Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará Ano VII n No 84 n MAIO/2014 Da esquerda para a direita, Roberto Macêdo, Valdelírio Pereira, governador Cid Gomes e Demontiê Aragão INDÚSTRIA EM FESTA Durante solenidade comemorativa do Dia da Indústria, FIEC entrega a Medalha do Mérito Industrial a três personalidades e avalia possibilidades de crescimento para o estado /sistemafiec 00084 @fieconline Foto: Miguel de Paula O verdadeiro show de bola. O tatu-bola (Tolypeutes tricinctus) é uma espécie que só ocorre no Brasil, na Caatinga e no Cerrado. O animal inspirou a escolha do mascote da próxima Copa do Mundo e corre sério risco de desaparecer da natureza. Ajude-nos a protegê-lo. Conheça o Projeto de Conservação do Tatu-bola e venha marcar um gol pela biodiversidade. Sua participação vai ser show de bola. Acesse www.acaatinga.org.br e participe. Publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará MAIO 2014 | No 84 ........................................................................................ Aquiraz 18 Ação Global Evento realizado no município ofereceu mais de 40 serviços gratuitos e promoveu 50 672 atendimentos Inovação 24 Profissionais do futuro CAPA 08 16 são a principal força de trabalho para promover o desenvolvimento na indústria 30 Demandas discutidas Abigraf elege nova diretoria em evento que discutiu o setor, que hoje gera mais de 230 000 empregos FIEC concede a Medalha do Mérito Industrial ao governador Cid Gomes, Francisco Demontiê Aragão e Valdelírio Soares Filho Meio ambiente assessoria técnica Incentivos fiscais 40 FIEC e Associação Caatinga firmaram parceria de assessoria técnica ambiental Engenheiros e técnicos Indústria gráfica Dia da Indústria Comida de Rua 36 Cozinha Brasil e Sebrae capacitam Preocupação com a Súmula 69 STF poderá declarar inconstitucional concessão de incentivos sem prévia aprovação pelo Confaz Agenda da Indústria 44 Microempreendedores da área de alimentação são treinados para aperfeiçoar o atendimento na Copa CNI elabora propostas Das 134 propostas elaboradas, 14 são projetos de maior impacto para o ambiente econômico brasileiro 6a Cúpula do Brics 34 FIEC comanda negócios CNI e FIEC estão à frente da articulação de encontros de negócios durante o evento que ocorre entre 15 e 16 de julho, em Fortaleza Seções Mensagem da Presidência........05 Notas & Fatos..........................06 Inovações & Descobertas....,,,,..43 Federação das Indústrias do Estado do Ceará – FIEC DIRETORIA Presidente Roberto Proença de Macêdo 1º Vice-Presidente Ivan Rodrigues Bezerra Vice-Presidente Carlos Prado, Jorge Alberto Vieira Studart Gomes e Roberto Sérgio Oliveira Ferreira Diretor Administrativo Carlos Roberto Carvalho Fujita Diretor Administrativo Adjunto José Ricardo Montenegro Cavalcante Diretor Financeiro José Carlos Braide Nogueira da Gama Diretor Financeiro Adjunto Edgar Gadelha Pereira Filho Diretores Antônio Lúcio Carneiro, Fernando Antônio Ibiapina Cunha, Francisco José Lima Matos, Frederico Ricardo Costa Fernandes, Geraldo Bastos Osterno Júnior, Hélio Perdigão Vasconcelos, Hercílio Helton e Silva, Ivan José Bezerra de Menezes, José Agostinho Carneiro de Alcântara, José Alberto Costa Bessa Júnior, José Dias de Vasconcelos Filho, Lauro Martins de Oliveira Filho, Marcos Augusto Nogueira de Albuquerque, Marcus Venícius Rocha Silva, Ricard Pereira Silveira e Roseane Oliveira de Medeiros CONSELHO FISCAL Titulares Francisco Hosanan Pinto de Castro, Marcos Silva Montenegro e Vanildo Lima Marcelo Suplentes Fernando Antônio de Assis Esteves, José Fernando Castelo Branco Ponte e Verônica Maria Rocha Perdigão Delegados da CNI Titulares Fernando Cirino Gurgel e Jorge Parente Frota Júnior Suplentes Roberto Proença de Macêdo e Carlos Roberto Carvalho Fujita Superintendente geral do Sistema FIEC Paulo Studart Filho. Serviço Social da Indústria – SESI CONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Cláudio Sidrim Targino, Marcos Silva Montenegro, Ricardo Pereira Sales, Carlos Roberto Carvalho Fujita Suplentes Abdias Veras Neto, José Agostinho Carneiro de Alcântara, Luiz Francisco Juaçaba Esteves, Paula Andréa Cavalcante da Frota Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo Francisco José Pontes Ibiapina Suplente Raimundo Nonato Teixeira Xavier Representantes do Governo do Estado do Ceará Efetivo Denilson Albano Portácio Suplente Paulo Venício Braga de Paula Representantes da Categoria Econômica da Pesca no Estado do Ceará Efetivo Francisco Oziná Lima Costa Suplente Eduardo Camarço Filho Representantes dos Trabalhadores da Indústria no Estado do Ceará Efetivo Pedro Valmir Couto Suplente Raimundo Lopes Júnior Superintendente Regional Francisco das Chagas Magalhães. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI CONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Marcus Venícius Rocha Silva, Aluísio da Silva Ramalho, Ricard Pereira Silveira, Edgar Gadelha Pereira Filho Suplentes Marcos Antônio Ferreira Soares, Paulo Alexandre de Sousa, Francisco Lélio Matias Pereira, Marcos Augusto Nogueira de Albuquerque Representantes do Ministério da Educação Suplente Samuel Brasileiro Filho Representantes da Categoria Econômica da Pesca do Estado do Ceará Efetivo Elisa Maria Gradvohl Bezerra Suplente Eduardo Camarço Filho Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo Francisco Enio Oliveira Alencar Suplente Francisco José Pontes Ibiapina Representantes dos Trabalhadores da Indústria do Estado do Ceará Efetivo Carlos Alberto Lindolfo de Lima Suplente Francisco Alexandre Rodrigues Barreto Diretor do Departamento Regional Fernando Ribeiro de Melo Nunes. Instituto Euvaldo Lodi – IEL Diretor-presidente Roberto Proença de Macêdo Superintendente Vera Ilka Meireles Sales Instituto de Desenvolvimento Industrial – INDI Presidente Roberto Proença de Macêdo Diretor Corporativo Carlos Matos Instituto FIEC de Responsabilidade Social – FIRESO Presidente Roberto Proença de Macêdo Vice-presidente Wânia Cysne de Medeiros Dummar Coordenação e edição Luiz Carlos Cabral de Morais ([email protected]) Redação Camila Gadelha ([email protected]), Gevan Oliveira ([email protected]), Luiz Henrique Campos ([email protected] e Ana Paola Vasconcelos Campelo ([email protected]) Fotografia José Sobrinho e Giovanni Santos Diagramação Claudemir Luis Gazzoni Coordenação gráfica Marcograf Endereço e Redação Av. Barão de Studart, 1980 - Térreo - Fortaleza-CE - CEP 60.120-024 Telefones (85) 3421 5435 e 3421 5436 Fax (85) 3421 5437 Revista da FIEC é uma publicação mensal editada pela Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia (AIRM) do Sistema FIEC Gerente da AIRM Luiz Carlos Cabral de Morais Tiragem 5.000 exemplares Impressão Marcograf Publicidade (85) 3421 4203/3421 5434/8801 9077/8578 3018 [email protected] e [email protected] Endereço eletrônico www.sfiec.org.br/publicacao/revistadafiec Revista da FIEC. – Ano 7, n 84 (maio 2014) – Fortaleza : Federação das Indústrias do Estado do Ceará, 2008 v. ; 20,5 cm. Mensal. ISSN 1983-344X 1. Indústria. 2. Periódico. I. Federação das Indústrias do Estado do Ceará. Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia. CDU: 67(051) Mensagem da Presidência Roberto Proença de Macêdo Protagonismo em primeiro plano Na nossa Festa da Indústria, realizada no dia 22 passa- tecnológicos, e, além disso, criou uma equipe de elaboração do, falei um pouco sobre as ações que empreendemos nos de projetos para aproveitar ao máximo recursos para pesúltimos 12 meses e sobre o que estará em consolidação nos quisa e inovação de editais dos governos estadual e federal, três meses de conclusão do nosso mandato. Ambos como tendo obtido aprovação nos últimos meses de cinco projetos parte do esforço que estamos desenvolvendo tendo em no valor de 34 milhões de reais, oriundos do Finep/BNDES. Quanto ao fortalecimento da nossa capacidade física primeiro plano o protagonismo empresarial. Nesta mensagem, sintetizo o que disse naquela ocasião. de atendimento, já inauguramos o Instituto SENAI de O programa Indústria Viva, que objetiva integrar proje- Tecnologia (IST) em Energias Renováveis, no campus da tos e ações que contribuam para a promoção da competiti- Universidade do Ceará (Uece), e já está em funcionamento vidade sustentável da indústria cearense, tem tido avanços o Centro de Formação Profissional de Horizonte. importantes na direção de uma atuação regional, na prosFizemos a aquisição de dez unidades móveis para atenpecção do futuro, na inovação, na inteligência industrial e der os setores de Confecção, Panificação e Confeitaria, Eletroeletrônica, Madeira e Mobiliário, Construção Civil, Elena conexão com países mais avançados. Foram criados sete polos regionais de inovação, dos quais tricidade, Solda, Bombeiro Hidráulico e Máquinas Injetoras. Estamos em fase de conclusão do Centro Tecnológico o primeiro já está implantado no Vale do Jaguaribe e o segundo será inaugurado em julho no da Cadeia Têxtil (CTCT) e do Cariri. Já temos também os resultados Centro de Formação do SinOs próximos três meses duscon, ambos em Parangaba, do trabalho “Setores portadores de fude gestão serão intensos turo para o Ceará”, fruto de uma ação e, ainda, do Instituto SENAI de realizada em sete regiões, apontando na conclusão de muitos projetos Tecnologia de Eletrometalmecânica, em Maracanaú. caminhos do que se quer para colocar No SESI, foram feitos investia indústria cearense em posição com- relevantes para a nossa indústria petitiva nacional e internacionalmente. mentos superiores a 12 milhões e para o desenvolvimento do A aproximação das universidades e de reais na modernização das suas governos com as empresas, por meio nosso estado unidades de atendimento, principalmente na construção em Mado Uniempre, ganha cada vez mais um racanaú de uma nova Unidade de contorno de resultados. Este programa já é um patrimônio da sociedade. Em seu âmbito, realizamos Referência em Saúde e Segurança do Trabalhador. Com a expansão de novos parques industriais no inteo mapeamento do Ecossistema de Inovação do Ceará e formamos a quinta turma do programa Apóstolos da Inovação, rior do estado, além das unidades fixas do SESI no Carique reúne estudantes cearenses do ITA e de universidades ri, em Horizonte e em Sobral, destacamos a prestação dos nossos serviços mediante o uso intensivo de 22 unidades locais, com o objetivo de fixar aqui nossos talentos. O despertar da consciência da necessidade de inovação móveis especializadas. Ainda no âmbito da atuação do SESI, em agosto inaupor parte dos nossos associados está sendo demonstrado em momentos como o da superação de projetos apresen- guraremos o nosso Museu da Indústria, equipamento sintados para uso da totalidade dos recursos de um edital do gular que, por seu requinte tecnológico, se incluirá entre os programa Tecnova, da Secretaria de Ciência e Tecnologia mais modernos do mundo. do Ceará (Secitece), elaborados conjuntamente com o Como se vê, nossos próximos três meses de gestão SENAI, o IEL e o INDI. serão intensos na conclusão de muitos projetos relevanO SENAI vem ampliando a sua capacidade de formação tes para a nossa indústria e para o desenvolvimento do profissional e técnica, de atendimento de serviços técnicos e nosso estado. Maio de 2014 | RevistadaFIEC | 5 q u e Notas&Fatos a c o n t e c e n o S i s t e m a F IEC , n a P o l í t i c a e n a E c o n om i a Copa 2014 Dia do Trabalho Recicla Nordeste Ministro discute ganhos do Brasil Sistema FIEC comemora Sindverde realiza 4ª edição O Sistema FIEC, por meio do SESI, comemorou o Dia do Trabalhador em 4 de maio, das 8h às 17h, com atividades esportivas e recreativas no SESI Clube da Parceria, em Maracanaú. Os trabalhadores da indústria e seus familiares participaram de competições esportivas de natação, futsal e futebol society pela manhã. À tarde, ao som de música ao vivo, foi a vez de tênis de mesa, pebolim, dama humana e recreação aquática. No dia 1º, SENAI e SESI, em parceria com as secretarias estadual e municipal do Trabalho e Desenvolvimento Social, promoveram uma festa para homenagear o trabalhador cearense, com o tema Trabalho Decente. Por toda a manhã, das 8h às 12h, foram oferecidos serviços de saúde, terapêuticos, de beleza e de melhoria da qualidade de vida, de orientação, intermediação e formalização para o trabalho, além de muita diversão com shows e atrações musicais. O evento foi realizado ainda pela Superintendência do Trabalho e Emprego (SRT/CE), entidades do Sistema S (Sest e Senat), Sine/ IDT e sindicatos. A 4ª edição da Recicla Nordeste – Feira da Indústria da Reciclagem e Transformação, promovida pelo Sindverde, filiado à FIEC, foi realizada entre os dias 23 e 25 de abril, no Centro de Eventos do Ceará. A programação incluiu palestras e exposições para mostrar que a reciclagem pode ser um bom negócio. O evento reuniu produtos e serviços voltados para a indústria e o comércio de reciclagem e transformação. O objetivo principal foi potencializar os negócios da cadeia de reciclagem e transformação no Nordeste nos segmentos de sucata metálica, plástico, papel/papelão e geração de energia. A Dinâmica Eventos foi responsável pelo planejamento e execução da Recicla, que reuniu uma média de 50 marcas expositoras e 3 000 visitantes de todo o Brasil. O tema deste ano, Tecnologia e inovação no mercado de transformação, foi discutido no Seminário de Reciclagem, Transformação e Meio Ambiente. O evento teve o apoio da CNI, FIEC, governo federal, por meio da Casa Civil, e Sebrae. Foto: JOSÉ SOBRINHO O O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, a secretária extraordinária da Copa de Fortaleza, Patrícia Macedo, e o secretário especial da Copa no Ceará, Ferrúcio Feitosa, participaram no dia 6 de maio do seminário Diálogos Governo-Sociedade Civil – Copa 2014, promovido pelo governo federal, em parceria com os governos estadual e municipal. O principal objetivo foi esclarecer sobre os investimentos realizados para a realização da Copa 2014 no Brasil, o andamento das obras de infraestrutura e mobilidade urbana e dialogar com movimentos sociais. O Brasil ganha com a Copa, segundo o ministro Gilberto Carvalho. Trinta bilhões de reais é a projeção de renda adicionada ao Produto Interno Bruto (PIB) pelo evento a partir de estudos de impacto econômico da Copa das Confederações 2013, de acordo com a Fundação de Estudos e Pesquisas Econômicas (Fipe/USP) e o Ministério do Turismo. 6 | RevistadaFIEC | Maio de 2014 Agenda --------------------- Empresas e institutos privados de pesquisa com projetos inovadores têm até o dia 13 de junho para se inscrever no Inova Talentos e ganhar apoio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para tirar essas ideias do papel. As propostas serão analisadas por uma comissão nacional e as selecionadas vão receber incentivo financeiro. Mas, para isso, elas precisam apresentar uma contrapartida. O programa prevê investimentos de 56 milhões de reais até 2016 para atender às demandas em inovação. O foco dos projetos deve ser o aumento da competitividade, por meio de inovação de produtos e processos, organizacional, em marketing e modelo de negócios. A empresa também pode solicitar, durante a inscrição, a participação de até três bolsistas no desenvolvimento dos projetos. As empresas interessadas devem procurar o IEL/CE. Mais informações: (85) 3421 6508/ 3421 6526. CURTAS --------------------- P&D&I Aluno medalha de ouro é homenageado Embrapii apresenta primeiro edital Foto: JOSÉ SOBRINHO WorldSkills Americas Mauri Saraiva dos Santos, de 20 anos, aluno do Centro de Formação Profissional Waldyr Diogo de Siqueira, unidade do SENAI/CE na Barra do Ceará, foi homenageado no dia 5 de maio, durante reunião de diretoria plena da FIEC, por ter ganhado a medalha de ouro em Eletrônica no WorldSkills Americas, competição interamericana de profissões técnicas realizada em Bogotá, na Colômbia, entre 1º e 6 de abril. Mauri Santos competiu na área de eletrônica e fez intenso treinamento desde dezembro do ano passado no SENAI. Ele também foi medalha de bronze na modalidade Eletrônica Industrial na última Olimpíada do Conhecimento, em 2012. Atualmente, faz o curso Técnico em Eletrotécnica. A equipe brasileira que participou da WorldSkills Americas foi formada por 34 estudantes de cursos técnicos e de aprendizagem profissional. Nas provas, os estudantes executam tarefas do dia a dia do trabalho nas profissões que escolheram, seguindo padrões internacionais de qualidade. A Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial apresentou, no dia 30 de abril, na FIEC, o primeiro edital para a seleção de unidades. Para esta chamada, as instituições de pesquisa científica e tecnológica estão sendo convidadas a apresentar propostas de credenciamento em áreas de competências específicas, visando à execução de planos de ação de desenvolvimento tecnológico. Serão selecionadas dez unidades, com montantes de recursos previstos em 260 milhões de reais. Nesta chamada, as instituições credenciadas firmarão compromisso com a Embrapii por um período de seis anos para a contratação e execução de projetos de inovação. O edital está disponível no link http://www.embrapii.org.br/ chamada-publica. Guaiúba Polo químico será iniciado A pedra fundamental do Condomínio Industrial Químico do Ceará foi lançada no dia 10 de maio, no município de Guaiúba, integrante da região metropolitana de Fortaleza. O empreendimento irá reunir 24 empresas do setor, distribuídas em 32 lotes, e deverá gerar 1 600 empregos diretos a partir do próximo ano. Conforme o presidente do Sindiquímica/CE, Marcos Soares, a expectativa do setor é que pelo menos 70% a 80% da mão de obra empregada no local sejam de Guaiúba. A prefeitura deverá construir uma escola profissionalizante para capacitar os trabalhadores que atuarão no condomínio industrial. O empreendimento resulta de uma parceria entre prefeitura de Guaiúba, Sindiquímica, governo do estado e a empresa Fortsan do Brasil. Somados, os investimentos para viabilizar o condomínio industrial totalizam 100 milhões de reais. Para a construção do condomínio industrial, a prefeitura de Guaiúba ofereceu o terreno e a infraestrutura necessária. A área doada tem 45 hectares, divididos em lotes de 0,9 a 1,4 hectare. n O Edital SENAI SESI de Inovação traz duas novidades na edição deste ano. As inscrições, disponíveis desde 31 de março, poderão ser feitas durante todo o ano e startups também terão direito de participar. Os recursos chegam a 30,5 milhões de reais, sendo 20 milhões de reais para projetos do SENAI, 7,5 milhões de reais para projetos do SESI e 3 milhões de reais em bolsas de pesquisa em Desenvolvimento Tecnológico e Industrial (DTI) do CNPq. As avaliações de projetos serão trimestrais. Mais informações e inscrições: www.editaldeinovacao. com.br. n O Centro Internacional de Negócios (CIN/CE), da FIEC, realiza entre 9 e 12 de junho o curso Analista de Exportação. O conteúdo programático envolve tópicos como negociação com o comprador, aspectos administrativos, fiscais e cambiais e desembaraço aduaneiro. Aparecida Alves, especialista em Logística, Distribuição e Transportes, será a facilitadora. O investimento é de 300 reais para estudantes e 370 reais para profissionais. Pode ser parcelado no cartão de crédito. Mais informações: (85) 3421 5417 / 5418 / www.sfiec.org.br/cin. Maio de 2014 | RevistadaFIEC | 7 Dia da Indústria Roberto Macêdo: "Nós empresários devemos apoiar candidatos de ficha limpa, comprometidos com a agenda da indústria e o desenvolvimento do país” FIEC homenageia personalidades Durante a festa, Cid Ferreira Gomes, Francisco Demontiê Mendes Aragão e Valdelírio Pereira de Soares Filho receberam a Medalha do Mérito Industrial por sua contribuição à indústria do estado A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) realizou no dia 22 de maio, no La Maison Dunas, a tradicional festa alusiva ao Dia da Indústria, comemorado em 25 de maio. Na ocasião, homenageou com a Medalha do Mérito Industrial três personalidades que contribuíram para o desenvolvimento do setor industrial e para a economia do Ceará: o governador Cid Ferreira Gomes, Francisco Demontiê Mendes Aragão, do setor de pedras ornamentais, e o ex-presidente do Sindi- 8 | RevistadaFIEC | Maio de 2014 cato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais Elétricos do Ceará (Simec/CE), Valdelírio Pereira de Soares Filho, fundador da Microsol. Em seu discurso, o presidente da FIEC, Roberto Proença de Macêdo, apontou problemas estruturais do Brasil que impedem o crescimento acelerado, com destaque para as carências da infraestrutura, o recrudescimento da inflação e o aumento do custo Brasil, agravados com a retomada da alta dos juros. Os aspectos foram registrados pelo presidente na solenidade do ano passado e relembrados este ano para a constatação de que são recorrentes e atrasam o desenvolvimento. Diante dos problemas, ele sugeriu reagir como protagonistas no uso de oportunidades para enfrentá-los. Três eventos que ocorrerão no Ceará podem ser identificados como oportunidades a serem aproveitadas, sugeriu o líder da FIEC: a Copa do Mundo, o Encontro da VI Cúpula do Brics e as eleições para renovação dos mandatos legislativos e executivos nas esferas federal e estadual. “Além de oportunidade, é dever tirar, na condição de anfitriões, o melhor proveito da Copa”, disse Roberto Macêdo. Também de grande dimensão e visibilidade internacional será o Encontro da VI Cúpula do Brics, nos dias 15 e 16 de julho, em Fortaleza. A vertente empresarial será coordenada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com o apoio local da FIEC, por meio do Centro Internacional de Negócios (CIN/CE). Governantes e empresários da Rússia, Índia, China e África do Sul virão a Fortaleza para realizar o que Roberto Macêdo classificou como o “maior evento político-econômico da história do Ceará”, com a presença dos chefes de estado dos países-membro, que juntos formam mais de 25% da economia global. A reunião tem o propósito de intensificar o diálogo e a cooperação nos campos econômico, social e político. Além disso, será criado um banco com um fundo de 100 bilhões de dólares para financiar projetos de infraestrutura de interesse dos países membros do Brics. Para os empresários, afirmou Roberto Macêdo, será uma oportunidade privilegiada de participar ativamente das redes de negócio que serão criadas, estreitando relações com esse grande mercado. Em relação às eleições, o presidente da FIEC advertiu sobre o apoio a candidatos para mudar a situação em que se encontra o país, com uma série de escândalos sobre o mau uso dos recursos públicos: “Nós empresários devemos apoiar somente candidatos de ficha limpa, que sejam realmente comprometidos com a agenda da indústria e com o desenvolvimento do país”. O sistema político não atende ao potencial e à necessidade de desenvolvimento do Brasil, disse Roberto Macêdo, com excesso de partidos, outros de aluguel e falta de compromisso de grande parte dos eleitos para com os interesses da nação. O governador Cid Gomes discursou pelos Ano a ano, a FIEC tem feito seletivamente a escolha desses nomes. O governador Cid Gomes é um grande cearense, comprometido com o estado. Os outros agraciados são empresários com grande contribuição ao Ceará Roberto Cláudio, prefeito de Fortaleza medalhados. Além de ser motivo de orgulho, receber a Medalha do Mérito Industrial, para ele, “tem o condão de reforçar responsabilidades e compromissos com o Ceará e seu povo”. Ressaltou o dinamismo da indústria cearense atualmente, que tem sabido crescer, avantajar-se nos contextos regional e nacional, assumindo responsabilidades sociais e ambientais, gerando milhares de empregos, contribuindo para que o Ceará alcance um novo patamar de desenvolvimento. A indústria cearense apresentou, no primeiro trimestre deste ano, expansão de 1,2% na produção física, em comparação com igual período de 2013, obtendo, mais uma vez, resultado superior à média nacional, que foi de 0,4%. “Isto, reconheça-se, apesar de uma política econômica demasiado parcimoniosa em incentivos e de uma carga tributária que no Brasil, lamentavelmente, pesa cada vez mais sobre os ombros de quem produz.” Dentre os diversos setores que cresceram no período tiveram destaque a indústria de vestuário (20%); petróleo, derivados e álcool (16,5%); produtos de metal (9,1%); bebidas (9,1%) e alimentos (9%). “Estamos, sem dúvida, no caminho certo”, acredita Cid. As aspirações do governo do estado e do setor produtivo estão em consonância, demonstrou o governador, no sentido de elevar o nível de desenvolvimento socioeconômico, gerando mais oportunidades para todos. O desafio que guiou suas ações na atual gestão foi reverter a situação que julga “intolerável” para os cearenses, representada pelo fato de o Ceará ter 4% da população do país e representar apenas 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Segundo dados Maio de 2014 | RevistadaFIEC | 9 A solenidade congrega os associados e estimula o segmento. A FIEC é uma das maiores associações do nosso estado Francisco Freitas Cordeiro, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL) do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (INDI), organismo da FIEC, atualmente o Ceará representa 2,2% do PIB brasileiro, maior percentual desde 1965. O que tem sido realizado no estado em termos de investimentos é uma obra indestrutível, avaliou Cid Gomes, citando a ampliação do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP); criação do polo siderúrgico; construção do Centro de Eventos e aeroportos; abertura e alargamento de estradas; concretização do Cinturão das Águas, Cinturão Digital e parques eólicos; construção de policlínicas, unidades de pronto atendimento (UPAs) e centros de especialidades odontológicas, além de hospitais regionais e implantação de escolas de educação profissional. O prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, prestigiou a festa e comentou a escolha dos agraciados. “Ano a ano, a FIEC tem feito seletivamente a escolha desses nomes. O governador Cid Gomes é um grande cearense, comprometido com o estado e que vem transformando o sonho da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) e da siderúrgica em realidade. Os outros agraciados são empresários que contribuem para o crescimento da economia do Ceará”, reconheceu. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL), Francisco Freitas Cordeiro, exaltou a realização da festa pelo Dia da Indústria. “A ocasião congrega os associados e estimula o segmento. A FIEC é uma das maiores associações do nosso estado." Modernidade e inovação A busca pela competitividade sustentável da indústria cearense tem sido a base de 10 | RevistadaFIEC | Maio de 2014 atuação do Sistema FIEC, destacada por Roberto Macêdo durante a solenidade. O programa Indústria Viva, que objetiva integrar projetos e ações que contribuam para a promoção da competitividade, apresenta avanços importantes, como a implantação do segundo Polo Regional de Inovação, no dia 10 de junho, no Cariri. O primeiro já está estabelecido no Vale do Jaguaribe. O projeto Setores Portadores de Futuro, que aponta caminhos para a indústria cearense em um horizonte temporal de dez anos, lançou uma publicação que deve nortear o crescimento de setores estratégicos. Por meio do programa Uniempre, a aproximação das universidades e governos com as empresas está cada vez mais sólida, acredita o presidente. No âmbito deste programa, foi realizado o mapeamento do Ecossistema de Inovação do Ceará e formada a quinta turma do programa Apóstolos da Inovação, que reúne estudantes do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e de universidades locais com o objetivo de fixar talentos no estado. O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE) vem ampliando sua capacidade de formação profissional e técnica e de atendimento de serviços técnicos e tecnológicos. O presidente destacou a inauguração do Instituto SENAI de Tecnologia (IST) em Energias Renováveis, no campus da Universidade Estadual do Ceará (Uece), e a aquisição de dez unidades móveis. Em fase de conclusão estão o Centro Tecnológico da Cadeia Têxtil (CTCT), o Centro de Formação do Sindicato da Indústria da Construção do Ceará (Sinduscon/CE) e o Instituto SENAI de Tecnologia de Eletrometalmecânica. No Serviço Social da Indústria (SESI/CE), foram feitos investimentos superiores a 12 milhões de reais na modernização de unidades de atendimento, a exemplo da nova unidade de Referência em Saúde e Segurança do Trabalhador, em Maracanaú. Para atender à demanda dos novos parques industriais no interior do estado, o SESI/CE dispõe de 22 unidades móveis especializadas. ainda no âmbito de atuação do SESI, Roberto Macêdo anunciou que o Museu da Indústria, um dos mais modernos do mundo, será inaugurado em agosto. Em 22 de setembro, o presidente eleito, Beto Studart, assumirá o comando da instituição. Ausente da festa por estar viajando em família, enviou uma carta parabenizando os homenageados e cumprimentando os presentes. Medalha do Mérito Industrial Instituída pela FIEC em 1974, a comenda presta homenagem a empresários e personalidades com atuação marcante no impulso do desenvolvimento econômico do Ceará por meio de relevantes serviços prestados ao setor industrial cearense. Os nomes das personalidades agraciadas com a Medalha do Mérito Industrial foram aprovados pela diretoria plena da FIEC. Em 2013, os industriais Ana Lúcia Mota, da Cerbras, Waldyr Diogo de Siqueira Filho, da área da construção civil, que participou por vários anos da diretoria da FIEC, e, in memoriam, o empresário Flávio Barreto Parente, falecido em 28 de dezembro de 2012, receberam a comenda. Cid Ferreira Gomes Cid Gomes nasceu em Sobral, em 27 de abril de 1963. Filho de José Euclides Ferreira e de Maria José Santos Ferreira Gomes, convive com a política desde a infância. Cursou Engenharia Civil na Universidade Federal do Ceará (UFC) e presidiu o Centro Acadêmico. Em 1990, elegeu-se deputado estadual, tendo exercido o cargo de 1o secretário da Mesa Diretora. Quatro anos depois, reeleito, tornou-se, aos 32 anos, o mais jovem presidente da história da Assembleia Legislativa do Ceará. Cid teve atuação destacada à frente do Parlamento estadual, de onde saiu para disputar o cargo de prefeito de Sobral. Eleito com votação recorde, desenvolveu projetos nas áreas social, econômica e de infraestrutura. O excelente desempenho o credenciou à reeleição. Em 2006, elegeu-se governador e, em 2010, os cearenses o reconduziram ao cargo. À frente do governo do Ceará, Cid se destaca pelo espírito empreendedor. Francisco Demontiê Mendes Aragão Nascido em Sobral, Demontiê Aragão ingressou no Grupo M. Dias Branco como vendedor, onde posteriormente passou a ser supervisor, atendendo aos grandes clientes, supermercados e Companhia Brasileira de Alimentos (Cobal). Em 1977, aos 23 anos de idade, saiu do Grupo M. Dias Branco e fundou a Imarf Granitos, que iniciou com uma pequena marmoraria que comercializava os mármores e granitos vindos do Espírito Santo. Em 1982, fundou a Indústria de Mármores e Granitos (Inbrasma), em Sobral, e a Mineração Vale do Acaraú (Minevale), onde surgiu como pioneiro na extração de granitos no Norte e Nordeste, ambas voltadas para o mercado consumidor cearense. Em 1989, com o domínio do mercado nacional, fundou a Granos Granitos do Nordeste. Com o olhar inovador, foi também pioneiro na extração de limestone (pedra calcária), com a criação em 2002 da empresa Limestone do Brasil. O grupo empresarial comandado por Demontiê Aragão domina a maioria das grandes obras no Brasil e exterior, dentre elas o Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, com o granito Branco Ceará, e atual- mente a construção de 11 torres na cidade de Shangai, na China, com o limestone Mont Charmot. Em 2011, para ter mais agilidade e qualidade na entrega dos produtos, fundou a DM Transportes. Atualmente, o grupo emprega mão de obra direta de 700 funcionários. Para Demontiê, ser agraciado foi uma alegria. Ele ressaltou as conquistas do segmento de pedras ornamentais, que, apesar das dificuldades enfrentadas poucas décadas atrás, alcançou posição de destaque não só no país, mas no mundo. “É mais um incentivo para a indústria cearense e também para o setor no qual atuo, o de granito.” Valdelírio Pereira de Soares Filho Cearense do sertão de Crateús, Valdelírio Soares sempre foi um curioso e sua avidez por conhecimentos em energia encontrou estímulo na Escola Técnica Federal do Ceará, onde estudou. Iniciou as atividades profissionais por concurso, na Embratel, na área de comunicação de dados. Ali aprendeu a trabalhar com microprocessadores, chegando a liderar um departamento autônomo de P&D. Em 1982, fundou com o amigo José Vicente Borges a primeira indústria de tecnologia do Ceará, “Micros na Terra do Sol” – Microsol, empresa de assistência técnica e desenvolvimento de software. A Microsol chegou a ser a segunda maior indústria de condicionadores de energia do Brasil, com filiais em São Paulo e Salvador, empregando 700 colaboradores diretos. Em 2004, Valdelírio convida o fundo Nordeste Empreendedor a investir na companhia, assumindo 18% das ações. Em 2009, o Fundo e Valdelírio decidiram vender 100% da companhia para a APC/Schneider, multinacional francesa que deu seguimento ao legado da Microsol, continuando a investir no Ceará. Valdelírio permaneceu até dezembro de 2011 liderando a integração da Microsol à Schneider. Desde então, vem investindo no setor imobiliário, por meio da VS Realty, e no setor de varejo de combustíveis. Em 2012, fundou a sua nova paixão: Cieli di Toscana – operador turístico na Itália. Valdelírio disse que a homenagem é um estímulo na busca do crescimento empresarial: “É uma enorme alegria ter o reconhecimento dos colegas industriais, além de uma grande responsabilidade carregar essa comenda”. Maio de 2014 | RevistadaFIEC | 11 Flashes Roberto Macêdo e família Francisco Baltazar e Maria Conceição Baltazar, Livia Baltazar e Felipe Rabelo Frederico e Francisco Silveira ex-presidente da FIEC Lúcia Castro e Fred Hosanan Fred Fernandes, Júnior Osterno, Hebert Velho, Carlos Matos e José Dias Vasconcelos Carlos Prado e Ivens Dias Branco Kilvia e Marcos Montenegro Fernando Cirino e Tereza Cirino, Zena Targino e Claúdio Targino, Helena Diogo e Waldyr Diogo André Siqueira e Juliana Barroso Luciana Dummar, Roberto Macêdo e Tânia Macêdo e João Dummar Neto Freitas Cordeiro, Fernando Cirino e Pio Rodrigues 12 | RevistadaFIEC | Maio de 2014 Rejane e João Batista Fujita Maria Alciones e Marcus Venícius Pedro Medeiros e Roseane Medeiros, Márcia Pinheiro e Adilino Pinheiro Ciro Gomes, Roberto Macêdo, Maria José Gomes e Cid Gomes Roberto Macêdo e Cid Gomes Raimundo Bernado Neto, Imaculada Silva, Cid Gomes, Maria Célia e Matheus Luiz Mandes, Carlos Girão, Leonardo Girão, Carlos Fujita, Ciro Gomes e Carlos Ferrentini Expedito Borges e Domingos Filho Mário Peneretti e Selma Peneretti, Camilo Santana e Onélia Santana Nadja Parente, Cid Gomes e Jorge Parente Tomaz Rocha, Rafael Fujita, Liana Rocha, Cid Gomes e Carlos Fujita Isabel e Alexandre Pereira Zezinho Albuquerque e Antonio Balhmann Livia Gomes e Jorge Albuquerque Roberto Ramos, Cid Gomes, Fernando Ibiapina e Jocely Dantas João Batista Fujita e Cid Gomes Danilo Serpa e Roberto Cláudio Maio de 2014 | RevistadaFIEC | 13 Flashes Edição de fotos: Giovanni Santos Mendes Aragão e família Mendes Aragão e convidados Socorro França e Assis Machado Márcio Aragão, Humberto Fontenele e Darlan Aragão Roberto Cláudio e Mendes Aragão Mauro Benevides e Mauro Filho Elias Carmo, Mônica Aguiar e Sérgio Aguiar e Marcos Albuquerque Hélio Perdigão e Verônica Perdigão e Artur Bruno Walter Cavalcante, Camilo Santana e João Batista Fujita 14 | RevistadaFIEC | Maio de 2014 Pio Rolim e Felipe Gurgel Nívea Aragão, Gustavo Serpa e Mendes Aragão Marcos Albuquerque, Carlos Rubens e Cid Gomes Verônica Barros, Arnon Bezerra e Helena Demes Mendes Aragão e Adriano Borges Adail Junior, Tin Gomes, Roberto Cláudio e Fernando Cirino José Pimentel, Raimundo Gomes de Matos e Inácio Arruda Beat Suhner e Vânia Suhner Cid Gomes e Mendes Aragão Ferrúcio Feitosa, Zezinho Albuquerque, Honório Pinheiro e Freitas Cordeiro Aureliano Cavalcante e Luciana Soares,Valdelírio Soares e Lúcia Soares Waldyr Diogo, Cláudio Targino, Valdelírio Soares e Maurício Targino Francisco Brandão, Valdelírio Soares e Ednilton Soarez Mário Bravo, Carlos Prado, Valdelírio Soares e Eduardo Bezerra Mônica e Paulo Studart Zezinho Albuquerque e Valdelírio Soares Edgar Gadelha e Valdelírio Soares Valdelírio Soares e família Álvaro e Eneida Correia Fernando Nunes, Gorete Pereira, Carlúcio Pereira e Francisco Magalhães Pedro Alfredo, Chico Esteves e Eulálio Costa Mendes Aragão, Fernando Cirino e Valdelírio Soares Felipe Gurgel, Otilio Ferreira e Marcelo Quinderé Eliane Brasil e Euvaldo Bringel Wânia Dummar e Anya Ribeiro Eliane e Jurandir Picanço Maio de 2014 | RevistadaFIEC | 15 Meio ambiente A parceria foi apresentada pelo diretor financeiro adjunto da FIEC e vice-presidente da Associação Caatinga, Edgar Gadelha, que ressaltou a necessidade e a importância da assessoria para a Federação Parceria pela sustentabilidade FIEC e Associação Caatinga firmaram parceria de assessoria técnica ambiental para casas do Sistema e sindicatos associados A Associação Caatinga e o Sistema FIEC, por meio do Serviço Social da Indústria (SESI/CE) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE), firmaram uma parceria para prestar assessoria técnica ambiental à Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) e aos sindicatos associados. O anúncio foi feito durante a 13ª Reunião do Conselho Temático de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Coema) da Confederação Nacional da Indústria (CNI), regional Nordeste, realizada na FIEC em 24 de abril. A parceria foi apresentada pelo diretor financeiro adjunto da FIEC e vice-presidente da Associação Caatinga, Edgar Gadelha, que ressaltou a necessidade e a importância da assessoria para a Federação. Ele lembrou que projetos de leis são discutidos em Brasília, eventos acontecem e ações 16 | RevistadaFIEC | Maio de 2014 são deliberadas sem que os empresários cearenses, classe diretamente envolvida, saibam o que está se passando. Segundo ele, muitas vezes, só ficam sabendo após a surpresa de uma multa por desacordo a determinada decisão dos órgãos ambientais reguladores. Edgar disse que a CNI tem uma agenda de meio ambiente e sustentabilidade organizada, sustentada por redes, que funciona como fórum e organização empresarial para esses temas. A Rede Clima discute metas de redução de gases do efeito estufa (GEE), acordos internacionais, protocolos e acordos entre ministérios da República. A Rede Biodiversidade e Floresta discute o acesso ao patrimônio genético e conhecimento tradicional adquirido, código florestal, cadastro ambiental rural e pagamento por serviços ambientais (PSA). A Rede Água e Energia discute Foto: giovanni santos marcos regulatórios e leis como a de recursos hídricos. A Rede de Resíduos Sólidos se dedica a discutir logística reversa e o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), dentre outros temas. Existem ainda diversas redes focadas em assuntos específicos. Os licenciamentos ambientais e a necessidade por inovação nessa área também são assuntos discutidos. A assessoria técnica foi pensada para trazer para perto do empresário cearense esses temas. “Precisamos internalizar tudo isso na federação e passar aos sindicatos para que a informação chegue na ponta, na empresa”, afirmou Edgar. Ela auxiliará o Sistema FIEC na implantação transversal da agenda ambiental nacional da indústria, fomentando a discussão de temas estratégicos localmente, além de promover a disseminação de informações ambientais nos industriais. Um dos pontos destacados por Edgar foi a possibilidade de a FIEC adquirir experiência na formatação de projetos para captação de recursos em órgãos ambientais e ministérios. “A Associação Caatinga entende muito bem disso porque sobrevive assim, captando recursos. Queremos internalizar isso também no Sistema FIEC.” Também está no escopo da parceria o assessoramento na identificação de oportunidades para a atuação das indústrias do Ceará na área ambiental, levantando nas instituições que compõem o Sistema FIEC e sindicatos associados as demandas e prioridades na área ambiental e de sustentabilidade. Mais: a Associação Caatinga deverá auxiliar a FIEC na participação da instituição no Coema nacional e regional e nas redes. Também deverá apoiar a sistematização de documentos, legislação e acordos pertinentes aos temas ambientais estratégicos da indústria. Experiência e instituições interessadas na conservação da biodiversidade da Caatinga, num espectro que abrange universidades, órgãos técnicos e de financiamento, proprietários rurais e agricultores familiares, empresários, organizações do terceiro setor e instituições governamentais. Com equipe formada por biólogos, geógrafos, engenheiros agrônomos, engenheiros florestais e juristas, com mestrados e especializações, a Associação Caatinga colocará à disposição do Sistema FIEC e sindicatos sua experiência em criação e gestão de áreas protegidas, elaboração de marcos legais ambientais, produção de mudas e restauração de áreas degradadas, recuperação de nascentes, mudanças climáticas, sequestro de carbono, emissão evitada de carbono, produção de materiais técnico-científicos sobre temas ambientais, produção de materiais didáticos na área ambiental, capacitação na área de tecnologias sustentáveis, capacitação na área de educação ambiental, elaboração e gestão de projetos ambientais e de sustentabilidade, planejamento estratégico de instituições do terceiro setor, elaboração e execução de estratégias de conservação e assessoria técnica para reposição florestal. A relação da FIEC com a instituição já rendeu frutos. A federação tem apoiado projetos como o No Clima da Caatinga; a divulgação da campanha do tatu-bola para mascote da Copa 2014; a realização da Semana da Caatinga; a edição do livro Caatinga, um novo olhar; e a campanha para inserção da Caatinga e do Serrado na constituição como patrimônio nacional. Cerca de 90 educadores do SESI foram capacitados em oficinas ambientais, com material didático incluso. Associação Caatinga promove a conservação do bioma Caatinga A Associação Caatinga, criada em Fortaleza, em 1998, é uma entidade não governamental, sem fins lucrativos. Tem a missão de promover a conservação das terras, florestas e águas do bioma Caatinga para garantir a permanência de todas as suas formas de vida. Desenvolve projetos para a criação e gestão de áreas protegidas e fomenta a pesquisa, a educação ambiental e o desenvolvimento sustentável. Sempre em busca de parceiros, a Associação potencializa a mobilização de pessoas Maio de 2014 | RevistadaFIEC | 17 Foto: giovanni santos Ação Global em Aquiraz Casamento coletivo emociona 20a edição promoveu 50 672 atendimentos a 16 781 pessoas. Ofertou mais de 40 serviços gratuitos, além de ter proporcionado a 67 casais realizarem o sonho do casamento civil S uely de Sousa conheceu Adriano de Carvalho quando ainda tinha 11 anos, em Caponga da Bernarda, distrito de Aquiraz. Aos 15, teve o primeiro dos dois filhos com ele, e, desde então, passaram a viver juntos. Suely e o parceiro sempre acalentaram o sonho de oficializar a relação, mas a concretização só foi possível 25 anos depois, graças ao casamento coletivo proporcionado pelo programa Ação Global realizado no dia 26 de abril em Aquiraz, na região metropolitana de Fortaleza. Assim como Suely e Adriano, outros 66 casais oficializaram suas relações, muitas já amadurecidas pelo tempo, tendo como testemunhas os próprios filhos. O ato, presidido pelo juiz de paz José Wilson de Abreu, do cartório Queiroz, reuniu autoridades 18 | RevistadaFIEC | Maio de 2014 municipais e gestores do Serviço Social da Indústria (SESI/CE), e foi um dos mais emocionantes já levados a efeito pelo evento, uma parceria do SESI e a Globo, com apoio da TV Verdes Mares, que este ano promoveu 50 672 atendimentos para 16 781 pessoas. Além do espaço belamente decorado para o casamento coletivo, localizado na Casa do Saber, os noivos tiveram direito a brindes surpresas, como o sorteio de cinco luas de mel nos hotéis Marina Park, Holiday Inn, Bristol, Confort e Spázio. Para Suely e Adriano, também agraciados com uma das diárias, o casamento foi uma bênção que jamais esquecerão. Este ano também será especial para os dois, pois o primeiro filho do casal, Adriano Benício, já casado, está com a esposa grávida. Feliz com a oficialização dos pais, ele ressalta que, junto com a irmã, Adriele, Adriano e Suely realizaram no Ação Global, com outros 66 casais, a concretização do sonho de oficializar uma relação que já dura 25 anos aliança de compromisso que deve durar até a morte: “É uma visão de futuro, de amor, cumplicidade, de envelhecer juntos”. Para ela, quando isso se concretiza, as pessoas estão também de certa forma contribuindo para que se tenha uma sociedade mais justa e harmoniosa. De acordo com o prefeito de Aquiraz, Antônio Guimarães, a relação entre um homem e uma mulher se dá principalmente mediante o companheirismo, querendo para o parceiro o mesmo que se deseja para si. O gestor municipal disse ainda que, se em casa cabe ao casal cuidar para que nada falte aos seus, é papel da prefeitura proporcionar bem-estar às famílias, oferecendo serviços de qualidade. Guimarães, nesse sentido, afirmou que tem procurado cumprir o que prometeu durante sua campanha, nas áreas de saúde e educação, dentre outras, esquecendo desavenças políticas: “Fui eleito para ser o prefeito de todos, e não apenas de alguns”. Mapeamento da cultura O sempre viram os dois alimentando esse sonho. Para o superintendente regional do SESI/CE, Francisco das Chagas Magalhães, é importante entender o casamento não apenas em relação ao casal, mas extensivo aos familiares. Magalhães disse que o ato representa a oficialização de um sonho, mas também a percepção de que a união entre um homem e uma mulher é antes de tudo o exercício de perdoar e pedir perdão. Segundo a gerente de qualidade de vida do SESI, Kassandra Moraes, o casamento é uma espaço escolhido para a realização do programa Ação Global não poderia ter sido mais apropriado. Na Praça da Matriz, onde o aspecto da arborização é um dos destaques, foi possível aproveitar a brisa do local. Ali também foi montado um amplo palco para apresentações artísticas. Das 8h às 17h, foram 15 atrações mostrando um pouco dos talentos da terra, como sanfoneiros, grupos de dança e de capoeira, dentre outros. A abertura coube ao próprio secretário de Cultura de Aquiraz, o sanfoneiro Rodolf Forte, e à banda de música municipal. De acordo com a coordenadora de patrimônio de Aquiraz, Karol Paiva, a seleção das apresentações, que ficou a cargo do município, levou em conta os artistas da própria cidade, como incentivo para que possam ocupar os espaços disponíveis para mostrar sua arte. Segundo Karol, desde que a atual gestão municipal assumiu, em janeiro do ano passado, a Secretaria de Cultura deu início a um inventário de manifestações artísticas para elaborar um mapeamento Foto: JOSÉ SOBRINHO atualizado do patrimônio artístico-cultural que Aquiraz possui: “Esse diagnóstico visa oferecer a possibilidade de se ampliarem espaços aos grupos e artistas já existentes, bem como passar a ter novos. Pretendemos criar um calendário permanente para difundir nossas manifestações artísticas”. Maio de 2014 | RevistadaFIEC | 19 Foto: giovanni santos Consórcio de responsabilidade social E mpresas participantes do Consórcio de Responsabilidade Social Empresarial coordenado pelo SESI se fizeram presentes ao Ação Global com a promoção de atividades lúdicas. Cagece, Esmaltec, Cobap, Gerdau, Cerbras, Hidracor e Naturágua promoveram atividades como oficinas de tetra pack, teatro de mamulengos, jogo de coleta seletiva, arte em papel, oficina de balões decorativos, bricolagem e contação de histórias, dentre outras. Desde 2007, o SESI/CE promove ações de Foto: giovanni santos mobilização para orientar, apoiar e capacitar as indústrias a uma gestão sustentável. A criação e o desenvolvimento de uma tecnologia social, ensejando rede de caráter inovador, são os objetivos dos consórcios empresariais. Neles, as empresas participantes criarão, atuando conjuntamente, nova imagem e cultura comportamental, provocando novas chances de vida social e novos horizontes para os habitantes das suas respectivas comunidades. Soro caseiro e vacinação contra a gripe D iagnóstico e encaminhamento sobre como proceder para evitar a desnutrição infantil. Este foi um dos serviços oferecidos pela Pastoral da Criança durante o Ação Global. Na tenda do serviço, a criança passava por uma avaliação de peso e tamanho, e depois recebia orientações, como, por exemplo, utilizar o soro caseiro. Outra atividade na área da saúde oferecida por ocasião do evento foi a vacinação contra a gripe. Os serviços de saúde foram um dos mais procurados durante todo o dia. Ao todo, 14 492 atendimentos foram prestados nos mais variados campos, como atendimento ambulatorial, auxílio diagnóstico, consultas em clínica médica, cardiologia, pediatria, ginecologia, oftalmologia e otorrinolaringologia, além de diversos exames. Vacinação contra a gripe Aprendizagem a alunos parceiros A aluna do quarto ano de Direito da Faculdade Nordeste (Fanor), Fabíola Guedes, que participa pela segunda vez do Ação Global, disse que o evento ajuda a vivenciar de perto o aprendizado visto em sala de aula, além de ser uma oportunidade de ajudar o próximo: “Aqui temos casos reais. Pessoas com problemas que podem ser resolvidos, muitas vezes, com uma simples orientação, mas que não têm acesso a um advogado por serem carentes. Sob a supervisão de professor, esse contato direto com o público nos desperta a estudar, ainda mais, certas áreas que ainda não dominamos”. 20 | RevistadaFIEC | Maio de 2014 O professor do curso de Direito da faculdade, Roberto Linhares, destacou a função social do evento e sua importância na formação humana e técnica do estudante: “O contato estreito com as necessidades do público faz com que os alunos interajam e queiram aprender sobre temas com os quais ainda não estão familiarizados. Neste evento, por exemplo, as maiores demandas foram questões trabalhistas, previdenciárias e relacionadas à pensão alimentícia. Os alunos que passaram por aqui perceberam o quanto estão bons, como também suas deficiências nessas áreas. Isso acaba sendo um estímulo a mais nos Foto: JOSÉ SOBRINHO Monick Barreto orienta contra o câncer de mama seus estudos”. A Faculdade Cearense (FAC), que participa pelo quinto ano consecutivo, também aposta na interação de seus alunos com o público do evento como forma de complementar o aprendizado. Desta vez, a instituição trouxe 14 alunos do curso de Serviço Social, que atuaram por meio de minicursos de maquiagem e manicure, além orientações em DST/AIDS. “A FAC é integrante do Programa Formação Cidadã, do FIRESO, e entendemos a importância de a instituição levar seus alunos a trocar experiência com a sociedade. E o Ação Global tem oferecido essa oportunidade para nossos alunos e professores”, afirmou o psicólogo Thiago Oliveira, coordenador da área de Recursos Humanos da FAC. Interação com o público e aprendizado extraclasse também estavam nos planos dos mais de 30 alunos da Faculdade da Grande Fortaleza que participaram por meio de várias atividades, dentre elas, orientação contra o câncer de mama, alimentação saudável, DST/AIDS, contação de histórias e dicas para evitar a dengue. Monick Barreto, do quarto semestre do curso de Enfermagem, estava empolgada diante do desafio de orientar as mulheres quanto aos benefícios do diagnóstico precoce da doença que mata milhares de mulheres no Brasil todos os anos. “Aqui no Ação Global ensinamos ações simples que aprendemos em sala de aula, mas que podem salvar vidas, como os 12 sintomas que não podem ser ignorados. Dentre eles mamas mais duras que o normal, presença de um sulco na mama, pequenas feridas na pele, vermelhidão ou ardor na mama, afundamento do mamilo e assimetria.” Dia de tirar documentos D ia de Ação Global é dia de acordar cedo para aproveitar os benefícios das dezenas de serviços gratuitos. Dentre os mais procurados, a retirada de documentos. Para alguns, a regularização proporcionada por uma certidão oficial era um sonho antigo. É o caso do pedreiro Francisco Leandro da Silva, 28 anos, e pai de três filhas, que deu entrada, pela primeira vez, na carteira de trabalho. Segundo ele, que atua de forma autônoma, e por isso já perdeu alguns trabalhos, foi preciso sair cedo de casa, já que mora a 20 quilômetros do evento, mas valeu a pena. “Agora ampliarei meus horizontes e não vou desperdiçar outros serviços por não ter a papelada.” Os agricultores Lauro Xavier Assunção, 66 anos, e Pedro Carvalho dos Santos, 68, também saíram felizes do Ação Global depois de darem entrada na documentação para a aquisição do passe livre do idoso. Seu Lauro conta que veio com a filha mais nova porque não sabe “andar sozinho na cidade”, mas agora pretende desfrutar os benefícios do documento: “Sou homem criado no campo. Minhas viagens são a cavalo. Depois que o meu passe chegar, vou criar coragem e viajar por vários lugares. Quero aproveitar a vida viajando, nem que seja apenas Foto: JOSÉ SOBRINHO para ir à casa dos meus nove filhos”. No Ação Global, todas as idades são bem-vindas e desfrutam dos mesmos benefícios. Douglas Adriano, residente do distrito de Barro Preto, a cerca de 15 quilômetros do Centro de Aquiraz, aprendeu que responsabilidade social é para todos, independente da idade. Com apenas 14 anos, o caçula de uma família de seis irmãos retirou sua primeira carteira de identidade e disse que já se sente “mais adulto”. “Valeu o sacrifício de acordar às 6h da manhã. Agora vou tirar o título de eleitor e o CPF, documentos que todos precisam ter.” Lauro Xavier Assunção tirou o passe livre do idoso Maio de 2014 | RevistadaFIEC | 21 Cuidando da saúde A dona de casa Rosângela dos Santos Inácio, 33 anos, acordou cedo e viajou cerca de dez quilômetros de ônibus, desde a Prainha, para trazer suas duas filhas, Júlia do Santos, de apenas dois meses, e Estefânia Santos, de dez anos, para se consultar com médico pediatra. Ela diz que as meninas apresentam sintomas de gripe, além de vermelhidão nos olhos. “No distrito onde moro não tem posto de saúde e, quando a gente precisa, tem de pegar longas filas para conseguir uma consulta. Muitas vezes, para vários dias depois. Aqui, em menos de uma hora, consultei as duas. Graças a Deus a médica me disse que não era nada grave”. Francisco Norões Oliveira, 73 anos, aproveitou a oportunidade e foi ao oftalmologista do Ação Global a fim de solicitar uma receita para a compra de óculos. Ela conta que fez uma cirurgia de catarata há 30 dias, mas ainda não pegou a guia para adquirir o aparelho. “Não comprei os óculos porque não pude mais voltar a Fortaleza, onde fiz a cirurgia. Fiquei sabendo do evento ontem à tarde e resolvi vir. Moro aqui pertinho e em menos de duas horas fiz uma avaliação da operação com o doutor e retirei a receita.” O comerciante José Faustino Brito, 66 anos, chegou ao Ação Global se queixando de dores de cabeça e na “parte de trás dos olhos”. Segundo ele, provavelmente causadas por algum problema de visão. “Ontem à noite as dores aumentaram e os olhos começaram a lacrimejar. Estava disposto a Foto: JOSÉ SOBRINHO Rosângela dos Santos aproveitou para trazer suas filhas pagar um médico particular, mas minhas filhas me avisaram do evento. Cheguei cedo e fui atendido em pouco mais de duas horas, pois a procura era grande. O médico disse que eu precisava fazer uma série de exames, mas, aparentemente, não era nada grave. Estou mais tranquilo agora”, disse aliviado. Apesar da pouca idade, as irmãs Júlia Miranda Santos, de oito anos, e Natália Santos, de dez anos, aprenderam desde cedo que é preciso cuidar bem dos dentes para conservá-los fortes e sem cárie. Durante o Ação Global, as duas entraram na fila da aplicação de flúor e brincaram com os aparelhos presentes na sala. Foto: giovanni santos Beleza e higiene A ção Global é também momento para o embelezamento e a higine pessoal. Por meio da Associação dos Cabeleireiros e do Instituto Embeleze, 2 297 pessoas foram atendidas por serviços como corte de cabelo, manicure, pedicure e design de sobrancelha. Além da parte prática, os usuários receberam orientação a respeito de hábitos de higiene pessoal. Cidadã Maria Valdeneide, que mora em São Paulo e está passando as férias em Aquiraz, aproveitou o Ação Global para utilizar cinco serviços, desde a área da saúde a documentação. Ela fez questão de acompanhar uma parte do casamento coletivo. “O que vocês fizeram aqui hoje é digno dos mais sinceros elogios. Apesar de estar morando fora, sou filha de Aquiraz e sei das dificuldades desse povo.” Foto: giovanni santos 22 | RevistadaFIEC | Maio de 2014 Números do Ação Global A 20a edição do programa Ação Global promoveu 50 672 atendimentos a 16 781 pessoas. O evento, que este ano teve como tema A importância da mulher na qualidade de vida da família, ofertou mais de 40 serviços gratuitos à população, além de ter proporcionado a 67 casais realizarem o sonho do casamento civil. Os serviços de saúde, com 14 492 atendimentos, foram os mais procurados, tendo sido prestados nos mais variados campos, como atendimento ambulatorial, auxílio diagnóstico, consultas em clínica médica, cardiologia, pediatria, ginecologia, oftalmologia e otorrinolaringologia, além de diversos exames. Ainda como parte das atividades na área de saúde, ocorreu a vacinação contra a gripe e foram prestadas orientações sobre prevenção e hábitos alimentares e de higiene. Em relação aos serviços de cidadania, foram contabilizados 1 820 atendimentos, com registros de nascimento, emissão de carteira de identidade, carteira de trabalho, CPF, serviços bancários e orientações trabalhistas e jurídicas, dentre outros. Na área de lazer, participaram 10 665 pessoas, em eventos culturais e ações de promoção social. Também foram prestados serviços educacionais nas áreas de orientação profissional e de educação básica e de geração de emprego e renda. O presidente da FIEC e diretor regional do SESI, Roberto Proença de Macêdo, mostrou-se impressionado com a adesão da população aos serviços prestados e feliz com a realização do Ação Global em Aquiraz. Ele percorreu a praça da Igreja São José de Ribamar (Matriz) e a Escola Municipal de Ensino Fundamental Laís Sidrim Targino, onde estavam dispostos os atendimentos, e conversou com os voluntários e usuários. Na saudação oficial na abertura do evento, em palco montado ao lado da praça, destacou a colaboração dos voluntários (980) e dos parceiros que proporcionaram os serviços. Para ele, isso era uma prova de que ainda é possível acreditar no desprendimento das pessoas em prol dos mais necessitados. Engenheiros e técnicos Profissionais da inovação Engenheiros e técnicos são vitais para o futuro da indústria moderna e inovadora que o Brasil precisa para ter competitividade e crescer Camila Gadelha A penas 42% dos engenheiros brasileiros atuam na área em que se formam. O percentual é resultado da análise feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com base em estatísticas do Ministério da Educação (MEC) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento da CNI aponta que, de 680 526 engenheiros empregados, apenas 286 302 (42%) trabalham na área – a maioria na região Sudeste. Dos que se ocupam em engenharia, 153 341 (54%) estão no setor industrial. Engenheiros qualificados são motores de processos inovadores e sem inovação não há competitividade. Por isso, os dados preocupam o setor produtivo. O diretor de Educação e Tecnologia da CNI, Rafael Lucchesi, aponta que uma das causas pode ser a falta de experiência dos recém-formados, já que a indústria que investe em inovação requer profissionais prontos, com visão de mercado, habilidade de gestão, de trabalho em equipe, aplicação de leis e normas técnicas e domínio de idiomas estrangeiros, principalmente o inglês. Segundo ele, os estudantes saem das universidades brasileiras com excesso de teoria e falta de prática. Sem isso, não estão prontos para a indústria e buscam outros setores. A CNI defende a mudança nos cursos de engenharia. Uma das sugestões é 24 | RevistadaFIEC | Maio de 2014 a inclusão de disciplinas no currículo de experiências práticas para que haja uma aderência do ensino às demandas da indústria. Na Alemanha, por exemplo, país referência em inovação, a formação de engenheiros é baseada em know-how prático, voltada para a aplicação industrial. Apesar do baixo percentual de profissionais na indústria, o Brasil não corre o risco da total falta de mão de obra de engenharia. Esta é a conclusão de um artigo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado no final do ano passado, de autoria dos pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) Mário Sérgio Salerno, Leonardo Melo Lins, Bruno César Pino Oliveira de Araújo, Leonardo Augusto Vasconcelos Gomes, Demétrio Toledo e Paulo Meyer Nascimento. Segundo eles, apesar de estar abaixo O levantamento da CNI aponta que, de 680 526 engenheiros empregados, apenas 286 302 (42%) trabalham na área – a maioria na região Sudeste. Dos que se ocupam em engenharia, 153 341 (54%) estão no setor industrial de outras profissões, o número de engenheiros exercendo a atividade tem crescido desde os anos 2000 e a tendência é aumentar ainda mais no curto e médio prazo com a graduação de novos profissionais. Um cenário econômico favorável torna a carreira atrativa, explicam, mas se a economia não for bem, a carreira perde fôlego. O dados analisados mostram que o percentual de engenheiros exercendo ocupações típicas era 29% em 2000 e foi crescendo ano a ano. A tendência é seguida pelo mercado de trabalho. As vagas para engenheiros cresceram 85% em dez anos. Os engenheiros trabalham menos no setor em que se formam do que outras profissões, como, por exemplo, os médicos, citados no estudo com 80% de atuação na área. Explicam os autores que, por volta de 2005, com a valorização salarial e a divulgação da falta de profissionais, aumentou a procura pelos cursos. As instituições públicas e privadas começaram a ofertar muitas vagas e os alunos responderam. Em 2012, eles procuraram mais engenharia que direito, pela primeira vez na história. No longo prazo, existe a preocupação de que, caso haja um enfraquecimento da economia, é possível que ocorra também a fuga desses profissionais e a carência poderá ser um problema. Maio de 2014 | RevistadaFIEC | 25 Baixa participação Conforme a pesquisa, os profissionais de ciência, tecnologia, engenharias e matemática (CTEM) são vistos como a força básica por trás da competitividade internacional, da inovação e do crescimento da produtividade da economia. A opinião é compartilhada pelo gerente da Unidade de Inovação e Tecnologia do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/ CE), Alysson Amorim. Para ele, o momento é de fazer um esforço em todo o Brasil no sentido de criar uma indústria forte, alicerçada na alta produtividade, qualidade de produtos e capacidade de inovar. Num mercado exigente e competitivo, para se alcançar a incorporação de tecnologia e novidades nos processos produtivos, é preciso recurso humano qualificado. Os motivos para a baixa participação de engenheiros na indústria, diz Alysson, passam pela formação. Além disso, são imprescindíveis uma especialização e a capacidade de transformar a teoria universitária em prática aplicável na indústria. Ou seja, a necessária melhoria da relação universidade-empresa. “Outro ponto que contribui para a fuga dos profissionais é a remuneração”, acredita o gestor. Atualmente, as empresas brasileiras têm margem de lucro mui- to menores do que as de países desenvolvidos porque inova pouco e, em muitos casos, importa tecnologias de outros países. “As inovadoras lucram mais e dispõem de recursos para investir e retroalimentar o sistema da inovação com máquinas, modernização de processos e pessoal”, diz Alysson. O engenheiro, por sua habilidade com números e gestão, torna-se diferenciado e atrativo para outros mercados. De acordo com a pesquisa do Ipea, este profissional é muito requisitado, por exemplo, no mercado financeiro em atividades de ensino e em gestão de políticas públicas. Essa realidade é natural, coloca o estudo, já que a formação permite desempenhar atividades de gestão e tantas mais não necessariamente associadas a competências técnicas específicas. Outro artigo do Ipea, de autoria de Aguinaldo Nogueira Maciente e Paulo A. Meyer M. Nascimento, mostra que a expectativa é que, até 2020, o mercado formal apresente demanda entre 600 000 e 1,5 milhão de engenheiros. O Brasil apresenta metade da média do número de matrículas em cursos de engenharia dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). São 44,5 matrículas para cada 10 000 habitantes no Brasil, enquanto nos países da OCDE a média é de 78,5. Mão de obra prática M ãos hábeis aliadas ao raciocínio apurado também fazem o desenvolvimento acontecer. É o caso dos técnicos e tecnólogos formados em cursos profissionalizantes. Esta mão de obra é cada vez mais necessária na indústria moderna, que tem os dois pés no século 21. A ideia da formação profissionalizante vem vingando no Brasil, sob o impulso dessa indústria. As novas tecnologias implantadas nas fábricas estão levando à queda da contraposição entre ensino superior e ensino técnico, como se o primeiro fosse o único caminho para a ascensão social. Mas não é bem assim. Muitos jovens não se interessam por uma graduação convencional, ou podem fazer as duas coisas. Este é o caso de Alysson Amorim, que faz questão de citar seu exemplo para ilustrar o benefício da formação técnica em sua carreira: “A formação técnica é fundamental para as indústrias, que demandam profissionais atuando em atividades operacionais. 26 | RevistadaFIEC | Maio de 2014 Ela possibilita um profissional mais completo, com o conhecimento teórico e experiência operacional, o que lhe permite dar praticidade ao conhecimento, transformá-lo em produto”. O Brasil é um país com muito conhecimento, mas pouco prático, segundo ele. Como técnico, Alysson pôde vivenciar conteúdos na universidade de engenharia e entender melhor a teoria porque sabia como era aplicada no processo de fabricação e transformação de materiais. “A formação técnica também ajuda a formar engenheiros mais bem preparados para atender às necessidades das empresas num horizonte de alta produtividade e capacidade de inovar.” No mundo inteiro, estudos que percorrem a trilha prática são comuns. A qualidade do ensino universitário no Brasil também coloca em cheque a escolha dos estudantes. Muitos cursos são de baixa qualidade e formam profissionais que não conseguem se encaixar no mercado. A carreira técnica, Foto: giovanni santos assim, começa a ganhar espaço e preencher lacunas na indústria moderna. Não só o diploma universitário possibilita isso aos jovens. É preciso visão de futuro e esforço pessoal para executar as complexas tarefas dos processos industriais. Muitos têm experiência em setores raros, tornando-se bastante requisitados. De acordo com estudo do SENAI Nacional, as áreas que têm impulsionado o Produto Interno Bruto (PIB) são as que mais precisam de técnicos: petroquímica, metalmecânica e eletromecânica. A média salarial nessas áreas já passa a das carreiras de nível superior como um todo, com 6 300 reais na petroquímica. Levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostra que, para cada ano de estudo, os técnicos somam 14% ao salário. Quem segue por mais dois anos e se forma tecnólogo, aumenta em 24% o salário. Os universitários adicionam 21% para cada ano na faculdade. 72% dos técnicos e tecnólogos, segundo a FGV, se formam com emprego certo. Procura acanhada A procura pelas escolas técnicas no Brasil vem aumentando, mas, mesmo com esse futuro promissor, ainda é acanhada. Nos últimos dez anos, o número de alunos saltou 74%, e, na faixa dos 15 aos 19 anos, apenas 9% dos alunos estão no ensino técnico. Na Alemanha, o número é de 53%. No Brasil, o ensino técnico é tido como opção para quem não tem muito futuro, ao contrário da Europa, onde, desde os tempos medievais, os aprendizes já aprendiam com os mestres artesãos técnicas de forja, construção, tecelagem e outras ocupações. Há uma visão míope do trabalho na indústria, analisa Alysson Amorim. O ambiente é associado a trabalho mecanicista, de apertar botão, sujar-se de graxa e trocar peças de máquinas. “A realidade é diferente.” As indústrias têm um ambiente agradável e cada vez mais seguro. A preocupação com a segurança é constante para que não ocorram acidentes. A Constituição de 1937 implantou o ensino profissionalizante como destinado às classes menos favorecidas. A legislação brasileira dividiu, em vez de mesclar, currículo acadêmico e profissional. A metade dos estudantes que deixa o ensino médio antes do fim do curso poderia ter um novo alento por encontrar um caminho mais atraente. Cerca de 5,3 milhões de jovens estão hoje na categoria nem-nem – nem estudam nem trabalham. Estão alheios à existência do diploma técnico e do potencial de bons salários. A metodologia consiste em passar um ou dois dias na escola e os outros em aulas práticas, na ofi- Levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostra que, para cada ano de estudo, os técnicos somam 14% ao salário. Quem segue por mais dois anos e se forma tecnólogo, aumenta em 24%. Os universitários adicionam 21% para cada ano na faculdade. 72% dos técnicos e tecnólogos, segundo a FGV, se formam com emprego certo cina. Em países que estruturaram seu crescimento na formação de bons técnicos, como a Coreia do Sul, os cursos são feitos sob medida para suprir as exigências da economia. Os sul-coreanos planejaram seu futuro como industriais e exportadores na década de 60 e, a fim de concretizar essa ambição, priorizaram a implantação de escolas para formar técnicos para as indústrias. De lá para cá, a produtividade coreana disparou 90%. A brasileira registrou 23%. Em todo o Brasil, são 600 ocupações atendidas pelo ensino profissionalizante. Especialistas apontam que é necessário começar a formar os profissionais antes do início da demanda, numa perspectiva de diagnóstico e previsões do futuro industrial. Um dos obstáculos para isso está na burocracia. Entre a detecção da demanda e a criação do curso pode levar até dois anos. Pesquisa recente mostrou que, de 2 000 empresas brasileiras, 65% se ressentem da falta de mão de obra e 80% montaram cursos para formar seus profissionais. A exigência cresceu. Os técnicos de hoje precisam entender e interpretar instruções para Maio de 2014 | RevistadaFIEC | 27 operar equipamentos sofisticados. O mais recente Mapa do Trabalho Industrial do SENAI faz uma previsão de 7,2 milhões de vagas em cargos técnicos até 2015, sendo 1,1 milhão de novas posições. Esta necessidade produzirá oportunidades em 177 ocupações, que vão desde trabalhadores da indústria de alimentos (cozinheiros industriais) e padeiros até supervisores de produção de indústrias químicas e petroquímicas. Para suprir essa demanda, o SENAI, em 2014, efetuará 4 milhões de matrículas em todo o Brasil. Atualmente, é responsável por metade das matrículas do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), programa do governo federal lançado em outubro de 2011 para qualificar mão de obra. No Ceará, a pesquisa realizada em 2012 mostrou que a taxa de ocupação de egressos de escolas do SENAI no mercado de trabalho atingiu 86,9% na Habilitação Profissional Técnica de Nível Médio e 63% na Aprendizagem Industrial. Os números confirmam o fato de que o profissional formado para a indústria tem alta empregabilidade. Para Alysson Amorim, o desconhecimento desse aspecto pode afastar os jovens da carreira técnica e da indústria, em geral: “Há altos índices de empregabilidade na indústria, seja para técnico, engenheiro ou doutor, com muita possibilidade de crescimento na carreira. O desconhecimento dos benefícios faz com que as pessoas não procurem a carreira”. O SENAI oferece no estado um total de 463 cursos, sendo 22 na modalidade de Aprendizagem Industrial, 45 de Iniciação Profissional, 114 de Qualificação Profissional, 267 de Aperfeiçoamento Profissional e 15 de Habilitação Técnica nas áreas de alimentos e bebidas, automação, automotiva, construção, couros e calçados, eletroeletrônica, energia, gestão, gráfica e editorial, logística, meio ambiente, metalmecânica, metrologia, polímeros, refrigeração e climatização, segurança do trabalho, tecnologia da informação, telecomunicações, têxtil e vestuário e transporte. São nove unidades à disposição da indústria e do trabalhador, sendo quatro em Fortaleza (Parangaba, Mucuripe, Barra do Ceará e Jacarecanga), uma em Maracanaú, uma em São Gonçalo do Amarante, um Núcleo Integrado SESI/SENAI em Horizonte, um Centro Integrado SESI/SENAI em Sobral e uma unidade em Juazeiro no Norte. A Wana Química é uma empresa brasileira que produz aditivos de alta performance para o segmento químico. Atendendo em todo Brasil e América Latina, aos mercados de: TINTAS IMOBILIÁRIAS TÊXTIL SANEANTES COURO Conta também com uma filial no Nordeste, a PETROWAN, situada no estado do Ceará, que em parceria com o SindQuim terá suas novas instalações no POLO INDUSTRIAL DE GUAIÚBA em 2014. www.petrowan.com.br / (85) 3260-9162 www.wanaquimica.com.br É assim que a gente quer o trabalho dos cearenses. É assim que a gente FaZ um novo Ceará. Nos últimos 7 anos, o Ceará criou mais de 330 mil novos empregos com carteira assinada. O novo Ceará atraiu novas empresas e criou mais oportunidades para os cearenses em todo o Estado. saí daqui “ eu para proCurar O novo Ceará construiu o mais moderno Centro de Eventos do Brasil, que atrai visitantes o ano inteiro e gera milhares de empregos no Turismo e nos Serviços. O novo Ceará ampliou e modernizou o Complexo Industrial e Portuário do Pecém, gerando 20 mil novos postos de trabalho. qualifiCação e trabalhei alguNs aNos No sul, mas eu sempre soNhei em voltar para miNha terra. ” John carlos de almeida gomes Profissional de rH que foi Para outro estado Porque não encontrou trabalHo no ceará e agora retornou, Por conta das novas oPortunidades de emPrego. www.ceara.gov.br Indústria gráfica Abigraf elege nova diretoria Assembleia Geral Ordinária, que reuniu em Fortaleza lideranças brasileiras, também discutiu as principais demandas do setor gráfico, que hoje emprega mais de 230 000 trabalhadores no país 30 | RevistadaFIEC | Maio de 2014 Foto: giovanni santos A Foto: giovanni santos 50ª Assembleia Geral Ordinária da Abigraf Nacional realizada em Fortaleza em 25 de maio reuniu 32 representantes de 14 regionais para a escolha da nova diretoria da entidade no triênio 2014/2017. Antes da eleição, no entanto, houve a exposição de diversos assuntos de interesse desse segmento industrial, que hoje emprega no Brasil mais de 230 000 trabalhadores, em cerca de 20 000 empresas, e vem sofrendo ameaças com a importação de produtos chineses, além do advento da internet, que contribui para a diminuição da demanda das empresas gráficas. “A Bíblia, por exemplo, o livro mais vendido no Brasil, deixou de ser produzido em muitas gráficas do país porque sai mais barato importar da China. Além disso, as altas cargas tributárias, a bitributação e o preço elevado para importação de tecnologia têm ameaçado toda a cadeia no país”, explica o empresário Tales Carvalho, presidente da Abigraf/CE, que vai assumir a cadeira no Conselho Fiscal da entidade. Segundo o presidente da Abigraf Nacional, Fábio Arruda Mortara, a entidade publicou, em meados do ano passado, um manifesto à nação, com oito reivindicações, dentre as quais a desoneração da folha de pagamento dos setores que ainda não foram contemplados com leis federais, a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para todos os materiais escolares, o fim da bitributação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do Imposto sobre Serviços (ISS), alíquota zero do Programa de Integração Social/Contribuição para o Finan- ciamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) para a atividade de impressão de livros, redução das importações de produtos e serviços gráficos e redução da carga tributária das embalagens de alimentos da cesta básica. Estes e outros assuntos estiveram em pauta no encontro de Fortaleza. O executivo destacou que o setor, em 2014, seguirá mobilizado politicamente, motivado por três importantes vitórias obtidas em 2013: a extinção da sobretaxa sobre o Imposto de Importação de seis tipos de papel para impressão, a desoneração da folha de pagamento para o segmento de embalagens e a possibilidade de compra de embalagens, com o uso do cartão BNDES. “Depois de anos de espera, aguardamos desfecho favorável ao Projeto de Lei 366/2013, que põe fim ao histórico conflito tributário entre ICMS e ISS no setor gráfico. O documento já foi aprovado no Senado e tramita na Câmara dos Deputados.” As outras bandeiras da Abigraf, segundo o presidente eleito, empresário paulista Levi Ceregato, dizem respeito ao ingresso da entidade na Comissão Interministerial de Compras Públicas com pedido de margem de preferência para as compras de livros e impressos nacionais por órgãos públicos. Também pleiteia que o Brasil invista 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação e reivindica a desoneração tributária de cadernos, agendas e materiais escolares em geral. O ponto alto dos debates em prol do setor foi a exposição do projeto Two Sides, iniciativa que pretende mostrar à sociedade o significado econômico do setor e o seu caráter sustentável. A Bíblia, o livro mais vendido no Brasil, deixou de ser produzido em muitas gráficas do país porque sai mais barato importar da China. Além disso, as altas cargas tributárias, a bitributação, o preço elevado para importação de tecnologia têm ameaçado toda a cadeia no país Tales Carvalho, presidente da Abigraf/CE Maio de 2014 | RevistadaFIEC | 31 No Ceará De acordo com Tales Carvalho, a indústria gráfica cearense emprega cerca de 13 000 trabalhadores, em aproximadamente mil empresas, mas enfrenta vários desafios: “No estado, temos carência de mão de obra especializada e dificuldade para modernizar nosso parque fabril. Perdemos muitos contratos para empresas mais modernas do Sul e algumas do Nordeste que instalam seus escritórios em Fortaleza”. Ainda segundo o empresário, a aquisição de um único equipamento pode custar mais de 15 milhões de euros. “O financiamento nos bancos de fomento é caro e difícil de conseguir e não temos como investir esse montante do próprio bolso.” Quanto à mão de obra, Tales Carvalho diz que o problema será minimizado quando a unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE) no bairro Jacarecanga terminar a instalação de uma impressora ofsete Ryobi e começar a ofertar um curso específico para esta máquina. “A grande maioria das gráficas do Ceará usa esse equipamento, mas quando precisamos de pessoas para operá-lo temos de mandar nossos funcionários para o Sudeste, a fim de serem capacitados, ou mesmo trazer profissional de lá. Comunicação impressa No dia 7 de abril, a Abigraf lançou oficialmente, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a campanha Two Sides, um movimento internacional em favor da comunicação impressa. Um dos principais objetivos do projeto é combater mitos e desinformações sobre o uso do papel na produção de jornais e revistas, em especial a crença de que a prática contribui com o desmatamento de florestas. Criada em 2012, na Inglaterra, a Two Sides prevê anúncios para jornais, revistas e sites, além da distribuição da publicação Comunicação Impressa e Papel – Mitos e Fatos, defendendo a sustentabilidade no uso do papel e a possibilidade de convivência e sinergia das plataformas impressa e digital. A iniciativa tem o apoio de 42 entidades, dentre elas a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner). No total, as participantes representam 80 000 empresas, gerando 615 000 empregos diretos e faturamento anual de 40 bilhões de dólares. O Two Sides é hoje a principal campanha mundial de difusão da sustentabilidade na comunicação impressa e está presente em países como Alemanha, França e Itália, além de Estados Unidos, Austrália e África do Sul. No Brasil, a iniciativa reúne empresas da cadeia de valor da comunicação gráfica, incluindo silvicultura, celulose, papel, tintas e produtos químicos, pré-impressão, impressão, acabamento, impressos, publicações e malas diretas. O segmento gráfico, que possui no Brasil cerca de 20 000 empresas, sofre ameaças com a importação de produtos chineses 32 | RevistadaFIEC | Maio de 2014 Ouvidoria: 0800 702 6307 O S N Ú M E R O S D O C A R TÃ O B N D E S T R A B A L H A M A F A V O R D A S U A E M P R E S A . O Cartão BNDES tem um dos menores juros do mercado*, crédito rotativo e pré-aprovado e até 48 meses para pagar. 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A concessão do crédito e a emissão do Cartão estão sujeitas à análise de crédito realizada pelo banco emissor. 6a Conferência do Brics Reunião preparatória entre os embaixadores da Rússia, Índia, China e África do Sul envolveu diretoria da FIEC e governo do estado FIEC articulará negócios A FIEC, em conjunto com a CNI, estará à frente da vertente econômica da 6a Cúpula do Brics, que será realizada de 15 a 16 de julho, em Fortaleza A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), em conjunto com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), estará à frente da articulação da vertente de negócios da 6a Conferência de Cúpula do Brics, a ser realizada em Fortaleza, nos dias 15 e 16 de julho, no Centro de Eventos do Ceará. Durante uma reunião preparatória no dia 28 de abril, na sede da FIEC, entre os embaixadores da Rússia, Índia, China e África do Sul com a diretoria da entidade e governo do estado, o presidente Roberto Proença de Macêdo pleiteou ao Itamaraty a realização de um business networking. A iniciativa consiste numa rodada de negócios para promover aproximação entre os empresários dos países participantes do bloco. A expectativa, segundo a coordenadora do projeto Cúpula do Brics criado para o evento pela CNI, Michelle Queiroz, é 34 | RevistadaFIEC | Maio de 2014 reunir entre 600 e 700 empresários durante um fórum empresarial no primeiro dia do encontro. Por isso, a instituição está formulando recomendações aos chefes de estado para incrementar o volume de negócios hoje existente entre as nações. Roberto Macêdo garantiu o empenho da FIEC na realização do encontro: “Faremos com que ele dê bons frutos futuros no desenvolvimento econômico e social. Temos muito a discutir”. A peculiaridade de progresso do Ceará nos negócios foi destacada pelo subsecretário geral do Ministério das Relações Exteriores, João Alfredo Graça Lima. Ele exaltou o potencial exportador de alimentos do Ceará e o crescimento das exportações de produtos com maior valor agregado nos últimos anos. O raio X econômico e social cearense foi apresentado pelo presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado à cúpula. Sabemos que existe um potencial de cooperação com o Nordeste.” O indiano Ashok Tomar se disse ansioso pela relação nos próximos anos com os países que compõem o Brics. O embaixador sul-africano, Mphakama Mbete, fez o convite para que o Ceará interaja com a comunidade empresarial da África do Sul, segundo ele hoje diferente do que era. O embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, contou que estava impressionado com o futuro do Ceará. Para Jinzhang, há um alto potencial de cooperação entre os países. Lembrou que desde 2009 a China é o maior parceiro comercial do Brasil. Energias renováveis, agricultura, ferrovias e portos são os setores que Jinzhang destacou como os de maior possibilidade de parceria. Conforme ele, o Ceará precisa explorar mais o enorme mercado chinês, intensificando as exportações: “É de 17 bilhões de dólares o déficit chinês com o Brasil. Espero que se possa vender para o mercado chinês. Ano passado, o total das compras chinesas foi de 2 trilhões de dólares em todo o mundo”. Foto: JOSÉ SOBRINHO Foto: JOSÉ SOBRINHO do Ceará (Adece), Roberto Smith, que enalteceu o desempenho cearense em aspectos como energia, infraestrutura, indústria e agricultura. Ele citou projetos e empreendimentos marcantes do estado, como o polo industrial e tecnológico da saúde, polo de agricultura irrigada, projeto do aeroporto do Pecém, ferrovia Transnordestina, Companhia Siderúrgica do Pecém, refinaria, termelétricas, geração de energia eólica e solar, a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) e os investimentos em educação profissionalizante. "Essa é a hora de apresentar as potencialidades do Ceará como estratégia de captação de investimentos por parte dos países membros dos Brics. Temos muito para mostrar em termos de energias renováveis e infraestrutura, assim como informar sobre a nossa política de atração de investimentos e incentivos fiscais", disse Roberto Smith. A estratégia é apresentar o potencial econômico do Ceará neste momento de preparação para o evento, e buscar afinidades que possam ser revertidas para a captação de investimentos no estado, segundo o assessor para assuntos internacionais do governo estadual, Hélio Leitão. “Este momento é de unir forças em torno de blocos como o Brics e fortalecer os gigantes que surgem no cenário do multilateralismo. O evento será à altura do Brics e da ousadia e bravura cearenses.” É de 17 bilhões de dólares o déficit chinês com o Brasil. Espero que se possa vender para o mercado chinês Potencialidade do Ceará Os embaixadores foram unânimes em se dizer surpresos com a apresentação a respeito do Ceará e suas potencialidades. O russo Sergey Akopov afirmou que informará ao seu país sobre a cidade de Fortaleza, que receberá a cúpula. “Há grande expectativa e otimismo quanto Li Jinzhang, embaixador da China no Brasil BRICS em números Rússia Índia China África do Sul Exportações do Ceará (em 2012) (em US$) 5,95 milhões 5,38 milhões 67,40 milhões 45,86 milhões Importações para Ceará (em 2012) (em US$) 51,52 milhões 69,97 milhões 791,21 milhões 135,86 milhões PIB (em US$) 3,38 trilhões 1,94 trilhões 9,31 trilhões 384 bilhões Inflação 6,5% 6,7% 2,6% 6% Crescimento 1,3% 4,4% 7,7% 2% Investimento do PIB 21,1% 30,7% 54,2% 18,4% Forças de trabalho 75,4 milhões 487,6 milhões 816,2 milhões 17,7 milhões População 141 milhões 1,18 bilhão 1,33 bilhão 50 milhões Maio de 2014 | RevistadaFIEC | 35 Projeto Comida de Rua Alimento saudável SESI Cozinha Brasil e Sebrae capacitam para a Copa do Mundo 200 microempreendedores da área de alimentação de Fortaleza e da região metropolitana O Serviço Social da Indústria (SESI/CE) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas estão unindo experiências para ajudar microempreendedores individuais (MEIs) da área de alimentação. O objetivo é prepará-los para o período da Copa do Mundo e aperfeiçoar a oferta de serviços durante o evento. Duzentos comerciantes de Fortaleza e região metropolitana terão aulas gratuitas, de maio a junho, sobre higiene, manipulação e aproveitamento de alimentos, por meio do Programa SESI Cozinha Brasil, e gestão e empreendedorismo, pelo Sebrae. O lançamento do projeto Comida de Rua ocorreu no final de abril, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), e contou com a participação de cerca de 150 vendedores ambulantes, mobilizados pela prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SDE) e da Secretaria Municipal de Trabalho, Desenvolvimento Social e Combate à Fome (Setra). Banco do 36 | RevistadaFIEC | Maio de 2014 Nordeste e Central Fácil também são parceiros da iniciativa. O articulador do Sebrae em Fortaleza, Rafael Albuquerque, explica que a iniciativa é resultado de uma preocupação do Sistema S em qualificar a oferta de serviços durante a Copa do Mundo e promover a sustentabilidade dos negócios desses pequenos comerciantes. “O Sebrae entende a iniciativa como mais uma oportunidade de oferecer aos empreendedores a capacitação necessária para a sua consolidação no mercado e o sucesso de seu negócio. A preparação será útil para a Copa do Mundo, mas também para após o mundial. Este é o legado.” A coordenadora do SESI Cozinha Brasil no Ceará, Liane Lohmann Silveira, explica que a capacitação tem 39 horas/ aula, sendo 20 ministradas pelo SESI Cozinha Brasil, com foco na produção de receitas saudáveis e na manipulação correta dos alimentos (boas práticas no preparo de alimentos). As outras 19 horas constam de oficinas do Sebrae nas áreas de compra, venda, planejamento, controle financeiro, Foto: JOSÉ SOBRINHO empreendedorismo e associativismo. Serão oferecidas 60 oficinas com aulas teóricas e práticas, que tiveram início no dia 13 de maio, no SESI da Barra do Ceará, mas que poderão ser realizadas, de acordo com a demanda, até o final do ano. “Se alguma cooperativa tiver interesse, poderemos ministrar o curso in company, por meio das nossas unidades móveis”, diz Liane. A executiva destaca que o Comida de Rua é uma ação de responsabilidade social do SESI. “É importante a participação do SESI Cozinha Brasil nesse projeto, pois estamos contribuindo com profissionalização dos MEIs com foco na produção de receitas saudáveis, que utilizam partes de alimentos geralmente desprezadas, como cascas e sementes, e na manipulação correta dos ingredientes; sem desperdício, e dentro dos padrões de higiene adequados para a população local e Liane Lohmann Silveira: "É importante a participação do SESI Cozinha Brasil no projeto" turistas.” Em todo o Ceará, o SESI Cozinha Brasil já capacitou mais de 36 600 pessoas nos cursos de Educação Alimentar e Nutricional. Para participar do projeto, a única exigência é ser registrado como microempreendedor individual do segmento de alimentação. Quem ainda não se formalizou, pode fazê-lo para participar do projeto. A formalização é gratuita e pode ser feita nas unidades do Sebrae. Maio de 2014 | RevistadaFIEC | 37 Uma década do Cozinha Brasil O programa SESI Cozinha Brasil completará, em 2014, dez anos de atividade. Neste período, os cursos oferecidos capacitaram mais de um milhão de pessoas no Brasil e têm sido replicados em outros países. Em outubro de 2013, o programa foi um dos destaques apresentados durante reunião entre representantes dos países do Mercosul na sede da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) em Roma, na Itália. Considerado uma tecnologia social capaz de combater o desperdício e a desnutrição, o programa foi criado a partir de estudos que revelavam baixa qualidade nutricional na alimentação dos trabalhadores da indústria e a necessidade de uma iniciativa nacional de educação alimentar. Ensina a evitar o desperdício e mostra que é possível combinar saúde e sabor, por meio da mudança de hábitos. As receitas buscam respeitar as diversidades regionais e a utilização de alimentos típicos de cada localidade. Os cursos são ministrados em caminhões-escola (unidades móveis do SESI) e em cozinhas das empresas, indústrias ou locais disponíveis nas comunidades. Presente em todo o território brasileiro, a tecnologia do Cozinha Brasil foi transferida para cinco países: Moçambique, Uruguai, Guatemala, Honduras e El Salvador. Qualidade na alimentação As também amigas Estevânia Guerra (56) e Elenir Souza (57), que fabricam quentinhas numa cooperativa no bairro Parquelândia, participarão dos cursos com outras 20 mulheres da comunidade. Elas dizem que em mais de dez anos de atividade acumularam experiências teórica e técnica na produção de alimentos, mas pretendem participar desse treinamento por se tratar de uma ação do SESI: “Já passamos por vários cursos ministrados pela prefeitura de Fortaleza e seus parceiros, mas nunca pelo SESI. Todo mundo fala muito bem dessa instituição e agora surgiu a oportunidade”. 38 | RevistadaFIEC | Maio de 2014 Foto: JOSÉ SOBRINHO Foto: JOSÉ SOBRINHO As amigas Josenilda Alexandre (42) e Jandiara Araújo (39) estão animadas com a possibilidade de ampliar as vendas de um pequeno negócio que começaram na vizinhança de onde moram, no bairro Bom Jardim. Elas vendem coxinhas de frango, diariamente, na casa de uma delas e planejam comercializar outros produtos, como tortas doces e salgadas e churrasco. Para tanto, foram informadas que precisariam, antes de ampliar o pequeno negócio, aprender a manipular esses alimentos de forma segura, a fim de evitar contaminação. “Fomos buscar informações no Sebrae e lá nos indicaram o curso sobre alimentos de rua que será ministrado pelo SESI. É exatamente o que precisamos. Estamos ansiosas para aprender novos pratos e a forma certa de trabalhar com comida”, conta Jandiara. Incentivos fiscais Súmula 69 preocupa setor produtivo Caso seja aprovada, o benefício fiscal somente será concedido mediante convênio previamente aprovado por unanimidade pelo Confaz, trazendo riscos às regiões que necessitam de incentivos A possível publicação da Proposta de Súmula Vinculante (PSV) n° 69 pelo Supremo Tribunal Federal (STF) preocupa o setor produtivo cearense. Já com parecer favorável da Procuradoria Geral da República (PGR), o teor base da PSV, que tem como relator no STF o ministro Gilmar Mendes, define o seguinte: “Qualquer isenção, incentivo, redução de alíquota ou de base de cálculo, crédito presumido, dispensa de pagamento ou outro benefício fiscal relativo ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), concedido sem prévia aprovação em convênio celebrado no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), é inconstitucional”. Com base nesse entendimento, na visão do ministro Gilmar Mendes, a intenção é eliminar a chamada "guerra fiscal", que consiste na concessão de incentivos fiscais para atrair empresas aos estados da Federação. Hoje, pela sistemática adotada, cada estado pode, por meio de leis estaduais, oferecer mecanismos de isenção, redução de alíquotas ou bases de cálculo, concessão de créditos presumidos e dispensa de pagamentos, dentre outros benefícios fiscais relativos ao ICMS, sem o prévio amparo em convênio aprovado no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), constituído pelos secretários de Fazenda, Finanças ou Tributação de cada estado e Distrito Federal e pelo ministro da Fazenda. Para o coordenador do Conselho Temático de Economia e Finanças da FIEC, José Fernando Castelo Branco, a decisão trará sérios riscos às regiões menos favorecidas do país, que 40 | RevistadaFIEC | Maio de 2014 ainda necessitam desse instrumento de incentivo para atrair empresas. Ele aponta, dentre outros aspectos prejudiciais, o fato de que a aprovação por unanimidade dos benefícios fiscais pelo Confaz se tornará quase impossível, haja vista que dificilmente uma unidade federativa aprovará a concessão de incentivos para outro estado, que, em tese, é seu competidor direto por investimentos. Castelo Branco também faz referência ao fato de que a aprovação da Súmula 69 implica dizer que, em relação aos incentivos fiscais já concedidos às empresas, existe o risco iminente de que os efeitos, após sua publicação, sejam retroativos. “Isso causa uma insegurança muito grande, e o efeito é que as empresas já instaladas podem simplesmente deixar os estados onde hoje são, em muitas regiões, motores do desenvolvimento.” Ele considera que, ao se conceder a possibilidade de um maior controle por parte do Confaz dos incentivos fiscais, se estará, na verdade, indo contra os interesses dos investidores, impedindo-os de contribuir com o desenvolvimento nacional. O reflexo é o aumento das desigualdades regionais, dificultando a erradicação da pobreza. “Vai contra o que prega a Constituição.” Castelo Branco conta que o custo Brasil, que inclui desde a alta carga tributária aos problemas de infraestrutura, impedem muitas vezes que as empresas possam se instalar nas regiões mais carentes. É nesse sentido, acrescenta, que o instrumento dos incentivos fiscais entra como catalisador desse movimento de transformação da realidade socioeconômica das regiões mais pobres. No Ceará, dentre outros segmentos, Castelo Branco cita as indústrias de calçados, que geram milhares de empregos em vários municípios cearenses. Destaca que tramita no Senado Federal o Projeto de Lei nº 40, de 2014, que estabelece normas para a concessão de incentivos mais condizentes com a realidade atual do país. Para Castelo Branco, o setor produtivo seria mais bem receptivo à proposta que tramita no Congresso Nacional porque não cria uma insegurança jurídica como propõe a Súmula 69. Segundo ele, a questão não se trata de uma disputa entre regiões, já que a decisão do STF vai prejudicar todos os estados que utilizam o mecanismo. “O primeiro grande prejudicado seria o setor automobilístico”, explica, destacando que seria uma calamidade isso acontecer. Foto: JOSÉ SOBRINHO A indústria calçadista gera milhares de empregos em vários municípios cearenses A retroatividade causa uma insegurança muito grande, e o efeito é que as empresas já instaladas podem simplesmente deixar os estados onde hoje são, em muitas regiões, motores do desenvolvimento José Fernando Castelo Branco, coordenador do Conselho Temático de Economia e Finanças da FIEC Dilaceramento das regiões pobres E x-secretário da Fazenda do Ceará, atualmente exercendo o mandato de deputado estadual (Pros), Mauro Filho aponta que a economia do Nordeste, Centro-Oeste e Norte está ameaçada com a perspectiva de proibição de incentivos fiscais para instalação de empresas nessas regiões: "Está em risco o dilaceramento da economia dessas regiões, porque todos os estados do Sul e Sudeste estão pressionando para a constituição de uma súmula vinculante que acaba com todos os incentivos fiscais que são dados às indústrias que se instalam por lá". Ele lembra que 62% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro são concentrados no Sul e Sudeste, e, a fim de Maio de 2014 | RevistadaFIEC | 41 gerar a competitividade entre as regiões, os demais estados passaram a oferecer incentivos para que as indústrias se instalassem em seus municípios. “Para uma indústria se instalar no Nordeste, em vez do Sudeste, o insumo da segunda região passa para o estado.” De acordo com o parlamentar, as indústrias atraídas pelos incentivos fiscais colocam parte dos recursos na região, mas parte dos insumos volta para o Sudeste. “Esse custo de trazer o insumo para cá, produzir o bem e mandar de volta para o Sul e Sudeste requer um aumento de produção", diz, acrescentando que os incentivos fiscais foram feitos para compensar o aumento do custo para poder trazer o insumo ao Ceará, por exemplo. Para Mauro Filho, o governo federal é que deveria diminuir as disparidades entre as regiões do país, e, por causa da falta desse incentivo, os estados buscaram compensar essas desvantagens por meio dos incentivos fiscais. “Jamais essa desigualdade será corri- gida se não tivermos igualdade na produção industrial no Brasil." Segundo Mauro Filho, muitos dos estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste abriram mão do ICMS, por algum período de consolidação da empresa, para compensar o insumo do Sul e Sudeste, garantir mais riquezas e certeza de trabalho para a população. Em termos quantitativos, o parlamentar estima que o Ceará perderá 330 000 empregos com carteira assinada. O secretário da Fazenda do estado, João Marcos Maia, diz que a perda de receitas ao ano será de 1,1 bilhão de reais. Hoje há cerca de 500 empresas incentivadas com benefícios fiscais. Conforme o gestor, esse benefício representa a isenção por tempo determinado, em geral dez anos, de 25% a 75% do ICMS para as empresas que desejam se instalar no estado ou para aquelas que, já instaladas, pretendam expandir os negócios ou modernizar o parque industrial. anuncio.pdf 2 14/5/2014 13:55:16 Uma indústria sólida é fundamental para que o nosso Estado tenha um desenvolvimento sustentável e possa competir com os mais fortes e tradicionais mercados. Homenagem do Sindroupas e Sinconfecções ao Dia da Indústria Inovações & Descobertas Criado concreto à prova Brasileiros criam fertilizante d'água que dura 120 anos que aumenta produtividade Uma equipe de cientistas da Universidade de Wisconsin-Milwaukee, nos Estados Unidos, criou um concreto à prova de água com a proposta de que dure até 120 anos. Com o nome de Cimentício Super-hidrofóbico Projetado (ou SECC), o produto usa fibras de álcool polivinílico para manter o líquido apenas na superfície do material. Segundo o professor Konstantin Sobolev, o novo concreto tem diversas utilidades. Resultado de duas décadas de pesquisas, o concreto à prova d'água está sendo testado em pontes monitoradas pela equipe de pesquisadores americanos. Por não acumular água em sua estrutura, ele também é menos suscetível a se rachar, o que origina buracos na pista. Pesquisadores brasileiros da Embrapa, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), desenvolveram um composto mineral que, usado como fertilizante, aumenta a produtividade agrícola e, ao mesmo tempo, reduz o impacto ao meio ambiente. O produto é feito de concentrados zeolíticos – um grupo numeroso de minerais que têm uma estrutura porosa – sem adição de produtos químicos. Para obter os resultados, os pesquisadores fizeram modificações nas propriedades superficiais das partículas de zeólitas a fim de que elas pudessem fazer a troca de nutrientes, o que é otimizado pela característica porosa do material. Segundo a pesquisadora Marisa Monte, nos testes agronômicos, o uso do concentrado zeolítico apresentou uma produtividade até 40% superior àquela obtida pelo uso de métodos convencionais de fertilização. Aplicativo para smartphone detecta câncer DermoScreen. Este é o nome do aplicativo para smartphones capaz de detectar o câncer de pele com acerto de 85%. O equipamento foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Houston, sob a coordenação do engenheiro George Zouridakis. Para funcionar, o aplicativo usa, acopladas ao smartphone, lentes dermoscópicas que custam cerca de 500 dólares. Segundo Zouridakis, o equipamento está sendo desenvolvido desde 2005. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, mais de dois milhões de casos de câncer de pele são registrados todos os anos, e um em cada três pacientes diagnosticados com a doença morre. Impressora de papelão Uma das maiores empresas coreanas de tecnologia do mundo criou uma impressora de papelão que tem as mesmas funções e durabilidade das convencionais. Chamado de Origami, o dispositivo é feito de papelão reciclado e um pedaço de plástico em seu interior. É resistente ao fogo e à água. A nova impressora é totalmente dobrável, e, no lugar dos parafusos, possui encaixes embutidos na estrutura. Assim, os próprios usuários montam o dispositivo, que não tem formas complexas e dispensa cola. O equipamento, que pode ser personalizado para cada usuário, é totalmente reciclado após a utilização. A empresa informa que a impressora ainda é um protótipo, sem previsão de lançamento e nem comercialização. Maio de 2014 | RevistadaFIEC | 43 Agenda Legislativa da Indústria No lançamento da agenda, o presidente do CNI, Robson Braga, ressaltou a confiança da indústria brasileira no papel do Congresso Nacional como espaço de construção de leis modernas Por um país desenvolvido Agenda contempla 134 propostas e estabelece 14 como componentes de uma Pauta Mínima da Indústria O desenvolvimento sustentado da economia depende de condições favoráveis ao investimento e à atividade empresarial. Para a criação desse ambiente, o Brasil precisa de leis alinhadas com um projeto de desenvolvimento competitivo no longo prazo. O discurso do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, durante o lançamento em março da Agenda Legislativa 44 | RevistadaFIEC | Maio de 2014 da Indústria, é também um recado à classe política sobre a responsabilidade que os dirigentes do país devem ter, sobretudo, em ano eleitoral. A agenda, que contempla 134 propostas, estabeleceu 14 como componentes de uma Pauta Mínima da Indústria. Trata-se do conjunto de projetos com o maior impacto – positivo ou negativo – para o ambiente de negócios do país. Esses projetos podem afetar signifi- Foto: CNI cativamente o dia a dia do setor produtivo e estão divididos nas seguintes áreas temáticas: regulamentação da economia, questões institucionais, meio ambiente, legislação trabalhista, infraestrutura e sistema tributário. Robson Braga ressaltou a confiança da indústria brasileira no papel do Congresso Nacional como espaço de construção de leis modernas, que reduzam a burocracia, racionalizem o sistema tributário e estimulem o investimento privado. Nesse sentido, destacou a aprovação da Nova Lei dos Portos e a ampliação de novo limite de faturamento para inclusão no regime de lucro presumido como dois importantes avanços do Legislativo em 2013. Para o presidente da CNI, é necessário obter avanços urgentes nas propostas que simplificam o sistema tributário nacional. Nesta edição da agenda, há três proposições consideradas prioritárias para a indústria nesse âmbito: a criação do crédito financeiro do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o restabelecimento do Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para Empresas Exportadoras (Reintegra) e a Medida Provisória 627. “O sistema tributário complexo e caro não atende às exigências da sociedade contemporânea e atrapalha o desenvolvimento do país”, avaliou. A MP 267, que tramita na Câmara dos Deputados, também foi destacada por Andrade. A matéria altera normas de contabilidade das empresas e, principalmente, mexe com a tributação de lucros e dividendos de controladas de empresas brasileiras no exterior. A CNI espera que o texto final da proposta preveja a tributação somente no exterior. Dessa forma, as empresas do país têm incentivo à ampliação de suas atividades fora do Brasil. “Essa é uma decisão estratégica que influenciará diretamente os planos das empresas de investir, ou não, na ampliação dos negócios no exterior”, explicou o presidente da CNI. Criada em 1996, a Agenda Legislativa da Indústria se consolidou como um instrumento transparente de diálogo do setor industrial com o Congresso Nacional e a sociedade. O documento é construído a partir das contribuições de toda a base da indústria brasileira e reflete a unidade do setor em relação aos projetos em tramitação na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Neste ano, a Agenda Legislativa lista 134 projetos de interesse do setor e indica se a posição da CNI é convergente ou divergente em relação a cada uma dessas proposições. Também sugere o aperfeiçoamento dos projetos para que o país tenha um conjunto de leis e regulamentos que promovam a competitividade e o crescimento econômico. Dos 14 projetos listados na Pauta Mínima, são considerados urgentes para a indústria: Extinção do adicional de 10% do FGTS O setor privado já fez a sua parte no "maior acordo do mundo". A Caixa Econômica Federal, gestora do FGTS, afirmou que a dívida com o Tesouro Nacional foi paga em junho de 2012. Assim, a contribuição já poderia ter sido extinta em julho de 2012. O Congresso Nacional aprovou o fim da contribuição em julho de 2013, mas a proposta acabou vetada. Com o tributo em vigor, há um impacto mensal médio de 300 milhões de reais para o setor privado. O fim do adicional é uma medida horizontal, que beneficiará todas as empresas brasileiras. O que a CNI defende: a aprovação do PLP 51/07, para extinguir o adicional de 10% do FGTS. O projeto aguarda votação final na Câmara. MP 267 A maioria das economias desenvolvidas incentiva a internacionalização de suas empresas. A MP 267 abre a possibilidade para corrigir uma distorção no sistema tributário brasileiro, que onera as multinacionais e traz uma desvantagem competitiva em relação às companhias de outros países. A MP também deve garantir a efetividade dos acordos de bitributação firmados pelo Brasil, de forma a não elevar indevidamente a tributação de empresas com investimentos no exterior. O que a CNI defende: a aprovação da MP 627/13 com aperfeiçoamentos, de forma a garantir condições para as multinacionais brasileiras competirem em pé de igualdade com empresas de economias avançadas com investimentos no exterior. Terceirização Pesquisa realizada pela CNI mostra que 54% das empresas industriais utilizam serviços terceirizados e 46% delas teriam sua competitividade prejudicada caso não fosse possível utilizá-los. A terceirização permite às empresas se concentrar em atividades inerentes a seu modelo de negócios e funcionar de forma mais eficiente. A terceirização não pode ser confundida com precarização das relações de trabalho. O que a CNI defende: aprovação do PL 4 330/04. Reintegra Criado em 2012, no Plano Brasil Maior, devolve às empresas parte dos impostos incidentes sobre produtos exportados, da seguinte forma: 3% dos tributos não recuperáveis, como ISS, Cide, IOF, PIS/Pasep, Cofins, ICMS e IPI. A CNI calcula que os exportadores brasileiros vão pagar 3 bilhões de reais em impostos inconstitucionais em 2014 com o fim do Reintegra. O programa foi extinto em dezembro de 2013 e nem a meia década de estagnação das exportações de manufaturados, que acumula mais de 400 bilhões de dólares de déficit desde 2008, foi suficiente para convencer o governo de prorrogá-lo. O que a CNI defende: a aprovação do PL 6 647/13. Maio de 2014 | RevistadaFIEC | 45 Caráter participativo C Foto: JOSÉ SOBRINHO oordenador do Conselho Temático de Assuntos Legislativos (Coal) da FIEC, o empresário Affonso Taboza ressalta o caráter participativo da elaboração da Agenda da Indústria. Ele, que é responsável na FIEC por conduzir o processo de envio de sugestões do estado para posterior discussão no âmbito da CNI, diz que anualmente são selecionadas As propostas representam uma lição voltada ao desenvolvimento do país Affonso Taboza, coordenador do Conselho Temático de Assuntos Legislativos da FIEC propostas que estão em tramitação ou podem vir a estar no Congresso. Feito esse trabalho preliminar, a CNI encaminha às entidades estaduais as proposições legislativas de interesse do setor industrial, a fim de que sejam consultadas. Nessa etapa, as federações elegem as proposições mais importantes a partir de seus interesses e sugerem posicionamento a partir da Agenda Legislativa da Indústria. Depois disso, a CNI promove o seminário RedIndústria, quando os representantes de federações elegem os temas que comporão a agenda para aprovação pela diretoria da Confederação. Após a aprovação, a Agenda Legislativa da Indústria é lançada em evento na sede da entidade com a presença dos presidentes da Câmara dos Deputados e Senado, além de parlamentares e dirigentes de outras instituições, em grande ato político. Este ano, o documento chega à sua 19ª edição. Taboza ressalta que a discussão em torno das propostas que geram a agenda representa, de fato, uma visão não apenas corporativa, mas voltada ao desenvolvimento do país. Nove projetos A Plenário da Câmara dos Deputados Câmara dos Deputados definiu uma lista de nove projetos de interesse do setor produtivo para serem debatidos e deliberados nas comissões temáticas ainda em 2014. O conjunto de propostas foi construído a partir de sugestões da CNI e de outras entidades setoriais. A ideia é que, mesmo em ano eleitoral, o Legislativo avance na agenda de proposições que ofereçam ganhos de competitividade para a indústria e a economia do país. Dentre as proposições em tramitação no Congresso a CNI destacou três projetos prioritários à indústria devido ao potencial para aliviar o Custo Brasil. Na área tributária, foram listados o Projeto de Lei 6 530/2009, que institui o crédito financeiro do IPI e PIS/Cofins, e o Projeto de Lei Complementar 381/2014, já aprovado pelo Senado, que unifica as regras e procedimentos para União, estados e municípios, na condução do processo administrativo fiscal. Na área trabalhista, a CNI defende a aprovação do Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 1 408/2013, que susta os efeitos da NR 12, editada pelo Ministério do Trabalho. A norma definiu padrões de segurança em máquinas e equipamentos. Mas, na avaliação da indústria, gerou insegurança jurídica e custos elevados para o setor, principalmente, ao obrigar as empresas a se adaptarem imediatamente às novas regras, uma vez que não houve corte temporal que permitisse manter as máquinas já instaladas como estão. 46 | RevistadaFIEC | Maio de 2014 marketing/sistemafiec 85 4009.6300 [email protected] www.sesi-ce.org.br /sesiceara /sesi_ceara marketing/sistemafiec S O L U Ç Ã O S E N A I Compromisso com o seu desenvolvimento. A Liz Electric nos procurou para desenvolver um liquidificador e um ventilador para atender uma demanda nacional. A equipe do SENAI Ceará entrou em ação e realizou os dois projetos com a qualidade e a agilidade que o mercado precisa. R O G É R I O ENGENHEIRO MECÂNICO E M E L O C O N S U LT O R DO SENAI O SENAI oferece soluções em Desenvolvimento Integrado de Produto, envolvendo Análise Conceitual, Prototipagem, Projeto de Molde, Simulação de Injeção e Construção de Molde. 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