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vida ativa
por Gabi Monteiro
fotos: Hamilton Penna
SE A VIDA
COMEÇASSE
AGORA...
Nunca é tarde para se buscar uma rotina mais ativa. Que o
digam os alunos do programa “Melhor Idade”, que, mesmo
após os 60 anos de idade, continuam a todo “pique”!
S
e há algo de positivo no mundo de hoje é que
vários conceitos arcaicos estão sendo questionados. O que abrange o tópico da saúde,
bem como ideias pré-concebidas (e equivocadas) sobre “como” devemos nos portar e agir
nesta ou naquela idade... De fato, nunca é cedo – ou
tarde! – demais para se aprimorar o corpo e a mente.
Fruto dessa mentalidade progressista, o programa
“Melhor Idade”, da academia Aquasport (localizada em
São Paulo/SP), tem proporcionado doses extras de vitali-
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dade e saúde a alunos com mais de 60 anos. “O programa existe há dez anos e, desde seu surgimento, vem conquistando cada vez mais adeptos”, diz a coordenadora
Alessandra Brunetto (CREF 030593-G/SP), da Aquasport.
“Nosso objetivo é prover uma melhor qualidade de vida
aos alunos, além de uma consciência corporal e a noção
de que é possível viver e envelhecer bem.”
Sempre respeitando as necessidades de cada um,
o “Melhor Idade” provou que, mesmo aos 70 anos, é
possível ter uma rotina ativa. “Lembrando, também, que
demia durante toda a semana. Às segundas, quartas
e sextas, ocorre o trabalho de força e musculação. As
terças e quintas são reservadas às aulas de alongamento, coordenação motora e equilíbrio (em tais dias,
os alunos também fazem hidroginástica em um ritmo
mais forte, orientado para o condicionamento físico).
Também há aulas de Yoga (sempre às quartas-feiras).
Outro atrativo do “Melhor Idade” é o custo. Já
que o grupo é constituído por muitos aposentados
(ou por pessoas que estão em vias de se aposentar),
o valor cobrado é um pouco menor do que aquele
usualmente praticado em academias. “Também
nos equipamos muito bem para atendê-los, inclusive, contratando mais professores”, diz Alessandra.
“Trata-se de um grupo que demanda mais cuidados,
portanto, precisamos de uma equipe maior e mais
especializada para orientá-los.”
Aproximadamente 70 alunos se beneficiam das
vantagens do programa e os resultados falam por si:
alguns perderam de 20 a 30 quilos, enquanto outros
(por meio do trabalho de força e musculação) adquiriram mais consistência física. Alessandra ressalta que
é notório o resultado do programa no que se refere
ao vigor físico. “Nosso objetivo é que eles se tornem
fisicamente melhores.”
EXAMES
alunos desta faixa etária vivenciaram um tempo muito diferente do atual, no qual as cadeiras e mesas dos escritórios
priorizam a melhor postura”, prossegue Alessandra.
“Muitos deles lidam com inflamações nos cotovelos – ou
com problemas nos joelhos e na lombar – que derivam,
simplesmente, de anos adotando as posturas erradas.”
NO RITMO!
A metodologia do programa é rica e abrangente. Ela
foi idealizada para que os alunos frequentem a aca-
Para que os resultados sejam realmente eficazes, o
trabalho tem um grau de personalização, considerando
o perfil de cada aluno e exames criteriosos (com especificações e recomendações médicas), que precedem
os treinos e atividades. “À medida que envelhecemos,
é natural ocorrer uma perda de força e de equilíbrio”,
diz Alessandra. “Nosso objetivo principal é restituir
aos alunos tais características. Quando alguém está
fora do peso, trabalhamos com séries mais longas e
focamos um pouco mais o treinamento aeróbio – mas
a musculação sempre caminha junto, assim como a
hidroginástica. Uma aula complementa a outra.”
Ela destaca que, na musculação, o aumento da
força já se torna patente logo nos primeiros dias de
treino. “O ganho de massa muscular é mais lento”,
revela Alessandra. “Por volta dos 28 anos, começamos
a perder massa muscular e, no caso dos alunos acima
de 60 anos, este ganho é mais difícil, mas não impossível”. Todo esse trabalho promove um equilíbrio muscular e, consequentemente, articular. No caso da perda
de massa óssea, também há uma reversão – mas
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vida ativa
Alessandra salienta que, para evitá-la e ter um maior
proveito do treinamento, é importante se dedicar ao
programa, ter uma boa alimentação e não interromper
os exercícios.
O que se torna mais viável pela dinâmica do programa, que leva em conta as limitações de cada um.
“Muitos deles lidam com inflamações crônicas que
derivam simplesmente de anos adotando posturas
erradas, porém, mesmo assim, é possível fazer todo
o treino”, afirma Alessandra. “Procuramos adaptar os
exercícios aos casos específicos, sempre nos balizando
pelas opiniões de especialistas.”
ALONGAR DOI... MAS É PRECISO!
Todo o programa é direcionado para quem já chegou
à Terceira Idade, o que inclui o alongamento, a hidroginástica e a Yoga. Há uma maior dificuldade no
alongamento, o que, nesta fase da vida, é bastante comum. Porém, como ressalta Alessandra, com paciência
e insistência, tudo o que é passado pode ser realizado.
Já a “hidro” não segue os moldes convencionais – ela
adota um padrão no qual são trabalhados corrida e
exercícios localizados e aeróbios, objetivando aumentar
a frequência cardíaca, para que se obtenha uma perda
de peso e um condicionamento físico.
“Uma intensidade maior é aplicada, com exercícios
submersos para trabalhar a força e a resistência”, diz
Alessandra. “Não posso pedir a uma senhora de 80
anos que corra na esteira, mas posso colocá-la para
correr na água, com total segurança. Desse modo,
obtenho um aumento de frequência cardíaca e consigo
que ela trabalhe em seu limiar, sem o risco de que ela
machuque os joelhos, os ombros ou a coluna”, completa. A Yoga também faz parte do programa. O objetivo
da aula é a concentração, equilíbrio e relaxamento.
Há, ainda, outros valores incluídos no programa,
que merecem ser destacados: o relacionamento entre
os alunos (uma experiência que propicia a troca de
ideias e o debate sobre vários assuntos) e a dignidade. Este último tópico talvez seja o mais importante.
“É vital ressaltar este aspecto para os alunos”, observa
Alessandra. “Quando minhas alunas afirmam que
não gostam de realizar determinado exercício, porque
é doloroso, eu as recordo da dignidade de poderem
se virar sozinhas sem solicitarem qualquer ajuda.
Ninguém jamais deveria ser privado da própria dignidade. A consciência de estar com a mente e o corpo
em dia é essencial.”
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PREVENÇÃO
Atualmente, três pacientes da cardiologista, Dra. Adriana Fróes, participam do programa – todos têm entre 60
e 80 anos. Segundo a especialista, a atividade física (associada a uma alimentação balanceada) é fundamental
para o tratamento de fatores de risco e a prevenção de
eventos cardiovasculares.
“Esses pacientes não são portadores de nenhuma
cardiopatia efetiva – ou seja, nunca tiveram, efetivamente, um evento cardiovascular, como infarto ou angina”, observa a Dra. Adriana. “Porém, são portadores de fatores de risco. Se conseguirmos manter esses
fatores sob controle, diminuiremos substancialmente
as chances de ocorrer algum evento cardiovascular.”
Do Instituto Dante Pazzanese, a cardiologista/arritmologista Dra. Carolina C. Mizzani tem uma paciente
de 73 anos, que é portadora de hipertensão arterial
sistêmica e dislipidemia, e frequenta o “Melhor Idade”
há cinco anos. “Atualmente, ela apresenta controle medicamentoso adequado dos níveis pressóricos e séricos de
colesterol, ideal ao índice de massa corporal. Além de
maior disposição física e melhora da autoestima”.
Ainda segundo a Dra. Carolina, a atividade física
realizada com regularidade é um dos principais pilares da
manutenção da saúde em qualquer idade, principalmente na população mais idosa. Isto porque, quando envelhecemos, nosso o corpo sofre algumas mudanças, como
perda da força muscular, da massa óssea, diminuição da
flexibilidade, da agilidade e da coordenação. Para que
não se torne um problema, é importante ser bem orientada e monitorada por profissionais experientes, como no
programa da Terceira Idade da academia Aquasport.
“A atividade física na Terceira Idade tem, por
objetivo, o retardamento do processo inevitável do
envelhecimento, através da normalização da vida do
idoso, afastando os riscos comuns na Terceira Idade. É
importante, também, para dar uma qualidade de vida,
revalorizar estas pessoas ante seus próprios olhos e aos
da sociedade e reintegrá-las nas relações sociais. Corretamente orientada, altera favoravelmente o metabolismo lipídico e dos carboidratos, induz ao aumento dos
níveis de lipoproteínas de alta densidade (HDL), tem
efeito benéfico sobre a distribuição do tecido adiposo,
melhora a sensibilidade insulínica, sendo importante
na redução do risco cardiovascular. Por tudo isso, a
prática de atividade física regular em pessoas acima de
60 anos só traz benefícios”, completa.
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SATISFAÇÃO GARANTIDA
No que diz respeito às próprias alunas, a satisfação
com os resultados obtidos não poderia ser maior. Na
Aquasport, a reportagem de Bem Mulher conversou com algumas delas, em busca de suas histórias
e opiniões sobre os treinos. Mulheres como Elizabeth
Garcia, de 65 anos, que passou a freqüentar o “Melhor Idade” quando sua filha se matriculou na academia, mas não pode usufruir do plano por falta de
tempo. “Estou no programa há oito anos e me sinto
muito bem, especialmente, no que se refere à mobilidade”, conta Elizabeth. “Sou pré-diabética e tenho o
colesterol um pouco alto, motivo pelo qual os médicos me incentivam a dar prosseguimento aos treinos.
Também tenho osteopenia e, graças aos exercícios, a
doença se estabilizou.”
Já Maria Beatriz D’Agostinho (70 anos) está há
uma década no “Melhor Idade”. “Eu não conseguia
‘fechar a boca’ e, por isso, era impossível emagrecer”,
diz a aluna. “Depois de uma temporada em um SPA,
percebi que, reduzindo a alimentação e fazendo meus
exercícios, era possível emagrecer sem utilizar remédios. Emagreci 31 quilos em um ano e oito meses
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e ainda pretendo perder outros oito quilos. Tenho
facilidade para seguir o programa, que melhora muito
nossa condição física em geral. Deixei até de tomar
remédios para pressão alta – a única medicação que
tomo, atualmente, é para o colesterol.”
A rotina de treinos não foi uma “grande” novidade
para outra aluna, Norma Youssef, de 82 anos. Isso
porque, durante toda a vida, ela se dedicou a atividades físicas (principalmente, bicicleta, nado e caminhada). “Não ingressei no programa por recomendação
médica, e sim, porque amo esportes. Os exercícios
sempre me ajudaram a manter a qualidade de vida.”
Histórias como as de Elizabeth Garcia, Maria Beatriz
D’Agostinho e Norma Youssef mostram que a vida continua a “pleno vapor” depois dos 60 anos. Que venha
a “melhor idade”, então! E que venha no ritmo certo...
MAIS INFORMAÇÕES:
AQUASPORT
Site: www.aquasport.com.br
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