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Ed
Oásis
FRANCISCO,
O SANTO DO
novo PAPA
CHORAR
FAZ BEM
As lágrimas libertam
o corpo e a alma
19 NOVOS
TESOUROS
Do patrimônio
da humanidade
O VIOLINO E
A NOITE ESCURA
DA ALMA
A música foi capaz
de salvar uma
jovem violinista
“Senhor, dai-me força para mudar o que
pode ser mudado... Resignação para aceitar
o que não pode ser mudado... E sabedoria
para distinguir uma coisa da outra”,
São Francisco de Assis
por
Luis
Pellegrini
Editor
Q
uando o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio,
membro da ordem jesuíta, recém eleito novo papa
anunciou que adotaria o nome Francisco, surgiu a
dúvida: era em homenagem a São Francisco de Assis, um dos
santos mais populares e queridos da Igreja Católica, ou de São
Francisco Xavier, também jesuíta? A diferença entre ambos é
enorme. Xavier tem seu nome ligado a grandes campanhas de
evangelização ao redor do mundo, notadamente em países da
Ásia. É, portanto, um santo ligado aos processos de expansão
da Igreja no mundo, cujos excessos às vezes a confundiram
com alguma imensa potência imperialista. O outro Francisco, o
“poverello de Assis”, situa-se na ponta oposta. Santo da renúncia aos bens e ao poder materiais, amigo dos pobres e dos
fracos, da natureza e dos animais, dono de imensa compaixão
por todos os seres viventes, Francisco de Assis enxergava muito
à frente de seu tempo. Ecologista na sua adoração pela natureza, anticonsumista pela simplicidade, defensor da liberdade de
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Editorial
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por
Luis
Pellegrini
Editor
oásis
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Editorial
espírito, da alegria e da vida comunitária. Além disso, foi um feminista de primeira hora na relação com Santa Clara e a ordem
das clarissas.
Se houve dúvida nas primeiras horas quanto ao verdadeiro Francisco homenageado, Bergoglio fez questão de esclarecer tudo
bem rapidamente: era mesmo o santo de Assis. Desde então,
verdade seja dita, o novo papa tem se comportado de maneira
coerente com o seu patrono.
Francesco di Pietro di Bernardone, filho de ricos comerciantes
nasceu na cidade italiana de Assis, em cinco de julho de 1182.
Visionário, mudou não só o conceito de santidade e devoção,
mas a atitude da Igreja e dos leigos na virada do século 12 para
o século 13. Teve uma juventude agitada e brilhante, nas festas
em sua cidade era o vencedor em todos os torneios que participava. Entre os 22 e 24 anos, iniciou a sua lenta conversão
para a religião. Neste período, lutou em defesa de Assis e ficou
preso um ano em Peruggia.
Escolhemos dois artigos sobre São Francisco para pontuar e
homenagear a visita de Papa Francisco ao Brasil, para participar
esta semana da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. O primeiro artigo é assinado pelo teólogo Leonardo Boff, o
segundo pela psicoterapeuta paulista Tereza Kawall.
Para terminar, a citação de trecho de uma célebre oração de
São Francisco, muito útil e necessária nos dias que correm: “Senhor, dai-me força para mudar o que pode ser mudado... Resignação para aceitar o que não pode ser mudado... E sabedoria
para distinguir uma coisa da outra.”
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oásis
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espiritualidade
espiritualidade
FRANCISCO,
O SANTO DO
PAPA FRANCISCO
Papa Francisco chega ao Rio de Janeiro
na tarde de segunda-feira, 22 de julho.
Será recebido pela Presidente Dilma
Rousseff e por todo um séquito de
autoridades civis e eclesiásticas. Em tom
de boas vindas trazemos dois textos,
um do teólogo Leonardo Boff, o outro da
psicoterapeuta Tereza Kawall, ambos
sobre Francisco de Assis, o santo que lhe
inspirou o nome
D
Por: Equipe Oásis
ante Alighieri dizia que São
Francisco era “uma luz que
brilhava sobre o mundo”. Na
verdade, poucas figuras das religiões cristãs apresentam uma
unanimidade de aprovação
como a do “poverello de Assis”.
Considerado santo ainda em
vida, homem simples e despojado, semianalfabeto, embora de
família abastada, o que possuía
Francisco para despertar tanto
afeto e admiração?
Essa pergunta de imediato enseja várias
outras: Será a preocupação excessiva com
os bens terrenos prejudicial à perfeição
oásis
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cristã e mais própria do espírito pagão?
Sendo assim, por que a Igreja Católica se
deixou levar por um modelo oposto, feito
de glorificação da riqueza, da pompa e do
esplendor? Será criticável a assim chamada Sociedade de Consumo de nossos dias,
por preconizar a busca incessante do gozo
das riquezas e dos bens materiais? Criará
esse modelo de sociedade um ateísmo e
um materialismo práticos?
Todas essas são perguntas relevantes, que
têm muito a ver com os atuais estudos e
debates que visam a criação de um novo
paradigma existencial. O da criação de
uma sociedade mais espiritualizada, muito menos apegada aos vícios da matéria,
embora não pauperista ou miserabilista.
É justamente nesse momento de importante transição histórica que surge repentinamente um novo Papa, e o nome que
ele escolhe é o de Francisco, o santo da
humildade, da solidariedade, da compaixão, da pobreza e da devoção. O recado
parece claro: este é o modelo que Papa
Francisco preconiza. Significativamente a
primeira viagem do seu papado é ao Brasil. Será importante prestarmos atenção a
suas palavras. E enquanto elas não vêm,
convém ler os escritos abaixo, de autoria
de Leonardo Boff e de Tereza Kawall.
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FRANCISCO SE FEZ NU,
PARA COBRIR A NUDEZ DO PAPA
Por: Leonardo Boff
Sabem os historiadores que o Papa do tempo de São
Francisco, Inocêncio III (1198-1216), levara o Papado
a um apogeu e esplendor como nunca antes na história eclesiástica. Hábil político, conseguiu que todos
os reis, imperadores e senhores feudais, à exceção de
apenas alguns, fossem seus vassalos. Sob a sua regência estavam os dois poderes supremos: o Império
e o Sacerdócio.
Era pouco ser sucessor do pescador Pedro. Declarou-se “representante de Cristo”, não do Cristo pobre,
andando pelas poeirentas estradas da Palestina, profeta peregrino, anunciador de uma radical utopia, a
do Reino do amor incondicional ao próximo e a Deus,
da justiça universal, da fraternidade sem fronteiras e
da compaixão sem limites. Seu Cristo é o Pantocrator, o Senhor do Universo, cabeça da Igreja e do Cosmos, o Rei universal.
Esta visão exaltatória favoreceu a construção de uma
Igreja monárquica, poderosa e rica mas absolutamente secularizada, contrária a tudo o que é evangélico.
Tal realidade só podia provocar uma reação contrária
entre o povo. Surgiram os movimentos pauperistas,
de pobres e de leigos ricos que se faziam pobres. Por
sua conta pregavam o evangelho na língua popular: o
evangelho da pobreza contra o fausto das cortes, da
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simplicidade radical contra a sofisticação dos palácios, da adoração do Cristo de Belém e da Crucificação
contra a exaltação do Cristo Rei todo poderoso. Eram
os albigenses, os valdenses, os pobres de Lyon, os seguidores de Francisco, de Domingos e dos sete Servos
de Maria de Florença, nobres que se fizeram mendicantes.
Apesar deste fausto, Inocêncio III foi sensível a Francisco e aos doze companheiros que o visitaram, esfarrapados, em seu palácio em Roma, pedindo licença
para viverem segundo o Evangelho. Comovido e com
remorsos, o Papa lhes concedeu uma licença oral.
Corria o ano 1209. Francisco nunca esquecerá este
gesto generoso do Papa imperial.
Mas a história dá as suas voltas. O que é verdadeiro
e imperativo, chegado o momento de sua maturação,
se revela com uma força vulcânica. Tal se revelou em
1216, em Peruggia, para onde fora o Papa Inocêncio
III a um de seus palácios.
Eis que ele morre subitamente, depois de 18 anos de
pontificado triunfante. Logo sons lúgubres de canto
gregoriano se fazem ouvir, vindos da catedral pontifícia. Executa-se o grave planctum super Innocentium
(“o pranto sobre Inocêncio”).
Mas nada detém a morte, senhora de todas as vaidades, de toda a pompa, de toda glória e de todo o
triunfo. O esquife do Papa jaz à frente do altar-mor:
coberto de ouropéis, joias, ouro, prata e os signos do
duplo poder sagrado e secular. Cardeais, imperadores,
príncipes, abades, longas filas de fiéis se sucedem na
vigília. É o bispo Jacques de Vitry vindo de Namur e
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depois feito Cardeal de Frascati que o conta.
É meia-noite. Todos se retiram, pesarosos. Apenas
o bruxulear das velas acesas projetam fantasmas nas
paredes. O Papa, outrora, sempre cercado por nobres,
está agora só com as trevas. Eis que ladrões penetram
sorrateiramente na catedral. Em poucos minutos espoliam seu cadáver de todas as vestes preciosas, do
ouro, da prata e das insígnias papais.
Aí jaz um corpo desnudo, já quase em decomposição.
Realiza-se o que Inocêncio deixara exarado num famoso texto sobre “a miséria da condição humana”.
Agora ela é demonstrada com toda a sua crueza em
sua própria condição.
Um pobrezinho, fétido e miserável, se escondera num
canto escuro da catedral para vigiar, rezar e passar
a noite junto ao Papa que lhe aprovara seu modo de
vida pobre. Ele tirou a túnica rota e suja, túnica de
penitência. E com ela cobriu as vergonhas do cadáver
violado. Era Francisco de Assis.
Sinistro destino da riqueza, grandiosidade do gesto
da pobreza. A primeira não o salvou do saque, a segunda o salvou da vergonha.
Concluiu o Cardeal Jacques de Vitry: ”Entrei na igreja
e me dei conta, com plena fé, o quanto é breve a glória enganadora deste mundo”
Aquele que todos chamavam de poverello e de fratello
nada disse nem pensou. Apenas fez. Ficou nu para cobrir a nudez do Papa que um dia mostrou compreensão por sua decisão de viver segundo o evangelho da
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pobreza radical. Esse Francisco de Assis emerge como
fonte inspiradora de Francisco de Roma, o bispo da
cidade e Papa.
*Leonardo Boff é autor do livro Francisco de Assis:
ternura e vigor (Vozes) 1999
FRANZINO, VESTE PUÍDA, CAJADO
NA MÃO
Por: Tereza Kawall
Com suas vestes puídas e um cajado na mão, esse homem franzino e delicado passou boa parte de sua vida
pregando nas cidades italianas. De suas palavras emanava uma força extraordinária que a todos encantava,
tanto os mais miseráveis quanto os da mais alta nobreza da Europa medieval.
Francisco amou, reverenciou e exaltou o Criador e
toda sua criação, pregando a simplicidade e a beleza,
deixando um legado extraordinário de virtudes como
a humildade e a bondade que fizeram dele um ser extraordinário e inesquecível. Considerado santo já em
vida, São Francisco foi canonizado pela Igreja Católica menos de dois anos após a sua morte.
Giovanni di Pietro di Bernardone, mais conhecido
como Francisco, nasceu em Assis no ano de 1182,
numa família da alta burguesia italiana que desfrutava de boa situação financeira. Filho de um próspero
comerciante de tecidos, o jovem Francisco gozava de
boa vida, era muito popular entre seus amigos,
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gostava de festas, bebidas e belas roupas. Viveu sem
maiores preocupações nesse ambiente festivo e extravagante. Mas, desde muito jovem, mostrava sinais de
amor pelos pobres; aproveitava-se da ausência de seu
pai e trazia-os para casa para que pudessem comer.
Em 1202, alistou-se como soldado numa guerra entre Assis e Peruggia, mas acabou sendo capturado e
ficou preso por um ano. Em 1205, engajou-se novamente na carreira das armas. Nessa época teve visões
que foram os primeiros chamados para a sua grande
aventura mística.
Nos séculos 12 e 13, época em que viveu Francisco,
espalhava existia na Europa medieval o chamado movimento pauperista, que tomou todo o sul da França,
sul da Alemanha e toda a Itália – era constituído por
homens leigos que levavam o Evangelho para todos,
em linguagem popular.
É importante lembrar que o poder cultural e social da
Igreja nessa época era absoluto. Os mosteiros eram
centros de cultura erudita, com suas maravilhosas bibliotecas. As ordens religiosas eram muito ricas, recebiam muitas doações do povo e da nobreza, possuíam
tesouros e grandes extensões de terra.
É nesse contexto histórico que vamos encontrar o
jovem Francisco. Ele surpreendeu a todos quando
deixou para trás a herança paterna e saiu em busca de
seu próprio caminho.
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Tradição e ruptura
Aos poucos foi se retraindo, já não encontrava prazer
nas festas e farras. Dizia estar enamorado da “ Dama
Pobreza”- e por ela renunciou drasticamente às riquezas e prazeres do mundo e aos inconformados amigos.
Vai para os arredores da cidade e entra na Ordem dos
Penitentes, uma das várias ordens de pobreza existentes na época; veste-se apenas com uma túnica rústico,
leva um cajado, faz orações e penitências intermináveis. Embora pertencesse a uma família abastada,
Francisco era semianalfabeto.
Mas a grande ruptura se deu quando, um dia, encontrou e abraçou um leproso e, ao olhar para ele, viu Jesus Cristo em seu lugar. A partir daí vai morar com os
leprosos ; cuida deles e come com eles, para escândalo
de muitos. É importante lembrar que a lepra naquela
época era símbolo do pecado, vale dizer que os leprosos, mais que doentes, eram considerados pecadores
públicos e radicalmente excluídos do contato social.
Fazia sua pregação de forma itinerante, dentro ou
fora dos centros urbanos, e nunca esteve vinculado a
nenhum núcleo religioso, pois suas convicções pessoais pregavam o distanciamento das instituições, fossem elas políticas ou religiosas. Renunciou à família,
renunciou à segurança da diocese e a dos mosteiros
de clausura, deixando claro que sua espiritualidade
estava nos caminhos, entre os homens. Dizia: “Onde
eles estão, na poeira dos caminhos, aí estaremos nós”.
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Aos poucos foram se juntando a São Francisco outros
homens e mulheres que se tornaram seus discípulos.
Entre eles, Clara de Assis, que foi sua fiel confidente e
companheira até a morte.
Na época havia uma bula papal que proibia os leigos
de pregarem e Francisco era um deles. Jamais pertencera a uma ordem religiosa, e por isso era ameaçado.
Assim, pediu ao papa Inocêncio III uma ordem de
diácono que lhe permitiria pregar o Evangelho, mas
não aceitava benefícios nem títulos. O Papa o autorizou a fazer isso.
Amor aos animais
Francisco amava todos os animais, particularmente
os passarinhos, e deliciava-se com o seu canto; em
especial protegia também as ovelhas e as árvores.
Há um episódio marcante em sua vida que deixou
muito evidente a relação especial que tinha com os
animais. Contam que São Francisco, ao passar pela
cidade de Gubbio, soube de histórias terríveis de um
lobo feroz que atacava e devorava pessoas nas estradas rurais, causando pânico e desespero entre os moradores que não saíam mais de casa.
São Francisco apiedou-se do animal, e foi desarmado em direção ao lobo; alguns mais valentes o seguiram à distância, pela floresta. Ao ver aproximar-se a
fera, fez o sinal da cruz e disse: “ Vem cá irmão lobo,
ordeno-te da parte de Cristo que não faças mal nem a
mim, nem a ninguém”. Dizem que o animal estendeu
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-se aos pés de Francisco, que continuou a conversar
com ele, explicando que não mais poderia continuar matando as outras criaturas de Deus; e fez a ele
a promessa de que, se seguisse a sua orientação, ele
convenceria os homens de Gubbio a alimentarem-no
diariamente, pois entendia que ele atacava inocentes
por estar faminto. São Francisco estendeu-lhe a mão
e o lobo estendeu-lhe a pata dianteira, para assombro
maior dos poucos que por ali ainda estavam!
Juntos, caminharam até a cidade, que já estava alertada e maravilhada com a novidade. Na praça central,
São Francisco fez então uma vigorosa intermediação
entre o animal e os homens da cidade, afirmando que
eles também cometiam atos de violência e crueldade. Assim, ficou selado um acordo entre as duas partes: o animal não atacaria ninguém e a população se
comprometeria a prover-lhe o alimento para pudesse
viver. Dessa forma, o lobo e passa a ser um cidadão
com livre trânsito na cidade. Contam que o lobo morreu depois de dois anos e foi sepultado dentro da igreja local, em homenagem ao santo.
A respeito do santo tratar todas as criaturas com afeto e respeitosa delicadeza, diz Maria Sticco: “Acontecia-lhe por isso o que não acontece a ninguém: sentindo-se amadas, as coisas o amavam. Não se sabe se era
Francisco quem abria a inteligência dos animais ou se
seriam eles que o entendiam e a ele somente, adivinhando-lhe por atração instintiva o amor e boa disposição do espírito para com eles. Amavam-no, dando-se a ele como visivelmente o haviam feito a lebre, o
faisão, o lobo, o falcão, os pássaros e como invisivel
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mente faziam as flores, as ervas, a água e o sol.”
Francisco viveu com sua comunidade, e suas premissas espirituais e morais o impediam de ter ou acumular bens, dinheiro, roupas; desapegado ao extremo,
em várias situações tirou o seu próprio manto e o deu
para alguém que estivesse com frio.
Amava profundamente a natureza em toda a sua extensão e complexidade, fosse uma abelha, uma minhoca, um pássaro, o fogo, a nuvem e a chuva; para
São Francisco todos eram irmãos, filhos de um só e
mesmo Pai.
A ideia holística de que natureza e criação estão intimamente inter-relacionados e integrados, ideia à qual
todos temos hoje fácil acesso, já era defendida por
São Francisco. Ele concebia uma íntima e apaixonada
comunhão com a natureza, e esta, para ele, era uma
expressão onipresente da divindade.
Leonardo Boff analisa essa “filiação divina”: “Somos
da casa de Deus, somos da sua família, somos filhos
de Deus. A mística da filiação nos leva a viver uma
dignidade fantástica. Os filhos juntos são irmãos e irmãs. Essa é a novidade espiritual de Francisco. Francisco não deduz isso racionalmente. Ele vive a filiação
como experiência, como uma comoção do coração.
Vive a experiência do irmão e universaliza essa experiência. Se todos vêm de Deus e todos são filhos de
Deus, todos são irmãos, o Sol, a Lua , as árvores, as
rochas”.
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Salvaguardando o contexto histórico, podemos pensar que São Francisco foi uma espécie de hyppie da
Idade Média. Era um ser livre, carismático, dotado de
valores humanitários sempre voltados para os pobres
e excluídos. Renunciou à riqueza da família, pregou
e viveu na mais absoluta simplicidade em comunidades com aqueles que o seguiam e partilhavam de sua
forma de pensar. Profundamente inspirado pelas palavras de Jesus, praticou e ensinou até o final de seus
dias a máxima cristã do amor ao próximo, fosse ele de
natureza humana, mineral, animal ou vegetal.
Ao final de sua vida já tinha mais de dois mil seguidores, mais ainda tinha dificuldade em aceitar que
precisaria ser criada uma instituição em seu nome;
apesar disso, foi criada a Ordem Terceira dos Franciscanos.
Francisco morreu em 1226 com 44 anos. Estava cego
e tinha dores terríveis no corpo. Pressentindo a chegada da “Irmã Morte”, pediu para ficar nu sobre a terra e, antes de morrer, em profundo êxtase, cantou o
Cântico das Criaturas (abaixo), também chamado por
muitos de Cântico do Irmão Sol.
Atualidade e legado de São Francisco
A figura de São Francisco permanece viva em sua dimensão simbólica ou arquetípica. A comovente história de sua vida e sua profunda identificação com as
palavras de Jesus Cristo mantém vivo, até os dias de
hoje, o verdadeiro espírito cristão.
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Francisco é um símbolo do homem cordial, que nos
inspira a prática da tolerância e da compaixão por
todas as formas de vida. Tudo e todos foram tocados
pela força de seu carisma e pela delicadeza de suas
palavras.
Ele é reverenciado como patrono da Itália e em 1987
foi proclamado por João Paulo II patrono da ecologia
e do meio ambiente. É festejado no dia 4 de outubro.
Com suas próprias mãos ele construiu a minúscula
Capela da Porciúncula, hoje no interior da grande
catedral de Santa Maria dos Anjos, em Assis; o contraponto entre a simplicidade da capela e a riqueza da
catedral traduzem a grandeza da alma e do espírito
de Francisco.
A ética e a mística franciscana são sinônimos de bondade, simplicidade, gentileza e fraternidade. Não
por acaso a importância de seu legado espiritual vem
crescendo. Ele vem ao encontro das demandas do
homem contemporâneo, cada vez mais distanciado
da natureza, em busca de uma felicidade equivocada
onde o “ter” é mais importante do que “ ser”. Se estivesse vivo, certamente poderia afirmar aos quatro
cantos do planeta que “menos é mais”!
Bibliografia:
Terapeutas do deserto: de Fílon de Alexandria a
Francisco de Assis e Graf Dürckheim, Jean-Yves Leloup e Leonardo Boff, Editora Vozes
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espiritualidade
São Francisco de Assis, Maria Sticco, Editora Vozes
*Tereza Kawall – Terapeuta de linha junguiana em
São Paulo, é responsável também pelo interessante
blog www.blissnow.com.br
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comportamento
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CHORAR FAZ BEM
As lágrimas libertam
o corpo e a alma
comportamento
Muitos se sentem melhor depois
de se desafogar com um pranto
liberatório. Não hesite em chorar
quando sentir necessidade. Reter as
lágrimas pode levar a várias doenças
S
Por: Equipe Oásis
im, o choro pode fazer muito bem.
Pode até evitar doenças e salvar
vidas. Segundo William Frey, bioquímico da Minnesota University
(USA), o pranto serve para expelir
substâncias tóxicas que surgem no
organismo quando se acumulam
tensões emocionais. Com efeito,
diferente das lágrimas que são geradas de modo natural, pela presença
de corpos estranhos na superfície
do globo ocular ou por irritações
e alergias, as lágrimas do pranto são ricas
de corticotropina e prolactina (hormônios
cujos níveis aumentam em estado de estresse) e de manganês (presente em altas concentrações no cérebro dos deprimidos.
Estudos psicológicos informam, por outro
lado, que 88% das pessoas se sentem melhor
depois de ter se desafogado com um choro
copioso e liberatório. Inclusive os homens o
fazem, embora apenas 7 vezes ao ano, contra
47 vezes para as mulheres.
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comportamento
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Clubes do choro
Os homens de negócios japoneses sabem muito bem que
chorar descarrega o estresse, e por isso lançaram a moda,
que já chegou na Europa, dos clubes de choro (crying
clubs): locais onde a gente vai com a finalidade de chorar em companhia de pessoas completamente desconhecidas. Muitos desses lugares oferecem inclusive alguma
ajuda aos que não têm as lágrimas fáceis: desde filmes
comoventes até pires com cebola cortada e pimenta.
Os seres humanos choram quando estão diante de uma
forte emoção. Alguns animais superiores também choram, mas não com a mesma frequência. Ou, melhor dizendo, não sabemos sempre com precisão se se tratam de
lágrimas emotivas.
O caso mais conhecido é o dos elefantes, comentado inclusive no famoso livro “Quando os elefantes choram”, de
Jeffrey Masson, no qual são analisados os sentimentos
de muitos animais. Em particular, os elefantes produzem
lágrimas quando entram em estado de estresse. Sempre
segundo Masson, também lacrimejam em caso de fortes emoções o gorila, o chimpanzé, os cavalos e os ursos.
Mas, apesar do velho ditado, os crocodilos não o fazem;
eles soltam lágrimas apenas como relação a um intenso
esforço.
Opinião diversa, no entanto, tem Michael Trimble, neurologista do National Hospital de Londres. No livro Why
humans like to cry (Por que os humanos gostam de chorar) indaga a respeito da origem das “lágrimas emotivas”. Segundo Trimble chorar é o traço distintivo que nos
oásis
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comportamento
torna diversos dos demais mamíferos, os quais possuem
outros para exprimir o próprio estado emotivo. Trimble
conta que no zoo de Munster (Alemanha), em 2008, a
gorila Gana perdeu um filhote de poucos meses. A mãe
passou horas sacudindo o pequeno corpo do filhote, desesperada, mas sem derramar lágrimas. Os únicos a chorar eram os visitantes do zoo.
Importantes para os olhos
Muitos animais produzem lágrimas por meras questões
fisiológicas. As lágrimas, com efeito, servem para manter
úmidos os olhos. Elas mantêm o equilíbrio osmótico do
bulbo ocular, removem as impurezas da córnea e contêm
substâncias bactericidas que afastam o risco de infecções. No que diz respeito ao homem, a confirmação de
que as lágrimas servem para aliviar o estresse vem do
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fato de que nesse líquido foram encontrados traços de
uma endorfina que é produzida no cérebro para aliviar a dor. As lágrimas emotivas possuem uma química
diversa daquelas que são naturalmente versadas para
manter os olhos úmidos. E servem sobretudo para se
comunicar – em nível inconsciente – com os outros.
Por que choramos de dor ou de felicidade?
Quando se experimenta uma forte emoção, o sistema
límbico do cérebro estimula o sistema nervoso central,
e este, por sua vez, aciona uma série de reações fisiológicas, entre quais os batimentos cardíacos.
Além disso, ocorrem alterações também no ritmo da
respiração e as glândulas lacrimais.. Colocadas acima
do arco superior do olho, as glândulas lacrimais produzem lágrimas. Quando choramos, o líquido “jorra” nos
ângulos dos olhos e escorre sobre a conjuntiva, a membrana que recobre a parte interna das pálpebras, para
terminar na cavidade nasal. A cada nova batida dos
cílios o olho se lubrifica. Desse modo evita-se a desidratação do bulbo e se facilita o afastamento da poeira.
As lágrimas também têm um poder desinfetante, pois
elas contêm glucose, cloreto de sódio, proteínas, ureia
e uma enzima bactericida, a lisozima.
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comportamento
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unesco
19 NOVOS TESOUROS
Do patrimônio da
humanidade
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unesco
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Da Sicília ao Japão, passando pela
Índia, Canadá e Namíbia, eles
compõem um elenco do que há
de melhor no mundo do ponto de
vista naturalístico e cultural. São
as novas maravilhas que acabam
de entrar na lista do Patrimônio da
Humanidade, da Unesco
R
Por: Equipe Oásis
sagísticos.
eunidos em Phnom Penh, no
Camboja, durante o seu 37º
Encontro Anual, os membros
do Comitê do Patrimônio, da
Unesco, avaliaram as características de alguns dos lugares
mais encantadores do mundo
e, ao final, aceitaram a entrada de 19 novos na lista do
Patrimônio da Humanidade.
14 deles são culturais e 5 pai-
A galeria abaixo os apresenta, um a um.
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unesco
1 Obra-prima da agricultura
Na foto, os terraços de arroz de Honghe Hani, na China, um ecossistema
que integra água de irrigação, campos cultivados e trechos de floresta na
província meridional de Yunan.
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unesco
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2 Rios, montanhas e vales verdes
As montanhas da cadeia de Xinjang Tianshan. Ela possui 2800 quilômetros
de cadeias montanhosas, com picos altos de cerca 4 mil metros cada um,
surgidos da colisão entre a placa tectônica indiana e a placa euroasiática.
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unesco
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3 O vulcão e a neve
O Monte Fuji, o cimo do Japão, com seus 3776 metros de altura. O
vulcão, cujo cume permanece nevado 10 meses ao ano, é considerado
uma montanha sagrada pelos seguidores da religião xintoísta.
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unesco
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4 Agadez, a Porta do Deserto
A foto mostra o centro histórico de Agadez, a mais importante cidade
tuaregue, no Níger, com a Grande Mesquita construída com barro.
oásis
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unesco
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5 Cherson, sobras de um passado glorioso
As ruínas da antiga cidade de Cherson, uma colônia grega que foi
conquistada pelos romanos e em seguida fez parte do Império Bizantino.
Situa-se na atual Criméia, e é hoje conhecida pelo nome de Sebastopol,
no atual território da Ucrânia
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unesco
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6 O último baluarte de defesa
As fortalezas sobre colinas do Rajastão, Índia: uma série de instalações
militares situados sobre os montes Aravallis, com a finalidade de defender
as cidades dos inimigos. Na foto, a fortaleza de Kumbhalgarh
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unesco
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7 Bergpark, entre a arte e a natureza
O Bergpark Wilhelmshöhe em Kassel, Alemanha. Construído sobre uma ampla
colina entre 1696 e 1806, esse parque é a maior área verde sobre colina de toda
a Europa. É conhecido sobretudo pelo monumento a Hércules e as cascatas de
pedra criadas pelo arquiteto italiano Giovanni Francesco Guerniero.
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unesco
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8 Vulcão Etna, orgulho italiano
O maior vulcão – e também o mais irrequieto – da Europa acaba de
entrar na lista do Patrimônio Mundial Natural. Suas erupções são
cada vez mais espetaculares e frequentes: cerca de 35 ao ano.
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unesco
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9 Coimbra, templo do saber
A Universidade de Coimbra, em Portugal é uma das mais antigas instituições
do gênero na Europa. Sua construção foi completada em 1290. Possui hoje
cerca de 22 mil estudantes e é um importante centro internacional de pesquisa,
sempre em funcionamento.
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10 Altar, um deserto habitado
A Reserva da Biosfera de El Pinacate, junto ao Grande Deserto de Altar, entre o
México e o Arizona: como na maioria das demais reservas da biosfera ao redor
do mundo, essa área também é muito rica de biodiversidade. Hospeda centenas
de espécies vegetais e animais, muitas delas ameaçadas de extinção.
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11 Fortaleza Zubarah, antes que o petróleo jorrasse
O sírio arqueológico de Al Zubarah, no Qatar, é uma cidade fortificada e hoje deserta situada a 100 quilômetros
da capital do emirado, Doha. Essas ruínas representam um testemunho excepcional da organização espacial
das cidades do Golfo Pérsico entre os séculos 18 e 19, antes do advento na região das atividades de exploração
petrolífera. No passado essa cidade se dedicava à pesca, ao comércio de pérolas e Às atividades portuárias.
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12 A mais bela flor de Teerã
O Palácio Golestan, em Teerã, é o palácio real da dinastia Safávida
que abarca um período compreendido entre os séculos 16 e 17.
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13 Montanhas do Pamir, no Tajiquistão
As montanhas do Pamir, no Tajiquistão: no passado a região era atravessada pela Rota da Seda e graças a ela viveu séculos de grande prosperidade.
Muito pouco povoada, abriga muitos lagos e alguns glaciares.
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14 Villa Caffagiolo, esplendor na Toscana
As “ville medicee”, casas de campo – mas também palácios periféricos – da
família Médici, na Toscana, guardam a memória do fausto daquele período
histórico italiano. Na foto, a Villa Cafaggiolo, no município de Barberino
del Mugello, propriedade da família Médici desde o ano 1300.
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15 Namib-Naukluft, o mar de dunas
O parque nacional de Namib-Naukluft, no deserto da Namíbia, uma extensão de dunas de cerca 50 mil quilômetros quadrados (quase a área da
Suíça). A cor alaranjada intensa das dunas dessa área natural protegida
deve-se à oxidação das partículas de ferro presentes na areia.
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16 Tservkas, lugares de culto
As 16 igrejas de madeira, conhecidas como tservkas, estão distribuídas entre
a Polônia e a Ucrânia. Foram edificadas entre os séculos 16 e 19, pelas
comunidades religiosas ortodoxas e greco-católicas do leste da Europa.
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17 Red Bay, o pesadelo das baleias
A antiga estação baleeira de Red Bay, situada no Estreito de Belle Isle, no Canadá
Oriental. O sítio remonta ao século 16, e compreende restos arqueológicos submersos
de antigos barcos, sobretudo espanhóis, e testemunhos da atividade de produção e
conservação de óleo de baleia destinado aos mercados europeus.
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18 Levuka, um pedaço da história no meio do mar
Levuka, uma cidadezinha no arquipélago de Fiji, a capital do país.
Trata-se do primeiro sítio das ilhas Fiji a entrar na lista do Patrimônio
Mundial da Humanidade.
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19 Kaesong, fortaleza coreana
Os restos de uma fortaleza que, há tempos, cercava Kaesong, a antiga
capital da dinastia Koryo (918-1392) na Coreia do Norte. A cidade se localiza
na fronteira com a Coreia do Sul e abriga um distrito industrial que no
momento se encontra fechado devido às hostilidades entre os dois países.
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O VIOLINO E A
NOITE ESCURA
DA ALMA
A música foi capaz
de salvar uma
jovem violinista
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Na sua busca por ser uma violinista
mundialmente famosa, Ji-Hae
Park caiu em depressão severa.
Somente a música foi capaz de
reerguê-la, mostrando a ela que seu
objetivo não precisava ser tocar em
salões pomposos, mas sim trazer a
maravilha da sua arte para o maior
número possível de pessoas
A
Vídeo: TED – Ideas Worth Spreading
Tradução para o português: Gustavo Rocha.
Revisão: Leonardo Silva
violinista coreana/americana JiHae Park leva a alegria da música
para aqueles que, sem ela, teriam
pouca chance de ouvi-la. Seu talento e técnica excepcionais permitem que ela toque desde os
clássicos mais difíceis até o rockand-roll mais pesado.
Ji-Hae Park trabalhava arduamente em busca do estrelato como violinista
quando, subitamente, uma forte depressão
a obrigou a parar. Perguntas insistentes
começaram a aflorar em sua mente: Por que,
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afinal, queria ser a melhor violinista do mundo? Para além da música, haveria na vida
alguma coisa ainda mais importante?
As respostas pouco a pouco foram surgindo,
à medida que ela passou a pensar de modo
diferente a respeito de como “tocar” sua
vida. Hoje, ao mesmo tempo em que toca nas
mais prestigiosas salas de concerto do mundo, vence prêmios e grava álbuns que logo se
transformam em campeões de venda, como
“Baroque in Rock” (O Barroco no Rock), ela
encontra tempo e disposição para tocar em
hospitais, igrejas, prisões e em todos os lugares onde percebe existir a possibilidade de
atingir as pessoas com sua música.
Tradução integral da palestra e show de Ji-Hae Park
oásis
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Tradução integral da palestra e show de Ji-Hae Park
“Olá, pessoal.
Ban-gap-seum-ni-da.
Gostaria de compartilhar com vocês um pouco de mim
mesma tocando minha vida.
Posso parecer bem-sucedida e feliz aqui na frente de vocês hoje, mas eu já sofri de depressão severa e estive em
total desespero. O violino, que significava tudo para mim,
se tornou um sério fardo pesando sobre mim. Embora
muita gente tenha tentado me consolar e me encorajar,
suas palavras soavam como ruído sem sentido. Quando eu
estava prestes a desistir de tudo depois de anos de sofrimento, comecei a redescobrir o verdadeiro poder da música.
(Música)
Em meio às dificuldades, foi a música que me deu e restaurou minha alma. O conforto que a música me deu era
simplesmente indescritível, e era uma experiência esclarecedora para mim também, e mudou totalmente minha
perspectiva da vida e me libertou da pressão de me tornar
uma violinista famosa.
Vocês se sentem como se estivessem sozinhos? Espero
que essa canção toque e cure o coração de vocês, como fez
comigo.
(Música)
(Aplausos)
Obrigada.
Agora, eu uso minha música para alcançar o coração das
pessoas e descobri que não há limites para isso. Meu público é qualquer um que tenha o coração para escutar,
mesmo aqueles que não conhecem muito bem música
clássica. Eu não toco somente nos prestigiosos salões de
concerto como o Carnegie Hall e o Kennedy Center, mas
também em hospitais, igrejas, prisões, e instalações resoásis
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tritas para leprosos, só para citar alguns.
Bem, com este último trecho, gostaria de mostrá-los
que música clássica pode ser muito divertida, empolgante, e que ela pode te impressionar. Deixem-me apresentar-lhes meu novo projeto, “Barroco no
Rock”, que se tornou disco de ouro recentemente. É
uma grande honra para mim.
Eu penso que, enquanto estou curtindo minha vida
como musicista feliz, estou recebendo muito mais
reconhecimento do que jamais imaginei. Mas agora
é a vez de vocês. Mudar suas perspectivas vai não
somente transformá-los, mas também todo o mundo. Apenas toque sua vida com tudo que você tem, e
compartilhe com o mundo. Estou muito ansiosa para
ver um mundo transformado por vocês, pessoal do
TED. Toquem suas vidas, e se mantenham antenados.
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FRANCISCO, O SANTO DO NOvO PAPA