Descolonização da Ásia e da África
• Processo de emancipação política afroasiática
ocorrido no século XX, após a Segunda Guerra
Mundial.
• Após a Segunda Guerra Mundial, os países europeus
estavam
arrasados
física,
política
e
economicamente. A reconstrução da Europa estava
na ordem do dia.
• No decurso da descolonização, ideologias políticas
como o nacionalismo e o socialismo foram
ressignificadas e usadas contra os europeus.
• A divisão política dos países africanos e asiáticos foi
feita pelos europeus quando da dominação colonial
no século XIX. E foi justamente isso que facilitou a
construção de ideias nacionalistas, que no momento
de luta anticolonial soou mais alto do que as
divisões étnicas existentes antes da ocupação
colonial.
• Não poderia ser diferente, até porque as divisões
étnicas, bem como as estruturas de poder criadas
pelos povos que lá viviam antes da invasão
europeia, foram destruídas. Diante disso, os povos
colonizados tiveram de se reorganizar com o que
tinham. O colonialismo não é um parênteses.
• Entretanto, as antigas divisões étnicas causaram
muitos problemas durante e sobretudo após a criação
dos jovens estados-nacionais africanos. As guerras
que achacaram (e ainda continuam a achacar) o
continente africano são consequência direta disso.
• Ideologias criadas contra a exploração proletária na
Europa, como o pensamento de Marx e Engels,
passaram a ser usadas contra a exploração
imperialista.
• A descolonização foi influenciada pelo contexto da
Guerra Fria. EUA e URSS precisavam de novas áreas
de influência, e a situação política mundial foi
perfeita para o avanço sobre os continentes em
questão.
Karl Marx (*05/05/1818 +14/03/1883)
Friedrich Engels (*28/11/1820 +05/08/1895)
• As potências europeias saíram de cena no campo
político, mas as empresas transnacionais
continuaram lá controlando setores centrais das
economias dos países africanos e também
financiando ditaduras.
• O continente africano é muito rico em petróleo e
minérios. Dos 48 elementos químicos essenciais
para a indústria, 38 só podem ser encontrados lá.
• Isso significa que o continente africano não pode
se desenvolver. Pois se isso acontecesse, as
potências mundiais cairiam.
• O pontapé inicial aconteceu em 1947, com a
independência da Índia. Através de protestos
pacíficos e atos de desobediência civil, o grupo
liderado por Mohandas Karamchand Gandhi
conseguiu libertar a Índia da dominação britânica
em 1947.
• Ele ficou conhecido mundialmente pelo nome de
Mahatma Gandhi (Mahatma = A Grande Alma).
• No dia 30 de janeiro de 1948, ele foi assassinado.
Em homenagem a ele, um grupo de estivadores do
porto de Salvador criou um bloco carnavalesco para
divulgar e pedir paz batizado de Afoxé Filhos de
Gandhi, fundado no dia 18/02/1949.
Mahatma Gandhi (*02/10/1869 + 30/01/1948)
• Após a independência, a Índia foi dividida em quatro
estados tendo em vista as divisões religiosas:
Paquistão (muçulmano), o Estado da Índia
(hinduísta), o Ceilão e a Birmânia, atual Mianmar, de
religião budista.
• A China libertou-se do imperialismo ocidental e 1949,
após a revolução comunista liderada pelo Partido
Comunista Chinês, liderado por Mao Tsé-tung.
Criação da República Popular da China.
• Chiang Kai-shek, líder do Partido Nacionalista,
derrotado, raspou os cofres públicos e se refugiou em
Formosa (atual Taiwan), ilha sob domínio britânico.
Criação da República Nacionalista da China.
Mao Tsé-tung (*29/12/1893 +09/09/1976)
Chiang Kai-shek (*31/10/1887 +05/04/1975)
• Em 1945, foi a vez da Indonésia, no sudeste
asiático, proclamar sua independência. O
reconhecimento da Holanda só veio em 1949, por
pressão dos EUA.
• A Indochina obteve a libertação em 1954, após a
derrota das tropas francesas pelos guerrilheiros
vietcongs liderados por Ho Chi Minh.
• Após a independência, a Indochina foi dividida em
Vietnã do Norte (comunista) e Vietnã do Sul
(capitalista). A tentativa de unificação desagradou
os EUA, que deram início à Guerra do Vietnã
contra os vietcongs do norte.
Ho Chi Minh (*19/05/1890 +02/09/1969)
• A guerra só acabou em 1975, com a saída das
tropas estadunidenses (mais de 550 mil soldados
foram enviados para lá) após uma série de
derrotas humilhantes impostas pelos vietcongs.
• Além da ação dos vietcongs, a derrota se deveu
também a pressões internas da população dos
Estados Unidos contra a guerra. Vale dizer que,
nas décadas de 1960 e 1970, os EUA estavam
explodindo por conta da luta pelos direitos civis.
• No continente africano, o primeiro país a
libertar-se foi Gana, em 1957. A independência
foi liderada por Kwame Nkrumah.
• A partir do ano seguinte, vieram reações em
cadeia. O ano de 1960, por exemplo, aconteceu
uma avalanche de independências: mais de
quinze países se livraram da dominação
colonial. (Benin, Burkina Faso, Camarões,
Chade, República Democrática do Congo,
República do Congo, Gabão, Gâmbia,
Madagascar, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria,
Senegal, Somália, Togo).
• Alguns países conquistaram a independência
pacificamente. Outros, após longos anos de
guerra contra as potências colonizadoras.
• Na Argélia, por exemplo, a luta veio com uma
guerra sangrenta de oito anos. Findada em
1962.
• O mais famoso combatente do exército de
libertação argelino foi o médico psiquiatra
martinicano Frantz Fanon.
• A independência não significou o fim da
influência dos países europeus na África.
• As estruturas burocrático-administrativas foram
retiradas, mas as transnacionais permaneceram
lá controlando setores-chave da economia dos
jovens países africanos.
• É assim até hoje. Todos os líderes que se
recusaram a rezar pela cartilha do grande
capital europeu foram depostos e/ou
assassinados.
Patrice Lumumba (Congo, assassinado em
17/01/1961)
Mobutu Sese Seko Nkuku Ngbendu wa Za Banga
Eduardo Mondlane (Moçambique,
assassinado em 03/02/1969)
Amílcar Cabral (Guiné-Bissau, assassinado
em 20/01/1973)
Thomas Sankara (Burkina Faso, assassinado em
15/10/1987)
Blaise Compaoré
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