XXXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO Gramado (RS) – 6 a 10 de agosto de 2007. ROTEIRO E RELATÓRIO DA EXCURSÃO TÉCNICA - PEDOLÓGIA ORGANIZADORES Paulo César do Nascimento Élvio Giasson Carlos Alberto Bissani Flávio Anastácio Oliveira Camargo APRESENTAÇÃO Nos dias 7 e 9 de agosto de 2007 foram realizadas duas edições da excursão técnica de Pedologia do XXXI Congresso Brasileiro de Ciência do Solo. Esta excursão percorreu uma distância aproximada de 30 km, nos municípios de Canela, São Francisco de Paula e Taquara, no estado do Rio Grande do Sul, incluindo áreas representativas das regiões fisiográficas da Encosta da Serra do Sudeste e dos Campos de Cima da Serra do Estado do Rio Grande do Sul. Esta atividade contou com a participação de cerca de 120 pessoas, incluindo-se estudantes de graduação e pós-graduação, professores, pesquisadores e outros representantes de grupos de interesse ligado à tópicos como relação solo-ambiente, caracterização e classificação dos solos. Os perfis de solo que compuseram este roteiro foram incluídos com base na representatividade da região. Cabe ressaltar que o perfil 3 (perfil 23 – IBGE, 1986, p. 464) teve seus dados analíticos retirados de levantamentos de solos onde foram amostrados pontos próximos, com grande similaridade em termos de características morfológicas e classificação, avaliando-se como possível a utilização destes dados, enquanto os perfis 1, 2 e 4 tiveram seus dados extraídos de Kampf et al. (1991). As descrições morfológicas foram feitas com base em Santos et al. (2005). As análises físicas e químicas foram feitas seguindo-se métodos compilados por EMBRAPA (1997), com adaptações pontuais. São apresentados a seguir os dados referentes a cada perfil, bem como os principais comentários surgidos durante a discussão realizada logo após a observação dos mesmos. OBJETIVOS A excursão pedológica do XXXI Congresso Brasileiro de Ciência do Solo (XXXI CBCS) é uma das atividades que compõem a agenda deste evento. Direcionada para estudiosos em Gênese e Classificação dos Solos (pesquisadores, professores, estudantes de graduação e pós-graduação) e também para o público do XXXI CBCS em geral, consta da apresentação de perfis dos principais solos da porção leste da região serrana do estado do Rio Grande do Sul, e de uma visita aos “canyons” do Parque Nacional dos Aparados da Serra. O conjunto desta excursão visa contribuir para o conhecimento sobre as características destes solos, dentro de uma abordagem integrada com as características do meio físico, onde a combinação dos elementos presentes proporciona um quadro com características peculiares e de grande exuberância. Além disso, tem como objetivo permitir a reflexão e discussão sobre aspectos ligados à classificação, uso e manejo destes solos, e os potenciais impactos ambientais resultantes. Localização O roteiro preparado para a excursão de solos do XXXI Congresso Brasileiro de Ciência do Solo abrange uma área circunscrita às coordenadas 29˚10’ e 29˚30’ S e 49˚55’ e 50˚55’ W, perfazendo um trajeto total de 160 km, aproximadamente. Este trajeto inclui duas regiões fisiográficas do Estado do Rio Grande do Sul: Encosta Superior do Nordeste e Campos de Cima da Serra (figura 1). A primeira região identifica-se com a conhecida “Serra Gaúcha”, apresentando grande potencial turístico devido às suas belezas naturais. Está inserida entre os Campos de Cima da Serra e a Encosta Inferior do Nordeste, podendo ser considerada, juntamente com esta última, a região de transição entre o Planalto Rio-Grandense e a Depressão Central. Apresenta relevo montanhoso, com vales profundos e grandes diferenças de cota, com um grande número de nascentes. No roteiro em questão, esta região engloba o município de Gramado e parte do município de Canela, além do trecho entre São Francisco de Paula e Taquara, na rodovia RS 020. Os Campos de Cima da Serra representam a região de ocorrência no extremo nordeste do estado, apresentando limites abruptos com a região litorânea. Apresentam grande extensão e paisagem relativamente homogênea, pelo relevo suave ondulado e a vegetação de gramíneas (“campos”), com espécies arbóreas onde dominam os pinheirais. A figura 2 mostra o trecho a ser percorrido pelo roteiro, com a localização e numeração dos perfis. Geomorfologia O trecho visitado insere-se no domínio morfoestrutural das Bacias e Coberturas Sedimentares, correspondendo ao de maior extensão no estado do Rio Grande do Sul. No estado, abrange desde a região nordeste até o sudoeste, formando diversas unidades de relevo, envolvendo eventos de derramamentos de rochas ígneas efusivas, e também material sedimentar de diversas origens e características. No trecho percorrido, destacam-se a unidade de relevo dos Patamares da Bacia do Paraná, e a unidade de relevo do Planalto das Araucárias. Os patamares escarpados da bacia do Paraná representam testemunhos do recuo da linha de escarpa e se apresentam como esporões interfluviais alongados e irregulares. As cotas altimétricas no sopé da Serra Geral estão entre 650 a 750 m. Apresentam grande desnível no sentido norte-sul (em alguns casos superiores a 400 m), com vales encaixados onde se apresentam drenagens com grande energia, segundo direções estruturais. Os vales fluviais nas áreas de nascentes desenvolvem verdadeiros “canyons” como o que ocorre em um dos formadores do Rio Mampituba na divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul, conhecido como Itaimbezinho, e que constitui um ponto de atração turística. Figura 1 – Regiões fisiográficas do Rio Grande do Sul. Figura 2 – Mapa plani-altimétrico com localização dos perfis dentro do roteiro percorrido. O Planalto das Araucárias desenvolve-se em escarpa modelada em litologias do Grupo São Bento (formação Serra Geral), apresentando maiores altitudes, chegando a mais de 1000 m, e com limites abruptos com o Domínio dos Depósitos Sedimentares (a leste), e gradacionais com a região do Planalto das Missões (oeste). A diferenciação entre efusivas básicas e ácidas (item “Geologia”) corresponde, geralmente, a variações nos tipos de modelados existentes, que vão desde áreas planas ou suave-onduladas, relativamente conservadas (associadas ás rochas ácidas) até setores onde a dissecação, comandada pelos principais cursos de drenagem, propiciou a formação de relevo intensamente fragmentado (rochas básicas). Geologia O material geológico está relacionado ás rochas efusivas básicas da formação Serra Geral, grupo São Bento, com ocorrência de sedimentares (arenitos da Formação Tupanciretã) em algumas posições intercaladas com eventos dos derramamentos basálticos. Estas formações ocupam a porção sul da área abrangida pela excursão, em relevo forte ondulado a montanhoso, chegando, aproximadamente, até os limites da região urbana de São Francisco de Paula; estão associadas a solos de espessura variável (rasos a moderadamente profundos); de boa fertilidade natural e textura franco-arenosa a mais fina. Estas rochas efusivas formam a chamada “seqüência básica”, composta por basalto, diabásio (componente hipabissal), andesito. Entre os principais minerais constituintes destas rochas encontram-se alguns dos grupos dos plagioclásios, anfibólios e piroxênios, além de clorita e biotita. A porção norte-nordeste da área de abrangência do roteiro tem ocorrência de efusivas básicas como arcabouço, com áreas onde recebe recobrimento de rochas de mesma origem, porém com composição mineralógica determinada pela menor ocorrência de minerais ferromagnesianos, constituindo a “seqüência ácida”, formada por basaltos pórfiros, riólitos, riodacitos e dacitos. A composição mineralógica conta com maiores participações de plagioclásios sódicos, feldspatos alcalinos, e menores proporções de anfibólios e piroxênios. Clima O estado do Rio Grande do Sul está inserido em região de clima definido como temperado úmido, segundo Köppen, correspondendo ao sistema fundamental “Cf”. É também denominado clima subtropical, com subdivisões associadas principalmente á altitude. No sistema Cf, distinguem-se as variedades “Cfa”, onde a temperatura média do mês mais quente é superior a 22˚ C, e no mês mais frio superior a 3˚C, e “Cfb”, a temperatura média do mês mais frio é inferior a 3˚C. O roteiro em questão abrange uma área de transição entre estas 2 variedades, sendo a primeira (Cfa) correspondente à região sul, associadas a cotas menores e relevo mais declivoso, correspondendo ao município de Taquara. A região dos Campos de Cima da Serra, a partir do município de São Francisco de Paula, e abrangendo os municípios de Canela e Gramado, corresponde à variedade Cfb. Dentre as características peculiares desta segunda região fisiográfica, destaca-se a precipitação pluviométrica, com médias aproximadas de 2000 mm, chegando a 2400 mm no município de São Francisco de Paula, a maior no estado, e com distribuição homogênea ao longo do ano. Vegetação O roteiro pedológico abrange trechos de três regiões fitogeográficas, compreendidas nas regiões dos Campos e Cima da Serra e da Encosta do Nordeste. São elas a Floresta Estacional Semidecidual, a Floresta Ombrófila Mista e a Savana Parque. A primeira delas, denominada também floresta subtropical subcaducifólia, tem como característica a estacionalidade, marcada pela queda parcial de folhagem, determinada, neste caso, pela variação das temperaturas (período com temperaturas médias menores que 15˚C). Apresenta-se associada à encosta da Serra do Nordeste, com semelhanças, na ocorrência de espécies, com a Mata Atlântica do Sul e Sudeste do país, com densidade e porte expressivos. As principais espécies são de gênero Fícus e Paraptadenia (angico), o cedro (Cedrela fissilis) e a canela-preta (Nectandra megapotamica), entre outras. A floresta ombrófila mista é também denominada de mata das araucárias, onde convivem espécies de flora tropical e temperada. Na região em questão, é marcada pela presença da Araucária angustifólia (pinheiro brasileiro), ocupando o andar superior do extrato e dando característica marcante à região. Algumas espécies formam um extrato inferior, de porte arbustivo ou arbóreo, tendo destaque a aroeira (Schinus polygamus). A savana-parque é definida, na região, como vegetação de campo, com espécies gramíneas e, em menor escala, lenhosas. Estas têm ocorrências esparsas, com poucas espécies, destacando-se as coníferas, enquanto o capim-caninha (Andropogon lateralis) domina a vegetação rasteira de gramíneas. Hidrografia As bacias hidrográficas da região percorrida pelo roteiro são principalmente as do Rio dos Sinos e do Rio Caí. A primeira ocupa a porção sudeste do trecho, relacionado principalmente com as áreas de relevo escarpado no município de São Francisco de Paula, no trecho para 2 Taquara (RS-020), com superfície total de 4.935 km . 2 A bacia hidrográfica do Rio Caí possui cerca de 4.370 km , ocupando parte noroeste, nos municípios de Gramado e Canela, onde apresenta vales profundos em meio a relevo montanhoso, onde nascem pequenos afluentes do Rio Caí. A bacia prolonga-se no sentido nordeste, onde avança sobre a região fisiográfica dos Campos de Cima da Serra, em área de relevo mais assentado, e nascentes e arroios em menor densidade. Solos A caracterização e distribuição de solos na área da excursão são apresentadas em levantamentos de solos de reconhecimento. A tabela 1 apresenta as unidades de mapeamento presentes na região, com as respectivas classificações atualizadas. Os Neossolos Litólicos ocorrem distribuídos por toda a região, associados principalmente com os Argissolos e Cambissolos, em posições de relevo mais dissecado. As características de fertilidade parecem guardar relação estreita com o material de origem. Os Cambissolos aparecem como os solos de ocorrência nas maiores extensões, apresentando em várias posições características gradacionais para Latossolos (que ocorrem associados, porém em distribuição intrincada), enquanto a classe dos Argissolos descrita nestes levantamentos apresenta ocorrência restrita às proximidades do município de Gramado. Solos desta classe podem estar presentes em associação com os Chernossolos e Nitossolos, na porção sul da região abrangida pelo roteiro, porém com características morfológicas, físicas e químicas diferentes (coloração avermelhada e eutrofismo, entre outros). Quadro 1: Unidades de mapeamento de maior ocorrência na região abrangida pela excursão. BRASIL (1973) Latossolo Bruno câmbico álico Cambissolo Bruno húmico álico Brunizém avermelhado Solos Litólicos Eutróficos e Distróficos Podzólico Bruno-acinzentado álico IBGE (1986) Latosol Bruno Distrófico álico textura argilosa Cambisol Húmico álico textura argilosa Brunizém Avermelhado raso textura argilosa Solos Litólicos Eutróficos textura média Laterítico Bruno Avermelhado Distrófico textura argilosa Classificação atualizada Latossolo Bruno Aluminoférrico típico Cambissolo Húmico Alumínico típico Chernossolo Argilúvico Férrico típico Neossolo Regolítico Eutrófico léptico ou típico Argissolo BrunoAcinzentado Alítico abrúptico Uso da terra A região abrangida pelo roteiro caracteriza-se pela diversidade nas atividades econômicas. Os municípios de Gramado e Canela apresentam, por suas características, um potencial turístico que tem sido aproveitado de forma intensiva, com grande importância para a economia regional e estadual. As pequenas extensões territoriais destes municípios também se refletem na pequena participação das atividades agropecuárias, do ponto de vista econômico. As principais atividades são a fruticultura, com ênfase nas espécies consideradas de “clima temperado”, e a apicultura. O município de São Francisco de Paula, por sua vez, apresenta maior atividade neste setor, com diversidade marcada pela presença de pecuária extensiva (de maior tradição na região), com aumento pronunciado, nos últimos anos, das áreas de reflorestamento e utilização para culturas anuais. A fruticultura apresenta expressão reduzida, comparativamente aos outros municípios. O quadro 2 apresenta alguns dados sobre as principais atividades agropecuárias para estes três municípios. Quadro 2: Características da produção agropecuária nos municípios abrangidos pela excursão. Itens Canela Gramado Área total (ha) 25.500 23.700 Produto Interno Bruto (mil reais) 227.000 311.000 Participação agropecuária (%) 3,8 6,3 (1) Fruticultura (ha) 150 240 (2) Culturas anuais (ha) 800 1.000 Rebanho bovino (cabeças) 2.730 4.000 Rebanho suíno (cabeças) 240 700 Rebanho ovino (cabeças) 290 80 Apicultura (produção – Kg) 12.900 34.000 3 Silvicultura (m lenha) 32.000 480.00 3 Silv. papel e celulose (m lenha) 1.100 -(1) principais culturas: maçã, figo, uvas (2) principais culturas: milho, batata inglesa, mandioca, feijão Fonte: IBGE – anuário estatístico 2004-2005. S. Fco. de Paula 329.000 178.000 47,0 550 6.500 118.000 3.500 7.200 8.000 283.000 9.500 O avanço das culturas anuais e do reflorestamento tem sido objeto de estudos e discussão, no que diz respeito aos impactos ambientais. Entre os pontos de maior atenção, está o cultivo em áreas de maior suscetibilidade, como as de ocorrência de Neossolo Litólico e Cambissolo Húmico. Perfis de solo Os perfis de solo que compõe este roteiro foram incluídos com base na representatividade da região abrangida. Cabe ressaltar que os perfis 1, 3 e 5 têm seus dados analíticos retirados de levantamentos de solos onde foram amostrados pontos próximos, com grande similaridade em termos de características morfológicas e classificação, avaliando-se como possível a utilização destes dados, enquanto os perfis 2 e 4 tiveram seus dados extraídos de Kampf et al. (1991). As descrições morfológicas foram feitas com base em Lemos & Santos (1984) e Santos et al. (2005). As análises físicas e químicas foram feitas seguindo-se métodos compilados por EMBRAPA (1997), com adaptações pontuais. PERFIS ANALISADOS PERFIL 1 - Localização: Rodovia RS 235 – Canela – São Francisco de Paula, sentido deste último, 11 km após pedágio, lado esquerdo da faixa de domínio. Coordenadas UTM 0533346 – 6752258. - Situação e declive: Corte em meia encosta, declividade local de 20%, sob vegetação de campo subtropical altimontano. - Relevo local e regional: ondulado - Altitude: 760m. - Formação geológica:. Formação Serra Geral. Juro- Cretáceo. - Material de origem: Riólitos, riodacitos - Pedregosidade: ligeiramente pedregosa. - Rochosidade: ligeiramente rochosa - Erosão: Laminar ligeira - Drenagem: Bem drenado. - Vegetação primária: Floresta subtropical - ombrófila mista com pinheiros. - Uso atual: Pastagem de campo nativo; florestamento. Descrito e coletado por: R.O. Potter, P. Schneider e N. Kampf. Descrição Morfológica A - 0- 9/12 cm, bruno – avermelhado – escuro (5 YR 4/3,5 úmido) e bruno – avermelhado – escuro (5 YR 3/3, seco); argila; moderada pequena a grande granular e grãos simples; muitos poros pequenos; duro, muito friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição ondulada e clara. AB - 9/12 – 26 cm, bruno – avermelhado – escuro (5 YR 3/5 úmido) e bruno – avermelhado – escuro (5 YR 3/4, seco); argila; fraca a moderada média e grande blocos subangulares; poros comuns muito pequenos; muito duro, firme a friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e gradual. BA - 26-58/65 cm, bruno – avermelhado (5 YR 4/4, úmido); muito argiloso; moderada pequena a grande blocos subangulares; poros poucos muito pequenos; muito duro, friável, ligeiramente plástico e pegajoso; transição ondulada e gradual. Bw - 58/65 – 100 cm, bruno – avermelhado (5 YR 4/4, úmido); argila; fraca pequena a grande blocos subangulares; poros poucos muito pequenos; firme, ligeiramente plástico e pegajoso; transição plana e gradual. BC - 100 – 110/140 cm, bruno – avermelhado (4 YR 4/4, úmido); mosqueado pouco preto e amarelo; argila; fraca pequena a grande blocos subangulares; poucos poros muito pequenos; friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição ondulada e abrupta. C - 110/140 – 160 cm+, variegado bruno, amarelo, roxo e preto; friável. Raízes: Fasciculadas, muitas no horizonte A, comuns no BA, poucas no B1 e raras B2. Dados Analíticos Horiz. Espessura (cm) Cascalho A 0-9/12 0 60 30 220 690 75 0,32 AB -26 10 70 30 180 720 100 0,25 BA -58/65 10 50 20 190 740 100 0,26 Bw -100 10 50 30 220 700 100 0,31 BC -110/140 10 50 30 260 660 100 0,39 C -160+ 10 50 50 540 360 100 1,50 Areia Areia Silte Argila grossa fina -1 -------------------------------g.kg ---------------------------- GF Silte/argila ----%-- GF: grau de floculação Horiz. pH H20 Carbono orgânico Sb -1 g.kg H + 3+ Al CTC V% m% P disp. -1 -------------------Cmolc.kg-1---------------- mg.L A 4,3 46,3 4,7 14,9 4,4 24,0 20 48 1 AB 4,2 24,8 1,3 10,3 4,6 16,2 8 78 1 BA 4,1 13,0 1,0 7,3 4,8 13,1 8 83 1 Bw 4,4 6,4 1,0 5,9 4,6 11,5 9 82 1 BC 4,3 4,3 1,0 5,3 7,5 13,8 7 88 1 C 4,6 1,8 1,8 5,4 16,1 23,3 8 90 2 Sb: soma de bases; CTC: capacidade de troca catiônica; V% saturação por bases; m%: saturação por alumínio. (1) (1) Al2O3 SiO2 (1) Fe2O3 (1) TiO2 Ki Kr -1 ----------------g.kg --------------------------A 192 202 200 183 1,62 0,99 AB 209 203 200 191 1,75 1,08 B1 233 219 183 171 1,81 1,18 B2 245 220 186 175 1,89 1,23 BC 270 219 185 174 2,10 1,36 C 269 201 226 179 2,27 1,33 (1) teores obtidos a partir de ataque sulfúrico; Ki =1,7 SiO2/Al2O3; Kr = 1,7 SiO2/(Al2O3 + 0,63. Fe2O3). Perfil 1 – Principais observações -1 -1 Atividade de argila: 17,7 Cmolc.kg em B1; 16,4 Cmolc.kg em B2. Assim obedece a critério para B latossólico apenas em B2. Espessura do B – relativamente pequena, 85 a 115 cm. de profundidade, sendo outro atributo que o aproxima de um caráter de transição para B incipiente . Entre outros atributos relacionados ao caráter transicional, pode-se destacar a ocorrência de pedregosidade e rochosidade ligeiras, e a localização em unidade de mapeamento representada por Cambissolo (BRASIL, 1973; IBGE, 1986). Possibilidade de superestimativa do teor de silte, principalmente em horizonte superficial, pela presença de altos teores de matéria orgânica associada à mineralogia caulinítica. Material de origem caracterizado por rochas ígneas ácidas, provavelmente riólito ou riodacito, apesar de ocorrência em região de derramamento basáltico. Ocorrência de sinais de degradação da área, pela baixa cobertura vegetal, o que se expressa também por provável diminuição da espessura de horizonte superficial. Observação sobre formação de estrutura granular em horizontes B1 e B2, a partir de colapso da estrutura em blocos. horizontes diagnósticos: A moderado; B latossólico Classificação: Latossolo Vermelho-Amarelo alumínico argissólico. Obs: a classificação como transicional para argissólico é feita com base na estrutura do horizonte B, porém as características de espessura do horizonte B e atividade da argila do B1 levam a semelhança com horizonte B incipiente. PERFIL 2 Localização: Rodovia RS 235 – Canela – São Francisco de Paula, 13 Km após pedágio, lado direito na faixa de domínio. Coordenadas UTM 0534662 – 6749468. Situação e declive: Corte em terço superior de encosta, declividade local de 16%. Relevo local e regional: suave ondulado a ondulado. Altitude: 820m. Formação geológica: Rochas efusivas ácidas tipo riodacito. Formação Serra Geral. Material de origem: rochas da seqüência ácia – riólitos, riodacitos. Pedregosidade: não pedregosa. Rochosidade: não rochosa Erosão: Não aparente. Drenagem: moderadamente drenado. Vegetação primária: Floresta subtropical (ombrófila mista) com pinheiros. Uso atual: Pastagem de campo nativo; florestamento. Descrito e coletado por: R.O. Potter, P. Schneider e N. Kampf. Descrição Morfológica A - 0- 47 cm, preto (7,5 YR 2/1 , úmido) e preto a cinzento muito escuro (10 YR 2,5/1, seco); franco; moderada pequena e média granular e moderada média e grande blocos subangulares; muito friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição ondulada e clara. BA - 47 – 58/67 cm, bruno – acinzentado muito escuro (10 YR 3/2, úmido); muito argiloso; fraca a moderada pequena e média blocos subangulares e fraca pequena granular; muito friável, muito plástico e muito pegajoso; transição ondulada e clara. Bi - 58/67 – 90/103 cm, bruno – amarelado – escuro (10YR 4/5, úmido); muito argiloso; fraca média e grande blocos subangulares; muito friável, plástico e muito pegajoso; transição ondulada e gradual. BC - 90/103 – 120/132+ cm, bruno – amarelado/escuro (10YR 4,5/5, úmido); muito argiloso; fraca média e grande blocos subangulares; friável, ligeiramente plástico e pegajoso; transição ondulada e clara. Raízes: Fasciculadas, muitas no horizonte A, comuns no BA e raras no Bi. Dados Analíticos Horiz. A BA B BC Horiz. A BA B BC Espessura (cm) 0-47 -58/67 -90/103 -120/132 pH H20 4,1 4,1 4,2 4,4 SiO2 Cascalho Areia Areia Silte Argila GF Silte/argila grossa fina -------------------------------g.kg-1---------------------------- ----%-0 70 50 370 510 96 0,73 8 160 80 270 480 100 0,55 1 80 90 350 490 100 0,73 0 40 80 330 550 100 0,60 + 3+ Carbono Sb H Al CTC V% M% P disp. orgânico -1 -1 g.kg -------------------Cmolc.kg-1---------------mg.L 55,5 1,0 21,0 9,0 31,0 3 90 1 17,5 0,7 10,4 8,5 19,6 4 92 1 6,9 0,7 5,2 8,2 14,1 5 92 1 4,2 0,4 3,9 8,0 12,3 3 95 1 Al2O3 Fe2O3 TiO2 Ki Kr 1,47 1,59 1,45 1,21 -1 A BA ----------------g.kg --------------------------147 170 74 103 179 192 92 111 B BC 190 198 193 194 77 73 112 119 1,67 1,74 1,33 1,40 Perfil 2 - Principais observações: Textura argilosa já no horizonte superficial, mascarada provavelmente pelo alto teor de matéria orgânica do solo. -1 -1 Atividade de argila: 40,8 Cmolc.kg em BA; 28,8 Cmol.kg em B. Valores de Ki e Kr indicam grau de intemperismo avançado, ao contrário da atividade de argila. Material de origem muito alterado, porém possui alguns feldspatos observáveis, presentes em horizonte C. Material de origem semelhante ao perfil 1, inclusive dada a proximidade entre os perfis Vegetação: Solo encontra-se sob pastagem nativa, porém provavelmente adaptada após remoção de vegetação primária. Horizontes diagnósticos: A húmico; B incipiente. Classificação: Cambissolo húmico alumínico típico observações: 1- Na definição do horizonte B incipiente, o SiBCS (EMBRAPA, 2006) coloca que o horizonte deve cumprir a maioria dos requisitos para distinção em relação ao B latossólico, sendo estes relativos a atividade de argila, presença de minerais primários alteráveis, relação Ki, relação silte/argila e volume do horizonte com estrutura da rocha original (p. 54). No perfil em questão, o horizonte B obedece a apenas 2 destes critérios (CTC da argila, e relação silte/argila) em um total de 5, portanto, a princípio, não estariam cumpridos os requisitos para enquadramento em horizonte B incipiente. Observando-se os requisitos para inclusão em B latossólico, no entanto, verifica-se que seriam necessárias todas as características fixadas para estrutura, espessura mínima, volume do horizonte com estrutura da rocha original, grau de floculação, relação silte/argila, relação molecular Ki, presença de minerais alteráveis e CTC da argila (p. 52). Como se pode verificar, não são cumpridos os requisitos para relação silte/argila e CTC da argila. Assim, o perfil em questão, não apresenta todos os requisitos para enquadramento em B latossólico, nem a maioria dos requisitos para enquadramento em B incipiente, podendo deste modo dar margem a uma dificuldade de interpretação para definição do horizonte diagnóstico subsuperficial. 2 – Uma vez optando-se pelo enquadramento do horizonte subsuperficial em B incipiente, percebese, no terceiro nível categórico da ordem dos Cambissolos, a ausência de opção que contemple o -1 caráter alítico. Sendo a ocorrência de CTC de argila > que 20 cmolc.kg um atributo compatível com o B incipiente (como observado concretamente neste perfil), avalia-se como interessante a inclusão da classe “Cambissolo Húmico alítico”, o que pode ser estendido para as outras subordens dos Cambissolos. PERFIL 3 - Localização: Rodovia RS 235, 15 km após pedágio em sentido Canela – São Francisco de Paula, barranco à direita, após portão. Coordenadas UTM 0534862 - 6747747. - Situação e Declive: terço médio de encosta, 16-20 % de declividade, sob campo subtropical (“savana parque”). - Altitude: 840 m - Relevo local e regional: suave ondulado a ondulado. - Formação Geológica: formação Serra Geral, grupo São Bento. - Material de Origem: Riólitos e riodacitos - Rochosidade: ligeiramente rochoso. - Pedregosidade: ligeiramente pedregoso. - Erosão: laminar leve - Drenagem: boa - Vegetação primária: savana parque (gramíneas, pinheirais), transição para floresta ombrófila mista. - Uso Atual: pastagem Descrito por: Paulo César do Nascimento, Élvio Giasson, Luiz de França, Ana Clara Vian, Tatiana Finato. Descrição morfológica A1 0-15/18 cm – preto (10 YR 2/1, úmido), franco argilosa, forte média a grande granular a grumosa; friável, não plástica e ligeiramente pegajosa; transição clara a ondulada. A2 15/18-30/34 cm – bruno muito escuro (10 YR 2/2, úmido); franco argilosa a argila; moderada média granular; friável, não plástica e ligeiramente pegajosa; transição gradual e ondulada. C 30/34-45/50 cm – bruno amarelado escuro (10 YR 4/4, úmida); franco argilosa com cascalho; moderada pequena blocos subangulares; firme, não plástica e não pegajosa; transição clara e plana. Cr 50-170+ - (10 YR 5/8, úmido), franca, maciça, não plástica e não pegajosa. Raízes: muitas em A1 e A2, comuns em C, raras em Cr. Dados Analíticos Areia Silte Argila Horiz. Espessura Cascalho Areia grossa fina (cm) -1 -------------------------------g.kg ---------------------------A1 0-15/18 0 370 60 350 210 A2 -30/34 10 540 40 150 270 C -45/50 120 110 50 600 240 Cr -170+ Horiz. A1 A2 C Cr pH H20 4,9 4,8 4,9 A1 A2 C Cr Carbono orgânico -1 g.kg 127,1 51,3 6,9 Sb H + Al 3+ CTC Silte/argila ----%-69 90 98 1,7 0,62 2,5 V% -------------------Cmolc.kg-1---------------2,3 35,4 7,7 45,4 0,5 35,0 7,1 42,6 0,4 8,4 3,1 11,9 Al2O3 SiO2 Fe2O3 TiO2 -1 ----------------g.kg --------------------------- GF Ki m% 5 2 3 77 93 89 P disp. mg.L 4 3 4 -1 Kr Perfil 3 –Principais observações: - É chamada a atenção para algumas alterações em relação à descrição morfológica colocada, sendo elas: • ocorrência de transição abrupta entre os horizontes denominados C e Cr; • a alteração inicial do material rochoso, permitindo a denominação do último horizonte como Cr, é alvo de dúvidas, refletindo diretamente na classificação do solo; • formação de um horizonte Bi, descontínuo, e de espessura variável (12 a 18 cm), evidenciando tratar-se de área de ocorrência de Neossolo e Cambissolo, em um padrão de distribuição espacial de difícil definição; -1 - Atividade de argila: 32,9 Cmolc.kg em C. - Ocorrência de horizonte superficial A1 de constituição orgânica, porém não podendo este ser definido como horizonte Hístico (no caso, horizonte O) pela espessura insuficiente. Por outro lado, todos os outros horizontes diagnósticos superficiais (inclusive o A húmico) são definidos como horizontes minerais. Neste caso, como definir o horizonte diagnóstico superficial deste perfil? - Classificação: Neossolo regolítico distrófico típico. Observações: 1 - Esta classificação admite a ocorrência de um horizonte Cr, com material já em alteração adiantada, apesar da manutenção de parte da estrutura da rocha. Portanto, avaliou-se como não ocorrendo o contato lítico, que, de toda forma, pode ser ponto de dúvida; 2- Fica a impressão de uma dificuldade de enquadramento de horizonte diagnóstico superficial, no caso de ocorrência de material orgânico sem espessura suficiente para horizonte hístico. Avalia-se que esta situação tem ocorrência bastante disseminada na região nordeste do RS e sudeste de SC (“Campos de Cima da Serra”) , refletindo em empecilho para a classificação destes solos. PERFIL 4 Localização: Rodovia RS - 020 São Francisco de Paula - Taquara, a cerca de 9 km do entroncamento entre RS 235 e RS 020, no sentido de Taquara. Localidade de Capela São José, entrada lado esquerdo junto a Escola Prof. Sebastião Amoretti, seguindo 200 metros em rua de loteamento, lado direito. Coordenadas UTM 0532704 - 6739930. - Situação e declive: Corte em terço médio de patamar em colúvio, declividade local de 20 a 25 %. - Relevo local e regional: ondulado a forte ondulado. - Altitude: 600m. - Formação geológica: formação Serra Geral, grupo São Bento. Cretáceo Superior. - Material de origem: Basaltos, afetados por remanejamento. - Pedregosidade: não pedregoso - Rochosidade: não rochoso. - Erosão: laminar ligeira. - Drenagem: bem drenado. - Vegetação primária: Floresta subtropical subcaducifólia. - Uso atual: Pastagem de gramíneas; roçados; florestamento com acácia. Área em processo de urbanização. Descrito e coletado por: R.O. Potter, P. Schneider e N. Kampf. Descrição Morfológica A1 0- 10/13 cm, bruno - escuro (7,5 YR. 3/2, úmido); argila; fraca média blocos subangulares a moderada pequena e média granular; duro, friável, plástico, pegajoso a ligeiramente pegajoso; transição ondulada e clara. A2 10/13 – 27/34 cm, bruno - avermelhado – escuro (5 YR 3/3, úmido); muito argiloso; moderada pequena e média granular; firme, ligeiramente plástico a plástico, pegajoso; transição ondulada e abrupta. BA 27/34 – 47/52 cm, bruno – avermelhado – escuro (4 YR 3/3, úmido); muito argiloso; argiloso; moderada pequena a grande blocos subangulares; cerosidade moderada comum; firme, plástico e pegajoso; transição ondulada e gradual. Bt 47/52 – 117 cm, bruno – vermelho- escuro a vermelho – escuro (2,5 YR 3/5 úmido) ; muito argiloso; forte pequena a grande blocos subangulares e angulares; cerosidade forte e abundante; firme, ligeiramente plástico e pegajoso; transição plana e clara. C 117 – 150 cm +, bruno- avermelhado – escuro a vermelho- amarelado (5YR 3/6, úmido), mosqueado comum preto (manganês). Raízes: Fasciculadas, muitas no horizonte A1, comuns no A2 e BA, poucas no Bt. Dados Analíticos: Horiz. A1 A2 BA Bt C Horiz. A1 A2 BA Bt C Espessura (cm) 0-10/13 - 27/34 - 47/52 - 117 - 150+ pH H20 5,0 5,1 5,1 4,7 5,3 A1 A2 BA Bt C Cascalho Areia Areia Silte Argila grossa fina -1 -------------------------------g.kg ---------------------------1 70 30 330 570 1 70 30 260 640 1 50 30 190 730 tr 30 40 210 720 tr 40 60 270 630 Carbono orgânico -1 g.kg 49,0 24,0 17,0 6,0 6,0 Sb H + Al 3+ CTC -------------------Cmolc.kg-1---------------13,3 14,6 0,4 28,3 11,5 10,7 0,6 22,8 10,5 7,6 0,4 18,5 7,2 6,5 0,6 14,3 13,4 4,4 0,2 18,0 SiO2 Al2O3 Fe2O3 TiO2 -1 ----------------g.kg --------------------------16,9 18,5 16,8 2,08 18,9 19,8 18,2 2,03 22,5 21,7 19,8 2,06 25,0 21,4 21,3 2,18 25,2 20,3 21,0 2,08 GF Silte/argila ----%-44 20 88 100 100 0,58 0,41 0,26 0,29 0,43 V% m% 47 50 57 50 74 3 5 4 8 1 Ki Kr 1,55 1,62 1,76 1,99 2,11 0,98 1,02 1,11 1,22 1,27 P disp. mg.L 1 1 1 1 1 -1 Perfil 4 – Principais observações - Mudança de ambiente em relação aos três primeiros perfis: localização na encosta da serra, e ocorrência de rochas ígneas intrusivas básicas (rochas máficas), especificamente basalto; -1 -1 - Atividade de argila: 25,3 Cmolc.kg em BA; 19,9 Cmolc.kg em Bt; - Relação textural insuficiente para horizonte B textural, no entanto estrutura e cerosidade suficientes para enquadramento. Assim, caso de sobreposição B nítico e B textural; - Ocorrência de policromia, não sendo possível sua inclusão como Nitossolo. No entanto, observam-se algumas características muito comumente associadas a esta classe, como a cerosidade desenvolvida e a ocorrência em ambiente de rochas ígneas intrusivas básicas, sendo muito representativa da antiga classe “Terra Roxa Estruturada”. - Horizontes diagnósticos: A proeminente; B textural/nítico. - Classificação: Argissolo Vermelho-Amarelo eutrófico nitossólico. Observações: 1 – A sobreposição entre horizonte B textural e B nítico parece um aspecto de difícil entendimento e aplicação no sistema de classificação. É manifestada dúvida, sobre se não seria preferível estabelecer limites definidos de distinção entre estes tipos de horizonte diagnóstico subsuperficial, evitando essa possibilidade de sobreposição; 2 - O perfil é classificado como Argissolo Vermelho-Amarelo, apesar de matiz 2,5 YR. Neste caso, o alto croma (5 em Bt) inviabiliza a inclusão como Argissolo Vermelho. CONSIDERAÇÕES FINAIS A realização da excursão pedológica no XXXI CBCS teve um caráter um pouco diferenciado, em relação aos congressos anteriores. Neste, a proposta foi de conciliar a visita a localidades representativas da região dos campos de Cima da Serra e da Encosta da Serra do Sudeste, com a observação e discussão sobre alguns perfis de solo representativos das regiões. Assim, a participação, a estrutura e a organização não permitiram que o evento se constituísse em uma reunião de grande porte, envolvendo a comunidade de professores, pesquisadores e estudantes ligados à gênese, levantamento e classificação, apesar de contar com a presença de vários profissionais de reconhecida bagagem e experiência na área. Destaca-se, porém, o caráter didático da excursão e a oportunidade de conhecimento da região, por um grande número de estudantes em diversos níveis, e profissionais de diferentes regiões do Brasil. Como resultado das discussões, surgiram algumas dúvidas e reflexões expostas nestes relatos, abordando tópicos sobre as características, a interação solo-ambiente e a classificação dos perfis observados, e refletindo-se em aspectos do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. LITERATURA CONSULTADA - BRASIL. Levantamento de Reconhecimento de Solos do Estado do Rio Grande do Sul. Departamento Nacional de Pesquisa Agropecuária – Ministério da Agricultura. Recife, 1973 - EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Manual de Métodos de Análise de Solos. Brasília, 1997. - EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Rio de janeiro (RJ), 2006, 412 p (segunda edição). - INSITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Levantamento de recursos Naturais. Folha SH 22 – Porto Alegre e parte das Folhas SH 21 – Uruguaiana e SI 22 – Lagoa Mirim. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia Estatística – Ministério do Planejamento. Rio de Janeiro, 1986. - KAMPF, N., KLAMT, E. & ALMEIDA, J. A. XXIII Congresso Brasileiro de Ciência do Solo – Guia da Excursão de Pedologia. Porto Alegre (RS), julho/1991, 53 p. - SANTOS, R. D.; LEMOS, R. C.; SANTOS, H. G.; KER, J. C. & ANJOS, L. H. C.. Manual de descrição e coleta de solos no campo. Soc. Bras. Ci. Solo. Viçosa (MG), 2005. 92 p. (5ª edição) Paulo César do Nascimento Professor adjunto – Departamento de Solos – Faculdade de Agronomia – UFRG Luís de França da Silva Netto Estudante de pós-graduação (Doutorado) – Departamento de Solos – Faculdade de Agronomia - UFRGS