UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ESTUDO COMPARATIVO DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA E DA PRESSÃO ARTERIAL ANTES E APÓS EXERCÍCIO AERÓBICO NO SOLO E NA ÁGUA EM IDOSOS DO “PROJETO VIDA ATIVA NA TERCEIRA IDADE” JOÃO ANTÔNIO GOMES DE PINHO JÚNIOR JOÃO PAULO SOUSA LIMA MARCELO MORAES DE OLIVEIRA Belém – Pará 2007 2 UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ESTUDO COMPARATIVO DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA E DA PRESSÃO ARTERIAL ANTES E APÓS EXERCÍCIO AERÓBICO NO SOLO E NA ÁGUA EM IDOSOS DO “PROJETO VIDA ATIVA NA TERCEIRA IDADE” JOÃO ANTÔNIO GOMES DE PINHO JÚNIOR JOÃO PAULO SOUSA LIMA MARCELO MORAES DE OLIVEIRA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Fisioterapia do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da UNAMA, como requisito para obtenção do grau de Fisioterapeuta, orientado pela professora Ediléa Monteiro Oliveira Belém – Pará 2007 3 ESTUDO COMPARATIVO DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA E DA PRESSÃO ARTERIAL ANTES E APÓS EXERCÍCIO AERÓBICO NO SOLO E NA ÁGUA EM IDOSOS DO “PROJETO VIDA ATIVA NA TERCEIRA IDADE” JOÃO ANTÔNIO GOMES DE PINHO JÚNIOR JOÃO PAULO SOUSA LIMA MARCELO MORAES DE OLIVEIRA Avaliado por: __________________________________________ Data: _____ / _____ / _____ Belém – Pará Universidade da Amazônia – UNAMA 2007 4 DEDICATÓRIA Á Deus pelo dom da vida, por me colocar no caminho certo e por mais essa vitória na minha vida. Aos meus pais, TEREZA CRISTINA e JOÃO, pelo amor e sabedoria ao longo de minha vida, por tudo que eu sou e por todo esforço que fizeram para eu poder estar aqui hoje, ensinando-me a lutar por meus objetivos e abrindo as portas de um futuro profissional. Á minha princesa, minha namorada, THAMIRES VASCONCELOS, pelo companheirismo, dedicação, compreensão e amor todos esses anos de estudo. Aos meus avós pela dedicação no dia-a-dia e toda a minha família pela força, sempre me incentivando a continuar no meu caminho e nunca desistir. Aos meus colegas de graduação, ANDREZA TORRES, ISABELA BARBOSA, KAREN TAVARES, MAÍRA DEDINI, MARCELO CORRÊA, SAMYR QUEBRA e VICTOR AQUINO, os quais eu considero uma nova família, pela homogeneidade e união compartilhada durante esses quatro anos de curso. A vocês o desejo do sucesso. João Pinho Júnior Á DEUS por ter me dado oportunidade e força para superar todos os obstáculos na minha jornada, abrindo meus caminhos em busca do melhor. Aos meus pais, SALATIEL E SIMONE, pelo exemplo de caráter, pelo amor, dedicação à família, pelo apoio incondicional, pelo constante esforço e por acreditarem em mim. Aos meus irmãos FERNANDO E JÚNIOR, a minha cunhada VERONÍLIA, ao meu sobrinho MATHEUS por ter me ajudado direta ou indiretamente na formação da minha vida. A uma pessoa muito especial, GLÁUCIA NASCIMENTO. Pelo amor, carinho, incentivo desde o primeiro momento, compreensão e pelo companheirismo que foi fator fundamental para que eu vivesse um eterno apaixonado. 5 Aos meus colegas de graduação, ANDREZA TORRES, ISABELA BARBOSA, KAREN TAVARES, MAÍRA DEDINI, MARCELO CORRÊA, SAMYR QUEBRA e VICTOR AQUINO, pelas as caronas de todos os dias. Os quais eu considero uma nova família, pela homogeneidade e união compartilhada durante esses quatro anos de curso. A vocês o desejo do sucesso. João Paulo Sousa Lima Primeiramente a Deus, por me colocar neste caminho mesmo com obstáculos superáveis me direciona cada vez mais a atingir meus objetivos. Á minha família, em especial meu pai JOSÉ OLAVO DOS SANTOS DE OLIVEIRA, minha mãe MÔNICA THEREZINHA MORAES DE OLIVEIRA minha irmã THAIS MORAES DE OLIVEIRA e minha namorada CAMILA, que me incentivaram desde o primeiro momento e me acompanharam em todos os momentos, sempre confiando em mim. Aos meus pais, que sempre me dizem que devo estar à frente do tempo, sempre lutar para ser o melhor e sempre acreditar que sou capaz, não importando as dificuldades, que sempre estarão comigo, não desistindo nunca. A todos os professores que contribuíram para a formação do meu conhecimento em relação ao curso de Fisioterapia. Marcelo Moraes de Oliveira 6 AGRADECIMENTOS Á DEUS, fonte segura de luz em nossos caminhos, agradecemos por cada dia mais sentir sua presença guiando nossos passos e alimentando nossas almas. A Profª. EDILÉA MONTEIRO DE OLIVEIRA, da Universidade da Amazônia (UNAMA), pelo valioso incentivo e orientação durante a realização deste trabalho. Ao Profº. Dr. ÉDSON RAMOS, da Universidade Federal do Pará, pela ajuda e colaboração na realização da parte estatística deste trabalho. Ao Profº. WÁLTER CARVALHO, professor de fisiologia da Universidade da Amazônia, pelos conhecimentos científicos e apoio para a realização da pesquisa À Fisioterapeuta, ANA CATARINA, do laboratório de hidroterapia por disponibilizar-nos o ambiente onde foi realizada a pesquisa. Aos acadêmicos de Fisioterapia, CECÍLIA WARRIS, DANIELA LOBATO, DILERMANO FERREIRA, NAYARA FONSECA, PAULA CARDOSO, pela ajuda nas pesquisas e metodologia. Á acadêmica de Terapia Ocupacional da Universidade do Estado do Pará, THAMIRES VASCONCELOS, pela ajuda nas pesquisas e transporte dos pacientes. Aos funcionários da Fisioclínica, que foram solícitos e forneceram os materiais necessários para a realização da pesquisa. 7 LISTA DE TABELAS Tabela 1- Classificação da Pressão arterial (> 18 anos)............................................................25 Tabela 1: Estatísticas Descritivas das Variáveis: Pressão Sistólica, Pressão Diastólica e Freqüência Cardíaca, Antes e Depois da Prática de exercícios no Solo e na Água..................45 8 LISTA DE QUADROS Quadro 1- Mudanças biológicas e funcionais entre idades de 30 a 80 anos............................20 Quadro 2- Distribuição populacional dos idosos pelo Brasil....................................................29 Quadro 1: Escala de borg..........................................................................................................42 9 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Anatomia do sistema respiratório..............................................................................22 Figura 2: Alvéolo Pulmonar......................................................................................................23 Figura 3: Anatomia do sistema circulatório..............................................................................24 Figura 4: Esquema das alterações cardiovasculares após imersão...........................................37 Figura 1: Exercício aeróbico no solo........................................................................................40 Figura 2: Exercício aeróbico na água.......................................................................................40 Figura 3: Esfigmomanômetro marca Missouri.........................................................................42 Figura 4: Estetoscópio marca Benson e dickson.......................................................................43 Figura 5: Freqüêncímetro marca Reebok..................................................................................43 Figura 6: Resultado Gráfico do Teste de Normalidade de Kolmogorov-Smirnov para a variável Dif_PS, Saída do Aplicativo MINITAB 14................................................................47 Figura 7: Resultado do Teste de Bonferroni para a Igualdade de Variâncias entre Níveis (solo, água) do Fator Local, Saída do Aplicativo MINITAB 14..............................................47 Figura 8: Resultado da Análise de Variâncias (ANOVA) para a Diferença entre a Média das Diferenças de Pressão Sistólica do Exercício Praticado na Água e a Média da Diferença de Pressão Sistólica do Exercício Praticado no Solo, Saída do Aplicativo MINITAB 14............48 Figura 9: Intervalos de Confiança para as Diferenças de Pressão Sistólica do Exercício Praticado na Água e das Diferenças de Pressão Sistólica do Exercício Praticado no Solo, Saída do Aplicativo MINITAB 14............................................................................................49 Figura 10: Resultado Gráfico do Teste de Normalidade de Kolmogorov-Smirnov para os Resíduos da Análise de Variância para Testar a Diferença Média da Pressão Sistólica Antes e Depois da Prática de Exercícios na Água e no Solo, Saída do Aplicativo MINITAB 14...............................................................................................................................................50 Figura 11: Resíduos Padronizados versus Valores Ajustados da Análise de Variância para Testar a Diferença Média da Pressão Sistólica Antes e Depois da Prática de Exercícios na Água e no Solo..........................................................................................................................51 Figura 12: Resíduos Padronizados versus Ordem das Observações da Análise de Variância para Testar a Diferença Média da Pressão Sistólica Antes e Depois da Prática de Exercícios na Água e no Solo, Saída do Aplicativo MINITAB 14.................................................................52 10 Figura 13: Resultado Gráfico do Teste de Normalidade de Kolmogorov-Smirnov para a variável Dif_PD, Saída do Aplicativo MINITAB 14...............................................................53 Figura 14: Resultado do Teste de Bonferroni para a Igualdade de Variâncias entre Níveis (solo, água) do Fator Local, Saída do Aplicativo MINITAB 14..............................................54 Figura 15: Resultado da Análise de Variâncias (ANOVA) para a Diferença entre a Média das Diferenças de Pressão Diastólica do Exercício Praticado na Água e a Média da Diferença de Pressão Diastólica do Exercício Praticado no Solo, Saída do Aplicativo MINITAB 14...............................................................................................................................................55 Figura 16: Intervalos de Confiança para as Diferenças de Pressão Diastólica do Exercício Praticado na Água e das Diferenças de Pressão Diastólica do Exercício Praticado no Solo, Saída do Aplicativo MINITAB 14............................................................................................55 Figura 17: Resultado Gráfico do Teste de Normalidade de Kolmogorov-Smirnov para os Resíduos da Análise de Variância para Testar a Diferença Média da Pressão Diastólica Antes e Depois da Prática de Exercícios na Água e no Solo, Saída do Aplicativo MINITAB 14...............................................................................................................................................56 Figura 18: Resíduos Padronizados versus Valores Ajustados da Análise de Variância para Testar a Diferença Média da Pressão Diastólica Antes e Depois da Prática de Exercícios na Água e no Solo..........................................................................................................................57 Figura 19: Resíduos Padronizados versus Ordem das Observações da Análise de Variância para Testar a Diferença Média da Pressão Diastólica Antes e Depois da Prática de Exercícios na Água e no Solo, Saída do Aplicativo MINITAB 14............................................................58 Figura 20: Resultado Gráfico do Teste de Normalidade de Kolmogorov-Smirnov para a variável Dif_FC, Saída do Aplicativo MINITAB 14................................................................59 Figura 21: Resultado do Teste de Bonferroni para a Igualdade de Variâncias entre Níveis (solo, água) do Fator Local, Saída do Aplicativo MINITAB 14..............................................60 Figura 22: Resultado da Análise de Variâncias (ANOVA) para a Diferença entre a Média das Diferenças de Freqüência Cardíaca do Exercício Praticado na Água e a Média da Diferença de Freqüência Cardíaca do Exercício Praticado no Solo, Saída do Aplicativo MINITAB 14...............................................................................................................................................61 Figura 23: Intervalos de Confiança para as Diferenças de Freqüência Cardíaca do Exercício Praticado na Água e das Diferenças de Freqüência Cardíaca do Exercício Praticado no Solo, Saída do Aplicativo MINITAB 14............................................................................................62 Figura 24: Resultado Gráfico do Teste de Normalidade de Kolmogorov-Smirnov para os Resíduos da Análise de Variância para Testar a Diferença Média da Freqüência Cardíaca 11 Antes e Depois da Prática de Exercícios na Água e no Solo, Saída do Aplicativo MINITAB 14...............................................................................................................................................62 Figura 25: Resíduos Padronizados versus Valores Ajustados da Análise de Variância para Testar a Diferença Média da Pressão Diastólica Antes e Depois da Prática de Exercícios na Água e no Solo..........................................................................................................................63 Figura 26: Resíduos Padronizados versus Ordem das Observações da Análise de Variância para Testar a Diferença Média da Freqüência Cardíaca Antes e Depois da Prática de Exercícios na Água e no Solo, Saída do Aplicativo MINITAB 14...............................................................................................................................................64 12 LISTA DE ABREVIATURAS Bpm: 26; 35; Co2: 22; 24; DC: 26; 31; 32; FC: 17; 18; 30; 32; 34; 35; 39; 40; 41; 42; 43; 44; 57; 58; 59; 60; 61; 63; 64; 65; 66; 67; 68; FC máx: 17; 26; 27; 41; Fisioclínica: 38; 39; Km/h: 41; PA: 17; 18; 25; 26; 39; 40; 42; 65; 66; 67; 68; Rpm: 41; Vo2 máx: 25; 30; 13 RESUMO PINHO JÚNIOR, João Antônio Gomes de; LIMA, João Paulo Sousa & OLIVEIRA, Marcelo Moraes de. Estudo Comparativo da Freqüência Cardíaca e da Pressão Arterial Antes e Após Exercício Aeróbico no Solo e na Água em Idosos do Projeto Vida Ativa na Terceira Idade. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), Dezembro de 2007. A população idosa vem crescendo de uma forma acelerada, e com isso ocorrendo uma busca pela prevenção de doenças através da prática de atividade física. Há, portanto, a necessidade de se pesquisar sobre o comportamento da pressão arterial sistêmica e freqüência cardíaca em relação a essas atividades. Para tanto, foram selecionados aleatoriamente, vinte e dois idosos, divididos em dois grupos, e verificados os sinais vitais antes e após serem realizados dez minutos de atividade aeróbica com a bicicleta, tanto em solo quanto na água. Através da análise descritiva dos dados concluiu-se que não houve diferença entre as médias destas variáveis, ou seja, elas independem do ambiente realizado. DESCRITORES: Atividade física, idosos e exercício aeróbico. 14 ABSTRACT PINHO JÚNIOR, João Antônio Gomes de; LIMA, João Paulo Sousa & OLIVEIRA, Marcelo Moraes de. Comparative Study of Frequency Heart and Blood Pressure Before and After Exercise Aerobic in the Land and Water in Elderly Project Active Life in Elderly. Work Completion of Course (TCC), December 2007. The elderly population has grown rapidly in a way, and with that occurring a search for the prevention of disease through the practice of physical activity. There is thus the need to conduct research on the systemic blood pressure and heart rate on these activities. For both, were randomly selected, twenty-two elderly, divided into two groups, and checked the vital signs before and after they realized ten minutes of aerobic activity with the bike, both on land as in water. Through descriptive analysis of the data concluded that there was no difference between the averages of these variables, ie they independem environmental accomplished. Key-words: physical activity, elderly e exercise aerobic. 15 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 16 2. REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................... 18 2.1 O envelhecimento ............................................................................................................18 2.1.1 O envelhecimento e o sistema osteomioarticular ...........................................................20 2.1.2 O envelhecimento e o sistema respiratório.....................................................................21 2.1.3 O envelhecimento e o sistema cardiovascular ................................................................24 2.1.4 O envelhecimento e o sistema nervoso ..........................................................................26 2.1.5 O envelhecimento e outros sistemas ..............................................................................27 3. O ENVELHECIMENTO POPULACIONAL ................................................................... 27 3.1 O envelhecimento no mundo ...........................................................................................27 3.2 O envelhecimento no Brasil.............................................................................................28 3.3 O envelhecimento na região Norte ..................................................................................29 4. ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DURANTE O EXERCÍCIO FÍSICO NO IDOSO ..... 30 4.1 Alterações na freqüência cardíaca durante o exercício físico no idoso ...........................30 4.2 Alterações na pressão arterial durante o exercício físico no idoso ..................................31 5. ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DECORRENTES DA IMERSÃO ............................. 31 5.1 Respostas cardiovasculares durante a imersão ................................................................31 5.2 Efeitos da imersão no sistema respiratório ......................................................................32 5.3 Efeitos da imersão no sistema renal.................................................................................33 6. RESPOSTAS DURANTE A PRÁTICA DE EXERCÍCIOS EM IMERSÃO .................. 34 6.1 Circulação ........................................................................................................................35 6.2 Ventilação ........................................................................................................................35 6.3 Regulação da temperatura................................................................................................36 7. MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................................. 38 7.1 Tipos de estudo: ...............................................................................................................38 7.2 Fontes:..............................................................................................................................38 7.3 Campo de pesquisa: .........................................................................................................39 7.4 Técnicas para coleta e análise dos dados: ........................................................................39 8. RESULTADOS ................................................................................................................. 44 8.1 Variáveis em estudo:........................................................................................................44 8.2 Análise descritiva: ...........................................................................................................44 8.3 Análise de variância para testar duas médias: .................................................................45 9. DISCUSSÃO ..................................................................................................................... 65 10. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 68 11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 70 APÊNDICES ............................................................................................................................ 73 APÊNDICE 1 ............................................................................................................................ 74 APÊNDICE 2 ............................................................................................................................ 76 ANEXOS...... ............................................................................................................................ 77 16 1. INTRODUÇÃO O fenômeno do envelhecimento da população mundial não é um assunto novo. No início da década de 80, o World Health Statistics Annuals (WHSA) (Estatísticas anuais mundiais da saúde) projetou que o Brasil passaria de 16º país com maior contingente de idosos no mundo em 1950 para sétimo no ano 2000 (CANDELORO; SILVA, 2003). O envelhecimento é a soma de todas as alterações biológicas, psicológicas e sociais que ocorrem com o passar dos anos, vários efeitos nocivos à saúde podem prejudicar uma boa qualidade de vida desta população (CUNHA et al, 2001). Na medida em que as condições gerais de vida e o avanço da ciência têm contribuído para controlar e tratar muitas das doenças responsáveis pela mortalidade, a população idosa, tanto dos países desenvolvidos como da maioria dos países em desenvolvimento, tem melhorado, nos últimos anos, a sua expectativa de vida (MATSUDO et al, 2000). Essa tendência global tem despertado o interesse de pesquisadores a procura das causas e mecanismos envolvidos no envelhecimento e, dessa forma, criar estratégias para minimizar os efeitos deletérios e manter ou melhorar a qualidade de vida nessa etapa da vida (MATSUDO et al, 2003). Na busca de minimizar esses efeitos e melhorar a qualidade de vida as vantagens encontradas na prática de exercícios para idosos são inúmeras, porém irão depender de como se processa o envelhecimento e da rotina de exercício físico praticada. Sabe-se que os benefícios à saúde ocorrem mesmo quando a prática de atividade física é iniciada em uma 17 fase tardia de vida, por sujeitos sedentários, sendo benéfica inclusive para portadores de doenças crônicas. (ELIOT et al, 1992). Os principais motivos relacionados com o início da prática de atividade física regular, independente da idade, são o controle ou perda de peso, redução de risco de ocorrência ou recorrência de doenças, principalmente as cardiovasculares, diminuição do estresse, melhora da auto-estima e socialização (WEINBERG; GOULD, 1996). Na busca de um controle de doenças cardiovasculares através da atividade física, a freqüência cardíaca (FC) e a pressão arterial (PA) são parâmetros muito importantes. A freqüência cardíaca corresponde á freqüência com que as câmaras cardíacas – átrios e ventrículos contraem-se (sístoles) e relaxam-se (diástoles). A freqüência cardíaca varia de acordo com o grau de atividade e situação emocional em que o indivíduo se encontra. Os padrões de freqüência cardíaca estabelecidos são: Para homens, o padrão de normalidade estabelecido é de 70 batimentos por minuto. Já para as mulheres é de 80 batimentos por minuto. (FOSS; KETEYIAN, 2000). A FC pode se apresentar através da freqüência cardíaca alvo (FCA) é aquela predeterminada a ser obtida durante o exercício; Freqüência cardíaca de repouso (FCR) a menor freqüência obtida em um ciclo cardíaco quando o indivíduo encontra-se dormindo; Freqüência cardíaca máxima (FC máx) o máximo de batimentos que o coração de um indivíduo pode alcançar durante a atividade para que não ocorra comprometimento de suas funções vitais. (FOSS; KETEYIAN, 2000). 18 O objetivo do trabalho é se testar os a FC e a PA dos idosos saudáveis em exercícios aeróbicos em solo e na água, saberemos os seus valores para prescrever esse tipo de exercício aos idosos com quaisquer patologias relacionadas aos valores da pesquisa, conforme a necessidade de cada um, para que esses valores variem menos, dando uma segurança maior a esses pacientes. 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 O envelhecimento O envelhecimento é um processo biológico natural responsável por alterações no funcionamento do organismo (SANTOS, 2002). Ele permanece, ainda, como um dos pontos mais complexos, obscuros e críticos para a ciência, sendo esse, um processo inevitável, silencioso no início, mas progressivo, inexorável (FREITAS et al, 2002). O processo de envelhecimento se dá desde a concepção do ser vivo, onde este é um processo dinâmico e gradual, na qual ocorrem modificações a nível: Morfológico, funcional e bioquímico. (VIEIRA, 1996; LOPES, 2000). A maioria dos gerontologistas define o envelhecimento como um processo dinâmico e progressivo, onde há modificações tanto morfológicas, como funcionais, bioquímicas e psicologias que determinam a progressiva perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e incidência de processos patológicos, que determinam levá-lo a morte (PAPALÉO NETTO, 1996). Nem todas as pessoas chegam à velhice no mesmo estado, umas são mais vigorosas, mais autônomas e desenvolvidas do que outras que não conseguem conservar seu dinamismo, 19 assim sendo, estes idosos estão mais propensos a diversas condições patológicas (SOARES et al, 2003). É preciso diferenciar no envelhecimento o que é fisiológico, e o que é patológico. O envelhecimento fisiológico trata-se de alterações sincronizadas e naturais de todos os órgãos e tecidos (senescência) e o envelhecimento patológico trata-se de uma deposição para a insuficiência de um órgão ou sistema do organismo (senilidade) (ROSA et al, 2001). Diversas teorias têm sido propostas para exemplificar o envelhecimento, a mais aceita atualmente é a teoria em que os mecanismos de envelhecimento deve se relacionar com a capacidade de sintetizar proteínas. Elas correspondem habitualmente à cerca de 15% dos componentes do organismo e são responsáveis não só pela constituição das estruturas dos órgãos, tecidos e enzimas, mas também são componentes dos sistemas bioquímicos relacionados à produção de energia (CARVALHO FILHO; PAPALÉO NETTO, 2000). O envelhecimento biológico leva à diminuição das reservas funcionais do organismo. Esse efeito pode ser observado em todos os aparelhos ou sistemas: osteomioarticular, pulmonar, cardiovascular, nervoso e outros sistemas (CORREA, 1996). 20 Quadro 2: Mudanças biológicas e funcionais entre idades de 30 a 80 anos. 2.1.1 O envelhecimento e o sistema osteomioarticular O comprometimento do desempenho neuromuscular é evidenciado pela fraqueza muscular, lentidão dos movimentos e fadiga muscular precoce. Em conseqüência disto, muitos deles apresentam limitações para caminhar, levantar-se, manter o equilíbrio postural e prevenir-se contra quedas iminentes. Estas limitações levam a dificuldade nas atividades de vida diária, limitações funcionais e incapacidades Em torno dos 80 anos de idade são perdidas cerca 40 a 50% da força muscular, massa muscular, moto-neurônio alfa e células musculares (KAUFFMAN, 2001). 21 Com o aumento da idade, ocorrem mudanças nas fibras dos músculos e no número de fibras, sendo estas, prováveis razões para a diminuição da massa muscular. Onde alguns estudos relatam que, as fibras do Tipo I (contração lenta, aeróbica) são resistentes à atrofia pelo menos até a idade 60 e 70 anos, enquanto as fibras do Tipo II (contrações rápidas, anaeróbicas), declinam com a idade. (AMERICAN COLLEGE OF SPORT MEDICINE, 2001). Constituição óssea leva a mudanças na postura do tronco e das pernas, acentuando ainda mais as curvaturas da coluna torácica e lombar. Onde se Sabe que há uma redução na densidade dos ossos e, que essa redução, dá-se mais precocemente na coluna vertebral que nos membros. (GUCCIONE, 2002). A perda óssea em homens acontece em uma taxa de cerca de 0,4% por ano, iniciandose aos 50 anos de idade e não se torna caracteristicamente problemática até que o homem esteja na faixa dos 80 anos. (GUCCIONE, 2002). As articulações tornam-se mais endurecidas, reduzindo assim a extensão dos movimentos e produzindo alterações no equilíbrio e na marcha. Nas vísceras, produz-se uma alteração causada pelos elementos glandular do tecido conjuntivo e certa atrofia secundária, como a perda de peso (FARIA, 2006). 2.1.2 O envelhecimento e o sistema respiratório O sistema respiratório é composto, pela boca, fossas nasais, faringe, laringe e traquéia, sendo esta subdividida, dando origem aos brônquios direito e esquerdo, que irão se ramificar 22 formando, os brônquios secundários, segmentar, bronquíolo terminal e alvéolos. (FOSS; KETEYIAN, 2000). O pulmão tem a forma mais ou menos cônica e são envoltos por duas membranas, denominadas pleuras. Sendo a pleura interna aderida a superfície pulmonar, enquanto a pleura externa está aderida a parede da caixa torácica. Sendo que entre as pleuras há um estreito espaço, preenchido por líquido. A tensão superficial deste líquido mantém unidas as duas pleuras, mas permite que elas deslizem uma sobre a outra, durante os movimentos respiratórios (FERNANDES; NETO, 2002). Na respiração, o ar inalado entrará no sangue rico em oxigênio e será distribuído por todo o organismo nutrindo todas as células, liberando gás rico em CO2. Esse gás seguirá pela corrente sanguínea para os pulmões onde sofrerá o processo de “limpeza” (hematose), onde ocorrerá a troca gasosa no interior dos alvéolos. Figura 27: Anatomia do sistema respiratório Fonte: (www.pgr.mpf.gov.br) 23 Figura 28: Alvéolo pulmonar Fonte:(www.pgr.mpf.gov.br) Com o avançar da idade ocorre significante diminuição da reserva funcional do sistema respiratório. As funções respiratórias tornam-se insuficientes. As complicações respiratórias são responsáveis por aproximadamente 40% dos óbitos que ocorrem em pacientes com idade superior a 65 anos (FERNANDES; NETO, 2002). No pulmão senil, as mudanças acarretam em perda do recolhimento elástico pulmonar, levando a uma progressiva retenção de ar e conseqüentemente o aumento da complacência pulmonar. Com relação à caixa torácica, ocorre uma calcificação da cartilagem costal e articulações costovertebrais, bem como o estreitamento dos espaços intervertebrais (BRITO et al, 2003). Além das mudanças estruturais do sistema respiratório o envelhecimento caracterizase por alterações no drive respiratório, onde há um aumento da atividade nervosa central e dos impulsos neuronais para os músculos respiratórios, o que acarreta menor resposta do organismo à hipóxia e à hipercapnia (BRITO et al, 2003). 24 2.1.3 O envelhecimento e o sistema cardiovascular O sistema cardiovascular é um sistema contínuo, na qual são constituídos de um músculo cardíaco, válvulas, grandes vasos, marcapasso e sistema de condução elétrica, vasos coronarianos, inervações pelo sistema nervoso autônomo e um saco fibrosseroso, onde irá circundar o coração (Pericárdio). (FOSS; KETEYIAN, 2000). O coração constituído por duas bombas musculares. Uma formada na porção esquerda do coração pelo átrio e ventrículo esquerdo, e outra formada na porção direita pelo átrio e ventrículo direito, formando uma única bomba, onde funcionará bombeando sangue rico em CO2 para os pulmões, e ejetando sangue oxigenado para todos os tecidos corporais. (FOSS; KETEYIAN, 2000). Figura 29: Anatomia do sistema circulatório Fonte: proavirtualg26.pbwiki.com Através do processo natural do envelhecimento, toda essa capacidade que o sistema cardiovascular tem, de nutrir todos os tecidos corporais, vai sendo diminuída. Esse coração apresenta como componentes principais para avaliar o seu desempenho cardiovascular, o volume de ejeção (a quantidade de sangue bombeado por batimento cardíaco), e a FC 25 (números de batimentos que o coração realiza por minuto). Como todo processo natural, com o envelhecimento se pode observar que a freqüência cardíaca após um exercício máximo, apresenta um declínio na sua função, e por conta desse fato o volume de ejeção também apresentará uma diminuição, podendo ser responsável por uma queda de 50% no VO2 máximo. (MCARDLE; KATCH, 1998). Com o envelhecimento, as artérias ficam mais espessas e mais rígidas. Há também um aumento no conteúdo de lipídeos, particularmente o colesterol. Ocorre uma dilatação aórtica devido à perda de elasticidade há um aumento no calibre das artérias a fim de tentar compensar a rigidez, hipertrofia e dilatação do ventrículo esquerdo do coração, associados a um ligeiro aumento da PA (FARIA, 2006). Em relação a novas classificações da pressão arterial, a IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial 2002. Demonstra os seguintes estágios: Tabela 2: Classificação da pressão arterial (>18 anos) As alterações fisiológicas decorrentes do envelhecimento acometem principalmente a capacidade do sistema cardiovascular de responder a maiores exigências. No organismo envelhecido, ocorre uma diminuição na força contrátil do músculo cardíaco. 26 Conseqüentemente haverá uma diminuição no débito cardíaco (DC). Essa diminuição no débito cardíaco também é devida a um declínio das necessidades metabólicas (D'OTTAVIANO, 2004). Como a pressão arterial é dependente do débito cardíaco, alteração nesse fator pode gerar alterações na PA. Vale ressaltar que o processo aterosclerótico também tem como conseqüência o aumento da PA. Além disso, a freqüência cardíaca em repouso começa a diminuir após 60 anos (D'OTTAVIANO, 2004). Enquanto os valores das crianças freqüentemente ultrapassam 200 batimentos por minuto (bpm), a média para indivíduos com 60 anos é de aproximadamente 160 bpm. A redução da FC máx com a idade parece ser similar tanto para os adultos sedentários quanto para os altamente treinados. Aos 50 anos de idade, por exemplo, os homens normalmente ativos apresentam mesmos valores de FC máx dos antigos corredores ainda ativos com a mesma idade (WILMORE; COSTILL, 2001). 2.1.4 O envelhecimento e o sistema nervoso A atrofia do tecido nervoso é um dos principais sinais de senescência, o que se manifesta como redução do desempenho mental em alta proporção das pessoas. A destruição média de neurônios é tal, que o volume global do encéfalo se reduz em cerca de 8% em relação a um adulto jovem, embora em áreas frontais possam atingir 50%. Apesar disso, as funções mentais mantêm-se em bom nível em muitas pessoas (TIMO-IARIA, 2001). 27 2.1.5 O envelhecimento e outros sistemas A pele evidencia também a degeneração senil. Ocorre um acúmulo de lipofucsina (que produz manchas na pele) e às rugas somam-se teleangectasia (veias grossas, tortuosas e enrijecidas), atrofia e enrugamento profundo. As funções imunitárias declinam rapidamente nas pessoas idosas (TIMO-IARIA, 2001). No sistema endócrino, ocorre menor sensibilidade dos tecidos aos hormônios e redução apreciável da liberação de hormônios hipofisários (TIMO-IARIA, 2001). 3. O ENVELHECIMENTO POPULACIONAL O envelhecimento da população é hoje é um fenômeno mundial proeminente, ou seja, um crescimento mais elevado da população idosa com relação aos demais grupos etários. Sejam elas devido ao desenvolvimento socioeconômico ocorrido junto com o envelhecimento populacional, ou a aplicação novas tecnologias na área médica, no sentido de prolongar a vida dos idosos. 3.1 O envelhecimento no mundo Segundo a Organização mundial da saúde, o envelhecimento no mundo nos reflete dados, na qual existam cerca de dois bilhões de pessoas com sessenta anos ou mais no mundo, para o ano de 2050, estando eles mais concentrados nos países desenvolvidos, onde viverão cerca de 80% deles. Este envelhecimento da população nos países desenvolvidos ocorreu associado a diversas melhorias nas condições gerais de vida (o avanço na saúde pública, criação de políticas públicas que visem à ampliação no âmbito social e cultural na vida do idoso e uma 28 diminuição na taxa de fecundidade, devido o elevado custo de vida). (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Por outro lado nos países em desenvolvimento, esse processo acontece de forma acelerada, onde não há tempo para uma reorganização no âmbito social, e de adequação da área de saúde para atender às novas demandas emergentes. O que acaba se tornando preocupante, pois os países em desenvolvimento abrigarão a maior parte da população idosa: China (230 milhões), Índia (142 milhões), Indonésia (29 milhões), Brasil (27 milhões) e Paquistão (18 milhões). (Ministério da saúde, 2006). (JACOB, 2007). 3.2 O envelhecimento no Brasil No Brasil, pode ser exemplificado por um aumento da participação da população maior de 60 anos no total da população nacional de 4% em 1940 para 8% em 1996. Além disso, a proporção da população “mais idosa”, ou seja, a de 80 anos e mais, também está aumentando, alterando a composição etária dentro do próprio grupo, isto é, a população considerada idosa também está envelhecendo (CAMARANO et al, 1997). Esse crescimento deve-se também devido à baixa fecundidade e à redução da mortalidade. Nos últimos 20 anos, o idoso brasileiro, além de ter a sua expectativa de sobrevida aumentada, reduziu o seu grau de deficiência física ou mental, passou a chefiar mais suas famílias e a viver menos na casa de parentes. Também passou a receber um rendimento médio mais elevado, o que levou a uma redução no seu grau de pobreza e indigência. (CAMARANO, 2002). 29 Acarretando um aumento sem precedentes. Por exemplo, no Brasil, o aumento da população idosa será da ordem de 15 vezes, entre 1950 e 2025, enquanto o da população como um todo será de não mais que cinco vezes no mesmo período. Tal aumento colocará o Brasil, no ano de 2025, com a sexta população de idosos do mundo em termos absolutos (KALACHE; GRAY, 1985). Quadro 3: Distribuição populacional dos idosos pelo Brasil. 3.3 O envelhecimento na região Norte Segundo o censo demográfico de 2000, a análise da proporção de idosos no Brasil (60 anos e mais), corresponde a 8,6% da população. As menores participações são apresentadas na Região Norte (5,5%), região esta que apresenta um indicador de pessoas com 65 anos e mais em relação ao total de crianças e jovens com menos de 15 anos, de 9,8% ao se comparar com as outras regiões do Brasil (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001). 30 4. ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DURANTE O EXERCÍCIO FÍSICO NO IDOSO Durante a atividade física o organismo tende a sofrer alterações necessárias, para possibilitar uma condição energética satisfatória para qualquer tipo de modalidade física, seja ele um exercício de força, ou de resistência. (FOSS; KETEYIAN, 2000). O exercício promove a nível fisiológico, uma elevação da temperatura tanto a nível corporal, quanto muscular, por conta de uma elevação no fluxo sanguíneo, e na disponibilidade de oxigênio, na qual ocasionará um aumento na atividade enzimática e nas reações metabólicas associadas a nível energético gerando um aumento no VO2 máximo. (FOSS; KETEYIAN, 2000). 4.1 Alterações na freqüência cardíaca durante o exercício físico no idoso Durante o exercício físico a FC se mostra um parâmetro muito importante na busca da aferição de valores cardiovasculares (COSTILL; WILLMORE, 1994). Na qual se reflete a quantidade de esforço durante um exercício físico, na busca de satisfazer as necessidades corporais, que se encontram aumentadas no corpo durante uma atividade. Os exercícios físicos progressivos, em todos os grupos de populações, provocam diminuição no sistema nervoso parassimpático e um aumento no sistema nervoso simpático, principal responsável pelo controle da freqüência cardíaca. (POLLOCK et al, 1987). No indivíduo idoso, se observa, que durante uma atividade física, quanto mais se eleva a intensidade do exercício, mais a freqüência cardíaca de repouso tende a aumentar para buscar compensar o gasto energético gerado pelo exercício, visto que devido a um processo 31 natural do envelhecimento o idoso apresenta diminuição na força contrátil do músculo cardíaco. Conseqüentemente haverá uma diminuição no DC, débito este que está intimamente ligado a freqüência cardíaca. (LAKATTA, 1993). 4.2 Alterações na pressão arterial durante o exercício físico no idoso De acordo com o avanço da idade, as alterações cardiovasculares são inevitáveis, na busca de se manter a homeostase corporal, a aorta e as grandes artérias apresentam paredes muito elásticas que se distendem com a sístole e impulsionam o sangue para as artérias, arteríolas, capilares e veias, fenômeno que se dá durante a sístole ventricular e continua durante a diástole ventricular. Isto representa na prática, um segundo impulso de grande importância até os 50 anos de idade, quando então a aorta e as grandes artérias vão perdendo a sua elasticidade e aumentam a rigidez pela infiltração do colágeno. Essa elasticidade dos vasos mantém a pressão sistólica em níveis normais, e a perda dessa capacidade contribui para a elevação dos níveis pressóricos na idade mais avançada (LUNA, 2002). 5. ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DECORRENTES DA IMERSÃO Durante a imersão de um corpo na água, o organismo produz diversas alterações na busca de se adaptar ao meio líquido, dentre eles pode-se destacar: Uma resposta no sistema cardiovascular, no sistema respiratório e renal (CAROMANO et al, 2003). 5.1 Respostas cardiovasculares durante a imersão No que diz respeito às respostas cardio-circulatórias à imersão, temos duas situações diferentes a considerar: 32 Após a imersão, como consequência da ação da pressão hidrostática, 700 ml de sangue são deslocados dos membros inferiores para região do tórax, causando um aumento no retorno venolinfático, e ocasionando um aumento de 60,0% do volume central. A pressão intratorácica aumenta de 0,4 mmHg para 3,4 mral Ig e a pressão no átrio direito Aumenta de 14,0 mmHg para 18,0 mmHg. A pressão venosa central aumenta de 2,0 a 4,0 mmHg para 3,0 a 16,0 mmHg, sendo que a pressão arterial pulmonar aumenta de 5,0 mmHg no solo para 22,0 mmHg em imersão. O DC (volume sanguíneo x a FC) aumenta de 30,0 a 32,0%, associados a uma diminuição de aproximadamente 10 batimentos por minuto ou de 4,0 a 5,0% da FC em bipedestação no solo (RUOTI et al, 2000). Parte das alterações cardiocirculatórias decorrentes da imersão são atribuídas ao reflexo de mergulho, que inclui bradicardia, vasoconstrição periférica e desvio de sangue para órgãos vitais. O reflexo de mergulho ocorre em situações significativamente diferentes, como molhar a face, imergir o corpo com a cabeça fora da água e imersão total com apnéia. Nos homens é consequência da interação e competição de vários fatores mecânicos e neurais (RUOTI et al, 2000). 5.2 Efeitos da imersão no sistema respiratório As alterações na função respiratória são desencadeadas pela ação da pressão hidrostática de duas maneiras diferentes: - aumento de volume central; - compressão da caixa torácica e abdome. 33 O centro diafragmático desloca-se cranialmente, a pressão intra-torácica aumenta de 0,4 mmHg para 3,4 mmHg; a pressão transmural nos grandes vasos aumenta de 3,0 mmHg a 5 mmHg para 12 mmHg a 15 mmHg. Essas alterações, por sua vez, aumentam o trabalho respiratório em 65,0 %. A capacidade vital sofre uma redução de 6,0 % e o volume de reserva expiratória fica reduzido de 66,0 %. A alteração da capacidade pulmonar se deve essencialmente à compressão sofrida pela pressão hidrostática (BECKER; COLE, 2000). Estudos demonstram que em imersão com água até a região cervical, o volume de reserva expiratório fica reduzido, em média, de l ,86 litros para 0,56 litros e a capacidade vital ficou reduzida em torno de 9,0 % do valor encontrado em terra, reduzindo sua "circunferência torácica" em aproximadamente 10,0 %. A média da pressão atuando sobre a parede torácica, durante a imersão até o pescoço, no final de uma expiração espontânea, é de 21,0 cmH2O. A pressão na parede abdominal, com imersão em água até imediatamente abaixo do diafragma, é de 12,0 cmH,O (BECKER; COLE, 2000). 5.3 Efeitos da imersão no sistema renal A resposta renal à imersão inclui o débito urinário aumentado (diurese) com perda de volume plasmático, sódio (natriurese), perda de potássio (potassiurese) e supressão de vasopressiiia, renina e aldosterona plasmática. A imersão em água fria potencializa esta resposta. O papel da diurese de imersão é usulamente explicado como um forte mecanismo compensador homeostático, para contrabalançar a distensão sofrida pêlos receptores pressóricos cardíacos (RUOTI et al, 2000). A atividade simpática renal diminui devido a uma resposta vagal causada pela distensão atrial que, por sua vez, aumenta o transporte tubular de sódio, com diminuição de 34 aproximadamente um terço da resistência vascular renal. A excreção de sódio aumenta, acompanhada de água livre, causando o efeito diurético da imersão. A função renal é largamente controlada pêlos hormônios renina, aldosterona e hormônio antidiurético. A aldosterona controla a reabsorção de sódio nos túbulos distais, atingindo um máximo após três horas de imersão (BECKER; COLE, 2000). Outro fator importante é a regulação do peptídeo atrial natriurético (ANP) que é suprimida em 50% de sua função no solo, após a imersão. Acompanhando as alterações no controle renal, ocorrem alterações em alguns neurotransmissores do sistema nervoso autonomo — catecolaminas (sendo as mais importantes, nesse caso, a epinefrina, a norepinefrina e a dopamina) — que agem regulando a resistência vascular, a FC e a força de contração cardíaca e são ativadas logo após a imersão (BECKER; COLE, 2000). 6. RESPOSTAS DURANTE A PRÁTICA DE EXERCÍCIOS EM IMERSÃO Durante o exercício dinâmico na água, de leve a moderada intensidade, a maior parte da energia usada para sustentar a atividade física é suprida pelo metabolismo aeróbico (fosforilação oxidativa) (CURETON, 2000). Em virtude das diferentes propriedades físicas da água, os fatores que determinam o custo energético do exercício na água são diferentes daqueles em terra, pois, a força de flutuação reduz o peso do corpo, reduzindo o gasto energético, uma vez que elimina a o gasto de energia necessário para deslocar o corpo contra a gravidade. Por outro lado, a viscosidade da água aumenta o gasto energético necessário para realizar movimentos e deslocamentos. Assim o dispêndio de energia na água depende menos da energia utilizada para superar o 35 arrasto, tornado-se dependente do tamanho e posição do corpo e velocidade e direção do movimento (CURETON, 2000). 6.1 Circulação A resposta cardiovascular ao exercício na água é diferente daquele em solo. A FC tende a permanecer inalterada em repouso e durante exercícios de baixa intensidade, mas diminui nos níveis de intensidade mais altos de exercício submáximo e máximo, em comparação com exercícios em terra (CAROMANO et al, 2003). A relação da FC e do gasto energético, durante o exercício na água com relação ao exercício na terra, é de particular importância, porque a FC é comumente utilizada para descrever e regular a intensidade metabólica do exercício. É comum observar que a FC, às vezes, é maior durante exercícios na água, em comparação com seu similar no solo. Esta resposta é, em parte, dependente da temperatura da água. Durante exercício de leve a moderada intensidade, em imersão com a cabeça fora da água, em temperatura termoneutra (31°C a 33°C), a FC não é diferente daquela durante o mesmo exercício em terra, no mesmo nível de gasto energético (CAROMANO et al, 2003). A profundidade da água também afeta a FC durante o exercício na postura ereta, sendo que durante o exercício aeróbico na água, a FC é de 8 a 11 bpm mais baixa com água na altura do tórax, do que com água pela cintura pélvica (CURETON, 2000). 6.2 Ventilação Apesar das alterações que ocorrem a partir da imersão, a ventilação em repouso, o volume corrente e a frequência respiratória não se alteram (CAROMANO et al, 2003). 36 Durante exercícios submáximos a ventilação é a mesma que durante exercícios em terra no mesmo nível de gasto energético. Diferentes temperaturas de água (18°C a 33"C)têm pouco efeito. Durante exercícios em níveis máximos de esforço, comparados com exercícios em terra, exceto para bicicleta, tendem a serem inferiores, embora a porcentagem de saturação de hemoglobina com oxigênio sejam semelhantes (CAROMANO et al, 2003). 6.3 Regulação da temperatura A regulação da temperatura corporal durante o exercício na água é diferente a do ar, porque a evaporação de suor, o principal meio de dissipação de calor durante o exercício no ar, não ocorre na água, e a perda ou ganho de calor por convecção e condução é muito maior na água. Durante exercício no ar, a temperatura central do corpo aumenta na proporção direia da intensidade do exercício (porcentagem da captação de oxigénio), mas é dependente da temperatura ambiente entre aproximadamente 5°C e 30"C a 35°C. Durante exercícios na água, o efeito da intensidade do exercício sobre a temperatura central é o mesmo. Mas há uma faixa maior de temperatura ambiente, para as quais a temperatura central não é afetada. Dependendo da temperatura da água, a temperatura central do corpo pode alterar-se. Durante o exercício, a temperatura da água necessária para evitar uma elevação na temperatura central durante atividades prolongadas varia de 17°C a 34°C, dependendo da quantidade de exercício e da composição corporal da pessoa, principalmente da porcentagem de gordura corporal (CAROMANO et al, 2003). 37 Imersão no nível do Tórax ou mais alto Pressão hidrostática Compressão Compressão linfática Aumento do volume sangüíneo Aumenta a pressão Aumenta o arterial volume cardíaco Aumenta a pressão pulmonar arterial Aumenta o volume sistólico Aumenta o débito cardíaco Figura 30: Esquema das alterações cardiovasculares após a imersão Fonte: Bruce & Andrew et al, 2000. 38 7. MATERIAIS E MÉTODOS Para a realização desta pesquisa, dentro dos aspectos éticos que trata a resolução 196/96, II. 4 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), envolvendo seres humanos, foram elaborados e posteriormente assinados os seguintes Termos de Aceites e Aprovações, de acordo com as normas exigidas pela Res. CNS 196/96, VI.2 e VI.3 para elaboração de TCC : 1. Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (Anexo 1) 2. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) dos idosos participantes da pesquisa (Res. CNS 196/96-VI 3.e) (Apêndice 1) 3. Ficha de avaliação da pesquisa (Apêndice 2) 7.1 Tipos de estudo: Pesquisa de Campo ou exploratória. 7.2 Fontes: A pesquisa foi realiza durante o período de setembro a outubro do ano de 2007, de terça a sexta-feira, no horário de 07hs30min até as 10hs. A amostra da pesquisa será composta por 22 idosos com idades entre 60 (sessenta) e 75 (setenta e cinco) anos, do projeto vida ativa na 3ª Idade do Clube Tuna Luso Brasileira, localizado na Avenida Almirante Barroso nº 4110, bairro do Souza. Como critérios de exclusão, os idosos que apresentaram algum tipo de doença ortopédica, mental ou cardiovascular não controlada e todas as contra-indicações das atividades aquáticas que influencie na atividade, não foram utilizados na pesquisa. 39 7.3 Campo de pesquisa: O estudo foi desenvolvido na Clínica de Fisioterapia da Universidade da Amazônia FISIOCLÍNICA, localizada na Avenida Alcindo Cacela nº 359, bairro do Umarizal em Belém-PA, durante o período de setembro a outubro de 2007, cujos espaços utilizados foram um consultório da Fisioclínica e, para a verificação após atividade física, o Laboratório de Hidroterapia da referida clínica após a assinatura do TCLE. 7.4 Técnicas para coleta e análise dos dados: Após conversa informal com o grupo de idosos do projeto vida ativa na 3ª Idade do Clube Tuna Luso Brasileira e a Educadora Física responsável, foi perguntado aos mesmos a respeito do interesse em participar espontaneamente desta pesquisa. Desta forma, foi feito um registro dos idosos interessados e, imediatamente, foram informados sobre o local, dia e hora de seu comparecimento para a avaliação da PA e FC em repouso e após atividade física. Os idosos passaram por entrevista prévia, onde foi realizada uma anamnese acerca dos dados pessoais do paciente e investigada a presença de uma possível doença ortopédica, neurológica ou cardiovascular e, se há um controle dessas patologias e todas as contraindicações para as atividades aquáticas que influencie na atividade. Para isso, foi elaborada pelos próprios acadêmicos, uma ficha de avaliação específica para exercícios no solo e na água, onde foram explicados os detalhes da pesquisa e efetuada a leitura do TCLE. Foram selecionados, aleatoriamente 22 (vinte e dois) idosos, divididos em dois grupos, onde foi realizada a verificação da PA e FC de cada um deles em repouso, em um consultório 40 da Fisioclínica. Logo após, realizaram individualmente, 10 minutos de exercício aeróbico em bicicleta ergométrica livre de carga, sendo um grupo no solo dentro do consultório e outro na água no Laboratório de Hidroterapia. No solo, o grupo utilizou a bicicleta ergométrica da marca Moviment, modelo Biocycle 2600 Eletromagnetic, enquanto que o grupo que realizou a atividade na água com temperatura de 30.5ºC fez uso da bicicleta mecânica para água da marca Hidrobike, Série 50.1498. Figura 31: Exercício aeróbico no solo Fonte: Dados do autor Figura 32: Exercício aeróbico na água Fonte: Dados do autor 41 O Protocolo realizado nas bicicletas ergométrica e mecânica teve por objetivo avaliar a PA e FC antes e depois do exercício, com o tempo de 10 minutos. Os bancos das bicicletas devem estar a uma altura regulada de forma que o membro inferior, que está apoiado no degrau em posição mais baixa, apresente 5 a 10 graus de flexão do joelho. A velocidade média aceita para a execução do teste é de 50 rotações por minuto (RPM). Durante todo o teste a potência é fixada em 0 (zero). O surgimento de leve dispnéia (até nível 12 na escala de Borg), não é um fator que prejudique sua execução e respectiva validade. A medida de 50 RPM equivale a 25 km/h em bicicleta livre de carga, tanto na ergométrica quanto na mecânica. Na bicicleta mecânica, primeiramente foi realizado um treinamento com o idoso antes do teste, para verificar se o mesmo conseguiria manter o ritmo de 50 RPM, no primeiro minuto e, dependendo do seu comportamento no teste inicial, o avaliador informaria para aumentar ou diminuir o ritmo, já que esta bicicleta não possui medidor de rotações por minuto como a bicicleta ergométrica. Durante o teste, foi determinada a percepção da intensidade do esforço pelo avaliador, a partir da escala de Borg, a cada dois minuto. A tabela abaixo (escala de Borg) facilita a compreensão da alteração da FC através de nossa própria percepção corporal, durante a prática das atividades físicas. Ela pode ser utilizada para qualquer atividade aeróbica, sendo recomendada como uma opção prática na observação da intensidade de esforço. Os números de 6-20 são baseados na Freqüência Cardíaca de 60-200 bpms por minuto. Sendo que o número 12 corresponde aproximadamente 55% e o número 16 a 85% da FC Máxima. Se o teste for muito extenuante para o idoso, o teste será interrompido. 42 6 7 8 9 10 11 12 Muito fácil Fácil Relativamente fácil Ligeiramente 13 cansativo 14 15 Cansativo 16 17 Muito cansativo 18 19 Exaustivo 20 Quadro 4: Escala de borg Fonte: www.efdeportes.com Após a atividade, os dois grupos foram submetidos à avaliação da PA e FC. Para a mensuração desses valores, foram utilizados um esfigmomanômetro da marca Missouri, um estetoscópio da marca Benson e Dickson, um freqüencímetro da marca Rebook. Figura 33: Esfigmomanômetro marca missouri Fonte: www.google.com.br 43 Figura 34: Estetoscópio marca Benson e dickson Fonte: www.google.com.br Figura 35: Freqüêncímetro marca reebok Fonte: www.google.com.br Depois de concluída a coleta, os dados registrados foram submetidos à análise estatística através do pacote MINITAB 14. As variáveis em estudo foram classificadas em dif_PS1, dif_PD2, dif_FC3 e local. Considerando que a amostra foi relacionada com valores obtidos antes a após o exercício físico, o ANOVA foi o método estatístico adequado para avaliar respostas à 1 Diferença entre a pressão sistólica depois e pressão sistólica antes. Diferença entre a pressão diastólica depois e pressão diastólica antes. 3 Diferença entre a freqüência cardíaca depois e freqüência cardíaca antes. 2 44 avaliação, através da análise das variâncias. Sendo o nível de significância para rejeição da hipótese de nulidade prefixada em 0.05. 8. RESULTADOS 8.1 Variáveis em estudo: dif_PS: diferença entre a pressão sistólica depois e pressão sistólica antes; dif_PD: diferença entre a pressão diastólica depois e pressão diastólica antes; dif_FC: diferença entre a FC depois e FC antes; Local: fator em estudo com dois níveis (água, solo). 8.2 Análise descritiva: A Tabela 2 apresenta as estatísticas descritivas das variáveis: pressão sistólica, pressão diastólica e FC, antes e depois da prática de exercícios no solo e na água. No total foram 22 pessoas submetidas aos exercícios, sendo 11 no solo e 11 na água. A partir da Tabela 1 podese verificar que a pressão média sistólica antes do exercício na água é igual a 13, 455 e a pressão média diastólica depois do exercício na água é igual a 15, 636. A menor pressão sistólica observada antes do exercício na água é igual a 11 e a menor depois do exercício na água é igual a 12. A maior pressão diastólica observada antes do exercício na água é igual a 15 e a maior depois do exercício na água é igual a 20. Verifica-se, ainda, que 25% (1º quartil) das pressões sistólicas observadas antes do exercício na água estão abaixo de 12 e que 25% (3º quartil) das pressões diastólicas observadas antes do exercício na água estão acima de 15. Também, que 25% (1º quartil) das pressões sistólicas observadas depois do exercício na água estão abaixo de 14 e que 25% (3º quartil) das pressões diastólicas observadas depois do exercício na água estão acima de 17. 45 Variável Local Média Desvio Padrão Mínimo 1º. Quartil Mediana 3º. Quartil Máximo A Ps Antes água 13,455 1,44 11 12 13 15 15 14,182 1,25 12 13 14 15 16 15,636 2,157 12 14 15 17 20 15, 545 1, 572 13 14 15 17 18 8, 818 0, 874 8 8 9 10 10 8, 273 0, 786 7 8 8 9 10 9, 636 1, 433 8 8 10 10 12 8, 636 1, 433 7 8 8 9 12 77,18 10,89 60 66 81 87 90 66,55 4,08 60 64 67 69 73 96,45 14,3 73 88 98 103 128 84,82 5,12 74 82 86 88 92 2, 182 2,04 0 1 1 4 6 1, 364 1, 567 -1 0 1 2 5 0, 818 1,25 0 0 0 1 4 0, 364 1,12 -1 -1 0 1 2 19,27 10,68 1 13 17 31 38 18,27 8,08 5 13 18 26 32 S solo A Ps Depois água S solo A Pd Antes água S solo A Pd Depois água S solo A Fc Antes água S solo A Fc Depois água S solo A água dif_PS S solo A dif_PD água S solo A dif_FC água S solo Tabela 3: Estatísticas Descritivas das Variáveis: Pressão Sistólica, Pressão Diastólica e Freqüência Cardíaca, Antes e Depois da Prática de exercícios no Solo e na Água. 8.3 Análise de variância para testar duas médias: Antes de se aplicar o teste de Análise de Variâncias para médias é necessário que duas suposições de satisfeitas com relação às variáveis em estudo: (1) Os dados apresentem distribuição normal e (2) As variâncias sejam iguais. 46 8.3.1 Análise de variância para testar a diferença média da pressão sistólica antes e depois da prática de exercícios na água e no solo: a) dif_PS: diferença entre a pressão sistólica depois e pressão sistólica antes, isto é, dif_PS = PSdepois - PSantes; b) local: fator em estudo com dois níveis (água, solo). 8.3.1.1 Teste da Suposição de Normalidade para a Variável Dif_PS A Figura 10 apresenta o resultado gráfico do teste de Kolmogorov-Smirnov para testar a suposição de Normalidade para a variável Dif_PS. As hipóteses testadas são H0: os dados têm distribuição normal versus H1: os dados não têm distribuição normal. Como o valor do nível descritivo (p) é maior que = 0,05, ou seja p > 0,150, não há evidências para se rejeitar a hipótese de que variável Dif_PS segue uma distribuição normal. 47 99 Mean StDev N KS P-Value 95 90 1,773 1,824 22 0,132 > 0,150 Percent il 80 70 60 50 40 30 20 10 5 1 -3 -2 -1 0 1 2 dif_PS 3 4 5 6 Figura 36: Resultado Gráfico do Teste de Normalidade de Kolmogorov-Smirnov para a variável Dif_PS, Saída do Aplicativo MINITAB 14. 8.3.1.2 Teste da suposição de igualdade de variâncias para a variável Dif PS A Figura 11 apresenta o resultado gráfico do teste de Bonferroni para a igualdade de variâncias entre níveis (solo, água) do fator local. As hipóteses testadas são H0: variâncias dos níveis (solo, água) do fator local são iguais versus H1: as variâncias dos níveis do fator local não são iguais. Como o valor do nível descritivo (p) é maior que = 0,05, ou seja p = 0,418, não há evidências para se rejeitar a hipótese de que as variâncias dos níveis (solo, água) do fator local são iguais. Teste de Igualdade de Variâncias dos Níveis (solo, água) do Fator Local 95% Bonferroni confidence intervals for standard deviations local N Lower StDev Upper 48 agua 11 1,35858 2,04050 3,92171 solo 11 1,04312 1,56670 3,01109 F-Test (normal distribution) Test statistic = 1,70; p-value = 0,418 Figura 37: Resultado do Teste de Bonferroni para a Igualdade de Variâncias entre Níveis (solo, água) do Fator Local, Saída do Aplicativo MINITAB 14. 8.3.1.3 Análise de variância para testar a diferença média da pressão sistólica antes e depois da prática de exercícios na água e no solo A Figura 12 apresenta o resultado da Análise de Variâncias (ANOVA) para testar se existe diferença entre a média das diferenças de pressão sistólica do exercício praticado na água e a média da diferença de pressão sistólica do exercício praticado no solo. As hipóteses testadas são H0: média das diferenças (Depois menos Antes) de pressão sistólica do exercício praticado na água e a média da diferenças (Depois menos Antes) de pressão sistólica do exercício praticado no solo são iguais versus H1: média das diferenças (Depois menos Antes) de pressão sistólica do exercício praticado na água e a média da diferenças (Depois menos Antes) de pressão sistólica do exercício praticado no solo não são iguais. Como o valor do nível descritivo (p) é maior que = 0,05, ou seja p = 0,304, não há evidência significativa, com confiança de 95%, para rejeitar H0, ou seja, não existe diferença entre as diferenças médias para as variáveis em estudo. A realização do exercício em solo ou na água não altera significativamente a pressão sistólica, ou seja, tanto faz fazer o exercício no solo ou na água que os resultados são iguais para o aumento de a pressão sistólica. ANOVA para um Fator: dif_PS versus local Fator gl SQ QM F P local 1 3,68 3,68 1,11 0,304 49 Error 20 66,18 Total 21 69,86 S = 1,819 3,31 R-Sq = 5,27% R-Sq(adj) = 0,53% Figura 38: Resultado da Análise de Variâncias (ANOVA) para a Diferença entre a Média das Diferenças de Pressão Sistólica do Exercício Praticado na Água e a Média da Diferença de Pressão Sistólica do Exercício Praticado no Solo, Saída do Aplicativo MINITAB 14. A Figura 13 apresenta os intervalos de confiança (cor azul) das diferenças de pressão sistólica do exercício praticado na água e das diferenças de pressão sistólica do exercício praticado no solo. Como existe interseção (linhas vermelhas) entre os intervalos confirma-se que, de fato, não existe diferença entre as diferenças médias para as variáveis em estudo, ou seja, tanto faz fazer o exercício no solo ou na água que os resultados são iguais para o aumento de a pressão sistólica. 4 dif_PS 3 2 1 0 agua solo local Figura 39: Intervalos de Confiança para as Diferenças de Pressão Sistólica do Exercício Praticado na Água e das Diferenças de Pressão Sistólica do Exercício Praticado no Solo, Saída do Aplicativo MINITAB 14. 50 8.3.1.4 Análises de resíduos para validação da análise de variância para testar a diferença média da pressão sistólica antes e depois da prática de exercícios na água e no solo O diagnóstico dos resíduos é realizado a fim de verificar sua consistência dos resultados da Análise de Variâncias. A primeira suposição a ser comprovada é de que os resíduos devem apresentar distribuição normal. Para tanto, a Figura 14 apresenta o resultado gráfico do teste de Kolmogorov-Smirnov para testar a normalidade dos resíduos obtidos a partir da Análise de Variâncias. As hipóteses testadas são H0: os resíduos têm distribuição normal versus H1: os resíduos não têm distribuição normal. Como o valor do nível descritivo (p) é maior que = 0,05, ou seja, p > 0,150, não há evidências para se rejeitar a hipótese de que os resíduos seguem uma distribuição normal. 99 Mean StDev N KS P-Value 95 90 1,614870E-16 1,775 22 0,141 >0,150 Percent il 80 70 60 50 40 30 20 10 5 1 -4 -3 -2 -1 0 1 Resíduos 2 3 4 5 Figura 40: Resultado Gráfico do Teste de Normalidade de Kolmogorov-Smirnov para os Resíduos da Análise de Variância para Testar a Diferença Média da Pressão Sistólica Antes e Depois da Prática de Exercícios na Água e no Solo, Saída do Aplicativo MINITAB 14. 51 A segunda suposição a ser comprovada é quando se “plotar” os resíduos padronizados versus valores ajustados estes devem apresentar aleatoriedade, ou seja, as variâncias devem ser homogêneas. Para tanto, a Figura 15 apresenta o resultado gráfico que relaciona os valores dos resíduos padronizados com os valores ajustados, nela observa-se que os resultados apresentam uma tendência de aleatoriedade o que indica homogeneidade de variâncias. Isto é, comprovando a boa qualidade do teste de Análise de Variância para testar a diferença média da pressão sistólica antes e depois da prática de exercícios na água e no solo. 4 Resíduos Padronizados 3 2 1 0 -1 -2 -3 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9 Valores Ajust ados 2,0 2,1 2,2 Figura 41: Resíduos Padronizados versus Valores Ajustados da Análise de Variância para Testar a Diferença Média da Pressão Sistólica Antes e Depois da Prática de Exercícios na Água e no Solo. A terceira e última suposição a ser comprovada é quando se “plotar” os resíduos padronizados versus ordem das observações os pontos devem apresentar aleatoriedade, ou seja, os resíduos devem ser independentes. Para tanto, a Figura 16 apresenta o resultado gráfico que relaciona os valores dos resíduos padronizados com a ordem das observações, nela observa-se os resíduos aparentam independência pela distribuição aleatória destes em 52 torno do zero do eixo da ordenada. Verifica-se também que não há outliers entre os resíduos, pois todos se apresentam dentro da região assimétrica de (-4; 4). 4 Resíduos Padronizados 3 2 1 0 -1 -2 -3 -4 2 4 6 8 10 12 14 Ordem das Observações 16 18 20 22 Figura 42: Resíduos Padronizados versus Ordem das Observações da Análise de Variância para Testar a Diferença Média da Pressão Sistólica Antes e Depois da Prática de Exercícios na Água e no Solo, Saída do Aplicativo MINITAB 14. Sendo assim, constata-se, por meio da análise de resíduos que o teste de Análise de Variâncias é adequado para testar a diferença média da pressão Sistólica antes e depois da prática de exercícios na água e no solo. 8.3.2 Análise de variância para testar a diferença média da pressão diastólica antes e depois da prática de exercícios na água e no solo a) dif_PD: diferença entre a pressão diastólica depois e pressão diastólica antes, isto é, dif_PD = PDdepois - PDantes; b) local: fator em estudo com dois níveis (água, solo). 8.3.2.1 Teste da suposição de normalidade para a variável dif_pd 53 A Figura 17 apresenta o resultado gráfico do teste de Kolmogorov-Smirnov para testar a suposição de Normalidade para a variável Dif_PD. As hipóteses testadas são H0: os dados têm distribuição normal versus H1: os dados não têm distribuição normal. Como o valor do nível descritivo (p) é maior que = 0,05, ou seja, p > 0,150, não há evidências para se rejeitar a hipótese de que variável Dif_PD segue uma distribuição normal. 99 Mean StDev N KS P-Value 95 90 0,5909 1,182 22 0,069 > 0,150 Percent il 80 70 60 50 40 30 20 10 5 1 -3 -2 -1 0 1 dif_PD 2 3 4 Figura 43: Resultado Gráfico do Teste de Normalidade de Kolmogorov-Smirnov para a variável Dif_PD, Saída do Aplicativo MINITAB 14. 8.3.2.2 Teste da suposição de igual de variâncias para a variável Dif PD A Figura 18 apresenta o resultado gráfico do teste de Bonferroni para a igualdade de variâncias entre níveis (solo, água) do fator local. As hipóteses testadas são H0: variâncias dos níveis (solo, água) do fator local são iguais versus H1: as variâncias dos níveis do fator local não são iguais. Como o valor do nível descritivo (p) é maior que = 0,05, ou seja p = 0,734, não há evidências para se rejeitar a hipótese de que as variâncias dos níveis (solo, água) do fator local são iguais. Teste de Igualdade de Variâncias dos Níveis (solo, água) do Fator Local 54 95% Bonferroni confidence intervals for standard deviations local N Lower StDev Upper agua 11 0,832559 1,25045 2,40329 solo 11 0,745745 1,12006 2,15269 F-Test (normal distribution) Test statistic = 1,25; p-value = 0,734 Figura 44: Resultado do Teste de Bonferroni para a Igualdade de Variâncias entre Níveis (solo, água) do Fator Local, Saída do Aplicativo MINITAB 14. 8.3.2.3 Análises de variância para testar a diferença média da pressão diastólica antes e depois da prática de exercícios na água e no solo A Figura 19 apresenta o resultado da Análise de Variâncias (ANOVA) para testar se existe diferença entre a média das diferenças de pressão diastólica do exercício praticado na água e a média da diferença de pressão diastólica do exercício praticado no solo. As hipóteses testadas são H0: média das diferenças (Depois menos Antes) de pressão diastólica do exercício praticado na água e a média da diferenças (Depois menos Antes) de pressão sistólica do exercício praticado no solo são iguais versus H1: média das diferenças (Depois menos Antes) de pressão sistólica do exercício praticado na água e a média da diferenças (Depois menos Antes) de pressão diastólica do exercício praticado no solo não são iguais. Como o valor do nível descritivo (p) é maior que = 0,05, ou seja p = 0,380, não há evidência significativa, com confiança de 95%, para rejeitar H0, ou seja, não existe diferença entre as diferenças médias para as variáveis em estudo. A realização do exercício em solo ou na água não altera significativamente a pressão diastólica, ou seja, tanto faz fazer o exercício no solo ou na água que os resultados são iguais para o aumento de a pressão diastólica. ANOVA para um Fator: dif_PD versus local 55 Fator gl SQ QM F P local 1 1,14 1,14 0,81 0,380 Erro 20 28,18 1,41 Total 21 29,32 S = 1,187 R-Sq = 3,88% R-Sq(adj) = 0,00% Figura 45: Resultado da Análise de Variâncias (ANOVA) para a Diferença entre a Média das Diferenças de Pressão Diastólica do Exercício Praticado na Água e a Média da Diferença de Pressão Diastólica do Exercício Praticado no Solo, Saída do Aplicativo MINITAB 14. A Figura 20 apresenta os intervalos de confiança (cor azul) das diferenças de pressão diastólica do exercício praticado na água e das diferenças de pressão diastólica do exercício praticado no solo. Como existe interseção (linhas vermelhas) entre os intervalos confirma-se que, de fato, não existe diferença entre as diferenças médias para as variáveis em estudo, ou seja, tanto faz fazer o exercício no solo ou na água que os resultados são iguais para o aumento de a pressão diastólica. 1,5 dif_PD 1,0 0,5 0,0 -0,5 agua solo local Figura 46: Intervalos de Confiança para as Diferenças de Pressão Diastólica do Exercício Praticado na Água e das Diferenças de Pressão Diastólica do Exercício Praticado no Solo, Saída do Aplicativo MINITAB 14. 56 8.3.2.4 Análises de resíduos para validação da análise de variância para testar a diferença média da pressão diastólica antes e depois da prática de exercícios na água e no solo O diagnóstico dos resíduos é realizado a fim de verificar sua consistência dos resultados da Análise de Variâncias. A primeira suposição a ser comprovada é de que os resíduos devem apresentar distribuição normal. Para tanto, a Figura 21 apresenta o resultado gráfico do teste de Kolmogorov-Smirnov para testar a normalidade dos resíduos obtidos a partir da Análise de Variâncias. As hipóteses testadas são H0: os resíduos têm distribuição normal versus H1: os resíduos não têm distribuição normal. Como o valor do nível descritivo (p) é maior que = 0,05, ou seja p > 0,150, não há evidências para se rejeitar a hipótese de que os resíduos seguem uma distribuição normal. 99 Mean StDev N KS P-Value 95 90 -4,03717E-17 1,158 22 0,123 > 0,150 Percent il 80 70 60 50 40 30 20 10 5 1 -3 -2 -1 0 1 Resíduos 2 3 4 Figura 47: Resultado Gráfico do Teste de Normalidade de Kolmogorov-Smirnov para os Resíduos da Análise de Variância para Testar a Diferença Média da Pressão Diastólica Antes e Depois da Prática de Exercícios na Água e no Solo, Saída do Aplicativo MINITAB 14. 57 A segunda suposição a ser comprovada é quando se “plotar” os resíduos padronizados versus valores ajustados estes devem apresentar aleatoriedade, ou seja, as variâncias devem ser homogêneas. Para tanto, a Figura 22 apresenta o resultado gráfico que relaciona os valores dos resíduos padronizados com os valores ajustados, nela observa-se que os resultados apresentam uma tendência de aleatoriedade o que indica homogeneidade de variâncias. Isto é, comprovando a boa qualidade do teste de Análise de Variância para testar a diferença média da pressão diastólica antes e depois da prática de exercícios na água e no solo. 4 Resíduos Padronizados 3 2 1 0 -1 -2 -3 -4 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9 Valores Ajust ados 2,0 2,1 2,2 Figura 48: Resíduos Padronizados versus Valores Ajustados da Análise de Variância para Testar a Diferença Média da Pressão Diastólica Antes e Depois da Prática de Exercícios na Água e no Solo. A terceira e última suposição a ser comprovada é quando se “plotar” os resíduos padronizados versus ordem das observações os pontos devem apresentar aleatoriedade, ou seja, os resíduos devem ser independentes. Para tanto, a Figura 18 apresenta o resultado gráfico que relaciona os valores dos resíduos padronizados com a ordem das observações, nela observa-se os resíduos aparentam independência pela distribuição aleatória destes em torno do zero do eixo da ordenada.Verifica-se também que não há outliers entre os resíduos pois todos apresentam-se dentro da região assimétrica de (-4; 4). 58 4 Resíduos Padronizados 3 2 1 0 -1 -2 -3 -4 2 4 6 8 10 12 14 Ordem das Observações 16 18 20 22 Figura 49: Resíduos Padronizados versus Ordem das Observações da Análise de Variância para Testar a Diferença Média da Pressão Diastólica Antes e Depois da Prática de Exercícios na Água e no Solo, Saída do Aplicativo MINITAB 14. Sendo assim, constata-se, por meio da análise de resíduos que o teste de Análise de Variâncias é adequado para testar a diferença média da pressão Diastólica antes e depois da prática de exercícios na água e no solo. 8.3.3 Análise de Variância para Testar a Diferença Média da Freqüência Cardíaca Antes e Depois da Prática de Exercícios na Água e no Solo a) dif_FC: diferença entre a freqüência cardíaca depois e freqüência cardíaca antes, isto é, dif_FC = PCdepois - PCantes; b) local: fator em estudo com dois níveis (água, solo). 8.3.3.1 Teste da suposição de normalidade para a variável Dif_FC 59 A Figura 24 apresenta o resultado gráfico do teste de Kolmogorov-Smirnov para testar a suposição de Normalidade para a variável Dif_FC. As hipóteses testadas são H0: os dados têm distribuição normal versus H1: os dados não têm distribuição normal. Como o valor do nível descritivo (p) é maior que = 0,05, ou seja p > 0,150, não há evidências para se rejeitar a hipótese de que variável Dif_PD segue uma distribuição normal. 99 Mean StDev N 95 KS P-Value 90 18,77 9,253 22 0,127 > 0,150 Percent il 80 70 60 50 40 30 20 10 5 1 0 10 20 dif_FC 30 40 Figura 50: Resultado Gráfico do Teste de Normalidade de Kolmogorov-Smirnov para a variável Dif_FC, Saída do Aplicativo MINITAB 14. 8.3.3.2 Teste da suposição de igual de variâncias para a variável Dif_FC A Figura 25 apresenta o resultado gráfico do teste de Bonferroni para a igualdade de variâncias entre níveis (solo, água) do fator local. As hipóteses testadas são H0: variâncias dos níveis (solo, água) do fator local são iguais versus H1: as variâncias dos níveis do fator local não são iguais. Como o valor do nível descritivo (p) é maior que = 0,05, ou seja p = 0,392, não há evidências para se rejeitar a hipótese de que as variâncias dos níveis (solo, água) do fator local são iguais. 60 Teste de Igualdade de Variâncias dos Níveis (solo, água) do Fator Local 95% Bonferroni confidence intervals for standard deviations local N Lower StDev Upper agua 11 7,10942 10,6779 20,5223 solo 11 5,37690 8,0758 15,5211 F-Test (normal distribution) Test statistic = 1,75; p-value = 0,392 Figura 51: Resultado do Teste de Bonferroni para a Igualdade de Variâncias entre Níveis (solo, água) do Fator Local, Saída do Aplicativo MINITAB 14. 8.3.3.3 Análises de variância para testar a diferença média da freqüência cardíaca antes e depois da prática de exercícios na água e no solo A Figura 26 apresenta o resultado da Análise de Variâncias (ANOVA) para testar se existe diferença entre a média das diferenças de FC do exercício praticado na água e a média da diferença de FC do exercício praticado no solo. As hipóteses testadas são H0: média das diferenças (Depois menos Antes) de FC do exercício praticado na água e a média da diferenças (Depois menos Antes) de FC do exercício praticado no solo são iguais versus H1: média das diferenças (Depois menos Antes) de FC do exercício praticado na água e a média da diferenças (Depois menos Antes) de FC do exercício praticado no solo não são iguais. Como o valor do nível descritivo (p) é maior que = 0,05, ou seja p = 0,807, não há evidência significativa, com confiança de 95%, para rejeitar H0, ou seja, não existe diferença entre as diferenças médias para as variáveis em estudo. A realização do exercício em solo ou na água não altera significativamente a FC, ou seja, tanto faz fazer o exercício no solo ou na água, os resultados são iguais para o aumento FC. ANOVA para um Fator: dif_FC versus local 61 Fator gl SQ QM local 1 5,5 5,5 Error 20 1792,4 89,6 Total 21 1797,9 S = 9,467 R-Sq = 0,31% F 0,06 P 0,807 R-Sq(adj) = 0,00% Figura 52: Resultado da Análise de Variâncias (ANOVA) para a Diferença entre a Média das Diferenças de Freqüência Cardíaca do Exercício Praticado na Água e a Média da Diferença de Freqüência Cardíaca do Exercício Praticado no Solo, Saída do Aplicativo MINITAB 14. A Figura 27 apresenta os intervalos de confiança (cor azul) das diferenças de FC do exercício praticado na água e das diferenças de FC do exercício praticado no solo. Como existe interseção (linhas vermelhas) entre os intervalos confirma-se que, de fato, não existe diferença entre as diferenças médias para as variáveis em estudo, ou seja, tanto faz fazer o exercício no solo ou na água que os resultados são iguais para o aumento de FC. 28 26 24 dif_FC 22 20 18 16 14 12 10 agua solo local Figura 53: Intervalos de Confiança para as Diferenças de Freqüência Cardíaca do Exercício Praticado na Água e das Diferenças de Freqüência Cardíaca do Exercício Praticado no Solo, Saída do Aplicativo MINITAB 14. 62 8.3.3.4 Análises de resíduos para validação da análise de variância para testar a diferença média da freqüência cardíaca antes e depois da prática de exercícios na água e no solo O diagnóstico dos resíduos é realizado a fim de verificar sua consistência dos resultados da Análise de Variâncias. A primeira suposição a ser comprovada é de que os resíduos devem apresentar distribuição normal. Para tanto, a Figura 28 apresenta o resultado gráfico do teste de Kolmogorov-Smirnov para testar a normalidade dos resíduos obtidos a partir da Análise de Variâncias. As hipóteses testadas são H0: os resíduos têm distribuição normal versus H1: os resíduos não têm distribuição normal. Como o valor do nível descritivo (p) é maior que = 0,05, ou seja p > 0,150, não há evidências para se rejeitar a hipótese de que os resíduos seguem uma distribuição normal. 99 Mean StDev N KS P-Value 95 90 9,689219E-16 9,239 22 0,143 > 0,150 Percent il 80 70 60 50 40 30 20 10 5 1 -20 -10 0 Resíduos 10 20 Figura 54: Resultado Gráfico do Teste de Normalidade de Kolmogorov-Smirnov para os Resíduos da Análise de Variância para Testar a Diferença Média da Freqüência Cardíaca Antes e Depois da Prática de Exercícios na Água e no Solo, Saída do Aplicativo MINITAB 14. 63 A segunda suposição a ser comprovada é quando se “plotar” os resíduos padronizados versus valores ajustados estes devem apresentar aleatoriedade, ou seja, as variâncias devem ser homogêneas. Para tanto, a Figura 29 apresenta o resultado gráfico que relaciona os valores dos resíduos padronizados com os valores ajustados, nela observa-se que os resultados apresentam uma tendência de aleatoriedade o que indica homogeneidade de variâncias. Isto é, comprovando a boa qualidade do teste de Análise de Variância para testar a diferença média da FC antes e depois da prática de exercícios na água e no solo. 4 Resíduos Padronizados 3 2 1 0 -1 -2 -3 -4 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9 Valores Ajust ados 2,0 2,1 2,2 Figura 55: Resíduos Padronizados versus Valores Ajustados da Análise de Variância para Testar a Diferença Média da Pressão Diastólica Antes e Depois da Prática de Exercícios na Água e no Solo. A terceira e última suposição a ser comprovada é quando se “plotar” os resíduos padronizados versus ordem das observações os pontos devem apresentar aleatoriedade, ou seja, os resíduos devem ser independentes. Para tanto, a Figura 30 apresenta o resultado gráfico que relaciona os valores dos resíduos padronizados com a ordem das observações, nela observa-se os resíduos aparentam independência pela distribuição aleatória destes em 64 torno do zero do eixo da ordenada. Verifica-se também que não há outliers entre os resíduos, pois todos se apresentam dentro da região assimétrica de (-4; 4). 4 Resíduos Padronizados 3 2 1 0 -1 -2 -3 -4 2 4 6 8 10 12 14 Ordem das Observações 16 18 20 22 Figura 56: Resíduos Padronizados versus Ordem das Observações da Análise de Variância para Testar a Diferença Média da Freqüência Cardíaca Antes e Depois da Prática de Exercícios na Água e no Solo, Saída do Aplicativo MINITAB 14. Sendo assim, constata-se, por meio da análise de resíduos que o teste de Análise de Variâncias é adequado para testar a diferença média da FC antes e depois da prática de exercícios na água e no solo. 8.3.4 Conclusão geral da estatística Após a realização da ANOVA não há evidência significativa, com confiança de 95%, para rejeitar hipótese de que não existe diferença entre as diferenças médias para as variáveis em estudo. Ou seja, a realização do exercício em solo ou na água não altera significativamente as variáveis em estudo (pressão sistólica, pressão diastólica e FC), ou seja, tanto faz fazer o exercício no solo ou na água que os resultados são iguais para as variáveis em estudo. 65 9. DISCUSSÃO Observamos em nosso estudo alterações nos valores fisiológicos da FC após atividade física, porem não a um nível satisfatório, pois o nível de significância foi maior que 0,05. De acordo com esses resultados, pode-se observar que tanto faz realizar o exercício no solo ou na água que os resultados são iguais para as variáveis em estudo. Porem segundo algumas literaturas consultadas é comum observar uma FC maior durante os exercícios na água, em comparação com seu similar no solo. (CONNELY; et al, 1990). Esta resposta é em parte dependente da temperatura da água. Durante o exercício de leve a moderada intensidade em imersão com a cabeça fora da água em temperatura termoneutra (31 a 33°C), a FC não é diferente daquela durante o mesmo exercício em solo (CAROMANO; et al, 2003). Um das prováveis razões seria que encontramos no nosso organismo imerso na água, uma intima ligação da FC, ou com a temperatura da água, onde no estudo foi de 310 C ou com a hipervolemia central. No estudo não foi levantada a questão da interferência da temperatura na alteração da FC, contudo estudos encontraram tanto alterações, que ocasionaram taquicardia, quanto nenhuma alteração na FC por conta da temperatura da água. (KENNY; et al, 1996). O que foi o caso do estudo, pois através do teste de análise de variância para verificar as suas diferenças médias (ANOVA), pode-se observar, que devido o nível descritivo (p) ser maior que ou seja p = 0,807, e pelos intervalos de confiança (representados pelas 66 diferenças entre freqüência cardíaca no solo e na água) na cor azul, estarem entre a interseção (linhas vermelhas) pré-estabelecidas, ficou constatado, que a prática de exercício físico tanto no solo quanto na água não iriam interferir, para o aumento da FC. (Figura 17) e (Figura 18). Porem pelos simples fato de um indivíduo estar preste a realizar um exercício, aquela expectativa criada gera um aumento na FC, pois essa ansiedade acaba por inibir a ação dos nervos vagos cardíacos. (FOSS e KETEYIAN, 2000). Pois o exercício físico de um modo geral tem como conseqüência promover a nível fisiológico, uma elevação da temperatura tanto a nível corporal, quanto muscular, por conta de uma elevação no fluxo sanguíneo, gerado pela atividade física, além da disponibilidade de oxigênio, que se encontra elevada devido o aumento da atividade enzimática e das reações metabólicas associadas a nível energético. (FOSS e KETEYIAN, 2000). Da mesma forma pode-se verificar que também durante a atividade física ocorre uma alteração a nível fisiológico da PA, porem não de uma forma satisfatória, pois o nível descritivo encontrado também foi maior que 0,05. Confirmando que as duas variáveis estudadas não apresentaram uma significância estatística. Durante o esforço, a pressão arterial sistólica aumenta em proporção direta ao aumento da intensidade dos exercícios impostos. Onde estudos relataram que a pressão arterial sistólica inicia o treinamento a 120 mmHg em repouso, ultrapassando níveis de 200mmHg durante as respostas agudas, ou seja, aquelas que acontecem em associação direta com a sessão dos exercícios. (CONS. NAC. REABIL. CARDIOV, 1997; COSTILL et al, 1994) 67 Observou-se também que o treinamento aeróbio não promove reduções e alterações significativas dos níveis pressóricos durante a monitoração. (CONONIE et.al, 1991). O que ficou constatado também na pesquisa, através do teste de análise de variância para verificar suas diferenças médias para a pressão arterial sistólica (ANOVA). Pois pôde ser observado, que devido o nível descritivo (p) ser maior que ou seja p = 0,304, e pelos intervalos de confiança (representados pelas diferenças entre a pressão sistólica no solo e na água) na cor azul, estarem entre a interseção (linhas vermelhas) pré-estabelecidas, ficou constatado, que a prática de exercício físico tanto no solo quanto na água não iriam interferir, para o aumento da pressão sistólica. (Figura 12) e (Figura 13). E que para a prática de exercício físico também tanto no solo quanto na água, a pressão diastólica, não teria uma alteração significativa, pois o nível descritivo (p) também foi maior que ou seja p = 0,380, com confiança de 95%, após resultado para análise de variância (ANOVA), e através dos intervalos de confiança, onde tanto para o exercício na água, quanto para o mesmo no solo, foi observado interseção (linhas vermelhas). (Figura 10) (Figura 11). Quando uma atividade física é iniciada automaticamente ocorre uma elevação na FC e por conta desse aumento ocorre também uma alteração na PA (o que é normal durante o exercício). Essa resposta ao exercício ocorre devido à quantidade de esforço que a ele está sendo estabelecida. Pois dependendo dessa intensidade ao exercício, a elevação no fluxo sanguíneo poderá obter valores elevados ou não. Por o estudo se tratar de exercícios realizados dentro e fora da água, o que irá variar será, que no solo a quantidade de carga estabelecida e a força da gravidade estarão modificando os valores da FC e por conseqüência 68 a PA. E já para os exercícios na água, o que estará sendo variado, será a velocidade com que os movimentos estão sendo praticados, e a que profundidade está sendo estabelecida para atividade. (FOSS e KETEYIAN, 2000). 10. CONCLUSÃO Sabe-se, que o processo de envelhecimento se dá de uma forma acelerada e inexorável, onde os países em desenvolvimento abrigarão a maior parte dessa população idosa, sendo que no Brasil em 2020, esta população aumentara para 32 milhões de brasileiros, ou seja, 13% da população. A atividade física é um fator muito importante na busca de uma longevidade associada à qualidade de vida aos idosos, devendo ser hoje em dia, fato preponderante no dia-a-dia, uma vez que os seus benefícios mostrados ao longo do trabalho são inúmeros. Com a atividade física, o idoso obtém alterações fisiológicas necessárias para a manutenção de uma vida saudável. Onde o mais importante é maximizar as funções fisiológicas do organismo que ainda estão conservadas e amenizar o processo de deterioração dos sistemas causado pelo envelhecimento. Tanto na água quanto no solo, o exercício aeróbico deve ser estimulado, uma vez que não foram comprovadas diferenças na FC e PA entre essas duas modalidades de exercícios físicos, com confiança de 95%. Dessa forma, tanto faz o exercício aeróbico ser realizado na água ou no solo que os benefícios para essas modalidades serão os mesmos, devendo-se levar em conta somente o 69 quadro clínico e as contra-indicações para cada modalidade respeitando assim a individualidade de cada idoso. 70 11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, R. V.; MOTA, J.; et al. Aptidão física relacionada à saúde de idosos: influência da hidroginástica. Revista Brasileira Medicina Esporte. v11. 10, n.1 – Jan/Fev, 2004 AMERICAN COLLEGE OF SPORT MEDICINE. A fisiologia do envelhecimento – current comment february – 2001. AVELLINNI, B. A.; SHAPIRO, Y.; et al. Cardiorespiratory physical training in water and on land. Eur J Appl Physiol, 1983. BAUM, G. Aquaeróbica: Manual de Treinamento. Ed. 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Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você. Eu, (inserir o nome, profissão, residente e domiciliado na). ___________________________________________________________________________ __, portador da Cédula de identidade, RG _______________ , e inscrito no CPF/MF ______________ nascido (a) em _____ / _____ /______ , abaixo assinado (a), concordo de livre e espontânea vontade em participar como voluntário (a) do estudo. Estudo comparativo da freqüência cardíaca e da pressão arterial antes e após exercício aeróbico no solo e na água em idosos do “projeto vida ativa na terceira idade” Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas. I) II) III) IV) V) VI) Estou ciente que: O estudo se faz necessário para que se possa descobrir qual a melhor modalidade de exercício aeróbico, para se trabalhar com o idoso. A participação neste projeto não tem objetivo de me submeter a um tratamento, bem como não me acarretará qualquer ônus pecuniário com relação aos procedimentos médico-clínicoterapêuticos efetuados com o estudo; Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação; A desistência não causará nenhum prejuízo à minha saúde ou bem estar físico. Não virá interferir no tratamento fisioterápico; Os resultados obtidos durante este ensaio serão mantidos em sigilo, mas concordo que sejam divulgados em publicações científicas, desde que meus dados pessoais não sejam mencionados; Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados, ao final desta pesquisa. ( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa. ( ) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa. 75 Belém, ( ) Paciente / ( de de 2007. ) Responsável ________________________ Testemunha 1 : ____________________________________________________ Nome / RG / Telefone Testemunha 2 : ___________________________________________________ Nome / RG / Telefone Responsáveis pelo Projeto: ______________________________________ EDILÉA MONTEIRO OLIVEIRA Telefone para contato: 81165928 _________________________________ JOÃO ANTÔNIO GOMES DE PINHO JÚNIOR ____________________________ JOÃO PAULO SOUSA LIMA Telefone para contato: 81444741 Telefone para contato: 88181494 ________________________________ MARCELO MORAES DE OLIVEIRA Telefone para contato: 88713261 76 APÊNDICE 2 FICHA DE AVALIAÇÃO DE EXERCÍCIO 1- Identificação Nome: Endereço: Idade: Altura: Peso: Sexo: Estado civil: Data de nascimento: Profissão: Escolaridade: Naturalidade: Cidade: Estado: Telefone: Religião: 2- Sinais Vitais 2.1- Em Repouso FC: PA: 2.2- Após Exercício FC: PA: 2.3- Possui algum tipo de distúrbio cardiovascular, ortopédico ou neurológico? 2.4- Se a resposta for sim, esse distúrbio é controlado? 77 ANEXOS 78 This document was created with Win2PDF available at http://www.win2pdf.com. 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