A questão social em Alcântara na era da base espacial: expropriação e violência nas relações de poder Josefa Batista Lopes* Graziela Martins Nunes•* Eixo Temático do Resumo: Los instrumentos económico-políticos internacionais. Su impacto en la conformación del nuevo orden emergente y en los procesos de exclusión social. Los desafíos para el Trabajo Social. Palavras chaves: Questão Social, Expropriação e Violência, Estado Nacional, Poder Internacional, Poder Local. • Assistente social, Doutora em Serviço Social, Professora do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal do Maranhão - UFMA, São Luís, Maranhão, Brasil. Endereço eletrônico: [email protected]. XVIII Seminário Latinoamericano de Escuelas de Trabajo Social. La cuestión Social y la formación profesional en el contexto de las nuevas relaciones de poder y la diversidad latinoamericana. San José, Costa Rica, 2004. ** Estudante, aluna de Iniciação Científica do Curso de Serviço Social da Universidade Federal do Maranhão - UFMA, São Luís, Maranhão Brasil. Endereço eletrônico: [email protected]. XVIII Seminário Latinoamericano de Escuelas de Trabajo Social. La cuestión Social y la formación profesional en el contexto de las nueva relaciones de poder y la diversidad latinoamericana. San José, Costa Rica, 2004. www.ts.ucr.ac.cr 1 – INTRODUÇÃO Este ensaio sobre a questão social em Alcântara na era da base espacial: expropriação e violência nas relações de poder resulta de um processo de pesquisa, desenvolvido em torno da base espacial de Alcântara, no Maranhão, Brasil. Centra-se no recorte das relações do poder local com o poder internacional, mediado pelo poder nacional. Neste aspecto particular analisa-se a problemática que foi configurada na sociedade de Alcântara, a partir do processo de implantação da base espacial neste município. Considera -se que no atual momento do capitalismo, a tecnologia aeroespacial assume grande significação econômica, política e militar, seja em nível interno, seja no jogo de forças internacionais. E que é esta a referência com a qual o governo brasileiro iniciou o seu projeto nacional nesta área, inicialmente, com o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, em Natal, Rio Grande do Norte. Mas que, pela impossibilidade de sua expansão, identificou Alcântara, no Maranhão, em 1978, o local privilegiado para implantação deste projeto; aí iniciado em 1982. Aponta-se a expropriação e a violência com que o Estado brasileiro, através do poder central, atuou em relação à população de Alcântara, em particular aos trabalhadores rurais e pescadores, no processo de implantação do Centro de Lançamento de Alcântara – CLA (PEDROSA, 1999). Nesse momento esses trabalhadores e suas famílias tiveram que deixar as terras que lhes constituía referência cultural e de trabalho, sendo deslocadas para distritos residenciais, cujas condições naturais são incompatíveis com suas necessidades sócio-produtivas. Verifica-se aí a configuração de um processo de expropriação e violência (MARTINS, 1980) e que a questão social, que no município parecia adormecida, manifestou-se de modo agudo, demandando e mobilizando diferentes formas de enfrentamento, entre as quais se destaca a organização e constituição de um poder local em defesa de seus interesses confrontando-se com a multiplicidade de interesses em jogo, desde os nacionais aos internacionais. www.ts.ucr.ac.cr 2 Entende-se que se trata de um tema e de uma problemática que coloca amplos e complexos desafios para o Serviço Social e a formação profissional do assistente social no Maranhão e no Brasil. Ressalta-se que este ensaio é indicativo do esforço que o Departamento de Serviço Social da Universidade Federal do Maranhão, através do Grupo de Estudos, Pesquisas e Debates em Serviço Social e Movimento Social – GSERMS, vem realizando para introduzir os alunos na experiência de pesquisa 1 sobre temas relevantes para a sociedade brasileira e, em particular no Maranhão. Sua relevância se expressa na contribuição que oferecerá à reflexão acadêmica e política sobre a base espacial de Alcântara, nas complexas relações de poder colocadas em torno dela e que envolvem a soberania do Estado brasileiro; em particular, sobre a questão social e as formas de enfrentamento que a luta social loca l, articulada em nível nacional e internacional, vêm demandando do Estado, aí considerando o governo central, estadual e municipal. 2 – EXPROPRIAÇÃO E VIOLÊNCIA NA CONFIGURAÇÃO DA QUESTÃO SOCIAL EM ALCÂNTARA. Com as pretensões de inserir o Brasil na disputa aeroespacial, em 1982 começa a ser construído o Centro de Lançamento de Alcântara (C.L.A.). O projeto era de responsabilidade do Ministério da Aeronáutica, vinculado à Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), ligada ao Estado Maior das Forças Armadas. Para sua construção foi emitido pelo então governador João Castelo, um Decreto Estadual que declara, para fim de utilidade pública, uma área de 52.000 hectares do município. Durante o governo Collor, um Decreto Federal aumentou para 62.000 hectares, á rea correspondente a 62% do município. Entre 1986 e 1987 foram remanejadas 312 famílias, de 21 povoados localizados na “área de segurança do projeto”. Conforme o Plano de Relocação do 1 A Pesquisa sobre o tema é realizada pela aluna Graziela Martins Nunes com bolsa do Programa de Iniciação Científica do Conselho Nacional de Pesquisa – CNPq, com orientação da Profª Drª Josefa Batista Lopes. www.ts.ucr.ac.cr 3 Ministério da Aeronáutica, foram assentados em 7 distritos residenciais denominados agrovilas. (MEIRELES: 1983). Estas famílias estavam situadas em terras de uso comum, classificadas como: “terras de negro ou terras de preto” (terras ocupadas por ex-escravos a partir do desmembramento das grandes propriedades), “terras de pare ntes ou terras de herança” (agrupamentos de dezenas de grupos com ancestrais em comum) e “terras de santos” (terras doadas ou abandonadas por ordenes religiosas e que se tornaram de uso comum para centenas de famílias) (CHOAIRY: 2000). Povoados de Alcântara constituem um “território étnico” ou “território de exclusividade negra”, pois se tratavam de ocupações seculares de grupos que se identificam pela ligação ao território vivido, e que têm hoje sua continuidade cultural comprometida. (ALMEIDA, 2000). O processo de desapropriação desconsiderou a questão étnica. Mas a problemática transcende o aspecto étnico e atinge a própria questão da sobrevivência na medida em que estes grupos sociais foram remanejados para núcleos artificiais, cujas condições naturais e de estrutura inviabilizam o desenvolvimento de suas tradicionais práticas sócio-produtivas. As comunidades originais possuíam dinâmicas sócio-culturais bastante específicas. A base produtiva constituia-se da pesca e agricultura voltadas, sobretudo, para o consumo local. Hoje, as agrovilas onde vivem, são distantes do mar, cujo acesso é controlado pelo C.L.A. e com um solo de baixa fertilidade, incompatível com as práticas agrícolas consolidadas entre aqueles grupos. Os lotes destinados a cada família possuem área insuficiente para a agricultura social, historicamente consolidadas entre estes indivíduos. (RELATÒRIO DO ENCONTRO: 1999) Em 1981, antes mesmo de serem iniciados os remanejamentos, a população que viria a ser desapropriada já iniciava um processo de mobilização. Os principais mediadores das reivindicações destes grupos foram o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alcântara (STR), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), Comitê de Defesa da Ilha, entidades confessionais e o Partido dos Trabalhadores. (CHOARY:2000) www.ts.ucr.ac.cr 4 A luta que vinha desenvolvendo-se em âmbito local fixava-se nas questões relativas aos direitos básicos das famílias, tais como terras férteis e em quantidade suficiente, áreas de pesca, acesso à água e indenizações justas. Para garantir estas condições, as ações dos representantes destas famílias limitavam-se, até então, a mecanismos oficiais de reivindicação. Assim, foram realizados abaixo assinados e negociações com os representantes do CLA. Mas o descumprimento das negociações que vinham sendo realizadas causou o acirramento dos conflitos, com a utilização de táticas mais radicais de enfrentamento por parte dos trabalhadores rurais. Um exemplo dessa radicalização é a barricada realizada em 20 de março de 1986 que interrompeu a única estrada de acesso a Alcântara. Para acalmar momentaneamente os conflitos, a Aeronáutica garantiu a retomada dos acordos, mas, no mês seguinte, foi lançado um decreto federal que conformava toda a situação jurídica da área às exigências do CLA. A fixação da dimensão básica de 15 hectares para o módulo rural desconsiderou as negociações entre o STR e o INCRA, que indicavam a atribuição de lotes de 25 hectares. (DECRETO FEDERAL, 1986) Assim, foram realizados nos anos de 1986 e 1987 os processos de desapropriação e remanejamento, cujos principais problemas já foram destacados. As precárias condições às quais as famílias relocadas foram submetidas levaram as entidades de apoio a realizarem denúncias que tiveram como resposta a adesão de entidades regionais, como: FETAEMA, Cáritas Brasileira, Centro de Cultura Negra do Maranhão, Sociedade Maranhense de Direitos Humanos. (DOCUMENTO ADVOGADO, 2000) O debate em torno do CLA vem avançando em nível nacional nos últimos três anos. Particularmente após a divulgação do “Acordo Sobre Salvaguardas Tecnológicas Relacionadas à Participação dos Estados Unidos da América nos Lançamentos a Partir do Centro de Lançamento de Alcântara”, assinado pelo governo brasileiro em abril de 2000. (DOCUMENTO OFICIAL, 2000) www.ts.ucr.ac.cr 5 3 – O PODER NACIONAL FRENTE AO INTERESSE AÉREO-ESPACIAL DO CAPITAL TRANSNACIONAL E À LUTA SOCIAL E POLÍTICA. O acordo colocou na agenda nacional das lutas sociais a questão da soberania do Estado brasileiro. Vários críticos entendem que ele permite aos Estados Unidos construírem um enclave no Brasil a partir do CLA, além de prejudicar a política espacial brasileira. Destaca-se que o projeto que foi pensado para atender aos interesses nacionais e legitimou as desapropriações, passa a ser puramente de interesse comercial. As discussões em torno deste acordo chamaram a atenção das entidades nacionais para a problemática que vem desenvolvendo-se no município de Alcântara. (LOPES E NUNES, 2001). Delineia-se uma perspectiva de avanço da luta no plano internacional. Destaca-se neste sentido a denúncia feita à Organização dos Estados Americanos (OEA) de violação dos direitos das comunidades quilombolas, realizada em 2001; bem como a realização de oficinas pela SMDH sobre esta problemática no I, II e III Fórum Social Mundial, realizados nos anos 2001, 2002 e 2003 em Porto AlegreRS. A mobilização da luta em âmbito nacional ganhou uma nova dinâmica em 2002. Pois a campanha realizada no continente por movimentos sociais e partidos políticos contra a ALCA, no Brasil articulou-se à campanha contra a utilização norte-americana da Base Espacial de Alcântara. A mobilização da sociedade civil em âmbito nacional pressionou o governo, onde também foi instalada a polêmica em torno do acordo Brasil/Estados Unidos. Mesmo tendo sido assinado pelos dois governos, para entrar em vigor, precisa ser aprovado no Congresso Nacional, segundo preconiza Constituição brasileira em relação a qualquer acordo internacional. Em 2001, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara Federal produziu um parecer que desaprova o acordo em sua íntegra e propõe mudanças que garantam a soberania brasileira sobre a área. A Comissão de Ciência e Tecnologia desconsiderou os apelos da sociedade civil e produziu um parecer favorável ao acordo original. Em março de www.ts.ucr.ac.cr 6 2002 o acordo foi então encaminhado para a comissão de Constituição e Justiça, onde se encontra até hoje. Neste quadro do Legislativo brasileiro pode-se visualizar o confronto de forças sociais a partir de seus representantes parlamentares. A posição de aceitação ou não das rígidas cláusulas presentes no acordo Brasil/Estados Unidos reflete o compromisso dos partidos com os diferentes interesses que se colocam em torno do CLA. Trabalha -se com a hipótese de que a posição em defesa do acordo foi a postura do poder executivo até 2002, estando presente nos partidos que constituíam a base do governo (PSDB, PMDB e PFL) e vêm contribuindo com este no aprofundamento da dominação internacional sobre o Brasil, via implementação do projeto neoliberal. Já os partidos que constituíam oposição ao governo tendiam a revelar uma postura contrária a aprovação do acordo, destacando-se, neste sentido, a atuação de deputados do Partido dos Trabalhadores no âmbito da denúncia das condições de vida da população alcantarense e da ameaça à soberania nacional. Com as eleições presidenciais de 2002 altera-se a correlação de forças no plano político nacional. O PT assume o poder central do governo brasileiro, o que revela a insatisfação da sociedade com a perspectiva política então dominante. A conjuntura política e social constituída a partir daí favorece a análise de uma série de questões em torno do C.L.A.: de que forma o PT encaminhará as negociações com os Estados Unidos; como será a atuação do executivo tendo em vista que a discussão ainda está na Câmara, de que forma ele pode intervir; em que medida as alianças realizadas na base do governo serão determinantes na decisão final acerca do acordo, se contribuirão ou não para agilizar a decisão no Congresso; qual será a política destinada ao C.L.A., haverá mudanças significativas com relação à política implementada por governos anteriores; quais serão as mudanças no que se refere ao volume de recursos investidos; em caso de não aprovação do acordo, o C.L.A. ainda será disponibilizado à utilização comercial por outros países; qual será a lógica que orientará os novos acordos a serem estabelecidos, a quais interesses atenderá; serão priorizadas negociações www.ts.ucr.ac.cr 7 com países como Ucrânia e China que propõem projetos de parceria com o Brasil no que se refere ao desenvolvimento de tecnologia e lançamento de satélites de telecomunicações; qual será a atenção do governo às comunidades atingidas pela construção do C.L.A. As atuais ações do poder executivo em torno do CLA indicam um compromisso assumido em retirar o acordo Brasil/Estados Unidos da pauta do Congresso Nacional, em virtude das reações de vários setores organizados da sociedade brasileira, da resistência das comunidades alcantarenses, das denúncias de deputados federais e dos pedidos formulados pelos Ministros da Defesa e de Ciência e Tecnologia. Entretanto, isto ainda não aconteceu efetivamente. O acordo voltou a ser discutido pelos Ministérios da Defesa e da Ciência e Tecnologia, em setembro de 2003. As ações do governo em torno do CLA têm manifestado-se no sentido de estabelecer negociações com outros países, sob critérios menos abusivos que aqueles que orientam o acordo de salvaguardas com os Estados Unidos, mas sem rejeitar definitivamente este. Em 16 de janeiro de 2002 foi assinado o Acordo Kiev sobre salvaguardas tecnológicas relacionadas à participação da Ucrânia a partir do CLA. Um acidente ocorrido em 22 de agosto de 2003, com a explosão da plataforma de lançamento de foguetes e do próprio veículo lançador ainda no solo, resultando na morte de 21 técnicos e impactos sócio-ambientais ainda não esclarecidos, detalhadamente, chamou atenção para a necessidade de investimentos no CLA, de forma que as negociações com a Ucrânia foram aceleradas. No dia 18 de setembro a Comissão de Relações Exteriores aprovou o acordo com a Ucrânia. No mês de agosto também foram realizadas discussões com a Comissão de Relações Exteriores em torno do acordo de cooperação aeroespacial entre o Brasil e a Rússia (Projeto Orion). Em outubro de 2003, os governos brasileiro e chinês deram novo impulso às negociações para ampliar o programa desenvolvido na área espacial www.ts.ucr.ac.cr 8 Deputados envolvidos da avaliação destes acordos afirmam que eles possuem diferenças significativas daquele assinado com os Estados Unidos, principalmente por que se tratam de acordos de parceria. Mas é importante destacar que nem a Ucrânia nem a Rússia pretendem compartilhar tecnologia com o Brasil. Assim, os detalhes destes acordos ainda estão por ser melhor analisados. Apesar dos compromissos assumidos por alguns deputados petistas, não foram desenvolvidas ações por parte do governo no sentido de desenvolver políticas econômicas e sociais voltadas para a melhoria da qualidade de vida da população, atenuando os impactos negativos causados pela implantação da base e garantindo a efetivação de direitos até então negados a esta população. Não foram minimamente reparados os danos causados pelos primeiros deslocamentos para a construção do CLA e o Ministério da Defesa já declara a realização de novas desapropriações em breve. Tem-se, então a expectativa da implementação de políticas públicas adequadas. Algumas iniciativas começam a surgir. Dentre estas, desde 2002, o projeto DLIS (Projeto de Desenvolvimento Local, Integrado e Sustentável). É uma iniciativa da Agência Espacial Brasileira (AEB) e do Ministério de Ciência e Tecnologia, que conta com a cooperação técnica do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), aliando-se também ao Programa Comunidade Ativa. Constituem-se como parceiros a Gerência de Desenvolvimento Social do Estado do Maranhão, a Prefeitura Municipal de Alcântara, o C.L.A., o SEBRAE e, mais recentemente a UFMA. Este projeto apresenta-se como resposta às necessidades postas pelos movimentos sociais em Alcântara, de implantação de programas de desenvolvimento sustentável no município que levem em consideração as amplas necessidades objetivas da população, bem como suas particularidades sócioculturais e ambientais. Entretanto, algumas entidades colocam que o projeto vem desconsiderando antigas demandas das comunidades remanejadas. www.ts.ucr.ac.cr 9 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS A questão social no município de Alcântara, no Maranhão, reconfigurada no processo de implantação do CLA traz um forte conteúdo de expropriação e violência, exercidas pelo Estado brasileiro em nome do desenvolvimento tecnológico, mas que é, no fundamental, do poder aéreo espacial. Um campo onde se realiza um jogo no qual as relações de forças das nações que por ele se interessam são determinadas a partir do grande capital e de uma tecnologia das mais avançadas; mas também necessitam de condições geográficas favoráveis para o lançamento de foguetes e mísseis. (LOPES, 2001) Desta forma os países que dispõem deste elemento, como o Brasil, também podem participar do jogo, próprio das relações internacionais, com significativa autonomia e possibilidades de disputa do poder, defendendo e resguardando interesses nacionais, seja do ponto de vista estratégico orgânico, seja do ponto de vista tático e conjuntural. Mas não resta dúvida que o capital e a tecnologia prevalecem sobre as condições geográficas; que os “interesses maiores” acabam por prevalecer sobre os “interesses dos menores”. Neste caso, num primeiro momento, os expropriados da terra e da cultura. Mas, em seguida toda a nação brasileira se não avançar na perspectiva da garantia da soberania nacional em relação ao seu programa aéreo-espacial e ao CLA. Tem-se claro, portanto, que o Centro de Lançamento de Alcântara – CLA deve ser tratado como um fator determinante da questão social no município, mas também como um elemento significativo da questão nacional. O jogo de poder internacional nas chamadas “áreas de ponta”, como de resto nas demais áreas de interesse de desenvolvimento do capital é realizado, historicamente, pelos governos nacionais, segundo as regras da política nacional e mundial dominante, com a participação, quase sempre mecânica, travestida de neutralidade, de pelo menos uma parte significativa da comunidade científica nacional e internacional. www.ts.ucr.ac.cr 10 BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de. Relatório de Viagem, miemo., 2000. CHOAIRY, Antonio César Costa. Alcântara Vai Para o Espaço: a dinâmica da implantação do Centro de Lançamento de Alcântara. São Luís -MA. UFMA-PROINCS. 2000. DECRETO FEDERAL Nº 1986 ASSINADO PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA JOSÉ SARNEY DOCUMENTO OFICIAL. “Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo dos Estados Unidos da América sobre Salvaguardas Tecnológicas Relacionadas à Participação dos Estados Unidos da América nos Lançamentos a partir do Centro de Lançamento de Alcântara”. Brasília, 2000. DOCUMENTO ENVIADO AO ADVOGADO GERAL DA UNIÃO PELO STR, FETAEMA, CPT, ACONERUQ e ABA. São Luís-MA 2000. DOCUMENTO ENVIADO AO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE PELO STR, FETAEMA, CPT, ACONERUQ e ABA. São Luís-MA, 2000 LOPES, Josefa Batista. 20 Congresso da ANDES. Caderno de Textos. Movimentos Sociais & Universidade: a mesma luta. Rio de Janeiro, ANDES/SN, 2001. LOPES, Josefa Batista e NUNES, Graziela Martins. Resistência Local e Nacional no Brasil Contra o Imperialismo: o caso de Alcântara no Maranhão. Anais do X Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais. Rio de Janeiro, 2001 MARTINS, José de Sousa. Expropriação e Violência. 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