Epicuro e o consumismo Já pararam para pensar porquê nos dias de hoje associamos tanto a ideia de prazer e felicidade ao consumismo? Por que será que muitas vezes não nos damos conta de que nossa liberdade não depende do que consumimos? Há tempos o comércio e a aquisição de bens são apresentados como necessários para nossa felicidade. Todos os dias consumimos e compramos produtos, muitas vezes dispensáveis, para aliviar o vazio em nós mesmos. Empresas publicitárias utilizam estas ideias a seu favor, ditando modas, ditando gostos e dizendo o que fará você, consumidor, feliz. Quando percebemos, estamos sofrendo porque não TEMOS e acreditamos que isso define o que SOMOS. Epicuro foi um filósofo grego nascido no ano de 341 a.C. que fundou uma escola de Filosofia que tinha como principal ponto reflexivo, a felicidade. Epicuro defendia que todos deveriam buscar uma forma de ser feliz através dos prazeres. Neste aspecto, o prazer não é visto como os excessos, nem a prosperidade financeira e menos ainda o consumo desenfreado. A Filosofia ajudaria o homem nessa busca pela felicidade pois, o homem deve saber o que ele realmente necessita e, a partir disso, buscar suprir estas necessidades. Epicuro levava uma vida simples em uma casa modesta, além disso bebia água em vez de vinho, possuía poucas roupas, comia apenas pão e vegetais e era um homem que se considerava feliz, enquanto aqueles que se banqueteavam em casas luxuosas, vestidos de caros tecidos, sempre acreditavam estarem incompletos e vazios, pois não sabiam o que lhes faltava. A Filosofia de Epicuro é simples: As pessoas não sabem o que lhes faz felizes e por isto buscam em bens materiais. E a propaganda investe nisso para tornar todos extremamente consumistas. Para sermos felizes, de acordo com Epicuro necessitamos de: Amigos- Epicuro acreditava que amigos traziam a felicidade e dizia: “Antes de comer ou beber qualquer coisa, pense em companhia de quem você vai fazer isso, mais do que no que você vai comer ou beber. Alimentar-se sem um amigo é para leões ou lobos. ” Liberdade- A liberdade epicurista é baseada em autossuficiência, ou não depender de chefes ou outros para obter renda que lhe permita comprar pelo menos seus alimentos. Além disso quem precisa de muito, é escravo de vícios e não consegue alcançar a felicidade. Análise da vida- Todos devem refletir suas vidas para acharem a solução do que lhes preocupa, só que para isso ocorrer necessitamos nos afastar das distrações oferecidas pelo nosso mundo comercial. Lembre-se: A Filosofia é responsável por levar o homem à felicidade. Então, se é tão simples ser feliz, por que as pessoas não o são? Por que sofrem tanto, mesmo quando possuem muito? Epicuro culpava a publicidade, pois faz as pessoas acreditarem que faltam muitas coisas em suas vidas, criando propagandas que incentivam o consumo e criam paralelos implícitos entre o que querem vender e o que faz as pessoas felizes. A publicidade traz consigo a ilusão falaciosa de que determinado produto é importante para sua existência, ou ainda que o consumindo você será aceito pelas pessoas, possuindo mais amigos, e consequentemente mais felicidade. Assim as pessoas associam os produtos à resolução de problemas, à liberdade e a ter amigos. Isso, de acordo com Epicuro, confunde as pessoas do que realmente necessitam, tornando-se estimuladas a comprar prendendo-se a falsos desejos e esquecendo-se de como ser feliz.