inclinação das linhas de água principais 165 mm 108 mm O caso da Madeira: conjugação de fatores agravantes naturais e antrópicos • rápida concentração do escoamento superficial nos canais fluviais de drenagem muito elevada densidade • substrato geológico vulcânico muito alterado, de fraca permeabilidade • os vales são muito encaixados potenciando uma maior interacção entre os movimentos de vertente e as ribeiras carga sólida muito elevada ("aluviões“) O caso da Madeira: conjugação de fatores agravantes naturais e antrópicos Destruição do coberto vegetal nas áreas declivosas Práticas agro-pecuárias inadequadas Assoreamento dos canais fluviais • Aumento da probabilidade de ocorrência das cheias • Aumento da carga sólida com a potenciação da capacidade destruidora das cheias O caso da Madeira: conjugação de fatores agravantes naturais e antrópicos Impermeabilização dos solos e ocupação indevida dos leitos de cheia Funchal No início do séc. XX No início do séc. XXI O caso da Madeira: conjugação de fatores agravantes naturais e antrópicos Ocupação indevida dos leitos de cheia O caso da Madeira: conjugação de fatores agravantes naturais e antrópicos Estrangulamento dos canais fluviais Os fatores antrópicos agravantes das cheias estrangulamento do leito menor Rª Brava - Madeira O risco de cheia. Modelo concetual de avaliação do risco de cheia. Cenários. Medidas de adaptação e de mitigação. Avaliação e Gestão do Risco de Cheia Modelo conceptual integrado 1. Recolha da informação 2. Análise da informação 3. Síntese (integração das componentes analisadas) 4. Avaliação (cenários, medidas mitigadoras) 5. Decisão (e monitorização) monitorização modificação das componentes do risco Fase 1. Recolha da informação Dados biofísicos Dados socio-económicos • climáticos (precipitação acumulada, intensidade, duração, frequência, entre outros) • hidrológicos (alturas de água, caudais, marcas de cheia) • geomorfológicos (da bacia e do leito de cheia) • hidrogeomorfológicos (definição das áreas inundáveis) • estrutura e tendência evolutiva da população • tipos de actividades económicas • uso do solo e sua evolução • edifícios sensíveis e infra-estruturas estratégicas • valores e recursos naturais e culturais Dados sobre a percepção do fenómeno questionários (entrevistas, inquéritos) Fase 2. Análise da informação Áreas desportivas Áreas desportivas Grandes equipamentos Espaço industrial Núcleos em espaço rústico Edificação desordenada e fragmentada Edificação dispersa Edificação compacta 0 Áreas desportivas Grandes equipamentos Áreas desportivas Grandes equipamentos Áreas desportivas Edificação em áreas inundáveis Grandes equipamentos Espaço industrial Áreas desportivas Grandes equipamentos Espaço industrial Áreas desportivas Áreas desportivas Grandes equipamentos Espaço industrial Núcleos em espaço Grandes rústico equipamentos Grandes equipamentos Espaço industrial Núcleos em equipamentos espaço rústico Grandes Espaço industrial Espaço industrial Edificação e Núcleos em desordenada espaço rústico Espaço industrial fragmentada Núcleos em espaço rústico Núcleos em desordenada espaço rústico Edificação e Espaço industrial fragmentada Núcleos emdesordenada espaço rústico Edificação desordenada Edificação e e fragmentada Edificação dispersa Edificação e fragmentada Núcleos emdesordenada espaço rústico fragmentada Edificação dispersa Edificação dispersa Núcleos em espaço rústicoe Edificação desordenada 200 400 fragmentada Edificação dispersa Edificação compacta Edificação desordenada e Edificação compacta Ha Edificação dispersa fragmentada Edificação desordenada e Edificação compacta 0 fragmentada Edificação dispersa por cheia rápida na AML 1995 Tipos de espaços edificados edificados espaços deTipos sTipos edificados espaços deTipos edificados espaços de Tipos edificados edificados espaços espaços de de edificados espaços deTipos edificados espaços de os Tipos de espaços edificados Áreas desportivas 2007 Taxa de variação = 39% 600 200 400 Ha 600 Fase 3. Síntese dos resultados 1. Definição dos fatores condicionantes 2. Definição das áreas a proteger 3. Integração das componentes do risco Fase 4. Avaliação Situação de referência (período analisado) • Não fazer nada • Medidas estruturais Formulação de opções e cenários • Medidas não estruturais • Medidas mistas Avaliação das medidas propostas (a nível biofísico, de impacte ambiental, socioeconómico e perceptivo) Fase 5. Decisão Regresso à Fase 3: modificação das componentes do risco monitorização Medidas mitigadoras estruturais e não estruturais As medidas mitigadoras são conjunto de acções que visam reduzir ou eliminar, a longo prazo, o risco de cheia 1. medidas estruturais (correctivas): visam a resolução de problemas de inundação em pontos críticos das bacias hidrográficas a) medidas não estruturais (conservativas): englobam medidas de conservação e uso do solo, ordenamento do território, implementação de sistemas de prevenção e alerta e seguros 2. b) medidas não estruturais (restaurativas): visam a relocalização de actividades fora das planícies de inundação, nas situações em que não é sustentável manter as pessoas ou bens nas áreas inundáveis Medidas de mitigação estruturais (correctivas) Estratégia: “manter as cheias afastadas das pessoas” Medidas mitigadoras não estruturais O papel do ordenamento do território nas cabeceiras das linhas de água e áreas declivosas Madeira Proibição do sobrepastoreio com a renovação do coberto florestal Florestação das áreas mais declivosas Medidas mitigadoras não estruturais O papel do ordenamento do território nas cabeceiras das linhas de água e áreas declivosas Práticas agrícolas inadequadas adequadas Desordenamento da área ribeirinha Medidas mitigadoras não estruturais. O papel do ordenamento do território Construção densa no leito de cheia que potencia vítimas mortais e prejuízos, e provoca o “efeito tampão” com o aumento do nível da cheia, para montante canal fluvial cheias frequentes nos fundos de vale Cheia centenária Ordenamento da área ribeirinha Estratégia: “manter as pessoas afastadas das cheias” Espaço aberto para facilitar a passagem da cheia (espaços verdes: jardins, campos de golfe) residências sobreelevadas em relação ao leito de cheia canal fluvial cheias frequentes Cheia centenária Newson, 1995 Medidas mitigadoras não estruturais. O papel do ordenamento do território nos fundos de vale Proibição de alargamento dos perímetros urbanos em leito de cheia ocupação sustentável ocupação não sustentável Medidas mitigadoras não estruturais. O papel do ordenamento do território nos fundos de vale Nas áreas rurais devem-se reservar os leitos de cheia para a agricultura e pecuária extensiva Os perímetros urbanos devem respeitar os limites dos leitos de cheia Medidas mitigadoras não estruturais. O papel do ordenamento do território nos fundos de vale Nas áreas urbanas devem-se reservar os leitos de cheia para áreas de lazer e proceder à limpeza das linhas de água Medidas mitigadoras não estruturais. O papel do ordenamento do território nos fundos de vale As vias de comunicação principais não devem ser inundadas auto-estrada Lisboa-Porto Medidas mitigadoras não estruturais. O papel do ordenamento do território nos fundos de vale Proibição de quaisquer actividades nos leitos de cheia que impliquem o manuseamento ou tratamento de substâncias perigosas risco de contaminação da água e solos Medidas mitigadoras não estruturais O papel do ordenamento do território Decreto-Lei n.º 115/2010, Avaliação e gestão dos riscos de inundações «Edifícios sensíveis»: • os hospitais, lares de idosos, creches, infantários, escolas, • edifícios de armazenamento ou processamento de substâncias perigosas (voláteis, inflamáveis ou explosivas, tóxicas ou reactivas em contacto com a água), infra - estruturas de gestão de efluentes e de armazenamento ou transformação de resíduos, • edifícios com importância na gestão de emergências, nomeadamente quartéis de bombeiros, instalações das forças de segurança e das forças armadas, da Cruz Vermelha, comando nacional e comandos distritais de operações de socorro e serviços municipais de protecção civil; Medidas mitigadoras não estruturais. O papel do (re)ordenamento do território Diretiva 2007/60/CE Desocupação dos leitos de cheia Relocalização Recuperação e requalificação dos rios e restauração das planícies aluviais Medidas de mitigação / adaptação Estratégia: “viver com as cheias” Sobreelevação das casas Para residência sem cave nível expectável da cheia (1m) válvula de segurança do esgoto barreira amovível paredes à prova de cheia Medidas de adaptação Estratégia: “viver com as cheias” Barreiras de protecção Decreto-Lei nº 115/2010 : avaliação e gestão dos riscos de inundações • Avaliação Preliminar dos Riscos de Inundação (riscos potenciais) • Cartas de Zonas Inundáveis (amplitude da inundação, níveis de água, caudais de cheia) • Cartas de Riscos de Inundações (nº de habitantes potencialmente afectados, edifícios sensíveis, tipo de actividades económicas potencialmente afectadas, instalações que possam causar poluição acidental em caso de inundação, outras informações) • Planos de Gestão dos Riscos de Inundações (... ordenamento do território...) Decreto-Lei nº 115/2010 : avaliação e gestão dos riscos de inundações Artigo 7.º Cartas de zonas inundáveis para áreas de risco 1 — As cartas de zonas inundáveis para áreas de risco cobrem as zonas geográficas susceptíveis de serem inundadas e devem contemplar os seguintes cenários: a) Inundação de baixa probabilidade de ocorrência ou cenários de fenómenos extremos; b) Inundação de média probabilidade de ocorrência, isto é, periodicidade igual ou superior a 100 anos; c) Inundação de elevada probabilidade de ocorrência, associada a períodos de retorno inferiores a 100 anos, nas zonas densamente povoadas e naquelas em que o risco não deva ser desvalorizado, que sejam propostas pela CNGRI. A gestão do risco de cheia deve ser feita a diversas escalas de análise espacial Cities and Flooding, 2012 A gestão do risco de cheia deve ser feita a diversas escalas de análise espacial Cities and Flooding, 2012 A gestão do risco de cheia deve ser feita a diversas escalas de análise espacial Cities and Flooding, 2012 A gestão do risco de cheia deve ser feita a diversas escalas de análise espacial Cities and Flooding, 2012 Ideias-chave • As cheias são um fenómeno complexo, condicionado por diversos factores naturais e antrópicos, que implicam o estudo caso a caso. • Nem sempre as medidas a implementar devem ser as mesmas e, por vezes, é necessário aplicar medidas de tipo diverso (mistas), que se complementam na resolução do problema a solucionar. • A aplicação de qualquer medida (em especial das estruturais) deve ser sempre acompanhada da respectiva avaliação. Agência Portuguesa do Ambiente “Às Quartas, às 17h00, na APA” Tema da Sessão de 6 de Novembro de 2013: Dinâmica Fluvial e Ordenamento do Território Catarina Ramos [email protected]