Seminário de Inicia ção Científica da UNIFAL-MG – Edi ção 2012 O presídio de Ambaca em Angola, uma visão do cotidiano das sociedades locais. Júlia Cristina da Cunha de Souza [email protected] Grupo de Pesquisa Conhecimento, ensino e aprendizagem da História, Instituto de Ciências Humanas da UNIFAL-MG Palavras-chave: Ambaca, Angola, Presídio, Oficio e História da África. Introdução O tema desta apresentação é o presídio português instalado na região de Ambaca, na África centro-ocidental. Nosso estudo visa o entendimento da vida das sociedades africanas desta região tendo como referência o ofício enviado ao governador-geral de Angola pelo militar português Joaquim José da Silva, estabelecido no presídio de Ambaca, em fins do século XVIII. Ambaca foi uma região que se destacou por sua posição de dominância no comércio com o interior angolano, quando a expansão do tráfico de escravizados no sertão africano determinava a ampliação do crédito comercial fora da zona de 'conquista' portuguesa. Metodologia (material e métodos) opcional O oficio do coronel português Joaquim José da Silva é um manuscrito pertencente ao acervo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). Para a sua análise realizamos em primeiro lugar a transcrição de suas 42 páginas. A leitura paleográfica seguiu as regras vigentes. Em seguida, realizamos um sumário dos assuntos presentes no documento, tais como, guarnições, alfaias, irmandades, etc. E, por fim, estamos procedendo juntamente com a análise do documento uma leitura da bibliografia especializada no tema. O diálogo com esta bibliografia está permitindo a reflexão sobre as relações entre portugueses e africanos no presídio de Ambaca, em fins do século XVIII. Resultados e discussão A cotidiano com os possível, assuntos pesquisa permite o entendimento do das sociedades locais e a relação destas portugueses presentes na região. É através do documento, analisar diferentes referentes à cultura material, história militar, história das relações diplomáticas, alianças políticas e comerciais entre chefes políticos africanos e autoridades portuguesas, história da arquitetura dos presídios portugueses em Angola e, ainda, história ambiental e medicinal. Também através do estudo do documento, o que mais nos chama atenção é a possibilidade de ter acesso às informações sobre a presença de irmandades religiosas na região de Ambaca, e conhecer sobre seus integrantes e santos de devoção. Conclusões A partir do ofício que analisamos é possível mapear a região de Ambaca e trazer inúmeras informações relevantes para o entendimento da vida das sociedades locais e suas relações com os portugueses em fins do século XVIII. Neste sentido, observar a temática africana pelos documentos portugueses é uma questão teórica relevante, uma vez que é possível refletir sobre a prática historiográfica relacionada aos estudos africanistas. Agradecimento Agradeço a minha orientadora, a professora Elaine Ribeiro, pelo esforço sem medidas em orientar meu trabalho. Referências bibliográficas DIAS, Jill. Novas identidades africanas em Angola no contexto do comércio atlântico. In: BASTOS, Cristina; ALMEIDA, Miguel Vale de; FELDMAN-BIANCO, Bela (org.) Trânsitos Coloniais. Diálogos críticos luso-brasileiros. Campinas: Editora da Unicamp, 2007. HEINTZE, Beatrix. “Brancos” negros: os ambaquistas. Pioneiros Africanos. Caravanas de carregadores na África Centro-Ocidental (entre 1850 e 1890). Lisboa: Editorial Caminho, 2004. VELLUT, Jean-Luc. A bacia do Congo e Angola. In: AJAYI, J.F.A. História Geral da África, VI: África do século XIX à década de 1880. Brasília: UNESCO, 2010, p. 343-376. WANDERLEY, Regina M. M. P. Inventário analítico da documentação colonial portuguesa na África, Ásia e Oceania integrante do acervo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. RIHGB. a. 166, n.427, p.27-570, abr./jun. 2005.