Energia Eólica - O Brasil
é a Bola da vez
6º Fórum Industrial de Produtividade, Energia e
Negócios, CIEMG-FIEMG, Belo Horizonte
20.10.2011
Brotas de Macaúbas - BA
Praia de Parajuru - CE
Morro do Camelinho - MG
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ENERGIA DOS VENTOS – BREVE HISTÓRICO
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A PARTIR DO SÉCULO XIV – EUROPA, as máquinas apresentavam grande evolução
tecnológica e de capacidade de potência, ampla aplicação na moagem de grãos,
serrarias, fábricas de papel e no bombeamento de água.
SÉCULO XIX – EUA, após abolição da escravatura,1863, iniciou-se a disseminação, em
larga escala, do catavento multipás para bombeamento de água, induzindo uma
forte expansão industrial e econômica, e disseminação para diversos continentes,
inclusive Brasil. Estima-se que mais de 6 milhões de cataventos tenham sido
produzidos no mundo.
Fonte: Atlas Eólico MG
2
•
•
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ENERGIA DOS VENTOS – BREVE HISTÓRICO
1930 – EUA, início de utilização de pequenos aerogeradores para o meio rural, e da
exportação para diversos países.
1955 – Alemanha, surge o precursor das atuais turbinas, uso de materiais
compostos na pás, controle de passo e torres tubulares.
1970 – Brasil, a partir da crise do petróleo, dispersou esforços de pesquisa para uso
da energia eólica na geração elétrica. Em conjunto com a Alemanha surge a DEBRA
100 kW.
Fonte: Atlas Eólico MG
Aerogerador DEBRA (Deustche-Brasileira) 100kW, desenvolvimento do CTA e
DFVLR
3
•
•
ENERGIA DOS VENTOS – BREVE HISTÓRICO
1980 – EUA, Dinamarca e Alemanha, estímulos ao mercado fazem com que o
aproveitamento eolioelétrico passe a atingir escala em termos de geração e
economicidade. O desenvolvimento tecnológico passa a ser conduzido pelas jovens
indústrias do setor, em regime de competição.
Anos 90 – Brasil, (1992) instalação da primeira turbina eólica da América Latina em
Fernando de Noronha; (1994) usina experimental Morro do Camelinho 1000kW, MG;
(1999) UEO Taíba 5000kW ,CE, primeira a atuar como produtor independente
Morro do Camelinho - MG
Fonte: Atlas Eólico MG
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POTÊNCIA INSTALADA NO MUNDO
Fonte: Atlas Eólico MG
5
POTÊNCIA INSTALADA NO MUNDO
Há uma grande defasagem entre a América Latina e Europa, Ásia e América do Norte
Em 2010: China 45GW, EUA 40GW, Alemanha 27GW, Índia 13GW, Brasil ~1GW, México 717MW
Fontes: Brazil Windpower 2011 / IFC International Finance Corporatiton e GWEC
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EVOLUÇÃO DOS AEROGERADORES
7
EVOLUÇÃO DOS AEROGERADORES
8
SÍTIOS EÓLICOS - DIMENSIONAMENTO
Processo de otimização e micrositing de usinas eólicas
Fonte: Atlas Eólico MG
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FABRICANTES
EÓLICAS NO MUNDO
Mercado heterogêneo e em evolução, forte ambiente competitivo com
fragmentação global
Tradicionais desenvolvedores da tecnologia vem diminuindo sua
participação de mercado
Grandes grupos industriais entraram no mercado através de aquisições
desde 2005, e já em 2008 detinham 30% das vendas
Fabricantes regionais ampliaram sua participação no mercado, em 2008
detinham cerca de 17%
Mercados Chinês e Americano favorecem o desenvolvimento de
fabricantes regionais
Sobre capacidade da produção industrial deve levar a um ambiente de
consolidação do mercado em médio prazo
A Crise de 2008 direcionou os fabricantes para os mercados emergentes
da AL
“Tornar-se grande com forte base tecnológica e industrial ou sair do mercado”
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EÓLICAS NO MUNDO
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EÓLICAS NO MUNDO
INVESTIDORES EM GERAÇÃO
Utilities estão cada vez mais controlando o setor e se posicionando como
consolidadoras
Grandes fusões estão provocando a reestruturação do mercado
 Pequenas e médias empresas encontram dificuldade no acesso a
financiamento
 Empresas necessitam promover imagem de sustentabilidade consolidada,
em oposição a tradicional imagem de poluidoras
 Demanda global de energia aumenta a taxa de 10–20% a.a.
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EÓLICAS NO MUNDO
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EÓLICAS NO BRASIL
EVOLUÇÃO DA POTÊNCIA INSTALADA / A INSTALAR POR ANO
(PROINFA + LER 2009 + LFA e LER 2010 + A-3 e LER 2011)
1928,8
POTÊNCIA ACUMULADA - 7149 MW
Fonte: PROINFA+LER 2009+LFA+LER2010 + LER + LFA 2011
Em 2005 o Brasil possuía apenas 29MW instalados, após 2002 com os investimentos
do Proinfa e dos Leilões o país marca presença na corrida pela geração eólica
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ENERGIA EÓLICA NO BRASIL
Comparação da Entrada de Novos Parques Eólicos no Brasil com Outros Países
Brasil
Fonte: Brazil Windpower 2011 - elaborado por Marta Dalbem (PUC-Rio) com base em Lewis & Wiser (2007,p.1849),
WWEA Wind Energy Report 2009, WWEA Fact Sheets 2010, GWEC Global Wind Energy Outlook 2009
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EÓLICAS NO BRASIL
A maioria dos empreendimentos está no Nordeste
• RN lidera com um pipeline acima de 2 GW para
entrar em operação até 2.014.
• CE alocou ~ 300 MW nos leilões, apesar do seu
licenciamento ambiental mais difícil estar
desviando investidores para o vizinho RN.
• BA mantém seus avanços com investimentos de
fabricantes (Alstom, Gamesa, RM Eolica).
Nos leilões A-3 e LER 2011, a Eletrosul colocou o
RS na liderarança em relação aos outros estados
• Eletrosul e seus parceiros venceram 21 dos 78
projetos eólicos alocados (> 500 MW).
Enquanto grandes volumes de recursos continuam
sendo direcionados para o Nordeste como região
preferencial, uma atividade intensa está
promovendo o desenvolvimento no Sul.
Fonte: IHS / Brazil Windpower 2011
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EÓLICAS NO BRASIL
Comparação de tarifas do Brasil com outros mercados
PROINFA
LER 2009
LFA 2010
LER 2010
A-3 e LER 2011

Em 2011 os lances vencedores ficaram 28% (A-3) e 32% (LER) abaixo dos respectivos preços teto, e aprox. 25%
menores do que os Leilões de 2010

As médias dos preços praticados fazem do merdado brasileiro um dos mais baratos do mundo para contratar geração
eólica
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EÓLICAS NO BRASIL
Comparação de preços de turbinas no Brasil com mercados internacionais
NOS LEILÕES DE 2011, CONSIDERANDO O PREÇO ESTIMADO DE R$3.400.000,00/MW INSTALADO POR PROJETO, SENDO 60%
RELATIVOS AS TURBINAS, ATINGIMOS A BASE DE PREÇO EQUIVALENTE A DA CHINA, EM US$/MW
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EÓLICAS NO BRASIL
Vencedores de Leilões – Fusões e Aquisições
Fonte: IHS / Brazil Wind power 2011
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EÓLICAS NO BRASIL
Fabricantes no Brasil - 2.011
Montagem de Aerogeradores (Capacidade > 1.500 MW/ano)
• Wobben / Enercon (Sorocaba, SP e Pecém, CE): 500 MW/ano, no Brasil desde
1.998
• Impsa (Suape, PE): 600 MW/ano, no Brasil desde 2.008
• GE Energy (Campinas, SP e Bahia a partir de 2013):
• Vestas (Maracanaú, CE): 800 MW/ano
• Suzlon (Pecém, CE ): 200 MW/ano
• Gamesa Eólica (Camaçari, BA): 300 MW/ano
• Alstom (Camaçari, BA): 300 MW/ano
• Siemens (CE): planeja investir US$ 600 milhões em fábrica
• Fuhrländer (Pecém, CE): 200 MW/ano no 2º semestre/2.012
• Fabricante s100% nacionais: WEG (SC) e Tecnometal (MG), outros?...
Pás dos Rotores (Capacidade > 2.000 MW/ano)
• Tecsis (Sorocaba, SP): > 1.500 MW/ano
• Wobben (Sorocaba, SP e Pecém , CE): > 600 MW/ano
• Aeris Energy + Suzlon (Pecem,CE): 600 pás/ano
• LM (Camaçari, BA): 300 MW/ano , planejada iniciar fabricação em 2.012
Torres Cilíndricas em Aço (Capacidade < 1.600 MW/ano)
• RM Eólica , Gonvarri + Arcelor Mittal + Gestamp (Suape, PE): 200 torres/ano
• Tecnomaq (Fortaleza, CE): 150 torres/ano
• Engebasa - Sawe (Cubatão, SP): > 120 torres/ano
• Iceq (Mirassol, SP): 100 torres/ano
• Máquinas Piratinga (Recife, PE ): 80 torres/ano
• Brasilsat (Curitiba, PR ): 80 torres/ano
• Intecnial (Erechim, RS): 80 torres/ano
• Gestamp (Espanha) também anunciou 1 fábrica em Santa Isabel, SP
Torres Pré-Fabricadas em Concreto : Wobben (3 fábricas) e Inneo (1 fábrica)
Fonte: GWEC / ABEEolica 2010
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EÓLICAS NO BRASIL
• Investimentos na produção foram impulsionados pela demanda e pela exigência de índice de nacionalização
de 60% para liberação de financiamentos pelo BNDES e BNE.
• Produção de eixos atende apenas uma fração e fabricantes de aerogeradores.
• Há limitação na cadeia de fornecimento local para diâmetros maiores de pitch e mancais do YAW.
• Fabricantes que utilizam tecnologia de acionamento direto, têm vantagem na avaliação do índice de
nacionalização, segundo os critérios do do BNDES.
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EÓLICAS NO BRASIL
Peso x Custo de turbinas eólicas – por partes
Devido a grande escala de peso das torres, sua fabricação
no Brasil é essencialmente estratégica para a definição do
índice de nacionalização das turbinas
A disponibilidade de fornecedores de matéria prima no
Brasil influencia diretamente a competitividade do negócio:
O BNDES monitora a origem da matéria prima
para definir o índice de nacionalização aplicado a um
determinado produto
devem ser utilizados aços fundidos e forjados
nacionais em torres, hubs, eixos e mancais
A capacidade de produção de eixos no Brasil deverá
atender somente a uma parcela dos fabricantes de
aerogeradores instalados aqui
Os requisitos impostos pelo BNDES incentivam inovações
nas torres, mas não considera redução de peso da nacelle
Fonte: Make Consulting/Brazil Wind power 2011
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EÓLICAS NO BRASIL
Peso x Custo de turbinas eólicas – por partes
Faltam fabricantes locais de caixas de engrenagens,
geradores e sistemas de controle, o que necessariamente
força a importação de até 20% dos coponentes
O alto custo das placas de aço faz com que as torres no
Brasil se tornem mais caras que em outros mercados
As torres de concreto se tornam mais competitivas, com
fábricas móveis sendo posicionadas junto aos sites das EOLs
Fonte: Make Consulting/Brazil Wind power 2011
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EÓLICAS NO BRASIL
Câmbio do dia do leilão:
Fonte: BNDES
LER 2009 14/12/2009: R$1,76/US$
LFA & LER 2010 26/08/2010: R$1,764/US$
A-3 e LER 2011 17/08/2011: R$1,587/US$
A-3 2011
99,58
-18,9%
3.400
-12%
45,4%
-11,1%
16
16%
LER 2011
99,54
-18,8%
3.400
-12%
49,8%
-2,4%
16
16%
• No Brasil ocorreu rápida captura da curva de aprendizagem observada em outros mercados mais amadurecidos.
• Graças à dinâmica global do mercado e à desaceleração em países afetados pela crise econômica , os preços finais
foram reduzidos drasticamente (60% < PROINFA), rebaixando margens comerciais na cadeia de valor.
• Condições de competitividade atuais e avanços tecnológicos das máquinas ofertadas, no LER 2.010 resultaram num
FC médio = 51% (2 x FC médio Europa).
• Continuidade destas condições estimula formação de consórcios para concorrer nos próximos leil
• ões, privilegiando grandes agentes do setor elétrico que têm economia de escala e melhor acesso a financiamentos.
Fonte: GWEC / ABEEolica 2010
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TENDÊNCIAS
As geração a partir de fontes renováveis
está crescendo mundialmente, eólica tem
grande fatia.
Potencial expressivo no Brasil - 300 a 400
GW
O Brasil lidera na América Latina e reduz
cada vez mais os preços de geração em
decorrência dos leilões baseados na
modicidade tarifária.
Integração com as UHE’s, visto a
complementariedade com a
hidroeletricidade (capacidade
virtual de armazenamento nas
UHE’s)
Brasil como polo exportador de
equipamentos e serviços para a
América Latina
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DESAFIOS
 Definição do tamanho desejável e do ritmo de desenvolvimento do setor eólico na composição
da matriz energética brasileira – EPE estima 7% da matriz elétrica em 2020 (~11,5GW), as
empresas do setor querem o dobro!
 Investimentos no sistemas de transmissão para escoar a energia e para melhor controle do fluxo
de potência – distância das fontes dos mercados consumidores e integração com o parque
hidrotérmico
 Atuação no ACL (Ambiente de Contratação Livre) em complementaridade com as PCHs e até
UHEs
• Bionergy vendeu 230 MW para Cemig em 2009
• Tractebel investirá R$ 630 milhões em 5 EOLs (145,4 MW)
• CPFL investirá R$ 600 milhões em 5 EOLs (150 MW)
• Cemig / Light contratarão 400 MW do portfólio Renova
 Autoprodutores: as indústrias eletrointensivas pretendem investir mais de R$ 3,4 bilhões até
2020
 Promover iniciativas que tornem mais competitiva a utilização do aço brasileiro na indústria
eólica
 A indústria nacional não tem hoje capacidade de suprir todos os equipamentos demandados
 Capacitação de mão de obra especializada para o setor
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DESAFIOS
 Solucionar as necessidades de logística para transporte/montagem dos grandes
componentes (torres, pás, rotores)
 Incrementar a capacidade produtiva da indústria eólica nacional, criando novos
pólos de P&D, tendo como meta tecnologias adaptadas às características dos
recursos eólicos e do sistema elétrico no país
 Revisar o regime tributário, introduzindo mecanismos mais eficazes de
desoneração fiscal na cadeia produtiva (isenção / incentivo).
“Cascata” Tributária
21/10/201
1
25,7 a 32%
Fonte: Estudo da Baker Tilly, contratado pela ABEEolica
EP/EG
27
Obrigado!
Flávio Fernandes Novaes
Gerencia de Engenharia Eletromecânica de Expansão da Geração e de Fontes Alternativas
Diretoria de Geração e Transmissão
Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig
tel.:+55-31-3506-4173 cel.:+55-31-9974-6720
www.cemig.com.br
28
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