Julgamento sobre o desaparecimento de Eliza Samudio começa hoje - Portal de Paulínia
Escrito por Portal de Paulinia
Seg, 19 de Novembro de 2012 07:57
{jathumbnail off}Nesta segunda-feira (19) começou o julgamento de cinco acusados, entre eles
o ex-goleiro do Flamengo Bruno, pelo desaparecimento de Eliza Samudio, ocorrido em 2010,
no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte).
A falta de um corpo que comprove a morte da vítima deve ser a principal arma a ser
empregada pela defesa. O desaparecimento de Eliza provavelmente teria entrado para a
crônica policial como mais um caso anônimo, sem solução.
Desde que o nome de Bruno emergiu como o principal suspeito pelo sumiço de Eliza, foi
desfraldado um enredo, ainda inacabado, repleto de reviravoltas, declarações polêmicas,
versões fantasiosas, pistas falsas e até morte que ainda provoca perguntas, por enquanto, sem
respostas.
Com o julgamento, Bruno e quatro réus presenciam versões do caso, e de fatos a ele
relacionados, narradas por advogados e testemunhas. Ao cabo de duas semanas, tempo
previsto para terminarem os trabalhos de defesa e acusação, sete jurados definem se os cinco
réus são culpados ou inocentes.
O caso
Eliza Silva Samudio tinha 25 anos em junho de 2010 quando, segundo relatos de amigos, saiu
do Rio de Janeiro, onde morava, e foi para Esmeraldas, na região metropolitana de Belo
Horizonte, onde conversaria com o goleiro Bruno, pai de seu filho, então um bebê de apenas
quatro meses de idade. Bruno mantinha um sítio na cidade mineira, onde costumava
descansar e reunir amigos.
Amigos contam que o relacionamento entre os dois havia “azedado” logo que Eliza soube estar
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grávida. Eles relatam que Bruno e Eliza brigavam muito, e o goleiro a teria agredido e obrigado
a tomar remédios abortivos quando comunicado sobre a gravidez.
A pedido dele, Eliza teria ido ao sítio para conversar e, talvez, chegar a um acordo com o
goleiro sobre a paternidade do filho. Foi e não voltou, dizem. Conforme a investigação, cerca
de três semanas após Eliza ter sido levada para Minas, um telefonema anônimo para o Disque
Denúncia informou que ela havia sido agredida e morta no sítio do goleiro em Esmeraldas.
Imediatamente a polícia conseguiu um mandado de busca e apreensão e seguiu para o sítio,
onde fez buscas e, lá, encontrou roupas de mulher, fraldas e objetos de criança.
Mas foi no Rio de Janeiro que o caso “explodiu”, no início de julho, quando a polícia encontrou,
na casa do goleiro, localizada em um condomínio fechado no Recreio dos Bandeirantes, um
adolescente de 17 anos , primo do goleiro, que afirmou ter participado do sequestro de Eliza.
Segundo depoimento do menor, ele e Luiz Henrique Romão, o “Macarrão”, levaram Eliza e o
bebê para o sítio em Esmeraldas.
Em seguida, de acordo com o adolescente, ela foi levada a Vespasiano, para a casa do
ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", acusado de ser o executor do crime. Lá,
Eliza foi amarrada, estrangulada e esquartejada, e partes do corpo foram jogadas a cães da
raça rottweiler, que as comeram. O bebê não estava junto, havia ficado 40 km para trás, no
sítio em Esmeraldas, sob os cuidados da mulher de Bruno, Dayanne Souza.
No dia seguinte ao depoimento do menor, a Justiça de Minas Gerais pediu a prisão preventiva
de Bruno e mais oito pessoas, todas suspeitas de participarem direta ou indiretamente do
crime: Bruno, Macarrão, Bola, Dayanne, Fernanda Castro (amante de Bruno), Elenilson
Vítor da Silva
(caseiro do sítio),
Flávio Caetano de Araújo
(amigo),
Wemerson Marques de Souza
(amigo) e
Sérgio Rosa Salles
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(primo de Bruno).
Os cinco primeiros começam a ser julgados hoje. Dos demais, um foi assassinado (Sérgio), um
não foi pronunciado por falta de provas (Flávio) e dois serão julgados em data a ser definida.
O menor que contou tudo à polícia hoje é maior. Jorge Rosa foi condenado pelo juiz da Vara da
Infância e Juventude de Contagem a cumprir medida socioeducativa por envolvimento no caso.
As informações de Rosa serviram de base para as investigações da polícia. Porém, após
apontar Bruno, Bola e Macarrão como os autores do crime, ele voltou atrás e negou a versão.
Desde as prisões, novos fatos surgiram, ora ajudando, ora embaralhando as investigações do
que pode ter acontecido com Eliza em Minas Gerais. Dezenas de testemunhas foram ouvidas,
delegadas foram afastadas do caso, acusados disseram ter sido agredidos ou passaram mal
na prisão, e peritos chegaram a desqualificar provas colhidas durante o inquérito.
Um dos réus, Sérgio Salles aguardava o júri em liberdade e foi assassinado quando ia para o
trabalho, em Minas Gerais.
Pivô involuntário do desaparecimento da mãe, o filho de Eliza e Bruno tem atualmente dois
anos e oito meses e vive em Mato Grosso do Sul com a avó materna, que ganhou na Justiça o
direito de criá-lo, depois de uma pendenga judicial com o avô, que também queria o menino.
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