PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ CURSO PEDAGOGIA SCHEILA XAVIER DE SOUZA A PARTICIPAÇÃO DA MULHER NA ACADEMIA DA POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA São José Junho de 2013 SCHEILA XAVIER DE SOUZA A PARTICIPAÇÃO DA MULHER NA ACADEMIA DA POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA Trabalho elaborado para a disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso de Pedagogia do Centro Universitário Municipal de São José USJ. Orientador: MsC. José Raul Staub. São José Junho de 2013. SCHEILA XAVIER DE SOUZA A PARTICIPAÇÃO DA MULHER NA ACADEMIA DA POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito final para aprovação do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Municipal de São José - USJ avaliado pela seguinte banca examinadora: ______________________________________________________ Prof. MsC José Raul Staub Orientador ___________________________________________________ Prof. MsC Silvanira Lisboa Scheffler Membro Examinador ___________________________________________________ Prof. Roberta Schnorr Buehring Membro Examinador São José 26 de junho de 2013 Ao Meu Filho Cristian Xavier de Lima o homem da minha vida, que por inúmeras vezes abdicou de minha presença para que eu pudesse obter a conclusão do . meu curso de Pedagogia. AGRADECIMENTOS Quatro anos se passaram e muito tenho a agradecer primeiramente a Deus por ter me oferecido a oportunidade de viver e evoluir a cada dia. Aos meus queridos pais Rogério e Idalina, aos meus queridos irmãos Robson e Diego, as minhas cunhadas Gisele e Juliana Santiago, aos meus queridos sobrinhos Juliana, Mariana, Manuella, Luan e João Vítor e aos demais familiares pelo apoio e carinho oferecidos em todos os momentos de minha vida, e principalmente neste momento por estarem presentes, apoiando-me para que eu conclua mais uma etapa da minha vida. A vocês não tenho e nunca teria palavras suficientes para agradecer tudo o que fizeram e fazem por mim. Ao Cristian meu filho que muitas vezes deixei de estar presente na sua vida, mas que me apoiou durante a faculdade, pela paciência e pela compreensão, e por me fazer a mãe mais feliz. A minha mãe Dilma Maria que hoje não se faz mais presente neste mundo, mas que sempre me falava que em primeiro lugar vinha o estudo, muito obrigada pela educação que a senhora me deixou As minhas amigas Rose, Alessandra, Bruna, Vanessa, Ana Carolina e Vanessa Isidoro, pois hoje posso chamar assim, “amigas”. Começamos sendo apenas colegas de Universidade, o tempo foi passando e nos tornamos amigas, parceiras de trabalho de duplas de estágio. Compartilhamos sonhos, choros, alegrias e algumas baladas, por todos os momentos vividos de cumplicidade, brincadeiras, confidências, estudos e ajuda... meus sinceros agradecimentos. Aos meus colegas de trabalho que me apoiaram em todos os momentos ao longo destes quatro anos do curso de pedagogia, a Patrícia, Rose Barbara, Maria de Lurdes, Tábata, Renata, Graziela e a Nédia pelo apoio incondicional e sua amizade, o meu muito obrigada. Ao meu orientador, José Raul Staub por suas orientações e incentivos durante a produção deste trabalho. Agradeço também a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação. A vida me ensinou a nunca desistir nem ganhar, nem perder, mas procurar evoluir. Podem me tirar tudo que tenho. Só não podem me tirar às coisas boas que eu já fiz pra quem eu amo. ALEXANDRE MAGNO ABRÃO (CHORÃO) RESUMO O presente Trabalho de Conclusão de Curso tem como temática a participação da Mulher na Academia de Polícia Militar de Santa Catarina, enfatizando a presença feminina nessa instituição, tracejando a história do movimento das mulheres em sua luta pelos direitos de igualdade profissional, sendo que a academia militar foi um espaço voltado exclusivamente para os homens, mas devido às mudanças sociais e ao aumento da participação feminina nos mais diferentes setores de atuação profissional tal situação foi mudando. A mulher começa a fazer parte do quadro da corporação da PM/SC, por meio de processo seletivo, no ano de 1991 visando à formação do quadro de servidores. Para atender essa nova demanda, a Polícia Militar teve que se adequar resultando em uma reformulação do seu currículo. A perspectiva do trabalho consiste na identificação e análise da presença feminina na academia de policia de Santa Catarina, com o objetivo de Identificar e analisar a participação da mulher na Academia de Polícia Militar do Estado de Santa Catarina bem como sua atuação no exercício das funções previstas pela corporação. Para responder aos questionamentos foi realizada uma pesquisa bibliográfica e documental, submetida a análise com foco nas ações formativas dos profissionais da área de segurança pública do Estado de Santa Catarina. PALAVRAS-CHAVE: Academia Militar. Educação. Mulher. LISTA DE ILUSTRAÇÕES 1 - Eixos articuladores da Matriz Curricular Nacional 2 - Áreas Temáticas da Matriz 3 - Desdobramento das Competências 4 – Interdisciplinaridade 5 – Transversalidade 6 - Gráfico : 1 º 8 - Gráfico : 2º LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS Polícia Militar de Santa Catarina - PM/SC Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP Quartel do Comando Geral PM/SC - QCG SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO________________________________________________11 4 METODOLOGIA______________________________________________15 5 REFERENCIAL TEÓRICO______________________________________16 6 ACADEMIA MILITAR NO BRASIL_______________________________18 6.1 A MATRIZ CURRICULAR E SEUS EIXOS NORTEADORES__________21 6.2 MULHERES NA ACADEMIA MILITAR PM/SC_____________________36 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS____________________________________42 10 REFERÊNCIAS_____________________________________________44 APÊNDICES__________________________________________________47 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho aborda aspectos da Participação da Mulher na Academia da Polícia Militar de Santa Catarina - PM/SC, com ênfase na presença feminina com a perspectiva de identificar o quantitativo dessas profissionais na corporação no que diz respeito a sua formação profissional, distribuição de cargos que ocupam e no desempenho de suas funções. A criação dessas perspectivas para o universo das mulheres inicia-se com as mudanças provocadas pela a revolução industrial e a urbanização. Neste cenário as famílias começam a adquirir eletrodomésticos tornando a vida doméstica mais fácil e também a chegada da segunda guerra mundial, por volta de 1939. Período esse em que a mulher começou a trabalhar fora dos domínios domésticos, assumindo empregos antes exercidos somente pelo sexo masculino, e assim deixando seus lares para suprir a falta de mão de obra nas fábricas e indústrias, ocasionada pelo alistamento militar dos homens. Desta forma a mulher começou a lutar para ser reconhecida também profissionalmente, para tanto, primeiramente tiveram que lutar pelo direito à educação indo para as escolas, onde elas começam a estudar e preparar-se para exercer outras atividades. Na luta pelos direitos a educação e profissionalização feminina no pós guerra a mulher começou a ganhar mais espaços na sociedade, ela começa a se manter trabalhando como professora, por exemplo, e assim vai criando espaços na sociedade para poder adentrar em outras áreas profissionais. Na atualidade o desafio da mulher consiste em conciliar os papéis de mãe, esposa, namorada, filha com o desempenho das funções assumidas no âmbito profissional das mais variadas naturezas e ramos de atuação profissional. Assim, paulatinamente a mulher vai ocupando espaços de trabalho em determinadas profissões que eram eminentemente masculinas. Sabemos que um dos ambientes de trabalho em que predomina o gênero masculino é a Policia Militar, porém aos poucos foi abrindo as portas para as mulheres nas Academias Militares de todo o Brasil. A academia militar de Santa Catarina assegurou a entrada das mulheres com o processo seletivo educacional no ano de 1991 visando à formação do seu quadro militar, porém, teve que se adequar para atender a essa nova demanda que resulta em uma reformulação do seu currículo como também das estruturas físicas do ambiente militar Com a entrada da mulher nesta área eminentemente masculina surge o questionamento: como será a formação na academia de polícia? Terá alguma distinção entre os gêneros? Há reações às discriminações do sexo masculino? Como é o convívio na academia? O currículo é o mesmo? E porque as mulheres optaram por esta área de atuação? Para atender a essa demanda a Academia Militar de Santa Catarina realiza as adequações a partir de documentos como a Matriz Curricular da Policia Militar de Santa Catarina e Normas Gerais de ensino da academia militar. Estes documentos representam uma ferramenta para a formação e atuação do Profissional da Segurança Pública. A partir dos referidos documentos foi feito uma análise sobre a formação militar, as influências no cotidiano feminino, e a criação das academias militares, como é o curso de formação de soldados, e para compreender como a mulher foi educada. Na intenção de alcançarmos o propósito deste trabalho estabeleceu-se a trajetória da “educação militar” no âmbito da formação para exercício das funções previstas na Polícia Militar de Santa Catarina, reconhecendo a estrutura curricular para a formação na academia militar de Santa Catarina e Analisando o regimento da corporação no que tange a inserção da mulher na polícia militar, por fim verificar e analisar os cargos e funções ocupados pelas mulheres na estrutura funcional e administrativa da policia militar de Santa Catarina e seus desdobramentos. A academia militar foi por muito tempo um espaço voltado exclusivamente para os homens, mas devido às mudanças sociais e ao aumento da participação feminina nos mais diferentes segmentos da sociedade e caracteriza-se hoje em uma instituição onde se formam soldados e oficiais militares masculinos e femininos responsáveis pela segurança pública do nosso país. Partindo desta perspectiva procuramos analisar quais são seus benefícios, os prós e contras desta educação militar, procuramos respostas a esses questionamentos nos aspectos pedagógicos, como leituras de obras, artigos, pensadores que relatam estas vivências, e também com a análise das planilhas de dados representados em gráficos. O quadro atual indica um percentual do efetivo masculino predominante sobre o feminino nos postos que as mulheres ocupam dentro da corporação da Polícia Militar de Santa Catarina. A academia militar caracteriza-se por ser uma instituição onde se formam soldados e oficiais militares responsáveis pela segurança pública do nosso país, atualmente composta por homens e mulheres com faixa etária de 18 a 26 anos para mulheres e 18 a 28 anos para homens que tenham cumprido com suas obrigações militares e não tenham uma ficha criminal restritiva. A definição do tema surgiu da minha curiosidade em compreender melhor a educação militar, pelos mais diversos aspectos que estão impregnados no meu dia a dia. Mesmo não tendo participado efetivamente deste processo educacional, fui educada de uma maneira muito similar, porém no âmbito doméstico. Por ser neta de militar, entretanto, mesmo de uma forma mais amena a educação foi sendo repassada de geração a geração. O cuidado principal sempre era com o corpo, respeitando a hierarquia familiar, a postura à mesa, o cuidado com a roupa e com os sapatos etc. A responsabilidade maior era do primogênito, ou do filho homem, porém, sendo eu a filha mais velha, e apesar de eu ter mais dois irmãos homens e mais jovens, as principais responsabilidades recaíram sobre mim. Iniciei o curso de Pedagogia no Centro Universitário Municipal de São José – USJ, no segundo semestre de 2009, e foi através do estudo e leituras feitas durante o período de graduação que comecei a me questionar acerca da minha educação, então considerei a possibilidade de fazer meu trabalho de conclusão de curso sobre a inserção da mulher na área militar. A relevância do tema se consolida pela possibilidade de poder entender melhor esta educação que está tão presente em nossa sociedade e influenciou não somente a minha vida educacional, mas agora com um olhar pedagógico, com as leituras das obras, artigos, que relatam estas vivências, bem como através da análise das planilhas de dados representados em gráficos tudo se tornou ainda mais instigante para mim. E pesquisar a inserção da mulher na academia de polícia militar de Santa Catarina em primeiro foi uma escolha para que eu possa compreender melhor como a mulher está inserida neste campo que antes era só masculino, como a educação militar influencia no cotidiano social feminino, quais os prós e contras desta educação militar, uma educação que vivenciei e acabou influenciando não só a minha vida, mas de outras pessoas em meu entorno. O tema, portanto delimita-se no objetivo geral de Identificação e análise da participação da mulher na Academia de Polícia Militar do Estado de Santa Catarina bem como a sua atuação no exercício das funções previstas pela corporação; e os objetivos específicos são: Verificar a trajetória da “educação militar” no âmbito de sua formação para o exercício das funções previstas na Polícia Militar com ênfase a de Santa Catarina. Reconhecer a estrutura curricular para a formação na academia militar de Santa Catarina. Descrever o regimento da corporação no que tange a inserção da mulher na polícia militar. Abordar e elencar os cargos e funções ocupados pelas mulheres na estrutura funcional e administrativa da policia militar de Santa Catarina. Diante disso, o presente trabalho justifica-se com intuito de contribuir significativamente com o debate em torno da construção de uma sociedade mais igualitária, e também fortalecer e incentivar a produção acadêmica, deixando este trabalho como um registro para que outros estudantes pesquisadores possam ampliar a discussão em torno deste tema. 4 METODOLÓGIA Este é um trabalho de conclusão do curso de Pedagogia do Centro Universitário Municipal de São José (USJ), cujo tema de estudo caracteriza-se pela observância de aspectos da Pedagogia Militar, ou seja, a questão das mulheres no curso de formação de soldados na academia militar de Santa Catarina. O presente trabalho é composto por uma pesquisa bibliográfica e documental, que de acordo com Severino (2004, p37) “documentação temática visa coletar elementos relevantes para o estudo em geral ou para a realização de um trabalho em particular, sempre dentro de determinada área”. Marconi e Lakatos (2008, p 43) corroboram também com a idéia: “a pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com método de pensamentos reflexivos que requer um tratamento cientifico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais”. A pesquisa realizada busca identificar a presença das mulheres na Academia de policia de Santa Catarina e as mudanças ocorridas no currículo após a inserção do efetivo feminino na academia Militar de Santa Catarina. Esta pesquisa tem também caráter qualitativo de cunho quantitativo acerca dos dados obtidos junto ao Comando Geral da Polícia Militar/SC e do levantamento bibliográfico e descrição da coleta de dados e suas respectivas análises. 5 REFERENCIAL TEÓRICO O referencial teórico que fundamenta o presente trabalho conta com diversas fontes de consultas bibliográficas sobre a temática, especialmente as mais recentes. Desta forma pudemos obter informações do percurso histórico da educação militar e das academias Militares de SC, o Curso de Formação de Soldados, a Educação Feminina e a Mulher na academia militar, bem como, os dados e textos oficiais, publicados em livros, na mídia eletrônica e trabalhos acadêmicos acerca do tema para dar a sustentação e a fundamentação teórica necessária ao trabalho. Ao considerar que a organização de grupos para fins militares remete aos primórdios das sociedades humanas, pode-se observar que a educação não formal dentro destas organizações também remete a um período bastante antigo. De acordo com Luchetti (2006 , p 64) A historiografia dá conta de que o ensino militar teve início em meados do século XVII. Esse ensino, como característica da época, era ministrado em aulas, que eram cursos avulsos e descentralizados. Este ensino tentava atender as especificidades daquela época que era a formação profissional com finalidade de defender a pátria. Ainda segundo Cerqueira (2009, p58-61) A Educação Militar pauta-se no autoritarismo e no rigor excessivo na aplicação das normas um dos objetivos é fazer que os soldados adquiram racionalmente conhecimentos de si mesmos para poder compreender o regime disciplinar da PM. O ensino militar brasileiro tem sua origem da milícia Francesa onde os soldados praticavam tiro de precisão, ordem unida, educação física militar e legislação militar, se espelhando nos soldados Gregos com a plenitude do corpo e da mente. Observamos que desde sua origem até os dias atuais se dá ênfase as técnicas e doutrinas militares tendo como exigência as habilidades em todos os aspectos educacionais relacionados na formação para os próprios fins militares, todavia significa que todos os militares necessitam ter várias habilidades e atributos individuais na sua formação militar, como por exemplo conhecimentos táticos, teoria em estratégias e inteligências militares que se faz fundamental para o exercício da profissão ensinamentos são repassados na segurança pública, esses através de uma educação diferenciada, a educação militar. Na literatura de Barreto (1998, p 61) destaca que: A educação é sempre política, não existe educação neutra, numa sociedade em que convivem segmentos da população com interesses opostos e contraditórios. É impossível a existência de uma única educação que sirva, da mesma maneira, a todos estes grupos sociais. Ela está sempre a favor de alguém e, por consequência, contra alguém. As mudanças ocorrem com o tempo, à educação militar nos dias atuais estuda não só as ciências militares, mas é também regida por leis como a lei 9.394/96 que dispõe no Art. 83 que o ensino militar é regulado em lei específica, admitida a equivalência de estudos, de acordo com as normas fixadas pelos sistemas de ensino. Tendo como foco a educação militar a Academia Militar/SC procura rever e atualizar aspectos que definem seu ensino, para que possa ser um ensino que vise proporcionar os conhecimentos necessários e indispensáveis ao policial militar, levando em conta a sua efetiva preparação para o desempenho de suas atividades militares e que seja também um processo contínuo, evolutivo e permanente. Visando também proporcionar cursos e estágios que assegurem a imediata utilização dos conhecimentos adquiridos evitando o mero repasse de informações. ( Fonte NGE, 2012, p 2). Neste sentido Silveira (2009,p12) ressalta que: As reflexões históricas não podem esquecer as razões e as paixões que alimentam as decisões dos homens e mulheres que as constroem. A aparente contradição e a comum minimização da segunda tendem a deixar de lado um olhar importante para um comportamento humano, o da afetividade, o da subjetividade na construção dos processos identitários e nas decisões políticas As diferenças entre as escolas regulares, e as escolas militares podem ser observadas na sua proposta pedagógica que prioriza princípios e práticas que guarda estreita e cerrada relação com o esforço de modernização do ensino. 6 AS ACADEMIAS MILITARES NO BRASIL A primeira academia militar brasileira, criada em 04 de dezembro de 1810, pelo então príncipe Regente Dom João, foi chamada Real Academia Militar e iniciou as suas atividades pedagógicas no ano seguinte. Essa criação foi baseada em outras academias já existentes como, por exemplo, a da França e Inglaterra. De acordo com CASTRO (1990, p. 1) A academia contava com um corpo discente extremamente heterogêneo, tanto em faixa etária quanto em nacionalidade; era composto por civis e por militares. Na primeira turma, dos 63 alunos matriculados, 23 tinham menos de 20 anos, 36 eram brasileiros, 16 portugueses, um italiano e 10 cuja procedência não foi registrada. Com a Independência do Brasil, a Real Academia passou a se chamar Imperial Academia Militar e, por volta de 1832, teve o seu nome modificado novamente, passando a chamar-se Imperial Academia Militar da Corte, e ficou ainda mais militarista que antes haja vista que a academia não seguia uma disciplina rígida. As armas foram todas recolhidas dos alunos do Colégio Militar, pois as aulas não seriam de forma militar. Em 1839 a Academia mudou mais uma vez seu nome, passando a chamar-se Escola Militar. Antes o formato da escola militar era como as escolas tradicionais onde os alunos estudavam as matérias do currículo escolar da época. Junto com a alteração do nome, sofreu também uma reformulação no seu currículo, ficando muito parecida com o ensino das Academias francesas, em que os jovens além de estudar ciências, também estudavam armamentos militares e os comandantes os “corrigiram” os alunos que nas suas aulas, não tivessem um comportamento correto através de prisão que variava de 5 a 7 dias. De acordo com informações retiradas do site (http://www.pm.sc.gov.br em Santa Catarina: A Força Policial foi instituída no ano de 1835, por Feliciano Nunes Pires, através da Lei Provincial nº 12. Esta corporação substituiu os Guardas Municipais Voluntários. O Regulamento da Força Policial, aprovado em 1836, só veio ratificar a missão acima citada, outorgando-lhe a missão ampla e complexa de atender desde incêndios até a prisão de infratores das posturas municipais. Essa foi, durante muitos anos, a principal missão da Força Policial. Durante o período Imperial, o Brasil se viu envolvido em inúmeras contendas internas e externas, tais como a Guerra dos Farrapos e a Guerra do Paraguai. Após estes dois fatos históricos as academias militares se reestruturaram e voltaram-se para o ensino das armas militares. Até o ano de 1975, os jovens poderiam ingressar na academia militar apenas com a formação no primeiro grau. Santa Catarina foi o primeiro estado do Brasil na época a exigir como requisito o segundo grau para o jovem ingressar no corpo de oficiais no ano de 1976. A academia Militar foi um espaço voltado exclusivamente para os homens, mas devido às mudanças sociais e ao aumento da participação feminina nos mais diferentes setores, em 1983 a mulher passou a fazer parte do quadro da Polícia Militar, mas a sua formação acadêmica ainda não podia ser realizada no Colégio Militar. Com o passar do tempo as mulheres procuraram adaptar-se às mudanças sociais para que fossem inseridas no campo de trabalho, com isso aumentou a presença feminina tanto no ensino médio quanto nas universidades, onde antes predominava a figura masculina. A mulher antes era educada para o cuidado da casa, do marido e dos filhos, aprendia corte costura, como arrumar uma mesa para um jantar e as que conseguiam estudar formavam-se como normalistas, professoras responsáveis pelo ensino das crianças. Para muitos homens a mulher nunca deveria trabalhar fora das fronteiras de casa. Campos apud Almeida (1998, p. 21) corroboram com exposto enfatizando que: Queremos que a mulher aprenda e saiba, e achamos bem que ela advogue e politique se tanto dá gosto. Mas se a falência da escola com educadora moral se acentua de dia a dia e em toda parte; se o mesmo progresso da justiça social reclama que cada mulher tenha seu próprio lar e amamente o seu filho, se enfim a espécie humana quer durar , progredindo e melhorando, parece então que, além de médicas, advogadas e deputadas, convêm haver também algumas mães e algumas donas de casa, pelo menos enquanto o socialismo nos não apresente um modelo garantido de chocadeira para bebes e a amostra de um lar governado com toda dedicação, todo amor e toda poesia, por funcionários pagos pelo estado, Ate lá,a melhor mestra das futuras mães será a mãe, e melhor escola para donas de casa, a própria casa burguesa - e não o convento, nem o liceu oficial. Com base nas mudanças ocorridas na sociedade, e a entrada das mulheres na academia militar, foram reformulados e estruturados documentos como a matriz curricular nacional/militar para nortear sua educação profissional. Para ingressar na academia militar é necessário participar de concurso público, por sua vez os alunos passam pelo processo de ensino aprendizagem ministrado por professores com o propósito da formação profissional e acadêmica, onde são repassados conteúdos de cunho militar. 6.1 A MATRIZ CURRICULAR DA PM/SC E SEUS EIXOS NORTEADORES De acordo com Carpes (2010), com as mudanças educacionais e também no currículo militar no ano de 2009, a academia Militar de Santa Catariana, passou a exigir formação superior em Direito ou em Ciências Jurídicas para os oficiais e os demais cargos, que deveriam estar cursando o último ano do curso superior para compor seu quadro militar, tornando-se assim a academia Militar de Santa Catariana a terceira instituição do país a fazer esta exigência (as outras são: Rio Grande do Sul e Goiás). Uma das mudanças no currículo é fazer uma articulação com “o desenvolvimento de conhecimentos, práticas e atitudes relativas à dimensão ética da existência, da prática profissional e da vida social” ( SENASP 2009,p 17) Na perspectiva de conceituar o currículo observam-se os seguintes conceitos: de Cerqueira (2009 p,79) Os currículos devem procurar responder ao tipo de conhecimento considerado importante, justamente a partir de descrições sobre o tipo de pessoa que se considera ideal para o exercício profissional, o currículo considera importante a aquisição do aprendizagem e seus valores repassados pelos professore ou instrutores. No documento do SENASP (2009, p 8 e 15) podemos observar que: O currículo da Academia de Polícia Militar de Santa Catariana tem como objetivo ser um referencial teórico-metodológico que orienta as Ações Formativas dos Profissionais da Área de Segurança Pública – Polícia Militar, Polícia Civil e Bombeiros Militares – independentemente da instituição, nível ou modalidade de ensino o que se espera é atender a matriz curricular que tem como finalidade abordar quatro eixos: Sujeito e Interações no Contexto da Segurança Pública, Sociedade, Poder, Estado e Espaço Público e Segurança Pública, Ética, Cidadania, Direitos Humanos e Segurança Pública, Diversidade, Conflitos e Segurança Pública. O currículo aplicado no segmento de ensino da Academia de Polícia Militar está centrado nos fundamentos da formação para o exercício das funções e dos contextos vivenciados pelos policiais. Sua organização e distribuição por disciplina e carga horária apresentam-se de acordo com os princípios da segurança pública e da defesa. A academia se pauta pela busca das competências e habilidades para o respectivo segmento tendo como parâmetro para o desenvolvimento dos conteúdos curriculares e a aprendizagem necessária para o desempenho das funções previstas no regimento da corporação. Sua abordagem é fortemente teórica, em um primeiro momento, centrada em informações e memorização, na fase seguinte intensificam-se as ações de ordem prática. A avaliação se constitui processo integrante da aprendizagem, em decorrência de parâmetros e procedimentos que privilegiam a elaboração, análise e a iniciativa e atitudes por parte dos alunos. A seguir as áreas temáticas e eixos articuladores do currículo da Academia Militar da PM/SC. Ilustração: Eixos articuladores da Matriz Curricular Nacional. FONTE: SENASP (2009, p. 16) Ao analisar os eixos articuladores da matriz curricular militar, percebese o sujeito e suas as Interações no Contexto da Segurança Pública, e que este eixo trata do profissional como sujeito que se adéqua as necessidades do ambiente e de outro sujeito em si. Segundo SENASP (2009, p 8 ): Dentro deste eixo são enfatizados quatro temas geradores, relacionados com, Sensibilização, motivação pessoal e coletiva e integração de grupo, Aspectos humanos da profissão ou de procedimentos específicos, Relações humanas, Autoconhecimento e valores. Sendo contextualizado a valorização do exercício da profissão como também o próprio sujeito. No que se refere à Sociedade, Poder, Estado, Espaço Público e Segurança Pública, trata-se da relação que se tem com a sociedade, seu estudo histórico com o social, político, antropológico e cultural, tendo como objetos os conceitos humanos da sociedade civil. Seguindo este eixo nos são apresentados seis temas que segundo SENASP (2009 p,17 ) são: Elementos de Antropologia e de História, Sociedade, povo e Estado Brasileiro, Espaço público, cidadania, democracia e Estado de Direito, Constituição do Estado de Direito, Formas de sociabilidade e utilização do espaço público, História social e econômica do Brasil e dos estados. Em relação à Ética, Cidadania, Direitos Humanos e Segurança Pública, a articulação que este eixo busca desenvolver é a ética o social e o profissional valorizando as práticas diárias como também as diferentes noções de ética, cidadania e Direitos Humanos, este eixo traz consigo cinco temas que são eles segundo SENAPS (2009 p 17): Valores presentes na sociedade, Atuações humanas frente a dilemas éticos, Ética, política, cidadania e segurança pública, Práticas dos profissionais da área de Segurança Pública à luz das normas e dos valores dos Direitos Humanos. Com a percepção e reflexão das atividades da segurança Pública. No contexto da Diversidade, Conflitos e Segurança Pública, este eixo consiste no questionamento sócio cultural das diversas dimensões comportamentais da sociedade como base este eixo tem cinco temas sendo referenciados pelo SENAPS (2009 p,17 ): Diversidade como fenômeno social e direito fundamental da cidadania, Valorização das diferenças e a intervenção de órgãos da Segurança Pública, Conflitos gerados pela intolerância e a discriminação, Mediação e negociação de conflitos, Movimentos sociais e a atuação dos profissionais da área de Segurança Pública. Estes eixos e temas fazem menção primordial a Segurança Pública como um todo, sendo refletido e abordado para que o profissional possa assegurar e garantir a convivência no espaço público. No entanto, o contexto da matriz curricular possui como foco central as “Funções Técnicas e Procedimentos em Segurança Pública” que se desdobram em oito temas, com foco nos “currículos dos cursos de formação policial.” Cada área temática está representada no gráfico a baixo: Ilustração: Áreas Temáticas da Matriz. FONTE: SENASP (2009, p. 19) Ao analisar esses aspectos presentes na matriz curricular, segue uma breve descrição acerca de cada um dos temas relacionados na referida Matriz que segundo o SENASP (2009, p. 19) que são: Sistemas, Instituições e Gestão Integrada em Segurança Pública, Violência, Crime e Controle Sócial, cultura e Conhecimentos Jurídicos, Modalidades de Gestão de Conflitos e Eventos Críticos, Valorização Profissional e Saúde do Trabalhador, Comunicação, Informação e Tecnologias em Segurança Pública, Cotidiano e Prática Policial Reflexiva, Funções, Técnicas e Procedimentos em Segurança Pública. Estas temáticas têm como finalidade a conclusão do processo de formação dos profissionais da Segurança Pública, cada temática se refere a um distinto tema como os: Sistemas, Instituições e Gestão Integrada em Segurança Pública, que têm como foco a historização do sistema Público com sua organização social, a discussão crítica e contextualizada da atuação dos diferentes órgãos e carreiras profissionais, as interfaces e a interatividade das respectivas ações, nesta mesma temática são compostas áreas que têm como objetivos “processos e métodos” segundo SENASP (2009, p 20 ): O conceito e os diferentes paradigmas de Segurança Pública, A história das Instituições de Segurança Pública, A formulação, a implementação, a avaliação e o acompanhamento de políticas públicas de segurança, As funções e as atribuições da polícia em uma sociedade democrática, A filosofia e os modelos de policiamento comunitário, A gestão integrada e a interatividade em Segurança Pública, O controle democrático externo e interno das Instituições de Segurança Pública, O poder de polícia, o poder da polícia e o poder discricionário do policial, A administração e o serviço públicos, A gestão de recursos humanos, os planos de carreira e as relações de trabalho, O planejamento estratégico aplicado à Segurança Pública. Em relação a Violências, Crime e Controle Social tem como abordagem o fato da violência e a criminalidade com o intuito de controlar estas manifestações na sociedade .tendo em vista este fatores são “desenvolvidos” temas para que sejam “abordados” afirma SENASP (2009, p 21 ) Sociologia da violência, Violência estrutural, institucional, interpessoal, Mídia, violência e (in)segurança, Noções de criminologia, Processos criminógenos, psicologia criminal e das interações conflituosas, Sistema penal, processos de criminalização e práticas institucionais de tratamento dos autores de atos delitivos, Jovens em conflito com a lei, Violência e corrupção policial, Crime organizado: análise crítica da gênese e estruturas, Violência da escola e violência na escola, Violência e grupos vulneráveis, Violência contra a mulher, Exploração sexual comercial, Violência no trânsito, Tráfico de drogas. No que diz respeito à Cultura e Conhecimento Jurídico, estas temáticas se referem, a estrutura da sociedade em um todo, tendo como finalidade “Direito como construção cultural, Direitos Humanos, conhecimento do ordenamento jurídico brasileiro,” assim se dá os temas a serem trabalhados segundo SENASP (2009, p 21): Direito, sua concepção e função, Direitos Humanos, sua história e instrumentos de garantia, Elementos de Direito Constitucional, Elementos de Direito Administrativo, Elementos de Direto Penal e Direito Processual Penal, Legislações especiais aplicáveis no âmbito da Segurança Pública. Ao fazer referência as Modalidades de Gestão de Conflitos e Eventos Críticos, a proposta traz uma postura dominante sobre situações de conflitos, uma postura de “forma responsável, eficaz, legítima e legal”. Na segurança publica com intuito de promover uma reflexão temática segue os seguintes temas conforme SENASP (2009, p 22) . Análise e prevenção de conflitos, Mediação de conflitos, Emotividade e percepção das situações e conflito, Preparação psicológica e emocional do gerenciador de conflitos, Tomada de decisão em situações de conflito, Uso da força, legitimidade e limites, Formas de uso da força, responsabilidade e ética, responsabilidade dos aplicadores da lei, Relação com a mídia. Conforme Valorização Profissional e Saúde do Trabalhador, é uma temática destinada a cumprir o elo com a segurança pública e o profissional desta área tendo como finalidade à motivação, à eficácia e ao bem-estar, condições de trabalho, assistência, equipamentos disponíveis tendo como temas segundo SENASP (2009, p 23 ). Imagem do profissional de Segurança Pública, Condições de trabalho em Segurança Pública, Desempenho profissional e procedimentos e técnicas para proteção à vida, Conceito de saúde para o profissional em Segurança Pública, Condições de trabalho saudáveis e equipamentos adequados, Exercício e condicionamento físico. No contexto da Comunicação, Informação e Tecnologias em Segurança Pública, traz os procedimentos técnicos relacionados ao sistema de segurança pública, tendo como abordagem geral dos diferentes princípios, meios e modalidades de comunicação, tendo em vista os seguintes temas referidos conforme SENASP (2009, p 3 ). Princípios, meios e formas de comunicação: da comunicação oral à comunicação de massa, Comunicação verbal e corporal, Comunicação de massa e Sistema de Segurança Pública, Sistemas de telecomunicações interno e externo, Registro de ocorrências, Estatística criminal e análise criminal, Geoprocessamento e atuação policial no locus urbano, Gestão das novas tecnologias da informação, Atividades, operações e análise de Inteligência, Controle democrático e atividades de Inteligência. Na atualidade o Cotidiano e Prática Policial Reflexiva referem-se à teoria das práticas , relacionadas ao dia a dia dos profissionais da segurança publica, tendo como objetivo obter soluções de problematização no cotidiano . Sendo assim são temas geradores conforme SENASP (2009, p 23 ). Casos de relevância e alto risco, Mediação e solução de problemas policiais, Práticas individuais e institucionais polêmicas, Análise situacional concreta, Temas relacionados ao imaginário popular sobre segurança pública e seus profissionais, Reflexão sobre rotinas, Práticas policiais emblemáticas. E o última temática faz referência as Funções, Técnicas e Procedimentos em Segurança Pública, que abordam as funções que os profissionais da segurança pública atuam sendo assim devem permear as Ações Formativas e integrar as demais áreas temáticas. Tendo como objetivo de acordo com SENASP (2009, p 24 ). Planejamento de ação integrada, Análise criminal, Áreas integradas de Segurança Pública, Informações sobre proteção a testemunhas, Perícias, Técnicas para ação tática (ex: técnicas de abordagem, técnicas de defesa pessoal, técnicas de contenção, imobilização e condução, direção defensiva, uso legal da força, métodos de intervenção e de mediação, formas e técnicas de patrulhamento, técnicas de atendimento pré-hospitalar, local de crime, entre outras), investigação policial. A segurança Pública tem como foco as Orientações TeóricoMetodológicas que consistem em técnicas para que facilitem o planejamento da formação dos policiais. Sendo assim, o referencial teórico-metodológico da Matriz está baseado em um paradigma que concebe a formação e a capacitação como um processo complexo e contínuo de desenvolvimento de competências. Sendo assim os Processos de Ensino e Aprendizagem e o Desenvolvimento de Competências estão pautados na educação que o profissional atinja com o ensino que lhes é proporcionado através da construção e reconstrução do conhecimento e a apropriação crítica da cultura elaborada. Nesse sentido SENASP (2009, p26) afirma que : Os processos de construção/reconstrução do conhecimento estão relacionados à capacidade de aprender continuamente e envolvem, dentre outras, as capacidades de análise, síntese, crítica e criação, a partir da exploração de diferentes perspectivas na interpretação da realidade, frente a desafios e situações problematizadoras relacionadas à área de atuação. Tendo como fator a aprendizagem militar a Matriz curricular faz menção a um referencial pedagógico que tem em vista a promoção efetiva da consciência coletiva profissional da área de Segurança Pública. SENASP (2009, p26): Cognitivas/Aprender a Pensar – competências que requerem o desenvolvimento do pensamento por meio da pesquisa e da organização do conhecimento e que habilitam o indivíduo a pensar de forma crítica e criativa, a posicionar-se, a comunicar-se e a estar consciente de suas ações. Atitudinais/Aprender a Ser e a Conviver – competências que visam estimular a percepção da realidade, por meio do conhecimento e do desenvolvimento das potencialidades individuais – conscientização de si próprio – e da interação com o grupo e a convivência em diferentes ambientes: familiar, profissional e social. Operativas/Aprender a Atuar – competências que prevêem a aplicação do conhecimento teórico em prática responsável, refletida e consciente. “ Referindo-se efetivamente havendo a aprendizagem como um conjunto que se faz essencial ao referencial pedagógico da segurança pública, nos eixos um desdobramento em: Conteúdos conceituais (leis, teorias e princípios). Conteúdos atitudinais (valores, crenças, atitudes e normas). Conteúdos procedimentais (habilidades técnicas, administrativas, interpessoais, políticas e conceituais traduzidas em métodos, técnicas e procedimentos). Estes eixos estão ilustrados na figura abaixo Ilustração: Desdobramento das Competências . FONTE: SENASP (2009, p. 27) Em relação aos eixos, competências e conteúdos esses fazem uma relação com os saberes práticos do dia a dia dos profissionais da segurança pública destacando-se segundo o documento em análise são os seguintes: o saber redizer textualmente, repetindo tal como foi dito;o saber redizer, dizendo o que foi dito com as próprias palavras ou na forma de um gráfico, desenho ou imagem; o saber refazer, reproduzindo o que foi aprendido em situações semelhantes, adaptando-se rapidamente às situações rotineiras; o saber fazer, aplicando o conhecimento em situações não semelhantes a que se serviu de aprendizagem, o que exige análise, ordenação, combinação e diferenciação entre o que é essencial e o que é superficial, síntese, solução de problemas, avaliação, escuta e comunicação; o saber fazer gestual no uso de equipamentos e no uso da tecnologia; o saber ser, incluindo o autoconhecimento, o conhecimento dos outros e da vida em geral, remetendo a sistemas de valores, opiniões e crenças usadas nas avaliações e julgamentos (este saber integra o saber redizer, o saber refazer e o saber fazer); o saber transformar-se, implicando no engajamento em projetos, ajustes e antecipação do futuro; o saber fazer relacional, incluindo o estabelecimento de relações entre conceitos, teoria e prática, contexto mais próximo e contexto mais amplo. A ligação destes saberes se dá a partir das práticas e atividades na construção da formação dos profissionais da segurança pública a partir das ações pedagógicas através da Interdisciplinaridade e Transversalidade, a interdisciplinaridade conforme SENASP (2009 p 29): Questionar a segmentação dos diferentes campos do conhecimento, possibilitando uma relação epistemológica entre as disciplinas, ou seja, uma inter-relação existente entre os diversos campos do conhecimento frente ao mesmo objeto de estudo. A figura a baixo faz alusão a interdisciplinaridade e a ligação com as temáticas: Ilustração: Interdisciplinaridade . FONTE: SENASP (2009, p. 27) A transversalidade tem como objetivo “temas emergentes destacados pelos eixos articuladores,” (SENASP 2009, p 30) Transversalidade Direitos Humanos (Eixos Articuladores) Funções Técnicas e Proc. Em Seg. Púb.(Uso Legal da força) Com. Inf. E Tec. Em Segurança (Erros de Comunicação) Valorização de Gestão de Conflitos e Eventos Críticos (Estresse e Trabalho) Modalidades de Gestão de Conflitos e Eventos Críticos (Movimentos Sociais) Ilustração: Transversalidade. FONTE: SENASP (2009, p. 30) Conforme o documento analisado SENASPE (2009, p30), para que haja a efetivação da interdisciplinaridade e da transversalidade pretendida, os responsáveis em promoverem as ações formativas precisarão planejá-las a partir da análise crítica das ações pedagógicas, baseando-se na matriz curricular que se ampara e se define através da interdisciplinaridade e a transversalidade segundo as construções sociais do trabalho dos profissionais da segurança pública. Assim a metodologia e técnicas de ensino romperão com práticas docentes conservadoras e abrirão espaços para a reflexão e discussão pelos docentes, desta forma Cerqueira (2009, p 69) afirma que : A Polícia Militar constitui o braço armado da lei, sendo assim deverá conhecer as normas Jurídicas para poder cumpri-las. Além dos valores éticos da Polícia Militar como autoconfiança, liderança, honestidade e lealdade, a instituição educativa. A Matriz curricular foi desenvolvida com objetivo de proporcionar aos profissionais da segurança pública a teoria e metodologia com ênfase nos eixos articuladores, procurando orientar os profissionais para uma formação com formato Universitário. Assim, o ensino militar estadual catarinense, em 04 de maio de 2009, com a Portaria n. 430 do Comando Geral da Corporação, o Centro de Ensino da PMSC teve sua denominação modificada para Centro Universitário para a Defesa e Segurança Pública com Cidadania da PMSC (atual CEUSCIPM)”. A academia militar busca ser reconhecida pelo “Ministério da Educação e Cultura” e pelo conselho estadual de educação, fato que ainda não se consolidou. Academia Militar de Santa Catarina segue sua linha de práticas educacionais para a segurança pública, visando o bem estar da população em geral, por meio dos seus agente. Conforme Carpes (2010, p39) A prática dos profissionais de segurança pública requer destrezas operacionais que permitam a execução de procedimentos com segurança, técnica e atitudes relacionadas com o sentimento de humanidade, respeito aos direitos humanos e compromisso social, fundamentos que asseguram o exercício profissional ético. O exercício da função a partir da formação obtida constituiu um desafio permanente aos profissionais da segurança pública em particular, por enfrentar situações diversas que não podem ser resolvidas dentro de uma única forma de atuação e contar com o fator surpresa, mesmo que haja uma preparação para essas situações. Ao analisarmos a literatura de acordo com Brand,Tolfo, (2012, p 14), todos os soldados que frequentam o curso da academia militar de Santa Catarina têm que seguir um currículo especifico que possui duração de 35 semanas, com carga horária total de 1.445 horas aula, sendo 1.380 horas-aula teórica, 45 horas-aula de estágio e 20 horas-aula a disposição da diretoria. A academia militar segue um regime escolar de 50 horas-aula semanais, sendo 10 aulas de 45 minutos diárias de segunda a sexta-feira, com quinze minutos de intervalo no período matutino e quinze minutos de intervalo no período vespertino. Sendo que se assemelham parcialmente com as escolas regulares no que tange a questão de horário. A rotina das atividades escolares na academia iniciam as 07h30m com uma formatura ordinária para revista do pessoal e hasteamento da bandeira, para em seguida, as 08h00m iniciar as aulas em sala. No período matutino as aulas são de 08h00m as 12h00m. Neste intervalo de duas horas para almoço, os alunos almoçam no quartel e devem permanecer esperando para as aulas do período vespertino que têm início as 14h00m e término as 18h00m, momento em que os alunos entram em forma novamente no pátio para o arreamento da bandeira. Em relação à disciplina mencionada Cerqueira (2009, p.61) explicita: Tudo tem por objetivo fazer com que o aluno adquira racionalmente conhecimento de si mesmo para poder compreender o regime disciplinar da Policia Militar, que procura apontar-lhe o que pode e o que não pode fazer, visando ao seu bem-estar. Com o intuito de que os alunos apropriem-se de uma aprendizagem significativa, é adotada na escola militar a construção ativa do conhecimento, em que o professor por meio da mediação intencional do processo de ensino aprendizagem, cria as condições para que o aluno aproprie-se do conhecimento e opere física, mental e emocionalmente sobre o objeto do conhecimento, tendo como objetivo por meio das disciplinas curriculares a formação que evidencie o caráter do policial como cidadão qualificado. Na sociedade contemporânea é muito significativa e ascendente a participação das mulheres em profissões antes consideradas essencialmente masculinas. A inserção das mulheres no mercado de trabalho, a ascensão dos movimentos feministas, o aumento da escolaridade entre a população feminina e a luta pela garantia dos direitos de igualdade entre os sexos, resultou na entrada destas em espaços antes dominados apenas pelo sexo masculino. Segundo Almeida (1998, p. 20) No início do século XX, motivada principalmente pelo movimento feminista a mulher começa a lutar com mais afinco para adquirir a igualdade de direitos, pois os homens eram os únicos “detentores do poder econômico e político passando a ditar ainda mais as regras e normatizações das instruções feminina e limitar seu ingresso em profissões por eles determinadas”. Um lugar onde elas podiam ter todo o “controle” era no “magistério”. O resultado deste conjunto de fatores é que hoje, podemos encontrar a presença feminina em canteiros de obras, dirigindo caminhões, em fábricas, escritórios, tornou-se médica, advogada, passou a atuar em arenas de rodeios, nas assembléias legislativas e nos postos e viaturas policiais. Segundo Bauer (2001 p. 136) a mulher passou a ser uma pessoa de direitos e deveres, “em 1962 com o código civil que só viria a ser aprovado 12 anos depois eliminava por enfim, o principio segundo o qual a mulher ao contrair matrimônio, abriria mão dos direitos fundamentais de cidadã.” NORONHA ( 2003, p. 61) acrescenta: Para os homens, a construção de uma carreira profissional tende a ser bem mais fácil, já que contam com o apoio de sociedade. Sua obrigação primeiramente é, senão alcançar o poder, progredir profissionalmente, dedicando-se ao máximo para que isso ocorra. A mulher, no entanto, é cobrada para que coloque a família em primeiro lugar, recaindo sobre ela a maior carga de responsabilidade pelos filhos e pelo bom andamento da rotina doméstica. Em 1985 o Presidente José Sarney regulamenta a ” Lei nº 7.353 , em 29 de agosto“ Art. 1º Fica criado o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher - CNDM, com a finalidade de promover em âmbito nacional, políticas que visem eliminar a discriminação da mulher, assegurando-lhe condições de liberdade e de igualdade de direitos, bem como sua plena participação nas atividades políticas, econômicas e culturais do País. Mas é em 07 de agosto de 2006 que é sancionada pelo presidente da república a lei 11.340/06 conhecida como a lei Maria da Penha, a lei que ganhou este nome em homenagem a senhora Maria da Penha Maia Fernandes, que lutou contra a violência doméstica de que foi vítima, seu marido no ano de 1983 atirou nas costas dela enquanto ela dormia, deixando-a paraplégica. O agressor foi a júri após oito anos do crime, foi julgado, e seu advogado recorreu em 1996, ano em que é condenado a prisão por dez anos, mas seu advogado recorre da sentença e a anula. No entanto com auxilio de algumas ONGs Maria da Penha consegue enviar o caso para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (OEA), sendo então pela primeira vez aceita uma denúncia de violência doméstica, o marido de Maria da Penha é novamente julgado, é então preso em 2002. No entanto, só cumpri dois anos de prisão por tentar matar a esposa, este processo “condena” também o Brasil pela negligência e omissão. Com a punição do marido de Maria da Penha foi criada uma legislação para a violência doméstica, assim foi dado o primeiro passo para a criação da lei que não só assegura a mulher, mas também a todos os indivíduos que sofram violência doméstica dispor deste instrumento para assegurar sua integridade física, moral e psicológica. De sua criação em 1985 até 2010, a lei teve alterações bem significativas, passou a integrar a estrutura da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres da Presidência da República, tendo sua estrutura composta por representantes da sociedade civil e do governo. Hoje as mulheres têm sua própria delegacia, com o decreto nº 7.765 de julho de 2012 têm também a criação da Secretaria de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. (fonte: http://www.sepm.gov.br/) 6.2 A MULHER NA ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR EM SANTA CATARINA As pesquisas apontam em todo o Brasil, cerca de 10% do contingente de Policiais Militares são mulheres. A iniciativa de empregar mulheres em missões policiais no Brasil surgiu na década de 50 e foi justamente uma mulher Hilda Macedo, assistente da cadeira de Criminologia da Escola de Polícia quem apresentou no 1º Congresso de Medicina Legal e Criminologia em 1953, sua tese acerca da necessidade de criação de uma polícia composta por mulheres e defendia também que elas eram tão capazes de desempenhar a função para realizar o trabalho de policial quanto os homens, de acordo com De acordo com dados extraídos do site http:/ /pessoas.hsw.uol.com.br/policiamilitar11.htm ). O então Governador, Janio Quadros, do Estado de São Paulo, em janeiro de 1955, motivado pela idéia da assistente da cadeira de Criminologia Hilda Macedo, pediu ao diretor da Escola de Polícia da época, Walter Faria de Queiroz, que analisasse a viabilidade de ser criada uma polícia composta por mulheres. E foi assim que no ano de 1955, no dia 12 do mês de maio que foi assinado o decreto 24.548, criando, na Guarda Civil de São Paulo, o Corpo de Policiamento Especial Feminino sendo escolhida para chefiar as policiais mulheres, a própria Hilda Macedo, que se tornou a primeira comandante mulher da polícia militar. Nascia então a primeira Polícia de mulheres do nosso país e da América Latina. A estas policiais foi atribuído o trabalho de proteger mulheres e jovens, missão que atendia as necessidades sociais da época. No entanto com o passar do tempo e a crescente violência, as mulheres tiveram que passar a exercer funções antes só atribuídas aos homens. Hoje elas portam armas e atuam no policiamento ostensivo, como qualquer PM homem. Também exercem funções no rádio patrulhamento, policiamento escolar, ambiental e rodoviário, no trânsito e no Corpo de Bombeiros. No entanto ainda não havia uma lei que regulamentasse a entrada das mulheres no quadro militar, então por volta de 1984 pela Lei do “Estado-maior do Exército Brasileiro” é regulamentada a inserção das mulheres no quadro militar. Assim, outros estados também abriram espaço à inserção das mulheres no seu quadro militar., à inserção das mulheres no seu quadro; a PM de Santa Catarina a inserção das mulheres na Polícia Militar ocorre através do decreto-lei nº 13.641, de 27/12/2005 que assim se apresenta: fica criado na Policia Militar do Estado de Santa Catarina o Pelotão de Policia Feminina – Pel PM Fem - de acordo com a portaria nº27, do chefe do Estado-Maior do Exercito, de 16 de junho de 1977 Decreto-Lei nº 19.237,de 14 de março de 1983 o BPM ativado terá seu efetivo movimentado do 1º Batalhão de Policia Militar”. (SOARES e MUSUMECI 2005, p.260. Segundo FEITOSA (2010p.109) Na atualidade a PM em todo território brasileiro tem no seu quatro mulheres, atuando tanto na área administrativa como no “policiamento ostensivo”, o que antes não acontecia, pois atendiam prioritariamente as ocorrências que envolviam mulheres, jovens, idosos ou ainda trabalhavam em Batalhões de Trânsito. De acordo com Soares e Musumeci (2005, p. 16) a aceitação da mulher na academia “teria ocorrido ao que tudo indica, do propósito interno de humanizar a imagem das corporações, fortemente marcada pelo seu envolvimento anterior com a ditadura”. Para Cantuário (apud FEITOSA, 2010, p. 113-114) A inserção feminina na polícia encontrou justificativa a partir de uma perspectiva das relações de gênero, isto é, tornar-se homem e mulher não depende de uma determinação biológica, mas sim do campo histórico, social e cultural, em que se percebeu que as habilidades requeridas na polícia poderiam ser também desempenhadas pelas mulheres”. Porém, mesmo com o ingresso das mulheres na academia militar, a PM não deixou de ser menos masculina, pois o papel do homem na corporação ainda está relacionado à força, proteção e virilidade. E a mulher ao ocupar este espaço assume o seu direito de disputar cargos de hierarquia em que vai comandar os homens, também o direito de empunhar armas, isso em algumas situações acaba afetando o ego masculino. (CASTRO, 1990, p. 116). Outra conquista das mulheres militares foi o fato de não deixarem sua feminilidade de lado, pois lhes foi permitido o uso da maquiagem totalmente natural, bem como esmaltes claros, a roupa de educação física foi adaptada para elas. (CARRA, 2012, p. 5 ) Segundo as Normas Gerais de ensino da Policia Militar de Santa Catarina (2012 p, 15) Qualidade física – Atributos que adquiridos ou aperfeiçoados, proporcionarão o desenvolvimento da aptidão para o PM feminina a educação física teve que se adequar, como por exemplo o uniforme que foi modificado para o atender as formas femininas, e as atividades físicas tendo em vista que as mulheres tem em geral dois terço a menos da força muscular, as atividades físicas na academia Militar como flexão de braço na barra fixa que só o masculino pratica e o feminino faz halteres – 10 kg , as demais atividades como abdominal – remador, apoio de 4 tempos, corrida são praticadas por ambos o sexo . A farda da mulher tem a mesma cor que a do homem, mas suas formas são femininas e discretas, elas carregam um coldre com uma arma. Dentro da academia são proibidos quaisquer relacionamentos afetivos, mas a amizade vai se consolidando aos poucos. .”Para algumas policiais, a maior dificuldade de relacionamento na organização está ligada a outras mulheres, em vez de homens.” (CAPPELLE 2010 p 90), pois a competição na subida hierárquica, entre homens é normal sem nenhum tipo de rivalidade, ao contrário das mulheres que é muito evidente. “Muitas das policiais são conscientes de que, à medida que sobem na hierarquia organizacional, têm de conhecer melhor as regras para serem bem-sucedidas nos jogos de poder que existem na Polícia”. (CAPPELLE 2010 p 96). As mudanças ocorridas com o passar dos tempos vieram garantir a mulher um lugar na sociedade em que ela pode exercer plenamente seus direitos e deveres como uma cidadã patriota, que vota, estuda e trabalha sem deixar de lado sua feminilidade. Não obstante as mulheres ainda enfrentam obstáculos para que todos os seus direitos sejam respeitados, pois ainda se busca um percurso igual ao dos homens na carreira militar, pois permanecem as restrições formais ou informais da presença feminina, como por exemplo, as cotas legais de 4 a 10% no máximo do efetivo da corporação. No estado de Santa Catarina o ultimo “edital de concurso público nº 015/cesiep/2013 para admissão no curso de formação de soldado para ingresso no quadro de praças policiais militares – QPPM” foram destinadas 6% das vagas para o efetivo feminino com base na Lei complementar nº 417 sendo então 60 vagas distribuídas por regiões e do efetivo masculino foram 940 vagas também distribuídas por regiões. De acordo com os dados da pesquisa fornecidos pelo Quartel do Comando Geral - QCG, pode-se observar no gráfico a baixo, que o número de policiais militares masculinos é bem mais elevado que o feminino, em Santa Catarina é destinado somente 6 % das vagas para as mulheres, enquanto 94% é exclusivamente masculina. Mesmo com todo o esforço que as mulheres vêm empreendendo para garantir a igualdade no mercado de trabalho fica visível que ainda há uma elevada discriminação perante os órgãos públicos e privados da sociedade Catarinense. Quadro nº 1 Dados Gerais Fonte: QCG Fonte QCG Quadro nº 2 Verifica-se no gráfico acima a distribuição dos cargos femininos sendo composto por 02 Tenentes Coronel, significando que a promoção a este cargo faz-se mediante o tempo de serviço no policiamento, como também o cargo de Major com 08, e ao de Capitão sendo só 03, e assim sucessivamente 1º Tenente que compõem 08, o 2º Tenente que são 05, Aspirante a Oficial 06, e o número de 1º Sargento é 34, e o 2º Sargento 29, o 3º Sargento totalizando 10, Cabos 19, e Cadetes 02, diferenciando-se ao Soldados que equivalem a 687 já que o número de concursos esta sendo anual para a área de admissão dos mesmos, femininos militares correspondendo a 6% totalizando 813 efetivos dos cargo dispostos a elas, menção ao desejo destas mulheres se igualarem aos dos homens em quantidade aos postos de comando já que o numero de homens na policia militar é bem elevado comparado com o feminino, estas , informações foram fornecidas pelo Quartel do Comando Geral de Santa Catarina. Analisando os gráficos ficou bem claro que mesmo com as mudanças na sociedade com o processo de urbanização e industrialização as inovações tecnológicas e os direitos igualitários a educação, a mulher ainda enfrenta obstáculos para ser reconhecida como um ser de igual valor perante ao homens, talvez no futuro as mesmas obtenham o direito de ocupar qualquer cargo sem qualquer tipo de distinção no mercado de trabalho. 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao finalizar este trabalho por meio da abordagem dos aspectos que envolvem a Academia de Polícia Militar do Estado de Santa Catarina no que se refere à formação e atuação dos policiais, especialmente as policiais femininas da corporação constatei que a presença feminina na academia militar de policia ainda é restrita com um percentual de 6% disposto a entrada da mulher na academia militar, sendo que 94% é destinado ao homem havendo uma grande margem distintas em relação a entrada da mulher neste campo de trabalho. A participação da Mulher na Academia de Policia Militar de Santa Catarina está relacionada aos aspectos históricos da mulher na sociedade. E sua entrada na polícia militar de Santa Catarina evidencia que as mudanças estão ocorrendo, no entanto ainda não é possível afirmar que há uma condição de igualdade de acesso e desempenho das funções, pois os dados levantados apontam para um percentual aproximado de apenas 6% (seis por cento) de ocupação das funções do quadro da PM/SC. Com a presença da mulher nos mais variados segmentos de atuação no mercado de trabalho, fica evidente a necessidade de afirmação em alguns segmentos na sociedade, na academia militar não poderia ser diferente, elas estão presentes nas salas de aula como alunas, professoras, comandantes e assim sucessivamente. Na composição do quatro militar, muitos dos militares masculinos não vêem com bom olhos a participação das mesmas, por considerá-las inadequadas a esta profissão, que tem como finalidade promover a ordem pública, exigindo rigor, austeridade com infratores e meliantes, afirmando que as mulheres são inaptas a esta função. A partir das análises feitas se percebe claramente que as mulheres vêm marcando consideravelmente o seu espaço na sociedade, as mulheres enfrentaram muitos obstáculos, discriminações, eram consideradas como um ser frágil , que deveria cuidar da casa e dos filhos apenas. Porém a partir da revolução industrial a mulher entrou no mercado de trabalho, pois as atividades domésticas já estavam mais leves, ocupando menos tempo com essas tarefas em função dos eletrodomésticos que facilitaram as suas vidas, permitindo a elas dedicarem-se a outras atividades. A entrada da Mulher na academia de policia de Santa Catarina fez com que houvesse mudanças em alguns aspectos, como na atuação em todos os cargos da policia, embora ainda com um percentual muito baixo de apenas 6 % de acordo com os dos dados representados nos gráficos , que indicam o numero de policiais militares masculino em um total de 10.426 efetivos sendo que o número efetivo feminino é de 813 em todo o estado de Santa Catarina totalizando 11.239 policiais efetivos, tendo um comparativo com o efetivo masculino a mulher está bem longe de alcançar até mesmo o percentual de 6% previstos no regimento da PM/SC. A policial feminina segue praticamente todas as normas iguais aos homens, a ser reconhecido na estrutura curricular para a formação na da academia militar de Santa Catarina. A inserção a mulher na polícia militar bem como nos cargos e funções ocupados pelas mulheres na estrutura funcional e administrativa da policia militar de Santa Catarina, que trabalha sob o lema por pessoas do bem para o bem das pessoas. O desafio para estabelecer a real condição de igualdade na sociedade brasileira permanece, no entanto é fundamental que o debate em torno do tema ocorra nos mais diversos espaços e segmentos. No meio acadêmico percebe-se inúmeras possibilidades para o aprofundamento deste tema, quer seja nas salas de aula, nos artigos científicos e Trabalhos de Conclusão de Curso. Ao concluir esse trabalho, não se pretende esgotar a discussão acerca do assunto, mas acima de tudo contribuir para o fortalecimento de uma sociedade mais igualitária e com justiça social. 10-REFERÊNCIAS ALMEIDA, Janes Soares de; Mulheres e Educação: A paixão pelo Possessível . São Paulo; editora UNESP; 1998. 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Secretaria Nacional de Segurança Pública: Brasília: 2009a. 11 Apêndice Tabela 1 – Malha Curricular para as Ações Formativas dos Profissionais da Área de Segurança Pública (Núcleo Comum) FONTE:SENASP (2009b, p. 33) FONTE:SENASP (2009b, p. 34) Tabela 2 – Distribuição das Disciplinas de Acordo com a Natureza dos Conteúdos FONTE:SENASP (2009b, p. 35)