Uma Precaução Contra o Fanatismo
John Wesley
'Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para
o que fui também preso por Cristo Jesus'. (Filipenses 3:12)
'E João lhe respondeu, dizendo: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava demônios, o
qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue. Jesus, porém, disse: Não lho
proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa logo falar mal de mim'.
(Marcos 9:38-39)
1. Nos versos precedentes, nós lemos que, depois dos Doze terem disputado
'qual deles seria o maior', Jesus pegou uma criança pequena, a colocou no meio deles,
e a tomando em seus braços disse: 'Quem quer que receba um destes pequenos, em
Meu nome, recebe a mim; e quem quer que receba a Mim, não me recebe', apenas
'Aquele que me enviou'. Então, 'João respondeu', ou seja, disse, com referência ao que
nosso Senhor tinha falado, exatamente antes: 'Mestre, nós vimos alguém expulsar
demônios em Teu nome, e nós o proibimos, porque ele não nos seguia'. Como se ele
tivesse dito: ' Nós devíamos tê-lo recebido? Ao recebê-lo, nós teríamos recebido a Ti?
Não teria sido melhor proibirmos a ele? Nós não fizemos bem nisto?'. "Mas Jesus
disse, 'Não o proíbam!'".
2. A mesma passagem é receitada por Lucas, e quase nas mesmas palavras.
Mas pode ser perguntado: 'O que é isto para nós, vendo que nenhum homem agora
expulsa demônios? O poder de fazer isto não foi removido da igreja, por cento e doze
ou cento e quatorze anos? Como, então, nós devemos entender o caso aqui proposto,
ou a decisão de nosso Senhor nisto?'.
3. Talvez, mais proximamente do que é comumente imaginado; o caso
proposto não sendo um caso incomum. Para que possamos tirar proveito completo
dele, eu pretendo mostrar:
I. Em que sentido, os homens podem expulsar demônios, e o fazem;
II. O que podemos entender por 'Ele não nos seguia';
III. Explicar a direção de nosso Senhor, 'Não o proíbam!';
IV. E concluir com uma inferência do todo.
I
1. Em Primeiro Lugar, eu vou mostrar em que sentido os homens podem
expulsar demônios, e o fazem:
Com o objetivo de ter uma visão mais clara disto, nós podemos nos lembrar
que (de acordo com o relato bíblico), como Deus habita e opera nos filhos da luz,
então, o diabo habita e opera nos filhos das trevas. Como o Espírito Santo possui as
almas dos homens bons, então o espírito do diabo possui as almas dos homens maus.
Por isto é que o Apóstolo o denomina 'o deus deste mundo'; do poder incontrolável
que ele tem sobre os homens mundanos. Por isso, nosso Abençoado Senhor o intitula
'o príncipe deste mundo'; tão absoluto é seu domínio sobre ele. E, por isso, João diz:
'Nós sabemos que somos de Deus, e', todo aquele que não é de Deus, 'o mundo todo',
não jaz na maldade, mas 'jaz naquele que é mau'; vive e se move nele, como eles que
não são do mundo, o fazem em Deus.
2. Porque o diabo não pode ser considerado apenas como 'um leão que ruge, à
procura de alguém que ele possa devorar'. Não meramente como um inimigo
perspicaz, que vem, sem avisar, sobre as pobres almas, e 'as leva cativa à sua
vontade'; mas como alguém que habita nelas, e caminha nelas; quem decreta a
escuridão e a maldade deste mundo (dos homens mundanos e todos os seus desígnios
e ações da escuridão), mantendo possessão de seus corações, fixando seu trono lá, e
trazendo cada pensamento em obediência a si mesmo. Assim, 'o forte preparou-se
para manter sua casa'; e se este 'espírito impuro', algumas vezes, 'não mais habita em
um homem', ainda assim, ele retorna com 'sete espíritos piores do que ele mesmo, e
eles entram e habitam lá'. Nem ele pode ser ocioso em sua moradia. Ele está
continuamente 'trabalhando' nestes 'filhos da desobediência'. Ele trabalha neles com
poder, com energia poderosa, transformando-os a sua própria semelhança, eliminando
tudo que resta da imagem de Deus, e os preparando para toda palavra e obra
pecaminosa.
3. Trata-se, portanto, de uma verdade inquestionável que o deus e príncipe
deste mundo ainda possui todos os que não conhecem a Deus. Apenas a maneira
como ele os possui difere agora daquele dos velhos tempos. Assim, ele
freqüentemente atormentou seus corpos, assim como suas almas (exceto em alguns
casos raros); e tão secretamente quanto possível. A razão desta diferença é clara: era,
então, o objetivo dele dirigir toda a humanidade para a superstição; portanto, ele
forjou tão abertamente quanto ele pode. Mas é seu objetivo, agora, nos conduzir à
infidelidade; por conseguinte, ele opera tão privativamente quanto ele pode: porque
quanto mais oculto está, mais ele prevalece.
4. Ainda assim, se nós podemos confiar nos historiadores, estas são regiões,
mesmo agora, onde ele opera, tão abertamente, como nos tempos passados. 'Mas por
que nas regiões selvagens e bárbaras, apenas? Por que não na Itália, França, ou
Inglaterra?'. Por uma razão muito simples: ele conhece seus homens, e sabe o que
tem de fazer com cada um. Para os nascidos na Lapônia, ele aparece com o rosto à
mostra; porque ele os está fixando na supertição e idolatria grosseira. Mas com vocês,
ele segue uma conduta diferente. Ele faz com que vocês idolatrem a si mesmos; torna
vocês mais sábios, aos seus próprios olhos do que o próprio Deus, e do que os
oráculos de Deus. Agora, com o objetivo disto, ele não deve aparecer em sua própria
forma: porque isto frustraria seu propósito. Não: Ele usa toda sua arte para fazer você
negar sua existência, até que ele tem você a salvo em seu próprio lugar.
5. Ele reina, portanto, embora que de uma maneira diferente; ainda assim, tão
absoluto em uma terra como em outra. Ele tem a alegre infidelidade italiana, em seus
dentes, tão certamente, quanto o selvagem tártaro [habitante da Tartária]. Mas aquele
que é muito sábio para acordá-lo, rapidamente adormece na boca do leão. De modo
que ele apenas brinca com ele no presente, e, quando lhe agrada, o consome!
O deus deste mundo agarra seus adoradores ingleses, tão rapidamente quanto
esses da Lapônia. Mas não é tarefa dele aterrorizá-los, a fim de que eles não fujam
para o Deus dos céus. O príncipe da escuridão, por conseguinte, não aparece,
enquanto ele impera sobre esses súditos dispostos. O conquistador prende seus cativos
bem à salvo, porque eles se imaginam em liberdade. Assim, 'o forte mantém sua casa
segura, e seus pertences estão em paz'; nem o Deísta, nem o Cristão nominal
suspeitam que ele está lá; deste modo, ele e eles estão perfeitamente em paz um com o
outro.
6. Tudo isto, enquanto ele trabalha com energia absorvida deles. Ele cega os
olhos de seu entendimento, de modo que a luz do evangelho glorioso de Cristo não
pode brilhar sobre eles. Ele algema suas almas na terra e inferno, com as algemas das
próprias afeições vis deles. Ele os liga a terra, através do amor ao mundo, ao dinheiro,
ao prazer e louvor. E por meio do orgulho, cobiça, ira, ódio, desejo de vingança, ele
faz com que suas almas se aproximem do inferno; agindo de maneira segura e
desimpedida, uma vez que eles não sabem que ele age, afinal.
7. Mas quão facilmente podemos conhecer a causa por seus efeitos! Essas,
algumas vezes, são grosseiras e palpáveis. Assim, elas eram nas mais refinadas das
nações pagãs. Não precisam ir muito longe do que os virtuosos e admiráveis romanos;
e vocês encontrarão estes, quando no alto de seu aprendizado e glória, 'cheios com
iniqüidade, fornicação, maldade, cobiça, malícia; cheios de inveja, assassinato,
disputa, fraude, malignidade, murmúrios, calúnias, acinte, orgulho, ostentação,
desobediência aos pais, quebras de aliança, sem afeição natural, implacáveis, e sem
misericórdia'.
8. As partes mais fortes desta descrição são confirmadas por alguém que
alguns podem pensar ser a mais inquestionável testemunha. Eu quero dizer o irmão
ateu deles, Dion Cassius; que observa que, antes do retorno de César da Gália, não
apenas a glutonaria e a lascívia de todo o tipo eram notórias, e com o rosto à mostra;
não apenas a falsidade, injustiça, e a falta de misericórdia abundavam, nas cortes
públicas, assim como nas famílias privadas; mas a maioria dos roubos ultrajantes,
saques, e assassinatos eram tão freqüentes, em todas as partes de Roma, que poucos
homens saíam de suas portas, sem antes fazerem seus testamentos, já que não sabiam
se retornariam vivos!
9. Como grosseiras e palpáveis são as obras do diabo, em meio a muitos (se
não todos) os pagãos modernos. A religião natural dos creeks, cherokees, chickasaws,
e todos os outros índios, confinados em nossas colônias do sul, (não poucos homens
solteiros, mas nações inteiras) torturam todos os seus prisioneiros, de manhã à noite;
para que, por fim, eles os assem até a morte; e junto a mais insignificante e
involuntária provocação, vêm por trás e atiram, em qualquer um de seus próprios
compatriotas! Sim, é uma coisa comum entre eles, já que um filho, se ele pensar que
seu pai vai viver muito, esmaga sua cabeça; e uma vez que uma mãe, se ela está
cansada de seus filhos, amarra pedras, em volta de seus pescoços, e atira três ou
quatro deles dentro do rio, um após o outro!
10. Seria desejável que ninguém, a não ser os pagãos praticassem tais obras
grosseiras e palpáveis do diabo. Mas nós não nos atrevemos a dizer isto. Mesmo no
que diz respeito á crueldade e carnificina, quão poucos cristãos ficam atrás deles! E
não apenas os espanhóis e portugueses matam milhares na América do Sul: não
apenas os holandeses no oeste das Índias, ou o Francês na América do Norte,
seguindo os espanhóis, passo a passo: nossos compatriotas também têm se vicejado no
sangue, e exterminado nações inteiras; plenamente provando, por meio disto, qual o
espírito que habita e opera nos filhos da desobediência.
11. Esses monstros poderiam quase nos fazer não tomarmos conhecimento das
obras do diabo que são forjadas em nossa região. Mas, ai de mim! Nós não podemos
abrir nossos olhos, mesmo aqui, sem os vermos de todos os lados. Não é uma pequena
prova de seu poder, que blasfemadores comuns, bêbados, homens devassos, adúlteros,
ladrões, assaltantes, sodomitas, assassinos, ainda sejam encontrados em todas as
partes de nossa terra? Quão triunfante o príncipe deste mundo reina nesses filhos da
desobediência!
12. Menos abertamente, mas não menos efetivamente, ele opera nos
dissimuladores, mexeriqueiros, mentirosos, caluniadores; nos opressores e usurários,
no perjuro, no vendedor de seu amigo, sua honra, sua consciência, sua cidade. E ainda
assim, esses podem falar de religião ou de consciência; de honra, virtude, de espírito
público! Mas eles não podem mais enganar satanás do que podem enganar a Deus. Ele
igualmente conhece esses que são seus: e uma grande multidão deles, de todas as
nações e povos, dos quais ele tem possessão completa até este dia.
13. Se você considera isto, você não pode deixar de ver em que sentido os
homens podem também expulsar demônios; sim, e todo Ministro da igreja os expulsa,
se a obra do Senhor prospera em suas mãos.
Através do poder de Deus, atendendo sua palavra, ele traz esses pecadores ao
arrependimento; uma mudança interna completa, assim como externa. De todo mal
para todo bem. E isto é, em um sentido profundo, expulsar demônios das almas, nas
quais eles têm habitado até agora. O forte não pode manter sua casa por muito tempo.
Um mais forte do que ele vem sobre si, e o expulsa, e toma posse para si mesmo, e faz
dela habitação de Deus, através de Seu Espírito. Aqui, então, a energia de satanás
termina, e o Filho de Deus 'destrói as obras do diabo'. O entendimento do pecador
está agora clareado, e seu coração suavemente se volta para Deus. Seus desejos são
refinados, suas afeições purificadas; e, sendo preenchidas com o Espírito Santo, ele
cresce na graça. Até que ele não seja apenas santo no coração, mas em tudo aquilo
que fala.
14. Tudo isto é, de fato, a obra de Deus. É Deus somente quem pode expulsar
satanás. Mas Ele está geralmente agradado de fazer isto, através do homem, como um
instrumento nas mãos Dele: quem, então, é dito que expulsa demônio em seu nome,
pelo seu poder e autoridade. E Ele envia aqueles a quem Ele irá enviar para esta
grande obra; mas usualmente tais homens que nunca teriam pensado sobre isto:
porque 'Os caminhos de Deus não são como nossos caminhos; nem seus pensamentos,
como nossos pensamentos'. Assim sendo, Ele escolhe o fraco para confundir o forte; o
tolo para confundir o sábio; e por este motivo simples, para que Ele possa garantir a
glória para si mesmo; para que 'nenhuma carne possa gloriar-se aos olhos Dele'.
II
1. Mas nós não podemos proibir alguém que assim 'expulsa demônios', se 'ele
não nos segue?'. Isto, pelo parece, foi ambos o julgamento e a prática do Apóstolo, até
que ele referiu o caso ao seu Mestre: 'Nós o proibimos, disse ele, 'porque ele não nos
segue!' O que ele supôs ser uma razão mais do que suficiente. O que nós podemos
entender por esta expressão: 'Ele não nos segue' é o próximo ponto a ser considerado.
A menor circunstância, que nós podemos entender, por meio disto, é que
aquela pessoa não tem ligação exterior conosco. Nós não trabalhamos, em união um
com o outro. Ele não é nosso ajudador nas causas do Evangelho. E, de fato, quando
quer que agrade nosso Senhor enviar muitos trabalhadores para sua colheita, eles não
podem agir, em subordinação, ou ligação, uns com os outros. Mais ainda, eles não
podem estar pessoalmente familiarizados, nem serem tão conhecidos uns dos outros.
Muitos deverão estar necessariamente, em diferentes partes da colheita, tão longe de
terem um intercurso mútuo, que eles serão como absolutos estranhos uns aos outros,
como se eles tivessem vivido em diferentes épocas. E concernente alguns desses a
quem nós não conhecemos, sem dúvidas, nós podemos dizer: 'Eles não nos seguem'.
2. Um Segundo significado dessa expressão pode ser: -- ele não é de nossa
facção. Tem sido, há muito tempo, assunto de melancólica consideração, por parte de
todos que oram pela paz em Jerusalém, que tantas facções ainda subsistam em meio a
todos esses que são denominados cristãos. Tem sido particularmente observável, em
nossos compatriotas, que eles têm continuamente se dividido, em pontos de nenhuma
importância, e muitas vezes, tais que não têm nada concernente à religião. As mais
levianas circunstâncias têm se erguido de diferentes facções, que têm continuado, por
muitas gerações; e cada uma dessas estaria pronta a objetar alguém que estivesse do
outro lado: 'Ele não nos segue'.
3. Aquela expressão pode significar, em Terceiro Lugar, -- ele difere de nós,
quanto às nossas opiniões religiosas. Houve um tempo, em que todos os cristãos eram
de um só pensamento, assim como de um só coração, tão grande era a graça sobre
eles, quando eles foram primeiro preenchidos com o Espírito Santo! Mas em quão
curto espaço de tempo essa bênção continuou! Quão logo, toda aquela unanimidade
foi perdida, e diferenças de opinião brotaram novamente, mesmo na igreja de Cristo!
– e estas, não em um cristãos nominais, mas em cristãos reais; mais ainda, nos
principais deles, nos próprios Apóstolos! Nem parece que as diferenças que, então,
começaram, foram, alguma vez, inteiramente removidas. Nós nos certificamos de que,
nem mesmos esses pilares do templo de Deus, por quanto tempo eles permaneceram
na terra, foram, alguma vez, levados a pensar do mesmo modo; a terem um só
pensamento; particularmente, com respeito à lei cerimonial. Portanto, não é surpresa,
de modo algum, que variedades infinitas de opiniões possam agora ser encontradas na
igreja cristã. Uma conseqüência muito provável disto é que quando quer que vejamos
alguém 'expulsando demônios', ele será alguém que, neste sentido, 'não nos segue' –
que não é de nossa opinião. Escassamente deve ser imaginado que ele seja de nossa
mente em todos os pontos, mesmo a respeito de religião. Ele pode muito
provavelmente pensar de uma maneira diferente de nós, mesmo a respeito de diversos
assuntos de importância; tais como a natureza e o uso da lei moral, os decretos eternos
de Deus, a suficiência e eficiência de sua graça, e a perseverança de seus filhos.
4. Ele pode diferir de nós, em Quarto Lugar, não apenas em opinião, mas
igualmente em algum ponto da prática. Ele pode não aprovar aquela maneira de
adorar a Deus, e que seja praticada em nossa congregação; e pode julgar que seja mais
proveitoso para sua alma que tenha seu progresso de Calvim ou Martinho Lutero. Ele
pode ter muitas objeções, com respeito àquela liturgia que nós aprovamos além de
todas as outras; muitas dúvidas, concernentes esta da direção da igreja que nós
estimamos ser tanto apostólica, quanto bíblica. Talvez, ele possa ir mais além do que
nós: ele pode, por um princípio de consciência, abster-se de diversas dessas
ordenanças, que nós acreditamos, serem as ordenanças de Cristo. Ou, se ambos
concordamos que elas sejam ordenadas de Deus, ainda pode permanecer uma
diferença entre nós, seja quanto à maneira de administrar essas ordenanças, ou quanto
às pessoas a quem elas possam ser administradas. Agora, a inevitável conseqüência de
algumas dessas diferenças será a de que ele que assim difere de nós deve separar-se de
nossa sociedade, com respeito a esses pontos. Neste contexto, portanto, 'ele não nos
segue': Ele não é (como exprimimos isto) 'de nossa igreja'.
5. Mas, em um sentido muito mais forte, 'ele não nos segue', não significa
apenas que ele é de uma igreja diferente, mas de tal igreja que nós consideramos, em
muitos aspectos, não ser bíblica, nem cristã, – uma igreja que nós acreditamos ser
extremamente falsa e errônea, em suas doutrinas, assim como, muito perigosamente
errada, em sua prática; culpada de supertição grosseira, tanto quanto idolatria, -- uma
igreja que tem acrescentado muitas profissões de fé, que, uma vez, foram entregues
aos santos; que tem renunciado a um dos mandamentos de Deus, e tem tornado sem
efeito os demais, através de suas tradições; e que, pretendendo a mais alta veneração,
e mais estrita conformidade para com a igreja primitiva, tem trazido, não obstante,
inúmeras inovações, sem qualquer garantia, tanto da Antigüidade, quanto das
Escrituras. Agora, mais certamente, 'ele não nos segue', é alguém que fica a uma
grande distância de nós.
6. E, ainda assim, pode existir uma diferença mais ampla do que está. Ele que
difere de nós, em julgamento ou prática, pode, possivelmente permanecer a uma
distância maior de nós na afeição do que no julgamento. E isto, de fato, é um efeito
muito natural e muito comum do outro. As diferenças que começam nos pontos de
opinião, raramente terminam lá. Elas geralmente se espalham nas afeições, e, então,
separam os principais amigos. Nem algumas animosidades são tão profundas e
irreconciliáveis quanto essas que brotam das discordâncias na religião. Porque este
motivo, os mais amargos inimigos de um homem são aqueles de sua própria casa.
Uma vez que um pai se ergue contra seus filhos; e seus filhos contra o pai; e, talvez,
persigam, uns aos outros, até mesmo, à morte, pensando, todo o tempo, que eles estão
fazendo um serviço a Deus.
Portanto, tudo que podemos esperar destes que diferem de nós, tanto nas
opiniões religiosas, quanto nas práticas, é que eles logo contraiam uma aspereza; sim,
uma amargura em direção a nós; se forem, mais ou menos, imbuídos de preconceitos
contra nós, até terem uma opinião doentia quanto à nossa pessoa ou aos nossos
princípios. Uma conseqüência quase necessária disto será que eles irão falar da
mesma maneira que eles pensam de nós. Eles irão situar-se em oposição a nós, e,
quanto mais eles forem capazes, mais ocultarão nossa obra; vendo que ela não parece
a eles ser obra de Deus, mas tanto de homem, quanto do diabo. Ele que pensa, fala, e
age de tal maneira como esta, no mais alto sentido, 'não nos segue'.
6. E, ainda assim, pode existir uma diferença maior do que esta. Ele que difere
de nós, em julgamento ou prática, pode, possivelmente permanecer a uma distância
maior de nós na afeição do que no julgamento. E isto, de fato, é um efeito muito
natural e muito comum do outro. As diferenças que começam nos pontos de opinião,
raramente terminam lá. Elas geralmente se espalham nas afeições, e, então, separam
os principais amigos. Nem algumas animosidades são tão profundas e irreconciliáveis
quanto essas que brotam das discordâncias na religião. Porque este motivo, os mais
amargos inimigos de um homem são aqueles de sua própria casa. Uma vez que um pai
se ergue contra seus filhos; e seus filhos contra o pai; e, talvez, persigam, uns aos
outros, até mesmo, à morte, pensando, todo o tempo, que eles estão fazendo um
serviço a Deus.
Portanto, tudo que podemos esperar destes que diferem de nós, tanto nas
opiniões religiosas, quanto nas práticas, é que eles logo contraiam uma aspereza; sim,
uma amargura em direção a nós; se forem, mais ou menos, imbuídos de preconceitos
contra nós, até terem uma opinião doentia quanto à nossa pessoa ou aos nossos
princípios. Uma conseqüência quase necessária disto será que eles irão falar da
mesma maneira que eles pensam de nós. Eles irão situar-se em oposição a nós, e,
quanto mais eles forem capazes, mais ocultarão nossa obra; vendo que ela não parece
a eles ser obra de Deus, mas tanto de homem, quanto do diabo. Ele que pensa, fala, e
age de tal maneira como esta, no mais alto sentido, 'não nos segue'.
7. Realmente, eu não entendo que a pessoa, de quem o Apóstolo fala no texto,
(embora tenhamos nenhum relato pessoal dele; tanto no contexto, quanto em qualquer
outra parte dos santos escritos) foi assim tão longe. Nós não temos fundamento para
supormos que existiu algum material diferente entre ele e os Apóstolos; muito menos,
que ele tivesse algum preconceito, tanto contra eles, quanto ao seu Mestre. Nós
podemos compreender, assim, das próprias palavras de nosso Senhor, que
imediatamente se seguem ao texto: 'Não existe homem algum que faça milagre em
Meu nome, que possa levianamente falar mal de mim'. Mas eu, propositadamente,
coloco o caso, sob uma luz mais forte, acrescentando todas as circunstâncias que
possam bem ser concebidas; para que, estando protegida da tentação, em sua força
total, nós possamos, de maneira alguma, nos rendermos a ela, e lutarmos contra Deus.
III
1. Suponha, então, um homem que não tenha intercurso algum conosco;
suponha que ele não seja de nossa facção; suponha que ele se separou de nossa igreja;
sim, e abertamente difere de nós, tanto em julgamento, quanto na prática e afeição;
ainda assim, se nós virmos, alguma vezes, este homem 'expulsando demônios', Jesus
diria, 'Não o proíbam'. Esta direção importante de nosso Senhor, eu vou explicar, em
Terceiro Lugar:
2. Se nós virmos este homem expulsando demônios: nestes casos, seria bom se
pudermos acreditar, realmente, no que vimos com nossos olhos; se nós não estamos
mentindo aos nossos próprios sentidos. Estará pouco familiarizado com a natureza
humana, aquele que não percebe, imediatamente, o quanto estamos extremamente
despreparados, em acreditarmos que algum homem que expulsa demônios, 'não nos
segue', em todos, ou na maioria dos sentidos acima citados: eu quase diria que em
qualquer um deles, vendo que nós podemos facilmente compreender. mesmo do que
se passa, em nossos próprios peitos, quão pouco dispostos os homens estão de
admitirem algum bem naqueles que não concordam com eles em todas as coisas.
3. 'Mas o que é uma prova suficiente e razoável de que um homem (no sentido
acima citado) expulsa demônios?'. A resposta é fácil. Existem provas completas: (1)
Esta pessoa foi antes um pecador grosseiro e declarado? (2) Ela não é assim agora?
Ela rompeu com seus pecados, e vive uma vida cristã? (3) Esta mudança foi forjada,
através de ouvir este homem pregar? Se esses três pontos foram claros e inegáveis,
então, você tem prova suficiente e inegável - tal que você não poderá recusar, sem
pecar terrivelmente, de que este homem expulsa demônios.
4. Então, 'não o proíba'. Cuide de não tentar impedi-lo, quer através de sua
autoridade, seus argumentos, ou persuasões. De maneira alguma, esforce-se para
impedir que ele use de todo o poder que Deus deu a ele. Se você tem autoridade sobre
ele, não use desta autoridade para parar a obra de Deus. Não lhe forneça razões, com
as quais ele não possa mais falar em nome de Jesus. Satanás não falhará em supri-lo
com essas, se você não subordiná-lo nisto. Persuada-o a não deixar a obra. Se ele der
lugar para o diabo e você, muitas almas poderão perecer, nas suas iniqüidades, mas o
sangue delas, Deus irá requer de suas mãos, e não, das mãos dele.
5. 'Mas, e se ele for apenas um leigo que expulsa demônios, nós não devemos
proibi-lo, então?'.
Admitiu-se o fato? Existe prova razoável de que este homem tem ou expulsa
demônios? Se há, não o proíba; não, colocando em risco a sua alma! Deus não deverá
operar, através daquele que ele irá operar? Nenhum homem pode fazer essas obras, a
menos que Deus esteja com ele; a menos que Deus o tenha enviado para esta mesma
coisa. Mas, se Deus o tem enviado, você irá chamá-lo de volta? Você irá proibi-lo de
ir?
6. 'Mas eu não sei, se ele é enviado de Deus'. 'Agora, nisto está uma coisa
maravilhosa': (possam quaisquer dos sinais de sua missão dizer de alguém, a quem
ele trouxe de satanás para Deus). 'Mesmo que você não saiba de onde este homem é;
observe, ele abriu meus olhos! Se este homem não fosse de Deus, ele não poderia
fazer coisa alguma!'. Se você duvida do fato, mande buscar os pais deste homem;
seus irmãos, amigos, familiares. Mas, se você não pode duvidar disto; se você não tem
necessidade de reconhecer 'que um milagre notável tem sido forjado', então, com que
consciência; com que cara, você pode instruir aquele a quem Deus enviou a 'não mais
falar em seu nome?'.
7. Eu admito que é altamente expediente, quem quer que pregue em seu nome,
possa ter um chamado exterior, assim como interior, mas que seja absolutamente
necessário, eu nego.
"Mas não são as Escrituras que dizem: 'E ninguém toma para si esta honra,
senão o que é chamado por Deus, como Arão'. (Hebreus 5:4)?".
Inúmeras vezes, este texto tem sido citado para esta ocasião, como contendo a
mais forte das razões; mas, certamente, nunca em tão infeliz citação: Porque,
Primeiro, Arão não foi chamado para pregar, afinal: ele foi chamado para 'oferecer
dons e sacrifícios pelo pecado'. Aquela foi sua ocupação peculiar. Em Segundo
Lugar, esses homens não oferecem sacrifício, afinal, mas apenas pregam; o que Arão
não fez. Por conseguinte, não é possível encontrar algum texto, em toda a Bíblia que
seja mais distante do ponto que este.
8. 'Mas qual era a prática dos tempos apostólicos?'. Você pode facilmente ver
nos Atos dos Apóstolos. No oitavo capítulo, nós lemos: (Verso 1) 'Havia uma grande
perseguição contra a igreja que havia em Jerusalém, e eles todos se espalharam por
todos os lados, através de regiões da Judéia e Samaria, exceto os Apóstolos'.-(Verso 4) 'Conseqüentemente, eles que foram espalhados nos arredores foram para
todos os lugares pregarem a Palavra'. (Atos 8:4) 'Mas os que andavam dispersos iam
por toda à parte, anunciando a palavra'. Agora, todos esses foram chamados
exteriormente para pregar? Nenhum homem de bom senso pode pensar assim. Aqui,
então, está uma prova inegável do que foi a prática dos tempos apostólicos. Aqui você
não vê uma, mas uma multidão de pregadores leigos; homens que foram apenas
enviados de Deus.
9. De fato, muito longe está a prática dos tempos apostólicos de nos inclinar a
pensar que era ilícito para um homem pregar, antes que ele fosse ordenado; que nós
temos razão para pensar que fosse, então, considerado necessário. Certamente, a
prática e a direção do Apóstolo Paulo foi provar a um homem antes que ele fosse
ordenado, afinal. 'Que estes' (os diáconos), diz ele, 'sejam primeiro provados, depois
sirvam, se forem irrepreensíveis' (I Timóteo 3:10). Provados como? Colocando-os
para traduzirem uma sentença do Grego, e perguntar a eles algumas questões triviais?
Ó, que prova surpreendente de um Ministro de Cristo! Não. Mas para fazer uma
experiência clara, aberta (como ainda é feita pela maioria das Igrejas Protestantes da
Europa), não apenas se suas vidas são santas e irrepreensíveis, mas se eles têm alguns
dons, que são absolutamente e indispensavelmente necessários, com o objetivo de
edificar a igreja de Cristo.
10. Mas, e se um homem tem esses dons, e trouxe os pecadores ao
arrependimento, e ainda assim, o Bispo não o ordena? Então, o Bispo o proíbe de
expulsar demônios. Mas eu não me atrevo a proibi-lo: eu tenho publicado minhas
razões para o mundo todo. Ainda assim, insiste-se que eu deva fazer isto. Você que
insiste nisto, apresente seus motivos. Eu não conheço pessoa alguma que já tenha feito
isto, ou mesmo, tenha tentado fazer isto. Apenas alguns têm falado deles, de maneira
fraca e superficial: e isto foi prudente o suficiente; já que é muito mais fácil
menosprezar; pelo menos, parecer menosprezar um argumento do que respondê-lo.
Assim sendo, até que isto seja feito, eu devo dizer que, quando eu tenho prova
razoável de que algum homem expulsa demônios, o que quer que outros façam, eu
não me atrevo a proibi-lo, a fim de que eu não seja encontrado, certamente, lutando
contra Deus.
11. E quem quer que tu sejas que temes a Deus, 'não o proíbe'; tanto
diretamente, quanto indiretamente. Existem muitas formas de se fazer isto. Você
indiretamente o proíbe, se você nega totalmente, ou menospreza, ou faz pouca conta
da obra que Deus tem forjado, através das mãos dele. Você indiretamente o proíbe,
quando você o desencoraja, em sua obra, arrastando-o para disputas, concernentes a
ela, levantando objeções contra, ou o amedrontando, com conseqüências, que, muito
possivelmente, nunca ocorrerão. Você o proíbe, quando você mostra alguma
indelicadeza, em direção a ele, tanto no vocabulário, quanto no comportamento; e
muito mais, quando você fala dele para outros; de uma maneira indelicada ou
desdenhosa; quando você se esforça para descrevê-lo a alguém, sob uma luz odiosa ou
desprezível. Você o está proibindo, todo o tempo, se você fala mal dele, se não faz
conta de seus trabalhos. Ó não o proíba, em nenhum desses casos; nem proíba a outros
de ouvi-lo, -- desencorajando os pecadores de ouvirem aquela palavra que é capaz de
salvar suas almas!
12. Sim, se você puder observar a direção de nosso Senhor, em seu completo
significado e extensão, então, lembre-se desta palavra: 'Ele que não é por nós, é
contra nós' -- (Lucas 9:50) 'E Jesus lhes disse: Não o proibais, porque quem não é
contra nós é por nós'.—'E ele que não se reúne a mim, se dispersa': ele que não reúne
homens, no reino de Deus, seguramente dispersa-se dele. (Mateus 12:30) 'Quem não
é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha'. Não pode existir
neutralidade nesta guerra. Cada um está, ou do lado de Deus, ou do lado de satanás.
Você está do lado de Deus? Então, você, não apenas, não irá proibir qualquer homem
de expulsar demônios, mas irá trabalhar, com o todo o seu poder, para animá-lo em
seu trabalho. Você rapidamente irá reconhecer a obra de Deus, e confessar a grandeza
dele. Você irá remover, do seu caminho, todas as dificuldades e objeções, por quanto
tempo possam existir. Você irá fortalecer suas mãos, falando honrosamente dele,
diante de todos os homens, e admitindo as coisas que você tem visto e ouvido. Você
irá encorajar outros a atenderem a sua palavra; a ouvirem a ele, a quem Deus enviou.
E você não irá desprezar uma prova real do amor terno, com que Deus dá a
oportunidade de você mostrar a ele.
IV
1. Se nós prontamente falhamos, em alguns desses pontos; se nós tanto
diretamente, quanto indiretamente o proibimos, 'porque ele não nos segue'; então, nós
somos fanáticos. Esta é a inferência que eu concluo do que tem sido dito. Mas o termo
'fanatismo', eu temo, tão freqüentemente quanto ele é usado, é quase tão pouco
entendido quanto 'entusiasmo'. Trata-se de uma ligação muito forte, ou um apego à
nossa própria facção, opinião, igreja e religião. Portanto, é fanático aquele que é tão
aficionado a alguns desses, tão fortemente atado a eles, de maneira a proibir que
alguém que difira dele, em alguns, ou em todos esses aspectos, expulse demônios.
2. Você se guarda disto. Então, toma cuidado...
(1)
(2)
Para que você não se condene ao fanatismo, pela má vontade em acreditar
que alguém que difira de você, expulse demônios. E se você está seguro,
tanto assim; se você reconhece o fato, então, examine-se:
Será que eu não estou sendo fanático, em proibi-lo direta ou
indiretamente? Eu não o proíbo diretamente neste assunto, porque ele não
é da minha facção; porque ele não concorda com minhas opiniões; porque
ele não adora a Deus, de acordo com aquela forma de religião que eu
tenho recebido de meus antepassados?
3. Examine-se: Eu não o proíbo indiretamente, pelo menos, em alguns desses
fundamentos? Eu não lamento que Deus possa assim reconhecer e abençoar um
homem que abraça tais opiniões errôneas? Eu não o desencorajo, porque ele não é de
minha igreja, disputando com ele, concernente a ela; levantando objeções, e trazendo
perplexidade a sua mente, com respeito a conseqüências remotas? Eu não mostro ira,
contenda, ou indelicadeza de alguma espécie, tanto em minhas palavras quanto em
minhas ações? Eu não menciono, pelas suas costas, suas (reais ou supostas) falhas –
seus defeitos ou enfermidades? Eu não impeço os pecadores de ouvirem suas
palavras? -- Se você faz algumas dessas coisas, você é, no momento, um fanático.
4. 'Examine-me, Ó Senhor, e me prove. Teste meus afetos e meu coração! Olhe
bem, se existe algum caminho para' o fanatismo 'em mim, e me conduza ao caminho
eterno'. Com o objetivo de examinarmos a nós mesmos, totalmente, permita que o
caso seja proposto de uma maneira mais forte. E se eu vir um católico, um ariano, um
sociniano [quem rejeita a Trindade, e, especialmente a divindade de Jesus],
expulsando demônios? Se eu visse, eu não poderia proibir, mesmo ele, sem
convencer-me de fanatismo. Sim, se pudesse ser suposto que eu veria um judeu, um
deísta, ou um, turco, fazendo o mesmo, fosse eu proibi-lo, tanto direta, quanto
indiretamente, eu seria nada melhor do que um fanático ainda.
5. Ó, permaneça afastado disto! Mas não esteja satisfeito com o não proibir
alguém de expulsar demônios. É bom ter chegado, assim tão longe; mas não pare por
aqui. Se você for esquivar-se de todo fanatismo, siga em frente. Em todo exemplo
deste tipo, qualquer que seja o instrumento, reconheça o dedo de Deus. E não apenas
reconheça, mas regozije-se do trabalho dele, e louve seu nome com ações de graça.
Encoraje a quem quer que Deus se agrade de empregar, a entregar-se completamente
a isto. Fale bem dele, onde quer que você esteja; defenda seu caráter e sua missão.
Amplie, tanto quanto você puder, a esfera de ação dele, mostre a ele toda delicadeza
em palavras e feitos; e não cesse de clamar a Deus em seu benefício; para que ele
possa tanto salvar a si mesmo, quanto àqueles que o ouvem.
6. Eu preciso acrescentar mais um aviso: Não pense que o fanatismo do outro,
é alguma desculpa para o seu fanatismo. Não é impossível, que alguém que expulse
demônios, ele mesmo, possa, ainda assim, proibir você de assim o fazer. Você pode
observar que este é o mesmo caso mencionado no texto. Os Apóstolos proibiram
outro de fazer o que eles mesmos faziam. Mas, cuide de não revidar. Não lhe cabe
retornar o mal com o mal. A não observância do outro da direção de nosso Senhor,
não é razão para que você possa negligenciá-la. Mais do que isto: permita que ele
tenha todo fanatismo em si mesmo. Se ele proibir você, não o proíba. Antes, trabalhe,
vigie, e ore mais, para confirmar seu amor em direção a ele. Se ele falar todo tipo de
coisas más de você, fale todo tipo de coisas boas (que sejam verdadeiras) dele. Imite,
nisto, aquele dizer glorioso de um grande homem, (Ó, que ele tivesse respirado
sempre o mesmo espírito!): 'Que Lutero me chame de milhares de demônios; eu ainda
irei reverenciá-lo como um mensageiro de Deus'.
[Editado anonimamente na Memorial University of Newfoundland com correções por
George Lyons para a Wesley Center for Applied Theology.]
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Uma Precaução Contra o Fanatismo I