HISTÓRIA DA
FARMÁCIA
PROF. ANA CARLA GUIDINI VALENTINI GHELLER
FARMÁCIA/UNIC/2013
•
Os chineses, por exemplo, há mais de 2.600 anos já
preparavam remédios extraídos de plantas.
•
Mil anos depois, os egípcios faziam o mesmo,
utilizando também sais de chumbo, cobre e ungüentos
feitos com a gordura de vários animais, como
hipopótamo, crocodilo e cobra.
•
Na Antiguidade a Medicina e a Farmácia eram uma só
profissão, mas na antiga Roma começou a separação
daqueles que diagnosticavam a doença, daqueles que
misturavam matérias para produzir porções de cura, era
a época de Hipócrates e de Galeno.
• Hipócrates (Pai da Medicina).
• Galeno (Pai da Farmácia).
• Combatia as doenças por meio
de substâncias ou compostos que
se opunham diretamente aos
sinais e sintomas das
enfermidades.
• É precursor da alopatia.
• No ano de 1233, no sul da Itália, foi promulgado o
Édito de Frederico II da Suábia, que decretava a
separação entre o exercício da medicina e o
exercício da farmácia, sendo considerado por
muitos, a Carta Magna da Farmácia.
• No século XVII a profissão farmacêutica já tinha um
significado preciso: arte e técnica da combinação de
substâncias simples para formar compostos, remédios
e antídotos.
• No século XVIII, botica e boticário eram os vocábulos
que identificavam a farmácia e aqueles que a ela se
dedicavam.
HISTÓRIA DA FARMÁCIA
NO BRASIL
• Governador geral Thomé de Souza trouxe de Portugal o 1°
Boticário Diogo de Castro.
• No Brasil colônia, medicamentos e outros produtos com fins
terapêuticos podiam ser comprados em boticas.
• O boticário em frente ao doente manipulava e produzia
medicamentos, de acordo com a farmacopéia e a prescrição
dos médicos.
•Nos locais distantes eram vendidos por mascates.
A botica foi uma das instituições ocidentais que aqui aportaram com os
portugueses. Os jesuítas e o aprendiz de boticário, que chegaram aqui
com os primeiros colonizadores, trouxeram as “caixas de botica”, uma
arca de madeira que continha certa quantidade de drogas.
Cada “entrada” ou “bandeira”,
expedição militar ou científica, os
médicos da tropa ou senado das
câmaras municipais – todos as
possuíam com um bom
sortimento de remédios para
socorros urgentes.
Os boticários eram oriundos geralmente de famílias
humildes e obtinham seus conhecimentos nas
boticas tornando-se ajudantes e aprendizes de um
encartado. Para a obtenção da Carta de
examinação, que lhes possibilitaria o exercício do
ofício, submetiam-se a um exame junto aos
comissários do físico-mor do reino.
Historicamente a população nativa brasileira tinha seus próprios meios
para curar enfermidades. Os pajés conheciam as qualidades
terapêuticas de inúmeras raízes e folhagens e as usavam em suas tribos
até o início da colonização portuguesa.
O europeu colonizador naturalmente tomou conhecimento destas
práticas e assimilou-as principalmente por meio dos religiosos jesuítas
que, desde logo, procuraram conhecer a cultura indígena.
Em fins do século XVII, algumas boticas já tomavam a
aparência das boticas do reino. Situadas nas principais ruas,
ocupavam dois compartimentos.
O boticário e sua família residiam nos fundos. Num cômodo
ficavam as drogas expostas a venda. Sobre as prateleiras viamse boiões de boa louça, e potes com decorações artísticas
continham pomadas e ungüentos; frascos e jarros de vidro ou
de estanho, etiquetados, guarneciam xaropes e soluções. No
outro cômodo, estava o laboratório da botica.
Uma importante fonte de renda para os boticários era o
fornecimento para as naus de guerra e fragatas. A preparação
das caixas de botica, bem sortidas para as tropas ou em
socorro a capitanias com epidemias, podia render boa soma
aos boticários.
Em função da possibilidade de ganhos que o monopólio da
fabricação e comércio de remédios lhes garantia, os boticários
foram acusados de zelarem mais pelos próprios interesses que
pela saúde dos seus semelhantes.
No século XVIII, discussões políticas ou religiosas, além de
simples confabulações, ocorriam nesses locais. Vários
boticários eram membros da Sociedade Literária do Rio de
Janeiro e usavam o espaço das suas boticas para reuniões em
que se discutiam temas proibidos. Não havendo imprensa, as
boticas tornavam-se um dos poucos espaços para a divulgação
das idéias que viriam a ameaçar o próprio estatuto colonial,
abrindo os caminhos que levariam à Independência.
Regimento 1744
• Proibia a distribuição de drogas e medicamentos
para estabelecimentos não habilitados;
• Multas e apreensões em caso de descumprimentos;
• Criação da figura de Responsável Técnico
• Exigia a existência de balanças, pesos e medidas,
medicamentos galênicos, vasilhames, livros, etc.
Justus Liebig (1803-73) lançou as bases da farmacodinâmica
moderna ao descobrir as ações farmacológicas e químicas
do organismo, sobretudo os fenômenos metabólicos.
Medicamentos de uso comum passaram a ser investigados,
principalmente na Alemanha, para se descobrir como
atuavam nos tecidos. A colaboração entre químicos e
fisiologistas tornou-se um procedimento básico para a
demonstração de que os princípios ativos tinham os
mesmos efeitos das drogas originais.
A partir da promulgação da Primeira
Constituição Republicana, 1891, que
propôs um sistema educacional
descentralizado, o ensino farmacêutico
estendeu-se a outros estados.
CURSOS DE FARMÁCIA
NO BRASIL
• Vinda da família Real para o Brasil
• 1832 – Faculdade de medicina na Bahia
• 1834 – Faculdade do Rio de Janeiro
• 1837 – Formados os 6 primeiros farmacêuticos brasileiros
• 1839 – Escola de Farmácia de Ouro Preto
• 1896 – Escola de Farmácia de Porto Alegre
• 1899 – Escola de Farmácia de São Paulo
• 1912 – Escola de Farmácia da UFPR
HISTÓRIA DA FARMÁCIA NO BRASIL
• Com a fundação das primeiras Faculdades de Farmácia
(1839 - 1898), o boticário foi lentamente sendo
substituído pelo Farmacêutico.
• A botica, onde o boticário pesquisava e manipulava
fórmulas extemporâneas, originou dois novos tipos de
estabelecimentos:
– Farmácia
– Laboratório Industrial Farmacêutico.
Escola de Farmácia de Ouro Preto
DECRETO 19.606/31
• Reconhece a competência para o farmacêutico exercer:
Análises clínicas, químico bromatologista, biologista e
legista;
• Controle de venda de substâncias causadoras de
dependência, retenção de receita e guarda em armários;
• Obrigatoriedade da direção por farmacêutico nos
laboratórios privativos de hospitais, casa de saúde,
sanatórios, cooperativas, estabelecimentos religiosos.
Breve histórico da legislação sanitária relativa à
promoção de produtos sujeitos à vigilância
• Decreto n.º 19.606/1931 – primeiro regulamento
brasileiro que tratava a questão da propaganda de
medicamento.
• Decreto n.º 20.377/31 – Regulamenta o Decreto n.º
19.606/31.
“É terminantemente proibido anunciar, vender,
fabricar ou manipular preparados secretos e atribuir
aos licenciados propriedades curativas ou higiênicas
que não tenham sido mencionadas na sua licença”.
Breve histórico da legislação sanitária relativa à
promoção de produtos sujeitos à vigilância
• Lei n.º 5.991/69 - Revoga o Decreto N.º 20.377/1931
Regulamentava o comércio de drogas,
medicamentos e insumos farmacêuticos, mas não
trouxe em seu texto nenhum avanço relativo à
propaganda de medicamentos. Pelo contrário,
deixou a propaganda de medicamentos no Brasil
sem regulamentação até 1976.
• Até a década de 30, a indústria nacional de medicamentos eram
em sua maioria de reduzidas dimensões e tinham uma origem
familiar (BARROS, 1995).
• Baseava-se no emprego de matérias-primas de origem vegetal e
mineral, apresentando condições adequadas ao suprimento do
mercado existente, àquela época bastante reduzido (COELHO, 1980;
BARROS, 1995).
•
Embora a produção de medicamentos satisfizesse o mercado, é
imperioso ressaltar que isto se deve ao fato de que grande parte
da população não tinha acesso aos serviços de saúde (BARROS,
1995).
BIBLIOGRAFIA
• ELDER, F.C.; Boticas & Pharmacias: uma história ilustrada da Farmácia no
Brasil. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2006.
• CONSELHO FEDERAL DE FARMACIA (CFF). A organização jurídica da
profissão farmacêutica: coletânea: legislação profissional, legislação
sanitária, legislação complementar, documentos de interesse da profissão
farmacêutica. 5. ed. Brasília, DF: CFF, 2007.
• BRASIL. Resolução nº CNE/CES 2, de 19 de fevereiro 2002. Institui
Diretrizes Curriculares Nacional do Curso de Graduação em Farmácia.
Diário Oficial, Brasília, n. 42, seção 1, p. 9-10, 4 mar. 2002.
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