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Intervenções e pesquisas em terapia cognitivo-compor­ta­men tal com indivíduos e grupos. – Carmem Beatriz Neufeld ...
[et al.] – Novo Hamburgo : Sinopsys, 2014.
16x23 cm ; 448p.
ISBN 978-85-64468-17-7
1. Psicologia – Terapia cognitivo-comportamental – Inter
venção – Pesquisa. 2. Psicologia – Terapia comportamental –
Indivíduos – Grupos. I. Neufeld, Carmem Beatriz. II. Título
CDU 159.922
Catalogação na publicação: Mônica Ballejo Canto – CRB 10/1023
2014
© Sinopsys Editora e Sistemas Ltda., 2014
Intervenções e pesquisas em terapia cognitivo-comportamental
com indivíduos e grupos
Carmem Beatriz Neufeld e colaboradores
Capa: Maurício Pamplona
Revisão: Alexandre Müller Ribeiro e Mônica Ballejo Canto
Supervisão editorial: Mônica Ballejo Canto
Editoração: Formato Artes Gráficas
Sinopsys Editora
Fone: (51) 3066-3690
E-mail: [email protected]
Site: www. sinopsyseditora.com.br
Dedicatória
Aos membros do LaPICC-USP, os 81 personagens que, ao longo
destes cinco anos, se aventuraram a escrever esta história junto comigo.
Membros do LaPICC-USP de 2009 a 2013 em ordem alfabética:
Alice Costa Macedo
Ana Irene Fonseca Mendes
Ana Paula Uhlmann Corder
André Luiz Moreno da Silva
André Vilela Komatsu
Anelisa Vaz de Carvalho
Aysa Mara Roveri Arcanjo
Camila Bonagamba
Camila Garcia Zanca
Camila Spadotto Balarin
Carla Camillo
Carla Cristina Cavenage
Carla Cristina Daolio
Carolina Abdalla Gomide
Carolina Prates Ferreira Rossetto
Caroline da Cruz Pavan-Cândido
Cesar Oscar Ornelas
Cristiane Rosa Campos
Daniela Cristina Bruno Sato
Dayane Rattis Theodozio
Deise Coelho de Souza
Eduarda Rezende Freitas
Elienay Eiko Rodrigues Umekawa
Fabiana Faria Rezende
Felipe Pereira Sabino
Fernanda Villela Frioli
Gabriel Arantes Tiraboschi
Gabriel Vieira Cândido
Gabriela Affonso
Gabriela Salim Xavier
Iara da Silva Freitas
Isabela Lamante Scotton
Isabela Maria Freitas Ferreira
Jaqueline Pereira Dias
Juliana Maltoni Nogueira
Juliana Pardo Moura Campos Godoy
Juliana Siquinelli Padula
Juliana Tomé Garcia
Katherine de Godoi dos Santos
Kátia Alessandra de Souza Caetano
Leandro Miranda Yokoyama
Leonardo Zaiden Longhini
Livia Junqueira Dias
Liziane Souza Leite
Luís Paulo Bertocco Ezequiel
Luiza Campos Menezes
Marcella Cassiano
Maria Claudia Rodrigues
Maria Tereza de França Souza
Mariana Ducatti Almeida
Mariana Fortunata Donadon
Mariana Furtado Silva
Mariana Guedes de Oliveira Franco
Mariana Pavan
Mariana Simões Floria
Marina Bernardo Mandarini
Marina Mara Martins Rodrigues
Matheus Felipe de Souza
Miliane Putti
Mirian Van Der Geest
Nayara Aparecida Saran
Nayara Benedittini
Nívea Passos Maehara Matosinho
Paola Passareli Carrazzoni
Patrícia Cavalari Nardi
Patrícia Pinta Monteiro
Paula Mayara Souza Theodoro
Priscila de Camargo Palma
Rafael Vasques
Renata de Castro Moda
Renata Martins Ferrari
Renata Panico Gorayeb
Sarah Camila Almeida Dobrochinski
Sarah Oliveira
Saulo Valmor Batista
Taciane Motta Marconato
Thalita Martins
Thaís Barbosa Benedetti
Vanessa Ruiz Vaz Gomez
Victor Cavallari Souza
Wadson do Carmo Alonso
Agradecimentos
Aos pacientes e participantes dos estudos e intervenções do LaPICC-USP que
se dispuseram a ensinar e a aprender conosco, cujo bem estar é foco de todo o
trabalho, e cuja confiança desejo sempre merecer.
Aos queridos colegas e amigos Eucia Beatriz Lopes Petean, César Alexis Galera
e Sebastião de Sousa Almeida, sem o apoio de quem o trabalho provavelmente
não alcançaria os mesmos resultados, cujos conselhos, encorajamento e
amizade fizeram a diferença em muitos momentos.
À equipe LaPICC-USP, ensinantes e aprendentes deste processo cotidiano, cuja
confiança inicial não foi abalada mesmo ao entrarem em um laboratório jovem,
e cujas contribuições, erros e acertos foram definidores do curso desta história.
Aos colaboradores/autores deste livro, parceiros incansáveis, dedicados e tena­
zes, companheiros cotidianos de embates e vitórias científicas, cuja confiança
e empenho fazem ideias se tornarem em ações, fazendo a diferença na vida de
mui­tas pessoas.
Aos meus muitos e queridos amigos que nunca se furtaram da torcida, do
apoio e do suporte, cujas palavras de incentivo foram fundamentais, e que
revelam sua importância nas pequenas ações do dia a dia.
Aos meus familiares, de longe ou de perto, com quem aprendi a semear, com
quem sempre posso contar, que me suportam com sua torcida e suas preces, atuan­
do como fortificantes do processo de germinação das sementes que são lançadas.
Ao meu esposo, Davi Biaggi, apoiador inconteste, avaliador exigente e companheiro
generoso de todas as horas, cujas falas sempre alcançam o objetivo mais acertado e
sem o apoio de quem não teria chegado tão rápido e tão longe.
O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada.
Caminhando e semeando, no fim terás o que colher.
Cora Coralina
Autores
Carmem Beatriz Neufeld. Doutora em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul. Mestre em Psicologia Social e da Personalidade pela Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do Sul. Professor Doutor II do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Coordenadora do Laboratório de
Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental – LaPICC-USP. Orientadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade
de São Paulo. Presidente da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas (Gestão 2011-2013/ 20132015). Bolsista Produtividade do CNPq. Contato: [email protected]; [email protected]
Alexandra Longo Camperoni. Doutora pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Pre­to da Universidade
de São Paulo. Cirurgiã Pediátrica. Médica Assistente no Hos­pital das Clínicas da Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Contato: [email protected]
Alexandre Elias Trivellato. Livre-Docente pela Universidade de São Paulo. Doutor e Mestre em
Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais pela Faculdade de Odon­tologia de Piracicaba –
UNICAMP. Graduação na Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. Professor Associado
II do Departamento de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial e Periodontia, Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo – FORP/USP. Coordenador do Curso
de Residência em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais da Faculdade de Odontologia de Ri­
beirão Preto – FORP/USP. Contato: [email protected]
Ana Irene Fonseca Mendes. Doutora e Mestre em Psicobiologia pela Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Psicóloga pela Faculdade
de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Colaboradora
de Pesquisa e Supervisora de estágio do Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental – LaPICC-USP. Psicóloga Clínica. Contato: [email protected]
André Luiz Moreno. Mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Especialista em Terapia Cognitiva pela WP. Psicólogo pela Faculdade de Fi­lo­sofia, Ciências e
Letras de Ribeirão Preto pela Universidade de São Paulo. Professor substituto da Universidade
Federal do Triângulo Mineiro. Contato: [email protected]
André Vilela Komatsu. Mestrando em Psicologia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Psicólogo pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Contato: [email protected]
xii Autores
Bruno Rodrigues da Silva. Graduando em Licenciatura em Ciências Biológicas pelo Instituto
de Biologia da Universidade Estadual de Campinas. Estagiário em Comportamento de
Anfípodes no Laboratório de Interação entre Comunidades Marinhas – LICOMAR. Contato:
[email protected]
Carla Cristina Cavenage. Psicóloga pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
da Universidade de São Paulo. Colaboradora de Pesquisa do Labo­ratório de Pesquisa e Intervenção
Cognitivo-Comportamental – LaPICC-USP. Con­tato: [email protected]
Carla Cristina Daolio. Psicóloga pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
da Universidade de São Paulo. Colaboradora de Pesquisa do Laboratório de Pesquisa e Intervenção
Cognitivo-Comportamental – LaPICC-USP. Contato: [email protected]
Carolina Prates Ferreira Rossetto. Psicóloga pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Colaboradora de Pesquisa do Laboratório de Pesquisa
e Intervenção Cognitivo-Comportamental – LaPICC-USP. Contato: [email protected]
Caroline da Cruz Pavan-Cândido. Mestre em Psicologia pela Faculdade de Filosofia Ciências e
Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Especialista em Terapia AnalíticoComportamental pelo Núcleo Paradigma de Análise do Comportamento. Psicóloga pela Uni­
versidade Federal de São Carlos. Supervisora do estágio de Terapia Analítico-Comportamental
do Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental – LaPICC-USP e Pro­fes­
so­ra da Faculdade de Psicologia/Universidade do Oeste Paulista – Unoeste. Contato: carolpa­
[email protected]
Cássio Edvard Sverzut. Livre-Docente pela Universidade de São Paulo. Pós-doutorado na
Universidade de Washington. Doutor e Mestre em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial
pela Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP. Professor Associado II do Departamento
de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial e Periodontia da Faculdade de Odontologia de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Graduação em Odontologia pela Faculdade de
Odontologia de Araraquara – UNESP. Contato: [email protected]
César Bataglion. Livre-Docente pela Universidade de São Paulo. Doutor e Mestre em
Reabilitação Oral pela FORP-USP. Especialista em Disfunção Temporomandibular e Dor
Orofacial. Professor Associado do Departamento de Odontologia Restauradora da Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Orientador do Programa de
Pós-Graduação em Odontologia Restauradora – Sub-Área: Dentística. Coordenador do Curso
de Oclusão, Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial em Pacientes com Necessidades
Especiais: Abordagem Multidisciplinar da FORP-USP. Contato: [email protected]
Fábio Antonio Perecim Volpe. Doutor pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo. Cirurgião Pediátrico. Médico Assistente no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Contato:
[email protected]
Gabriel Vieira Cândido. Doutorando em Psicologia pela Faculdade de Filosofia Ciências e
Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Mestre em Psicologia Experimental:
Análise do Comportamento pela PUC-SP. Supervisor do estágio de Terapia Analítico-Com­
portamental do Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental – LaPICCUSP e Professor da Faculdade de Psicologia/Universidade do Oeste Paulista – Unoeste. Contato:
[email protected]
Autores xiii
Gabriela Affonso. Psicóloga pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo. Colaboradora de pesquisa do Laboratório de Pesquisa e Intervenção
Cognitivo-Comportamental – LaPICC-USP. Contato: [email protected]
Isabela Maria Freitas Ferreira. Graduanda em Psicologia pela Universidade Federal do Triângulo
Mineiro. Colaboradora de pesquisa do Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Com­
portamental – LAPICC-USP. Contato: [email protected]
Katherine Godoi. Graduanda em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Bolsista FAPESP de Iniciação Científica do
Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental – LaPICC-USP. Contato:
[email protected]
Kátia Alessandra de Souza Caetano. Doutoranda em Psicologia no LaPICC-USP pelo Programa
de Pós-graduação em Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
da Universidade de São Paulo. Mestre em Psicobiologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Psicóloga pela Universidade Federal de
Uberlândia. Contato: [email protected]
Luiza Campos Menezes. Mestranda em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Psicóloga pela Fa­culdade de Filosofia, Ciências e Letras
de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Contato: [email protected]
Marcella Cassiano. Mestranda em Psicologia no LaPICC-USP pela Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Psicóloga pela Faculdade
de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Supervisora de
estágio do Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental – LaPICC-USP.
Contato: [email protected]
Maria Claudia Rodrigues. Mestranda na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Uni­
versidade de São Paulo pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Mental. Psicóloga pela Fa­
culdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Contato:
[email protected]
Mariana Ducatti. Mestranda em Psicobiologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Psicóloga pela Universidade de Ribeirão Preto
– UNAERP. Contato: [email protected]
Marina Bernardo Mandarini. Graduanda em Psicologia na Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Contato: marina man­[email protected]
Mario Francisco Juruena. Pós-Doutorado no Instituto de Psiquiatria do King's College London
e USP. Doutorado em Psiquiatria pela Universidade de Londres. Mestre pelo Departamento de
Psicobiologia da UNIFESP-EPM, Mestre em Affective Neuroscience, na Universitei Maastricht,
Holanda. Professor do Departamento de Neurociências e Comportamento da Universidade de
São Paulo. Coordenador do Programa de Assistência, Ensino e Pesquisa em Estresse, Trauma
e Doenças Afetivas (EsTraDA) do HC da FMRP-USP. Professor Convidado (Senior Lecturer)
no King's College London. Treinamento em Psicoterapia Cognitiva no Beck Institute for
Cognitive Therapy and Research. Contato: [email protected]
Patrícia Cavalari Nardi. Mestre em Psicologia no LaPICC-USP pela Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Especialista em Terapia
xiv Autores
Cognitivo-Comportamental pelo Instituto de Terapias Cognitivas do Paraná. Psicóloga pela
Fa­culdade Assis Gurgacz. Colaboradora e Supervisora de estágio do Laboratório de Pesquisa e
Intervenção Cognitivo-Comportamental – LaPICC-USP. Psicóloga Clínica. Contato: patri­cia­
cnar­[email protected]
Priscila de Camargo Palma. Doutoranda e Mestre em Psicologia no LaPICC-USP pela Faculdade
de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Especialista em
Terapia Cognitivo-Comportamental pelo Instituto de Terapias Cognitivas do Paraná. Psicóloga
pela Faculdade Assis Gurgacz. Supervisora de estágio do Laboratório de Pesquisa e Intervenção
Cognitivo-Comportamental – LaPICC-USP. Contato: [email protected]
Renata Panico Gorayeb. Doutora em Ciências Médicas pela Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto da Universidade de São Paulo. Mestre em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências
e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Psicóloga pelo Instituto de Psicologia
da Universidade de São Paulo. Psicóloga Assistente no Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Contato: [email protected]
Ricardo Gorayeb. Livre-Docente pela Universidade de São Paulo. Pós-Doutorado pela Uni­
versidade de Duke, pela Universidade Johns Hopkins e pela Universidade de Jaume. Doutor e
Mestre em Psicologia Experimental pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.
Psicólogo pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de
São Paulo. Professor Associado da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade
de São Paulo, atuando no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina – FMRPUSP.
Orientador do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Contato: [email protected]
Saulo Valmor Batista. Mestrando em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Psicólogo pela Universidade Paulista. Colaborador
de Pesquisa e Supervisor de estágio no Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Com­por­
tamental – LaPICC-USP. Contato: [email protected]
Vanessa Ruiz Vaz Gomez. Psicóloga contratada pelo Serviço de Psicologia Pediátrica do
Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Psicóloga pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
de Ribeirão Preto- USP. Contato:[email protected]
Yvone Avaloni Moraes Villela de Andrade Vicente. Doutora e Mestre em Medicina (Clínica
Cirúrgica) pela Universidade de São Paulo. Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Professora Doutora e Chefe da Divisão de
Cirurgia Pediátrica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
Contato: [email protected]
Sumário
Prefácio .............................................................................................
Apresentação ....................................................................................
19
Bernard Pimentel Rangé
23
César Alexis Galera e Eucia Beatriz Petean
1 Do Atendimento à População à Formação de Terapeutas,
Supervisores e Pesquisadores: A Implementação de um
Laboratório de Pesquisa e Intervenção........................................
Carmem Beatriz Neufeld, Ana Irene Fonseca Mendes,
Caroline da Cruz Pavan-Cândido, Renata Panico Gorayeb,
Priscila de Camargo Palma, Patrícia Cavalari Nardi,
Gabriel Vieira Cândido, Marcella Cassiano, Saulo Valmor Batista,
Carolina Prates Ferreira Rossetto e Carla Cristina Cavenage
25
Parte I – Programas de Intervenção em Grupo
2 PRO-META: Programa Cognitivo-Comportamental
de Educação Alimentar em Grupo...............................................
44
Carmem Beatriz Neufeld, Gabriela Affonso e André Luiz Moreno
3 PRHAVIDA – Programa Cognitivo-Comportamental
de Habilidades de Vida para Crianças e Adolescentes.................
Carmem Beatriz Neufeld, Carla Cristina Daolio, Marcella Cassiano,
Carolina Prates Ferreira Rossetto e Carla Cristina Cavenage
4 PROPAIS I – Tópicos Cognitivo-Comportamentais de
80
Orientação de Pais em Contexto de Atendimento Clínico............ 116
Carmem Beatriz Neufeld e Katherine Godoi
xvi Sumário
5 PROPAIS II – Programa Cognitivo-Comportamental de
Orientação de Pais Visando à Promoção de Saúde...................... 148
Marcella Cassiano e Carmem Beatriz Neufeld
Parte II – Relatos de Experiência em Saúde e na Comunidade
6 Abordagem Interdisciplinar da Constipação Intestinal
Crônica de Difícil Manejo em Crianças e Adolescentes................ 182
Renata Panico Gorayeb, Vanessa Ruiz Vaz Gomez,
Fábio Antônio Perecim Volpe, Alexandra Longo Camperoni,
Carmem Beatriz Neufeld, Yvone Avaloni Moraes Villela de
Andrade Vicente e Ricardo Gorayeb
7 Clínica Odontológica: Um Novo Campo de Atuação
para o Terapeuta Cognitivo-Comportamental.............................. 197
Ana Irene Fonseca Mendes, Mariana Ducatti,
Cássio Edvard Sverzut, Alexandre Elias Trivellato,
César Bataglion e Carmem Beatriz Neufeld
8 Intervenção em Grupo para Transtornos de Humor:
O Relato de uma Experiência....................................................... 225
Ana Irene Fonseca Mendes, Katherine Godoi,
Isabela Maria Freitas Ferreira, Carmem Beatriz Neufeld
e Mario Francisco Juruena
9 Intervenção com Crianças e Adolescentes em Situação
de Vulnerabilidade Social: Relato de uma Experiência................ 248
Saulo Valmor Batista, Carla Cristina Daolio, Marina Bernardo
Mandarini, Katherine Godoi e Carmem Beatriz Neufeld
Parte III – Estudos de Casos Cognitivo-Comportamentais
e Analítico-Comportamentais
10Fobia Específica, Tipo Animal: Terapia
Cognitivo-Comportamental para Catsaridafobia.......................... 274
Patrícia Cavalari Nardi, Gabriela Affonso,
Bruno Rodrigues da Silva e Carmem Beatriz Neufeld
11Intervenção Cognitivo-Comportamental para o
Transtorno de Pânico com Agorafobia......................................... 306
Priscila de Camargo Palma, Maria Claudia Rodrigues
e Carmem Beatriz Neufeld
Sumário xvii
12Ansiedade e Encoprese: Um Estudo de
Caso Cognitivo-Comportamental................................................. 344
Ana Irene Fonseca Mendes, Luiza Campos Menezes,
Kátia Alessandra de Souza Caetano e Carmem Beatriz Neufeld
13Estudo de Caso de Transtorno Desafiador Opositivo
na Abordagem Cognitivo-Comportamental................................. 378
Ana Irene Fonseca Mendes, Gabriela Affonso
e Carmem Beatriz Neufeld
14Ampliando Repertório Comportamental:
Intervenção Clínica Analítico-Comportamental
em Queixas de Ansiedade............................................................ 412
Caroline da Cruz Pavan-Cândido, Vanessa Ruiz Vaz Gomez,
Gabriel Vieira Cândido e Carmem Beatriz Neufeld
15Trabalhando com Produtos de História de
Controle Aversivo: O Autoconhecimento como Foco
da Intervenção Clínica Analítico-Comportamental....................... 429
Caroline da Cruz Pavan-Cândido, André Vilela Komatsu,
Gabriel Vieira Cândido e Carmem Beatriz Neufeld
Prefácio
Uma das coisas que me impressiona em Carmem Beatriz Neufeld
é a sua produtividade. Ela ocupa o cargo de Professor Doutor 2 no
Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, no Campus
de Ribeirão Preto (USP/RP) em vaga conquistada em concurso público, em junho de 2008. Depois de sua posse, além das aulas na
graduação, ela começou a dar supervisão para nove alunos que se interessaram pela Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), um
tema desafiador em uma cultura orientada por uma tradição psicanalítica e behaviorista radical. Essas supervisões se constituíram sobre
atendimentos dirigidos para pacientes adultos. Fundou também, em
2009, o Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental (LaPICC-USP). No mesmo ano, como parte de projetos de
pesquisa do LaPICC-USP, começou a supervisão de oito estagiários
em atendimentos de TCC em Grupo (TCCG) para grupos de emagrecimento, de orientação de pais e treinamento de habilidades sociais e para vida de adolescentes de escolas públicas e de crianças em
lista de espera para atendimentos. Abriu espaço para a prática em clínica analítico-comportamental a partir de uma parceria com dois
analistas do comportamento que supervisionam esta oportunidade
aos estagiários. Conseguiu 21 vagas de estágio para formação de terapeutas e dois alunos de iniciação científica (IC). Foram atendidas
mais de 50 pessoas em mais de mil sessões realizadas.
20 Prefácio
Em 2010, fechou parceria com um serviço já bem-constituído
oportunizando que quatro estagiários passassem a realizar atendimentos em TCC no Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da
USP/RP (HCFMRP/USP); inseriu-se em uma parceria com a Faculdade de Enfermagem em um serviço de atendimento da Prefeitura do
Campus visando o atendimento pa­ra grupos voltados ao tratamento
da obesidade e sobrepeso; deu supervisão também para dez estagiários
que faziam atendimentos individuais de adultos, idosos, adolescentes e
crianças e continuou com as supervisões de atendimentos em grupo
para 14 estagiários. Conseguiu assim 34 vagas de estágio para formação de terapeutas, quatro alunos de IC e uma aluna para mestrado, o
que representa o dobro do ano anterior. Destas atividades resultaram
dois capítulos, dois artigos e uma entrevista. Foi contemplada com
uma bolsa do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas (CNPq),
obtendo um total de cinco bolsas entre IC, extensão e mestrado. Mais
de duas mil sessões de atendimentos e 150 pessoas atendidas.
Em 2011, coordenou a implementação de mais duas parcerias.
Uma com a Faculdade de Odontologia da USP/RP, oportunizando vagas para estagiários realizarem atendimentos em pacientes odontológicos
que realizavam cirurgias ortognáticas. A outra com o HDFM/USP, com
vagas de estágio junto a grupos de pacientes com transtornos de humor.
Neste ano também passou a oportunizar a profissionais da área de TCC
a experiência de oferecer supervisões clínicas junto ao LaPICC-USP. A
parceria com o HCFMRP/USP foi mantida, bem como as supervisões
dos atendimentos individuais, conseguindo mais de 200 pessoas atendidas e de 2.000 horas de sessões de atendimento. Alcançou 28 vagas de
formação de terapeutas, quatro alunos de IC, duas mestrandas e duas
em estágio probatório para mestrado. Foi contemplada com um Auxílio
Regular de Pesquisa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de
São Paulo (FAPESP). Publicou cinco artigos e dois capítulos.
Em 2012, o LaPICC-USP já contava com uma equipe maior,
que sob sua coordenação continuou com as atividades realizadas no
ano anterior, aumentando para 2.500 o número de sessões e mais de
Intervenções e Pesquisas em Terapia Cognitivo-Comportamental com Indivíduos e Grupos
21
200 pessoas atendidas. Começou também a aceitar candidatos para estágio probatório para doutorado, chegando a ter 33 supervisionandos
e/ou orientandos. Neste ano publicou dois artigos, um prefácio e foi
organizadora de um livro para o qual colaborou com 11 capítulos.
Finalmente em 2013, além de manter todas as supervisões, alcançando um total de mais de 2.500 horas de sessões para mais de 200 pacientes atendidos, abriu 18 vagas de estágio, orientou oito alunos de IC,
dois mestrandos, dois doutorandos e duas alunas em estágio probatório,
uma de mestrado e outra de doutorado. Neste ano publicou três artigos,
um capítulo e um prefácio.
Só para se ter uma ideia da sua produtividade, sob sua coordenação ocorreram uma média de 2.000 atendimentos/ano, de 150 pessoas,
de 30 supervisionandos/orientandos por ano, sete supervisores em formação, cerca de cinco bolsas por ano, uma média de quase dois financiamentos por ano e de mais de seis artigos/ano nos cinco anos do
LaPICC-USP. Sem contar que ela foi também, nesse período, Presidente
da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas (FBTC), por duas vezes,
em virtude do magnífico trabalho de organização que realizou ali.
Este livro representa uma descrição deste trabalho que vem se
desenvolvendo nos cinco anos do LaPICC-USP, obtidos com a inegável capacidade de liderança da sua organizadora. Seus autores são alguns dos supervisionandos e orientandos de IC, de mestrado e doutorado que participaram desta empreitada. O primeiro capítulo descreve
a implantação do LaPICC-USP e dá uma ideia das diferentes intervenções realizadas.
A Parte I descreve os programas de intervenção em grupo como
o PRO-META: Programa Cognitivo-Comportamental de Educação
Alimentar em grupo; o PRHAVIDA – Programa Cognitivo-Comportamental de Habilidades de Vida para crianças e adolescentes; e os
PROPAIS I e II que são programas de orientação de pais em contexto
de atendimento clínico e em promoção da saúde.
A Parte II trata de relatos de experiências em saúde e na comunidade, onde são descritas intervenções em problemas de constipação
22 Prefácio
intestinal crônica, na clínica odontológica, em transtornos do humor e
em treino de habilidades sociais.
A Parte III relata estudos de casos com descrições de atendimentos em fobia específica, tipo animal; de transtorno de pânico e agorafobia; ansiedade e encoprese; de um quadro de transtorno desafiador
opositivo; em queixas de ansiedade; e de intervenções em clínica analítico-comportamental.
Este livro é um exemplo de como se constrói, se desenvolve e se
mantém um programa de pesquisas de grande alcance. Ele vai desde
pesquisas sobre processos cognitivos básicos, como os estudos sobre a
nossa memória que mostram que ela pode não ser tão confiável como
costumamos acreditar; pesquisas sobre programas de saúde em crianças e adolescentes; pesquisas sobre programas de orientação de pais e
pesquisas sobre o comportamento alimentar.
Parabéns a Carmem Beatriz Neufeld e à equipe do LaPICC-USP!
Bernard Pimentel Rangé
Doutor em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
Especialista em Terapia Cognitiva pelo Beck Institute
Professor Associado do Instituto de Psicologia e do Programa de
Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro
Primeiro Vice-Presidente da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas (FBTC)
Sócio-fundador da Associação Brasileira de Medicina
e Psicologia Comportamental (ABPMC)
Contato: [email protected]
Apresentação
Nunca é demais ressaltar que a Psicologia é uma Ciência. Não só
uma ciência de laboratório, que se faz distante dos olhos do público,
mas também uma ciência que se faz em público, nas escolas, nos serviços de saúde e no recesso dos consultórios. Em todos os locais e circunstâncias a prática do psicólogo nos mais diferentes cenários deve
ser pautada pelo raciocínio científico. Esta crença tem conquistado um
número crescente de adeptos em todos os países. No Brasil, em particular, esta tendência é evidente no crescimento do número de profissionais e de cursos de especialização dedicados às diversas formas de
terapias cognitivas e cognitivo-comportamentais, terapias estas que podem ser definidas como “tratamentos de problemas psicológicos com
base na psicologia científica”.
É neste cenário, em que se coloca a psicologia científica a serviço do desenvolvimento humano, que o Departamento de Psicologia
da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo tem o prazer de apresentar este recorte das atividades realizadas pelo Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental (LaPICC-USP). O livro reúne uma seleção das
contribuições teóricas, das pesquisa e das intervenções fundamentadas
na abordagem cognitivo-comportamental realizadas por estudantes e
profissionais com experiência na área. Os textos são distribuídos em
três partes nas quais o LaPICC-USP tem atuado: Programas de Intervenção em Grupo, Relatos de Experiência em Saúde e na Comunidade
e Estudos de Casos Cognitivo-Comportamentais e Analítico-Compor-
24 Apresentação
tamentais. Os relatos, apresentados de forma didática, serão úteis tanto
aos estudantes que dão os primeiros passos nas terapias cognitivo-comportamentais como aos terapeutas mais experientes, interessados em
conhecer melhor os protocolos utilizados em intervenções terapêuticas
com indivíduos e com grupos.
Em um aspecto mais acadêmico-universitário, esta obra apresenta
um histórico da criação e do desenvolvimento do Laboratório de Pesquisa
e Intervenção Cognitivo-Comportamental (LaPICC-USP) e, como não
poderia ser diferente, do desenvolvimento acadêmico de sua idealizadora,
a Profa. Dra. Carmem Beatriz Neufeld. Carmem Beatriz é docente do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo desde 2008, quando iniciou
suas atividades como responsável pela disciplina de “Terapia CognitivoComportamental”. O LaPICC-USP foi criado pouco tempo depois e,
nesses cinco anos de atividades, tem sido o centro de orientação de projetos de iniciação científica, de mestrado e doutorado, mas, principalmente,
tem contribuído de forma significativa na formação de alunos de graduação através do programa de estágios profissionalizantes.
César Alexis Galera
Professor Titular da FFCLRP-USP, Departamento de Psicologia.
Orientador do Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia da FFCLRP-USP.
Pós-Doutorado pela Concordia University, Montreal, Ca.
Doutor e Mestre em Psicologia Experimental pelo Instituto de Psicologia da USP.
Psicólogo pela FFCLRP-USP.
Contato: [email protected]
Eucia Beatriz Lopes Petean
Professora Associada da FFCLRP-USP, Departamento de Psicologia. Orientadora do Programa de Pós-Graduação Psicologia da FFCLRP-USP. Doutor em Saúde Mental pela UNICAMP e
Mestre em Educação Especial pela UFSCar.
Psicóloga pela FFCLRP-USP.
Contato: [email protected]
1
Do Atendimento à População à
Formação de Terapeutas, Supervisores e
Pesquisadores: A Implementação de um
Laboratório de Pesquisa e Intervenção1
Carmem Beatriz Neufeld2, Ana Irene Fonseca Mendes,
Caroline da Cruz Pavan-Cândido, Renata Panico Gorayeb,
Priscila de Camargo Palma, Patrícia Cavalari Nardi,
Gabriel Vieira Cândido, Marcella Cassiano, Saulo Valmor Batista,
Carolina Prates Ferreira Rossetto e Carla Cristina Cavenage
Escolhe um trabalho de que gostes, e não
terás que trabalhar nem um dia na tua vida.
(Confúcio)
O Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comporta­men­
tal (LaPICC-USP)3 tem seu foco principal voltado para as inter­ven­ções
cognitivo-comportamentais, tomando como base diferentes teorias dentro
dessa tradição para a compreensão do ser humano. Além dessas, o labo­
ratório também tem se voltado, em menor escala, para a difusão e para for­
mação em Terapia Analítico-Comportamental (TAC). Com sólidos referen­
Partes deste capítulo foram previamente publicados pela Revista Brasileira de Psicoterapia, a qual
autorizou a nova publicação (Neufeld, C. B., Mendes, A. I. F., Pavan, C. da C., Gorayeb, R. P.,
EQUIPE LaPICC (2011). Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental
(LaPICC): Ensino-pesquisa-extensão no dia a dia da formação de psicólogos. Revista Brasileira de
Psicoterapia, 13, 50-62.
2
A primeira autora deste capítulo é a coordenadora e responsável legal pelo LaPICC-USP, detendo
os direitos legais sobre o mesmo.
3
Órgãos financiadores das pesquisas e das intervenções do LaPICC-USP de 2008 a 2013, apresentados por ordem de recursos disponibilizados: FAPESP, CNPq, CAPES, Pró-Reitoria de Pesquisa
da USP, Pró-Reitoria de Extensão da USP.
1
26
Do Atendimento à População à Formação de Terapeutas, Supervisores e Pesquisadores:...
ciais teóricos, o trabalho do LaPICC-USP tem bus­cado implementar e
con­­cretizar o tripé ensino-pesquisa-extensão na for­mação de psicólogos
cog­­nitivo-comportamentais e analítico-com­portamentais.
Na perspectiva das terapias cognitivo-comportamentais (TCC), o
enfoque beckiano surge como referencial privilegiado no LaPICC-USP.
Em tal enfoque, as intervenções visam produzir mudanças nos pensa­men­
tos, nos sistemas de significados, além de uma transformação emocional e
comportamental duradoura, e proporcionar auto­no­mia ao cliente, alcan­
çando assim o alívio ou a remissão total dos sin­tomas (Beck, 1993).
A cognição exerce, portanto, papel fundamental na manutenção
dos transtornos psicológicos (Knapp & Rocha, 2003), pois clientes
com essas condições apresentam pensamentos disfuncionais ou distor­
cidos (Beck, Rush, Shaw, & Emery, 1997). J. Beck (1997) ressalta que
as mudanças emocionais e comportamentais serão duradouras se resul­
tarem da modificação de crenças disfuncionais básicas dos clientes.
Des­ta maneira, o foco do terapeuta cognitivo-comportamental será ob­­
ter mudanças cognitivas por meio de uma avaliação realista da situa­ção
e da modificação do pensamento, produzindo, consequentemente, uma
melhora no humor e no comportamento dos clientes.
A teoria de Beck tem recebido destaque tanto entre os clínicos
quanto na população em geral pela sua atuação individual empiri­ca­
mente validada e sua atestada eficiência no tratamento de uma grande
variedade de transtornos psiquiátricos (Beck & Weishaar, 2000). Este
viés de intervenção individual ocupa apenas parte da atuação do
LaPICC-USP. O grande enfoque das TCCs no laboratório repousa
sobre os tratamentos em grupo.
Considerando o fato de o LaPICC-USP estar situado em uma
universidade pública, o mesmo tem desde seu nascimento uma forte
vocação para a produção de conhecimentos que se revertam em be­
nefícios para a sociedade. A Terapia Cognitivo-Comportamental em
gru­pos (TCCG) congrega várias características que apontam para uma
perspectiva da responsabilidade social. Braga, Manfro, Niederauer e
Cordioli (2010) ressaltam o ganho em termos do treinamento de pro­
fis­sionais de forma mais sistemática do que nas intervenções indi­vi­
Intervenções e Pesquisas em Terapia Cognitivo-Comportamental com Indivíduos e Grupos
27
duais, além da sua reconhecida eficácia e da relação custo-benefício
mais favoráveis do que a terapia individual.
Na perspectiva da Terapia Analítico-Comportamental (TAC), a
formação dos profissionais no LaPICC-USP tem mantido o foco na
terapia individual de adultos. As intervenções primam pela relação
terapêutica baseada na audiência não punitiva e na análise das variáveis
ambientais que afetam o comportamento humano. Em uma pers­pec­
tiva funcional, buscam-se as relações de contingências atuais e histó­
ricas (Ferster, 2007; Guilhardi, 2004).
Em termos metodológicos, a psicologia cognitiva é tomada co­mo
base para definir os processos e procedimentos de aprendizagem. Eysenck
e Keane (2007) ressaltam que qualquer mudança de compor­tamento rela­
tivamente estável ou habilidade de ser flexível em padrões estabelecidos
adquirida através da experiência, e não meramente devi­do à maturação
biológica, pode ser considerada aprendizagem. Nesse sentido, todo e qual­
quer processo de modificação relativamente per­manente na disposição ou
na capacidade do ser humano é um indício de aprendizagem. Porém, os
mes­mos autores referem que o processo de aprender pode ser facilitado
pela oferta de um conhecimento orga­nizado em níveis hierárquicos. Eles
ressaltam, no entanto, que a apren­dizagem é um processo idiossincrático
de organização do conheci­mento; portanto, quanto maior for a oferta de
oportunidades de acesso à construção de novas representações mentais,
conceitos e esquemas, maior será o número de pessoas passíveis de se be­
neficiar de um pro­cesso formal de ensino e de aprendizagem.
Em consonância com os conceitos da psicologia cognitiva, a for­
mação em TCC no LaPICC-USP obedece a um modelo em níveis de
aprofundamento e experiências. Embasado na indissociabilidade de co­
nhecimentos teóricos e práticos para uma aprendizagem efetiva, todo o
processo de aprendizagem visa à integração entre atividades de en­sino,
pesquisa e extensão, como preconizam as Diretrizes Curri­cula­res Nacionais
para os Cursos de Psicologia (MEC, 2011). Além disso, toma como pano
de fundo a aprendizagem vicariante (Bandura, Azzi & Polidoro, 2008),
que preconiza que a aprendizagem ocorre pela aqui­sição do conhecimento
prático e teórico, mas também pela obser­vação de modelos. Adicional­
28
Do Atendimento à População à Formação de Terapeutas, Supervisores e Pesquisadores:...
mente, a metodologia empregada visa a criar experiências de sucesso que
sirvam como evidências para um melhor desempenho e uma diminuição
da ansiedade frente ao novo papel (de pesquisador, de supervisor ou de
terapeuta) a ser desempe­nhado, assim como proposto por Beck (1993) em
sua metodologia baseada em evidências.
O fomento ao entendimento cognitivo-comportamental do ca­
so, grupo ou prática interventiva é priorizado, sendo necessariamente
o viés para a intervenção e/ou avaliação a ser proposta. Toda atividade
do LaPICC-USP deve visar à formação de um psicólogo com base
teórica sólida, cujas intervenções são produção de conhecimento e,
para tanto, precisam ser estruturadas para apresentação à comunidade
científica e, por fim, mas não menos importante, precisam gerar ativi­
dades de retorno destes conhecimentos para a sociedade como um to­
do a partir de intervenções que visam a melhoria da qualidade de vida
das pessoas e da sociedade como um todo.
Na formação de terapeutas em TAC, parte-se do princípio de que
a aprendizagem de comportamentos novos pode ocorrer de três dife­
rentes formas: regras fornecidas pela comunidade verbal, obser­vação de
modelos e, principalmente, contingências de reforçamento (Skinner, 1999;
Skinner, 1993; Skinner 1967). O fornecimento de re­gras pelos super­vi­
sores e a observação de modelos destes e de esta­giários mais ex­perientes
são procedimentos importantes para a forma­ção dos novos te­rapeutas
analítico-comportamentais. Porém, a princi­pal forma de apren­dizagem
du­rante o estágio individual de TAC é a vivência das contin­gências de
uma sessão terapêutica, e a discri­mi­nação das emoções e dos pensamentos
que cada atendimento produz (Banaco, 1993).
Histórico de implementação
O LaPICC-USP tem como data de nascimento o dia 7 de ou­
tubro de 2008, quando a Prof. Dra. Carmem Beatriz Neufeld assu­miu
o cargo de Professor Doutor em Regime de Dedicação Integral à Do­
cência e Pesquisa. Idealizado com base nas suas experiências admi­nis­
Intervenções e Pesquisas em Terapia Cognitivo-Comportamental com Indivíduos e Grupos
29
trativas anteriores (à frente da Coordenação de um Curso de Psico­logia
e da Coordenação de uma clínica-escola), nas suas vivências em pes­
quisa e na prática clínica, o laboratório foi sendo conduzido no sen­
tido de buscar a integração entre a pesquisa, a formação de tera­peutas
e supervisores, e a oferta de um serviço de qualidade para a população.
Alocado no Centro de Psicologia e Pesquisa Aplicada (CPA) do Depar­
tamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, o LaPICC teve seu regis­
tro formal no Departamento de Psicologia e na Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Ribeirão Preto finalizado em novembro de 2009.
Ao final de 2009, o LaPICC-USP também teve seu registro aceito co­
mo grupo de pesquisa junto ao CNPq.
Em novembro de 2008, foi aberta a primeira seleção de estágio e,
em fevereiro de 2009, foram ofertadas as primeiras vagas para está­gio em
TCC individual para adultos (ver exemplos de casos nos Ca­pítulos 10 e
11). Neste período, o LaPICC-USP contou com nove es­tagiários de
quarto e quinto anos de psicologia, além de uma super­visora em for­
mação, que foi também a primeira colaboradora de pes­quisa do labo­
ratório. Em agosto desse ano, foi dado início ao estágio em TCCG, con­
tando com oito estagiários e inaugurando os programas de interven­ção
em grupos de educação alimentar – PRO-META (ver Capítulo 2);
orien­tação de pais – PROPAIS I (ver Capítulo 4) e trei­na­mento de habi­
li­dades sociais e de vida – PRHAVIDA (ver Capítulo 3) com adoles­
centes em escolas públicas e crianças em lista de espera por atendimento.
Foi também neste período que o estágio de TAC com pacientes
adultos foi criado (ver exemplos de casos nos Capítulos 14 e 15), con­
tando com uma supervisora em formação. Foram disponibilizadas qua­tro
vagas para terapeutas. Segundo os dados estatísticos, ao longo do ano de
2009 foram realizadas mais de 1.000 sessões de atendi­men­to, bene­ficiando
mais de 50 pessoas. No total, em 2009 a equipe do LaPPIC-USP contou
com uma aluna de iniciação científica, 21 vagas de estágio para formação
de terapeutas, duas supervisoras em formação e uma su­pervisora titular.
O ano de 2010 foi marcado pela expansão na oferta de tipos de
atendimentos, uma vez que foi proposto o estágio de TCC em Hospital
30
Do Atendimento à População à Formação de Terapeutas, Supervisores e Pesquisadores:...
Geral, coordenado e supervisionado pela Dra. Renata Panico Gorayeb
no Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
(HCFMRP) com quatro vagas de estágio (exemplo de intervenções rea­
lizadas neste contexto podem ser encontradas no Capítulo 6). Essa op­
ção de formação vinha ligada desde 2002 a outra docente do Depar­
tamento e passou a integrar o rol de atividades do LaPICC-USP nesta
data. O estágio de TCC individual de adultos recebeu mais duas super­
visoras em formação. Além disso, esse estágio passou a oferecer também
a modalidade de atendimento infantil (ver exemplos de casos nos Capí­
tulos 12 e 13), mantendo uma supervisora em formação.
Os programas de TCCG mencionados anteriormente, neste ano
com 14 vagas para terapeutas, passaram por reformulações e, mais
sedimentados, passaram a contar com duas supervisoras em formação.
Uma delas trouxe a parceria com um grupo da clínica de pacientes es­
peciais da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto dedicado ao
estudo da dor orofacial crônica, com o apoio e colaboração do Prof.
Dr. César Bataglion (ver Capítulo 7). A outra supervisora em formação
foi integrada aos grupos do PRHAVIDA com adolescentes. Os grupos
do PRHAVIDA com crianças deixaram de ser direcionados para
crianças em lista de espera por atendimento e passaram a ocorrer den­
tro da escola, nos mesmos moldes dos grupos de adolescentes. O pro­
gra­ma PRO-META foi integrado ao Programa de Educação Alimentar
da USP-RP (PRAUSP), coordenado pela Dra. Rosane Pilot Pessa Ri­
beiro da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto.
No estágio de intervenção individual em TAC, que já contava
com uma supervisora em formação, ocorreu a integração de mais um
supervisor em formação, contando esse estágio com seis vagas para
estagiários. O ano de 2010 finalizou com mais de 2.000 sessões de
aten­dimentos concedidas e mais de 150 pacientes beneficiados pelas
intervenções nas mais diferentes modalidades. Esses atendimentos fo­
ram oriundos do trabalho de um programa composto de 34 vagas de
estágios para formação de terapeutas, sete vagas de formação de su­
pervisores e duas supervisoras titulares. Integraram ainda a equipe
quatro alunos de iniciação científica e uma mestranda.
Intervenções e Pesquisas em Terapia Cognitivo-Comportamental com Indivíduos e Grupos
31
O crescimento das atividades do LaPICC-USP continuou no
ano de 2011. Foram mantidos os estágios de 2010 e planejada mais
uma possibilidade de intervenção. Tratava-se de Avaliação e Inter­ven­
ção em pacientes de cirurgia ortognática (um tipo de cirurgia corretiva
da face) da residência em cirurgia buco-maxilo-facial sob a responsa­
bilidade dos professores Prof. Dr. Cássio Edvard Sverzut e Prof. Dr.
Alexandre Elias Trivellato da Faculdade de Odontologia de Ribeirão
Preto – USP (ver Ca­pítulo 7). Esta parceria foi trazida para o LaPICC
– USP pela Dra. Ana Irene Mendes, colaboradora da pesquisa e super­
visora em for­mação, con­tando com duas vagas de estágio. O estágio de
TCC em Hospital Geral man­teve as mesmas características do ano an­
terior. O estágio de TAC pas­sou a ofertar quatro vagas e manteve a
mes­ma estrutura do ano anterior. Nas intervenções individuais, foram
man­tidas as três supervisoras em for­mação, sendo oferecidas seis vagas
de es­tágio. Já nos programas de TCCG, com 12 vagas de estágio, mais
duas supervisoras em formação passaram a integrar a equipe, totali­
zando qua­tro supervisores.
O programa de grupo para dor crônica cede lugar neste ano ao
programa de TCCG para pacientes deprimidos no Laboratório de
Transtornos do Humor do Hospital Dia coordenado pelo Dr. Mario
Fran­cisco Juruena, ao qual se integra a primeira colaboradora de pes­
qui­sa do LaPICC-USP como supervisora em formação (ver Capítulo
8). Teve início também o programa de orientações de pais em escola
pública – PROPAIS II (ver Capítulo 5), além da manutenção de todos
os grupos advindos dos anos anteriores. No balanço deste ano foram
registradas mais de 2.000 sessões de atendimento e mais de 200
pessoas beneficiadas, frutos de uma equipe distribuída em 28 vagas de
estágio para formação de terapeutas, oito vagas de formação de su­
pervisores e duas supervisoras. Além destes, integraram a equipe qua­
tro alunos de iniciação científica e duas mestrandas.
No ano de 2012 foram mantidos os estágios de 2011 e mais
uma possibilidade de intervenção foi aludida ao estágio de TCCG.
Neste ano foi iniciada a intervenção do PRHAVIDA em contexto de
Organização Não Governamental (ONGs) (ver Capítulo 9) que inte­
32
Do Atendimento à População à Formação de Terapeutas, Supervisores e Pesquisadores:...
grou mais um supervisor em formação. O estágio de TCC em Hospital
Geral manteve as mesmas características do ano anterior com a oferta
de duas vagas. O estágio de TAC passou a ofertar duas vagas e manteve
a mesma estrutura do ano anterior. Nas intervenções indi­viduais, fo­
ram mantidas as três supervisoras em formação, sendo ofe­recidas qua­
tro vagas de estágio. Já nos programas de TCCG, com 12 vagas de es­
tágio, mais um supervisor em formação passou a integrar a equipe,
totalizando cinco supervisores. O ano de 2012 encerrou com mais de
2.500 sessões de atendimento e mais de 200 pessoas bene­ficiadas, fru­
tos de uma equipe distribuída em 21 vagas de estágio para formação
de terapeutas, nove vagas de formação de supervisores e duas super­
visoras. Além desses, integraram a equipe sete alunos de iniciação cien­
tífica, três mestrandas e uma doutoranda.
O quinto ano de atividades do LaPICC-USP foi caracterizado
pela sedimentação de sua estrutura e seus processos. Em 2013, todos os
estágios mantiveram seu funcionamento nos mesmos moldes do ano
anterior, sendo iniciada a proposição de grupos de intervenção em an­
siedade social e de manejo de ansiedade, o qual integrou mais uma su­
pervisora em formação. Assim, o estágio de TCC em Hospital Geral
ofertou duas vagas, o estágio de TAC ofertou duas vagas, com dois su­
per­visores em formação. Já nos estágios em TCC, as intervenções indi­
viduais contaram com seis estagiários e mantiveram as três supervisoras
em formação, e os programas em TCCG ofertaram oito vagas, com qua­
tro supervisores. Nos mesmos moldes de 2012, em 2013 o LaPICC-USP encerrou suas atividades com mais de 2.500 sessões de aten­
dimento e mais de 200 pessoas beneficiadas. Sua equipe contou com 18
vagas de estágio para formação de terapeutas, oito vagas de forma­ção de
super­visores e duas supervisoras. Além desses, integraram a equipe oito
alu­nos de iniciação científica, três mestrandas e três doutorandas.
Em suma, em seus 5 anos de existência o LaPICC-USP teve a
opor­tunidade de contribuir oferecendo atendimento e formação em
diferentes níveis. A tradução de tais ações, em dados quantitativos, po­
de ser visualizada no quadro a seguir.
Intervenções e Pesquisas em Terapia Cognitivo-Comportamental com Indivíduos e Grupos
33
Quadro 1.1 Dados quantitativos da implantação do LaPICC-USP
2009
2010
2011
2012
2013
Vagas de estágio em atendimento individual
ATIVIDADE
13
16
10
06
08
Média
10,6
Vagas de estágio em atendimento em grupo
08
14
12
12
08
10,8
3,75*
Vagas de estágio em atendimento em saúde
00
04
06
03
02
Vagas para supervisores em formação/colaboração
02
08
10
10
09
7,8
Vagas para mestrandos
00
01
02
03
03
2,25*
02*
Vagas para doutorandos
00
00
00
01
03
Vagas para alunos de iniciação científica
01
04
03
05
08
4,2
1.000
2.000
2.000
2.500
2.500
2.000
50
150
200
200
200
160
Número médio de sessões de atendimento
Número médio de pessoas atendidas
Nota: As médias indicadas com * são baseadas no número de anos desde o início daquela atividade
e não a partir dos 5 anos do LaPICC-USP,
Atividades desenvolvidas
As atividades desenvolvidas no LaPICC-USP podem ser classifi­
cadas em atividades de formação profissional (ensino), atividades de
aten­dimento à comunidade (extensão) e atividades de produção e di­
vulgação de conhecimento (pesquisa). Nesta direção, o LaPICC-USP
conta com oportunidades variadas dentro destas três categorias, e estas
não podem ser consideradas categorias estanques, pois as mesmas esta­
belecem interlo­cução entre si ao longo de todo processo. A seguir, se­
rão apresentadas as categorias de atividades oportunizadas para dife­
rentes públicos.
Para profissionais e estudantes
Diferentes oportunidades de formação se encontram disponíveis
aos membros do LaPICC-USP. Apesar de sua forte vocação voltada
para a graduação em psicologia, suas atividades de formação não se
encontram limitadas aos graduandos, sendo ofertadas inclusive oportu­
ni­dades que se encontram restritas a profissionais já graduados e a pósgraduandos.
34
Do Atendimento à População à Formação de Terapeutas, Supervisores e Pesquisadores:...
Formação profissional
Uma expressiva parte das atividades do LaPICC-USP encon­
tram-se voltadas para a formação profissional de estudantes e colabo­
radores recém-graduados. Tais atividades são concretizadas a partir da
oferta de estágios cuja duração normalmente é anual. Nesta moda­li­
dade, três grupos de atividades tem se consolidado no laboratório:
Formação de terapeutas individuais, cujo foco é o atendimento psi­
coterápico de crianças, adolescentes, adultos e idosos, buscando uma for­
mação ampla em termos de atendimento individual, avaliação diagnós­tica
e encaminhamentos a profissionais de áreas afins, quando necessário.
Formação de terapeutas de grupo, cujo foco encontra-se pautado
na lógica de uma formação completa, em níveis hierárquicos, onde é
oportunizado ao estudante que ele passe pelos diferentes papéis tera­
pêu­ticos dentro do grupo, desde observador, coterapeuta e terapeuta.
Além disso, o estudante nesta modalidade de formação terá a oportu­
nidade de ser inserido em pelo menos duas modalidades diferentes de
grupos, podendo assim ter experiências diversificadas, tanto em relação
à demanda grupal quanto em relação à modalidade de intervenção
(apoio, psicoeducação, orientação/treinamento terapêutico).
Formação de psicólogos para atuar em saúde, cujo foco majoritário
encontra-se voltado atualmente para a atuação em hospital geral, mais
especificamente no atendimento pediátrico. Ao longo de sua história
foram oportunizadas intervenções voltadas para dor, avaliação pré e
pós-cirúrgica na clínica odontológica.
Formação em supervisão
Visando à formação complementar dos pós-graduandos e dos
colaboradores de pesquisa, em sua maioria em estágio probatório para
seleção de mestrado e doutorado, o LaPICC-USP tem investido cada
vez mais na abertura de oportunidades de formação de supervisores.
Tal demanda encontra-se intimamente ligada aos profissionais já gra­
Intervenções e Pesquisas em Terapia Cognitivo-Comportamental com Indivíduos e Grupos
35
duados e que têm clara vocação para o ensino e para a docência. Orga­
nizada em níveis hierárquicos, a formação de supervisores passa pelo
treino em supervisão de graduandos em diferentes níveis.
O primeiro nível é o de Supervisor Observador, cujo treinamento
consiste em acompanhar a supervisão de supervisores mais experientes
e, a partir disso, ofertar um modelo para o jovem graduado.
O segundo nível, chamado de Supervisor Monitor, delega ao su­­
per­­visor em treinamento algumas tarefas de acompanhamento e ges­­tão
da supervisão, e está resguardado para aqueles jovens profis­sio­nais que
têm maior experiência na prática da atividade a ser su­pervisionada,
mas ainda não tem a prática de exercer supervisão. Nesta categoria, o
supervisor principal delegará algumas funções ao supervisor monitor,
mas a supervisão propriamente dita é feita pelo supervisor principal.
O terceiro nível caracteriza-se por uma maior autonomia do jo­vem
profissional. O Supervisor Assistente exercerá funções de supervisor e será
supervisionado pelo supervisor principal. Nesta categoria, os graduandos
também são supervisionados pelo supervisor principal em determinadas
funções em intervalos de tempo mais longos, de forma que o supervisor
principal mantenha o contato e o acompanhamento dos graduandos.
O Supervisor Associado tem autonomia, titulação e experiência prá­ti­
ca para conduzir o cotidiano das supervisões. Ele e o supervisor principal
discutem diretrizes gerais para as atividades e o supervisor principal pode
contribuir em momentos específicos com as supervisões.
O papel de Supervisor Titular requer além dos requisitos apre­sen­
tados pelo supervisor associado uma vinculação formal, pois o mes­mo res­
ponde integralmente pelas supervisões e pela sua representação institu­cio­
nal. Cabe ainda ressaltar que os dois últimos níveis de super­visores podem
acolher em seu trabalho supervisores observadores e supervisores monitores.
Formação docente
Considerando a vocação acadêmica do LaPICC-USP, não po­
de­ria se perder de vista a formação docente de seus integrantes. Esta
formação é voltada tanto para graduandos quanto para pós-graduandos
36
Do Atendimento à População à Formação de Terapeutas, Supervisores e Pesquisadores:...
e refere-se ao acompanhamento das atividades e do cotidiano em sala
de aula junto à graduação. Para tanto, são ofertadas vagas para moni­
tores de graduação e para estagiários do Programa de Aperfeiçoamento
de Ensino (PAE) voltado para pós-graduandos (mestrandos e douto­
randos). As atividades desenvolvidas por esses graduandos e pós-gra­
duan­dos se encontram pautadas nas normativas internas da USP e pre­
veem, em linhas gerais, que os estudantes tenham a oportunidade de
acompanhar desde o planejamento do curso, a confecção do crono­
grama, a seleção da metodologia e das referências, além das aulas, exer­
cícios e avaliações da disciplina a qual se encontram ligados.
Formação em pesquisa
A formação em pesquisa perpassa de forma transversal e defini­
tiva as atividades do LaPICC-USP. Os graduandos e pós-graduandos
podem estar ligados a diferentes projetos de pesquisa do laboratório.
Para os graduandos existem duas modalidades concomitantes de ati­
vidades de pesquisa: a iniciação científica e a monografia de graduação.
Nestas modalidades, o estudante deve ser introduzido aos aspectos
cons­titutivos de uma pesquisa e passar por todas as fases da mesma,
pois se trata de uma primeira oportunidade com o campo da produção
do conhecimento. Para os profissionais já graduados, três tipos de ati­
vi­dades de pesquisa estão disponíveis no LaPICC-USP: o papel de
colaborador de pesquisa, de mestrando ou de doutorando. Estes papéis
variam em experiência exigida em pesquisa e em nível de complexidade
de produção de conhecimento. Há ainda a possibilidade de estágio de
pós-doutorado para pesquisadores doutores que intentem atualização.
Para a comunidade
No intuito de reverter para a sociedade o investimento que a
mesma faz no ensino público, o LaPICC-USP tem um foco diferen­cia­
do na assistência à saúde da comunidade. A população pode bene­ficiar-se
Intervenções e Pesquisas em Terapia Cognitivo-Comportamental com Indivíduos e Grupos
37
de diferentes tipos de atendimentos, com diferentes enfoques, moda­
lidades e até mesmo embasamento teórico. Três principais focos reúnem
as ações de atendimento à comunidade: atividades de trata­mento, de
prevenção e promoção de saúde e de atendimento em saúde.
Tratamento
Serão chamadas de tratamento as ações de intervenção voltadas
para pessoas que já apresentam sintomas ou transtornos mentais e que
procuram o serviço psicoterápico do CPA do Departamento de Psico­
logia da USP-RP. Nesse tipo de serviço oferecido à comunidade, o
acesso se dá conforme as normas estabelecidas pelo CPA. São ofertados
atendimentos individuais para diferentes demandas e faixas etárias (crian­
ças, adolescentes, adultos e idosos) em Terapia Cognitivo-Com­por­­­ta­men­
tal e para adultos em Terapia Analítico-Comportamental. Além disso, são
ofertadas vagas para atendimento grupal de orientação de pais de crianças
em atendimento psicoterápico, para adultos obesos, pa­ra adul­tos an­
sio­sos e para adultos com fobia social.
Prevenção e promoção de saúde
As ações de promoção e de prevenção de saúde do LaPICC-USP são
realizadas diretamente na comunidade. Nessa direção, ações vol­tadas para
desenvolvimento de habilidades de vida e habilidades sociais em grupos com
crianças e adolescentes em escolas e em ONGs vem sendo imple­mentadas.
Há ainda atividades em grupo de orientação de pais em escolas e em ONGs
visando fortalecer laços e promover um desenvolvimento mais saudável.
Atendimento em saúde
O LaPICC-USP tem desenvolvido ações junto a serviços de saú­
de consolidados como o setor de pediatria do HCFMRP, o serviço de
transtornos afetivos e do humor do HDFMRP, o serviço de cirurgia
buco-maxilo-facial e a clínica de pacientes especiais da FORP.
38
Do Atendimento à População à Formação de Terapeutas, Supervisores e Pesquisadores:...
Para divulgação do conhecimento
Todo o trabalho do LaPICC-USP visa também a produção de
conhe­cimento. Neste interim, a divulgação da formação, do atendi­mento e
da pesquisa são fundamentais. Diferentes veículos tem sido utilizados para
o processo de divulgação da produção realizada no la­boratório. Além das
publicações, a organização de eventos e a divul­gação em meios de popula­
rização de ciência e de tecnologia têm sido utilizados como formas eficazes
de trazer a público a produção dos membros do Laboratório.
Publicações
A produção de artigos a serem publicados em revistas nacionais e
internacionais é sem dúvida um dos focos da divulgação do conhe­cimento
no LaPICC-USP. No entanto, por se tratar de um laboratório que tem
como foco, além da pesquisa, a intervenção, os capítulos em livros e a pro­
dução de livros que apresentem a produção da equipe têm recebido aten­
ção similar à de publicação de artigos. Os resumos em anais de con­gresso
e suas respectivas apresentações nos eventos cientí­ficos, representa, sem dú­­
vi­da, o maior escopo das ações da equipe do laboratório. A média de pu­
blicações completas (artigos e capítulos) do laboratório é de 6,6 publi­
cações, enquanto a média de resumos e apre­sentações é de 20 por ano.
Organização de eventos e divulgação de conhecimentos
O LaPICC-USP tem atendido fielmente à demanda de oportu­nizar
a estudantes e profissionais o acesso aos dados e aos pesquisadores da área.
Para tanto, a organização de eventos é outra ação diferenciada. O LaPICCUSP edita bienalmente a sua Jornada de Terapias Cogni­ti­vo-Comporta­
mentais (JoTCC) em sua terceira edição. Além disso, nes­te ano, passa a
edi­tar seu Simpósio Internacional de Pós-Graduação (SIPG-LaPICC), vi­
sando atender a demanda direcionada apenas a pes­­qui­sadores e pós-gra­
duandos. A equipe do laboratório também es­te­ve envolvida na organização
de dois Workshops Internacionais da Fe­deração Brasileira de Terapias
Intervenções e Pesquisas em Terapia Cognitivo-Comportamental com Indivíduos e Grupos
39
Cognitivas (FBTC) e na organização do IX Congresso Brasileiro de
Terapias Cognitivas (CBTC-FBTC). Além do foco na organização e na
promoção de eventos, o LaPICC-USP tem se dedicado à divulgação e
popularização da área a partir de recursos digitais. O site do LaPICC-USP
divulga as publicações e outras infor­mações científicas de interesse da área;
além disso, tais informações tam­bém são divulgadas nas mídias sociais.
Desafios e perspectivas
A maior dificuldade enfrentada pelo LaPICC-USP é sua juven­
tude. Em apenas cinco anos de existência, já conta com um volume
significativo de horas de atendimento, pessoas atendidas e profissionais
formados em algum dos níveis disponíveis. Esta juventude traz vigor, mas
sofre em experiência e estrutura. Além disso, sem contar com espaços pró­
prios de atendimento, os serviços funcionam em diversos locais, o que
muitas vezes dificulta a criação de uma identidade de equipe.
O tamanho de sua equipe é outro ponto que inspira cuidado.
Por se tratar do único serviço nesta abordagem no Departamento de
Psicologia, tornou-se muito procurado, gerando um aumento grada­
tivo em sua equipe e nas opções de intervenções. Além disso, sistema­
ticamente o laboratório tem sido procurado por estudantes de outras
Universidades, bem como por profissionais interessados na área. Tais
de­mandas tem sido atendidas dentro do possível, no entanto, com a
equipe maior, a coordenação torna-se mais difícil e o controle de qua­
lidade também acaba sendo mais um desafio.
Outro desafio é o investimento de tempo e de recursos humanos
e materiais necessários para se trabalhar com pesquisas de intervenção
ou intervenções geradoras de pesquisas. Todas as atividades do LaPICCUSP geram bancos de dados para fins de avaliação e de produção de
conhecimento. Isso significa dizer que anualmente uma grande infraes­
trutura de avaliação e tabulação de dados é necessária, visando tanto à
produção de trabalhos de pós-graduação quanto de iniciação científica
e de relatos de intervenções.
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Do Atendimento à População à Formação de Terapeutas, Supervisores e Pesquisadores:...
Adicionalmente, o trabalho em equipe é outro ponto crucial, pois
diferentes atividades podem se integrar gerando uma relação de interde­
pendência entre diferentes programas. As intervenções com pais, por
exem­plo, se relacionam e precisam se comunicar com as in­ter­­venções
indi­vi­duais das crianças. Os projetos para promoção de saúde na escola
também acabam por sobrepor suas avaliações, necessi­tando de uma co­
municação afinada e um verdadeiro trabalho em equi­pe. Os integrantes
do LaPICC-USP adquirem, assim, experiências em diferen­tes frentes e
passam a perceber os fenômenos que podem pare­cer cir­cuns­critos a uma
complexa teia de variáveis. No entanto, tal comple­xi­dade cobra seu pre­
ço de dedicação e de trabalho nem sempre fácil de coordenar.
Finalizando este capítulo, fica a certeza de que o LaPICC-USP é
um laboratório jovem e, como tal, ainda tem muito para investir em
processos e em estruturação. Os dados quantitativos como os números
de atendimentos realizados, terapeutas supervisionados e supervisores
em formação indicam que já há uma história a ser contada. Resta, no
entanto, o maior desafio – a dimensão qualitativa do que tais inter­
venções e processos de formação produziram em todos os envolvidos:
terapeutas, pacientes, supervisores e pesquisadores. Estes dados deman­
dam a passagem do tempo, para que, após sedimentar-se a aprendi­
zagem, os atores do processo possam avaliá-lo de uma perspectiva no­
va, a perspectiva de quais valores foram agregados e quais aspectos fo­
ram efetivamente relevantes no decorrer do percurso.
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