MARÇO/ABRIL 2012
CONCEITUAL
#01
O sentido de transformar
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Uma vida mais bonita
começa com você. Você
pode mudar tudo com
pequenos gestos.
Do mesmo jeito que uma
nova sala transforma
a casa, um sorriso
transforma o dia, um novo
espelho muda o olhar e
uma flor transforma os
sentimentos. Decoração
faz a vida mais bonita,
porque de um jeito ou de
outro, tudo é decoração.
ABERTO DE SEGUNDA A SEXTA DAS 10H ÀS 22H, SÁBADOS DAS 10H ÀS 20H E DOMINGOS DAS 14H ÀS 19H | PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO, AOS DOMINGOS DAS 12H ÀS 19H
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CONCEITUAL
#01
MARÇO/ABRIL 2012
Publishers André Poli e Roberta Queiroz
Consultoria Editorial Eduardo Logullo | Marcos Guinoza
Conselho editorial Carolina Szabó, Renata Amaral, Jéthero Cardoso
e Maria Cecília Giacaglia
CONCEITUAL
*
Colaboradores João Antonio Lourenço, Gilberto Elkis, Jéthero Cardoso,
Lívia Maturana, Marcella Áquila, Marcelo Pinheiro, Roberto Negrete,
Mariângela Corsini, Daniela Poli, Renato Elkis, Daiane Domingues,
Fernando Figueiredo
#01
Projeto Gráfico Cinthia Berh
Arte Roberto Andrade Pereira
Jornalista Responsável Marcos Guinoza MTB 31683
Revisão Ana Cecilia Chiesi
O sentido de transformar
CAPA A revista ABD Conceitual
terá seis edições em 2012. A cada
número, a publicação vai abordar
uma cor e as incontáveis possibilidades que ela oferece. Na
edição 01, o tema é o branco.
Pesquisa de Imagens Charly Ho
Analista de Conteúdo Lívia Maturana
Agradecimentos Tuca Reinés, Fábio Cimino, Zipper Galeria
FirmaCasa, FirmaCasa Conceito, Pedras Mármores e Granitos,
Scandinavia Designs
Publicidade
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ABD Associação Brasileira dos Designers de Interiores
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TUDO em branco
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Amigos, parceiros e colaboradores:
Surge uma plataforma desafiadora e que nos confirma um
fato: a ABD se renova. Quase trinta e dois anos depois de
sua fundação (outubro de 1980), a primeira associação de
profissionais do design de interiores propõe metas que se
articulam com as mudanças da era digital e com a necessidade crescente da troca de informações.
Assim, dentro de nossas estratégias de gestão, desponta a
primeira edição da ABD Conceitual, revista bimestral que,
além de discutir o exercício profissional de uma categoria
cada vez mais relevante, avançará por temas, pautas e ideias
transformadoras. E mais: além do objetivo de alterar e mudar,
vamos valorizar projetos, resgates culturais e estilos autorais.
Como aprovamos em reuniões preliminares, a ABD
Conceitual será mais um recurso para estabelecer processos
de relacionamento entre profissionais, empresas e serviços
que compõem o design de interiores. Um esforço coletivo
para formar uma estrutura mais atuante sobre competências
artísticas e técnicas.
Sabemos que hoje compomos um importante segmento
profissional, em atividades que envolvem somas consideráveis, especialização de serviços, geração de empregos e
variedade de conhecimentos. Nosso trabalho se volta à escala
humana. Este é um detalhe muito importante.
Para celebrar tantas constatações, a nossa publicação trará
editoriais temáticos a cada número. Em 2012, cada edição
abordará uma cor e as incontáveis possibilidades que os
cromatismos oferecem. Por vivermos cercados de referências
cromáticas, queremos discutir e enaltecer tons, matizes, nuances, intensidades e escolhas. Voltamos assim àquela antiga
questão: o que seria do azul se todos gostassem do verde?
O número 1 de ABD Conceitual é voltado ao princípio da
cor: o branco. Sobretudo pelos aspectos e desdobramentos
que se inserem na ideia do “branco” como base de criação,
linguagem e experimentação. O branco é a cor da luminosidade, do clarão, da calma, do tracejado dos projetos, das
ficções, dos sonhos.
Entre agora em nossa plataforma do design de interiores. Estamos apenas decolando. A meta, daqui em diante,
será diversificar a produção e a abordagem conceitual do
nosso trabalho, apresentando infinitas possibilidades, altas
performances, ações de conforto,
acessibilidade, saúde, preservação
ambiental e sustentabilidade do
planeta. Está tudo em branco,
como convém aos augúrios de boa
sorte. Bem-vindos!
Carolina Szabó
22
18
42
09 O SENTIDO
DE TRANSFORMAR
Uma visão poética-metafísica sobre o
design de interiores, o espaço vazio, a
importância de mudar, o branco
018 TONS DO TOM
Studio Rock, Love & Peace: o ambiente branco do designer de interiores
Roberto Migotto
022 BRANCOS SÓLIDOS
O branco em estado bruto: papel de arroz,
mármore, linho, porcelana e cal
026 UM PASSADO BRANCO
Roberto Negrette redescobre Syrie Maugham, a designer de interiores inglesa que
criou o “The first all-white room”
028 LUZ X EQUILÍBRIO
Segundo o fotógrafo Tuca Reinés, “o branco é um grande cenário para a decoração”
030 PILKE HOUSE
A inteligência sustentável de uma instituição que reverteu o processo de devastação das florestas da Finlândia
032 “O BRANCO
NUNCA É VAZIO”
038 O PODER DA
TRANSFORMAÇÃO
Designer e poeta, Mana Bernardes atua
em diferentes projetos sociais com um
único objetivo: mudar o mundo
042 LEVEZA SUSTENTÁVEL
O drywall surgiu da combinação do gesso
com papel e revolucionou a construção civil
048 ESTÁ CLARO?
Fabio Cimino, marchand da galeria Zipper, A versatilidade e o minimalismo do branfala sobre a relação da arte com o branco co em três peças vindas da Escandinávia
034 CINE-BRANCOR
O branco em dois filmes de Stanley Kubrick: 2001 – Uma Odisseia no Espaço
e Laranja Mecânica
027 FLOWER POWER
037 PESSOAL E
INSTRANSFERÍVEL
Um Passeio pelo Jardim Branco do
castelo de Sissinghurst, na Inglaterra.
Por Gilberto Elkis
“Compreender o outro é essencial para
o designer de interiores”, ensina o professor Jéthero Cardoso
48
1.
CADERNOINSIDE
investigações metafísicas
sobre o design de interiores
POR EDUARDO LOGULLO
a importância de mudar. a vontade de alterar.
o sentido de transformar. a intenção de fazer.
imaginar. mirar. riscar. desenhar. visualizar.
saber que do branco
jorra quase tudo.
no branco, o começo. no branco, o caos da
criação. no branco: a luz, a fenestra, o facho,
a irradiação, o prisma, o rasgo, o claro. rotações, imaginações, riscos, cortes, desenhos,
desejos. listras, estampas, texturas, cromatismos, relevos, partições? no papel, o branco. e
tudo começa naquele ato. hiato. o ato de contornar o incontornável. o ato do ambiente que
é o receptáculo, o palco, a plataforma, o salto,
a concretude, o muito tudo, o quase nada. inventar é bom. completudes. o espaço vazio,
a enormidade, a redução, os quatro cantos
do verbo calcular. ali, sim. aqui, não. lá, pode.
adiante, não pode. o farol dos projetos.
girar a maçaneta. vedar o tampo. visar o tempo. antever movimentos, corpos, cores, nomes. o
braço do sofá, a perna da mesa, o olho da madeira, a asa da xícara, o gemido da ferramenta. e se tudo aquilo tivesse cor? e se tudo fosse
marrom? e se cada coisa se revestisse de azul?
por que os objetos podem ter tantas cores? tonturas. subitamente, a ordem se torna clara:
clareza, claridade, clarão. brancura, alvura, nervura.
costura, soltura, ruptura. nivelamento, cinzelamento, entalhamento. prego, estopa, mola. crescimento, dúvida, pavimento, cimento. os procedimentos
e os instrumentos cumprem suas missões. a perfeição é uma meta? o que se faz para se mudar a
parte de dentro de uma habitação, de um abrigo,
de um espaço físico? a noção espacial sempre
é percebida por noções individuais. o fato, o ato,
o falho. o faro, o raro, o mero. condições físicas,
aprimoramentos da física, milagres da física. ambientes: espaços físicos. áreas: superfícies planas. extensões (in)definidas.
campos para se praticar atividades. medidas
de superfícies limitadas. figuras geométricas
planas por isso tudo, romper, derrubar as prateleiras, portais e umbrais. penetrar em labirintos, salas, corredores, átrios, galpões, alturas,
lateralidades, comprimentos, angulações. territórios, regiões internas, edificações. extensões
percorridas pelos raios vetores de um astro que
não se explica. mas que hoje, aqui e agora, se
aplica em branco. e o branco se faz. e o branco
se desfaz. e o branco se esvai.
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THE ART OF WINDOW DRESSING
Seu estilo elegante faz referência ao formato das cortinas tradicionais,
com a funcionalidade da persiana.
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SÓLIDOS
5 X branco: papel de arroz,
mármore, linho, porcelana e cal
FOTOS I RENATO ELKIS
CAL
Substância das mais importantes para a indústria. Na construção civil é
usada em argamassas e em misturas para pintura; na agricultura, vira hidróxido de cálcio, aplicado para controlar a acidez do solo; na indústria
farmacêutica, entra como agente branqueador ou desodorizador. A cal
– também chamada cal viva ou cal virgem – é obtida por decomposição
térmica do calcário. No Brasil, onde existem cerca de 200 empresas produtoras, em 2009 foi criado um selo de responsabilidade socioambiental
(Programa Selo ABPC), para fabricantes compromissados com boas práticas de produção, gestão ambiental e saúde do trabalhador.
PORCELANA
Não se sabe com precisão quando surgiram
os primeiros objetos de porcelana. O certo é
que sua origem é chinesa. Caracterizada por
brancura, translucidez e resistência, a porcelana é composta de feldspato, caulim, argila e
quartzo, com uso aplicado em peças utilitárias e decorativas. Marco Polo trouxe a ‘novidade’ para a Europa, no século XIII. Encantados com o “ouro branco” (como a porcelana
ficou conhecida na época), os europeus tentaram reproduzir a massa. Falharam. Faltava
o fundamental caulim. Cinco séculos depois,
numa escavação em Meissen, Alemanha,
descobriram argila branca com alto teor de
caulim. A cidade virou referência em porcelana, como é a China até hoje.
DE ARROZ
PAPEL
De origem japonesa, o washi é produzido por feixes de folhas de arroz. Tem textura agradável e alta durabilidade. É
fabricado manualmente no Japão desde 702 e, no início,
era utilizado para a impressão de sutras budistas e documentos. Hoje, é matéria-prima para caixas, papel de presente, cestas, biombos, divisórias, luminárias e outras peças
decorativas. O processo de fabricação pode demorar de 7
a 23 dias e começa com a fervura dos feixes de folhas de
arroz que, depois, passam por lavagem, branqueamento,
remoção das impurezas, batida e vaporização. Por ser trabalho braçal, a maioria dos artesãos são homens. Washi é
bem mais que papel. É arte.
Essa rocha apresenta imensa variedade de cores e desenhos.
É formada pela transformação do calcário a altas temperaturas. Por esse motivo, as maiores jazidas estão em regiões de
atividade vulcânica. Na antiguidade, foi a pedra mais usada em
esculturas e construções. Cinco das sete maravilhas do mundo
antigo e boa parte dos monumentos gregos e romanos, como
o Parthenon e a Vênus de Millus, têm mármore em suas composições. Ainda hoje, os brancos são extraídos da Itália (Carrara)
e da Grécia (Paros e Pentelikon), considerados os melhores do
mundo. O mármore tem várias aplicações e é ideal para dar ares
clássicos ao ambiente.
MÁRMORE
LINHO
No passado, era conhecido como “tecido
dos reis” e sua produção vem desde o Egito
Antigo. No século XIX, foi utilizado apenas na
confecção de roupas íntimas. Depois, passaria a ser aplicado em outras peças do vestuário. Para produzir a fibra do linho, o demorado processo passa por várias etapas, o que
eleva o valor do produto final. Para diminuir
esses custos, sem modificar as características
do tecido, a indústria têxtil mistura a fibra de
linho com algodão, viscose e lã. Trata-se de
material com outras aplicações: há empresas
que apostam na substituição da fibra de vidro
(ou de carbono) por fio de linho na produção
de mobiliário. Resistente e leve, essa fibra natural traduz conforto e elegância.
UM PASSADO BRANCO
POR ROBERTO NEGRETE*
Impossível pensar branco
e não pensar Syrie Maugham
* Roberto Negrete é designer de interiores.
Nasceu em Buenos Aires. Desde 1982,
vive em São Paulo. É conselheiro da ABD.
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Com uma vida bem agitada e alvo
dos comentários mais diversos, a
designer inglesa nascida em 1879 deixou um
legado enorme para todos. Foi dessas mulheres que não aceitaram o status quo.
No início da década de 1910, Syrie Maugham se empregou em uma empresa de decoração como aprendiz e, em 1922, aos 42
anos, montou a sua própria loja.
Em 1927, abriu as portas da sua casa com a
proposta que ficaria conhecida como “The first allwhite room”. Biombos de espelho, tapetes de pele,
seda, veludo, couro e cetim, palmeiras de gesso,
mesas cobertas de pergaminho: tudo branco.
Antenada com a sua época, Maugham era fiel
ao seu gosto pessoal. Mimetizava mobiliário de
estilo e o pintava de branco, usando uma técnica
adquirida nos tempos de aprendiz, de acabamento craquelê. Tudo o que passava por suas mãos,
nessa época do all White, era pintado dessa cor.
Designer de talento extravagante e mulher com
força incomum, levou o seu estilo além-mar
e abriu lojas nos Estados Unidos. E, pode-se
apostar que deixou a sua marca na Hollywood.
Ela pintava móveis, criava designs próprios e
comercializava tudo a preços exorbitantes.
Muitos diziam que não cobrava pelo que vendia, mas por seu talento. Uma postura invejável.
O mais admirável é que Syrie Maughan nunca
se dobrou ao estilo do momento e sempre
buscou o que traduzisse o seu gosto. O perigo
da tendência sempre existiu e as ovelhas seguidoras também.
Mas ninguém é perfeito, como prova, a seguir, uma engraçada anedota sobre essa figura:
ícone da decoração nesses tempos, a norteamericana Elsie de Wolfe comprava peças com
frequência nas lojas de Maugham. Quando
Maugham recebeu a notícia da visita de Wolfe
em Londres, mandou esconder no porão grande parte do acervo da loja. Só que nunca saberemos se ela temia que a designer americana
a copiasse ou se temia ser descoberta por ela
mesma ter copiado.
O tempo – e a sua própria evolução como
profissional – afastou Maugham dos brancos
absolutos. Mais ainda, quando tantos passaram
a reproduzir o seu estilo, e ela precisou novamente se sentir independente e inovadora.
O legado de Syrie Maugham permanece. E
quem pensa que o primeiro ambiente branco
remete a algo futurista, pois bem: foi uma inglesa de baixa estatura, magra e vestida com
elegância por Molyneux quem se deixou levar
por sua criatividade, tão distante dos interiores
vitorianos da sua infância.
FLOWER
power
Por entre as flores brancas
de um jardim inglês
Gilberto Elkis é um
dos paisagistas mais
requisitados do país e
está na profissão há
quase vinte anos
POR GILBERTO ELKIS
Em Kent, condado no sudeste da Inglaterra, o castelo de Sissinghurst preserva uma obraprima do paisagismo. Idealizado pela escritora Vita
Sackville-West e por seu marido, Harold Nicolson, o
jardim é um dos mais conhecidos e visitados daquele
país. Seu segredo? A harmonia apurada entre flores e
folhagens e o delicado equilíbrio de cores.
Sackville-West, poeta e autora (inclusive de livros
sobre jardinagem), e Nicolson, também escritor,
compraram a propriedade em 1930. Na época, o lugar estava em ruínas. Eles não apenas recuperaram
o castelo como planejaram um jardim dividido em
uma série de espaços independentes. Em um desses
espaços, criaram o Jardim Branco, o mais célebre de
Sissinghurst. E, entre as flores que compõem esse
jardim, destacam-se as rosas brancas.
Rosas têm tradição na Inglaterra. Houve até um
conflito, chamado Guerra das Duas Rosas, em que os
descendentes do rei Eduardo III lutaram ao longo de
trinta anos (1455-1485) pelo trono. De um lado estava a Casa de York, simbolizada por uma rosa branca,
do outro, a rosa vermelha da Casa de Lancaster. Ao
fim do enfretamento, foi criada a Rosa de Tudor.
Mas o que interessa aqui é o branco. E as flores
brancas – de espécies, formatos, tamanhos, texturas
e perfumes diferentes – proporcionam uma iluminação única para o jardim. Em contraste com o verde das
folhagens, provocam um efeito quase mágico. E é esse
visual de encantamento que fascina as pessoas que
visitam o Jardim Branco do castelo de Sissinghurst.
www.nationaltrust.org.uk/sissinghurst-castle
abd conceitual 27
LUZ X
EQUILÍBRIO:
O branco, por Tuca Reinés
Ele tem mais de 30 anos de profissão. Autor
de vários livros, é fotógrafo de arquitetura, de
ambientes internos, de moda, de publicidade,
de mil e uma paisagens. “Gosto de registrar
arquiteturas e interiores brancos”.
POR Marcos Guinoza
Fotos TUCA REINÉS
BRANCO COMO ELEMENTO DIRECIONADOR
O branco é uma cor que se destaca muito e se multiplica
na visão humana por sua capacidade de refletir os raios da
luz. Por essa razão, ambientes brancos parecem maiores,
mais amplos. Os raios mascaram os cantos e as juntas de
teto e piso.
REVESTIMENTOS BRANCOS
Quando as paredes e pisos são brancos, o mobiliário fica
em evidência, destaca-se no fundo branco. Devido a esse
contraste, é preciso atenção com a escolha das peças, pois
o recorte delas no visual vai ser muito notado. Estofados
mal feitos, por exemplo, vão aparecer mais contra o branco
da parede. Então, cuidado para não colocar peças tortas e
fora de lugar.
FOTOGRAFAR AMBIENTES BRANCOS
Por irradiar muita luz, o branco é a cor que mais dá trabalho
na fotografia. É, sem dúvida, a cor mais reflexiva da escala.
Ao contrário da cor prata, que se parece com um espelho
e o fotógrafo está sempre se escondendo, com o branco, o
fotógrafo tem que estar resolvendo. Eu gosto muito de fotografar arquiteturas e interiores brancos. É sempre preciso
fazer um estudo e ter uma grande pitada de sorte para a luz
estar na intensidade ideal para o que se quer clicar.
Acima, sala de jantar
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Ipanema, no Rio. Ná página ao
lado, sala de apartamento em Natal (RN). Projetos de David Bastos
O BRANCO COMO CENÁRIO
Branco é um grande cenário para a decoração. É com o
branco que se demonstra a qualidade do projeto e a escolha das peças, porque tudo aparece muito e tem que
ficar em equilíbrio. Acho que é por essa razão que o branco
sempre acompanhou o minimalismo.
BRANCO NEVE OU BRANCO DESERTO
Prefiro o deserto. É o branco com uso, com vida, onde você
vê o tempo. A neve se renova todo ano, é sempre nova.
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revista ABD Conceitual