Relatório do
Programa NOCTUA Portugal
2009/10 - 2014/15
GTAN Grupo de Trabalho sobre Aves Noturnas
Lisboa, Outubro, 2015
Relatório do NOCTUA Portugal
(2009/10 – 2014/15)
Programa NOCTUA Portugal
Monitorização de aves noturnas
Lisboa, Outubro, 2015
Joana Figueiredo, 2012
GTAN
Grupo de Trabalho sobre Aves Noturnas
1
6º Relatório NOCTUA Portugal (2009/10 – 2014/15)
Trabalhar para o estudo e conservação das aves e seus habitats,
promovendo um desenvolvimento que garanta a viabilidade do património
natural para usufruto das gerações futuras.
A SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves é uma
organização não governamental de ambiente que trabalha para a conservação
das aves e dos seus habitats em Portugal. Como associação sem fins
lucrativos, depende do apoio dos sócios e de diversas entidades para
concretizar as suas ações. Faz parte de uma rede mundial de organizações de
ambiente, a BirdLife International, que atua em mais de 100 países e tem como
objetivo a preservação da diversidade biológica através da conservação das
aves, dos seus habitats e da promoção do uso sustentável dos recursos
naturais.
www.spea.pt
www.facebook.com/spea.Birdlife
https://twitter.com/spea_birdlife
Relatório do Programa NOCTUA Portugal
GTAN Grupo de Trabalho sobre Aves Noturnas
Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, 2015
Direção Nacional: Maria Clara de Lemos Casanova Ferreira, José Manuel Monteiro, Michael
Armelin, Adelino Gouveia, Vanda Santos Coutinho, José Paulo Oliveira Monteiro, Manuel
Trindade
Direção Executiva: Luís Costa
Coordenação do Programa Terrestre da SPEA: Domingos Leitão
Coordenação do projeto: Rui Lourenço, Inês Roque, Ricardo Tomé
Gestão e análise de dados: Sara Moreira, Rui Lourenço
Citação: GTAN-SPEA, 2015. Relatório do Programa NOCTUA Portugal (2009/10 - 2014/15).
Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Lisboa (relatório não publicado).
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6º Relatório NOCTUA Portugal (2009/10 – 2014/15)
1. ENQUADRAMENTO DO NOCTUA PORTUGAL
O NOCTUA Portugal – Programa de Monitorização de Aves Noturnas em Portugal – surgiu
no âmbito do GTAN – Grupo de Trabalho sobre Aves Noturnas da SPEA – e tem como principal
objetivo realizar censos de aves noturnas em Portugal, de forma a assegurar o estudo (1) da frequência
de ocorrência das diferentes espécies no nosso país (presença e número de territórios); (2) da variação
espacial da sua distribuição; (3) das tendências populacionais das suas populações; e (4) da relação
destas tendências com alterações do habitat. Pretende-se, em última instância, avaliar a utilidade das
aves noturnas como indicadoras do estado de conservação dos habitats em Portugal. O programa
NOCTUA Portugal teve início em 2009/2010, realizando-se há seis épocas, período que já permite
estimar a tendência populacional a curto prazo das aves noturnas em Portugal. A continuidade deste
projeto permitirá no futuro estimar tendências populacionais a longo prazo.
2. METODOLOGIA
A amostragem compreende 3 períodos: de 1 dezembro a 31 janeiro, de 1 março a 30 abril e de
1 maio a 15 junho (Tabela 1), incidindo nas seguintes espécies: coruja-das-torres Tyto alba, mochod'orelhas Otus scops, bufo-real Bubo bubo, mocho-galego Athene noctua, coruja-do-mato Strix aluco,
bufo-pequeno Asio otus, coruja-do-nabal Asio flammeus, noitibó-cinzento Caprimulgus europaeus,
noitibó-de-nuca-vermelha Caprimulgus ruficollis, alcaravão Burhinus oedicnemus.
Em cada quadrícula são definidos 5 pontos de amostragem, tendo em conta a
representatividade dos habitats, critérios de acessibilidade e de audibilidade (i.e. locais de acesso
público com acesso rápido em viatura, evitando locais com muito ruído como estradas principais e
ribeiras com bastante caudal). Os pontos devem distar entre si pelo menos 1,5 km e ser amostrados
sempre que possível nas três visitas, e sempre pela mesma ordem.
Cada ponto de censo consiste em 10 minutos de escuta passiva, durante a qual são
registados todos os indivíduos escutados ou observados. Em cada ponto, o objetivo é determinar
quantos indivíduos de cada espécie estarão presentes, identificando sempre que possível o sexo dos
mesmos. Devem ser também considerados os movimentos efetuados pelos indivíduos durante o
período de escuta, de forma a não duplicar registos. As escutas devem ser realizadas,
preferencialmente, no período compreendido entre os 15 minutos e as 2 horas após o ocaso; e em
noites com condições meteorológicas favoráveis, sem chuva ou vento moderado ou forte. Em cada
ponto é registado a hora, fase da lua, luminosidade, nebulosidade e intensidade do vento.
Tabela 1. Períodos de realização das três visitas do NOCTUA Portugal, tendo em conta a latitude.
Norte de Portugal
Sul de Portugal
3
1ª visita
15 Dez – 31 Jan
1 Dez – 15 Jan
6º Relatório NOCTUA Portugal (2009/10 – 2014/15)
2ª visita
15 Mar – 30 Abr
1 Mar – 15 Abr
3ª visita
15 Mai – 15 Jun
1 Mai – 31 Mai
3. RESULTADOS DAS ÉPOCAS 2009/10 a 2014/15
3.1. INFORMAÇÃO GERAL SOBRE A AMOSTRAGEM
O número de quadrículas atribuídas e recebidas nas seis épocas tem-se mantido relativamente
estável, sendo realizadas e recebidas geralmente metade a 2/3 das quadrículas inicialmente atribuídas
(Tabela 2). Os resultados do presente relatório baseiam-se na informação de 2059 pontos de escuta
realizados em 72 quadrículas diferentes por mais de 120 colaboradores voluntários. Das quadrículas
cujos resultados foram recebidos até à data, 3 foram amostradas nas seis épocas, 9 foram amostradas
em cinco épocas, 4 quadrículas foram visitadas em quatro épocas, 10 quadrículas foram visitadas em
três épocas, 15 quadrículas foram visitadas em duas épocas e 31 em apenas uma época (Fig. 1).
Foram realizadas 140 amostragens no período da 1ª visita, 155 amostragens no período da 2ª visita e
110 amostragens no período da 3ª visita. No total registaram-se 1633 indivíduos pertencentes às
espécies de aves noturnas.
Tabela 2. Informação geral relativa às seis épocas de amostragem do NOCTUA Portugal.
2009/10
2010/11
2011/12
2012/13
2013/14
2014/15
Nº de quadrículas atribuídas a colaboradores
43
66
47
49
50
51
Nº de quadrículas com resultados recebidos
(% recebidas face às atribuídas)
23
(53%)
29
(44%)
31
(66%)
28
(57%)
26
(52%)
33
(65%)
Nº de quadrículas com 3 visitas
16
20
14
15
12
17
Nº de quadrículas com 2 visitas
6
7
8
9
9
14
Nº de quadrículas com 1 visita
1
2
9
4
5
2
Nº total de visitas
61
76
67
67
59
81
Nº total de pontos
307
382
335
335
295
405
Figura 1. Localização das quadrículas e número de vezes que foram
amostradas nas seis épocas de censo (2009/10 - 2014/15).
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6º Relatório NOCTUA Portugal (2009/10 – 2014/15)
3.2. OBSERVAÇÕES ADICIONAIS
As observações adicionais recebidas no âmbito do NOCTUA Portugal são particularmente
importantes para obter uma ideia mais precisa da distribuição das espécies de aves noturnas e
eventualmente detetar alterações a longo termo da sua área de ocorrência. Outro contributo
fundamental é a informação inserida na plataforma Portugal Aves (eBird), que nos últimos anos tem
reunido muitas observações de aves noturnas. A compilação foi efetuada considerando apenas
informação recolhida a partir de 2005 (inclusive), uma vez que o Atlas das Aves Nidificantes em Portugal
(Equipa Atlas 2008) representa uma imagem bastante fiel da distribuição para o período 1999-2005.
Foram considerados dois períodos: (1) 2005 a 2014, o período entre os dois atlas de aves nidificantes
em Portugal; (2) 2015, período coincidente com o terceiro atlas das aves nidificantes. No total, foram
reunidos 8572 registos de aves noturnas para o período entre 2005 e 2015 (Fig. 2). A cobertura no
período 2005-2014 foi bastante abrangente, embora mais irregular no Norte de Portugal. Em 2015 a
cobertura foi igualmente abrangente, mas com falhas mais notórias ao longo da faixa interior e algumas
zonas do sul.
Figura 2. Distribuição dos registos adicionais no território de Portugal Continental nos períodos de 2005 a 2014
(esquerda) e 2015 (direita).
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6º Relatório NOCTUA Portugal (2009/10 – 2014/15)
3.3. TENDÊNCIAS POPULACIONAIS 2009/10 – 2013/14
Ao completar seis épocas de amostragem é já possível produzir estimativas da tendência
populacional a curto-prazo das aves noturnas em Portugal (Tabela 3), que devem contudo no caso das
espécies menos comuns ser interpretadas com alguma cautela. Só a continuidade deste programa de
monitorização permitirá consolidar o conhecimento sobre as tendências populacionais. Para calcular as
tendências populacionais determinou-se o número de casais (número de indivíduos no caso dos
noitibós e alcaravão) detetados por época em cada quadrícula, tendo em conta as diferentes visitas, a
direção, distância e sexo dos indivíduos. A tendência apresentada para cada espécie corresponde ao
declive estimado com base em regressões lineares generalizadas (distribuição Poisson).
Tabela 3. Estimativas da tendência populacional das espécies de aves noturnas em Portugal Continental para o
período 2009/10 – 2014/15.
Tendência (declive)
Erro padrão
Tendência
(qualitativo)
Coruja-das-torres Tyto alba
-0,04
0,05
Negativa
Mocho-d'orelhas Otus scops
-0,09
0,07
Negativa
Bufo-real Bubo bubo
0,09
0,12
Positiva
Mocho-galego Athene noctua
-0,10
0,03
Negativa
Coruja-do-mato Strix aluco
0,03
0,03
Positiva
-0,001
0,13
Indeterminada
Não disponível
Não disponível
Não disponível
Noitibó-cinzento Caprimulgus europaeus
0,26
0,09
Positiva
Noitibó-de-nuca-vermelha Caprimulgus ruficollis
0,08
0,10
Positiva
Alcaravão Burhinus oedicnemus
-0,05
0,06
Negativa
Bufo-pequeno Asio otus
Coruja-do-nabal Asio flammeus
3.4. DISTRIBUIÇÃO E GRÁFICO DE TENDÊNCIA DAS AVES NOTURNAS
Para cada espécie apresenta-se dois mapas de distribuição: (1) período 2005-2015 e (2) 2015;
que incluem a informação obtida de forma sistemática (censos realizados nas épocas 2009/10 a
2014/15) e a informação não sistemática (registos adicionais entre 2005 e 2015). Optou-se por não
distinguir graficamente os dois tipos de informação. Algumas observações adicionais de mochod'orelhas, bufo-pequeno, coruja-do-nabal e noitibós podem corresponder a localizações obtidas durante
o período de passagem migratória (a cinzento no caso do noitibó-cinzento). Para cada espécie
apresenta-se o gráfico da variação anual do número de casais/indivíduos por quadrícula, informação
indicativa da tendência populacional (média e intervalos de confiança 95% superior e inferior). Dado o
reduzido número de registos não existe estimativa da tendência populacional para a coruja-do-nabal.
6
6º Relatório NOCTUA Portugal (2009/10 – 2014/15)
3.4.1. Coruja-das-torres Tyto alba
Figura 3. Distribuição da coruja-das-torres Tyto alba em Portugal Continental no período 2005-2014 (esquerda) e
em 2015 (direita).
Figura 4. Variação anual do número de casais de coruja-das-torres Tyto alba por quadrícula onde a presença foi
detetada.
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6º Relatório NOCTUA Portugal (2009/10 – 2014/15)
3.4.2. Mocho-d'orelhas Otus scops
Figura 5. Distribuição do mocho-d'orelhas Otus scops em Portugal Continental no período 2005-2014 (esquerda) e
em 2015 (direita).
Figura 6. Variação anual do número de casais de mocho-d'orelhas Otus scops por quadrícula onde a presença foi
detetada.
8
6º Relatório NOCTUA Portugal (2009/10 – 2014/15)
3.4.3 Bufo-real Bubo bubo
Figura 7. Distribuição do bufo-real Bubo bubo em Portugal Continental no período 2005-2014 (esquerda) e em
2015 (direita).
Figura 8. Variação anual do número de casais de bufo-real Bubo bubo por quadrícula onde a presença foi
detetada.
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6º Relatório NOCTUA Portugal (2009/10 – 2014/15)
3.4.4. Mocho-galego Athene noctua
Figura 9. Distribuição do mocho-galego Athene noctua em Portugal Continental no período 2005-2014 (esquerda)
e em 2015 (direita).
Figura 10. Variação anual do número de casais de mocho-galego Athene noctua por quadrícula onde a presença
foi detetada.
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6º Relatório NOCTUA Portugal (2009/10 – 2014/15)
3.4.5. Coruja-do-mato Strix aluco
Figura 11. Distribuição da coruja-do-mato Strix aluco em Portugal continental no período 2005-2014 (esquerda) e
em 2015 (direita).
Figura 12. Variação anual do número de casais de coruja-do-mato Strix aluco por quadrícula onde a presença foi
detetada.
11
6º Relatório NOCTUA Portugal (2009/10 – 2014/15)
3.4.6. Bufo-pequeno Asio otus
Figura 13. Distribuição do bufo-pequeno Asio otus em Portugal Continental no período 2005-2014 (esquerda) e em
2015 (direita).
Figura 14. Variação anual do número de casais de bufo-pequeno Asio otus por quadrícula onde a presença foi
detetada.
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6º Relatório NOCTUA Portugal (2009/10 – 2014/15)
3.4.7. Coruja-do-nabal Asio flammeus
Figura 15. Distribuição da coruja-do-nabal Asio flammeus em Portugal Continental no período 2005-2014
(esquerda) e em 2015 (direita).
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6º Relatório NOCTUA Portugal (2009/10 – 2014/15)
3.4.8. Noitibó-cinzento Caprimulgus europaeus
Figura 16. Distribuição do noitibó-cinzento Caprimulgus europaeus em Portugal Continental no período 2005-2014
(esquerda) e em 2015 (direita).
Figura 17. Variação anual do número de machos a cantar de noitibó-cinzento Caprimulgus europaeus por
quadrícula onde a presença foi detetada.
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6º Relatório NOCTUA Portugal (2009/10 – 2014/15)
3.4.9. Noitibó-de-nuca-vermelha Caprimulgus ruficollis
Figura 18. Distribuição do noitibó-de-nuca-vermelha Caprimulgus ruficollis em Portugal Continental no período
2005-2014 (esquerda) e em 2015 (direita).
Figura 19. Variação anual do número de machos a cantar de noitibó-de-nuca-vermelha Caprimulgus ruficollis por
quadrícula onde a presença foi detetada.
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6º Relatório NOCTUA Portugal (2009/10 – 2014/15)
3.4.10. Alcaravão Burhinus oedicnemus
Figura 20. Distribuição do alcaravão Burhinus oedicnemus em Portugal Continental
no período 2005-2014
(esquerda) e em 2015 (direita).
Figura 21. Variação anual do número de indivíduos de alcaravão Burhinus oedicnemus por quadrícula onde a
presença foi detetada.
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6º Relatório NOCTUA Portugal (2009/10 – 2014/15)
4. CONCLUSÕES
A participação regular dos colaboradores no programa NOCTUA Portugal nestas seis épocas
permite estimar a tendência populacional a curto-prazo das espécies de aves noturnas. A continuidade
do atual esforço de monitorização permitirá no futuro melhorar as estimativas da tendência populacional
destas espécies em Portugal e obter informação fiável a longo-prazo.
Conjuntamente com a informação adicional, foi possível obter uma imagem bastante razoável da
distribuição das aves noturnas no período entre os dois atlas de aves nidificantes, ou seja, 2005 a 2014.
Os mapas de distribuição em Portugal Continental obtidos para as aves noturnas não parecem mostrar
fortes variações na distribuição face aos mapas publicados no Atlas das Aves Nidificantes em Portugal
(Equipa Atlas 2008).
Iniciou-se em 2015 o período de amostragem do 3º atlas das aves nidificantes em Portugal, pelo
que o programa NOCTUA Portugal optou pela elaboração de mapas separados. Embora os mapas de
distribuição das espécies em 2015 indiquem que já existe informação para diversas quadrículas, é
extremamente desejável que nos próximos três anos haja um aumento do esforço de confirmação da
presença e nidificação de aves noturnas em todo o território nacional.
A metodologia de amostragem tem mostrado ser eficiente para as espécies mais comuns ou
conspícuas, como é o caso da coruja-das-torres, mocho-d'orelhas, mocho-galego, coruja-do-mato e
alcaravão. No entanto, a metodologia empregue tem garantido também a deteção regular de espécies
menos comuns como o bufo-real, o bufo-pequeno e os noitibós, em alguns locais das suas áreas
potenciais de ocorrência. A coruja-do-nabal, devido à especificidade do habitat, ocorrência apenas
durante o período não reprodutor e atividade vocal muito reduzida, é a espécie para a qual a
metodologia não se revela adequada, sendo necessário realizar censos dirigidos nos habitats
potenciais.
Embora as tendências populacionais apresentem ainda uma considerável margem de erro,
sobretudo para as espécies menos comuns, representam uma possível indicação da situação das aves
noturnas para o período 2009/10 – 2014/15. A coruja-das-torres, o mocho-d'orelhas, o mocho-galego e o
alcaravão apresentam declives negativos, que podem indicar uma tendência de regressão. Esta
possível regressão parece ser mais patente no mocho-galego. O bufo-pequeno parece estável, tendo
em consideração o valor da sua tendência ser próximo de zero. Por sua vez, o bufo-real, a coruja-domato e as duas espécies de noitibó apresentam declives positivos.
As espécies menos comuns, e por isso com menos registos, como é o caso do mocho-d'orelhas,
bufo-real, bufo-pequeno, os dois noitibós e o alcaravão são propensas a apresentar grandes variações
anuais da abundância. Por esta razão as estimativas de tendência são menos fiáveis. No entanto, o
acumular de mais anos poderá permitir definir a sua tendência populacional.
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6º Relatório NOCTUA Portugal (2009/10 – 2014/15)
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Equipa Atlas 2008. Atlas das Aves Nidificantes em Portugal (1999-2005). Assírio & Alvim, Lisboa
6. AGRADECIMENTOS
MUITO OBRIGADO A TODOS OS COLABORADORES DO NOCTUA PORTUGAL E DO GTAN QUE
VOLUNTARIAMENTE REALIZARAM QUADRÍCULAS E/OU ENVIARAM REGISTOS ADICIONAIS:
Agostinho Tomás, Alexandra Fonseca, Alexandre H. Leitão, Ana Cordeiro, Ana Margarida Fonseca, Ana
Jones, Ana Laborda, Ana Marques, Ana Meirinho, Ana Teresa Marques, Ana Santos, Ana Silva, André
Aguiar, Andreia Dias, António Folgado, Artur Oliveira, Carla Azeda, Carolina Bloise, Carla Ferreira,
Carlos Carrapato, Carlos Godinho, Carlos Moreira, Carlos Pacheco, Carolina Bloise, Catarina
Gonçalves, Célia Gomes, Catarina Serra Gonçalves, CERVAS/ALDEIA, Clara Silva, Cláudio Luzio Dias,
Cristiano Roussado, David Rodrigues, Domingos Francisco, Dyana Reto, Edgar Gomes, Eduardo
Barrento, Eduardo Realinho, Elsa Mourão, Fábia Azevedo, Filipa Alves, Filipa Bragança, Filipa
Machado, Filipe Canário, Filipe Gomes, Francisco Azevedo, Francisco Morinha, Gil Costa, Gonçalo
Rosa, Guillaume Réthoré, Hany Alonso, Helena Batalha, Hélia Gonçalves, Hélder Soares, Hugo
Laborda Sampaio, Hugo Lousa, Hugo Zina, Inés Alameda, Inês Henriques, Inês Roque, Irina Oliveira,
Jaime Sousa, Joana Andrade, Joana Araújo, Joana Domingues, Joana Figueiredo, Joana Pereira, João
Adrião, João Guilherme, João Luís Almeida, João Quadrado, João Rabaça, João Rodrigues, João Tiago
Marques, João Tiago Tavares, Jorge Henriques, Jorge Vicente, Jose Antonio García-Pérez, José Carlos
Morais, José Infante, José Paulo Monteiro, Julieta Costa, Lígia Batalha, Lina Cardoso, Lourenço
Marques, Lúcia Lopes, Luís Novo, Luís Rosa, Luís Rui Custódia, Luís Semedo, Luís Venâncio, Luísa
Catarino, Magnus Robb, Manuel Matos, Manuel Santos, Marco Nunes Correia, Marco Mirinha, Mariana
Marques, Mário Carmo, Mário Estevens, Marisa Arosa, Marta Alexandre, Michal Puchir, Miguel Mendes,
Nadine Pires, Napoleão Ribeiro, Neide Margarido, Nélia Penteado, Normando Ferreira, Nuno Barros,
Nuno Cunha, Nuno Curado, Nuno Faria, Nuno Mota, Nuno Oliveira, Nuno Ramos, Patrícia Jones, Paula
Lopes, Paulo Alves, Paulo Belo, Paulo Cardoso, Paulo Catry, Pedro Grilo, Pedro Lourenço, Pedro
Salgueiro, Pedro Costa, Pedro Martins, Pedro Moreira, Pedro Pereira, Perrine Raquez, RIAS, Ricardo
Brandão, Ricardo Ceia, Ricardo Correia, Ricardo Martins, Ricardo Monteiro, Ricardo Nabais, Ricardo
Tomé, Rita Azedo, Rita Ferreira, Rodrigo Saldanha de Almeida, Roger Holtum, Rui Caratão, Rui
Lourenço, Sabrina Carvalho, Sara Araújo, Sara Moreira, Sara Santos, Sérgio Correia, Sérgio
Fernandes, Sérgio Godinho, Soraia Barbosa, Susana Costa, Tatiana Leal, Thijs Valkenburg, Tiago
Rodrigues, Valter Teixeira, Vanessa Oliveira, Vera Novais, Vicente Albuquerque, Vítor Nascimento. E
ainda a todos os observadores que enviaram registos para o Noticiário Ornitológico da SPEA e
disponibilizaram os seus dados no Portugal Aves (eBird).
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6º Relatório NOCTUA Portugal (2009/10 – 2014/15)
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