Apresentação da acção “Prática reflectida para a reabilitação urbana”
Uma iniciativa da Câmara Municipal de Guimarães no âmbito do Programa PAGUS – Interreg lllc
“Prática reflectida para a reabilitação urbana” - Maio’06 / Jan’07
O Contexto:
“O centro histórico de Guimarães é um conjunto que testemunha o desenvolvimento urbano e possui
belos exemplos de tipos particulares de construção harmonia da cidade, as técnicas tradicionais, as
particularidades arquitectónicas, a diversidade de tipos que ilustram a evolução da cidade através dos
tempos, e a sua integração na paisagem envolvente, conferem a Guimarães valores universais
excepcionais.
O centro histórico comporta um tecido urbano de origens medievais, uma sucessão de lugares de grande
significação formal, assim como a estrutura edificada (essencialmente do séc. XII), representam uma
diversidade de tipos e ilustram técnicas de construção tradicionais: a taipa de rodízio e a taipa de
fasquio, onde a madeira é um elemento fundamental.
A autenticidade e a integridade dos métodos de construção tradicional são uma constante na cidade,
uma vez que são ainda largamente utilizados na zona urbana e constituem património cultural a
salvaguardar.
A autenticidade e o poderoso impacto visual do centro histórico de Guimarães são o resultado das
estratégias de protecção coerentes levadas a cabo pelo Gabinete Técnico Local da Câmara Municipal de
Guimarães. As políticas de conservação urbana, baseadas na reabilitação do património construído, a
revalorização dos espaços públicos, a manutenção da população residente, a protecção e manutenção
das estruturas históricas no que respeita às técnicas tradicionais de construção, fazem de Guimarães um
caso exemplar.” (ICOMOS, Março de 2001)
O Projecto:
No âmbito do projecto Internacional PAGUS – Programa de Assistência e Gestão Urbana Sustentável,
uma iniciativa no âmbito do INTERREG IIIC (programa inter-comunitário) coordenado em Portugal pela
AMAVE – Associação de Municípios do Vale do Ave, que visa a partilha de experiências e a promoção
de uma reabilitação sustentável entre Cidades com Centro Histórico, Guimarães irá desenvolver uma
acção de capacitação de técnicos e empresas que trabalham na área da Reabilitação Urbana.
Esta capacitação está estruturada segundo o conceito de que a troca de experiências (mesmo) na
especialidade se faz numa interdisciplinaridade horizontal e vertical. Este projecto constitui, para a
Câmara Municipal de Guimarães, a possibilidade de criar um espaço de troca de saberes com uma
prática integrada, teoricamente tutelada numa actuação verticalmente coordenada, nomeadamente no
que diz respeito ao suporte económico e financeiro entre parceiros organizados em empresas da arte.
Nesse sentido o programa que implementamos organizar-se-á em dois eixos condutores: teórico e
prático – sempre debruçados sobre obras em curso, como laboratório de experimentação e à volta do
qual serão aprofundadamente estudados, de forma articulada, oito temas base e outros quatro temas
complementares.
Estes temas serão tratados em sessões mensais onde, durante dois dias, os participantes poderão:
a) contactar com artífices especializados – onde poderão experimentar as técnicas inerentes aos temas
em estudo;
b) realizar visitas críticas ao património construído sob orientação de um especialista na área e com o
enfoque no tema em estudo;
c) participar em debates abertos onde figuras de reconhecido valor profissional e intelectual – a nível
nacional e internacional – conversarão sobre os temas propostos, permitindo olhares não convencionais
sobre o contexto da reabilitação.
O Objectivo:
A concretização deste “programa de estudos”, realizado pelo GTL e enquadrado no projecto PAGUS,
permitirá a partilha de forma serena e construtiva de conhecimentos e experiências entre Mestres,
Técnicos, Artífices, Operários, Entidades Públicas e Privadas organizadas em Empresas.
Se as entidades e principalmente as empresas envolvidas neste programa PAGUS puderem concluir de
uma forma rigorosa quiçá quantificada que as qualidades das Cidades Tradicionais são a variável ou a
incógnita que procuramos para as cidades auto-sustentáveis, que as experiências vanguardistas das bioarquitecturas não são mais do que o saber das arquitecturas sempre actuais porque tradicionais, então
talvez o quotidiano de uma cidade possa ser um lugar para pensar nas palavras escritas em 1664 pelo
Padre António Vieira, “O tempo, como o mundo, tem dois hemisférios: um superior e visível, que é o
passado, outro inferior e invisível, que é o futuro. No meio de um e outro hemisfério ficam os horizontes
do tempo, que são estes instantes do presente que imos vivendo, onde o passado se termina e o futuro
começa”.
Programa da acção
“Prática reflectida para a reabilitação urbana” - Maio’06 / Jan’07
1º módulo
25 / 26 de Maio de 2006
Argamassas
traços, inertes e cais, texturas, coeficientes de dilatação, revestimentos, acabamentos, suportes e
ambientes.
2º módulo
29 / 30 de Junho de 2006
Cores / tintas
pigmentos, aglutinantes, estratigrafia, texturas, acabamentos, suportes e ambientes.
3º módulo
20 / 21 de Julho de 2006
O construtivo
materiais, comportamentos, estruturas, patologias, problemas e soluções, tradicional/contemporâneo.
4º módulo
28 / 29 de Setembro de 2006
O restauro de pintura mural
película cromática, estratigrafia, patologias, metodologias de intervenção, conservação preventiva,
suportes e ambientes.
5º módulo
26 / 27 de Outubro de 2006
O social
reabilitação integrada do tecido urbano, programas de integração social, equação de diferentes
experiências (nacionais e internacionais).
6º módulo
23 / 24 de Novembro de 2006
A legislação:
segurança no trabalho – metodologias, normas, boas práticas, consciência activa.
7º módulo
14 / 15 de Dezembro de 2006
O Plano
gestão da área do Centro Histórico em articulação com a Cidade, concepção do modelo global de
Cidade - território, equação de diferentes experiências (nacionais e internacionais).
8º módulo
25 / 26 de Janeiro de 2007
A madeira:
estruturas, comportamentos, patologias, soluções construtivas, tradicional/contemporâneo.
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