Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro Estudo 4: O Espírito de Deus X O espírito mundano Texto bíblico: 1Co 3.1-23 – Texto áureo: 1Co 3.16 ”Não sabei vós que sois o santuário de Deus e que o Espírito habita em vós?” (1 Co 3.16) Elaborado por Judson F. Marques [email protected] Queridos ouvintes, hoje abordaremos alguns aspectos da luta entre o Espírito de Deus e o espírito mundano. A Igreja é a agência divina que enfrenta e sofre a batalha contra o mundanismo. No entanto, a garantia da vitória da Igreja está assegurada por Jesus Cristo. No início da Igreja de Jesus, o inimigo sentindo o grande revés na luta espiritual, procurou atuar através daqueles que eram convertidos. O espírito mundano sempre se faz presente na vida da igreja através da discórdia, do desânimo, onde só deveria atuar o Espírito Santo na comunhão dos crentes. Os novos crentes que vinham da cidade de Corinto, uma das mais corrompidas, traziam para a igreja as más práticas que tinham aprendido. Paulo percebe isto e lhes escreve sobre a necessidade de darem a prioridade ao Espírito de Deus. “Não sabeis vós que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1Co 3.16). O conflito é inevitável porque a influência terrena dificulta a soberania de Deus na Igreja. Se somos santuário de Deus não devemos permitir que o mundo tenha poder sobre nós. O espírito mundano se manifesta na igreja de várias formas. Paulo fala aos romanos e a nós por extensão que “O reino de Deus não consiste no comer e no beber, mas na justiça, na paz e na alegria no Espírito Santo.” (Rm 14.17). Muitas vezes estamos preocupados com os aspectos materiais do viver e menosprezamos os aspectos espirituais. Dedicamo-nos ao nosso crescimento financeiro e cultural mas não cuidamos do espiritual. O resultado é que, como participantes do corpo de Cristo, nos enfraquecemos espiritualmente, permitindo assim que o espírito mundano cresça na igreja. A resposta ao conflito, causado na igreja pelo mundo, é o chamado de Paulo à comunhão “procurando diligentemente guardar a unidade do Espírito no vínculo da paz.” (Ef 4.3). Devemos ser pró-ativos na busca da paz, mesmo não sendo nós o motivo ou a causa da discórdia. Podemos afirmar, com certeza, que todos os fatos que influenciaram a vida da igreja primitiva foram resultado da atuação do Espírito Santo, nas mais variadas formas, conforme podemos constatar nos livros do Novo Testamento. Lembramos a promessa de Jesus que edificaria a sua igreja, e que além disto, as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16.13-18). Um pesquisador, declarando-se cético em relação às afirmações bíblicas, disse que não entendia como os discípulos de Jesus passaram do medo (Jo 20.19) para a coragem de desafiar as autoridades (At 5.29). Para que isto acontecesse era necessário um fato novo de grande impacto. Realmente isto aconteceu e foi a presença de Jesus ressurrecto e a concessão do Espírito Santo por Ele (Jo 20.22). Esta é a chave para compreender a coragem, a ousadia, a disposição, a alegria e o amor experimentados pelos apóstolos ao testemunharem. “Retiraram-se pois da presença do sinédrio, regozijando-se de terem sido julgados dignos de sofrer afronta pelo nome de Jesus.” (At 5.41). Só pela atuação do Espírito Santo é possível entender este comportamento. 1 http://www.pibrj.org.br/ Estudo 4 – 4T 2002 Perseguidos, injuriados, martirizados, os discípulos e apóstolos de Jesus demonstraram que o Espírito Santo neles atuava pelo dom da fé (Hb 11.35-37). Assim como Pedro, João, Paulo, Barnabé, Timóteo e outros, considerados pais da igreja, resistiram aos dados inflamados do maligno (Ef 6.16), temos de estar nos enchendo do Espírito Santo para testemunharmos de Jesus Cristo (Ef 5.18). O apóstolo Paulo é o exemplo de como um perseguidor se transforma num perseguido, por amor de Cristo (At 13.50). O reconhecimento da Igreja pelo imperador Constantino, em 313, termina com a perseguição. Com isto o Clero passa a se dedicar mais aos negócios do Estado em prejuízo da vida cristã. Assim a Igreja reduz sua visão missionária. Obtém aumento numérico mas perde na qualidade da fé. Seguindo-se o passar do tempo, foi deixada a ênfase à leitura e ao estudo da Bíblia por parte daqueles que diziam temer a Deus. A leitura da Bíblia também era dificultada pelo analfabetismo, e pela idéia difundida pelo Clero de que somente eles detinham a condição de interpretarem as Escrituras, e assim conhecerem e ensinarem a vontade de Deus. Identificada com o mundo, a Igreja estatizada, passa a incorporar várias práticas contrárias ao ensino bíblico como a salvação pelas obras, batismo de recém nascidos, a união da Igreja e o Estado, culto aos santos e outras mais. No dia 31 de Outubro é celebrada a Reforma. A Reforma foi um movimento, não homogêneo, religioso reformador, na Europa, que fragmentou a Igreja Católica Romana. O momento mais marcante deste movimento foi quando Martinho Lutero, em 1517, afixou as noventa e cinco teses à porta da igreja de Wittenberg, protestando contra graves erros e convocando para a Reforma. O momento foi marcante pois anteriormente outros líderes religiosos já vinham buscando restaurar a Igreja à sua pureza original, enfatizando o estudo das Escrituras. A Reforma não foi um movimento casual mas foi uma série de acontecimentos que se somaram ao longo do tempo e patentearam a verdade imutável de que Deus é o Senhor da história. Ênfase foi dada à volta da autoridade da Bíblia e à liberdade religiosa. O Espírito de Deus atuou na vida daqueles homens que iniciaram a Reforma e resgataram a importância e o valor da Bíblia na vida de cada crente. Assim, pela atuação do Espírito Santo houve um retorno à Bíblia e à liberdade religiosa. O trabalho de missões iniciado pelos apóstolos, se mantêm nos dias de hoje, também, pelo Espírito Santo. Assim como em Atos 13.2, obreiros são chamados, separados, capacitados e enviados com autoridade e poder pela Igreja para o cumprimento da obra ordenada por Jesus. Os resultados são sensíveis e relatados pelos missionários que estão atuando em todas as partes deste mundo. Cada dia mas se percebe que as profecias existentes no capítulo 24 de Mateus se cumprirão. Principalmente a de que o evangelho do reino será pregado em todo o mundo (Mt 24.14). Sem dúvida, a mobilização da Igreja, pelo poder do Espírito, é o agente que dinamiza o trabalho de missões hoje. Queridos ouvintes, para sermos vitoriosos na luta espiritual contra o mundo, tenhamos sempre em mente que, “não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniqüidade nas regiões celestes.” (Ef 6.12). 2 http://www.pibrj.org.br/ Estudo 4 – 4T 2002