Gestão da Produtividade e da Qualidade Colecção: Volume Ester Amorim Produtividade Pela Manutenção Produção Apoiada pelo Programa Operacional Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (POEFDS), co-financiado pelo Estado Português e pela União Europeia, através do Fundo Social Europeu Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Ficha Técnica Título Colecção Volume Autor Ano Edição Produtividade pela Manutenção Gestão da Produtividade e Qualidade 19 Ester Amorim Nogueira Fernandes 2005 Escola Superior de Tecnologia e Gestão da Guarda Avª Dr Francisco Sá Carneiro, 50 6300-559 Guarda Telf. 271 220 120 Fax: 271 220 150 www.estg.ipg.pt Equipa Técnica Constantino Mendes Rei (Coordenador) Ester Amorim Vítor Gabriel Dina Teixeira Isabel Morais Entidades Promotoras e Apoios Escola Superior de Tecnologia e Gestão da Guarda e Programa Operacional Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (POEFDS), Co-financiado pelo Estado Português e pela União Europeia, através do Fundo Social Europeu. Ministério da Segurança Social e do Trabalho. Revisão, Projecto Gráfico, Design e Paginação Gabinete de Promoção e Divulgação da ESTG Produção Apoiada pelo Programa Operacional Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (POEFDS), co-financiado pelo Estado Português e pela União Europeia, através do Fundo Social Europeu Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social ii Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Índice Capítulo 1 Introdução À Manutenção 1.1. Conceito de Manutenção 1.2. Princípios Gerais da Manutenção 1.3. O Desafio da Manutenção 1.4. Objectivos da Manutenção 1.5. A Necessidade da Manutenção 1.6. A Produtividade da Manutenção Questões para Discussão 1 1 4 4 6 8 16 14 Capítulo 2 A Função da Manutenção 2.1 Introdução 2.2 A Função Manutenção 2.3 Funções da Manutenção 2.4 Desequilíbrios Actuais da Função Manutenção 2.5 Formas de Manutenção 2.5.1 Características de cada uma das formas de manutenção 2.5.2 O Ciclo de Vida dos Equipamentos 2.5.3 Benefícios Económicos 2.6 Manutibilidade 2.6.1 O Programa de Manutibilidade 2.7 A Manutenção e a Terotecnologia Questões para Discussão 15 15 16 17 18 18 24 25 26 26 27 28 31 Capítulo 3 Organização e Gestão da Manutenção 3.1 Introdução 3.2 Estrutura do departamento de Manutenção 3.3 A Política de Manutenção 3.3.1 Fases de Implementação da Política de Manutenção 3.3.2 Factores da Gestão da Manutenção 3.4 A Gestão da Manutenção 3.4.1 Os Métodos 3.4.2 A Medição do Trabalho 3.4.3 Detecção Lógica de Avarias 3.5 Classificação dos Tipos de Trabalhos em Manutenção 3.6 Eficiência em Manutenção 3.6.1 Componentes da Eficiência e de um Equipamento 3.6.1.1 Capacidade 3.6.1.2 Disponibilidade 3.6.1.3 Fiabilidade 3.6.1.3.1 Fiabilidade dos Sistemas 3.6.1.3.2 Fiabilidade Humana 3.6.1.4 Manutabilidade 3.6.1.4 Eficiência de Suporte 3.7 Relação Fiabilidade-Manutibilidade-Disponibilidade 32 32 33 38 39 41 42 42 45 46 47 48 48 49 50 52 54 55 57 60 61 iii Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ 3.8 Sistema de Custos de Manutenção 3.8.1 Custos Directos 3.8.2 Custos Indirectos 3.8.3 Custos Especiais 3.8.4 Preparação do Orçamento de Manutenção 3.9 Rácios ou Indicadores de Manutenção 3.9.1 Indicadores Económicos 3.9.2 Indicadores Técnicos 3.10 Os Proveitos de Manutenção 3.11 A Gestão de Stocks em Manutenção 3.11.1 Classificação dos Materiais Utilizados pelos Serviços de Manutenção 3.12 O Sistema de Gestão de Stocks em Manutenção 3.13 Os Recursos Humanos em Manutenção 3.13.1 Factor Humano 3.13.2 Formação de Pessoal de Manutenção Questões para Discussão Capítulo 4 Planeamento e Controlo da Manutenção 4.1 Introdução 4.2 O Planeamento da Manutenção 4.3 O Procedimento da Manutenção 4.3.1 As Fases do Procedimento Sistemático 4.3.2 O Plano de Manutenção Determina a Qualidade do Trabalho de Manutenção 4.3.3 Os Benefícios do Plano de Manutenção 4.4 O Controlo Da Manutenção 4.4.1 Registos de Manutenção dos Equipamentos 4.4.2 Os sistemas de Controlo de Manutenção 4.5 A Normalização Da Manutenção 4.6 Gestão Da Manutenção Assistida Por Computador 4.6.1 A Articulação dos Sistemas de Gestão de Manutenção Assistida por Computador no Interior dos Sistemas de Execução da Produção 4.6.2 A Aplicação de Computadores em Manutenção e suas Vantagens Questões para Discussão Bibliografia e Leituras Recomendadas iv 62 63 64 64 65 67 68 70 71 72 73 74 76 77 80 82 83 83 84 87 90 92 93 94 94 96 97 98 99 103 106 107 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Índice de Quadros Quadro Quadro Quadro Quadro Quadro 1 2 3 4 5 - Analogia entre Saúde Humana – Máquina - Os Objectivos da Manutenção - Factores que Influenciam MTBF, MTTR e MWT - Preparação do Orçamento da Manutenção - Orçamento de Reparação de uma Máquina 2 7 60 66 67 Índice de Gráficos Gráfico 1 Gráfico 2 Gráfico 3 - Balanço entre os custos de perdas de produção e os custos de manutenção - Método do Ponto de Encomenda - Método da Quantidade Económica de Encomenda v 10 75 76 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Índice de Figuras Figura 1 16 Figura 7 Figura 8 - Relações da Função Manutenção com outras funções da Empresa - Inserção da Manutenção no Sistema Produtivo de uma Empresa - Tipos de Politicas de Manutenção - O Ciclo de Vida do equipamento e factores que afectam os custos de Manutenção - Organigrama para uma Empresa Média de um Departamento de Manutenção - Organigrama tipo em que a manutenção depende do Director Técnico - Organigrama de Funções para o departamento de Manutenção - As Fases de Implementação da Política de Manutenção Figura Figura Figura Figura Figura 9 10 11 12 13 - 41 43 43 44 47 Figura 14 - Figura Figura Figura Figura 15 16 17 18 - Figura Figura Figura Figura 19 20 21 22 - Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 6 Compromisso entre Aspectos Técnicos, Humanos e Económicos Análise do Trabalho em Manutenção As Principais Técnicas do Estudo do Trabalho As Fases do Procedimento dos Métodos Procedimento Lógico de Detecção de Falhas num Circuito em Série–Fiabilidade de um sistema em série As Componentes que Integram a Eficiência de um Equipamento Fiabilidade dos Sistemas em Paralelo Vida de um Sistema Material Satisfação das Necessidades do Individuo Paralelismo entre os Factores de Maslow e de Herzberg em relação às necessidades do indivíduo Satisfação das Necessidades da Organização Planeamento versos Programação Modelo de um Sistema de Manutenção Registo de um Plano de Manutenção vi 21 22 29 34 34 37 40 49 55 62 78 79 80 84 87 89 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Capítulo 1 Introdução À Manutenção Depois de ler este capítulo, vai estar apto a: Compreender o conceito de manutenção e a sua relação com a produtividade e qualidade. Responder ao desafio da Manutenção Distinguir e compreender a necessidade de Manutenção e custos operação do equipamento. 1.1 Conceito de Manutenção Qualquer unidade industrial, por mais reduzida que seja, possui equipamentos técnicos fundamentais à sua actividade. Mas é impossível funcionar indefinidamente com qualquer equipamento sem que se proceda a alguns trabalhos de manutenção. Também os edifícios, as instalações, o material circulante que são parte integrante das unidades industriais terão que ser mantidos em aceitáveis condições funcionais. As paragens da produção devidas a problemas com os equipamentos são, na maioria das situações, a principal causa da perda de produção, deficiente qualidade dos produtos e acumulação de stocks na planta fabril. Como consequência desta realidade o custo de produção é agravado, retirando competitividade às empresas. 1 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Desta forma a Manutenção procura minimizar os períodos de imobilização, os custos de manutenção por bem produzidos ou serviço prestado e as avarias previstas e os erros de planeamento, de forma a garantir a fiabilidade a melhoria da manutibilidade e consequente aumento da disponibilidade dos equipamentos. Neste sentido, podemos de uma forma figurativa, referir que a Manutenção é a Medicina das Máquinas, fazendo uma analogia entre o ser humano e a máquina, conforme se ilustra no (Quadro 1). ANALOGIA SAÚDE DO HOMEM SAÚDE DA MÁQUINA Conhecimento do Homem Nascimento Entrada em Funcionamento Conhecimento das Doenças Boletim de Saúde Conhecimento Tecnológico Conhecimento das Formas de Avaria Longevidade Durabilidade Histórico Dossier Médico Dossier Máquina Diagnóstico, Exame, Consultas Diagnóstico, Inspecção Conhecimento dos Tratamentos Boa Saúde Fiabilidade Conhecimento das Acções Curativas Tratamento Curativo Reparações Operação Renovação, Modernização e Substituição de Peças Morte Abate MEDICINA MANUTENÇÃO INDUSTRIAL Quadro 1 – Analogia entre Saúde Humana – Máquina Esta analogia, entre saúde humana – máquina, permite-nos deduzir o seguinte: A concepção da manutenção, da fiabilidade e da durabilidade deve ser prédeterminada; O registo da manutenção, do seio da estrutura utilizada, começa por um conselho de compra; 2 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ É desejável que a manutenção se inicie desde a instalação à utilização da máquina, ou seja: no primeiro dia de produção, o serviço deve conhecer já a máquina, possuir o dossier da mesma e o programa de manutenção. O conhecimento do material, as suas falhas, degradações e derivados, completam-se dia após dia, permitindo as correcções, os melhoramentos e optimização sobre o plano económico. Mas os trabalhos de manutenção deverão ser planificados, por questões económicas e de segurança. Se a manutenção for efectuada duma forma descontínua, a probabilidade da ocorrência da avaria é maior. Se a manutenção for feita duma forma excessiva estamos a imputar custos desnecessários enquanto que se ela for efectuada duma forma insuficiente poderá dar origem a acidentes, perdas da produção bem como a elevados custos de reparação. Então, os trabalhos de manutenção devem ser sempre organizados de forma a se atingirem graus de fiabilidade e segurança aos menores custos. A função manutenção engloba pois um conjunto de actividades envolvendo os campos técnico e económico, que terão que ser abordados conjuntamente. Mas o que é a Manutenção? Segundo Larousse, conjunto de tudo o que permite manter ou restabelecer um sistema em estado de funcionamento. Segundo Afnor, conjunto de acções que permitem manter ou restabelecer um bem num estado específico ou em condições de assegurar um determinado serviço. Manter contém a noção de prevenir sobre um sistema em funcionamento. Restabelecer contém a noção de correcção, consequência da perda de exercício ou função. 3 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Estado de espírito e determinado serviço implica a predeterminação do objectivo a atingir com a quantificação dos níveis desejáveis. A definição de Afnor esquece o aspecto económico, porque manter bem, é garantir as operações ao custo óptimo global. 1.2 Princípios Gerais Da Manutenção A conservação dos equipamentos de produção é fundamental para a actividade das fábricas bem como para a qualidade dos produtos. Assim a Manutenção desempenha um papel importante e decisivo nos níveis de Produtividade e Qualidade de um sistema produtivo. Os equipamentos estão sujeitos a um processo progressivo de degradação, devido a causas fortuitas de utilização, e isto requer que sejam efectuadas reparações, inspecções, rotinas preventivas, substituição de peças, mudança de óleo, limpeza, correcção de defeitos, pintura, etc., para que se possa repor os níveis de operacionalidade. Este conjunto de acções forma o leque de actividades ou a missão da Função Manutenção. 1.3 O Desafio Da Manutenção Nos tempos actuais, a missão da manutenção é garantir a disponibilidade da função dos equipamentos e instalações quando são procurados pelo sistema de produção com confiabilidade, segurança e com preservação do meio ambiente ao menor custo. O desenvolvimento da função manutenção deve aliar o aprimorar de técnicas e métodos de gestão que promovam a diminuição da probabilidade de falhas para, 4 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ deste modo, se antecipar a sua ocorrência, com a importância relativa ao tratamento das falhas ocasionais remanescentes. Esta transformação abrange, não só o desenvolvimento de novas tecnologias computorizadas e de reparação para os activos industriais em geral, como novos modelos de suporte de capital no desempenho das actividades de manutenção. Do ponto de vista técnico, a evolução da manutenção pode ser caracterizada em três gerações distintas: A primeira geração, abrangendo os primórdios da mecanização dos meios de produção até ao período que antecede a Segunda Guerra Mundial, onde a procura não tornava significativos os períodos de indisponibilidade para recuperação de falhas. A manutenção era basicamente correctiva, após a ocorrência da falha, faziam-se pequenas acções sistemáticas de conservação, como limpeza e lubrificações. A segunda geração surge com o advento da Segunda Grande Guerra. A manutenção é influenciada pelo aumento da procura. Com a escassez de mão-de-obra industrial, a indústria passou a depender muito mais das máquinas da linha de produção, e o tempo de paralisação passou a ser mais considerado, surgindo a necessidade de evitar a ocorrência da falha com a introdução da manutenção preventiva. A terceira geração surge a partir da década de setenta. Os efeitos das mudanças nos processos industriais foram mais intensos, devido à presença da mecanização crescente e ao surgimento posterior da automação, advinda do desenvolvimento da micro-informática. Consequentemente, as expectativas criadas, acerca do desempenho dos equipamentos envolvidos no processo produtivo e os efeitos das falhas na produção, também aumentaram. A ênfase assenta na busca da melhoria contínua da gestão da manutenção, através do tratamento das tarefas de manutenção como processos que podem ser controlados, medidos e melhorados. 5 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Os novos parâmetros de redução de stocks e programação da produção elevaram a um novo patamar - os desempenhos nas áreas da confiabilidade e disponibilidade. A ampliação da oferta, aliada à conjuntura económica-social da actualidade, foi determinante para gerar novas expectativas relativamente à qualidade dos produtos, instalações e meio ambiente e segurança das pessoas, envolvendo não só os trabalhadores na linha directa de produção, mas também a sociedade circunvizinha como um todo. Desta forma, um processo de manutenção eficiente e eficaz deve considerar as relações entre todas as tarefas, as ferramentas e procedimentos utilizados, além das habilidades, conhecimentos e motivações do pessoal envolvido. 1.4 Objectivos Da Manutenção É fácil concluir que o objectivo primordial da manutenção é encontrar, aos mais baixos custos possíveis, as condições de funcionamento que conduzem a uma maior fiabilidade e segurança dos equipamentos. Em termos gerais os objectivos da manutenção, são: A exploração e gestão dos equipamentos durante a sua vida útil; O assegurar da disponibilidade optimizada dos equipamentos, obtendo o máximo retorno do investimento; A Competência de assegurar a segurança dos utilizadores do equipamento; O controlar dos efeitos das falhas relativamente à envolvente. Os objectivos da manutenção (Quadro 2) devem ser compatíveis com os objectivos da empresa, sendo estes orientados para a obtenção do lucro, de tal modo que em termos de custos o objectivo principal será atingir o balanço entre os custos da não-disponibilidade (perda de produção) e os custos de manutenção, os quais existem para assegurar a disponibilidade, através de politicas de manutenção. 6 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Custos Disponibilidade Máxima Disponibilidade equipamento Redução imobilizações das avarias Qualidade Assegurar a produção sem defeitos Qualidade do equipamento M A N U T E N Ç Ã O Redução de encargos e custos de perdas da manutenção Segurança De pessoas, equipamentos e instalações Cumprimento das suas normas Quadro 2 – Os Objectivos da Manutenção (João Pinto, 1997) De entre os objectivos apresentados aquele que se mostra como um dos prioritários é a Disponibilidade do equipamento. Em termos de Qualidade, a manutenção terá de contar com a crescente exigências do mercado em relação a produtos de elevada qualidade. A manutenção, quando efectuada duma forma planificada, contribui para: A redução das perdas de capital; O aumento da vida dos equipamentos; A melhoria das condições de Trabalho; A redução de custos de produção; O aumento da rendibilidade; A melhoria da segurança; A poupança da energia. 7 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Para além destes resultados, uma eficiente manutenção contribui também para o aumento da produção, já que aumenta a disponibilidade dos equipamentos. Disponibilidade x Capacidade = Produtividade A contribuição da manutenção dentro de um sistema produtivo resume-se no seguinte: quanto maior for a disponibilidade, menor será a procura de serviços e, consequentemente, de custo, favorecendo o crescimento da produtividade e eficiência da função manutenção. A correlação da manutenção com a rendibilidade da empresa é evidenciada na capacidade de produção e no custo operacional dos equipamentos, em relação ao objectivo de um departamento de manutenção que deve procurar atingir o equilíbrio entre estes dois efeitos. 1.5 A Necessidade Da Manutenção A manutenção deve existir nas empresas, como fonte capaz de gerar lucro com o objectivo de alcançar supremacia, perante a concorrência. LUCRO = Valor Resultante das Vendas – Custo Total dos Produtos (Custo de Produção + custo de Vendas) Os Custos Custos fixos (custos com o equipamento e instalações) Custos Variáveis (Custos de materiais) LUCRO = Preço de Venda – Custo de Produção O preço de venda dos produtos é definido em função dos custos de produção verificados e da margem de lucro desejada. PREÇO DE VENDA = Custo de Produção + Lucro O preço do produto é um dos factores de maior peso na decisão do cliente. Por conseguinte, as empresas verificam que os preços são definidos no mercado pela 8 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ concorrência. Isto leva a que actualmente a maioria das empresas sejam obrigadas a fazer enormes esforços na contenção de custos (com redução de custos), para garantir o benefício a que todos se propõem – o lucro. Por outro lado, a rendibilidade e o lucro da empresa são afectados por diversos factores, tais como: A procura; O preço do equipamento; A eficiência do sistema produtivo; O custo e a duração de vida do equipamento; Os custos de manutenção do equipamento. A manutenção está relacionada com a rendibilidade da empresa através da eficiência e custos de operação do equipamento. O que são então, custos de operação do equipamento? São custos directos, ou seja, aquilo que é necessário para a máquina funcionar, nomeadamente, recursos usados na produção e serviços, tais como: energia, materiais, mão-de-obra. O trabalho da manutenção eleva o nível de desempenho e disponibilidade do equipamento, mas paralelamente agrava os custos de operação, quando as avarias ocorrem nos equipamentos constituem um dos graves problemas da indústria, já que a imobilização do equipamento ronda os 50%. A imobilidade do equipamento limita a capacidade de produção, agrava os custos e alarga os períodos de produção. Portanto o objectivo de qualquer departamento de Manutenção deverá ser a obtenção do balanço entre os custos de perdas de produção e os custos de manutenção (Gráfico 1). 9 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Custo de perda de Produção C u s t o s Custo de Manutenção 70 Óptimo 80 90 100 Disponibilidade do Equipamento Gráfico 1 – Balanço entre os custos de perdas de produção e os custos de manutenção As elevadas taxas de ocorrência de avarias, devem-se sobretudo a razões técnicas tais como: 1. Reduzida fiabilidade do equipamento Máquinas complexas, compreendendo uma grande quantidade de elementos e componentes; Parque de máquinas envelhecido; Grande variedade de avarias e incerteza quanto à sua forma e ocorrência; Deficiências na concepção e instalação do equipamento. 2. Desrespeito das condições normais de funcionamento (negligência no uso) Sobrecargas; 10 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Aplicação de máquinas em operações para as quais não foram concebidas; Deficiente lubrificação e limpeza; Falta de motivação nos operários da produção em cuidarem dos seus equipamentos. 3. Insuficiência ou ausência de manutenção Ignorância da gestão em relação à importância da manutenção; Manutenção correctiva de emergência; Manutenção desprovida de meios e de recursos humanos. A necessidade de manutenção pode ser justificada para além das razões técnicas mencionadas, também por razões de ordem de segurança, económica e social. 1. Razões de segurança Cumprir as regulações de modo a evitar situações de risco, de incómodo (salubridade) e de poluição. 2. Razões económicas Obter o máximo rendimento do investimento feito no equipamento e instalações prolongando ao máximo a sua vida útil. Reduzir os desperdícios, produtos rejeitados e reclamações do mercado e o consumo de energia. 3. Razões sociais Estão relacionadas com razões que se prendem com a influência que determinados grupos sociais podem ter na actividade da empresa (grupos ambientalistas), através de pressões para reduzir os efeitos incómodos ou nocivos da actividade da empresa. 11 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ 1.6 A Produtividade da Manutenção A definição técnica para produtividade pode ser entendida a partir de uma concepção simples, isto é, através de uma relação entre a quantidade de outputs e a quantidade de inputs aplicados para produzir um output. O output, sendo um produto ou um serviço como é o caso da manutenção, é o produto final de um processo que pode ser medido pelo seu desempenho favorável. Os inputs são os recursos utilizados na produção de um bem ou na execução de um serviço de manutenção. Os principais recursos aplicados são a força do trabalho e o capital (máquinas e equipamentos). A produtividade não pode ser considerada equivalente à produção, pois, enquanto a produção se refere ao total de outputs produzidos, a produtividade diz respeito, à quantidade total produzida pela unidade de input utilizada. Um crescimento na produção não implica necessariamente um crescimento na produtividade. Aplicando a definição técnica de produtividade no caso da manutenção industrial podemos considerar a sua produção ou o seu resultado operacional, como o cumprimento de um plano de produção planeado representado por uma certa quantidade a ser produzida num certo espaço de tempo. A melhoria da produtividade está relacionada com a procura da máxima eficiência na aplicação de recursos (humanos próprios da organização, os materiais sobressalentes, os serviços contratados a outras organizações, as ferramentas e equipamentos utilizados na realização das tarefas, bem como, os métodos de planeamento e controlo), com o intuito de minimizar as perdas. A produtividade também depende do rendimento dos recursos aplicados. A produtividade pode ser medida na eficácia da aplicação dos recursos com influência nos resultados operacionais, ou através do processo de manutenção com uma visão da performance global das empresas, a que podemos associar a seguinte equação da produtividade para a manutenção: 12 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Resultado da Manutenção PRODUTIVIDADE = Eficácia no Atendimento ao Plano de Produção = Custos da Manutenção Eficiência na Aplicação dos Recursos Nesta perspectiva, para alcançar resultados é necessário o aperfeiçoamento dos processos de aplicação dos recursos, ou seja, a melhoria da eficiência ir-se-á reflectir na redução dos custos aplicados e na ampliação dos resultados. Esta visão pode ser também partilhada na definição da eficácia como a qualidade daquilo que produz o resultado esperado e a eficiência como a capacidade de produzir um efeito ou rendimento. As organizações/empresas têm sempre como objectivo a identificação e o aperfeiçoamento de processos para que os resultados sejam compensadores dos quais a manutenção faz parte deste amplo campo de actuação. Consequentemente, uma estratégia para melhoria da produtividade na manutenção requer uma ênfase sistemática para a medição de indicadores de performance em níveis macro e micro dos custos e resultados. Na prática, existe uma grande família de medidas de produtividade dependendo dos tipos de dados especificamente utilizados na equação como a produtividade do trabalho, da mão-de-obra directa e indirecta, económica e de qualidade. O desempenho da manutenção pode ser melhorado e controlado através da utilização das seguintes técnicas: A aplicação de computadores na gestão e controlo com bases de dados e folhas de cálculo (existindo somente a contrariedade aquando da introdução de informação fiável em tais sistemas); Aplicação de tecnologias padrão, para que, não existam falhas, devendo-se evitar informações sem consistência. 13 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Questões para discussão 1. Defina o conceito de Manutenção. 2. Do ponto de vista técnico a Manutenção pode ser caracterizada em três gerações. Defina-as, mencionando os principais aspectos que as distingue. 3. Distinga os conceitos de produtividade, eficiência e eficácia. 4. Os objectivos da Manutenção devem ser compatíveis com os objectivos da empresa. Comente. 5. A Manutenção deve existir nas empresas? Apresente algumas razões que justifique a sua resposta. 14 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Capítulo 2 A Função da Manutenção Depois de ler este capítulo, vai estar apto a: Definir e explicar a Função Manutenção e seus objectivos. Compreender as principais formas da Manutenção e suas Características e aplicações. Relacionar a Manutibilidade e a Terotecnologia com a Manutenção. Compreendera importância económica da Manutenção. 2.1 Introdução A manutenção sendo uma função subsidiária da produção (com excepção das firmas de serviços de manutenção), quer seja ela feita pela própria empresa, ou em regime de subcontratação, as actividades do departamento de manutenção variam com a dimensão e tipo de empresa ou organismos e com a política adoptada, poderemos agrupar essas actividades em áreas funcionais. 2.2 A Função Manutenção À manutenção é atribuída a responsabilidade pelos equipamentos e instalações, com participação na sua selecção e intervenção na instalação e manutenção durante o 15 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ período de vida do equipamento Modernamente a manutenção é abordada como uma função integrada com outras funções dentro da empresa, por isso, a manutenção deverá ter as suas funções, competências e responsabilidades bem definidas de modo a evitar sobreposições e conflitos com as outras funções da empresa (Figura 1). Isto significa: 1. A definição do orçamento da manutenção consciente do correcto dimensionamento económico da sua actividade em função dos objectivos da produção e da empresa; 2. O desenvolvimento adequado das acções da actividade de manutenção; 3. O estabelecimento dos meios de controlo dessa actividade do ponto de vista técnico e económico. Objectivos da Empresa Orçamentos DIRECÇÃO Materiais Assistência pós venda Serviços Pessoal Marketing Mão de obra Formação e Treino Segurança e Meio ambiente MANUTENÇÃO Desenvolvimento de novos produtos e processos Estudos de fiabilidade e Manutibilidade Produção I&D Planeamento e Controlo das intervenções de manutenção Disponibilidade e Melhoramentos Figura 1 – Relações da Função Manutenção com outras funções da Empresa 16 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ 2.3 Funções da Manutenção Existem duas áreas funcionais: Primárias e Secundárias. Funções Primárias estão relacionadas com o trabalho diário efectuado pelo departamento de manutenção. As Funções Primárias mais conhecidas são: Manutenção dos equipamentos e instalações existentes; Manutenção de edifícios e terrenos; Inspecção, lubrificação, e limpeza dos equipamentos; Exploração dos equipamentos de abastecimento energético e outros; Instalação de novos equipamentos, participação na concepção e construção de equipamentos e/ou edifícios. Funções Secundárias são realizadas por empresas subcontratadas. São adjudicadas ao departamento de manutenção por razões de experiências, precedentes entre outras. As Funções Secundárias estão relacionadas, com actividades de: Estudos e projectos; Protecção e segurança industriais; Recolha e tratamento de lixo e desperdícios industriais; Higiene e segurança no trabalho; Serviço de limpeza (geral); Controlo das fontes de poluição, entre outros. É através da conjugação destas tarefas que surge a necessidade de emergir o aparecimento das empresas de manutenção. 17 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ 2.4 Desequilíbrios Actuais Da Função Manutenção Os factores responsáveis que levam aos desequilíbrios da função manutenção são os seguintes: O excesso de manutenção reactiva em detrimento da preventiva; A repetição dos mesmos problemas de manutenção; Má execução das tarefas de manutenção; A falta de critérios objectivos na aplicação da manutenção preventiva; O planeamento e a programação da manutenção não são compreendidos pelos operacionais; A total aceitação das recomendações dos fabricantes, mesmo após o período de garantia; A deficiente aplicação das técnicas de manutenção por controlo de condição. Estes factores desequilibrantes da função manutenção deverão ser combatidos e melhorados, tendo em vista o aumento da produtividade e eficiência das organizações/empresas, sempre ao nível da excelência. 2.5 Formas De Manutenção A manutenção era considerada, inicialmente, um mal necessário da produção industrial. Durante muitos anos a função Manutenção foi quase que inteiramente executada pelos próprios operários ligados à produção. Para além das tarefas inerentes à produção, os operários eram também responsáveis pela manutenção dos equipamentos. 18 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Actualmente tem um papel importante na produtividade, na rendibilidade, na qualidade e na imagem da empresa. A manutenção industrial teve necessidade de evoluir, pois havia que reduzir custos de paragens por avarias, aliada à actualização tecnológica e cientifica constante que se fazia sentir. Até 1940, estávamos em presença, de uma elevada taxa de ocorrências de avarias, devido a razões técnicas, tais como: Reduzida fiabilidade do equipamento; Desrespeito das condições normais de funcionamento; Insuficiência, ou ausência de manutenção. Além destas razões, existiam outras que se prendiam com o contexto de segurança, económico e social e a exigência cada vez maior, ao nível da qualidade por parte dos clientes, que também deveriam ser tomadas em consideração. Existia, portanto, um ambiente propício para que as politicas de manutenções fossem implantadas. A tendência para a existência de equipamentos mais complexos e sofisticados e integrando múltiplas tecnologias, teve como resultado que a manutenção cada vez menos se relaciona com a acção de reparar, orientando-se mais para uma função de gestão. Surge assim a Manutenção Planeada como base de todo o sistema de organização da manutenção. Na década de 40, surge a Manutenção Correctiva de Emergência (MCE), em que as reparações de avarias só ocorrem, após o aparecimento de falhas súbitas e imprevisíveis onde os: Custos de manutenção são baixos; 19 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Custos de paragem são elevados. Em 1950, num período francamente expansionista, a Manutenção Preventiva Sistemática (MPS), que se caracteriza por uma estrutura centralizada, com paragens programadas dos equipamentos - grandes operações de rotina. Este tipo de intervenção, para além das perdas de produção resultante da paragem dos equipamentos, traduz-se muitas vezes em custos adicionais provenientes da substituição de componentes ainda em bom estado de funcionamento. Para além destes inconvenientes, as avarias podem ocorrer antes das paragens previstas, tendo então que se proceder a uma intervenção correctiva. Entende-se que, antes de ocorrerem as avarias é que se devem efectuar as reparações com: Custos de manutenção elevados; Custos de paragem baixos. O grau de sofisticação cada vez maior dos equipamentos e tecnologias (máquina de controle numérico, robótica, utilização de lasers de fibras ópticas, etc) tem vindo a contribuir significativamente para condicionar a política de manutenção. A introdução dos novos conceitos de Fiabilidade, Manutibilidade e do Custo do Ciclo de vida dos equipamentos (a referir seguidamente), fez emergirem 1970 uma outra variante da Manutenção Preventiva, sendo esta designada por Condicionada (MPC), em que se procura prever, a partir dos resultados obtidos duma forma sistemática, pelas equipas de inspecção, a ocorrência das avarias. A intervenção só é feita apenas quando coloca em risco pessoas e bens. Em termos organizacionais, há uma preocupação na redução dos encargos excessivos por intervenções desnecessárias ou insuficientes que põe em causa a noção custo/eficiência. 20 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ É também, neste ano (1970), que aparece no Japão uma nova forma de manutenção a que os orientais dão o nome de Total Productive Maintenance (TPM), em português leia-se Manutenção Produtiva Total. TPM é um tipo de abordagem de gestão científica simples e eficaz ao nível da empresa na qual é necessário saber gerir a manutenção, a qualidade, a eficiência do equipamento e o meio-ambiente. O objectivo é de fazer participar na manutenção não apenas os seus especialistas, mas a totalidade da estrutura da empresa O TPM desponta, porque há uma necessidade, imperiosa de integrar actividades de manutenção, com as de produção, além de outras funções existentes nas empresas. Essa integração, deve ser feita, pois o papel da manutenção é criar capacidade de produção (Figura 2). Objectivos da Empresa Previsões de Vendas Status do Inventário (Stocks) Plano Director de Produção Sistema de Planeamento e Controlo da Produção Planeamento dos Recursos Lista de Materiais (Estrutura) Plano detalhado das necessidades Líquidas de produção Recursos Disponíveis Planeamento das necessidades de Capacidade Sistemas Shop Floor (Linha de produção, oficinas, etc Rotinas de Produção Sistemas de Vendedores (Fornecedores, Clientes, etc.) Figura 2 – A Inserção da Manutenção no Sistema Produtivo de uma Empresa 21 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ A tendência actual vai também no sentido de as empresas industriais empregarem cada vez mais efectivos na manutenção, exigindo-lhe maior grau de especialização bem como uma maior polivalência de função. Um sistema global de manutenção pode ser esquematizado segundo o organigrama apresentado na (Figura 3). MANUTENÇÃO PLANEADA NÃO PLANEADA PREVENTIVA CORRECTIVA Sistemática Condicionada Emergência Planeada e Controlada Figura 3 - Tipos de Politicas de Manutenção As políticas de manutenção podem-se dividir em planeada e não planeada., bem como a manutenção pode dividir-se em duas principais categorias: Correctiva Preventiva Manutenção Correctiva – são todos os trabalhos de manutenção realizados de forma a restabelecer o estado de um equipamento de modo a que ele execute as funções para que foi concebido. Se os trabalhos de manutenção se realizarem após a ocorrência da avaria, ela diz-se de Emergência. A manutenção Correctiva pode ser Planeada e Controlada, ou seja, os trabalhos de manutenção realizam-se após a ocorrência da avaria, mas duma forma planificada. Conduz à diminuição dos tempos de paragem e à diminuição dos custos de manutenção. 22 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Manutenção Preventiva – se todos os trabalhos de manutenção forem planeados (a intervalos de tempo, horas de funcionamento, etc) de forma a evitar a ocorrência de avarias, a manutenção diz-se Sistemática. Os componentes cujo ciclo de vida possam ser estimados são substituídos. São exemplos deste tipo de manutenção as lavagens, lubrificações, substituições, inspecções, reparação de componentes, substituição de rolamentos e rectificação de pistons em intervalos determinados, etc. A Manutenção Condicionada ou Condition Monitoring – engloba todas as operações levadas a cabo de forma a detectar as anomalias em fase incipiente. São exemplos deste tipo de manutenção a medição e controle de vibrações, de ruídos, da pressão, medição da taxa de compressão em motores diesel, análise de partículas, etc. A partir dos resultados obtidos pelas equipas de inspecção e da sua análise, procura-se determinar a vida útil dos equipamentos de forma a proceder-se à sua reparação antes da ocorrência da avaria. Sempre que as inspecções possam ser realizadas com as máquinas em funcionamento – em regime dinâmico, evitando assim os custos devido às desmontagens, a manutenção deve-se basear em Condition Monitoring. Seja qual for a política de manutenção a adoptar, é sempre mais económico planificar uma actividade que não planificar. Qualquer organização/empresa tendo como objectivos: Produtividade – Sendo a aptidão para o valor máximo a custo mínimo. Qualidade – Ao nível da excelência. Ergonomia – Onde a capacidade de utilização se quer em condições de segurança e conforto. Boa Imagem Institucional – Dentro e fora da empresa, através do serviço oferecido. 23 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ de forma a estabelecer com o cliente-fornecedor um relacionamento de parcerias, poderão ser estes amplamente conseguido, através do contributo das politicas de manutenção dos equipamentos, componentes e sistemas. 2.5.1 Características de cada uma das formas de manutenção Manutenção correctiva (Emergência) - Custos de manutenção elevados - Baixa disponibilidade dos equipamentos - Elevadas perdas de produção - Baixa eficiência de manutenção - Tensão no trabalho Manutenção Preventiva (Planeada – Programada) - Menores custos de manutenção - Menores custos devidos a paragens - Maior disponibilidade dos equipamentos As paragens são programadas e os componentes cujo ciclo de vida seja conhecido, são substituídos ou reparados. Este tipo de manutenção é de difícil justificação económica, já que a maior parte dos componentes tem diferentes ciclos de vida, o que obriga a frequentes intervenções. Existe também, frequentemente, a dificuldade de coordenação entre o planeamento da manutenção e da produção. Manutenção Preventiva Sistemática - Condition Monitoring - Optimiza a disponibilidade - Optimiza os custos de manutenção 24 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ - Melhoria de segurança Grande parte dos testes podem ser executados com o equipamento em funcionamento, podendo os trabalhos de manutenção correctiva serem efectuados de acordo com a planificação da produção. Por exemplo, paragem de produção devido a mudanças das ferramentas, mudança de produto a produzir entre outras. 2.5.2 O Ciclo de Vida dos Equipamentos Para cada equipamento podemos definir o seu ciclo de vida que consiste no período de tempo durante o qual se avaliam todos os custos inerentes à posse de um equipamento. O Ciclo de vida corresponde ao período durante o qual se pretende dispor do equipamento, antes de ele se tornar obsoleto ou inutilizável por qualquer outra razão. Podemos definir três fases do ciclo de vida do equipamento: Arranque, Vida útil e Degradação. Fase do Arranque Os equipamentos, de uma maneira geral estão sob garantia, deve-se aplicar uma manutenção preventiva sistemática, de acordo com os fornecedores. Fase da Vida útil Já que durante esta fase a taxa de avarias é praticamente constante, não se justifica efectuar grande parte das intervenções programadas com base em horas ou calendário O grande problema nesta fase consiste na determinação da frequência óptima de intervenção, para além das perdas de produção e encargos directos de intervenção. Assim justifica-se a determinação da condição da máquina, através duma colheita sistemática dos valores de leitura, o que permite avaliar a evolução do seu estado e determinar a altura óptima de intervenção, antes da ocorrência da avaria. É esta a base de Manutenção condicionada. 25 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ 2.5.3 Benefícios Económicos A manutenção quando planeada aumenta a disponibilidade dos equipamentos Antes da reparação da avaria, algumas actividades preparatórias de planificação terão que ser efectuadas, das quais destacamos: - Detecção de avarias - Documentação - Peças de reserva - Ferramentas Se a manutenção foi planificada, muitos destes trabalhos poderão realizar-se com os equipamentos em funcionamento, reduzindo-se assim os tempos de paragem das máquinas. A manutenção quando planeada permite uma melhor coordenação com o departamento da produção O departamento de produção planifica a produção de acordo com as decisões fornecidas pelo departamento de Marketing. Principalmente em linhas de produção de vários produtos é frequente a paragem dos equipamentos para substituição de ferramentas e equilibragem das máquinas. Se houver uma boa coordenação entre estes departamentos, alguns dos trabalhos de manutenção poderão ser realizados nessas paragens, aumentando assim o tempo disponível para a produção 2.6 Manutibilidade Enquanto que a manutenção constitui um conjunto de acções empreendidas com o objectivo de repor o sistema falhado nas condições operacionais de novo. A Manutibilidade traduz, a capacidade de um sistema ser mantido em boas 26 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ condições operacionais; O que na leva a afirmar que a Manutibilidade é um parâmetro de design do sistema e a Manutenção é o resultado de design. Assim, diz respeito também à manutenção aquando da aquisição de novos equipamentos basear a sua escolha nos aspectos de Manutibilidade e operacionalidade. Os equipamentos para além das características de capacidade e de fiabilidade devem apresentar do ponto de vista do gestor da manutenção, bons índices de Manutibilidade, de forma a reduzir custos e facilitar os trabalhos de manutenção. Como poderemos definir Manutibilidade? A Manutibilidade de um sistema é a característica que deriva do seu design e instalação. É definida como a facilidade de acesso, eficiência (precisão) e condições de segurança e o custo com que as acções de manutenção são executadas para restaurar a condição do bom funcionamento de um sistema relativamente à economia. 2.6.1 O Programa de Manutibilidade Um programa de Manutibilidade é um conjunto de actividades programadas, executadas em paralelo com outras actividades de engenharia, com o fim de alcançar os objectivos da Manutibilidade. O programa é composto pelas seguintes fases: Fase de Definição – envolve a identificação dos principais requisitos de Manutenção e definição dos limites requeridos no âmbito do projecto. Fase de Análise – os requisitos identificados na fase anterior são transferidos para o projecto de modo a que o sistema os satisfaça e elabore a formação dos requisitos de Manutibilidade. 27 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Fase de design – onde os requisitos de Manutibilidade são descritos e especificados em termos quantitativos. Fase de Implementação – envolve a instalação do sistema de acordo com as especificações e requisitos de Manutibilidade elaborados anteriormente. Fase de Verificação – com execução de testes de demonstração de modo a demonstrar que os objectivos da Manutibilidade foram efectivamente alcançados. 2.7 A Manutenção e a Terotecnologia A Terotecnologia, significa cuidar de, guardar, tomar conta de. O seu conceito nasceu em Inglaterra na década de 70, após um estudo efectuado pelo Ministério da Indústria sobre as verbas gastas com a manutenção, o qual concluiu sobre os enormes encargos verificados com esta função industrial. A. S. Corder define Terotecnologia como a combinação das técnicas de gestão, finanças, engenharia e outras práticas aplicadas aos bens (equipamentos e instalações) na precursão de um ciclo de vida económico . A Terotecnologia envolve o ciclo de vida do equipamento e custos de manutenção com: Especificação; Design - para o desempenho da Fiabilidade, Manutibilidade da planta fabril e sistemas de suporte; Fabricação e Instalação – com controlo da qualidade, design de autodetecção de falhas; Arranque – Determinação e localização inicial de falhas; 28 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Funcionamento – Detecção de falhas e eliminação das causas de mau funcionamento com optimização da manutenção; Substituição – Com o envelhecimento e obsolescência dá-se o abate. Assim, na fase de design, a Fiabilidade e a Manutibilidade são importantes factores a considerar e que terão grande influência na performance do equipamento e nos custos do ciclo de vida deste. Na fase de instalação a Manutibilidade continua a ser importante porque é nesta fase que muitos problemas de Manutenção se tornam evidentes. A fase de arranque é algo mais que uma fase de teste, é a fase de aprendizagem (de adaptação) do equipamento ao meio e ao ritmo da produção. Esta fase, envolve a localização e a posterior eliminação de falhas, devendo manter-se durante a fase de funcionamento do equipamento (Figura 4). Especificação Design Fabricação e Instalação Arranque Funcionamento Detecção de falhas Desempenho Determinação Optimização da Fiabilidade Controlo da Manutenção inicial de Manutibilidade Qualidade Eliminação das Falhas Sistemas de Design de causas de mau suporte funcionamento Autodetecção de falhas Manutibilidade Substituição Envelhecimento Obsolência Etc. Período de Aprendizagem Feedback contínuo Figura 4 - O Ciclo de Vida do equipamento e os factores que afectam os custos de Manutenção Estamos a considerar os componentes da eficiência de um equipamento em que existe um período de aprendizagem (no arranque e funcionamento), na função do sistema com o fornecimento em feedback para o design de informação relativa a 29 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ problemas de Manutenção, facilitando deste modo a obtenção do nível óptimo de Manutenção/Funcionamento. A manutenção para ser efectiva em termos de custos tem de ser organizada com uma estrutura, bem adaptada à empresa. 30 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Questões para discussão 1. Discuta a seguinte questão: Modernamente a Manutenção é abordada como uma função integrada com outras funções dentro da Empresa. 2. Porque é que actualmente, a Manutenção tem um papel importante na produtividade, na rendibilidade, na qualidade e na imagem da Empresa. 3. Identifique as várias formas de manutenção. Qual o contributo das mesmas no binómio Custo/beneficio. 4. Cite os benefícios Económicos da Manutenção Planeada. 31 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Capítulo 3 Organização e Gestão da Manutenção Depois de ler este capítulo, vai estar apto a: Desenhar e Estruturar a Organização de Manutenção e compreender o organigrama da manutenção; Estabelecer e/ou melhorar um sistema de Manutenção e enumerar as suas principais actividades; Avaliar a importância económica da Manutenção e entender a estrutura de custos de Manutenção; Fazer a avaliação da eficiência da Manutenção; Prover um sistema de documentação para equipamento e stock. 3.1 Introdução Devido ao elevado custo de manutenção e da disponibilidade do equipamento e instalações, a Organização e Gestão da Manutenção assume-se actualmente, como um dos factores críticos na rendibilidade das empresas. O âmbito da Gestão da manutenção é muito vasto, abrange várias áreas, no entanto, apenas nos vamos debruçar com os aspectos que dizem respeito à Organização e Gestão da Função Manutenção. 32 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ 3.2 Estrutura do Departamento de Manutenção A manutenção independentemente do seu enquadramento hierárquico e funcional está sempre intimamente ligada a outras áreas funcionais da empresa, tais como: produção, aprovisionamento, qualidade, sector financeiro, etc. A manutenção é pois, um dos componentes da actividade industrial que terá que estar interligada na estratégia global da empresa. A eficácia da manutenção dependerá sempre, da eficácia com que funcionam estes sectores. Dada esta dependência, é de grande importância para o serviço de manutenção o conhecimento dos objectivos globais e sectoriais da empresa. O gestor de manutenção terá que saber, por exemplo, o que a empresa pretende obter das instalações em termos de médio e longo prazo, para definir qual a política a seguir, a aquisição de peças de reserva, perspectivar modificações com vista a reparações, admissão e formação de pessoal, etc. Uma clara definição organizativa do sector de manutenção deverá considerar alguns aspectos que condicionam a sua organização tais como: O tipo de actividade da empresa; A situação geográfica (compacta ou dispersa); A dimensão da empresa; Os objectivos do departamento de produção; O grau de formação do pessoal afecto à manutenção. Seja qual for a situação, deve-se ter sempre presente alguns princípios básicos, fundamentais para o sucesso da organização, de forma a: Estabelecer uma clara divisão de responsabilidades, evitando tanto quanto possível as sobreposições; Criar linhas hierárquicas verticais, tão curtas quanto possível; 33 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Manter um número óptimo de colaboradores reportando a cada elemento de chefia; Adaptar a organização às personalidades existentes. Segundo as estruturas modernas, o Departamento de Manutenção deve depender de um Director Geral ou Director Industrial que coordena e regula, segundo as directrizes superiores, as actividades dos Departamentos de Produção, Manutenção, Qualidade, Administrativo, Marketing, etc (Figura 5). DIRECTOR GERAL Departamento Administrativo Departamento Marketing Departamento Manutenção Departamento Produção Departamento Qualidade Figura 5 – Organigrama para uma Empresa Média de um Departamento de Manutenção Nas empresas onde existe um Director Técnico, este acumula as funções inerentes ao seu Departamento (serviços gerais da fábrica, investimentos, gestão das oficinas gerais, segurança, etc), com as do Departamento da Manutenção, dependendo o responsável pela manutenção do Director Técnico (Figura 6). DIRECTOR TÉCNICO Responsável Oficinas Gerais Responsável Manutenção Responsável Projectos Figura 6 – Organigrama tipo em que a manutenção depende do Director Técnico Seja qual for a estrutura de organização seguida, os Departamentos de Manutenção e Produção, devem estar directamente dependentes duma Direcção única, capaz de 34 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ definir as responsabilidades de cada Departamento, decidir sobre os litígios e assegurar uma total cooperação. O Departamento de Manutenção, para corresponder aos imperativos da técnica moderna, tem vindo a alterar os métodos clássicos de organização centralizada por especialidades técnicas (Mecânica, Instrumentação, Eléctrica, Hidráulica, etc.) por uma gestão mais centralizada e por funções. Assim, o Departamento de Manutenção é composto por três funções diferentes: Métodos; Programação ou Ordenação; Execução. Atribuições da Função Métodos Estudar e definir os métodos de trabalho, os recursos (homens, máquinas, materiais, peças) necessários aos diferentes trabalhos de manutenção; Analisar as informações colhidas pelas equipas de inspecção (medição de temperatura, de pressão, análise de óleos, controle de vibrações de ruído) e decidir acerca da intervenção; Fazer o diagnóstico das avarias; Fixar as frequências de manutenção preventiva sistemática em função do equipamento e da sua utilização; Estabelecer as operações a efectuar nas várias formas de manutenção; Prestar os esclarecimentos necessários aos chefes de equipa da execução, que resultam de dificuldades imprevistas na execução dos trabalhos. A função Métodos dita a lei técnica da manutenção, define o modo operativo a seguir e os meios a utilizar. 35 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Atribuições da Função Programação ou Ordenação Estabelecer a ordem de execução dos trabalhos de manutenção, de acordo com os graus de urgência e das disponibilidades em pessoal e materiais; Seguir o avanço dos pedidos de trabalho e prevenir os responsáveis dos atrasos previstos para a sua efectivação; Gerir os recursos de manutenção. A função Programação ou Ordenação coordena os meios disponíveis e é responsável pelo lançamento dos trabalhos. Atribuições da Função Execução Distribuir os trabalhos indicados pela Programação; Distribuir o pessoal, o material e as ferramentas por cada equipa de trabalho; Verificar a qualidade do trabalho. Esta função é responsável pela execução prática do trabalho, pela sua qualidade e pela fiscalização da actividade do pessoal. Os trabalhos destas três funções são dirigidos e coordenados pelo chefe do Departamento de Manutenção (Figura 7), que assegura ainda as ligações com os responsáveis pelos diferentes departamentos da aprovisionamento, marketing, pessoal, financeiro, etc.). 36 fabricação (produção, Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ MANUTENÇÃO Métodos Execução Programação Oficinas sectoriais polivalentes Oficinas centrais Figura 7 – Organigrama de Funções para o departamento de Manutenção A Estrutura do Departamento de Manutenção depende de vários parâmetros, tais como: Tipo de Industria; Sua dimensão; Política de manutenção adoptada; Sua localização; Dispersão dos equipamentos; Qualificação do pessoal. Em pequenas empresas é frequente o responsável pela manutenção encarregar-se das funções Métodos e Programação. 37 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ 3.3 A Política de Manutenção A manutenção deve ser assumida como qualquer outra função da empresa, que terá de ser conduzida por uma Política ou Estratégia (consiste na definição dos objectivos técnico-económicos relativos à sua actividade), definida e devidamente integrada no Plano Estratégico da Empresa. A descrição da estratégia para a manutenção passa pela definição de um conjunto de objectivos, podendo ser quantitativos ou qualitativos e devem repartir-se por: Objectivos económicos; Objectivos operacionais; Objectivos sociais. A orientação estratégica da Manutenção depende de factores externos e internos à função Manutenção Factores Externos influenciam directamente a aquisição dos equipamentos ou substituição, afectando também a mão-de-obra, a qual depende dos factores relacionados com o mercado e a procura. Podem-se considerar factores externos: As tendências de mercado – influência das vendas na actividade da manutenção; Introdução de novos produtos; Introdução de novos sistemas e/ou equipamentos; Alteração dos objectivos da empresa e/ou produção. Factores internos Podem-se considerar factores internos: 38 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ A optimização dos custos de manutenção de modo a assegurar a sua competitividade em relação às opções de subcontratação; A optimização dos serviços prestados pela Manutenção (melhoria na disponibilidade do equipamento, redução de tempos de imobilização); A redução das quantidades a manter em stock ; A aplicação da informática no apoio às actividades de gestão e controlo da manutenção; A formação e treino do pessoal. 3.3.1 Fases de Implementação da Política de Manutenção Após a definição da orientação estratégica é necessário estabelecer a Política de Manutenção a seguir. Quando se implementa uma politica de manutenção ela deverá, obedecer a várias fases. Iremos representá-las, devido à sua importância, através da Figura 8. É importante referir, que o objectivo do feedback é fornecer a informação actualizada capaz de ajustar o desempenho da manutenção às actuais circunstâncias ou orientá-las no sentido da realização dos seus objectivos. 39 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Informação Definição de Objectivos Selecção dos métodos a seguir Definição dos Recursos necessários Execução Feedback Avaliação e Balanço Técnico, Humano e Económico Figura 8 – As Fases de Implementação da Política de Manutenção Pinto, João (1997:36) Para que se possa definir a política de manutenção é necessário existir um compromisso entre os aspectos técnicos, humanos e económicos (Figura 9). 40 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Técnico Económico Humano Figura 9 – Compromisso entre os Aspectos Técnicos, Humanos e Económicos 3.3.2. Factores da Gestão da Manutenção Francisco Sena & Filipe Pereira (2002), afirmam (…) para que exista um Departamento de Manutenção que funcione com sucesso deverá começar-se por definir adequadamente e formalmente uma politica de manutenção que esteja de acordo com a estratégia e objectivos da empresa. A política de manutenção deverá ser desenvolvida por meio de procedimentos suportados pelos níveis de gestão adequados. Isto implicará, na sua articulação com a execução dessa politica, o desenvolvimento de um plano de manutenção que seja sistemático e coerente. É fundamental que o plano de manutenção seja associado ao sistema de informação e a outros sistemas de apoio logístico. Segundo os mesmos autores, na evolução da manutenção, e particularmente da sua gestão tanto no presente como no futuro, poderão considerar-se como factores de maior importância os seguintes: Ampla difusão de sistemas informatizados de gestão da manutenção e a sua integração na gestão geral da empresa; A autonomia da função manutenção face a outras funções na empresa; 41 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Interesse crescente pela função manutenção, salientando a sua qualidade, no sector de serviços e pós-venda; Mudanças na estratégia da organização dos serviços de manutenção pela maior integração dos operadores de máquinas em actividades de manutenção, pela flexibilização do trabalho e pelo trabalho em grupo; A aplicação extensiva de novas ferramentas de apoio à decisão na gestão dos riscos de falha e respectivos impactos; O desenvolvimento e a aplicação de novas técnicas no âmbito da manutenção pelo controlo de condição; A elaboração de normalização nacional e europeia. 3.4 A Gestão da Manutenção O gestor de manutenção deve também servir-se de técnicas de gestão que possam contribuir para uma melhoria da produtividade e eficiência do Departamento de Manutenção tais como: Os Métodos; A Medição do Trabalho; A Detecção Lógica de Avarias. 3.4.1. Os Métodos Os métodos podem ser definidos como o modo sistemático de registar e analisar as formas existentes e propostas de realizar um dado trabalho, como um meio de desenvolver procedimentos de trabalho mais fáceis e eficientes. Uma das atribuições dos Métodos é a análise do trabalho em manutenção a realizar (Figura 10). 42 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ ANÁLISES ECONÓMICAS ANÁLISES HUMANAS ANÁLISES TÉCNICAS FUNÇÃO MÉTODOS Organização e preparação dos trabalhos de Manutenção a partir da análise do trabalho Figura 10 – Análise do Trabalho em Manutenção Pinto, João (1997:37) Os Métodos fazem parte de uma das duas principais técnicas do Estudo do Trabalho, conforme se representa através da Figura 11. ESTUDO DO TRABALHO ESTUDO DOS MÉTODOS MEDIÇÃO DO TEMPO Figura 11 – As Principais Técnicas do Estudo do Trabalho Pinto, João (1997:37) Para que se verifique consequentemente a eficiência qualidade da dos procedimentos manutenção é dos métodos indispensável que e os procedimentos se revistam de um carácter esquemático onde se ilustrem as várias fases das actividades, exprimindo o conteúdo de cada uma delas (Figura 12). 43 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ O Trabalho SELECCIONAR O Objectivo DEFINIR Todos os Aspectos Relevantes REGISTAR Todas as Actividades EXAMINAR O Melhor Método DESENVOLVER O Método que Obteve Consenso INSTALAR O Método Modificado MANTER Figura 12 – As Fases do Procedimento dos Métodos Pinto, João (1997:38) As principais causas de elevados custos de manutenção são: Causas Técnicas – Deficiente concepção, design e instalação do equipamento. Causas Organizacionais – Deficientes métodos de trabalho e falta de controlo. Desta forma o estudo dos Métodos podem ser aplicados em Manutenção na: Organização do serviço de manutenção; Melhoramento da documentação; Metodizar ou estandardizar os trabalhos de manutenção; Melhorar a organização e o planeamento. 44 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ 3.4.2. A Medição do Trabalho A medição do trabalho consiste na aplicação de técnicas para determinar o tempo necessário para que um operário qualificado execute uma dada tarefa. O tempo que o operário demora a executar essa tarefa é designado por tempo padrão. As razões mais comuns para determinar o tempo padrão são: 1. Definir para cada trabalhador porções iguais de trabalho; 2. Planear a capacidade dos recursos humanos; 3. Avaliar o desempenho dos trabalhadores; 4. Avaliar a produtividade do serviço de manutenção. A determinação do tempo padrão também poderá servir de base para os planos de incentivos. Os Métodos usados na determinação dos tempos padrão são: 1. Estudo do Tempo – É uma técnica executada através da cronometragem contínua de um operário, enquanto este desempenha a sua actividade, somando todos os tempos de cada elemento do seu trabalho, fazendo ajustes se condições anormais ocorrerem, e finalmente adicionar todos os tempos relacionados com as necessidades pessoais (períodos de descanso, intervalos, refeições, etc,). 2. Amostragem do Trabalho – É um método descontínuo que envolve a recolha de tempos discretos, sendo a cronometragem executada em fases aleatórias. 3. Dados Padrão – Determina o Tempo Padrão para um dado trabalho através de dados padrão publicados em estudos. Estes dados padrão referem-se por exemplo, apertar um parafuso, deslocar uma peça, etc. 45 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ 4. Registos Históricos – Baseiam-se na análise dos registos históricos de reparações e com o apoio de técnicas estatísticas determinam o tempo padrão para cada tipo de trabalho de manutenção. É o mais aconselhável para as actividades de manutenção. 3.4.3. Detecção Lógica de Avarias Os tempos de reparação incluem para além do tempo de reparação a localização e a detecção (diagnóstico) das falhas. Em muitas situações de avaria o tempo de diagnóstico pode ser o componente mais longo do tempo de reparação. Com o objectivo de reduzir esta componente têm sido aplicadas várias técnicas de Detecção Lógica de Avarias, as quais se baseiam nos seguintes passos: 5. Análise de sintomas – Determinação e análise dos efeitos da falha; 6. Inspecção ao equipamento; 7. Localização do elemento / componente que provocou a falha; 8. Localização e anulação da falha; 9. Reparação ou substituição; 10. Teste do equipamento e reportar as causas da falha no registo histórico do equipamento. Para que estes passos possam ser seguidos com sucesso é necessário dotar a equipa de Manutenção do adequado treino, documentação e instrumentos. A Detecção Lógica de Falhas deverá ser introduzida nas fases iniciais da formação e treino do pessoal de manutenção. Esta formação assenta nos seis passos do procedimento acima referidos, e em técnicas com várias formas de Documentação de Diagnóstico. 46 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ A Figura 13 descreve um procedimento lógico de detecção de falha num circuito em série. No circuito apresentado, o input está correcto mas o output não, logo podemos concluir que existe uma avaria no equipamento. A determinação da falha faz-se do input até ao output, localizando-se a falha no componente em que o respectivo output não esteja correcto. Input R1 R2 R3 R4 a b c d a,b,c….,f – Pontos de teste ou check points R5 e R6 f R7 Output 1,2,3,…7 – Componentes em série Figura 13 – Procedimento Lógico de Detecção de Falhas num Circuito em Série – Fiabilidade de um sistema em série Pinto, João (1997:42) 3.5 Classificação dos Tipos de Trabalhos em Manutenção Os trabalhos de Manutenção podem ser classificados em quatro aspectos diferentes, em relação: Ao Modelo de Gestão – São planeados e não planeados. À Periodicidade – Consistem em trabalhos sistemáticos e não-sistemáticos. Ao Grau de Prioridade – São de emergência, urgência, normal e de rotina. Aos Níveis de Desempenho - Dizem respeito à regulação simples, identificação, diagnóstico e resolução de avarias, bem como, todos os trabalhos importantes de MCP, além de trabalhos de renovação e reconstrução ou reparações. 47 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Por razões práticas e económicas interessa à Gestão da Manutenção que os trabalhos sejam do tipo planeado, havendo portanto a necessidade de os separar dos não-planeados, ou seja, os trabalhos de MCE. 3.6 Eficiência em Manutenção São vários os factores que influenciam a eficiência da manutenção. Alguns são externos ao Departamento da Manutenção - organização da empresa, organização da produção, outros são da sua competência - organização da manutenção, competência e motivação do pessoal de manutenção, disponibilidade de materiais e peças de reserva, meios oficinais de apoio, etc. Uma eficiente manutenção, traduz-se pelo (a): Aumento da disponibilidade dos equipamentos; Aumento da vida dos equipamentos; Melhoria qualitativa e quantitativa da produção; Diminuição dos custos de manutenção; Melhoria da segurança das instalações. 3.6.1.Componentes da Eficiência de um Equipamento Qualquer sistema, órgão, equipamento ou mesmo componente é concebido para cumprir uma determinada missão. No entanto, nenhum sistema dura sempre pois não existem sistemas perfeitos e até mesmo durante o período de vida útil, poderá encontrar-se inoperacional devido à ocorrência de falhas. Componente – uma peça simples (uma vela de ignição, uma arvore de transmissão, um transístor, etc.). 48 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Órgão – vários componentes formando um dispositivo de complexidade média (um motor, uma caixa de velocidades, um amplificador, etc.). Equipamento – vários órgãos formando um conjunto complexo (uma máquina ferramenta, uma máquina de produção, um radar, uma central telefónica, etc.). Sistema – vários equipamentos formando um conjunto complexo (uma central de produção de energia, captação e distribuição de água, etc.). As componentes que integram a eficiência de um equipamento, de acordo com a UNIDO (Organismo Industrial da ONU) são representadas na Figura 14. EFICIÊNCIA DISPONIBILIDADE CAPACIDADE Fiabilidade Manutibilidade Eficiência de Suporte Figura 14 – As Componentes que Integram a Eficiência de um Equipamento 3.6.1.1 Capacidade Capacidade é a aptidão de um equipamento para funcionar dentro das especificações pretendidas, não entrando com a noção da deterioração que lhe é intrínseca. 49 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ 3.6.1.2 Disponibilidade Quanto ao conceito de disponibilidade pode enunciar-se como sendo, a aptidão de um equipamento para cumprir a sua função durante um tempo especificado. Seja qual for a política de manutenção adoptada, o principal objectivo da função manutenção é aumentar a disponibilidade dos equipamentos e assim aumentar a produção. A disponibilidade mede a percentagem do tempo útil em relação ao tempo total. Tup D= D = Disponibilidade Tup + Tdm Tup = Tempo Efectivo de Produção Tdm = Tempo de Paragens devido aos Trabalhos de Manutenção Ou MTBF D= MTBF + MDT MTBF = MTBF + MTTR + MWT D = Disponibilidade MTBF = Tempo Médio Entre Avarias MTTR = Tempo Médio Entre Reparações MDT = Tempo Médio de Paragens MWT= Tempo Médio de Espera Já que, a soma de MTTR com MWT é definida, como sendo o Tempo Médio de Imobilizado: MTTR + MWT = MDT O Tempo Médio de Espera (MWT) representa normalmente a maior porção de Tempo do Imobilizado. O Tempo Médio de Paragens (MDT), também pode ser representado por: MDT = Tempo de Paragem Número de Avarias 50 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Exemplo: Suponha que o ciclo de operação de um certo sistema é de 169 horas. Durante este período ocorreram 6 avarias que tiveram de ser reparadas, ocasionando tempos de inactividade (2,1; 7,1; 4,2; 1,8; 3,5 e 8,3). Pretendemos conhecer o tempo médio entre avarias (MTBF), a disponibilidade e não disponibilidade do sistema. Tempo inactivo = 2,1 + 7,1 + 4,2 + 1,8 + 3,5 +8,3 = 27 horas Tempo activo = 169 – 27 = 142 horas A taxa de falhas (ou frequência da manutenção correctiva) é dada pela expressão: = número de falhas/tempo de operação = 6/142 = 0,04225 falhas por hora Tempo médio entre avarias é dado pela expressão: MTBF = 1/ MTBF = 1/0,04225 = 23,67 horas A Disponibilidade (D) é dada pela expressão: D = MTBF/(MTBF+MTTR) D = 23,67/(23,67 + (27/6)) = 84% A não disponibilidade (I) é dada pela seguinte expressão: I = 1 – D I = 1 – 0,84 = 16% Enquanto, que a disponibilidade garante a não existência de avarias uma boa capacidade garante uma produção em qualidade. A Disponibilidade decompõe-se em três noções básicas que optimizadas no seu conjunto aumentam a disponibilidade dos equipamentos: Fiabilidade; Manutibilidade; Eficiência de Suporte. 51 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ 3.6.1.3 Fiabilidade Fiabilidade é a probabilidade de um sistema, subsistema ou componente capaz de funcionar sem avarias ou falhas, durante um determinado tempo, em condições de serviço bem definidas. Ou seja, A fiabilidade de um dado equipamento é a probabilidade que ele tem, em continuar a respeitar as especificações para que foi concebido, num dado período de tempo e em condições de operação bem definidas. Exprime, também, uma garantia de qualidade de um produto, durante a sua utilização. Contrariamente, se com o decorrer do tempo o equipamento falha, então diz-se que o equipamento é falível, podendo referir-se que a não fiabilidade é o oposto da fiabilidade. Se admitirmos o princípio de que qualquer órgão deve funcionar em condições que proporcionem a maior eficácia, segurança e economia dos meios, então tornase necessário percorrer três etapas: Medir - trata-se de deduzir a expressão de fiabilidade adequada a cada tipologia de órgão e investigar o seu resultado. Melhorar - a fiabilidade global através das seguintes formas: - Reduzir ao mínimo possível a complexidade; - Aumentar a fiabilidade dos componentes; - Introduzir componentes redundantes; - Estabelecer rotinas de inspecção e de manutenção preventiva. Optimizar - maximizar a fiabilidade do órgão, considerando-se como adquiridos um determinado peso, volume, custo e disponibilidade. 52 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ A fiabilidade significa então a probabilidade de sucesso (ou de não ocorrência de falhas) do órgão dentro de um certo horizonte temporal. A fiabilidade é, portanto a probabilidade de o órgão operar ”como antecipadamente previsto”. A fiabilidade (R) e a não fiabilidade (F) variam com o tempo. A fiabilidade é medida pelo tempo médio entre avarias MTBF (Mean Time Between Failure). A fiabilidade é função do tempo de serviço. Produção em horas MTBF = Número de falhas A fiabilidade diminui com o tempo, como por exemplo um equipamento novo acabado de testar, tem uma probabilidade de 100% de funcionar correctamente, logo tem uma fiabilidade de 1. A não fiabilidade cresce com o tempo, para um equipamento novo a não fiabilidade é 0 ou seja 0% de probabilidade de falhar. Quer o equipamento esteja em funcionamento ou avariado num determinado tempo t, a soma da fiabilidade e da não fiabilidade é sempre igual a 1 e pode-se traduzir pela formula: R(t) + F(t) = 1 Exemplo: Quando dizemos que a fiabilidade de um órgão é de 75% em 100 horas, estamos a prever que esse órgão possa funcionar sem falhas 75 vezes em cada 100 (ou durante 750 horas). O mesmo é dizer, que a fiabilidade (probabilidade de sobrevivência) é igual a 0,75 (ou 75%) e que a não fiabilidade (probabilidade de falha é 0,25 (ou 25%), durante 1 000 horas. 53 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ 3.6.1.3.1 Fiabilidade dos Sistemas Sistemas em Série Reportando-nos à figura 13 a qual apresenta um sistema de sete elementos em série com as respectivas fiabilidades R1, R2, R3, … R7, a fiabilidade do sistema Rs é portanto o produto das fiabilidades individuais de todos os elementos presentes Rs = R1 x R2 x R3 x … x R7 Exemplo: Um sistema electrónico é composto por um transmissor, um receptor e uma fonte de alimentação, as fiabilidades destes componentes, para uma determinada missão, são as seguintes: R (Transmissor) = 0,8521, R (Receptor) = 0,9712 R (Fonte de alimentação) = 0,9357 A fiabilidade do sistema é dada por: R = 0,8521 x 0,9712 x 0,9357 = 0,7743 Sistemas em Paralelo Ao contrário dos sistemas em série, nestes apenas um elemento é necessário para que o sistema se mantenha em funcionamento. Os restantes elementos melhoram ou aumentam a fiabilidade total do sistema, situação esta denominada por redundância. O sistema só falha quando os elementos falharem. A Figura 15 mostra um sistema constituído por n elementos individuais e com não fiabilidades individuais F1, F2, F3, …, Fi, ..., Fn. A não fiabilidade do sistema Fs é portanto o produto das não fiabilidades individuais, isto é: Fs = F1 x F2 x F3 x … x Fi x … x Fn Rs = 1 – (1 – R1) x … x (1 – Rn) 54 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ F1 F1 F2 F3 Input Output Fi Fn Figura 15 – Fiabilidade dos Sistemas em Paralelo Exemplo: Um sistema compreende dois elementos idênticos em paralelo, cujas fiabilidades, para uma determinada missão são 0m95. Qual a fiabilidade do sistema? R = 1 – (1 – 0,95)^(2) = 0,9975 3.6.1.3 2. Fiabilidade Humana Não existe nenhum modelo adequado que permita o cálculo correcto da fiabilidade humana, no desempenho de uma dada tarefa. Isso acontece, pois existe um grande número de factores de que depende a taxa de falhas humanas, são eles: Factores Humanos - Motivação; - Capacidade física; - Capacidade mental; - Temperamento; 55 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ - Concentração; - Velocidade de Resposta; - Conhecimentos práticos e teóricos. Factores Ambientais - Factores físicos; - Humidade; - Temperatura; - Ruídos; - Vibrações. Factores Organizacionais - Relações Interpessoais; - Satisfação; - Salários; - Promoções; - Benefícios sociais. Factores Pessoais - Saúde física e mental; - Cansaço e fadiga; - Boa disposição; - Stress. 56 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ 3.6.1.4 Manutibilidade Manutabilidade, como já foi referido, consiste na função da rapidez e da facilidade com que as operações de manutenção podem ser cumpridas para prevenir defeitos e corrigi-los quando surgem. É normalmente medida pelo Tempo Médio para Reparação – MTTR (Mean Time to Repair). O tempo médio despendido nas operações de manutenção MTTR, será dado por: MTTR = 1/ ou MTTR = fi x TTR/ fi Em que: fi – Frequência das operações de manutenção TTR i – Duração das operações de manutenção - Número médio de operações de manutenção efectuada por unidade de reparação A probabilidade de uma operação de manutenção durar até um certo limite de tempo de reparação é dada pela expressão: M = 1 – e -TTR Esta expressão, aplicada a um número determinado de componentes que avariam, representa a percentagem de componentes que podem ser reparados durante o intervalo de tempo TTR. Se a expressão for aplicada a um único componente, representa a probabilidade de que a reparação se possa realizar no intervalo de tempo TTR. 57 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Exemplo: Consideremos o permutador de calor A (juntamente com os componentes sujeitos a operações de manutenção B, C, D e E) representado esquematicamente na figura seguinte: D B C A E Do cadastro da instalação recolhemos informação sobre a frequência e a duração das intervenções realizadas nos últimos 5 anos. Comp. Comp. Comp. Comp. Comp. Operações Frequências Absolutas Duração MTTR) Horas A – Limpeza do permutador B – Termómetro electrónico (sensor) C – Termostatop (conversor) D – Actuador electro-pneumático E - Valvula de controlo 1 10 5 10 10 10 0,2 0,2 0,5 0,1 1. Qual o tempo médio necessário a uma operação de manutenção? 2. Qual é o número provável de componentes que podem ser intervencionados no intervalo de tempo 60 minutos? Teremos então: 1. Tempo médio de reparação - MTTR – parâmetro de manutenção 1 X 10 + 10 X 0,2 + 5 X 0,2 + 10 X 0,5 + 10 X 0,1 0 = 0,53 horas ou = 1/MTTR MTTR = 1/ 2. = 1/0,53 = 1,9 operações/hora Probabilidade de uma operação de manutenção durar até um certo limite de tempo de reparação (TTR). M = 1 – e- TTR TTR = 1 = 1,9 0p./H 58 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ M = 1 – e – 1,9 x 1 = 0,85 O número de Componentes que podem ser vistoriados em uma hora é de 85% do total, ou seja 0,85 x 5 = 4 componentes Se um equipamento apresentar: Requisitos mínimos de manutenção; Rápida detecção das avarias e sua reparação; Baixos custos de manutenção. podemos dizer que tem uma elevada manutabilidade. Os factores de manutabilidade são: Intermutabilidade dos componentes susceptíveis de desgaste ou avaria; Normalização dos sistemas e componentes; Possibilidade de inspecção, verificação e controlo dos componentes; Montagem e afinação. É de notar que estes requisitos deverão ser assegurados na fase de projecto. Pois qualquer alteração a introduzir para melhorar a manutabilidade dos equipamentos, feita posteriormente, implica custos adicionais elevados, 59 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ 3.6.1.5 Eficiência de Suporte A Eficiência de Suporte é a função que define com que rapidez e com que custos se consegue actuar através dos serviços de manutenção, para reparar a avaria. A Eficiência de Suporte é medida pelo Tempo Médio de Espera – MWT (Mean Waiting Time ). A Eficiência de Suporte é influenciada essencialmente pela organização de manutenção. Se a empresa tiver um sistema de manutenção planificado, os meios necessários para a reparação da avaria (disponibilidade e capacidade do pessoal, ferramentas, peças sobressalentes, etc.) optimizam o binómio máxima rapidez/custo mínimo. É evidente que a localização geográfica vai também influenciar a eficiência de suporte. Sintetizamos os factores que influenciam as funções que integram a componente da Disponibilidade no Quadro 3. FIABILIDADE MANUTIBILIDADE EFICIÊNCIA DE SUPORTE MTBF – influenciada por: MTTR – influenciada por: MWT – influenciada por: Manutenção Preventiva; Modificações; Redundâncias; Erros de Execução; Estrutura; Nº de elementos, etc. Projecto; Ferramentas; Técnicas de Manutenção; Formação de Pessoal; Acessibilidade, etc. Organização; Ferramentas; Planeamento; Oficinas; Desempenho; Peças de reserva, etc. Quadro 3 – Factores que Influenciam MTBF, MTTR e MWT 60 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ 3.7 Relação Fiabilidade-Manutibilidade-Disponibilidade Embora tendo uma base comum, Fiabilidade e Manutibilidade têm conceitos diferentes. Um equipamento pode ser muito fiável e ter má disponibilidade, se os tempos de reparação forem muitos longos. Um equipamento, embora sujeito a frequentes avarias mas de rápida reparação, é pouco fiável mas apresenta uma boa disponibilidade. Assim: A Fiabilidade depende da qualidade do equipamento, da sua estrutura e do número de componentes; A Disponibilidade depende destes factores, mas também do tempo de reparação. Enquanto que a disponibilidade garante a não existência de avarias uma boa capacidade garante uma produção em qualidade. A inter relação entre fiabilidade, manutibilidade e disponibilidade, obedece também à vida de um sistema material – conjunto de partes constituídas de acordo com uma dada estrutura que funcionam conjuntamente de forma a dar ao sistema uma função pretendida, como nos apresenta esquematicamente a Figura 16. 61 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ VIDA DE UM SISTEMA MATERIAL FIABILIDADE – F (t) MANUTIBILIDADE – M (t) Taxa de Falhas Taxa de Reparação MTBF MTTR DISPONIBILIDADE: Probabilidade de Assegurar a Função Figura 16 - Vida de um Sistema Material 3.8 Sistema de Custos de Manutenção O Sistema de Custos de Manutenção é um conjunto de técnicas económicacontabilisticas que permite apurar, analisar e prever todos os custos relacionados com a função manutenção numa empresa ou organismo. O Sistema de Custos de Manutenção deve ser concebido para: Fornecer os custos globais de manutenção dos bens do equipamento para apuramento dos custos de exploração; Apurar os custos pelos diferentes tipos de manutenção, como: preventiva, correctiva, custo de emergência e custo de trabalhos novos; Apurar o “ custo do ciclo de vida “ do equipamento; Calcular os custos de imobilização ou improdutividade dos equipamentos por falta de manutenção. A manutenção não pode continuar a ser considerada, como uma fonte geradora de custos, mas sim como um investimento. Como em qualquer investimento, que se 62 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ pretende tirar proveito, assim a manutenção compensa os seus custos com benefícios que podem ser directos e indirectos. O conhecimento dos custos associados à actividade de manutenção é fundamental para se saber qual a influência desta na globalidade da Produção e da Empresa. Assim é de fundamental importância dividi-los em: Custos de Não Manutenção; Custos de Manutenção. Custos de Não Manutenção – são difíceis de materializar, recorrendo-se por isso a estimativas. Consideramos como custos de não manutenção, as falhas nos equipamentos, homens e máquinas paradas (que resultam em perdas de produção), atrasos nos programas, perdas de encomendas e excessivos custos de reparação. Custos de Manutenção – deverão, incluir os custos derivados das intervenções de manutenção e das perdas de produção e de serviços. Estes custos são os mais fáceis de determinar e quanto à sua classificação, agrupam-se em directos, indirectos e especiais. 3.8.1. Custos Directos Podemos identificar por custos directos, os derivados de todas as actividades relativas às intervenções de manutenção, podendo ser contabilizadas pelos tempos de intervenção por equipamento e especialidades, pelas taxas horárias de intervenção e pelas peças sobressalentes ou materiais de consumo aplicados. Custo de mão-de-obra do pessoal técnico. Engloba todos os salários e encargos sociais com o pessoal directamente ligados à manutenção; Custos dos materiais; 63 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Custo de materiais. Engloba lubrificantes, tintas, peças de reserva e outros materiais usados na manutenção; Amortização dos equipamentos usados na manutenção; Custos de subcontratação; Custos de conversão. Engloba todos os custos efectuados com vista a reduzir, simplificar ou eliminar os trabalhos de manutenção. 3.8.2. Custos Indirectos Os custos indirectos poderão ser identificados e contabilizados nas perdas de produção e de serviços e paragens de equipamentos. Custos Administrativos. Engloba custos de instalação, encargos com o pessoal administrativo ligado à manutenção; Custo de posse dos stocks; Custos do consumo energético; Custos de formação, de hardware e software; Custos devido às paragens dos equipamentos (perdas de produção). 3.8.3. Custos Especiais Os custos especiais são os custos imputados ao departamento da manutenção relativos à empresa no seu todo na percentagem da sua utilização. % Salário Administrativo; % Amortizações; 64 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ % Despesas várias. O departamento de manutenção deve ser tratado, em termos económicos como um sector produtivo, devendo distribuir com precisão os custos aos departamentos que utilizam os serviços. Para além da determinação dos custos directos de manutenção é fundamental o conhecimento dos custos indirectos devidos a perdas de produção por paragens não planeadas. O valor optimizado dos custos totais de manutenção, é de grande importância na definição da política de manutenção a adaptar. 3.8.4. Preparação do Orçamento de Manutenção O responsável pela manutenção deve elaborar anualmente o orçamento de despesas do seu departamento e acompanhar periodicamente a evolução das despesas reais. A elaboração de um orçamento de manutenção é feita com base no orçamento do ano anterior com os ajustamentos devido aos aumentos de custos. Porém, é de ter em conta que as politicas de manutenção a introduzir (fase de arranque de um novo equipamento; introdução de manutenção preventiva; fase de subcontratação, etc) provocam fortes variações nos custos de manutenção, dado que quando do arranque dum novo equipamento há que ter em conta os custos devidos aos ensaios e arranque bem como os devidos a uma verificação completa do projecto. Aquando da introdução de uma politica de manutenção planeada, para além dos custos devidos à aquisição do equipamento necessário para o gabinete de controlo de manutenção, há que ter em conta os custos devidos à formação do pessoal. Daí a importância da apresentação do orçamento de manutenção. Este pode ser esquematicamente apresentado conforme o Quadro 4. 65 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ PREPARAÇÃO DO ORÇAMENTO DA MANUTENÇÃO SALÁRIOS (incluindo todos os encargos) Encarregados Serralheiros Electricistas Instrumentistas Lubrificadores Outros TOTAIS Directos Indirectos MATERIAIS TOTAL OUTROS CUSTOS Administração Manutenção do Edifício (%) Amortizações Rendas e Impostos (%) Aquecimento e Outros Serviços (%) Seguros Outros Custos TOTAL Mão-de-obra Contratada Subcontratação de Trabalhos Melhorias a Introduzir na Manutenção e Imprevistos TOTAL TOTAL GERAL Quadro 4 – Preparação do Orçamento da Manutenção Para o orçamento de um trabalho determinado pode ser utilizado uma ficha padrão com a configuração apresentada conforme o Quadro 5. 66 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ ORÇAMENTO DE REPARAÇÃO DA MÁQUINA X Operação Nº Mão-de-Obra Materiais Gastos Gerais TOTAL TOTAL ACUMULADO Quadro 5 – Orçamento de Reparação de uma Máquina É por uma análise cuidada dos custos de manutenção que é possível responder a questões do tipo, tais como: Será vantajoso ter um Serviço de Manutenção? A partir de que dimensão, a empresa deve ter um Serviço de Manutenção? Justifica-se ou não haver Manutenção Planeada? Quais os trabalhos de manutenção que devem ser Subcontratados? Através, desta informação dada pelo orçamento de reparação de uma máquina aquando da manutenção, consegue-se determinar os seus objectivos e avaliar o seu desempenho por meio de indicadores de manutenção. 3.9 Rácios ou Indicadores de Manutenção Um rácio ou indicador é uma relação racional e significativa de dois elementos característicos de gestão da empresa. Para a utilização destes indicadores temos que ter presentes dois aspectos fundamentais: Escolha de unidades convenientes; 67 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ A sua independência. Assim, as unidades escolhidas, mesmo que dimensionais, devem ser recolhidas em intervalos de tempo convenientes, de forma a traduzir de modo significativo a actividade que procuram avaliar e no seu conjunto devem conter as informações significativas e de interesse geral. Os rácios poderão também constituir elementos muito importantes para estudos comparativos de eficiência de cada empresa no conjunto das actividades que se insere. A sua comparação é pois, significativa, se tivermos em conta o sector de actividade, a dimensão, o grau de automação, etc.. Isto é, a comparação só é significativa entre empresas análogas. Há então, dois tipos de indicadores (ou rácios) na manutenção, tais como: Indicadores Económicos – São geralmente, indicadores de gestão em manutenção que se relacionam com os custos de Produção de determinado bem ou serviço (custo de matérias primas, custo de fabricação), com os custos de Manutenção (custo de mão-de-obra directa, custo de materiais, custo de trabalhos sub-contratados). Indicadores Técnicos – São determinantes na eficiência da gestão técnica de um serviço de manutenção. Será a partir destes valores, que os gestores irão estabelecer os indicadores mais convenientes à sua acção. 3.9.1. Indicadores Económicos 1. Impacto da manutenção no custo dos bens produzidos Custo de Manutenção Custo Total de Produção Dá a indicação como a manutenção influi no fabrico dos bens produzidos. Este indicador chega a atingir 10%, no caso das empresas metalomecânicas ligeiras. 68 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ 2. Incidência sobre o produto Custo de Manutenção Total de Produção Este indicador define o volume económico do trabalho de manutenção. 3. Politica de utilização dos trabalhos de sub-contratação Custo dos Trabalhos de Subcontratação Custo Total de Manutenção 4. Indicador do custo horário da manutenção Custo Total Manutenção Total de Horas de Manutenção Utilizadas Este indicador dá-nos informações nomeadamente na justificação, ou não de subcontratação (entende-se, por subcontratação, o conjunto de trabalhos de manutenção executados por firmas exteriores, especializadas). 5. Custo global da manutenção Custo Total da Manutenção Custos Totais da Empresa 6. Incidência da manutenção Custo Total da Manutenção Valor Acrescentado 7. Taxa de manutenção preventiva Custo Total da Manutenção Custo Total de Manutenção 69 normalmente em áreas Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ 8. Taxa de manutenção de emergência Custo de Manutenção de Emergência Custo Total de Manutenção 9. Custo médio de avaria C Custo de Manutenção de Emergência Número de Avaria 10. Rotação de stock Valor do Movimento Anual Valor Médio das Existências 3.9.2. Indicadores Técnicos 1. Indicador de utilização pela eficiência da mão-de-obra Horas Homens Orçamentados para as Tarefas Horas Homens Trabalhadas nas mesmas Tarefas Este indicador só pode ser aplicado quando existem standards que permitem uma fixação prévia das tarefas. 2. Indicadores disponibilidade do equipamento Horas de Funcionamento Horas de Funcionamento + Tempo de Paragem para Manutenção Interessa analisar este indicador com o valor das perdas de produção devidas a paragens dos equipamentos. 3. Indicador do grau de planeamento (manutenção de emergência) Total Horas de Paragem Total Horas de Manutenção 70 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ 4. Indicador de qualidade do serviço 4. Como indicador a) Horas Directas Totais de Manutenção Horas Directas Totais de Produção É de notar, que se este rácio crescer com o tempo, indica-nos que o equipamento exige um maior serviço de manutenção. b) Número de Pessoas na Manutenção Número de Pessoas de Produção Constata-se, na prática que este rácio, varia significativamente com o grau de automação, assistindo-se hoje a um aumento do pessoal afecto à manutenção quando comparado com a produção em indústrias de elevada automação. Os rácios contribuem para uma nova forma de reinvenção da gestão na manutenção, para o melhoramento contínuo (reengenharia) de forma a reduzir custos e catapultar as empresas para uma produtividade ao nível da excelência. Através de estudos comparativos, baseados em empresas semelhantes através do uso destes rácios ou indicadores, a manutenção tem dado um contributo importante e fundamental com a criação de valor nas empresas pela eficiência prestada. 3.10 Os Proveitos de Manutenção A abordagem relativa, aos Proveitos de Manutenção tem todo o interesse em ser feita pois convém saber que eles variam com: Manutenção de equipamentos e instalações, evitando a sua imobilização e a consequente perda de produção; Alargamento do ciclo de vida do equipamento e instalações; 71 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Exploração de serviços ao mais baixo custo (fornecimento de energia, incineração de detritos); Prestação de serviços a terceiros. Importa referir, que os resultados económicos do lucro da manutenção podem-se definir através de duas formas, a saber: (1) (2) LUCRO = Proveitos – Custos de Manutenção LUCRO = Proveitos + Custos de Não Manutenção De (1) e (2) concluiu-se que sendo o lucro uma grandeza pequena que provém da diferença de duas grandezas grandes, uma pequena variação numa das parcelas grandes pode ter um impacto muito importante no lucro. É de ter em consideração que os proveitos ou ganhos também são fortemente obtidos pela aposta da empresa na qualificação e formação profissional, com vista a melhorar o desempenho da empresa, para alcançar o tão almejado lucro. 3.11 A Gestão de Stocks em Manutenção O êxito dum programa de manutenção depende muitas vezes da existência em stock de peças de reserva. O problema coloca-se com maior importância em situações de paragem acidental, não prevista, onde a indisponibilidade dum determinado sobressalente pode implicar elevadas perdas de produção. Se para as chamadas existências gerais e consumíveis, é possível aplicar os modelos de gestão de stocks baseados numa procura calculável ou previsível a repetitiva, para as peças de reserva, dada a peculiaridade dos consumos, estes modelos são de difícil aplicação. A gestão de stocks é uma actividade complexa que utiliza técnicas variadas e abordagens muito diversas. O objectivo será sempre a optimização desta actividade na óptica da rendibilidade económica da operação global. 72 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ A gestão de stocks em manutenção engloba um número elevado tanto em quantidade como no tipo de materiais, peças de reserva e ferramentas utilizadas pelo serviço de manutenção. 3.11.1. Classificação dos Materiais Utilizados pelo Serviço de Manutenção Os materiais utilizados pelo departamento da manutenção podem ser classificados em quatro categorias: 1. Sobressalentes ou Peças de Reserva Sobressalentes e materiais necessários aos trabalhos previstos no programa de manutenção. Sobressalentes necessários à reposição em funcionamento de equipamentos vitais à produção, cuja paragem não tinha sido planeada. 2. Existências Gerais Inclui materiais como válvulas, tubos, fusíveis, cabos eléctricos, etc. 3. Consumíveis São constituídos por juntas, parafusos, lubrificantes, tintas, etc. 4. Ferramentas e Equipamentos São os sobressalentes ou peças de reserva que quer devido aos seus elevados custos, ou forma como afectam a disponibilidade dos equipamentos, mais contribuem para o êxito dum programa de manutenção. O êxito de um programa de manutenção depende da existência em stock de peças de reserva e materiais, por isso e para se ter uma boa manutenção é necessário assegurar uma boa retaguarda de gestão de stocks . 73 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ O sistema de gestão de stocks dos materiais utilizados pela manutenção deve definir um nível de stock máximo e mínimo de forma a fornecer um aceitável nível de disponibilidade ao mais baixo custo, tendo em conta os custos de rotura de stocks bem como os custos adicionais (capital imobilizado, custo da posse dos stocks, má organização física dos armazéns, custos de materiais obsoletos, etc), devido à posse de sobressalentes para além do justificado. 3.12 O Sistema de Gestão de Stocks em Manutenção Qualquer Sistema de Gestão de Stocks de Manutenção deve ter em conta determinados parâmetros, tais como: Quais as peças de reserva a manter em stock, tendo em conta a sua importância no sistema produtivo. Que quantidades manter em stock para cada artigo, tendo em conta os prazos de entrega, o consumo e o stock de segurança (SS) em função do nível de serviço. Ponto de encomenda ao nível do inventário em que se deverá desencadear uma nova encomenda de materiais. Para um melhor entendimento sobre o método do ponto de encomenda, representado no Gráfico 2, iremos apresentar algumas definições: Stock Máximo – Quantidade máxima a manter em stock em qualquer circunstância. Stock Mínimo – É a menor quantidade a ter em stock , de modo a evitar paragens no equipamento por falta de materiais ou peças de reserva. Prazo de Entrega – É o tempo que medeia entre a encomenda e a recepção. 74 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Quantidade Económica de Encomenda – É a quantidade a encomendar de modo a repor o stock máximo. Nível de Stocks Stock Máximo Ponto de Encomenda Quantidade a Encomendar (QEE) Stock Mínimo Stock de Segurança Tempo Prazo de Entrega Gráfico 2 - Método do Ponto de Encomenda Pinto, João (1997:49) Analisando o Gráfico 2, podemos afirmar que o Método do Ponto de Encomenda é a relação entre stock máximo e mínimo, prazo de entrega e quantidade a encomendar. Assim, se o consumo for constante ao longo do tempo, então o ponto de encomenda varia com o prazo de entrega. Contudo na prática os consumos não representam essa regularidade. Normalmente a quantidade a encomendar é definida pelo método da Quantidade Económica de Encomenda (QEE). É calculada através da fórmula seguinte e vem expressa em unidades. 2. A. S QEE = I. C 75 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ A = Consumo Anual (unidade de artigos) S = Custo de Efectivação de uma Encomenda C = Custo Unitário do Artigo I = Custo de Posse (%) Através do Método da Quantidade Económica de Encomenda temos vários custos visíveis, conforme Gráfico 3, para os quais contribui positivamente a preparação do orçamento da manutenção de forma a reduzi-los a bem da eficiência. Despesas Anuais Custo Total Custo Mínimo Custo de Posse Stocks Custo de Efectivação Custo de Aquisição QEE Quantidades Encomendadas Gráfico 3 – Método da Quantidade Económica de Encomenda Pinto, João (1997:50) 3.13 Os Recursos Humanos em Manutenção A função Manutenção é uma actividade que depende das pessoas que a executam. Assim as pessoas afectas à Manutenção devem ser em número suficiente e estar integradas numa estrutura orgânica com a dimensão adequada à extensão e complexidade do trabalho a desenvolver. A dimensão do serviço de Manutenção deve ser o mais reduzido possível e a equipa dotada de pessoas qualificadas com uma formação flexível e pluridisciplinar (experiência profissional muito diversificada). A estrutura dos Recursos Humanos deve considerar os pontos seguintes: 76 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Estabelecer uma clara divisão de responsabilidades, evitando quanto possível as sobreposições; Criar linhas hierárquicas verticais, tão curtas quanto possível. Manter um número óptimo de colaboradores, reportando a cada elemento de chefia; Adaptar a organização ás personalidades existentes. É importante que a cada grupo ou equipa de manutenção esteja associado um responsável (Gestor de Manutenção), que coordene as actividades do grupo designadamente: Atribuir as ordens de trabalho aos elementos de cada grupo de acordo com a sua disponibilidade e qualificação; Assegurar que os trabalhos são executados nos tempos previstos; Assegurar a qualidade do trabalho executado; Identificar e procurar remover obstáculos à boa produtividade do grupo; Promover o aperfeiçoamento profissional e a formação do seu pessoal. Essencialmente a actividade de base do Gestor de Manutenção é a gestão dos recursos disponíveis. 3.13.1. O Factor Humano Os factores primordiais na eficiência da organização da manutenção são basicamente a: Diligência; Aptidão do pessoal envolvido. 77 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ No entanto, não haverá eficiência, sem que antes as necessidades básicas do indivíduo estiverem satisfeitas (Figura 17). Eficiência da Objectivos Organização Satisfação do Individuo Figura 17 – Satisfação das Necessidades do Individuo Cabe ao responsável, pelo Departamento de Manutenção criar as condições de trabalho, favoráveis ao indivíduo como elemento importante e respeitado na execução das suas tarefas. Devem ser evitados o aparecimento de conflitos entre as necessidades da organização, bem como, as necessidades que devem ser satisfeitas do indivíduo, pois somente desta forma, se cria eficiência na organização. As necessidades do indivíduo são segundo Maslow e Herzberg as apresentadas na Figura 18. 78 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Figura 18 – Paralelismo entre os Factores de Maslow e de Herzberg em relação às necessidades do indivíduo Keith Davis, 1972 A satisfação destas necessidades conduz ao contentamento e à motivação pessoal, mas não podemos pôr de parte a vertente das necessidades da empresa. Relacionando os Factores de Maslow e de Herzberg a satisfação no trabalho depende dos factores associados às necessidades secundárias que por sua vez estão directamente ligadas ao conteúdo de trabalho. A insatisfação no trabalho depende de factores associados às necessidades primárias e encontram-se geralmente no ambiente de trabalho (Figura 19). 79 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Ambiente Social Necessidades do Individuo Conteúdo do Trabalho Ambiente do Trabalho Necessidades da Organização Figura 19 – Satisfação das Necessidades da Organização Contudo, só os relacionados com o conteúdo do trabalho são verdadeiramente os motivadores, pelo que para aumentar a eficiência do trabalho, deve-se enriquece-lo de modo a produzir uma motivação efectiva. Então em termos de Manutenção o gestor deve: 1. Substituir a instrução detalhada pela clarificação dos objectivos; 2. Aumentar a responsabilidade e providenciar maiores oportunidades de realização fazendo com que o trabalho de planeamento, organização, gestão e controlo seja partilhado por todos os elementos de Manutenção; 3. Estudar a organização das tarefas e tentar projectá-las de modo a satisfazerem as necessidades do indivíduo; 4. Substituir as actividades de controlo por outras que dêem ênfase à atitude do gestor como apoiante, de modo a favorecer o desenvolvimento das aptidões dentro do seu grupo; 5. Desenvolver a implementação de grupos de trabalho. 3.13.2. Formação do Pessoal de Manutenção A formação do pessoal de manutenção deve obedecer a determinados princípios de modo a prover o pessoal de manutenção com uma formação e treino polivalente. 80 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ A formação para a manutenção deve basear-se nos seguintes aspectos: Formação Técnica de Base, proporcionando qualificação profissional em áreas especificas; Formação Geral sobre Manutenção, completando a formação técnica de base com o conhecimento operativo dos conceitos, técnicas e meios próprios da Manutenção de forma a suprir deficiências formativas; Formação Especifica em Manutenção, aprofundamento de conhecimentos em alguns domínios específicos, tais como diagnostico e resolução de avarias, técnicas de manutenção, entre outros; Formação de chefias de Manutenção, capacitar as chefias de conhecimento mais aprofundado das técnicas e funções da manutenção; Formação em Gestão da Manutenção, puramente técnico para a Gestão dos Recursos da organização e dos sistemas de informação. É importante que as empresas se tornem conscientes da importância da formação e treino dos seus Recursos Humanos. A formação deve ser contínua e sempre que possível nas próprias instalações da empresa de forma a proporcionar uma maior ligação à realidade concreta em que o pessoal vai actuar. Uma boa formação valoriza e motiva o pessoal, aumentando a sua eficiência. 81 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Questões para discussão 1. Discuta a seguinte afirmação: A moderna Manutenção é abordada como uma função integrada com outras funções dentro da empresa. 2. Liste os factores externos e internos mais importantes que influenciam a orientação estratégica da Manutenção. Ordene-os por ordem de prioridade. 3. A função Manutenção terá que estar interligada na estratégia global da empresa. Conjuntamente com os seus colegas imagine a implementação de um Departamento de Manutenção para uma PME, e debata sobre a implementação da política de Manutenção que a mesma deverá seguir. 4. Defina as componentes que integram a eficiência de um equipamento. Estabeleça a sua relação. 82 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Capítulo 4 Planeamento e Controlo da Manutenção Depois de ler este capítulo, vai estar apto a: Compreender a necessidade de um sistema de planeamento e controlo da Manutenção; Aplicar métodos de planeamento de manutenção; Conhecer o procedimento da Manutenção; Delinear um sistema de Gestão de Manutenção assistida por Computador. 4.1 Introdução Existem inúmeros motivos para a implementação de um sistema de planeamento e controlo da manutenção. Quiçá o mais importante seja a necessidade de reduzir os custos da não manutenção, resultado das avarias imprevistas, de situações incontroláveis e de longos tempos não produtivos. A indústria tem percebido ao longo da última década, que apesar do planeamento e controlo da manutenção representar um custo adicional, é, no entanto o único meio de reduzir o factor de incerteza em relação à disponibilidade do equipamento. 83 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ 4.2 O Planeamento da Manutenção No contexto da Gestão da Manutenção é importante saber distinguir dois conceitos: planeamento e programação. O planeamento contém a organização da manutenção, através de planos que definem a sequência das acções de Manutenção para um determinado período, tais como: as rotinas e os trabalhos sistemáticos, os pedidos de trabalho e a previsão dos recursos necessários para os executar. A programação define o programa efectivo de execução de várias intervenções de manutenção em função das indicações do planeamento. No planeamento sabe-se o que se deveria fazer, quando, como, e com que meios; na programação define-se o que se vai fazer, quando, como e com que meios disponíveis para o fazer. A Figura 20 dá-nos uma perspectiva da diferença dos dois conceitos. Planeamento dos Trabalhos Programação dos Trabalhos Controlo dos Trabalhos Feedback Tempo Antes Inicio dos trabalhos Durante Figura 20 – Planeamento versos Programação 84 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ No planeamento o gestor de manutenção tem noção do que necessita fazer e da sua análise tem a possibilidade de observar: Os trabalhos a realizar, bem como a definição de prioridades de intervenção; As necessidades de peças, materiais e ferramentas necessárias para a execução dos trabalhos; As necessidades de Recursos humanos. O planeamento, embora tenha de ter em consideração as particularidades de cada empresa, deve ser sempre encarado como uma actividade dinâmica, descentralizada e sistemática. A manutenção planeada abrange todas as actividades que são necessário planear, controlar e registar para manter os equipamentos e instalações num nível aceitável de Qualidade de funcionamento. As características básicas de um sistema de planeamento da Manutenção: Um programa de manutenção para todos os equipamentos e instalações; Definição dos recursos necessários para o cumprimento do programa; Actuação em coordenação com o Plano de Produção, procurando diminuir ao máximo o efeito das paragens do equipamento para acções de manutenção; Um método de registo e de avaliação de resultados, ou seja um sistema de feedback que possibilite a auto-avaliação do sistema. Um sistema de planeamento de manutenção deve: Proteger o investimento em equipamentos e edifícios através de um adequado plano de manutenção capaz de lhes assegurar um longo ciclo de vida; 85 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Salvaguardar a rendibilidade do investimento através da máxima utilização da capacidade produtiva instalada; Controlar e dirigir o pessoal de Manutenção; Obter economias no departamento de manutenção, e optimizar a utilização dos seus recursos; Evitar todas as formas de desperdícios; Assegurar uma adequada informação técnica para a manutenção; Registar as despesas e orçamentar e estabelecer registos que sirvam de informação em futuros orçamentos; Promover a estandardização na manutenção. Vantagens do planeamento: Redução dos tempos de paragem; Racionalização dos equipamentos e peças de reserva; Aperfeiçoamento do pessoal e melhor utilização da mão-de-obra; Maior duração do equipamento; Favorece o controlo fiável de custos, a criação de orçamentos e a redução dos custos de Manutenção; Aumenta os intervalos entre falhas; Fornece informações relativas às considerações de substituição do equipamento. A Figura 21 ilustra um modelo de um sistema de manutenção planeada. 86 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Trabalhos de Manutenção Planeada Programação de Manutenção Métodos Recursos disponíveis; Plano de Produção Programação e atribuição Ordens de Trabalho Feedback Execução SERVIÇO REQUISITANTE Registo e Avaliação Figura 21 – Modelo de um Sistema de Manutenção 4.3 O Procedimento da Manutenção Segundo, José Cabral (2003: 36) “(…) o Procedimento da Manutenção é um documento que descreve ou especifica a execução, responsabilidade e o controlo de uma actividade”. Os Procedimentos de Manutenção especificam os aspectos essenciais do funcionamento da função manutenção que depende, do tipo e envergadura da instalação. Os Procedimentos de Manutenção são normalmente complementados com: 1. Instruções de Trabalho – Sendo documentos que especificam como e quando uma tarefa é executada e/ou registada quando requerida, servem para operacionalizar e instruir com mais profundidade os participantes no processo. Num departamento de manutenção poderão existir as seguintes instruções: Norma de organização funcional do parque de objectos de manutenção; 87 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Norma de codificação dos objectos de manutenção; Norma de codificação dos materiais e peças de reserva. 2. Documentação Técnica – São os documentos que constituem a literatura relevante para o correcto desempenho técnico das pessoas e que, para cumprir essa função, terá que estar organizada, actualizada e disponível. Num departamento de manutenção a Documentação Técnica poderá incluir: a) Documentação Especifica Especificações e literatura técnica sobre os equipamentos e documentação da aquisição; Manuais de operação, manutenção e listas de peças de reserva dos equipamentos; Desenhos das instalações. b) Documentação Geral Legislação, regulamentos e normas aplicáveis à actividade (ex: normas de qualidade, exigências de calibração, certificações obrigatórias, etc); Publicações de fornecedores técnicos; Literatura técnica geral. Trata-se de uma componente dinâmica susceptível de enriquecimento permanente. Na óptica da qualidade tem que se manter organizada e referencial. 3. Registos – Um registo é um documento ou formulário concebido para registar eventos ou realizações relevantes que exibe essas ocorrências ou realizações e o respectivo enquadramento. Destinam-se a documentar que as coisas são feitas de forma específica no procedimento e a proporcionar lançamentos para análises e processos de melhoria. 88 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ É um documento de gestão que no contexto da qualidade é utilizado para demonstrar a eficácia do sistema de gestão na qualidade. A Figura 22 mostra os passos inerentes de um registo de um plano de manutenção. INICIO DO REGISTO Organização para o parque de objectos Codificação e registo do objecto Objecto de Gestão? Organização para planos de manutenção N Fim do Registo S Plano de Manutenção Fim do Registo Figura 22 – Registo de um Plano de Manutenção No domínio da manutenção existirão, entre outros, os seguintes Registos: Ficha técnica dos objectos de manutenção; Planos de manutenção; Históricos; Modelo de ordem de trabalho; Modelo de pedido à manutenção. 89 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Os Procedimentos de Manutenção de empresas certificadas que conhecemos actualmente são relativamente simples e limitam-se a exprimir que a empresa faz manutenção e a exibir o conjunto de documentos (registos), que suportam a sua gestão. A política de manutenção quanto aos Procedimentos, a escolhida deve ser a sistemática, já que apresenta maiores vantagens, tais como: é simples, barata e determinística na escolha do melhor programa de manutenção para um particular período de tempo, tendo uma maior qualidade. 4.3.1. As Fases do Procedimento Sistemático As fases do Procedimento Sistemático consistem nos seguintes pontos: 1. Classificação e identificação do equipamento – Esta é uma das mais importantes fases, embora seja de difícil realização atendendo à grande variedade de equipamentos normalmente presentes numa planta fabril. 2. Recolha de informação – A aquisição de informação relevante à manutenção é essencial à actividade de planeamento, programação e controlo de qualquer unidade fabril. Dado que a manutenção é inseparável da produção é inevitável que a informação relevante esteja ligada à produção e à natureza do processo de fabrico. Na posse dessa informação é possível elaborar o esquema de manutenção para cada equipamento. Para além da informação referente à produção, outro tipo de dados são importantes, como por exemplo: Recomendações de manutenção do fabricante do equipamento; Características do equipamento (ex. falhas, MTBF, MTTR; etc.); 90 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Factores económicos (consequência de avarias, custos de reparação, custos de peças, etc.); Factores de segurança. 3. Selecção da política de manutenção – A melhor politica de manutenção para um dado equipamento pode ser determinada pela identificação das políticas que são eficientes e depois escolher a que melhores resultados produz. A escolha irá depender de muitos factores, mas normalmente o critério escolhido é o do menor custo. Sendo assim, temos vários componentes onde a intervenção da manutenção se faz, a saber: Componentes de substituição fácil – Com definição do programa detalhado de acções, periodicidades e recursos necessários, recomendado pelo fabricante do equipamento. O maior obstáculo está em programar uma tão grande quantidade de acções de modo a coordenar os recursos disponíveis. Componentes de substituição complexa – Os principais factores relacionados com o equipamento, segurança e custos são ordenados em ordem de importância e uso, isto é, tudo quanto é necessário fazer para seleccionar a melhor politica de manutenção. Componentes não reparáveis – Para estes componentes não se planeia qualquer acção de manutenção que não seja a sua substituição após avaria. 4. Programa de manutenção preventiva – Quando as análises individuais aos equipamentos estiverem concluídas, as acções agregadas e as periodicidades devem ser examinadas para que se possam coordenar (através da junção dos programas individuais de equipamentos em grupos de acções desencadeadas simultâneo de modo a tirar vantagens das suas similaridades). Isto envolve um compromisso entre cada programa individual e a utilização económica do pessoal da manutenção, bem como da máxima disponibilidade do 91 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ equipamento. Este conjunto de períodos deve ter uma tolerância de tempo para se ajustar a alterações no programa de produção. O agrupamento dos trabalhos mediante um ajustamento da periodicidade pode melhorar grandemente a execução do programa de manutenção. As rotinas de inspecção, de lubrificação, programas de serviço e de reparação resultam desta análise. 5. Orientação de manutenção correctiva de emergência (MCE) – Quando a planta fabril está na fase de arranque, mesmo depois do anterior tipo de análise, é difícil prever o nível da carga de MCE para um dado período. Durante a fase inicial do equipamento a previsão de MCE é muito incerta e baseia-se muito nos dados fornecidos pelo fabricante do equipamento. Obviamente a previsão da carga de MCE aumentará com o passar do tempo, através da análise dos registos históricos do equipamento, podendo esta ser planeada. 6. Organização da manutenção – A organização da manutenção necessária para executar a carga de trabalho envolve as seguintes áreas de decisão: A estrutura dos recursos; A estrutura de gestão e administração; O sistema de planeamento e programação do trabalho. 4.3.2. O Plano de Manutenção Determina a Qualidade do Trabalho de Manutenção Um aspecto singular das actividades de manutenção é a dificuldade de avaliar a qualidade do trabalho realizado. Se o trabalho for mal executado, este pode conduzir a uma avaria. Devido ao tempo que decorre entre duas intervenções é difícil determinar se a causa da avaria é devida a erros de manutenção ou a partes do equipamento com defeitos. Por outras palavras, a manutenção é que deve 92 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ assegurar a qualidade e para que tal seja alcançado, cada membro da equipa de manutenção deve ter o senso de responsabilidade e considerar os métodos de preparação, execução e validação do seu próprio trabalho. Do ponto de vista da eficiência, o trabalho planeado em avanço pode ser executado mais rápido do que o trabalho feito em resposta a uma avaria abrupta. Para elevar o nível de qualidade do trabalho de manutenção é essencial criar um plano de manutenção e levar a cabo uma persistente preparação do trabalho antes da sua execução. 4.3.3. Os Benefícios do Plano de Manutenção Os benefícios da criação do plano de manutenção podem ser sumariados do seguinte modo: O número de passos envolvidos em cada trabalho pode ser identificado e o trabalho pode tornar-se rotina; As necessidades de pessoal podem ser previstas de modo que estas estejam disponíveis no início de cada trabalho. Isto permitirá subcontratar ou dispensar pessoal atempadamente; Prevenção de erros na procura de materiais, peças e ferramentas; A qualidade pode ser verificada e melhores materiais podem ser procurados; Os programas de manutenção podem ser definidos de forma a serem coordenados com os programas de produção; Os ciclos de reparação podem ser identificados permitindo que sejam desencadeados a tempo; Os procedimentos normalizados dos trabalhos podem ser identificados, permitindo que o trabalho seja realizado com maior eficiência; 93 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Podem ser elaborados planos de recuperação em simultâneo; O sentido de responsabilidade da equipa de manutenção pode ser melhorada; Através das actividades planeadas, um largo volume de trabalho pode ser mais eficientemente realizado. 4.4 O Controlo da Manutenção O controlo da manutenção faz parte do processo de planeamento da manutenção. A esta função cabe informar os resultados do trabalho efectuado, bem como, manter actualizados os registos técnicos e contabilísticos da manutenção. As funções do controlo da manutenção são basicamente: Informar o planeamento dos trabalhos concluídos, dos que ficaram adiados e de novos trabalhos resultantes da execução dos anteriores; Informar o planeamento do modo como correu a realização dos trabalhos, dos desvios ocorridos ou outras situações; Actualizar o registo histórico dos equipamentos dos trabalhos realizados; Actualizar os registos contabilísticos dos custos ocorridos com a realização dos trabalhos; Informar o serviço de contabilidade sobre os custos do trabalho para apuramento dos custos de manutenção. 4.4.1 - Registos de Manutenção dos Equipamentos Para cada equipamento é necessário efectuar dois tipos diferentes de registos. Desta forma, os dois tipos de registos necessários são: 94 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ 1. Registos históricos – Também conhecido como Registos técnicos. Contém todas as ocorrências técnicas significativas ao longo da vida do equipamento, a designar: Avarias detectadas e a sua resolução, bem como as datas de ocorrência e os tempos de imobilização; Acções de manutenção programada e os resultados encontrados; Modificações, reconstruções, transformações parciais e outros melhoramentos; Acidentes ou incidentes devidos ao equipamento ou com efeito no mesmo; Relação entre o trabalho planeado e o não planeado; Tendências de custos para servir de base a futuros orçamentos; Comparação de custos de manutenção entre equipamentos semelhantes (ex. para a realização de estudos de fiabilidade), podendo também servir de orientação para uma politica de substituição de equipamentos. A principal utilidade do registo histórico é; apoiar a pesquisa de avarias pelo conhecimento de ocorrências anteriores com possível relação com a avaria; sugerir a revisão do plano de manutenção no caso deste não estar a revelar-se eficaz; indicar a substituição ou modificação do equipamento se a sua condição se estiver a degradar acentuadamente. Este registo também pode incluir todos os dados relacionados com a aquisição e instalação do equipamento, como os dados sobre o fornecedor e fabricante. Um sistema de registos históricos, manual ou computorizado, representará sempre grandes encargos para a manutenção, consumindo bastante tempo para a sua manutenção e actualização. Este sistema só será útil se a informação nele contida for usada para análise estatística de avarias, modos de falhas e custos. 95 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Existem vários modelos de fichas de registo histórico, no entanto nenhuma é considerada como standard . Cada empresa poderá criar a sua ficha ou adoptar um modelo já existente. 2. Registos contabilísticos – Contém toda a informação sobre os custos de aquisição e de manutenção do equipamento, nomeadamente: Custo de aquisição; Custo de cada intervenção de manutenção; Valor actual do equipamento, descontando as amortizações e acrescentando valorizações devidas a melhoramentos introduzidos. Este registo destina-se a apoiar as decisões de carácter económico procurando responder às seguintes questões: “ reparar ou substituir?”, ou “ subcontratar ou aumentar a equipa de manutenção?”; ou avaliar a eficácia do programa de manutenção pela comparação dos gastos em manutenção programada com os de emergência. Os dados contidos neste registo servem geralmente de inpu t nos cálculos dos rácios de manutenção. 4.4.2 - Os Sistemas de Controlo de Manutenção O objectivo de um sistema de controlo de manutenção é desencadear no momento oportuno as actividades de manutenção necessárias. A escolha do sistema de controlo deve ser feita de acordo com as necessidades existentes em termos de manutenção e pode variar desde o sistema totalmente manual aos sistemas suportados por computador. Os sistemas manuais têm vindo gradualmente a ser substituídos pelas novas soluções informáticas integradas no sistema global de controlo da planta fabril. A crescente complexidade das situações de manutenção e o aumento da informação a tratar justificam a aplicação de tais sistemas informáticos, deixando os controlos manuais para as equipas de manutenção bastante reduzida. 96 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ A substituição dos sistemas manuais pelos informáticos, pode ser justificada do seguinte modo: Necessidade de melhor controlar os trabalhos de manutenção de forma a se alcançarem melhores resultados aos menores custos; Diversificação e especialização dos equipamentos; Necessidade de tratamento rápido da informação de modo a responder ás solicitações. A implementação de um sistema de controlo deverá ter em atenção a hierarquia de gestão da empresa, além de que deverá ainda considerar a ligação com os outros sistemas de controlo (ex. produção, aprovisionamentos e armazéns), de modo a permitir uma exacta programação e a máxima disponibilidade dos equipamentos e instalações. 4.5 A Normalização da Manutenção Hoje em dia, devido ao grau de sofisticação cada vez maior dos novos equipamentos e tecnologias, bem como à maior oferta do mercado em equipamentos semelhantes, é maior a importância que a normalização ocupa na função manutenção de forma a conseguirem-se maiores economias e eficiência. Embora os princípios de normalização encontrem mais fácil aplicação em indústrias que trabalham com máquinas semelhantes, onde é mais fácil adoptar um único modelo, mesmo em indústrias de processo bastante individualizado, é sempre possível normalizar algumas unidades auxiliares, tais como: motores eléctricos, válvulas, instrumentos, componentes etc, comuns a todos os processos, de forma a reduzir o número e quantidades de itens em stock , melhorando a eficiência do serviço de manutenção e reduzindo os custos. A normalização possibilita: 97 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Simplificação na selecção dos equipamentos; Redução do tipo, variedade e números de artigos em stock, que se traduz na: Diminuição do capital imobilizado; Redução da área de armazenagem; Simplificação dos processos de compra; Maior intermutabilidade de aplicação dos vários componentes; Redução do número de ferramentas de manutenção; Mais rápida formação técnica do pessoal; Maior eficiência dos serviços de manutenção. 4.6 Gestão da Manutenção Assistida por Computador O enorme volume de informação que importa gerir na manutenção, sobretudo na manutenção planeada, onde o planeamento deve assumir um carácter dinâmico, justifica facilmente a adopção de um sistema informático de apoio à gestão. Segundo alguns autores, a efectiva redução de custos, a diminuição do pessoal ligado à manutenção e o aumento simultâneo da eficiência só são possíveis com o recurso à informatização. A implementação de um sistema de Gestão de Manutenção Assistida por Computador (GMAC) provoca a implementação de novos procedimentos e circuitos, e o abandono de muitos outros, pelo que a definição do GMAC deve ser feita, de preferência, paralelamente à reorganização (ou instalação) da manutenção. O sistema de GMAC deverá emitir as intervenções de Manutenção Preventiva Sistemática (MPS), provenientes do planeamento definido no arranque da 98 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ instalação, que entretanto poderá ser actualizado ao longo do tempo em função da experiência que se for acumulando. Complementarmente, o GMAC assinalará os pedidos de carácter correctivo, planeados ou não, que vão sendo solicitados pelos serviços utilizadores da manutenção. Para que isto seja possível, existe a necessidade de prever uma determinada quantidade de horas-homem para intervenções planeadas a médio prazo e para rotinas periódicas (MPS), ficando a parte restante disponível para as intervenções de emergência. O planeamento deverá sendo actualizado com base nas informações que se vão colhendo como resultado do fruto da experiência adquirida, bem como nas informações complementares provenientes do estado de funcionamento dos equipamentos por vias de técnicas de controlo de condição, ou de outras fontes. Desta forma, os programas de manutenção poderão ser progressivamente corrigidos tornando o planeamento dinâmico. 4.6.1. A Articulação dos Sistemas de Gestão de Manutenção Assistida por Computador no Interior dos Sistemas de Execução da Produção Os autores Viriato Marques e Nelson Pincho (2003) comentam que ”(…) os sistemas de Execução da Produção (MES), dirigem-se à gestão integral do processo produtivo, recebendo e devolvendo informação, em tempo real, aos sistemas de gestão corporativa ou a aplicações especificas de produção, logística, custos, entre outros. As suas principais funcionalidades cobrem diversas áreas ou actividades do sistema produtivo, nomeadamente. Planeamento de trabalhos; Seguimento de ordens e planos de produção; Recolha em tempo real de dados de operários; 99 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Monitorização e seguimento em tempo real do sistema produtivo; Controlo de materiais e rastreio; Gestão da qualidade; Gestão avançada de manutenção; Análise do rendimento e produtividade. Estas funções são orientadas normalmente a três níveis. Num primeiro nível Os sistemas MES efectuam a recolha de dados em tempo real da produção, através da captura automática de sinais máquina (arranque/paragem, contadores e tipos de incidência em caso de paragem) e pela utilização de interfaces específicos com os operários (ecrãs tácteis, mini-terminais, entre outros), recolhendo a informação relevante sobre o estado das ordens de fabrico, quantidades produzidas, tempos reais investidos, incidências, dados de qualidade e variáveis de processo. Num segundo nível Efectuam a monitorização do sistema de produção, identificando os desvios da situação real face à planeada e dos valores reais em relação aos teóricos salientando as suas causas. Entre outros, a monitorização disponibiliza informação sobre o estado de cada máquina, a carga de trabalho associada, o tempo de ciclo real face ao teórico, as quantidades fabricadas e defeituosas, com discriminação do tipo de defeitos e a evolução das variáveis de processo disponibilizando também o rastreio completo dos produtos em qualquer fase de produção. No terceiro nível Permitem a gestão da Eficácia Global dos Equipamentos (OEE) e das seis grandes perdas, baseada na fiabilidade elevada da recolha de dados, aportando informação 100 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ crítica para a tomada de decisões inerentes à melhoria contínua e reengenharia de processos. Esta informação baseia-se na exploração das causas na origem das seis grandes perdas, na sua análise e na sua compreensão para a implementação de acções correctivas ou de melhoria. As avarias (incluindo a sua tipificação), que levam habitualmente a paragens relevantes de produção, afectando directamente a disponibilidade e consequentemente o OEE, devendo ser analisadas com o suporte do histórico de manutenção, através de uma base de dados sistematizada, com recorrência imprescindível a um sistema GMAC, onde a equipa de gestão de manutenção deverá dar um contributo chave na sugestão (e posterior implementação), das soluções correctivas e de melhoria para o sistema de produção. Habitualmente, os sistemas GMAC prevêem a análise da fiabilidade dos sistemas, pelo seguimento do seu Tempo Médio entre Avarias (MTBF) e uma análise de Avaria/Causa/Acção, ao nível dos equipamentos e dos seus componentes, bem como das suas classes (agrupamentos técnicos, por ex. electrobombas, prensas, equipamentos de injecção de plástico, etc.). Este processo de análise verifica sistematicamente a repetição de avarias, com uma associação clara às suas causas e às acções correctivas empreendidas para repor ou incrementar a funcionalidade regular dos equipamentos. Não se trata portanto, apenas de uma verificação minuciosa das avarias, mas também de um aprofundamento do conhecimento das causas de origem das avarias e, num último plano, numa verificação da actividade e consequência das acções correctivas aplicadas. Será de salientar que este processo poderá (e deverá) servir de base à optimização da manutenção preventiva, levando em conta as condições operacionais dos equipamentos no processo e contribuindo para aplicação da metodologia Manutenção Centrada na Segurança (RCM). 101 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Uma função que os sistemas GMAC devem preconizar é a possibilidade de operar a análise de condição dos equipamentos, seguindo a evolução dos parâmetros de controlo e permitindo a aplicação de acções de manutenção oportunas. A utilização de um sistema GMAC permite que todos estes processos sejam, naturalmente, acompanhados pela sua análise económica, uma das vertentes básicas na definição dos contornos do processo de optimização e no estabelecimento do nível de risco associado. A integração do sistema GMAC num sistema MES é assim, essencial para uma gestão pró activa e global do processo produtivo, não só pela complementaridade da informação processada, mas também, e sobretudo, pela coordenação fundamental entre as funções de produção e manutenção. Alguns mecanismos deverão estar automatizados, nomeadamente a captura automática para o sistema GMAC das incidências de produção, garantindo a fiabilidade da informação e a disponibilização em tempo real dos dados. No sentido oposto o planeamento das tarefas de auto manutenção deverá ser disponibilizado directamente no sistema MES ao nível fabril, proporcionando uma correcta gestão das tarefas de auto manutenção pelos elementos afectos à operação dos equipamentos (na sua execução e reporte). Assim, em ambientes industriais, onde o empenho no controlo do processo, na capacidade de produção e nos seus mecanismos de melhoria são transversais a toda a organização e a sua cadeia de valor, atravessando todas as suas funções, a disponibilização em tempo real da informação necessária no local necessário é um novo paradigma na gestão industrial. Neste sistema organizacional distinguem-se as seguintes condições: 1. A captura de dados directamente do nível fabril e a sua fiabilidade são a fonte de todo o processo; 2. A gestão dos dados reais de produção em confronto com os valores teóricos permite efectuar a gestão da produtividade fabril; 102 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ 3. A passagem de informação específica para outras funções organizacionais, de uma forma automática e em tempo real, é a restante condição mínima. Trata-se da integração do sistema MES (incorporando o sistema GMAC) com o sistema ERP - Plano de Recurso na Empresa corporativo ou, simplesmente, o eu sistema MRP – Plano de Recurso Material. A evolução dos sistemas de informação tem seguido e possibilitada esta integração, pelo que actualmente, deverá ser uma preocupação das organizações garantir a integração dos seus diversos sistemas. 4.6.2 – A Aplicação de Computadores em Manutenção e suas Vantagens As aplicações de computadores em manutenção são essencialmente de carácter técnico, ou seja: Em diagnóstico de avarias; Na medição de parâmetros de funcionamento de equipamento. No entanto, graças ao desenvolvimento de packages de organização e gestão, a aplicação de computadores tem-se ampliando às áreas de intervenção da manutenção. Assim, as vantagens de aplicação de computadores na gestão da manutenção são: Maior produtividade da manutenção – Devido à melhor utilização dos recursos de manutenção. Um sistema GMAC favorece a Gestão Integrada da Manutenção; Redução dos custos de manutenção – Através do conhecimento mais rápido e rigoroso de todos os factores de custo permitindo tomar decisões correctas em tempo oportuno; 103 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Redução dos tempos de imobilização – A aplicação dos computadores apoia fortemente a manutenção planeada, como forma de redução das avarias imprevistas (não programadas); Aumento do ciclo de vida dos equipamentos – Como consequência da manutenção planeada; Redução dos tempos de espera – Como resultado de uma melhor organização a manutenção e dos seus recursos (materiais e humanos). A existência de informação actualizada reduz as perdas de tempo na procura de materiais e peças; Menor perturbação na produção – Maior facilidade em articular o plano de manutenção com o plano de produção; Maior eficácia da gestão – Através da tomada de decisões de carácter técnico ou económicas baseadas na informação actualizada; Melhor organização da manutenção – Porque a análise que precede a especificação de um sistema GMAC revela, geralmente, insuficiências, desajustes ou redundâncias que devem ser corrigidas. Desta forma, a aplicação da informática da manutenção acaba por permitir: a) Automatizar tarefas manuais de tratamento e difusão de grandes quantidades de informação técnica e económica; b) Dispor de informação permanentemente actualizada e convenientemente tratada; c) Aceder rapidamente a qualquer tipo de informação com o objectivo de tomar decisões claras e precisas sem que isso represente uma sobrecarga de trabalho; d) Que os níveis hierárquicos disponham da informação mais adequada à realização das tarefas de que estão incumbidos; 104 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ e) Resolver problemas cuja resolução seria impossível de obter ou demasiado onerosa para ser compensadora se fossem utilizados processos manuais. 105 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ Questões para discussão 1. Refira-se à necessidade da implementação de um sistema de planeamento e controlo da Manutenção. 2. Quais as vantagens do planeamento? 3. Nos procedimentos a politica de Manutenção a seleccionar deve ser a sistemática. Concorda? Justifique. 4. Identifique os benefícios da criação de um plano de Manutenção. 5. Cabe ao controlo da Manutenção várias funções. Assinale as mais importantes. 6. Distinga registos históricos e registos contabilísticos. 7. Disserte sobre as vantagens e benefícios da adopção de um sistema informático de apoio à gestão da Manutenção. 106 Produtividade e Manutenção __________________________________________________________________ BIBLIOGRAFIA E LEITURAS RECOMENDADAS ASSIS, Rui (1997) – “Manutenção Centrada na Fiabilidade”, Edições Lidel, Lisboa. BLANCHARD. B. (1979) – “Life Cycle Costing: A RevieW”, Terotechnica. CARDOSO, Paulo e Ferreira, Luís (2001) – “O TPM – Implementação em Unidade Industrial” in Revista Manutenção, Editora APMI, Nº 68, Edição 1.º Trim.. 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