Crime Rapaz de Minaçu é assassinado a facada em bar de Barro Alto Euclides Oliveira Barro Alto/Minaçu Seis meses após deixar a residência onde morava com a família, na Vila União, em Minaçu, para fugir do desemprego e buscar dias melhores, o motorista Ralster Manoel da Silva, de 24 anos, foi assassinado com uma facada no abdômen, por volta das 00h50 do sábado (15), num bar do Bairro Extrema, em Barro Alto. De acordo com a ocorrência elaborada pelo sargento Demacena e pelo soldado Gilmar, lotados no 23º Batalhão da Polícia Militar (PM) da cidade, o homicídio teria sido cometido por Manoel Gabriel da Silva, de 44 anos, morador no Assentamento Santiago, em Santa Rita do Novo Destino, município vizinho a Barro Alto. Segundo informações da PM, Manoel teve um relacionamento amoroso com Enilva Pereira da Silva, de 41 anos, moradora no Centro de Barro Alto. Ela estava com Ralster e um grupo de amigos dele no bar. Relacionada no B.O. como testemunha do crime, Enilva disse à PM que não sabe porque Manoel resolveu matar Ralster, mas tudo leva a crer que o crime tenha sido cometido por ciúme. Num dado momento, de acordo com o relato do sargento Demacena, Manoel segurou o braço de Enilva e a chamou para conversar. Logo depois, Ralster foi golpeado com uma peixeira. Socorrido ao Hospital Municipal de Barro Alto, o rapaz de Minaçu não resistiu a gravidade dos ferimentos e morreu, algum tempo depois. O enterro de Ralster ocorreu na manhã de segunda-feira (17), em Minaçu, no cemitério local, localizado na Avenida Araguaia, no Setor Marajoara. “Quero Justiça pela morte do meu filho. Não vou deixar isso ficar de graça”, afirmou a mãe de Ralster, Maria da Piedade Souza Silva, de 43 anos, que abordou a reportagem do Diário do Norte no início da tarde de sexta-feira (21), num estabelecimento comercial em Barro Alto, para onde voltou depois do enterro na tentativa de resolver pendências burocráticas com a empresa onde o rapaz trabalhava, como o custeio das despesas com o seu sepultamento. Desesperada, impossibilitada de trabalhar e chorando muito, Maria relatou a dor que estava sentindo com a morte do mais velho de seus três filhos; e se queixou da suposta lentidão das investigações das polícias de Barro Alto e de Goianésia, sob a responsabilidade do delegado Germano César de Castro Mello, que ainda não têm pistas do paradeiro do assassino. “Meu filho morreu de forma inocente, para salvar um amigo”, disse a mãe. Ralster ganhava R$ 800 por mês em Barro Alto, distante 260 quilômetros de Minaçu, para trabalhar como motorista de uma transportadora. Todo mês, ele depositava alguma quantia na conta da mãe, para auxiliar Maria da Piedade em suas despesas. Esse foi o terceiro homicídio ocorrido neste ano em Barro Alto, mas foi o primeiro caso envolvendo trabalhadores de outras cidades que chegam ao município animados com as perspectivas oferecidas pela mineradora Anglo American. A multinacional, que também tem sede em Niquelândia, está investindo R$ 2,3 bilhões na implantação de uma planta de ferroníquel em Barro Alto.