Periféricos e Interfaces • Dispositivos de Multimídia – gravação: CD, DVD e BLUE-RAY. – visualização: CRT e LCD Multimídia • Multimídia é a combinação, controlada por computador, de pelo menos um tipo de mídia estático (texto, fotografia, gráfico), com pelo menos um tipo de mídia dinâmico (vídeo, áudio, animação)( Chapman & Chapman 2000 e Fluckiger 1995). • Mais de um sentido humano está envolvido no processo, fato que pode exigir a utilização de meios de comunicação que, até há pouco tempo, raramente eram empregados de maneira coordenada, a saber: – – – – – – Som (voz humana, música, efeitos especiais) Fotografia (imagem estática) Vídeo (imagens em pleno movimento ) Animação (desenho animado) Gráficos Textos (incluindo números, tabelas, etc.) CDs • A primeira geração de discos ópticos foi inventada pela Philips, para filmes e tinha 30 cm de diâmetro. • Em 1980, a Philips junto com a Sony desenvolveu o CD (Compact Disc), que substituiu os discos de vinil de 33 1/3 rpm de música. • Os dados técnicos dos CDs foram publicados no Padrão Internacional IS10149, popularmente conhecido como Red Book. • Todos os CDs tem 120 mm de diâmetro e 1,2 mm de espessura, com um orifício de 15 mm no centro. • Um CD é preparado com a utilização de um laser infravermelho de alta potência para queimar orifícios de 0,8 micron de diâmetro em um disco mestre revestido de vidro. • Com base no disco mestre é fabricado um molde, com saliências onde estavam os orifícios de laser. • Então, injeta-se policarbonato fundido nesse molde para formar um CD com o mesmo padrão de orifícios do disco como no disco mestre revestido de vidro. • Em seguida é depositada uma fina camada de alumínio refletivo sobre o policarbonato, coberta por um verniz de proteção e finalmente pela etiqueta. • As marcas no substrato de policarbonato são denominadas depressões (pits) e as áreas entre elas são denominadas planos (lands). • Quando um disco é tocado, um diodo a laser de baixa potência emite luz infravermelha de comprimento de onda 0,78 micron sobre as depressões e planos. • O laser está do lado do policarbonato, portanto as depressões estão invertidas na direção do laser e aparecem como saliências sobre a superfície. • Como as saliências têm uma altura de um quarto do comprimento de onda l da luz do laser, a luz que reflete das saliências tem uma defasagem de meio comprimento de onda em relação à luz que se reflete das superfícies que a circundam. • O resultado é que as duas partes interferem uma com a outra de modo destrutivo e as saliências devolvem menos luz ao fotodetector do que a luz que se reflete do plano. alumínio ¼l policarbonato ¼l ¼l Defasagem total 1/2 l • As depressões e planos são escritos numa única espiral que começa perto do orifício central e continua por uma distância de 32 mm em direção à borda. A espiral faz 22.188 revoluções ao redor do disco. • Se fosse desenrolada, teria 5,6 km de comprimento. • Para fazer com que a música seja tocada a uma taxa uniforme, é preciso que as depressões e os planos passem sob a luz a uma velocidade linear constante. • Por conseqüência a taxa de rotação do CD deve ser continuamente reduzida à medida que o cabeçote de leitura se move da parte interna para a parte externa do CD. • Na parte interna, a taxa é de 530 rpm para conseguir a taxa de reprodução de 120 cm/s. • Na parte mais externa, deve cair para 200 rpm para dar a mesma taxa de reprodução. • Um drive de velocidade linear constante é diferente de um drive de disco magnético, que funciona a uma velocidade de rotação constante. 200 rpm 530 rpm CD ROTAÇÃO VARIÁVEL DISCO MAGNÉTICO ROTAÇÃO CONSTANTE ~15.000 rpm CD-ROMs • Em 1984 a Philips e a Sony definiram o padrão para os CD-ROMs, e publicaram o Yellow Book com a sua descrição. • Os CD-ROMs podem armazenar qualquer tipo de conteúdo, desde dados genéricos, video e áudio, ou mesmo conteúdo misto. Os leitores de áudio normais, só podem interpretar um CD-ROM, caso este contenha áudio. • Os CD-ROMs eram do mesmo tamanho dos CDs de áudio e compatíveis na mecânica e óptica, e produzidos usando as mesmas máquinas de moldagem por injeção. • O Yellow Book definiu a formatação dos dados. O formato básico de um CD-ROM consiste em codificar cada byte em um símbolo de 14 bits. • Como visto antes, 14 bits são suficientes para codificar com Hamming um byte de 8 bits e ainda sobram 2. • É usado então um sistema de codificação mais poderoso, sendo feito o mapeamento, de 14 para 8, por consulta de tabela. Número de bits de redundância para um código de correção de um erro simples Tamanho da palavra Bits de redundância Tamanho total Acréscimo percentual 8 4 12 50 16 5 21 31 32 6 38 19 64 7 71 11 128 8 136 6 256 9 265 4 512 10 522 2 • Um grupo de 42 símbolos consecutivos forma um quadro de 588 bits. Cada quadro contem 192 bits de dados (24 bytes). Os restantes 396 bits são usados para correção e controle de erro. • Cada setor do CD-ROM começa com um preâmbulo de 16 bytes, sendo os 12 primeiros 00FFFFFFFFFFFFFFFFFFFF00 (hexadecimal), os 3 bytes seguintes contêm o número do setor. O último byte é o modo. dado erro 8 6 14 bits 42 símbolos 24 bytes de dados 98 quadros Preâmbulo dados 16 bytes 2048 bytes ECC SETOR 288 bytes Nota-se correção de erro nos três níveis: SETOR, QUADRO e SIMBOLO • O Yellow Book define dois modos: – O modo 1 usa o lay-out , com o preâmbulo de 16 bytes, 2048 bytes de dados e um código de correção de erro de 288 bytes ( um código de correção de erros múltiplos denominado Reed-Solomon). – O modo 2 combina os dados e os campos ECC em um campo de dados de 2336 bytes para aplicações que não precisam de correção de erro como áudio e vídeo. • Nota-se que são usados 3 esquemas de correção de erros: dentro de um símbolo, dentro de um quadro e dentro de um setor de CD-ROM. • O preço pago pela confiabilidade é de 98 quadros de 588 bits (7203 bytes) para transportar uma carga útil de 2048 bytes, com eficiência de apenas 28%. • Drives de CD-ROM de velocidade 1x operam a 75 setores/s, dando uma taxa de dados de 153.600 bytes/s no modo 1 e 175.200 bytes/s no modo 2. • Drives de velocidade 2x são duas vezes mais rápidos e assim por diante. • Um CD de áudio tem espaço para 74 minutos de música que, se usado para dados do modo 1, dá uma capacidade de 681.984.000 bytes. Esse número costuma ser informado como 650 MB. • Nota-se que um drive de CD-ROM 32x (4.915.200 bytes/s) não é páreo para o drive de disco magnético Fast SCSI-2 a 10 MB/s. • O tempo de busca de um CD-ROM é muitas vezes de várias centenas de milisegundos, enquanto que para discos magnéticos é da ordem de alguns milisegundos. PADRÃO 8 BITS (50 PINOS) 16 BITS (68 PINOS) 32 BITS SCSI-1 5MB/s - - Fast SCSI (SCSI-2) 10 MB/s 20MB/s 40MB/s Fast-20(Ultra SCSI, SCSI-3) 20MB/s 40MB/s 80MB/s Fast-40(Ultra-2, SCSI-3) 40MB/s 80MB/s 160MB/s Fast-80(Ultra-3,SCSI-3) 80MB/s 160MB/s 320MB/s • Em 1986 a Philips lançou o Green Book acrescentando recursos gráficos e a capacidade de se intercalar áudio, vídeo e dados no mesmo setor, uma característica essencial para CD-ROMs multimídia. • A última peça do quebra-cabeças do CD-ROM é o sistema de arquivos. Para possibilitar o uso do mesmo CD-ROM em diferentes computadores, os fabricantes de computadores se reuniram em Lake Tahoe nas High Sierras da fronteira da Califórnia-Nevada e propuseram um sistema de arquivos denominado High Sierra (padrão IS 9660). Sistema de arquivos High Sierra • Sistema de arquivos High Sierra tem 3 níveis: • O nível 1 usa nomes de arquivo de até 8 caracteres seguidos ou não de uma extensão de até 3 caracteres. – Nomes de arquivos só podem conter letras maiúsculas, dígitos e o grifo. – Diretórios podem ser aninhados até 8, mas nomes de diretórios não podem conter extensões. • O nível 1 requer que todos os arquivos sejam contíguos, o que não é problema para um meio que é escrito apenas uma vez. • Qualquer CD-ROM que obedeça o IS 9660 nível 1 pode ser lido por qualquer computador. • O IS 9660 nível 2 permite nomes de até 32 caracteres e o nível 3 arquivos não contíguos. Mas, os CD-ROMs que não obedecem ao nível 1 não podem ser lidos em todos os computadores. CD-Rs (Recordables) • Os CD-ROMs são diferentes dos discos magnéticos pois, uma vez gravados, não podem ser apagados. • Quanto ao aspecto físico, os CD-Rs começaram com discos em branco de policarbonato de 120 mm de diâmetro que são como CDROMs, exceto por conterem um sulco de 0,6 mm de largura para guiar o laser durante a escrita. • O sulco tem um desvio senoidal de 0,3 mm a uma freqüência de 22,05 KHz para prover realimentação contínua de modo que a rotação possa ser monitorada e ajustada com precisão. • Os primeiros CD-Rs tinham a superfície superior dourada ao invés de prateada. A cor dourada vinha do uso de ouro em vez de alumínio na camada refletiva. • Diferente dos CDs prateados que continham depressões físicas, nos CD-Rs as diferentes refletividades das depressões e planos têm de ser simuladas. Isso é feito adicionando uma camada de corante entre o policarbonato e a superfície refletiva. • Os corantes podem ser cianina, verde; e ftalocianina, amarelo. • Esses corantes são semelhantes aos usados em fotografia, o que explica por que a Kodak e a Fuji são grandes fabricantes de CD-Rs. • Com o tempo, a camada refletiva dourada foi substituída por uma camada de alumínio. • Em seu estágio inicial, a camada de corante é transparente e permite que a luz do laser que a atravessa seja refletida pela camada refletiva. Processo de gravação de CD-Rs • Para gravar, o laser CD-R é ligado em alta potência (8 a 16 mW). Quando o feixe atinge uma porção do corante ele o aquece e rompe a ligação química. Essa alteração da estrutura molecular cria um ponto escuro. • Quando o CD-R é lido (a 0,5 mW), o fotodetector vê a diferença entre os pontos escuros onde o corante foi atingido e as áreas transparentes onde o disco está intacto. Essa diferença é interpretada como a diferença entre depressões e planos. • O Orange Book, publicado em 1989, define um CD-R e também um novo formato, o CD-ROM XA, que permite que os CD-Rs sejam gravados por incrementos, alguns setores hoje, outros amanhã. • Um grupo de setores consecutivos escritos de uma só vez é denominado trilha de CD-ROM. • A gravação incremental cria um problema! • Antes do Orange Book todos os CD-ROMs tinham uma única VTOC (Volume Table of Contents – tabela de conteúdo do volume). • Esse esquema não funciona com as escritas incrementais. • A solução dada pelo Orange Book é dar, a cada trilha, a sua própria VTOC. • Os arquivos listados na VTOC incluem os arquivos de trilhas anteriores. Após a inserção do CD-R no drive, o sistema operacional faz uma busca em todas as trilhas do CD-ROM para localizar a VTOC mais recente, que dá o estado atual do disco. • O VTOC corrente pode também incluir alguns, mas não todos os arquivos de trilhas anteriores, agrupando as trilhas em sessões, resultando em CD-ROMs multissessões. • Reprodutores de CD normais não podem manipular CDs multissessões, uma vez que esperam uma única VTOC no início. CDs regraváveis (CD-RW) • Ao invés de corantes cianina ou ftalocianina, o CD-RW usa uma liga de prata, índio, antimônio e telúrio para a camada de gravação. Essa liga tem dois estados estáveis: cristalino e amorfo., com diferentes refletividades. • Os drives de CD-RW usam lasers com 3 potências: – Em alta potência o laser funde a liga fazendo-a passar do estado cristalino de alta refletividade para o estado amorfo de baixa refletividade para representar a depressão. – Em potência média a liga se funde e volta novamente ao seu estado natural cristalino para se tornar novamente um plano. – Em baixa potência, o estado do material é sondado para leitura, mas não ocorre nenhuma transição de fase. • Uma das razões que o CD-RW não substitui completamente o CD-R é que os CDRW em branco custam mais que os CD-R. • Existem também aplicações, como de back-up, em que o fato do CD não poder ser apagado acidentalmente é uma vantagem. DVD • A busca de discos ópticos com capacidade mais alta que os CD/CD-ROMs; a vontade da Hollywood de substituir as fitas magnéticas de video; e a procura pelas empresas de eletrônica de consumo por novos produtos multimídia, resultou no DVD (Digital Versatile Disk). • Os DVDs usam o mesmo desenho dos CDs, com discos de policarbonato de 120 mm moldados por injeção que contêm depressões e planos que são iluminados por um diodo laser e lidos por um fotodetector. A novidade é o uso de: – Depressões menores ( 0,4 micron em vez de 0,8 micron em CDs) – Uma espiral mais apertada (0,74 micron entre trilhas contra 1,6 micron em CDs) – Um laser vermelho (0,65 micron versus 0,78 micron para CDs) • Juntas essas melhorias aumentam 7 vezes a capacidade, passando para 4,7 GB. Um drive de DVD 1x funciona a 1,4 MB/s (versus 150 KB/s para CDs). DVD • Com a capacidade de 4,7 GB, usando compressão, pode conter 133 minutos de vídeo de tela cheia com imagens em movimento em resolução de 720x480, trilhas sonoras em até 8 idiomas e legendas em mais 32. • Não obstante, algumas aplicações, como jogos multimídia podem precisar de maior capacidade, portanto foram definidos: – Uma face, uma camada (4,7 GB) – Uma face, duas camadas (8,5 GB) – Duas faces, uma camada (9,4 GB) – Duas faces, duas camadas (17 GB) • A tecnologia de camada dupla tem uma camada refletiva embaixo, coberta por uma camada semi-refletiva. • Dependendo de onde o laser é focalizado, ele se reflete de uma camada ou outra. • A camada inferior precisa de depressões e planos um pouco maiores, para leitura confiável, portanto sua capacidade é um pouco menor do que a da camada superior. DVD de dupla face e dupla camada • Discos de dupla face são fabricados colando dois discos de uma face de 0,6 mm. • A estrutura do disco de dupla face, dupla camada é ilustrada abaixo: Disco de uma face de 0.6 mm Disco de uma face de 0.6 mm Camada semi-refletiva Refletor de alumínio Refletor de alumínio Camada semi-refletiva • O DVD foi arquitetado por um consórcio de 10 fabricantes de eletrônicos de consumo, sete deles japoneses, em estreita colaboração com os principais estúdios da Hollywood. • As empresas de computadores e telecomunicações não foram convidadas e o foco resultante foi utilizar o DVD para locação de filmes e apresentações de vendas. • Assim, entre as características padrão está a capacidade de saltar cenas impróprias em tempo real, seis canais de som e suporte para pan-and-scan (converter filmes 16:9 para 4:3). • Um outro item é a incompatibilidade intencional entre discos destinados aos Estados Unidos e discos destinados à Europa. Assim, filmes novos lançados nos USA são despachados para a Europa quando os mesmos começam a sair do circuito comercial nos USA. A idéia é evitar a redução de receita de filmes novos nos cinemas da Europa. BLU-RAY • O sucessor de DVD é o Blu-Ray (raio azul), que usa um laser azul, ao invés de vermelho como em DVDs. • Um laser azul tem comprimento de onda mais curto do que o laser vermelho, o que permite um foco mais preciso e, portanto, depressões e planos menores. • Discos Blu-Ray de uma face contêm cerca de 25 GB de dados; os de dupla face, o dobro. • A taxa de dados é aproximadamente 4,5 MB/s, o que é bom para um disco ótico, mas insignificante em comparação com os discos magnéticos. • Espera-se que com o tempo o Blu-Ray substitua CD-ROMs e DVDs. CD-ROM : 650 MB, DVD: 4,7 GB, BLUE-RAY: 25 GB Padrão para Multimídia - MPEG • Na década de 1980 ficou claro a necessidade de se aliar imagem com tecnologia digital. Em 1988 a ISO esquematizou o MPEG (Moving Picture Experts Group), para desenvolver padrões para o vídeo digital. Foram definidos três itens a serem desenvolvidos: – Video e audio associados a uma taxa de 1.5 Mbps (mais tarde chamado de MPEG-1); – Imagens em movimento e audio associados a uma taxa de 10 Mbps (mais tarde chamado de MPEG-2); – Imagens em movimento e audio associados a uma taxa de 60 Mbps (mais tarde reduzido para 40 Mbps e então cancelado). Padrão MP3 • O MP3 (MPEG-1/2 Audio Layer 3) foi um dos primeiros tipos de compressão de áudio com perdas quase imperceptíveis ao ouvido humano. • A taxa de compressão é medida em Kb/s (kilobits por segundo), sendo 128 Kb/s a qualidade padrão, na qual a redução do tamanho do arquivo é de cerca de 90%, ou seja, uma razão de 10:1. • Essa taxa de compressão atualmente pode chegar até 320 Kb/s, a qualidade máxima, na qual a redução do tamanho do arquivo é de cerca de 25%, ou seja, uma razão de 4:1, passando antes por 192 Kb/s, 256 Kb/s, ou seja, o máximo de qualidade que pode ser tirado em MP3. MPEG-4 • MPEG-4 é um padrão usado principalmente para comprimir dados digitais de áudio e vídeo (AV). • Introduzido em 1998, os usos do padrão MPEG-4 são web ( streaming media), distribuição de CD, conversação (videofone) e transmissão de TV, todos eles beneficiando-se da compressão de AV. • MPEG-4 absorve muitos fatores do MPEG-1 e MPEG-2 e outros padrões relacionados, adicionando novos fatores como suporte VRML para rendering 3D, arquivos orientados a objetos (objetos áudio, vídeo e VRML) e suporte para vários tipos de interatividade especificados externamente. • MPEG-4 é um padrão ainda em desenvolvimento. Multiprocessadores heterogêneos num chip • Usado em sistemas embutidos, em especial em equipamentos eletrônicos audiovisuais de consumo, como aparelhos de TV, reprodutores de DVD, camcorders, consoles de jogos e telefones celulares. • Ex. um aparelho de DVD deve manipular as seguintes funções: – Controle de um servomecanismo, para posicionamento do cabeçote – Conversão analógico para digital – Correção de erros – Decriptação e gerenciamento de direitos autorais – Descompressão de vídeo MPEG-2 – Descompressão de áudio – Codificação da saída para aparelhos de televisão NTSC, PAL ou SECAM. • O cabeçote de leitura deve percorrer a espiral com precisão à medida que o disco gira. • O sinal que sai do cabeçote é um sinal analógico que deve ser convertido em sinal digital. • Após digitalização, é preciso uma extensa correção de erros por software. • O vídeo é comprimido usando o padrão MPEG-2, que requer cálculos complexos para descompressão. • O áudio é comprimido usando um modelo psicoacústico que também requer cálculos sofisticados. • Por fim, áudio e vídeo devem ser entregues para reprodução em aparelhos de televisão NTSC, PAL ou SECAM, dependendo do país. • Nesse caso necessita-se de um multiprocessador heterogêneo que contenha múltiplos núcleos, cada um especializado para uma tarefa particular. • O vídeo DVD é comprimido usando o esquema MPEG-2 (Motion Picture Experts Group). • O sistema consiste em dividir cada quadro em blocos de pixels e fazer uma complexa transformação em cada um. • Um quadro pode consistir inteiramente em blocos transformados ou pode especificar que um certo bloco é igual a um outro já encontrado no quadro anterior, exceto por um par de pixels que foram alterados, porém localizado com um afastamento de (delta x, delta y). • Fazer esse cálculo em software é lento, mas é possível construir uma máquina de decodificação que possa efetuar esse cálculo rapidamente por hardware. Processador heterogêneo num chip • Semelhantemente, a decodificação de áudio e a recodificação de sinal de áudio-vídeo composto compatibilizado com os padrões mundiais de televisão podem ser executadas por processadores dedicados em hardware. • Essas necessidades geraram chips multiprocessadores, heterogêneos que contêm múltiplos núcleos projetados especificamente para aplicações audiovisuais. • Contudo, como o processador de controle é uma CPU programável de uso geral, o chip multiprocessador pode ser usado para outras aplicações como gravador de DVD. OUTRAS APLICAÇÕES DE MULTIPROCESSADORES HETEROGÊNEOS • Um outro dispositivo que requer um multiprocessador heterogêneo é a máquina interna ao telefone celular avançado. • Os atuais têm máquinas fotográficas, videocâmeras, máquinas de jogos, browsers Web, leitores de e-mail e receptores de rádio por satélite, que usam a tecnologia de telefonia celular (CDMA ou GSM) ou Internet sem fio (IEEE 802.11, também chamada WiFi). • À medida que os dispositivos adquirem cada vez mais funcionalidade, como relógios que se transformam em mapas baseados em GPS e óculos que se transforma em rádios, a necessidade de multiprocessadores heterogêneos cresce. Monitores de CRT • O CRT (Cathode Ray Tube) contem um canhão que pode emitir um feixe de elétrons contra uma tela fosforescente na parte frontal. A grade serve para repelir o feixe de elétrons, ao ser aplicada uma tensão negativa, e para acelerá-lo ao ser aplicada uma tensão positiva e fazer brilhar um ponto na tela, por um curto espaço de tempo. CRTs com deflexão eletrostática - Usa campo elétrico para a deflexão do feixe de elétrons. A varredura pode ser em qualquer direção. - Útil em aplicações que necessitam de velocidade no traçado gráfico, porém que não precise preencher toda a tela, como em osciloscópios, aparelhos de eletrocardiograma e terminais gráficos vetoriais. Terminal de vídeo gráfico vetorial Um comando contido no refresh buffer é usado para movimentar o feixe de elétrons conforme o gráfico a ser traçado. No exemplo, MOVE desloca o feixe para a posição (10,15) sem fazer o traçado, e LINE traça uma linha até a posição (400,300), a partir da posição (10,15). CRTs com deflexão magnética • Usado em TVs e na maioria dos monitores atualmente. • Usa o campo magnético para as deflexões horizontais e verticais. • Durante a varredura horizontal o feixe varre a tela da esquerda para a direita em aproximadamente 50 ms, traçando uma linha quase horizontal, seguida de uma varredura de retorno até a extremidade esquerda, para iniciar uma nova varredura. • Após completar todas as linhas horizontais de cima para baixo, o feixe de elétrons faz um retorno para o canto esquerdo superior da tela ( retorno vertical). • Um dispositivo com essa forma de produção de imagem linha por linha, é denominado de dispositivo de varredura por rastreamento (raster scan). Varredura entrelaçada No modo entrelaçado, uma varredura completa é composta de campo par e campo ímpar. O campo par é composto de linhas pares e o campo ímpar, de linhas ímpares. Varredura não-entrelaçada No modo de varredura não-entrelaçada, as linhas são desenhadas seqüencialmente. • A definição de características dos terminais gráficos deve ser baseada nas propriedades do olho humano, dado que ele é o dispositivo que irá transmitir uma imagem para o cérebro, onde será interpretada. • A retina do olho humano, que é uma membrana que reveste a parte interna do olho é o local de formação da imagem. Ela é formada basicamente por 2 classes de receptores de imagens: 1) cones - 6 a 7 milhões - muito sensíveis a níveis altos de luminosidade e a cores 2 ) bastonetes - 75 a 150 milhões - sensíveis a baixos níveis de luminosidade Olho humano 3 bastonetes excitando duas células horizontais e uma bípolar, que por sua vez excita uma célula ganglionar. • A fóvea é a parte central da retina. Ela é formada principalmente de cones e é responsável pela distinção de detalhes finos de uma imagem. • O olho humano distingue melhor cores em ambientes bem iluminados que são adequados a ação dos cones. • Ao contrário, em ambientes de pouca luz, onde os bastonetes atuam, o nível de distinção de cores é menor. • Em termos da resolução de uma imagem, os olhos também ditam os parâmetros adequados. Por exemplo, a resolução de uma imagem de TV é de 512 x 512, que é um valor relativamente baixo e origina imagens de qualidade média. • A resolução dos terminais gráficos da ordem de 1280 x 1024, o que permite a exibição de imagens com boa qualidade e, por isto, é adotada como resolução das TVs digitais. • Resoluções maiores do que esta esbarram no limite da capacidade do olho humano em distinguir detalhes, ou seja, o efeito visual de resoluções muito maiores do que 1280 x 1024 podem ser imperceptíveis para o olho humano. • As características dos olhos também influenciam em termos de níveis de cores. • Por exemplo, na exibição de uma faixa de degradê de tons de cinza variando do branco até o preto, quantos tons são necessários para que se observe a faixa com uma transição suave de tons, ou seja, sem a distinção das linhas de mudança de tons? A resposta é um valor de no mínimo 100 tons. • Em função de dados deste tipo, bem como do número mínimo de cores necessárias para se compor uma imagem de boa qualidade, os terminais modernos permitem a exibição simultânea de 128 ou 256 cores. • A visão humana é capaz de detectar mudanças na tela na freqüência em torno de 24 Hz, ou seja, para a visualização de animação com continuidade de movimento, na tela de TV, a freqüência de varredura completa deve ser no mínimo de 24 Hz. Isso explica a freqüência de quadros em filmes de 24 Hz. • Um outro aspecto é que apesar da continuidade de movimento, a freqüência de 24 Hz não é suficiente para a eliminação do efeito de vibração ou tremulação da luz (flicker). • Para resolver esse efeito de flicker, nos filmes, cada quadro recebe dois flashes de luz, dando um efeito de varredura na freqüência de 48 Hz. • Nas TVs brasileiras, e na maioria de outros países, a freqüência de varredura completa é de 30 Hz, porém, como é usado o entrelaçamento, a varredura de um campo (par ou impar) ocorre a 60 Hz, satisfazendo os problemas de animação e tremulação. • Nas TVs européias a varredura completa é feita na freqüência de 25 Hz, e a varredura de campo a 50 Hz. LCD (Liquid Crystal Display) • Cristais líquidos são moléculas orgânicas viscosas que fluem como líquido, mas têm estrutura espacial como um cristal. • Foram descobertos por um botânico austríaco (Rheinitzer) em 1888 e aplicados pela primeira vez em visores (por exemplo, calculadoras e relógios) na década de 1960. • Quando todas as moléculas estão alinhadas na mesma direção, as propriedades ópticas do cristal dependem da direção e polarização da luz incidente. • Usando um campo elétrico, o alinhamento molecular e, por conseguinte, as propriedades ópticas podem ser mudadas. • Em particular, fazendo passar luz através de um cristal líquido, a intensidade da luz que sai dele pode ser controlada por meios elétricos. • Essa propriedade pode ser explorada para construir visores de tela plana. • Uma tela de monitor de LCD consiste de duas placas de vidro paralelas entre as quais há um volume selado que contem um cristal líquido. • Eletrodos transparentes são ligados a ambas as placas. • Uma luz atrás da placa traseira, natural ou artificial, ilumina a tela por trás. • Os eletrodos transparentes ligados a cada placa são usados para criar campos elétricos no cristal líquido. • Diferentes partes da tela recebem tensões elétricas diferentes para controlar a imagem apresentada. • Existem polaróides colados às partes frontal e traseira da tela pois a tecnologia exige luz polarizada. Notebook com tela de LCD Eletrodo frontal Polaróide frontal • Embora existam muitos tipos de visores de LCD, considera-se aqui o TN (Twisted Nematic). • Nesse visor, a placa traseira contem minúsculos sulcos horizontais , e a placa frontal, minúsculos sulcos verticais. • Na ausência de um campo elétrico, as moléculas de LCD tendem a se alinhar com os sulcos. • Uma vez que os alinhamentos frontal e traseiro estão a 90 graus de diferença, a estrutura cristalina fica torcida. • Na parte de trás do visor há um polaróide horizontal que permite somente a passagem de luz polarizada horizontalmente. Na parte da frente do visor há um polaróide vertical que permite somente a passagem de luz polarizada verticalmente. • Se não existisse nenhum líquido entre as placas, a luz polarizada horizontalmente que atravessa o polaróide traseiro seria bloqueada pelo polaróide frontal produzindo uma tela uniformemente escura. Polarização vertical e horizontal vertical horizontal • Contudo, a estrutura cristalina torcida das moléculas do LCD guia a luz na passagem e gira a sua polarização fazendo com que ela saia da vertical. • Portanto, na ausência de um campo elétrico, a tela LCD é uniformemente brilhante. • Aplicando a tensão elétrica em partes selecionadas da placa, a estrutura torcida pode ser destruída, bloqueando a luz nessas posições. Efeitos de polaróides cruzados e a presença do cristal líquido Polaróide cruzado (não transmite luz) Efeito do cristal líquido • Há dois esquemas que podem ser usados para se aplicar a tensão elétrica. • Em um monitor de matriz passiva, ambos os eletrodos contêm fios paralelos. Em um visor de 640x480, o eletrodo traseiro poderia ter 640 fios verticais e o frontal 480 fios horizontais. • Aplicando uma tensão elétrica a um dos fios verticais e então fazendo pulsar um dos horizontais, a tensão em uma posição de pixel selecionada pode ser mudada, fazendo com que o pixel escureça por um curto espaço de tempo. • Repetindo esse pulso para o próximo pixel e então para o seguinte, podese pintar uma linha escura de varredura, análogo a um CRT. • Normalmente a tela inteira é pintada 60 vezes por segundo. • Outro esquema de ampla utilização é o monitor de matriz ativa. • É mais caro, mas produz melhor imagem. • Em vez de ter apenas dois conjuntos de fios perpendiculares, ele tem um minúsculo elemento comutador em cada posição de pixel em um dos eletrodos. • Desligando e ligando esses elementos pode-se criar um padrão de tensão elétrica arbitrário na tela, o que permite um padrão de bits também arbitrário. • Os elementos comutadores são chamados transistores de película fina (TFT – Thin film transistors) e os monitores de tela plana que os utilizam costumam ser chamados monitores TFT. • A maioria dos notebooks e monitores de LCD usam a tecnologia TFT. Monitores coloridos • Os monitores coloridos usam os mesmos princípios gerais dos monocromáticos, porém manipulando 3 cores: vermelha, verde e azul em cada posição de pixel. RAM de vídeo • Ambos os monitores, CRTs e TFTs são renovados de 60 a 100 vezes por segundo por uma memória especial denominada RAM de vídeo. • Essa memória tem um ou mais mapas de bits que representam a tela. • Em uma tela, p. ex., com 1600x1200 elementos de imagem (pixels) uma RAM de vídeo teria 1600x1200 valores, um em cada pixel. • Na verdade, pode conter muitos desses mapas de bits para permitir a passagem rápida de uma imagem de tela para outra. • Geralmente em um monitor tem em cada pixel três bytes, um para cada intensidade dos componentes vermelho, verde e azul da cor do pixel. • Uma RAM de vídeo de 1600x1200 pixels a 3 bytes/pixel requer quase 5,5 MB para armazenar a imagem e uma boa quantidade de tempo de CPU para fazer qualquer processamento. • Por essa razão, alguns computadores adotam uma solução de conciliação usando um número de 8 bits para indicar a cor desejada. • Então esse número é usado como um índice para uma tabela denominada paleta de cores, que contem 256 entradas, cada uma com um valor de 24 bits. • Esse esquema permite reduzir o tamanho da memória, porém permite somente 256 cores na tela num determinado instante.