1 DATALUTA
BANCO DE DADOS DA LUTA PELA TERRA
MATO GROSSO DO SUL
RELATÓRIO 2012
Apoio:
Organização:
LABET
Laboratório de Estudos Territoriais
2 DATALUTA
BANCO DE DADOS DA LUTA PELA TERRA
LABET - Laboratório de Estudos
Territoriais
DATALUTA/MS
BANCO DE DADOS DA LUTA PELA TERRA
RELATÓRIO 2012
ELABORAÇÃO
Sedeval Nardoque
Danilo Souza Melo
EQUIPE DE PESQUISA
Mieceslau Kudlavicz
Danilo Souza Melo
Bruno César de Barros
Três Lagoas, dezembro de 2013
3 SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................
ESTRUTURA FUNDIÁRIA..........................................................................
Mapa 1 – MS: Índice de Gini da Estrutura Fundiária – 2012.......................
OCUPAÇÕES DE TERRA..........................................................................
Gráfico
1
–
MS:
Ocupações
de
terra
–
2000
a
2012...................................
Gráfico 2 – MS: Ocupações de terras – 2012.............................................
Gráfico 3 – MS: Número de ocupações e Movimentos Socioterritoriais
em
ocupações
de
terra
–
2012..........................................................................
Gráfico 4 – MS: Número de família em ocupações de terra – 2000 a
2012.............................................................................................................
Gráfico 5 – MS: Número de ocupações e famílias em ocupações de
terra
–
2012..........................................................................................................
Tabela 1 – MS: Número de ocupações por Movimento socioterritorial –
2000
a
2012.............................................................................................................
Tabela 2 – MS: Número de ocupações por Movimento Socioterritoriall –
2012.............................................................................................................
Mapa 2 – MS: Geografia das ocupações de terra – 2000 a
2012.............................................................................................................
Mapa 3 – MS: Geografia das ocupações de terra – número de famílias
em ocupações por município – 2000 a 2012...............................................
MANIFESTAÇÕES......................................................................................
Gráfico 6 – MS: Número de manifestações – 2000 a 2012........................
Tabela 3 – MS: Número de manifestações por Movimento Socioterritorial
2012.............................................................................................................
Tabela 4 – MS: Número de manifestações por Movimento Socioterritorial
–
2012.............................................................................................................
Mapa 4 – MS: Geografia das manifestações – número de manifestações
por município – 2000 a 2012.......................................................................
Gráfico 7
– MS: Número de manifestações por município –
2012.............................................................................................................
Gráfico 8 – MS: Número de manifestações por tipologia – 2000 a
2012.............................................................................................................
Gráfico 9 – MS: Número de manifestações por tipologia –
2012.............................................................................................................
ASSENTAMENTOS RURAIS......................................................................
Mapa 5 – MS: Geografia dos assentamentos rurais – número de
assentamentos por município – 2000 a 2012..............................................
GRÁFICO 9 - MS: Assentamento rurais – 2000 – 2012.............................
4
5
6
7
7
8
9
10
10
11
11
12
13
14
14
15
15
17
18
18
19
19
20
21
4 INTRODUÇÃO
O Banco de Dados da Luta pela Terra (Dataluta) é um projeto criado no
Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária (Nera), vinculado
ao Departamento de Geografia da Unesp, campus Presidente Prudente. O
Dataluta é elaborado por uma rede de grupos de pesquisa vinculados a várias
universidades brasileiras, do qual o Laboratório de Estudos Territoriais
(LABER) é integrante. O LABER é composto por professores e acadêmicos de
graduação e de pós-graduação em Geografia da Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul (UFMS), campus Três Lagoas, e pesquisa, desde 2012, dados
de
ocupações,
assentamentos,
manifestações,
estrutura
fundiária
e
estrangeirização da terra em Mato Grosso do Sul, para compor os dados do
Dataluta-MS.
A equipe do Dataluta-MS pesquisa em jornais de maior circulação em
Mato Grosso do Sul: Correio do Estado (Campo Grande), O Progresso
(Dourados) e Correio do Povo (Três Lagoas). Os itens pesquisados referem-se
ao percurso metodológico traçado para todos os grupos em nível nacional e,
para
tanto,
levanta
informações
sobre
ocupações,
manifestações
e
estrageirização de terras na perspectiva da espacialização e territorialização
destas lutas pela terra no Estado. A metodologia empregada é a seguinte:
recorte dos jornais com matérias que tratam das lutas no Estado; leitura diária
desses recortes; recolhimento dessas informações: data da realização da luta,
local ou município, número de famílias ou de participantes, movimento;
inserção dos dados em um banco de dados; arquivamento dos recortes;
digitalização e arquivamento eletrônico dos recortes.
O presente relatório apresenta dados referentes ao ano de 2012 e
demonstram certas nuances, compreendidas em contextos mais gerais, como
a diminuição das ocupações de terras realizadas por movimentos camponeses
e outras, com características peculiares ao Mato Grosso do Sul, como a luta
dos indígenas pela retomada de seus territórios tradicionais, ora ocupados
pelos latifundiários fortemente vinculados ao agronegócio. Para efeitos
comparativos, foram utilizados dados desde 2000 até 2012, justamente para
elaboração dos gráficos, tabelas e mapas sobre ocupações de terra,
5 manifestações,
assentamentos
rurais
e
estrutura
fundiária,
analisados
anteriormente às suas apresentações.
Estrutura fundiária
O Estado de Mato Grosso do Sul tem concentrada estrutura fundiária,
justamente pelo processo histórico de apropriação capitalista da terra,
fortemente ligada ao latifúndio criatório e, nos últimos tempos, ao avanço do
agronegócio da soja, da cana e do eucalipto. Pelo mapa 1, pelo Índice de Gini,
notam-se as maiores concentrações fundiárias no Oeste do Estado, justamente
no Pantanal, região tradicional de criação de bovinos. Também, no Centro-Sul
do Estado a concentração fundiária é expressiva, justamente nas áreas de
conflitos fundiários entre os latifundiários, os camponeses e indígenas, região
ocupada via transformação de terras tradicionais em capitalistas pelo processo
de grilagens desde as primeiras décadas do século XX. No Centro-Sul do
Estado é onde se encontram a maior concentração de assentamentos e de
reservas indígenas e, nos últimos anos, lócus de conflitos pela retomada dos
territórios tradicionais, entre estes últimos e os latifundiários.
6 Mapa 1 – MS: Índice de Gini da Estrutura Fundiária – 2012
Fonte: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – 2012.
7 Ocupações de terra
Pelo gráfico 1, nota-se a diminuição gradativa de ocupações de terra
em Mato Grosso do Sul de 2000 a 2012, denotando as mudanças na
conjuntura da economia brasileira, promovendo, nos últimos anos o aumento
da renda do brasileiro. O aumento da renda contribuiu para a diminuição do
número de pessoas arregimentadas pelos movimentos sociais de luta pela
terra, principalmente pelo MST, para promoverem ocupações. Além disso, o
MST adotou outras estratégias de luta, principalmente ações de combate ao
agronegócio, eleito o principal “inimigo” da reforma agrária, que excluiu pela
produtividade. O agronegócio, por outro lado, contribuiu nos últimos anos para
a diminuição das terras ditas improdutivas, pois espraiaram-se pelo campo os
monocultivos de cana, soja e eucalipto, aparentando, portanto, o campo
produtivo em detrimento dos antigos latifúndios improdutivos. Também,
contribui para a diminuição das ocupações de terra em Mato Grosso do Sul,
certo alinhamento do MST com o Governo Federal, não exercendo esta forma
de pressão por reforma agrária no Estado.
Gráfico 1 – MS: Número de ocupações de terra – 2000 a 2012
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Fonte: DATALUTA: Banco de Dados da Luta pela Terra/Labet – 2013.
8 Nota-se no gráfico 2 apenas 17 ocupações de terra no decorrer de
2012, concentradas, principalmente no mês de maio. Pelo gráfico 3, percebese claramente os indígenas como os principais protagonistas na luta pela terra
em Mato Grosso do Sul, totalizando 15 das 17 ocupações. A luta indígena é
pela retomada dos seus territórios tradicionais, grilados nas primeiras décadas
do século XX por latifundiários e com forte apoio do Estado que confinou,
principalmente, os Guarani e Terena em pequenas reservas no Sul do antigo
Mato Grosso, atual Mato Grosso do Sul e titulou grandes extensões de terras a
não índios, principalmente para uma elite econômica do Estado e do país. Os
conflitos são mais acentuados na Região de Dourados e mais ao Sul, na
fronteira com o Paraguai.
Gráfico 2 – MS: Ocupações de terras – 2012
12 1 0 1 0 1 0 1 1 0 Fonte: DATALUTA: Banco de Dados da Luta pela Terra/Labet – 2013.
0 0 9 Gráfico 3 – MS: Número de ocupações e movimentos sociais em ocupações
de terra – 2012
Terra Livre
1 MST
1 Movimentos Indígenas
Fonte:DATALUTA – Banco de Dados da Luta pela Terra/LABET – 2013.
15 Assim como a diminuição no número de ocupações, o número de
famílias em ocupações de terra também diminuiu entre 2000 e 2012, como
pode ser observado no gráfico 4. No ano de 2000, foram 11.249 famílias
envolvidas em ocupações de terra, diminuindo gradativamente até 2002 (150).
Apesar do número expressivo de famílias em ocupação em 2005 (3.560), nos
anos seguintes (até 2008) houve redução. A partir de 2009, houve outro
pequeno aumento em relação a outros anos, principalmente pelas ações dos
movimentos indígenas lutando pela retomada de seus territórios tradicionais.
Assim, apesar do número de ocupações ser relativo pequeno em 2012, o
número de famílias em ocupações de terra foi significativo, totalizando 784,
como pode se observar no gráfico 5.
10 Gráfico 4 – MS: Número de família em ocupações de terra – 2000 a 2012
11.249
3.560
2.798
1.436
1.200
2000
2001
150
200
2002
2003
2004
750
2005
2006
2007
305
377
566
2008
2009
2010
973
784
2011
2012
FAMÍLIAS
Fonte: DATALUTA – Banco de Dados da Luta pela Terra/LABET, 2013.
Gráfico 5 – MS: Número de ocupações e famílias em ocupações de terra –
2012
900
784
800
700
600
500
400
300
200
100
17
0
OCUPAÇÕES
FAMÍLIAS
Fonte: DATALUTA – Banco de Dados da Luta pela Terra/LABET, 2013.
11 As tabelas 1 e 2 demonstram os principais movimentos sociais
protagonistas da luta pela terra em Mato Grosso do Sul, destacando-se os
movimentos indígenas, a CUT, o MST e a CONTAG. De toda forma, os dados
da tabela 12, referentes a 2012, demonstram claramente a perda do
protagonismo dos movimentos camponeses e a reafirmação dos indígenas na
continuidade pela retomada de seus territórios.
Tabela 1 – MS: Número de ocupações por Movimento Socioterritorial – 2000 a
2012
MOVIMENTO SOCIAL
MOVIMENTO INDÍGENA
CUT
MST
CONTAG
N/I
MTR
MOVIMENTOS CONJUNTOS
FETRAF
FUVI
TERRA LIVRE
UFT
Nº DE OCUPAÇÕES
58
57
46
38
10
8
7
4
1
1
1
Fonte: DATALUTA – Banco de Dados da Luta pela Terra/LABET, 2013.
Tabela 2 – MS: Número de ocupações por Movimento socioterritorial – 2012
MOVIMENTO SOCIAL
Nº DE OCUPAÇÕES
MOVIMENTO INDÍGENA
15
MST
1
TERRA LIVRE
1
Fonte: DATALUTA – Banco de Dados da Luta pela Terra/LABET, 2013.
O mapa 2 retrata as localizações das ocupações de terra entre 2000 e
2012. Notam-se as ações mais presentes no Sul de Mato Grosso do Sul,
justamente pela transformação da terra indígena e camponesa em propriedade
capitalista na primeiras décadas do século XX efetuadas pelo Estado em
conluio com a elite econômica do Estado e do Brasil. As populações indígenas
forma removidas de seus territórios e confinadas em reservas em diversas
áreas dos atuais municípios de Caarapó, Juti e Dourados, por exemplo. Feito o
processo de “limpeza” da terra, camponeses foram atraídos para o Sul do
Estado para a derrubada das matas com o intuito de formação de pastagens
12 nos latifúndios para engorda de gado, principalmente pela firmação de
contratos de parceria e de meação. Posteriormente a formação de pastagens,
populações camponesas foram expulsas da terra, engrossando a fileira de sem
terra nas periferias das cidades ou nos acampamentos às margens das
estradas. Nas últimas décadas do século XX e início do XXI, houve significativo
avanço do agronegócio no Sul de Mato Grosso do Sul, principalmente pelo
avanço dos monocultivos de soja e de cana e, por outro lado, o aumento das
ações dos movimentos indígenas pela retomada de seus territórios.
Mapa 2 – MS: Geografia das ocupações de terra – 2000 a 2012
Fonte: DATALUTA – Banco de Dados da Luta pela Terra/LABET, 2013.
13 O mapa 3 demonstra a distribuição espacial do número de famílias em
ocupação de terra entre 2000 e 2012. Nota-se claramente a correspondência
com o mapa 1, ou seja, a maior concentração no Sul de Mato Grosso do Sul.
Mapa 3 – MS: Geografia das ocupações de terra – número de famílias em
ocupações por município – 2000 a 2012.
Fonte: DATALUTA – Banco de Dados da Luta pela Terra/LABET, 2013.
14 Manifestações
O gráfico 6 representa o número de manifestações (2000 a 2012) de
luta pela terra em Mato Grosso do Sul, com destaque para 2005 e 2012. Com a
redução das ocupações outras estratégias de luta foram incorporadas pelos
movimentos sociais, principalmente os camponeses. Assim, as manifestações
tornaram-se a principal forma de luta para reivindicação, tanto de camponeses
como de indígenas.
Nesta tipologia analisada, conforme a tabela 3, observa-se que no
período o MST e os movimentos indígenas foram os principais protagonistas
nas manifestações. Já em 2012, notam-se os movimentos indígenas como
destaque nas manifestações, totalizando 19 ações e, somente 9, do MST,
conforme a tabela 4.
Gráfico 6 – MS: Número de manifestações – 2000 a 2012
70 60 50 40 30 20 10 0 Fonte: DATULA: Banco de Dados da Luta pela Terra/LABET/LAGEA, 2013.
15 Tabela 3 – MS: Número de manifestações por Movimento Socioterritorial –
2000 a 2012
NOME/SIGLA DA ORGANIZAÇÃO
MST
MOVIMENTO INDÍGENA
MOVIMENTOS CONJUNTOS
CONTAG
N/I
CUT
FETRAF
MTR
FUVI
VIA CAMPESINA
CPT
FTR
CIMI
ANMTR
Nº MANIFESTAÇÕES
100
84
65
64
32
13
13
4
2
2
1
1
1
1
Fonte: DATALUTA – Banco de Dados da Luta pela Terra/ LABET/LAGEA,
2013.
Tabela 4 – MS: Número de manifestações por Movimento Socioterritorial –
2012
NOME/SIGLA DA ORGANIZAÇÃO
Nº MANIFESTAÇÕES
MOVIMENTO INDÍGENA
MST
CONTAG
N/I
MOVIMENTOS CONJUNTOS
VIA CAMPESINA
19 9 8 8 2 1 Fonte: DATALUTA – Banco de Dados da Luta pela Terra, 2013. LABET/LAGEA No mapa 4, percebe-se, assim como nas ocupações, a concentração
de manifestações no Sul de Mato Grosso do Sul. Há mais atuação dos
movimentos camponeses e dos movimentos indígenas por suas presenças
mais intensas e pelo confronto com o agronegócio que avança sobre as terras
nesta região. No gráfico 7, nota-se que Campo Grande e Dourados são as
principais cidades de concentração de manifestações, pois a primeira, além de
ser capital, sedia o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(INCRA) e a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) no Estado, assim como a
segunda sediar unidades avançadas dos dois órgãos federais.
16 No Leste do Estado, por exemplo, principalmente em Três Lagoas, a
incipiências das ações dos movimentos, principalmente pela organização
precária do MST (além de outros), contribui para o avanço do agronegócio
ligado ao setor de papel e celulose, contribuindo para a expulsão dos
trabalhadores do campo, principalmente das antigas fazendas de criação de
gado. As famílias migram para as cidades, principalmente para Três Lagoas ou
acampam no município de Castilho, do lado paulista.
17 Mapa 4 – MS: Geografia das manifestações – número de manifestações por
município – 2000 a 2012
Fonte: DATULA: Banco de Dados da Luta pela Terra/LABET/LAGEA, 2013.
18 Gráfico 7 – MS: Número de manifestações por município – 2012
16 14 14 12 10 8 7 6 4 4 2 1 5 4 1 1 1 1 3 1 1 1 1 1 0 Fonte: DATALUTA – Banco de Dados da Luta pela Terra, 2013. LABET/LAGEA
O gráfico 8 demonstra as principais tipologias de manifestações em
Mato Grosso do Sul entre 2000 e 2012, com destaque para bloqueio,
concentração em espaço público e ocupação de prédio público. Já o gráfico 9
mostra, no ano de 2012, as manifestações, principalmente com destaque para
as tipologias bloqueio, passeata e ocupação de prédio público.
Gráfico 8 – MS: Número de manifestações por tipologia – 2000 a 2012
BLOQUEIO
CONCENTRACAO EM ESPACO PUBLICO
OCUPAÇÃO DE PRÉDIO PÚBLICO
OUTROS
TEMÁTICA
ACAMPAMENTO
OCUPACAO DE AGENCIA BANCARIA
CAMINHADA
SAQUE
MARCHA
PASSEATA
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 Fonte: DATALUTA – Banco de Dados da Luta pela Terra/LABET/LAGEA, 2013.
19 Gráfico 9 – MS: Número de manifestações por tipologia – 2012
BLOQUEIO OUTROS PASSEATA OCUPAÇÃO DE PRÉDIO PÚBLICO FORMACAO DE ACAMPAMENTO CAMINHADA/PASSEATA ACAMPAMENTO 0 5 10 15 20 Fonte: DATALUTA – Banco de Dados da Luta pela Terra/ LABET/LAGEA, 2013.
25 Assentamentos rurais
Pelo mapa 5, nota-se a concentração de assentamentos rurais no
centro-sul do Estado de Mato Grosso do Sul, justamente na região de
concentração de ações dos movimentos camponeses e indígenas nas
ocupações e manifestações, além das ações do agronegócio, especialmente
ligado aos monocultivos de cana de açúcar e de soja. No Norte, Leste e Oeste
do Estado o quantitativo de assentamentos rurais e significativamente inferior
ao centro-sul.
Nos
anos
2000,
houve
significativa
variação
no
número
de
assentamento rurais no Estado. No ano 2000, foram 24 assentamentos,
declinando nos anos seguintes e com pico de 25 em 2008. Posteriormente,
houve significativa redução dos assentamentos nos últimos anos do segundo
mandato de Luís Inácio Lula da Silva. De toda forma, a estagnação na reforma
agrária ocorreu no Governo Dilma, não ocorrendo nenhum assentamento em
2011 e 2012, denotando mudanças significativas na política agrária nacional e
o alinhamento com o agronegócio.
20 Mapa 5 – MS: Geografia dos assentamentos rurais – número de
assentamentos por município – 2000 a 2012
Fonte: DATULA: Banco de Dados da Luta pela Terra/LABET/NERA, 2013.
21 GRÁFICO 9 - MS: Numero de Assentamento Rurais – 2000 – 2012
30
25
25
24
22
20
15
10
5
0
11
10
7
2
2
7
4
4
0
0
Fonte: DATALUTA – Banco de Dados da Luta pela Terra, 2013. NERA/INCRA
Download

MATO GROSSO DO SUL RELATÓRIO 2012 - IPPRI