Publicação da ThyssenKrupp Elevadores | Ano 8 | nº 22
Em
m ov i m E n To
Gol de placa: arena castelão
é inauGurada
reforma urbana: futuro
das cidades em debate
elevador é inspiração
para companhia de teatro
Foto: Fábio Arruda
investimento social:
educação é o caminho
ThyssenKrupp Elevadores
1
TKE em Movimento
EdiToRiAL
Estabelecer canais de comunicação com os clientes é um
compromisso da nossa companhia. Está no dnA da empresa abrir
as portas, receber e estabelecer relacionamentos que ultrapassem
as formalidades comerciais. como parte dessa política, o TKE em
movimento nasceu com o objetivo de ser mais um laço entre a
companhia e seus principais públicos, independentes de serem ou
não clientes. E, assim como tudo que dá certo, estamos inaugurando
um novo projeto gráfico para este canal de comunicação, que
ganhou novas seções e páginas. o compromisso continua sendo o
de levar informação de qualidade, além de notícias sobre a empresa
e o mundo da construção civil. neste sentido, cabe aqui destacar a
reportagem sobre o futuro das cidades na visão de especialistas da
área, bem como a entrevista com a economista Ana maria castelo,
que nos dá um retrato sobre a situação do País e, em particular,
sobre o mercado imobiliário. Também destacamos nesta edição a
obra da Arena castelão, em Fortaleza (cE), uma das sedes da copa
Paulo Henrique Estefan
vice-presidente comercial da
ThyssenKrupp Elevadores
de 2014, onde a ThyssenKrupp Elevadores marca presença com
elevadores de última geração. outra boa notícia é o crescimento
de prédios certificados no Brasil, o que demonstra que o conceito
de sustentabilidade é cada vez mais referência para o mercado
brasileiro. A ThyssenKrupp Elevadores vem buscando consolidar sua
atuação com base nos princípios da responsabilidade social por meio
de ações estabelecidas pelo tripé social, ambiental e econômico. uma
delas está focada na educação de jovens por meio de parcerias com
associações como a Fundação o Pão dos Pobres de Porto Alegre (RS)
tema desta edição. São iniciativas que se somam a outras já em curso
e que retratam o futuro que queremos ajudar a construir.
ESPAÇo LivRE
EnvoLvimEnTo dE ocuPAnTES é FundAmEnTAL
PARA o coTidiAno dE um PRédio SuSTEnTávEL
os edifícios de escritórios evoluíram nos últimos 20 anos, desde os
primeiros prédios com certificação verde, no Reino unido, e depois
na América do norte e em outras partes do mundo. Tecnologias e
ações colocadas em prática, ao lado de ferramentas sofisticadas
de gestão predial e da evolução técnica das atividades de
gerenciamento de facilities, contribuíram para aumentar a qualidade
dos empreendimentos e o bem-estar de seus ocupantes.
Porém, um elemento-chave para a operação e o cotidiano de um
edifício sustentável é, muitas vezes, colocado em segundo plano. os
ocupantes dos empreendimentos têm um papel fundamental para
o sucesso das ações sustentáveis, mesmo que os escritórios não
tenham sido concebidos dentro dos padrões de certificação verde.
As empresas desejam envolver os funcionários por uma
variedade de razões e objetivos, mas a melhoria da produtividade
é o propósito comum. Hoje, crescem as organizações focadas em
alinhar as estratégias da força de trabalho com os objetivos de sua
responsabilidade corporativa.
o envolvimento dos funcionários é geralmente monitorado e
medido a partir da perspectiva pura de gerenciamento de recursos
humanos, e usado para ajudar a atrair e a reter funcionários
*Fábio martins é diretor da área de
Gerenciamento de Propriedades da Jones Lang
LaSalle, empresa especializada em consultoria de
investimentos e serviços imobiliários
qualificados, inovadores e produtivos. com os edifícios verdes e os
imperativos da sustentabilidade ambiental, as empresas estão agora
preocupadas em ampliar esse envolvimento. Por isso, os gestores
de propriedades e de facilities, e os líderes de recursos humanos
estão cada vez mais trabalhando juntos para construir programas
de engajamento em sustentabilidade. Essa atuação imprime a
responsabilidade de engajar toda a cadeia envolvida nos trabalhos
de gerenciamento do imóvel, destacando-se o papel do gestor de
propriedades como difusor de conhecimento, para conscientizar e
ampliar o impacto das ações e das práticas sustentáveis adotadas no
cotidiano dos empreendimentos.
como acontece em outras iniciativas corporativas, existe uma
diferença significativa entre os bem-intencionados esforços
individuais e um programa de engajamento estratégico e
holisticamente concebido. E, apenas um processo de envolvimento
de toda a empresa pode mobilizar centenas de pessoas em diversas
localidades e linhas de negócio.
2
TKE em Movimento
Foto: divulgação
PAnoRâmicA
AREnA cASTELão inAuGuRA concEiTo
muLTiuSo Em ESTádioS PARA A coPA dE 2014
um dos destinos mais procurados por turistas brasileiros e
estrangeiros, a cidade de Fortaleza, no Estado do ceará, tem um
novo atributo, além das belezas naturais e da boa gastronomia: o
estádio de futebol Plácido Aderaldo castelo, a Arena castelão, o
quarto maior do País.
Quase 40 anos depois de sua inauguração, em 1973, o castelão
passou por uma ampla reforma para receber os jogos da copa do
mundo da FiFA 2014. o estádio será palco de seis partidas, incluindo
jogos da seleção brasileira.
Primeiro estádio do Brasil a ficar pronto para a copa, o castelão
ocupa 150 mil m2 de área construída e tem capacidade para
63.903 mil lugares. A obra de reforma e modernização ficou a
cargo do consórcio construtor formado pelas empresas Galvão
Engenharia e Andrade mendonça.
Segundo o Secretário da copa 2014 no ceará, Ferrucio Feitosa, o
castelão despertou uma mudança de comportamento social. “Foram
quase 24 meses de muito trabalho, compromisso e dedicação que
resultou na construção do maior centro esportivo da região norte/
nordeste”, enaltece Feitosa.
PAdRão mundiAL
Para atender às exigências da FiFA, a obra da Arena castelão
seguiu os padrões de uma construção sustentável. Entre as medidas
adotadas estão: montagem de usina de reciclagem no canteiro de
obras para reutilização do concreto; sistema de reaproveitamento
da água da chuva para a irrigação do campo e dos sanitários e a
aquisição de elevadores inteligentes que auxiliam na economia de
energia elétrica (vide matéria ao lado).
dentre os diferenciais do projeto está a visão privilegiada de
qualquer lugar da arquibancada, depois que o campo foi rebaixado e a
distância entre a torcida e o gramado foi reduzida de 40 para apenas
10 metros. A cobertura também é especial, a partir de um revestimento
termoacústico translúcido que proporciona sensação térmica agradável
e isolamento acústico que melhora a transmissão dos jogos.
TKE em Movimento
A Arena castelão conta ainda com uma praça para a realização de
eventos, espaço cultural que abriga o museu do Futebol e uma sala de
cinema que tem sessões gratuitas aos sábados abertas à população.
SoBE E dEScE inTELiGEnTE
A Arena castelão conta com 15 elevadores da marca
ThyssenKrupp Elevadores que vão transportar as pessoas dentro
do estádio; além de dois equipamentos instalados no prédio anexo
que abriga a Secretaria do Esporte do Estado e o departamento de
Arquitetura e Engenharias, totalizando 17 elevadores.
o modelo dos elevadores é o synergy (sem casa de máquinas),
tecnologia que opera com a máquina acoplada à própria caixa
de corrida do elevador. As máquinas são sem engrenagem e
economizam energia (até 30% menos em comparação aos modelos
convencionais). Também contribuem com a preservação do meio
ambiente, pois dispensam o uso de óleo agente poluidor.
os elevadores para a Arena castelão atendem de duas a cinco
paradas, com velocidade de 1 metro por segundo e capacidade
entre oito e treze pessoas. Todos possuem cabinas do modelo
Export, com acabamento em aço inoxidável escovado, iluminação
LEd e colunas de botoeiras High Protection (antivandálica), mais
resistentes ao uso contínuo.
númERoS dA AREnA cASTELão
• 144 catracas de acesso
• 9 vestiários
• 52 camarotes
• 85 banheiros
• 2,6% da capacidade total do estádio atende pessoas
com mobilidade reduzida
• 1.900 vagas de estacionamento coberto
• 2.200 vagas em estacionamento aberto (legado)
• 1.644 lugares para portadores de necessidades especiais
• 2 placares de LED
• 332 refletores com 2 mil watts de potência, cada
• 240 câmeras de vigilância em áreas internas e externas
3
AconTEcE
Parc Rocher é destaque
em Londrina
A ThyssenKrupp Elevadores fechou contrato com a construtora Plaenge e vai entregar
81 elevadores para 29 empreendimentos residenciais localizados nas cidades de campo
Grande (mS), cuiabá (mT), curitiba (PR), Joinville (Sc) e Londrina (PR). um dos destaques
é o Parc Rocher, em Londrina (PR). Situado em frente à Praça Pé vermelho, no bairro nobre
Gleba Palhano, o empreendimento une conforto e integração de ambiente, contemplando
apartamentos de 165 m2 e duas vagas na garagem. Para esta obra, a empresa fornecerá quatro
elevadores, sendo dois para o hall social, e outros dois, para atender serviços e emergências.
Todos serão equipados com máquina de tração sem engrenagem e, para imprimir sofisticação
ao projeto, a cabina modelo Export será revestida em aço inoxidável escovado com botoeiras
do tipo Soft Press e subteto com iluminação LEd.
Fotos divulgação
conTRATo dE PESo
Elevadores: 4
velocidade: 1,75 m/s*
capacidade: 10 pessoas
Paradas: 24 e 26
cabina: Export
*metro por segundo
PR
cEnTRoS muLTiuSo
Trend 24 terá três torres e 13 elevadores
Para o Trend nova carlos Gomes foram
especificados 20 elevadores
RS
A capital gaúcha, Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, vai abrigar dois
novos empreendimentos multiuso. São eles: o Trend nova carlos Gomes e o
Trend 24, projetos da incorporadora maiojama, com previsão de entrega para
2015 e 2016, respectivamente. A marca ThyssenKrupp Elevadores garantirá a
acessibilidade dos usuários com a entrega de 33 elevadores (20 para o Trend
nova carlos Gomes e 13 para o Trend 24). Localizado no bairro Petrópolis e
com uma área total de 79.503 m2, o Trend nova carlos Gomes terá três torres
– offices, corporate e Residence, além dos subsolos do estacionamento para
atender mil veículos. o Trend 24, na região da Rua 24 de outubro, reunirá
também três torres, subsolos de estacionamento, além de Smart mall, com
43 lojas, unindo serviços, conveniências e alimentação distribuídos em uma
área total de 44.579 m2. os 19 elevadores das torres offices e corporate, dos
dois empreendimentos, terão tecnologias aliadas na redução do consumo de
energia. uma delas é o sistema regenerativo que permite a utilização de parte
da energia devolvida pelo elevador durante seu funcionamento para a rede
elétrica interna da edificação, resultando em até 30% de economia de energia.
A outra é o sistema Adc XXi - Antecipação de chamada e destino integrado
às catracas. Ao passar o cartão de identificação para liberar a catraca, o
passageiro recebe a informação sobre qual elevador irá atendê-lo, otimizando
assim o fluxo de pessoas.
Elevadores:
trend
nova20carlos Gomes
Elevadores:
trend
24 20
velocidade: 20
Elevadores:
1 m/s, 1,75 m/s
velocidade: 13
Elevadores:
1 m/s, 1,75 m/s
velocidade: 1e m/s,
3 m/s1,75 m/s e 3 m/s
velocidade: 1e m/s,
3 m/s1,75 m/s e 2,5 m/s
capacidade: de 10 a 16 pessoas
capacidade: de 810a a1416pessoas
pessoas
nº paradas:
Paradas:
de 5dea521a 21
nº paradas:
Paradas:
de 4dea519a 21
Tipo de cabina:
cabina:
AmazonAmazon
e Exporte Export
Tipo de cabina:
cabina:
AmazonAmazon
e Exporte Export
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TKE em Movimento
Arena Pantanal terá
elevadores “verdes”
A Arena Pantanal, em cuiabá, no mato Grosso, será sede de quatro jogos da copa
do mundo de Futebol de 2014 na primeira fase da competição. A ThyssenKrupp
Elevadores fornecerá 12 elevadores para o estádio com características sustentáveis que darão
acesso às áreas viPs, camarotes, sala de imprensa; além de transportar portadores de necessidades
especiais a partir de cabinas com dimensões adequadas. A Arena Pantanal tem uma série de
recursos que atendem à certificação internacional Green Building - LEEd. o projeto é assinado
pela GcP Arquitetos e está a cargo da construtora mendes Júnior. o estádio terá capacidade para
44.336 mil pessoas, com arquibancadas e cobertura desmontáveis, podendo ter redução de até
30% da capacidade após o mundial. o prazo para a entrega do estádio é outubro de 2013.
Fotos divulgação
PALco dA coPA 2014
Elevadores: 12
velocidade: 1 m/s
capacidade: 8 pessoas e
2 mil kg (carga)
Paradas: 4 e 5
cabina: Amazon
mT
comPLEXo HoTELEiRo E comERciAL
Tecnologia gera economia de energia
integrado ao manauara Shopping, em manaus (Am), o Grupo cristal
apresenta um de seus mais novos empreendimentos na região, o cristal
Tower Hotel & Office, que reúne num mesmo complexo hotel e prédio
empresarial. A ThyssenKrupp Elevadores especificou 14 elevadores para o
empreendimento, sendo um panorâmico. Todos são equipados com o sistema
regenerativo que gera economia de até 35% de energia elétrica. outras
tecnologias presentes são: o sistema Adc XXi (Antecipação de chamada e
destino) integrado às catracas da torre office, para otimizar a capacidade de
tráfego, e o sistema de segurança acoplado aos cartões magnéticos do hotel
para que os hóspedes tenham acesso aos andares. o hotel terá auditório,
salas de reunião, espaço viP na cobertura, além de áreas de lazer. o office
contará com salas comerciais, além de 386 vagas de garagem.
Elevadores: 14
velocidade: 3 m/s e 4m/s
capacidade: 16 e 22 pessoas
Paradas: 20 e 22
cabina: cabinas exclusivas
Am
PRédio comERciAL vERdE
A cidade de São José dos campos, localizada na região do vale do Paraíba,
interior de São Paulo, vai receber empreendimento comercial pré-certificado pelo
Green Building council que possui o selo LEEd nível Silver. A torre, em construção
pelo Sistema PRI Engenharia, é o Colinas Green Tower, novo centro de negócios
que faz parte das obras de ampliação do colinas Shopping. os 10 elevadores
especificados pela ThyssenKrupp Elevadores serão destaques do empreendimento,
com velocidades que variam entre 3 e 4 metros por segundo (uma das mais altas
da região) e a implantação do sistema Adc XXi (Antecipação de chamada e
destino), que amplia a capacidade de tráfego com economia de energia de até
30%. E, para auxiliar na racionalização da energia gasta pelos elevadores, todos
eles terão máquinas sem engrenagem, sistema regenerativo de energia e cabinas
com iluminação eletrônica LEd.
velocidade dos elevadores é uma das mais altas da região
Elevadores: 10
velocidade: 3 m/s e 4 m/s
capacidade: 20 e 22 pessoas
Paradas: 2 (para o heliponto) e 26
cabina: Export
SP/interior
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TKE em Movimento
REFoRmA uRBAnA:
ESPEciALiSTAS diScuTEm o FuTuRo
dAS cidAdES BRASiLEiRAS
A maioria da população brasileira vive em centros urbanos.
os dados do último censo do instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (iBGE), de 2010, indicam que 84,36% da população mora
em cidades e apenas 15,64% no campo. na região sudeste o índice
é ainda maior. mais de 90% das pessoas estão em áreas urbanas.
Retrato do crescimento do País, a concentração urbana
vem provocando reflexões em todos os setores da economia,
principalmente, sobre o impacto que cada um representa neste
enorme contingente de pessoas que vivem nas metrópoles.
Para buscar respostas e dialogar com a sociedade sobre as
questões relacionadas à vida urbana, o Governo Federal, por meio
do ministério das cidades, promove em novembro a 5ª edição da
conferência nacional das cidades. A partir do tema “Quem muda
a cidade somos nós: Reforma urbana Já!” pretende-se planejar a
construção de uma Política nacional de desenvolvimento urbano
(Pndu) para o País.
“o desafio é a concretização do direito à cidade, numa estratégia
de desenvolvimento urbano integrado para os munícipios brasileiros”,
afirma carlos vieira, secretário-executivo do conselho das cidades
do ministério das cidades. Segundo o secretário, o avanço da
urbanização no território brasileiro acontece com grande velocidade
e, na maioria das vezes, sem o planejamento urbano adequado.
“Para reverter esse quadro é necessário que haja coordenação das
ações governamentais de forma a assumir a política urbana nas
esferas Federal, Estadual e municipal, como estratégica para o País,
bem como pensar a construção de um espaço urbano mais justo com
melhoria da qualidade de vida da população da cidade”, destaca o
representante do Governo Federal.
com experiência em planejamento urbano e em seu segundo
mandato como vereador de São Paulo, o arquiteto e urbanista nabil
Bonduki também defende uma ação coordenada das três esferas
de governo e considera a Região metropolitana como o objeto de
sua atuação. “As cidades, e as metrópoles especialmente, sofrem a
ação de fatores que estão fora do alcance do planejamento e gestão
municipais, como as medidas macroeconômicas, as políticas federais
e estaduais relacionadas à produção, emprego e renda, além das
políticas setoriais dessas esferas de governo como saneamento,
transporte e habitação”.
na cidade de São Paulo, segundo Bonduki, os principais desafios
urbanos são o transporte e o trânsito, que podem levar a capital
paulista a uma crise de mobilidade. Professor da Faculdade de
Arquitetura e urbanismo da universidade de São Paulo (FAu-uSP),
ele defende uma revisão do Plano diretor que, segundo ele, deve
ser pensado como um pacto da sociedade para tratar a cidade nos
próximos dez anos. “uma cidade melhor e mais justa é o que todos
queremos, ao mesmo tempo, acho que ninguém tem a ilusão que só
o Plano diretor leva a esse resultado. Penso que com ele podemos
orientar uma boa parte das ações pública e privada na construção da
cidade no sentido desejado”.
desafio é equilibrar a falta
de planejamento com o
crescimento econômico
6
TKE em Movimento
mATéRiA dA cAPA
GESTão uRBAnA
A visão do arquiteto e urbanista Jaime Lerner, que já foi prefeito
de curitiba e governador do Paraná, vai além da legislação relativa
às questões urbanas. “A legislação não precisa ser mudada. Temos
recursos, mas a burocracia impede que as cidades tenham acesso a
eles. São muitos obstáculos e, em cada um deles, a possibilidade de
corrupção aumenta, prejudicando os municípios”, avalia ele.
Segundo Lerner, que atualmente é consultor das nações unidas
para assuntos de urbanismo, todas as metrópoles do mundo
enfrentam três problemas centrais: mobilidade, sustentabilidade e a
coexistência. Para ele, a significativa mudança na qualidade de vida
das cidades brasileiras depende da resolução desse tripé.
o primeiro desafio que ele enfrentou durante o processo de
urbanização de curitiba, no seu primeiro mandato como prefeito na
década de 70, foi a necessidade de quebrar paradigmas. Para vencer
os desafios, ele e sua equipe priorizaram a implantação rápida dos
projetos, como o calçamento da rua Xv de novembro, causando um
efeito positivo junto à população.
outro aspecto que Lerner destaca no processo de planejamento de
curitiba é a integração entre trabalho e mobilidade, razão pela qual,
segundo ele, o projeto é uma referência no mundo inteiro. “nada
foi pensado isoladamente. A não segregação da cidade em funções,
renda ou diferenças de idade contribuiu para criar uma cidade mais
humana”, destaca.
mas, o arquiteto avisa: o projeto de planejamento é contínuo,
permanente. “na verdade, não podemos falar de um plano e sim de
um processo de planejamento, que exige atenção, acompanhamento
e atualizações diárias e constantes, pois nunca está acabado”.
diante deste cenário, quais seriam as perspectivas para a
construção civil, especialmente para o mercado imobiliário?
consultora Técnica da câmara Brasileira da indústria da construção
(cBic), maria Henriqueta Arantes Ferreira Alves avalia que a
verticalização ou não verticalização como impacto do crescimento
das cidades perde significado frente à capacidade de garantir o ir
e vir dos cidadãos nos espaços urbanos. ”o que impulsionará os
vetores do crescimento imobiliário nas cidades será a maior ou
menor facilidade de locomoção”, afirma.
novos bairros que contemplam espaços de moradia, lazer
e trabalho são referência para a consultora, bem como as novas
tecnologias que permitem às pessoas estudar e trabalhar a distância.
“A grande questão que se coloca hoje é a mobilidade urbana. A
grande concentração de população que usa transporte individual
em espaços com ocupação consolidada tem gerado, com tendência
de agravamento, congestionamentos que castigam as pessoas de
forma muito significativa”.
diSTRiBuiÇão PERcEnTuAL dA PoPuLAÇão uRBAnA,
PoR GRAndES REGiõES - 2010
7,8%
24,1%
14,5%
46,4%
nordeste
Fonte: iBGE
TKE em Movimento
7,2%
nordeste
Sudeste
Sul
centro-oeste
7
PoR dEnTRo do ELEvAdoR
da esq para direita:
Rodrigo Spina, marina vieira, Gabriel
miziara, marcelo Lazzaratto, carolina
Fabri, Wallyson mota, Pedro Haddad
cena da “Peça de Elevador” que tem como
figura central o ascensorista que, a partir
das histórias dos passageiros relatadas em
‘pedaços’, desenvolve um processo de criação
Fotos: João caldas
ELEvAdoR Em cEnA
milhares de pessoas pelo mundo utilizam os elevadores no dia
a dia e, grande parte dos usuários, nem se dão conta do quanto
fazem uso deste equipamento. Só no Brasil, são 320 mil elevadores
instalados em edificações.
Quantas cenas e conversas nós já presenciamos? Quantas pessoas
já ‘viajaram’ conosco de um andar para o outro? muita gente nunca
sequer parou para pensar nisso, mas marcelo Lazzaratto pensou e
foi além.
Ator e diretor formado pelo departamento de Artes cênicas
da universidade de São Paulo (uSP) e também Professor doutor
em interpretação Teatral no departamento de Artes cênicas da
universidade Estadual de campinas (unicAmP-SP), ele criou uma
companhia de teatro com o nome Elevador de Teatro Panorâmico.
diretor artístico da companhia, marcelo explica que o objetivo é
ser um núcleo permanente de investigação em linguagem teatral.
“A proposta é unir a verticalidade da pesquisa ‘campo de visão’
(método de improvisação coletiva para a criação do espetáculo
desenvolvido por ele) com a horizontalidade de sua abrangência ao
público”, completa.
A partir desta concepção é que surgiu o nome da companhia.
“o elevador traduz a verticalidade do nosso trabalho e, o
panorâmico, manifesta a comunicação abrangente com o nosso
público”, relata o diretor artístico.
Para ele o elevador é um espaço ‘entre’ mundos, pois as
pessoas não estão exatamente em nenhum lugar.
PEÇA dE ELEvAdoR
Fundada em 2000, em parceria com atores recém-formados do
Teatro-Escola célia Helena, a cia Elevador de Teatro Panorâmico
tem sede na capital paulista e conta hoje, além do diretor marcelo
Lazzaratto com um núcleo de seis atores: carolina Fabri, Gabriel
miziara, marina vieira, Pedro Haddad, Rodrigo Spina e Wallyson
mota. Ao longo de sua trajetória, já realizou 12 espetáculos que
dialogam com questões inerentes ao homem contemporâneo.
dentre as apresentações da cia Elevador de Teatro Panorâmico
uma delas chama a atenção. é a “Peça de Elevador” (2006),
de cássio Pires, que teve como tema central o elevador. “Este
foi um espetáculo muito interessante. no palco, utilizamos dois
elevadores cenográficos, instalados em um prédio comercial de
uma grande metrópole”, conta.
A companhia contempla ainda o Espaço Elevador, com
capacidade para 60 pessoas, onde acontecem os ensaios e as
apresentações do grupo e de outras companhias de teatro. Além
disso, oferece também um curso para atores e bailarinos, com
duração de quatro meses, que já capacitou mais de 600 alunos
em sete anos de existência.
Atualmente, a cia Elevador de Teatro Panorâmico viaja pelo
País com o espetáculo ‘ifigênia’ (2003), de cássio Pires, já
assistida por quase 10 mil pessoas. o espetáculo ‘o Jardim das
cerejeiras’, do autor russo Anton Tchecov, é o projeto para 2014.
8
TKE em Movimento
EnTREviSTA | AnA mARiA cASTELo
A economista Ana maria castelo é coordenadora de Estudos de construção civil do instituto Brasileiro
de Economia (ibre) da Fundação Getúlio vargas. Especialista na área, ela responde pela divulgação do
Índice nacional de custo da construção do mercado (incc-m) e de Sondagem da construção. Formada
pela universidade Federal do ceará e mestre pela Faculdade de Economia da universidade de São Paulo
(FEA-uSP), Ana maria não vê motivos para uma crise no mercado da construção civil. “o setor continua
relativamente aquecido, mas com uma desaceleração que é muito clara”. na sua avaliação, estamos
vivendo agora o fim do ciclo de 2010, e não se pode pensar o crescimento imobiliário, sem olhar para a
questão do planejamento das cidades e de mobilidade urbana.
tKe em movimento: Qual é o balanço que a senhora faz
do 1º semestre do ano?
tKe em movimento: a presidenta dilma roussef vai fazer
ajustes na política econômica na sua avaliação?
Ana maria castelo: Tem sido um período mais conturbado do
que o esperado, e eu não estou falando apenas por causa das
manifestações populares de junho, que sem dúvida vão ter
repercussões do ponto de vista econômico. Falo também do
período anterior, ou seja, de uma inflação mais elevada do que
o esperado e a necessidade de o governo aumentar as taxas
de juros. isso, dentro de um cenário macroeconômico mundial
em que houve sinalização de mudanças também na política
monetária dos EuA e desaceleração na china, teve repercussão
aqui internamente gerando um ambiente menos favorável do que
imaginado no início do ano. Esperava-se um crescimento maior
do que hoje se vislumbra para 2013. E o aspecto que passou a
preocupar foi mesmo o aumento da inflação. Ou seja, o cenário
ficou menos favorável do que o observado no final de 2012.
Amc: o governo está sinalizando e eu acho que tem que fazer.
uma parte vem do Banco central, que é a elevação da taxa de
juros. A outra é a questão das despesas públicas. ou seja, o
governo tem que dar a sua própria contribuição. Elevar os juros,
mas depende também desse quadro das finanças públicas.
tKe em movimento: a inflação já recuou. como avalia
esta questão da alta dos preços?
Amc: Sim, já houve um pequeno recuo, e a própria reação do
governo e do ambiente diante dos movimentos sociais foi uma
sinalização importante. A preocupação com a inflação, que no
primeiro mês não parecia primordial, ganhou uma importância
muito maior. mas, não acredito que a inflação tenha vindo
para ficar. o governo está mostrando realmente preocupação,
pois o impacto sobre a renda da família é bastante relevante.
A inflação diminui o poder de compra das famílias com reflexo
no bem-estar da população.
tKe em movimento: Quais itens têm puxado a inflação?
Amc: na verdade, há algum tempo o principal item que tem
impacto na inflação é o de serviços. São os preços dos serviços
que realmente estão contribuindo para a diminuição do poder
aquisitivo das famílias. Serviços diversos que vão desde educação
até serviços de cabelereiro, manobrista, estacionamento, etc.
tKe em movimento: neste contexto, como o setor da
construção civil se comportou?
Amc: A construção viveu um período excepcional de
crescimento que a gente delimita claramente como seu ápice
em 2010, mas que também mostrou limites, pois chegou a um
patamar que a sustentação tornou-se improvável. dificuldades
com a aquisição de mão de obra, os problemas com áreas/
terrenos livres e tudo mais. necessariamente, a partir daí, teria
que rever as bases de crescimento. Por isso, acabou ocorrendo
uma desaceleração no ritmo.
“não podemos pensar o
crescimento imobiliário sem
pensar em toda a questão
do planejamento das cidades
e de mobilidade urbana. E é
essa equação que tem que ser
feita hoje para que o mercado
imobiliário possa avançar”
9
TKE em Movimento
tKe em movimento: e para o mercado imobiliário?
Amc: Se pensarmos especificamente no segmento imobiliário,
por um lado as construtoras reduziram o número de lançamentos
e as próprias famílias, diante do custo alto do metro quadrado,
diminuíram as aquisições. Então, de 2010 pra cá, o ritmo de
crescimento começou a desacelerar. Foi mais percebido em 2012
e, de forma mais clara, agora nos primeiros meses de 2013. isso,
lembrando que o setor imobiliário vive um ciclo entre você lançar,
vender, iniciar a obra e concluir a obra. Então a gente estaria
vivendo agora o fim do ciclo de 2010, pensando em um período de
dois anos entre o lançamento e a conclusão do empreendimento.
E, como o início de novas obras está num ritmo menor, porque
houve um ajuste por parte da oferta e da própria demanda, a
atividade da construção está assistindo uma desaceleração. não
podemos falar de forma alguma de crise no mercado. o setor
continua relativamente aquecido, mas com uma desaceleração
que é muito clara.
tKe em movimento: e o programa minha casa,
minha vida?
Amc: o programa é fundamental. Algumas empresas, porém,
devido à margem reduzida e o aumento do preço da terra e até
de indisponibilidade de terrenos em alguns centros urbanos,
deixaram de investir. A grande dificuldade está na faixa 1, nos
grandes centros urbanos pela falta de áreas livres. Portanto, existe
um desafio grande que é atender a habitação de interesse social,
cujo preço da terra está inviabilizando as novas construções. Essa
equação que a gente tem hoje passa por uma discussão que não
ocorreu simultaneamente ao crescimento do mercado imobiliário,
que é o debate sobre a legislação urbana. não podemos pensar
o crescimento imobiliário sem pensar em toda a questão do
planejamento das cidades e de mobilidade urbana. E é essa
equação que tem que ser feita para que o mercado imobiliário
possa avançar, mesmo o de baixa renda. você não pode jogar a
população de menor poder aquisitivo para as periferias ou longe
dos centros urbanos porque cria um problema de mobilidade
muito grande.
tKe em movimento: como a senhora avalia os
desdobramentos a partir das manifestações da sociedade?
Amc: Teve um aspecto bastante positivo. Antes o que a gente
assistia era que o pessoal depois do período eleitoral só tinha
que se preocupar com as eleições daqui a quatro anos. na
verdade, o poder público em todos os níveis (federal, estadual e
municipal) tem que ter uma pauta clara. não necessariamente
pensar em atender indiscriminadamente todas as demandas que
vão surgindo, porque nem sempre elas têm uma coerência muito
“não existe uma medida,
um salvador da pátria.
o contexto que a gente
está vivendo é maior.
um ambiente no qual
precisamos recuperar
o investimento”
clara. você tem grupos muito diversos. é fundamental que o poder
público tome uma iniciativa de destacar prioridades e torná-las
claras, para uma política transparente.
tKe em movimento: como analisa o processo de
desenvolvimento econômico do país nos últimos
20 anos?
Amc: dentro da perspectiva do setor que eu estou inserida, que é
o da construção civil, o Plano Real teve um papel fundamental por
trazer uma estabilização que até então não tínhamos. mas, não
foi por si só suficiente, por exemplo, para permitir a repercussão
do investimento. Foram as reformas microeconômicas promovidas
a partir do governo Lula que trouxeram mais garantias para o
investidor e conseguiram deslanchar os recursos para a habitação.
Então, isso dentro de um contexto de crescimento econômico e de
renda, outra faceta do governo Lula, onde houve uma redução das
desigualdades (renda, crédito) criou um ambiente de crescimento
em que o investimento habitacional ganhou espaço significativo
dentro da economia brasileira. no início de 2003, o crédito
habitacional não chegava a 2% do PiB. Hoje, já está chegando
a 7%. A questão é que a velocidade dessas mudanças foi muito
grande. Por outro lado, outras não aconteceram no mesmo ritmo,
como por exemplo, no setor de infraestrutura. o fato maior,
portanto, é como sair dessa armadilha. ou seja, como voltar a
atrair investimentos em infraestrutura, pois ficou constatado que
somente o crescimento do consumo não se sustenta.
tKe em movimento: se pudesse, por um dia,
assumir o lugar da presidenta que medida
tomaria na área econômica?
Amc: não existe uma medida, um salvador da pátria. o
contexto que a gente está vivendo é maior. um ambiente no
qual precisamos recuperar o investimento. E não se trata de
uma questão meramente de dinheiro e sim de como aplicar
os recursos. Precisamos melhorar as questões de gestão, dos
processos e de projetos.
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TKE em Movimento
Fotos divulgação
Eldorado Business: certificação e
referência em prédios comerciais
TEcnomundo
cREScE númERo dE
conSTRuÇõES
cERTiFicAdAS no BRASiL
REGiSTRoS E cERTiFicAÇõES LEEd
no BRASiL
• 107 empreendimentos já receberam a
certificação LEEd ®
• 739 empreendimentos estão registrados em busca
de certificação
• 94 empreendimentos já certificados concentram-se na
região Sudeste
• 431 empreendimentos registrados para certificação
estão no Estado de São Paulo
*dados do GBc Brasil de 2004 a 2013
BEnEFÍcioS dA cERTiFicAÇão LEEd
• Consumo de energia é 30% menor
• Redução de até 50% no consumo de água
• Redução de até 80% nos resíduos
• Valorização de 10% a 20% no preço
de revenda
• Redução média de 9% no custo de operação do
empreendimento durante toda a vida útil
*dados GBc Brasil
TKE em Movimento
O Eldorado Business Tower, prédio de escritórios de São Paulo, foi
o primeiro empreendimento a obter, em 2009, a certificação LEEd
Platinum na América Latina, o mais alto nível de certificação concedido
pelo united States Green Building council - uSGBc.
de lá pra cá, o Brasil vem conquistando posições no ranking mundial
da construção sustentável. desde 2011, o País ocupa o quarto lugar em
números de empreendimentos que possuem o selo LEEd (Leadership
in Energy and Environmental design*), sistema internacional de
certificação e orientação ambiental para edificações, utilizado em 143
países. com este desempenho o Brasil está apenas atrás dos EuA,
china e Emirados árabes.
Segundo marcos casado, diretor técnico e educacional do GBc Brasil,
os benefícios de um empreendimento certificado estão se sobressaindo
à questão dos custos. “o valor é de 1% a 7% maior do que o gasto em
um empreendimento comercial, dependendo do nível de certificação.
Porém, o retorno é muito rápido, já que há uma grande redução dos
custos operacionais”. durante toda a vida útil do empreendimento, a
redução média no custo de operação é de 9%, segundo o GBc Brasil.
Para o Brasil atingir o patamar, alguns fatores são fundamentais.
“Sem dúvida, o avanço tecnológico tem contribuído com a disseminação
do conceito de sustentabilidade na construção civil. com o maior
desenvolvimento de produtos e aprimoramento tecnológico dos
mesmos, cada vez o mercado fica mais acessível”, afirma casado.
o elevador, por exemplo, já possui sistemas que podem economizar
até 35% no consumo de energia do edifício. Segundo o diretor do
GBc Brasil, os elevadores mais eficientes com frenagem regenerativa e
sistema de antecipação de chamada são representativos na estratégia
de redução do consumo energético total do empreendimento.
No Eldorado Business Tower, os elevadores ecoeficientes da
ThyssenKrupp Elevadores representam uma economia de 1600 kHz
por mês com cada elevador, o que equivale a 37% de economia no
consumo de energia.
*A certificação internacional LEEd possui 7 dimensões
a serem avaliadas nas edificações.
Todas elas possuem pré-requisitos (práticas obrigatórias) e créditos,
recomendações que quando atendidas garantem pontos à edificação.
o nível da certificação é definido, conforme a quantidade de pontos
adquiridos, podendo variar de 40 pontos (nível certificado) a 110
pontos (nível platina).
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mundo TKE
invESTindo no FuTuRo
Alunos da Fundação o Pão dos Pobres conheceram a fábrica da TKE, em Guaíba (RS), junto com
o instrutor da empresa, Edison moraes (1º de pé da direita)
o investimento Social Privado (iSP) tem ganhado força no País,
como uma maneira sustentável de gerar ações para projetos sociais,
ambientais e culturais de interesse público. o modelo é recente e
representa uma transição da doação e da filantropia, práticas
comuns e que, na maioria das vezes, estão atreladas à decisão de
um indivíduo, ou benemérito. no iSP as ações fazem parte de um
alinhamento estratégico, cujos resultados efetivos são cobrados,
como se fossem um negócio.
Segundo pesquisa do censo GiFE* (Grupo de institutos Fundações
e Empresas), realizada em 2011/2012 entre seus associados, 38%
das organizações investem em ações que beneficiam de 100 mil
a 1 milhão de pessoas e 59% utilizam indicadores econômicos e
sociais para a definição dos projetos.
A ThyssenKrupp Elevadores, por meio de suas unidades de
negócios, está no rol das empresas que investe em ações sociais,
como parte da política da companhia. “A empresa entende que
tem responsabilidades com a comunidade onde atua e buscou
uma abordagem que não fosse assistencialista, mas que oferecesse
poder de mudança às pessoas: a educação. dentro deste universo,
optou-se pela educação técnica, pois há uma deficiência na
sociedade e é algo que os colaboradores e a empresa entendem”,
afirma camila Luconi viana, coordenadora de Sustentabilidade da
ThyssenKrupp Elevadores.
com a consultoria da onG Parceiros voluntários, a empresa
escolheu associações para colocar em prática a estratégia traçada.
uma delas é a Fundação o Pão dos Pobres, de Porto Alegre (RS),
onde dez jovens (em situação de vulnerabilidade) participam da 1ª
turma do curso profissionalizante eletromecânico para técnico em
elevador. durante o curso, os alunos recebem uma bolsa-auxílio para
se dedicarem às aulas. A empresa também doou dois elevadores: um
para a sede da Fundação e outro que funciona como elevador-escola.
outra parceria é com a Fundação Escola Técnica Liberato Salzano
vieira da cunha, de novo Hamburgo (RS), que prevê a implantação
de um centro de Treinamento (cT) para manutenção em elevadores
nas dependências da escola.
A mesma filosofia está sendo replicada em outras filiais do País, com
o objetivo de ampliar o investimento social privado da companhia.
cRiAndo oPoRTunidAdES
A opção da ThyssenKrupp Elevadores por investimentos em
educação, principalmente na formação técnica, tem rendido
bons resultados em parceria com o SEnAi – Serviço nacional de
Aprendizagem industrial.
Em minas Gerais e em Santa catarina, a empresa já promove
curso profissionalizante eletromecânico para a capacitação de
mão de obra especializada em manutenção de elevador.
o curso é gratuito e oferecido aos jovens com idade mínima de
18 anos que buscam uma primeira oportunidade de trabalho, por
meio de uma formação técnica e qualificada.
Em minas Gerais, entre 2011 e 2012, 45 jovens já
foram capacitados, sendo que 40 foram contratados pela
ThyssenKrupp Elevadores. neste ano de 2013, 20 jovens estão
participando do curso.
John Henrique Alves, 24 anos, que trabalha como oficial de
manutenção na filial minas Gerais, conta que viu na capacitação
uma ótima oportunidade de ampliar conhecimento e melhorar sua
renda mensal. “o curso é excelente e oferece um conteúdo muito
rico nas áreas de elétrica e mecânica”, diz.
Em Santa catarina, o curso abriu a 1ª turma este ano, com a
participação de 20 selecionados. o coordenador do núcleo de
Balneário camboriú do SEnAi-Sc, uórani Gaspodini destaca a
importância do curso para a região. “Estamos situados em uma
região que concentra edifícios de elevado número de pavimentos.
Além disso, a construção civil é uma das vertentes econômicas do
município e da região”, explica.
Ainda, segundo o censo GiFE,as áreas de atuação
que recebem mais investimentos são educação
(39%); formação de jovens para o trabalho e/
ou para a cidadania (27%) e desenvolvimento
comunitário/de base (22%).
*o censo GiFE é uma pesquisa quantitativa, realizada a cada dois anos,
que tem como objetivo apresentar um amplo panorama do investimento social
privado no Brasil, tendo como base a rede de organizações associadas ao GiFE.
TKE em Movimento é uma publicação da ThyssenKrupp Elevadores – Tel.: (51) 3480.7200 - www.thyssenkruppelevadores.com.br
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Jornalista Responsável: isabel munhoz Silvares - mtb 24.313 - Redação (colaboradores): Fabiana Paloro e Gisele cichinelli
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data: 06/08/2013
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