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Diário da República, 1.ª série — N.º 8 — 11 de Janeiro de 2008
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA
Portaria n.º 42/2008
Assembleia Legislativa
de 11 de Janeiro
A Lei n.º 47/2006, de 28 de Agosto, que define o regime
de avaliação, certificação e adopção dos manuais escolares
dos ensinos básico e secundário, bem como os princípios
e objectivos a que deve obedecer o apoio socioeducativo
relativamente à aquisição e empréstimo de manuais escolares, definiu como linhas de actuação do Estado, entre
outras, a promoção da estabilidade dos programas de estudos e dos instrumentos didácticos correspondentes, tendo
em vista desenvolver os padrões de qualidade e assegurar
a estabilidade no sistema educativo.
Para o efeito, a lei não apenas alargou os períodos de
vigência da adopção dos manuais escolares, como permitiu,
ainda, nos termos do disposto no artigo 17.º do Decreto-Lei n.º 261/2007, de 17 de Julho, que a regulamenta,
fixar as disciplinas ou áreas curriculares em que não há
lugar à adopção de manuais ou em que esta é meramente
facultativa, sempre que o ensino e a aprendizagem tenham
uma forte componente prática ou técnica ou a disciplina
ou área curricular tenha carácter opcional.
Assim:
Ao abrigo do artigo 17.º do Decreto-Lei n.º 261/2007,
de 17 de Julho, manda o Governo, pela Ministra da Educação, o seguinte:
1.º Não há lugar à adopção de manuais escolares nas
seguintes áreas curriculares e disciplinas:
a) Expressões Artísticas e Físico-Motoras (designadamente Expressão e Educação Plástica, Expressão e Educação Musical e Expressão e Educação Físico-Motora) do
1.º ciclo do ensino básico;
b) Áreas curriculares não disciplinares dos 1.º, 2.º e
3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário;
c) Educação Física, Educação Musical e Educação Visual e Tecnológica do 2.º ciclo do ensino básico;
d) Educação Física e Educação Artística (disciplina de
oferta de escola, designadamente Educação Musical) do
3.º ciclo do ensino básico;
e) Educação Física do ensino secundário.
2.º A obrigatoriedade de aquisição dos manuais escolares
das disciplinas e áreas curriculares referidas no número anterior cessa em 2010-2011 para os manuais de ciclo e do 5.º,
7.º e 10.º anos de escolaridade, cessando nos anos seguintes
para os manuais dos anos de escolaridade subsequentes.
3.º Nas disciplinas de Educação Visual e de Educação
Tecnológica do 3.º ciclo do ensino básico, a adopção tem
carácter facultativo, por decisão dos órgãos competentes
dos agrupamentos de escolas e das escolas não agrupadas.
4.º Nas disciplinas referidas no número anterior, tendo
a adopção carácter facultativo, a aquisição é também facultativa.
5.º Os agrupamentos de escolas e as escolas não agrupadas, através dos respectivos órgãos de gestão e administração e das estruturas de coordenação e orientação
educativa, asseguram que nenhum aluno seja prejudicado
na sua avaliação pelo facto de não ter adquirido o manual
escolar quando este seja de aquisição facultativa.
Pela Ministra da Educação, Jorge Miguel de Melo Viana
Pedreira, Secretário de Estado Adjunto e da Educação, em
30 de Novembro de 2007.
Decreto Legislativo Regional n.º 1/2008/M
Adapta à Região Autónoma da Madeira o Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios
(SCE), o Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios (RSECE) e o Regulamento das Características
de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE).
A Directiva n.º 2002/91/CE, do Parlamento Europeu e
do Conselho, de 16 de Dezembro, relativa ao desempenho
energético dos edifícios, estabelece que os Estados membros da União Europeia devem implementar um sistema
de certificação energética de forma a informar o cidadão
sobre a qualidade energética dos edifícios, aquando da sua
construção, compra ou arrendamento, e aplicar regulamentação para o cálculo dos consumos de energia, definição
de requisitos mínimos de eficiência energética e inspecção
regular dos sistemas de climatização e águas quentes.
O Decreto-Lei n.º 78/2006, de 4 de Abril, veio aprovar o Sistema Nacional de Certificação Energética e da
Qualidade do Ar Interior nos Edifícios, adiante designado
por SCE.
O Decreto-Lei n.º 79/2006, de 4 de Abril, veio aprovar
o Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização
em Edifícios, adiante designado por RSECE.
O Decreto-Lei n.º 80/2006, de 4 de Abril, veio aprovar
o Regulamento das Características de Comportamento
Térmico dos Edifícios, adiante designado por RCCTE.
Estes diplomas têm por finalidade assegurar a aplicação
de requisitos mínimos para melhorar a eficiência energética
e a qualidade do ar interior dos edifícios novos e existentes,
bem como os mecanismos de monitorização e controlo.
O presente diploma visa definir quais as entidades competentes para a aplicação do SCE, do RSECE e do RCCTE
na Região Autónoma da Madeira.
Assim:
A Assembleia Legislativa da Região Autónoma da
Madeira decreta, ao abrigo da alínea a) do n.º 1 do artigo 227.º e do n.º 1 do artigo 228.º da Constituição da
República e da alínea oo) do artigo 40.º do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma da Madeira, revisto
pela Lei n.º 130/99, de 21 de Agosto, e pela Lei n.º 12/2000,
de 21 de Junho, o seguinte:
Artigo 1.º
Atribuição de competência
1 — As competências atribuídas à Direcção-Geral de
Geologia e Energia nos Decretos-Leis n.os 78/2006, 79/2006
e 80/2006, todos de 4 de Abril, são, na Região Autónoma
da Madeira, atribuídas à Direcção Regional do Comércio,
Indústria e Energia.
2 — As competências atribuídas naqueles diplomas ao
Instituto do Ambiente e à Inspecção-Geral do Ambiente e
do Ordenamento do Território são, na Região Autónoma da
Madeira, atribuídas à Direcção Regional do Ambiente.
3 — As competências atribuídas nos decretos-leis referidos no n.º 1 à Agência para Energia (ADENE), no âmbito
do SCE, são, na Região Autónoma da Madeira, atribuídas
à AREAM — Agência Regional da Energia e Ambiente da
Região Autónoma da Madeira.
Diário da República, 1.ª série — N.º 8 — 11 de Janeiro de 2008
Artigo 2.º
Entrada em vigor
O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao
da sua publicação.
Aprovado em sessão plenária da Assembleia Legislativa
da RegiãoAutónoma da Madeira em 22 de Novembro de 2007.
O Presidente da Assembleia Legislativa, José Miguel
Jardim d’Olival Mendonça.
Assinado em 21 de Dezembro de 2007.
Publique-se.
O Representante da República para a Região Autónoma
da Madeira, Antero Alves Monteiro Diniz.
Resolução da Assembleia Legislativa da Região
Autónoma da Madeira n.º 2/2008/M
Contra o contínuo desrespeito do Governo da República para com
os portugueses ao não dotar o País com mais e melhores meios
de socorro a náufragos.
No passado a falta de meios de socorro no mar fazia-se
sentir pela inexistência de meios adequados e pela falta de
formação das suas tripulações, traduzindo-se na incapacidade de resposta perante acidentes aéreos e marítimos.
Com o desenvolvimento do País seria de esperar um
investimento do Estado Central nesta área, situação esta
que não aconteceu, mantendo-se meios obsoletos e procedimentos inadequados na mobilização e coordenação de
meios de socorro no mar, estando muito mais preocupados
com hierarquias e manutenção de prerrogativas do que com
a salvaguarda de vidas humanas.
Há mais de meio século que o Instituto de Socorros a
Náufragos não promove qualquer tipo de grandes investimentos na Região Autónoma da Madeira, apesar de, nos
termos do Decreto-Lei n.º 68/2001, de 23 de Fevereiro,
as quantias arrecadadas na Região constituírem receitas
próprias do Instituto de Socorros a Náufragos.
Para evitar situações como as recentemente ocorridas
na Nazaré, com o naufrágio da embarcação de pesca Luz
do Sameiro, e constatando-se o abandono a que o Governo
da República votou a Região Autónoma da Madeira, o
Governo Regional promoveu o surgimento de instituições
civis de voluntários para responder aos novos desafios das
sociedades modernas com sistemas de socorro no mar eficaz e eficiente, mormente com a criação do Serviço Regional de Protecção Civil e da Sanas Madeira — Associação
Madeirense para o Socorro no Mar.
Na sequência do aparecimento de novos acessos ao
mar, públicos e privados e, consequentemente, aumento
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do recreio à beira-mar, da actividade náutica e o aumento
do transporte de mercadorias e passageiros (dado que a
Madeira possui o maior porto de passageiros do País e
o terceiro em mercadorias), através do Serviço Regional
de Protecção Civil em estreita cooperação e coordenação
com a Sanas — Associação Madeirense para o Socorro no
Mar, a Região dispõe de dois salva-vidas cabinados ARUN,
cinco salva-vidas semi-rígidos de 7 m, duas embarcações
semi-rígidas de 5,4 m, quatro embarcações classe D de
3,8 m, duas motas de água e três viaturas, com um quadro
de 23 voluntários entre a Madeira e o Porto Santo.
Só no Funchal, a Sanas dispõe de mais voluntários do
que o Instituto de Socorros a Náufragos em toda a Região
da Madeira, que, não tendo quadros afectos ao seu serviço,
delega na Polícia Marítima essa missão.
Aguardando acerca de três anos autorização do Governo
da República para pôr ao serviço da Região os dois salva-vidas classe ARUN adquiridos, com 16 m, a Região ficaria
coberta num raio de acção de 230 milhas, permitindo que
em cerca de doze horas se alcance o limite das nossas
águas exclusivas, e no caso de evacuação de vigilantes ou
investigadores nas ilhas selvagens, em cerca de nove horas.
A situação económica que o País vive obriga forçosamente à racionalização de meios e a investimentos que permitirão uma crescente operacionalidade e durabilidade dos
equipamentos, com custos inferiores de manutenção.
Daí a necessidade imperiosa de unir esforços entre as
várias instituições por forma a não duplicar meios com
investimentos inúteis na área do socorro, e colocar os
meios existentes ao serviço da população.
Assim:
A Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, nos termos da alínea a) do artigo 38.º do Estatuto
Político-Administrativo da Madeira, aprovado pela Lei
n.º 130/99, de 21 de Agosto, resolve aprovar a presente
resolução:
1 — Solicitar ao Governo da República que dote o País
de eficientes meios de socorro a náufragos.
2 — Reivindicar a autorização imediata do Governo
da República para a utilização, pelo Governo Regional da
Madeira, das duas embarcações ARUN nas operações de
busca e salvamento a náufragos nesta Região.
3 — Solidarizar-se com todos aqueles que reivindicam mais e melhores meios de socorro a náufragos para
o País.
Da presente resolução deverá ser dado conhecimento
ao Presidente da República, ao Presidente da Assembleia
da República e ao Primeiro-Ministro.
Aprovada em sessão plenária da Assembleia Legislativa
da Região Autónoma da Madeira em 6 de Dezembro de
2007.
O Presidente da Assembleia Legislativa, José Miguel
Jardim d’Olival Mendonça.
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