SUBSÍDIOS À HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NA REGIÃO DE GUARATINGUETÁ Benedicto Lourenço Barbosa Reconstituir a história da Educação em Guaratinguetá e, consequentemente, em Aparecida, Roseira e Potim, não é tarefa fácil e nem se fará por completo, pois quanto mais mergulhamos no passado e mais informações obtemos, novos questionamentos surgem. Guaratinguetá, erigida em Vila em 1651, e subsequentemente instalada com Câmara própria, tendo ainda Igreja e Vigário, é consequência da vinda de povoa-dores de Sant’Ana de Parnaíba e São Paulo por decisão da donatária da Capita-nia e seus prepostos que doaram sesma-rias na região. Os povoadores eram pessoas com rendimentos, formalmente educadas, ocupando postos de Capitão e podendo assumir cargos de Juízes Ordinários, Vereadores e demais ocupações que exigissem algum saber. A educação acontecia, à época, através da própria família e através de padres que tinham uma razoável formação. Assim sendo, a possibilidade de acesso ao conhecimento era limitada. Não tendo sido a região valeparaibana beneficiada com Colégios Jesuítas, ao que se sabe, ficou com carências na Educação Escolar. Expulsos os jesuítas pelo poderoso Marques de Pombal, em 1759, nada se alterou em Guaratinguetá. A implantação de uma educação laica e estatal, pelos informes que possuímos, só foi possível nas últimas décadas do século XVIII. O mais antigo nome da educação em Guaratinguetá de que temos registro, é do Licenciado Manoel Gonçalves Franco (1742-1813). Natural da Vila de Guara-tinguetá, foi casado e teve filhos. Viúvo em 1801, tornou-se sacerdote, tendo sido ainda juiz de medições e compositor sacro. Foi ainda professor do Padre Feijó, Regente do Império. O Padre Manoel Joaquim de Oliveira foi Mestre de Primeiras Letras com Aula Régia nas primeiras décadas do sé-culo XIX, na sede da Vila. Ali, posteriormente, se tornaria Inspetor de Instrução Pública e de Aulas. Há registro do referido Padre Mestre, em 1814, como tendo sido Professor do Visconde de Guaratinguetá. Deixou o cargo em 1823, pedindo demissão. Francisco de Paula Ferreira (1777-1833), nascido em Itabira-MG, e falecido em Guaratinguetá-SP, é nome que aparece ligado ao ensino no início do século XIX. Na Capela de Aparecida, em 1810, ensinou os escravos Francisco e Benedito a ler e escrever, conforme informa Brustoloni em seu livro História de N. S. da Conceição Aparecida (p. 187). Foi Professor de Gramática Latina, na Vila de Guaratinguetá, por provisão régia de 1812, renovadas em 1816, 1819 e 1822. Consta que exercia o magistério em 1831. Era ainda Orador, Músico e Compositor Sacro. Também foi Secretário da Câmara da Vila de Guaratinguetá-SP. Antonia Francisca das Chagas (1794-1858) nasceu e faleceu na Vila de Guaratinguetá-SP. Era casada com o Professor Ferreira e filha do Capitão Vito-riano José da Costa e de Inês Teodora da Silva. Foi Professora de Primeiras Le-tras da Vila, atendendo estudantes do sexo feminino, tendo solicitado demissão em 1832. Padre Vigário Antonio Martiniano de Oliveira, irmão do Visconde, foi Mestre de Primeiras Letras. Segundo atesto da Câmara Municipal, em 1846 atuava há como professor. Rosa Maria do Carmo. irmã dos Visconde de Guaratinguetá, indicada para substituir Antonia Francisca das Chagas. Maria Rita do Carmo, aprovada co-mo Professora de Primeiras Letras, do sexo feminino, em 1838. Padre João Euzebio de Assump-ção, em 1841, ensinava Gramática Latina na Vila de Guaratinguetá. Francisco de Assis e Oliveira, professor de Gramática Latina e Francesa a partir de 1843. Isabel Maria Pagua Fragosa. Professora de Primeiras Letras, a partir de 1848, para o sexo feminino. Há registro de que, em 1868, ainda permanecia no cargo. José Marcelino Cavalheiro. Mestre de Música, em 1847, e de Primeiras Letras, em 1856. Maria Madalena de Jesus, Professora particular, do sexo feminino, em 1854. José Antonio de Oliveira Campos, Professor de Primeiras Letras, em 1851. João Gonçalves Bastos, Professor Público de Latim e Francês, em 1856. Benjamim Constant de Oliveira, sobrinho do Visconde de Guaratinguetá e Professor de Primeiras Letras na Vila, a partir de 1854. Professor Particular de Instrução Primária, aparece o português Antonio José Alvares Vicente, em 1856. Manuel da Cunha Mattos, 1865. Ana Carolina de Toledo Palhares, consta como professora entre 1871 e 1877. Padre Dr. Antonio Fogaça Bitten-court (1813-1868), Guaratinguetá. Estudou no Seminário do Caraça e fez Doutorado em Teologia, em Roma. Teve um Colégio de Instrução primária e secundária em Guaratinguetá-SP. Marie Louise Masson, nascida em Nova Orleans-EUA. Em 1856, em Guara-tinguetá, mantinha uma escola particular com 30 alunas. Em 1864, com Maria Teresa de Meireles, filha de Dr. Manuel de Meireles Freire, abriu um colégio para a educação feminina, e, posteriormente, o Colégio Santa Teresa, em zona central da cidade. José Ignácio da Silveira Bueno, contratado, interinamente, para a cadeira de Primeiras Letras, em 1865, na Ca-pela d’Apparecida. João Ribeiro Nogueira Soares, Professor de Primeiras Letras, em Apa-recida, em 1867 Antonio José Leite. Professor particular de Instrução primária e secundária. Miguel José de Araújo Toledo, filho do Dr. Benedito Antonio de Toledo. Professor Público em 1873 e 1890, com residência em Aparecida. Padre Manoel Benedito de Jesus, Professor em 1873. Jesuino Soares da Silva. Professor de Música, em 1873, na Capela d’Apparecida. Estevão Gobo(?) de Oliveira. Professor, em 1873, na Capela d’Appareci-da. José Monteiro de Meireles Leite. Professor Público de Primeiras Letras, sexo masculino, em Roseira, no ano de 1870. José de Paula dos Santos Silva, professor, alistado como eleitor em 1876 e residente em Pindaitiba, Roseira. Dr. Manuel José da Costa França, nascido em 1824, em Guaratinguetá, filho do Comendador Antonio Galvão de França e de Maria Pereira da Candelaria (Maria Belém). Bacharel em Ciências Juridicas, em 1862, pela Academia de São Paulo. Promotor Público em Guara-tinguetá-SP, em 1868. Abriu, em 1872, com Antonio Teodósio de Faria Couto, o Colégio de Santa Cruz para instrução pri-mária e secundária de meninos. Eram professores do Colégio: Vigário Padre Benedito Teixeira Pinto, Padre Miguel Martins da Silva, Dr. Frederico Abran-ches, Dr. Luiz Gonzaga de Oliveira Costa e Dr. Francisco Galvão da Costa França. Para as aulas facultativas de música vocal e instrumental, o Professor e Mestre de Música Aleixo Gaudêncio de Oliveira Mafra. No período de 1838 a 1865 nos foi possível constatar que foram Inspetores de Instrução Pública e de Aulas: 1838 – os Padres Manoel Joaquim de Oliveira e Vitoriano José dos Santos Dias; 1845 – o Capitão Vitoriano dos Santos Souza e Padre Manoel Joaquim de Oliveira; 1846 – Dr. Manuel de Meireles Frei-re; 1849 – os Padres Francisco Leite de Almeida e Francisco Antunes de Oliveira; 1851 – Reverendo José Lopes de Ca-margo; 1857 – Capitão José Francisco da Silva Guerra; 1865 – Dr. José Manoel de Castro Santos. Professores da segunda metade do século XIX e início do séc. XX, com datas imprecisas: Antonio Cuba, Capitão Manoel do Espírito Santo (foto ao lado), Francisco Vieira de Campos, Vitor Veiga, Olívia Condeira, Mariquinha Brito (mãe de Brito Broca), Ana Martins, Cardealina, Anto-nieta Milliet, Minervina Soares da Costa, Terezinha Perez, Clarinha e Glorinha, Eurídice Zerbini, Ana Fausta de Moraes (Nenê Moraes), responsável pelo Externato São José entre 1930 a 1950, Co-mendador Pereira e sua filha Cecília (extraído do Jornal “O Eco”, de 07-12-1958 – arquivado no Museu Frei Galvão – Guaratinguetá). Por várias décadas, funcionou um internato com a direção da Professora Porcia Clementina de Castro Santos, em Guaratinguetá, das últimas décadas do século XIX às primeiras décadas do século XX. Importante escola particular para educação de moças. Arthur Kopka Archer, fundou e dirigiu o Colégio Perseverança. Professor Ernesto de Castro, teve uma escola “Instrutora Primária”, em 1895. Em 1877, Lindolpho Francisco de Paula, aparece como Professor Público em Roseira. Em 1886, José Antonio Calmon atua como Professor Público em Roseira. Adelaide Nunes Calmon, sua esposa, como Professora Pública em Roseira, ministra aulas para o sexo feminino. No mesmo ano, Francisco Antonio das Chagas Pereira, nascido em 16-10-1862, é Professor Público no bairro das Pedrinhas, no bairro de Roseira e no Distrito de Aparecida. João Rafael de Lara, consta como professor na lista de eleitores de 1890, com residência no bairro dos Motas. Ainda em 1890, Carlos Alberto Me-norier, figura como Professor Particular com residência no bairro do Barranco Alto - Potim. Francisco de Paula Santos, em 1893, era Professor Público em Roseira. Em 1894, Lydia Cortez Rennó Fer-reira atuava como Professora de Primeiras Letras (sexo feminino), em Aparecida, ano em que teve como substituta a professora Amélia Augusta Monteiro do A-maral. Nas atas da Câmara de Guaratingue-tá, datado de 1895, encontra-se, um pedido de criação de uma escola noturna em Aparecida. Pouco depois, em 1897, o Jornal “Correio do Norte”, do mês de agosto, noticiava a instalação das Escolas Reunidas de Aparecida (Arquivo-Museu Frei Gal-vão. Lourenço de Araujo Pereira e sua filha dirigiam, no final do século XIX, o “Externato Pereira”, em Guaratinguetá, com instrução primária e secundária para ambos os sexos. Construído, entre 1887 e 1891, pelo Padre João Filippo, teve início o funcionamento do Colégio Nossa Senhora do Carmo, em 1892, com cerca da 200 alunas. A direção foi entregue aos cuidados das irmãs salesianas. O Major Martinia-no, filho do Visconde, deu substancial ajuda para esta escola. Em 1895, tem início o funcionamento da Escola Estadual “Flamínio Lessa” em prédio que o mesmo doou, onde funciona hoje a Diretoria de Ensino. Flaminio Lessa (1820-1877) foi Advogado e Deputado Provincial, com extensa folha de serviços prestados à Guaratinguetá. A Escola Complementar para formação de Professores de Guaratinguetá teve início em 1902, com funcionamento na esquina da rua Dr. Moraes Filho, passando depois para a antiga residência do Visconde de Guaratinguetá. Em 1906, aconteceu a formatura da 1ª turma de professores com 21 rapazes e 26 moças. Quando do incêndio do prédio da Escola, em 1916, a mesma funcionou no prédio da Escola Dr. Flamínio Lessa. Em Guaratinguetá, a partir de 1929, e por pouco tempo, funcionou a Escola de Farmácia e Odontologia no prédio onde localiza-se a Prefeitura Municipal. Em prédio da rua Monte Carmelo, em Aparecida, em 1910, acontece a instalação e funcionamento das “Escolas Reunidas”, sendo seu primeiro Diretor o Inspetor Escolar Antonio Morato de Carvalho. O funcionamento se dava em dois períodos, com início às 7 horas e encerramento às 17 horas. As Escolas Reunidas foram transformadas em Grupo Escolar em 1916, com prédio próprio inaugurado em 1921, recebendo, em 1945, o nome de “Chagas Pereira”. Dentre os primeiros professores das Escolas Reunidas temos: Zélia Rodri-gues de Castro, Pedro de Castro, Francisco Antonio das Chagas Pereira, Rosa Amélia de Almeida, Getulina de Toledo, Leopoldina Gageiro de Castro, Lydia da Silva Limongi, Djanira Rosa da Silva e Luiz Menezes. A partir de 1913, o quadro de professores das Escolas Reunidas vai se ampliando e se renovando com os professores: Maria Clarice de Paula Teixeira, Francisca Fagundes, Rufina Fernandes, Clarice Antunes Figueiras, Maria There-za do Amaral, Maria Roberta Cardoso (mãe do Ministro Cardoso Alves), Joaquim Ferreira Pedro, Aprígio Coutinho, Darwin Felix, José Marcondes dos Santos França, Maria Isaura Reis Guimarães, Maria Rosa de França Cipolli, Ra-phaelina Arantes, Ana Cesar Salgado, Marieta Villela da Costa, Severiana Salgado, Maria Eugenia Vilaça, Aracy Vila-ça e Virgílio Alves da Rocha. São professores até 1920 e muitos deles formados pela Escola Complementar. Em 1922, assume como Diretor das Escolas Reunidas de Roseira, Antonio Vieira Filho, de Guaratinguetá, genro do Professor José Antonio Calmon, dos mais antigos de Roseira. Em Guaratinguetá-SP, em 1932, é criada e instalada a Escola “Professor Francisco Augusto da Costa Braga” e posteriormente as Escolas: “Embaixador Rodrigues Alves”, em 1947; “Professor Rogério Lacaz”, em 1947; “Joaquim Vilela de Oliveira Marcondes”, em 1955, “Professor Virgilio Rosas da Silva”, em 1956; “Professor Ernesto Quissak”, em 1961, “Alcina Soares Novaes”, em 1962; “Maria Aparecida Broca Meireles”, em 1962; “Maria Amália de Magalhães Tur-ner”, em 1970; “Prof. Luiz Menezes”, em 1978 e “Profª. Ana Fausta de Moraes”, em 1982. O Ginásio “Nogueira da Gama” e a Escola de Comércio “Antonio Rodrigues Alves” foram fundadas em 1920 pelo Professor Dr. Lamartine Delamare Nogueira da Gama (1862-1940), que fundara um Colégio em São Paulo e depois em Jacareí-SP. As escolas “Nogueira da Gama”, Ginásio e Curso Técnico, funcionaram por muito tendo como Diretor seu fundador, Professor Costa Braga como Vice-Diretor e Breno Viana como Secretário e Professor, sendo ainda professores: Francisco Roswell Freire, Adamastor Cortez, Aprigio Coutinho, Rogério Lacaz, Luiz Menezes, Adalberto Menezes, Hugo Braga, Climério Galvão Cesar (18831947), Jerônimo de Aquino Araújo, dentre outros. O “Nogueira da Gama”, a partir de 1972, passou a funcionar como Faculdades “Nogueira da Gama” com os cursos de Pedagogia, Economia, Ciências Contáveis e Administração, e com a Direção de Marcelo Ortiz, Armando Zollner Machado, Eduardo Kalil e Juca Neves. Pelas faculdades passou um grande número de mestres, incluindo o autor deste texto e o editor deste jornal, bem como milhares de alunos do Vale do Paraíba, lá concluíram seus cursos. Criado e instalado em 1953, pelo Prefeito Solon Pereira, o Ginásio Municipal “N. S. Aparecida”, em Aparecida-SP, funcionou por sete anos formando quatro turmas, após o que foi transformado em Ginásio Estadual inicialmente funcionando no prédio do Grupo Escolar “Chagas Pereira”. Em 1966, quando a professora Maria Helena Camargo Lourenço Barbosa respondia pela direção da escola, substituindo a diretora Gláucia Maria Ottoni de Mesquita, em licença, teve seu prédio próprio inaugurado com a presença do Governador Laudo Natel e demais autoridades. Na ocasião, a escola já oferecia o Curso Normal. Teve a escola uma importante banda marcial e grupo teatral. Dentre seus professores lembramos: Rita Lorena, Helena Lorena, Afonso Carvalho, Silvio Mendes, Maria Aparecida Encarnação, Maria Aparecida Jacob Chad, Heloisa Encarnação, Celeste Campos, Claudete Campos, Maria Helena Camargo, Silvio Marcondes Coelho, Santina Gianico, Celso Cassiano, Zilda Ribeiro de Souza (Zilda “do Duca”), Luiza Lorena, Fausto Padilha, Guido Braga, Geraldo Braga, Antonio Valentin de Oliveira Lino, José Machado Braga, que sob a direção da dinâmica Glaucia Maria Ottoni de Mesquita, fizeram o período áureo da escola, então denominada “Américo Alves”. Em 1958, por iniciativa de Dom Antonio Ferreira de Macedo, Arcebispo de Aparecida, em prédios da Arquidiocese foram instaladas duas escolas de confissão religiosa, o Ginásio, e depois Colégio, La Salle, sob a direção dos irmãos lasssalistas e o Ginásio Padroeira do Brasil. As duas escolas, além da inegável qualidade, possuíam também fanfarras, sendo que a fanfarra “La Salle”, transformada em Banda Marcial, conquistou prêmios em todos os níveis e chegou a ser considerada a melhor do Brasil. Criado em 1969, o 2º Ginásio Estadual de Aparecida recebeu, em 1971, o nome de “Professora Maria Helena Ca-margo Lourenço Barbosa”, funcionando no prédio do Grupo Escolar “Chagas Pereira”, até 1976, quando foi incorporado por este para formar uma Escola de 1º Grau (Fundamental). A Escola Estadual “Comendador Salgado” foi criada em 1951, funcionando no bairro da Aroeira, mais tarde transferida para prédio próprio, no bairro de Vila Mariana. A Escola Estadual “Professor Anísio Novaes” foi criada e instalada em 1953, no bairro de Santa Terezinha, Aparecida-SP, durante a administração Solon Pereira. A Escola Estadual “Professora Nenê Pires do Rio” recebeu esta denominação em 1958, e funciona no bairro de Santa Rita, Aparecida-SP. O antigo Grupo Escolar do bairro de São Roque passa a denominar-se “Professor Murilo do Amaral”, em 1968, tendo sido criado em 1960. O Grupo Escolar do bairro da Ponte Alta foi criado em 1960 e recebeu o nome de “Profª Paulina Cardoso”, em 1962, tendo seu prédio próprio em 1966. A Escola Estadual “Profª Maria Helena Camargo Lourenço Barbosa” foi criada e instalada em 1977, no Alto de São Roque. A Escola Estadual “Sólon Pereira” foi criada e instalada em 1977, no bairro de Santa Rita, em AparecidaSP. A Escola Estadual do bairro da Ponte Alta, criada e instalada em 1979, recebeu a denominação de “Professora Maria Aparecida da Encarnação”. A Escola Estadual “Dr. Edgard de Souza” foi criada e instalada, em 1957, no bairro do Itaguaçu, Aparecida-SP. Em 1957, o então Prefeito José Geraldo Lemes Valladão criou a Escola Técnica de Comércio de Aparecida, depois transformada em Colégio Técnico Comercial de Aparecida (COTECA) e, atualmente, em prédio próprio, denomina-se Escola Municipal “Professora Virgulina Marcondes de Moura Fázzeri”. O Seminário Bom Jesus, em Aparecida-SP, teve solenidade de lançamento da pedra fundamental em 1896, quando era Administrador do Santuário o Comendador João Maria de Oliveira Cesar. O projeto inicial era de um Liceu de Artes e Ofícios. Com a demora na construção, o prédio inacabado foi utilizado para atividades diversas e, em 1927, a Arquidiocese de São Paulo cedeu o espaço para que os redentoristas instalassem seu Seminário Menor, local onde permaneceram até 1952. Nestes 25 anos, ali se formaram eminentes missionários, bispos e outros profissionais. A partir de 1952, o prédio abrigou o Seminário Menor da Arquidiocese de São Paulo e, posteriormente, o Seminário Maior. Os lazaristas, no início da década de 70 do século passado, também ali tiveram seus filósofos. Na segunda metade da mesma década de 70, por iniciativa do Cardeal Mota, foram instalados cursos de Filosofia e Teologia para atender diversas dioceses, incluindo seminaristas da região Nordeste. Entre os professores estavam: Benedito Coupê, José M. Braga, Jarbas Vilela, Getulino Maciel, Celeste Campos, Ir. Olga de Sá, Olavo Ferreira, Padres Carlos Silva, Vitor Hugo Lapenta e Francisco Vieira, Dom Geraldo Penido, Monsenhor Bindão, Pe. Paulo e este autor. A totalidade dos padres diocesanos que servem nas paróquias e na Arquidiocese foram ali formados O Seminário Santo Afonso de Aparecida iniciou suas atividades em 1898, em uma pequena casa, no Convento de Aparecida, mudando-se depois para um chalé adquirido na Praça Dr. Licurgo Santos (da Basílica), onde permaneceu até 1927, quando passou a funcionar no Colegião (hoje Seminário Bom Jesus e sede administrativa da Arquidiocese) onde permaneceu até 1952 quando foram para prédio próprio construído pelo então Pe. Antonio Ferreira de Macedo, Provincial Redentorista. Nas décadas de 40 e 50 do século passado, o seminário teve seus tempos áureos chegando a ordenar mais de 10 padres de uma só turma e atendendo mais de duas centenas de seminaristas menores, o que levou a abrir um pré-seminário no bairro das Pedrinhas. Estudaram no seminário milhares de alunos, dos quais mais de três centenas foram ordenados sacerdotes. Foram ex-alunos redentoristas em Aparecida missionários famosos, maestros, compositores e escritores, com alguns filhos de Aparecida como os padres Lorena, Barbosa, Carlinhos, Teixeira, Damião, Onofre, Lopes, Costa, dentre outros. Também ex-alunos foram os padres: Vitor, Siqueira, Daniel Marti, Bonotti, Andrade, Marino e os que se tornaram Bispos: Dom Macedo, Dom Amaral, Dom Pedro Fré, Dom José Car-los de Oliveira, Dom Francisco Batiste-lla, Dom José Rodrigues, Dom Juvenal Roriz, dentre outros. Ex-alunos destacaram-se nas atividades civis ou militares: Mamede Arthur de Souza, Benedito Arantes, Dumas Menezes, João Bosco Pasin, Humberto Pasin, José Galvão Laua, Guido Plentz, Celso Plentz, João Lourenço Barbosa Filho, Joviano Lourenço Barbosa, Expedito Corrêa Beraldo, Afonso Corrêa Beraldo, o autor deste texto e mais centenas e centenas que atuam em grande parte do nosso país. A Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá iniciou seu funcionamento, em 1966, no prédio do Centro Social de Guaratinguetá, formando sua 1ª turma em 1970. Hoje, com mais de 40 turmas formadas e há bom tempo funcionando em prédio próprio, oferece outros cursos. É escola de referência e seus vestibulares são concorridos, em especial por ser escola do Estado, gratuita e com excelente corpo docente e administrativo. Um colégio técnico, com a mesma qualidade, ali funciona. A Escola Agrícola de Guaratinguetá funcionou na década de 40 do século passado, por pouco tempo. A Escola de Especialistas da Aeronáutica iniciou seu funcionamento em 1950, no espaço antes ocupado pela Escola Agrícola, uma área enorme com todos os recursos próprios das escolas militares e federais. Com excelente corpo docente militar e civil e bons recursos didáticos e técnico-administrativos tem, há 60 anos, formado, semestralmente, turmas de técnicos de mais de vinte especialidades e que trabalham em todo Brasil. Escola baseada na hierarquia, obediência e disciplina, é altamente seletiva e, dentre os que pretendem adentrar à carreira de especialista em Aeronáutica, reúne o que há de melhor no país. A Escola de Enfermagem Dr. Benedito Meirelles funciona na esquina entre as ruas Visconde de Guaratinguetá e Prudente de Moraes e teve início em 1875, formando Auxiliares e Técnicos (as) de Enfermagem para a região. Concluindo, não tive pretensão, com este artigo de três páginas, de esgotar o assunto. Espero apenas despertar o interesse de pesquisadores e financia-dores a fim de que seja feito um trabalho mais amplo e completo. Diante do que foi apresentado sobre professores e escolas públicas ou particulares, laicas ou religiosas, gostaria de deixar alguns questionamentos que poderão orientar futuras pesquisas: Que tipo de jovens pretendem formar? Quais os valores, os ideais, as crenças, as normas? Como conciliar liberdade, com hierarquia e disciplina? Por que determinadas escolas são mais produtivas? Até quando e onde a Escola deve ser democrática e não seletiva? Quais os papéis das Instituições (família, escola, igreja, Estado, empresa) na formação das crianças e jovens? A legislação escolar e do menor tem colaborado para a melhoria da Educação formal? As escolas altamente seletivas e que tem alto índice de competitividade têm formado profissionais procurados pelo mercado garantindo aos seus alunos os melhores cargos no serviço público ou na iniciativa privada. As escolas que funcionam incorporando todos os alunos, sem nenhuma seletividade, tem um grande e difícil desafio a ser solucionado. São obrigadas a trabalhar com a média, assim não aproveitam nem os mais e nem os menos dotados intelectualmente. A verdade é que alunos especiais merecem muito mais que um atendimento pela média. Um exemplo está no subaproveitamento dos superdotados que acabam deixando o país por falta de oportunidades. A pulverização das responsabilidades das instituições educativas nos faz exclamar, como Kalil Gibran, “nossos filhos não são nossos filhos, são filhos da ânsia de viver”. E eu acrescento: os filhos são filhos do amor, do prazer, filhos da vida, filhos da sorte e filhos da morte, filhos da lua e da rua, filhos do além, filhos do amém, filhos de ninguém.