Questão 13 Questão 14 Após a tomada e o saque de Roma pelos visigodos, em 410, pagãos e cristãos interrogaram-se sobre as causas do acontecimento. Para os pagãos, a resposta era clara: foram os maus princípios cristãos, o abandono da religião de Roma, que provocaram o desastre e o declínio que se lhe seguiram. Do lado cristão, a queda de Roma era explicada pela comparação entre os bárbaros virtuosos e os romanos decadentes: dissolutos, preguiçosos, sendo a luxúria a origem de todos os seus pecados. Os motivos que levaram Colombo a empreender a sua viagem evidenciam a complexidade da personagem. A principal força que o moveu nada tinha de moderna: tratava-se de um projeto religioso, dissimulado pelo tema do ouro. O grande motivo de Colombo era defender a religião cristã em todas as partes do mundo. Graças às suas viagens, ele esperava obter fundos para financiar uma nova cruzada. (Adaptado de Jacques Le Goff, “Decadência”, em História e Memória. Campinas, Ed. da Unicamp, 1990, p. 382-385.) a) Identifique no texto duas visões opostas sobre a queda de Roma. b) Entre o surgimento do cristianismo e a queda de Roma, que mudanças ocorreram na relação do Império Romano com a religião cristã? Resposta a) Segundo o texto, as visões opostas sobre a queda de Roma são dos pagãos e dos cristãos. Para os pagãos foram os maus princípios cristãos e o abandono da religião de Roma que provocaram o desastre e o declínio. Para os cristãos "a queda de Roma era explicada pela comparação entre os bárbaros virtuosos e os romanos decadentes: dissolutos, preguiçosos, sendo a luxúria a origem de todos os seus pecados". b) No início, os seguidores da doutrina cristã foram perseguidos, pois, entre outros aspectos, recusavam-se a adorar as divindades da religião romana, apesar das perseguições. O imperador Constantino converte-se ao cristianismo e o Edito de Milão (313) concede liberdade de culto aos cristãos. Em 395, sob o imperador Teodósio, o cristianismo torna-se a religião do Império Romano. Portanto o cristianismo foi inicialmente perseguido, algum tempo depois tolerado e finalmente tornou-se a religião oficial do império. (Adaptado de Tzvetan Todorov, “Viajantes e Indígenas”, em Eugenio Garin. O Homem Renascentista. Lisboa: Editorial Presença, 1991, p. 233.) a) Segundo o texto, quais foram os objetivos da viagem de Colombo? b) O que foram as cruzadas na Idade Média? Resposta a) Segundo o texto, Colombo tinha como propósito central em sua viagem "um projeto religioso, dissimulado pelo tema do ouro". Buscava, ainda, reunir recursos para "uma nova cruzada" e assim expandir a fé católica. Baseando-se em obras de Ptolomeu, Marco Polo e Paolo Toscanelli, Cristóvão Colombo pretendia alcançar as ricas terras do Oriente, navegando para o poente (Ocidente). Obteve auxílio dos reis católicos da Espanha (Fernando e Isabel) e em 12 de outubro de 1492 chegou à ilha de Guanahani (Bahamas), que chamou de San Salvador. b) Chamam-se Cruzadas as expedições militares empreendidas pelos cristãos da Europa Ocidental entre os séculos XI e XIII, com a finalidade de resgatar Jerusalém e o Santo Sepulcro, em poder dos turcos. Entre os participantes havia elementos com perspectivas de ganho comercial, o que conferiu às Cruzadas também um caráter econômico. Fala- se, ainda, nas Cruzadas Ocidentais, ou Guerra da Reconquista, que resultou na expulsão dos muçulmanos da península Ibérica. Em 1208, o papa Inocêncio III pregou uma Cruzada contra os albigenses, também chamados de cátaros, extremamente violenta, que implicou o extermínio físico de populações inteiras. história 2 comércio de especiarias da Índia, comércio com as colônias portuguesas na costa da África e contrabando com a colônia do Brasil. Questão 15 A base da teologia de Martinho Lutero reside na idéia da completa indignidade do homem, cujas vontades estão sempre escravizadas ao pecado. A vontade de Deus permanece sempre eterna e insondável e o homem jamais pode esperar salvar-se por seus próprios esforços. Para Lutero, alguns homens estão predestinados à salvação e outros à condenação eterna. O essencial de sua doutrina é que a salvação se dá pela fé na justiça, graça e misericórdia divinas. (Adaptado de Quentin Skinner, As fundações do pensamento político moderno. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 288-290.) a) Segundo o texto, quais eram as idéias de Lutero sobre a salvação? b) Quais foram as reações da Igreja Católica à Reforma Protestante? Resposta a) A salvação da alma do fiel, para Martinho Lutero (1483-1546), segundo o texto, estaria estritamente vinculada à vontade divina, cabendo ao homem apenas a esperança de se salvar a partir de sua fé. Tais ideias podem ser observadas nos excertos "A vontade de Deus permanece sempre eterna e insondável" e "a salvação se dá pela fé na justiça, graça e misericórdia divinas". b) A Igreja Católica reagiu à Reforma Protestante por meio de uma série de medidas que se tornaram conhecidas como Contrarreforma ou Reforma Católica, cujos pilares foram: a aprovação dos estatutos da Companhia de Jesus (1540), a reorganização da Inquisição (o Tribunal do Santo Ofício, 1542), a criação do Index Librorum Prohibitorum (índice de livros proibidos, 1559) e a reunião do Concílio de Trento (1545). Questão 16 A união de Espanha e Portugal, em 1580, trouxe vantagens para ambos os lados. Portugal era tratado pelos monarcas espanhóis não como uma conquista, mas como um outro reino. Os mercados, as frotas e a prata espanhóis revelaram-se atraentes para a nobreza e para os mercadores portugueses. A Espanha beneficiou-se da aquisição de um porto atlântico de grande importância, acesso ao (Adaptado de Stuart B. Schwartz. Da América Portuguesa ao Brasil. Lisboa: Difel, 2003, p. 188-189.) a) Segundo o texto, quais foram os benefícios da união ibérica para Portugal e para a Espanha? b) No contexto da União Ibérica, o que foi o sebastianismo? Resposta a) Segundo o texto, para Portugal "Os mercados, as frotas e a prata espanhóis revelaram-se atraentes para a nobreza e para os mercadores portugueses. A Espanha beneficiou-se da aquisição de um porto atlântico de grande importância, acesso ao comércio de especiarias da Índia, comércio com as colônias portuguesas na costa da África e contrabando com a colônia do Brasil". b) O último monarca da Dinastia de Avis, D. Sebastião, aventurou-se na África a lutar contra os infiéis e pereceu na batalha de Alcácer-Quibir, no Marrocos (1578). Em seguida ao seu desaparecimento, abre-se uma grave crise dinástica e sucessória, pois o monarca não deixara herdeiro. Abre-se uma disputa entre possíveis pretendentes à sucessão do trono, vencendo o neto pelo lado materno de D. Manuel, o rei Felipe II da Espanha. Inicia-se o período que ficou conhecido como Domínio Espanhol ou União Ibérica (1580-1640), no qual Portugal perde sua independência política. Face à crise e decadência que se segue sob o Domínio Espanhol, emerge um mito segundo o qual D. Sebastião não morrera e voltaria para "salvar" Portugal, restituindo a dignidade do país e da Monarquia. Esse mito na crença na volta de D. Sebastião ficou conhecido como sebastianismo e chegou a se estender pelo Império Colonial, ecoando no Brasil, por exemplo, até a época da República, quando Antônio Conselheiro, líder messiânico, pregava a volta de D. Sebastião, que iria salvar o Brasil, restaurando a Monarquia e destruindo a República, identificada como "anticristo". Assim, o sebastianismo passou a integrar o repertório dos mitos salvacionistas. Questão 17 No quadro das revoltas ocorridas em Minas Gerais na primeira metade do século XVIII – entre 1707 e 1736 –, verificamos, em algumas delas, elementos de marcante originalidade, por contestarem abertamente os direitos do história 3 Rei e envolverem participação ativa de segmentos procedentes dos estratos sociais inferiores. (Adaptado de Luciano Raposo de Almeida Figueiredo, “O Império em apuros: notas para o estudo das relações ultramarinas no Império Português, séculos XVII e XVIII”, em Júnia Furtado (org.). Diálogos oceânicos: Minas Gerais e as novas abordagens para uma história do Império Ultramarino Português. Belo Horizonte: UFMG, 2001, p. 236.) a) Segundo o texto, quais eram as características originais apresentadas por algumas revoltas ocorridas na primeira metade do século XVIII? b) Dê duas características da Inconfidência Mineira que a diferenciam das revoltas ocorridas na primeira metade do século XVIII. Resposta a) Segundo o texto, como características originais algumas revoltas contestaram "abertamente os direitos do Rei" e envolveram a "participação ativa de segmentos procedentes dos estratos sociais inferiores". b) Diferentemente das rebeliões ocorridas na primeira metade do século XVIII, a Conjuração Mineira foi um movimento emancipacionista, relacionado ao exemplo da independência dos Estados Unidos (1776), a decadência da economia mineradora e nitidamente republicana, sendo que se afirma que alguns dos conspiradores pretendiam abolir a escravidão. Questão 18 No ano de 1808, entrou em vigor a proibição do tráfico negreiro, tanto nos Estados Unidos como no Império Britânico. No caso do Império Britânico, a proibição teria maior impacto em escala mundial. Enquanto isto, no Império Português, o porto do Rio de Janeiro continuaria a comprar escravos da zona congo-angolana em quantidade cada vez maior. (Adaptado de João Paulo Pimenta & Andréa Slemian, A corte e o mundo. Uma história do ano em que a família real portuguesa chegou ao Brasil. São Paulo: Alameda, 2008, p. 82-83.) a) Segundo o texto, quais as mudanças relativas ao tráfico negreiro ocorridas em 1808? b) Quais eram os interesses do Império Britânico na proibição do tráfico negreiro na primeira metade do século XIX? Resposta a) Segundo o texto, "entrou em vigor a proibição do tráfico negreiro, tanto nos Estados Unidos como no Império Britânico". b) Não existe unanimidade entre os especialistas sobre a razões que teriam motivado o Império Britânico proibir o tráfico de escravos na primeira metade do século XIX. Existem aqueles que dão importância aos motivos humanitários – a escravidão e o tráfico de escravos eram condenáveis do ponto de vista moral e religioso. Outra explicação associa-se à ideia de que a Inglaterra encontra-se em plena Revolução Industrial. Nessa perspectiva, o combate ao tráfico e à própria escravidão teria como motivo subjacente ampliar mercados consumidores para os manufaturados britânicos, ou seja, a perspectiva de um ex-escravo tornar-se um assalariado faria o mesmo vir a ser um consumidor de produtos britânicos. Há ainda uma outra versão que chama a atenção para o fato de que as colônias britânicas produtoras de açúcar, especialmente no Caribe, não teriam condições de competir em condições de igualdade com outras áreas onde persistisse o tráfico de escravos e a escravidão, daí então decorria o interesse britânico em combater o tráfico e a escravidão em escala internacional. Provavelmente cada uma das explicações, à sua maneira, pode ter contribuído no combate ao tráfico e à própria escravidão em épocas diferenciadas e graus variados de importância. Questão 19 O progresso econômico no Brasil da segunda metade do século XIX acarretou profundo desequilíbrio entre poder econômico e poder político. Na década de 1880, o sistema político concebido a partir de 1822 parecia pouco satisfatório aos setores novos. O Partido Republicano recrutou adeptos nesses grupos sociais insatisfeitos. (Adaptado de Emília Viotti da Costa, Da monarquia à república: momentos decisivos. São Paulo: Editorial Grijalbo, 1977, p. 15-16.) a) Dê duas características do sistema político brasileiro concebido em 1822. b) Quais as transformações ocorridas no Brasil da segunda metade do século XIX que levaram ao desequilíbrio entre poder econômico e poder político? história 4 Resposta a) O sistema político adotado pelo Brasil quando de sua independência em 1822 foi a monarquia, cujas características foram definidas na Constituição outorgada em 1824, dentre as quais podemos citar: o voto censitário e masculino, as eleições indiretas, a concentração de dois poderes nas mãos do imperador – o Executivo e o Moderador – e o Estado unitário. b) No século XIX intensificou-se o plantio do café na região do Vale do Paraíba e do Oeste Paulista, dada sua grande valorização no mercado internacional, tornando-o o principal produto de exportação brasileiro e criando uma nova elite econômica. Apesar de propostas de reforma, o regime monárquico centralizado mostrou-se pouco permeável a essas novas elites. Assim, a monarquia foi identificada à centralização, e a república à descentralização. A nova elite adere à causa republicana como uma forma de influenciar e fazer do Estado um instrumento de seus interesses. Questão 20 Nos Estados Unidos da década de 1870, o projeto político sulista de excluir os negros venceu. Os Republicanos Radicais ficaram isolados em sua defesa dos negros e tiveram que enfrentar a oposição violenta do terrorismo branco no sul. A Ku Klux Klan, formada por veteranos do exército confederado, virou uma organização de terroristas, perseguindo os negros e seus aliados com incêndios, surras e linchamentos. A depressão de 1873 apressou o declínio dos Republicanos Radicais, que sentiram a falta do apoio financeiro dos bancos. Para o público, a corrupção tolerada pelos Republicanos Radicais agora parecia um desperdício inaceitável. (Adaptado de Peter Louis Eisenberg, Guerra Civil Americana. São Paulo: Brasiliense, 1982, p. 102-105.) a) De acordo com o texto, aponte dois fatores que levaram à vitória do projeto de exclusão dos negros no sul dos Estados Unidos após a Guerra da Secessão. b) Quais foram as causas da Guerra da Secessão? Resposta a) De acordo com o texto, os fatores que levaram à vitória do projeto de exclusão dos negros do Sul dos Estados Unidos foram: os republicanos radicais ficaram isolados em sua defesa dos negros; a violência do terrorismo branco no Sul; as perseguições aos negros e seus aliados, com incêndios, surras e linchamentos pela Ku Klux Klan; e a crise de 1873, que resultou na falta de apoio financeiro dos bancos aos republicanos radicais. b) Entre as razões da Guerra de Secessão (1861-1865), destacamos a questão da escravidão e a política protecionista do Norte em conflito com o liberalismo do Sul. Desde 1820, o Compromisso de Missouri havia estabelecido um acordo entre escravistas e não-escravistas. Nos territórios anexados, a escravidão estaria autorizada ao sul do paralelo 36o30’ e proibida ao norte. Aumentam as rivalidades entre as partes. Em 1854, os escravistas fazem aprovar uma lei que virtualmente abolia o Compromisso de Missouri, estabelecendo que, a partir de então, caberia aos habitantes dos novos estados decidirem por eles mesmos se deveria ou não existir a escravidão. Os abolicionistas fundam um novo partido, o Republicano, que se coloca contra os escravistas. Esse partido, no poder em 1860 com Abraham Lincoln, presidente, provoca a separação entre o Norte e o Sul. Destaca-se também o fato de as economias do Norte e do Sul serem diferentes na questão do protecionismo ou do livre-cambismo. O Norte se caracterizava por uma economia onde predominava a vida urbana, a construção naval, pequenas propriedades e um relativo desenvolvimento industrial, portanto defensores de uma política protecionista. Em contrapartida, no Sul predominava uma vida mais rural, o latifúndio, a escravidão e a cultura do algodão e do tabaco. Para a economia do Sul era importante o livre-cambismo, assim mantendo o fluxo de seus produtos agrícolas para exportação. Dessa forma, em 1860, com Abraham Lincoln na presidência, uma política antiescravista e protecionista resultou no movimento separatista dos estados do Sul em relação à União. A guerra inicia-se em abril de 1861. Questão 21 Na busca de um herói para a República, quem atendeu as exigências da mitificação foi Tiradentes. O busto de Tiradentes idealizado em 1890 era a própria imagem de Cristo. A simbologia cristã apareceu em várias outras obras de arte da época. Mas Tiradentes não era apenas um herói republicano, era um he- história 5 rói do jacobinismo, dos setores mais radicais do Partido Republicano. Além do republicanismo, atribuía-se a Tiradentes um caráter plebeu, humilde, popular, em contraste com a elite econômica e cultural, aproximando-o assim do florianismo. (Adaptado de José Murilo de Carvalho, A formação das almas: imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 57-69.) a) De acordo com o texto, quais os significados associados à imagem de Tiradentes pela propaganda republicana no Brasil? b) Dê duas características políticas dos primeiros governos da república (Marechal Deodoro e Floriano Peixoto). Resposta a) Segundo o texto, "O busto de Tiradentes idealizado em 1890 era a própria imagem de Cristo. A simbologia cristã apareceu em várias outras obras de arte da época. Mas Tiradentes não era apenas um herói republicano, era um herói do jacobinismo, dos setores mais radicais do Partido Republicano. Além do republicanismo, atribuía-se a Tiradentes um caráter plebeu, humilde, popular, em contraste com a elite econômica e cultural, aproximando-o assim do florianismo". b) O período que se estende de 1889 a 1894 é conhecido como República da Espada, por designar a época em que a República recém-fundada foi governada sucessivamente pelos militares, os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. No período de Deodoro, foi promulgada a Constituição republicana de 1891, que consagrava uma república presidencialista, federativa, com o sufrágio universal masculino. Já o período de Floriano foi caracterizado pelo seu autoritarismo político e pela dura repressão a movimentos que contestavam sua autoridade, bem como a sua intervenção na chamada Revolta Federalista no Sul. Observa-se que nos dois governos ocorrem as Revoltas da Armada, que contestavam as autoridades constituídas. vam a fronteira entre a Índia e o novo Paquistão, em uma das mais cruéis guerras civis do século XX. Gandhi, profundamente comovido, começava um novo jejum, tentando a conciliação. Mais tarde, já alcançada a Independência, foram as diferenças entre hindus e muçulmanos que levaram Nehru, primeiro-ministro da Índia, a separar religião e Estado, para que as minorias religiosas, como os muçulmanos, não fossem vitimadas pela maioria hindu. (Adaptado de Cielo G. Festino, Uma praja ainda imaginada: a representação da Nação em três romances indianos de língua inglesa. São Paulo: Nankin/ Edusp, 2007, p.23.) a) De acordo com o texto, que razões levaram Nehru a separar religião e Estado, após a Independência da Índia? b) Quais os métodos empregados por Gandhi na luta contra o domínio inglês na Índia? Resposta a) De acordo com o texto, as razões que levaram Nehru a separar religião e Estado estavam associadas às guerras civis entre grupos religiosos, que levariam as minorias religiosas, como muçulmanos, a serem vítimas da maioria hindu. b) Gandhi, um dos principais líderes na luta contra o colonialismo britânico, usou o método da "desobediência civil" ou "resistência pacífica", a não-violência como instrumento de emancipação. De maneira geral, todos os movimentos anticoloniais no século XX identificavam a luta emancipacionista como sendo uma forma de atingir o progresso. Para Gandhi, a independência da Índia visava à manutenção da tradição naquele país. Não se pode concluir como Gandhi conduziria o país após a separação política, isto é, se a defesa da tradição seria mantida ou se era apenas um meio para se atingir a independência com o apoio de um povo profundamente mergulhado nos valores religiosos da tradição das castas. De qualquer forma, o método contra o domínio britânico era a resistência pacífica ao colonialismo. Questão 22 À meia-noite de 15 de agosto de 1947, quando Nehru anunciava ao mundo uma Índia independente, trens carregados de hindus e muçulmanos, que associavam a religião às causas de uma ou outra comunidade, cruza- Questão 23 O ativista negro Steve Biko, um dos críticos do Apartheid, que vigorou oficialmente na África do Sul entre 1948 e 1990, afirmou: história 6 Nós, os negros, temos que prestar muita atenção à nossa história se quisermos tornar-nos conscientes. Temos que reescrever nossa história e mostrar nossa resistência aos invasores brancos. Muita coisa tem que ser revelada e seríamos ingênuos se esperássemos que nossos conquistadores escrevessem uma história imparcial sobre nós. Temos que destruir o mito de que a nossa história começa com a chegada dos holandeses. (Adaptado de Steve Biko, I write what I like: a selection of his writings. Johannesburg: Picador Africa, 2004, p. 105-106.) a) Segundo o texto, por que os negros necessitariam reescrever a história da colonização sul-africana? b) O que foi o regime denominado Apartheid na África do Sul? Resposta a) Segundo o texto, os negros necessitam reescrever a história da colonização sul-africana para mostrar sua resistência aos invasores brancos. Segundo o texto, os conquistadores não seriam capazes de escrever uma história imparcial sobre os negros sul-africanos, bem como é necessário destruir o mito de que a sua história começa com a chegada dos holandeses. b) Foi o regime institucional de segregação e discriminação racial que vigorou na África do Sul, na maior parte do século XX, no qual a maioria negra da população do país foi dominada política e economicamente por uma minoria branca. Questão 24 Em 1980, num show comemorativo ao Primeiro de Maio, o cantor Chico Buarque apresentou uma canção intitulada “Linha de Montagem”, que fazia referência às recentes greves do ABC: As cabeças levantadas, Máquinas paradas, Dia de pescar, Pois quem toca o trem pra frente Também, de repente, Pode o trem parar. (http://www.chicobuarque.com.br/letras/ linhade_80.htm) a) Qual foi a importância das greves do ABC nos últimos anos do regime militar brasileiro, que vigorou de 1964 a 1985? b) Aponte duas mudanças políticas que caracterizaram o processo de abertura do regime militar. Resposta a) No Brasil, a legislação trabalhista em vigor data, sem grandes mudanças, da época de Getúlio Vargas (décadas de 1930 e 1940). De maneira geral, pode-se dizer que sua característica principal é colocar o Estado como mediador das relações entre capital e trabalho. A massa trabalhadora que se forma torna-se importante e decisiva para a eleição de políticos e para o fortalecimento de partidos políticos. Criam-se mecanismos de controle social e político dessa massa urbana. E as organizações sindicais se tornam um dos instrumentos mais importantes na relação entre Estado e trabalhadores urbanos. Essa era, e de alguma forma ainda é, uma maneira dos detentores do poder exercerem controle sobre as atividades dos trabalhadores urbanos, por intermédio dos sindicatos, que pode ser resumida na fórmula: o Estado apoia os sindicatos e, em contrapartida, os sindicatos devem apoiar o Estado. O regime centralizador e autoritário, imposto pelos militares, que farejava, encontrava e punia os "comunistas" onde quer que estivessem, não poupou, evidentemente, as atividades sindicais. Assim, o antigo pacto Sindicato-Estado teve de ser organizado em outras bases. Foi, portanto, em um contexto econômico caracterizado por uma situação particularmente crítica e em um contexto político determinado pelos militares que se forjaram novas lideranças sindicais. Para essas novas lideranças tratava-se de denunciar e expurgar as antigas e ineficientes lideranças, eliminar a imagem de que os sindicatos eram "antros de comunistas" e, ao mesmo tempo, mediante ações pontuais, mostrar que não estavam interessados em política, e sim em "melhorar as condições da classe trabalhadora", posicionando-se equidistantes tanto do patronado quanto do Estado. No plano político, essas novas lideranças associam-se a setores de oposição ao regime militar e se colocam como anticomunistas para não serem confundidos com as antigas lideranças, o que lhes valeu a aproximação com a chamada Igreja Progressista, provocando um reordenamento nas relações entre sindicatos e Igreja. história 7 As ações pontuais se traduziram principalmente na forma de greves, que passam a ter importância cada vez maior, especialmente nos setores de ponta da indústria metalúrgica do ABC Paulista. Aos poucos, essas greves se estendem para outros setores da atividade econômica e para outras regiões do país. A eficácia dessas greves conferiu legitimidade e poder a essas novas lideranças, que se tornaram os efetivos interlocutores nas questões que envolviam Estado, capital e trabalho. Além disso, essas lideranças contavam com a truculência e a falta de sensibilidade política dos militares do poder, que em determinados momentos interferiam nos conflitos trabalhistas de forma desastrada e repressiva, fortalecendo-as ainda mais e criando para elas a imagem de eficácia, coragem e heroísmo. Em um contexto de crise econômica, de desgaste político dos militares e de seu modelo político autoritário, essas greves se constituíram em um dos vários fatores que levaram ao término do regime militar. b) Entre as mudanças políticas que caracterizaram o processo de abertura política no Período Militar, podemos citar: • a Emenda Constitucional nº 11 (13.10.1978), cujas características principais envolveram a revogação das medidas de exceção (fim dos atos institucionais) e facilitaram a criação de partidos políticos, assinalando o fim do bipartidarismo; • a Lei de Anistia, em 1979; • as eleições diretas para governadores de Estado (1982). Química – prova rotineira e temática As questões foram contextualizadas nas Olimpíadas de Beijing e exigiram, principalmente, conhecimento em Físico-Química (66% das questões). Novamente, o bom-senso no uso do tempo disponível foi fundamental para o sucesso dos candidatos. História – abrangente e básica Comparada à prova do ano anterior, a prova deste ano apresenta um significativo contraste. Foi abrangente quanto aos tópicos do programa e predominaram questões com um nível básico de complexidade.