A Importância da Geração Termelétrica no Sistema Elétrico Brasileiro Junho, 2005 1 1. Características do Sistema Elétrico Brasileiro 1.1 Geral: Sistema predominantemente hidrelétrico, com longos troncos de transmissão Capacidade instalada de geração = 90.934 MW (81,7% hidro) Ponta (2004) = 61.492 MW Suprimento a ponta não é um problema no sistema elétrico brasileiro Disponibilidade de energia depende de condições hidrológicas Reservatórios dispersos em várias bacias hidrológicas. Um grande sistema interligado, composto de 4 subsistemas: SE/CO, S, NE e parte do N Mais de 300 pequenos sistemas isolados de diferentes dimensões, principalmente da região Norte. 2 1.2 Sistema Interligado e Isolado BR SISTEMA ISOLADO Capacidade Instalada = 2.055 MW Carga Máxima = 1.992 MW SISTEMA INTERLIGADO Capacidade Instalada = 88.879 MW Carga Máxima = 59.500 MW 3 1.3 Capacidade Instalada Atual CAPACIDADE INSTALADA 90.934 MW HIDRO TÉRMICA OUTRAS 2.178 MW (2,4%) 74.284 MW (81,7%) CARVÃO 1.418 MW (1,6%) ÓLEO 4.121 MW (4,5%) GÁS NATURAL 6.926 MW (7,6%) NUCLEAR 2.007 MW (2,2%) Sistema muito dependente das condições hidrológicas 4 1.4 Redução da Capacidade de Armazenamento 30 25 Relação [ Capacidade de Armazenamento / (Carga - GT) ] Pequena recuperação devido a expansão da geração térmica e da redução da carga 20 15 10 5 0 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 1993 1992 1991 1990 1989 1988 1987 1986 1985 1984 1983 1982 1981 1980 1979 1978 1977 1976 1975 1974 1973 1972 1971 1970 Observa-se que a capacidade de armazenamento vem sendo reduzida, devido a crescente dificuldade de se construir usinas hidrelétricas com grandes reservatórios. 5 1.5 Evolução da Carga Devido ao racionamento 350 Consumption (TWh) Consumo (TWh) 300 250 257 243 7,5% 5,8% 291 285 273 6,2% 307 4,1% 283 2,3% 301 289 5,5% -7,0% 318 5,5% 1,8% 3,7% 200 150 100 50 0 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Obs: 1 TWh = 106 MWh 6 1.6 Relação Entre o Consumo de Energia Elétrica e o PIB 15 11,8 10 8,6 7,8 6,2 6 4,4 (%) 5 1,6 4,2 4,9 2,7 2,5 4,8 3,6 4,1 0,2 2,3 1 4 6,2 4 3,7 1,86 1,5 1,45 0,5 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1990/99 1980/90 -5 1970/80 0 Racionamento -7,72 -10 Consumo PIB Alta elasticidade Consumo/PIB 7 2. Balanço Oferta x Demanda de Energia Elétrica Energia Assegurada (MWmed) 70.000 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 0 2005 2006 2007 Contratos 2° Leilão de Energia Existente Demanda 2008 2009 2010 1° Leilão de Energia Existente Não contratado (Sobra) (*) Observação: A energia não contratada considera a expansão verde 8 3. Metodologia Atual de Planejamento 3.1 Para Evitar Racionamento: RD = 5% (explicito e determinístico) Critério utilizado: Expansão da Oferta MIN [Cinv + Cop] Geração térmica necessária Obras necessárias 3.2 Para Evitar Blackout: Critério utilizado: Sistema deve suportar 1 (uma) “contingência” em um elemento da rede básica 9 3.2 Sugestão de Critério de Mínimo Custo Global para Segurança Energética Expansão da Oferta MIN [CD + Cinv + Cop] introdução da função Custo do Déficit no problema de minimização do custo global Geração térmica necessária Obras necessárias RD aceitável (implícito) 10 Participação Térmica Atual 15% 22,5 Resultado do Problema de Minimização Proposto Pela Tendências Consultoria Simulação para uma caga de 550 TWh/ano 4 22 3 21 2,5 Mínimo 22,6% 20,5 20 2 1,5 19,5 1 19 0,5 18,5 30% 29% 28% 27% 26% 25% 24% 23% 22% 21% 20% 19% 18% 17% 0 16% 18 15% Custo de Geração e Custo Total (US$ bilhões / ano) 21,5 Custo do Déficit (US$ bilhões / ano) 3,5 Participação Térmica Custo de Geração Custo Total Custo do Déficit 11 Observações Importantes: (a) O estudo da Tendências não se propõe a estabelecer um Risco de Déficit como critério de planejamento O Risco de Déficit é o RESULTADO do problema de otimização (b) O objetivo do referido trabalho é sugerir à EPE uma metodologia para a expansão da oferta de geração, levando em conta tecnicamente o Custo de Déficit de energia Resultados diferentes podem ser obtidos com considerações de parâmetros diferentes do estudo da Tendências (CIGH, CIGT, preço do gás natural, TUST, Fatores de Perdas, ect) 12 (c) Comparação de Custos entre as Metodologias Atual e Proposta Metodologia Atual: RD = 5% (deterministico e explicito e sem fundamentação teórica) Expansão da Oferta MIN [Cinv + Cop] Pagos pelo consumidor de energia elétrica Metodologia Baseada em Minimização do Custo Global: Expansão da Oferta MIN [ Cinv + Cop + CD] Pagos pelo consumidor Pago pelo contribuinte “Seguro” pago pelo consumidor (Tarifa 2,5%)(*) “Seguro” pago pelo contribuinte: forma de remuneração a ser decidida pelo Governo Decisão de não pagar o “seguro” → conseqüências de altos custos decorrentes de um racionamento (*) Considerando o custo rateado por todos os consumidores de energia elétrica, pois o benefício é sistêmico. 13 4. Diversificação de Combustíveis Sistema é predominantemente hidrelétrico, e continuará a ser por bastante tempo Importância para a diversificação de combustíveis na Matriz Energética setorial Dependência de um só combustível aumenta a probabilidade de ocorrência de racionamento Desenvolvimento de outros setores como consequência Industria de gás natural Industria de bagaço de cana Industria do carvão e etc Alem disso, pode-se desenvolver, em menor escala, fontes alternativas que poderão ser a “energia do futuro” 14 “Vocação Energética” dos Subsistemas Subsistema exportador Principal combustível: água Possível desenvolvimento de gás natural Geração hidrelétrica com preços altos e transmissão robusta Subsistema importador Possível desenvolvimento de gás natural Reservas hídricas praticamente esgotadas N NE Bloco Importador CO Subsistema exportador Poucas reservas hídricas disponíveis Pequena capacidade de armazenamento nos reservatórios Reservas substanciais de carvão Indústria do carvão muito desenvolvida SE S Subsistema importador Maior carga do sistema brasileiro Poucas reservas hídricas disponíveis Expansão interna baseada em gás natural 15 5. A Geração Térmica no Novo Modelo Leilões (A-5) Prevalecem as gerações hidráulicas Leilões (A-3) Teoricamente, deveriam prevalecer as gerações térmicas devido ao tempo de construção Atualmente, isto não ocorre devido a sobra de energia em 2008 Geração térmica no sistema brasileiro, não deveria concorrer em leilões de Energia Assegurada, por ser um produto diferenciado (Segurança Energética) 16 Qual a Solução Viável? Adotar a seguinte seqüência lógica: [1] Determinar o montante de geração térmica necessária para a segurança energética e, conseqüentemente, o Risco de Déficit Ótimo (EPE). [2] Uma vez determinado este montante, verificar a diversificação ótima dos combustíveis, levando em conta gás natural, carvão e biomassa. [3] Estabelecer regulamentações específicas que permitam viabilizar os montantes indicados no item [2] 17 Regulamentações Específicas para Viabilizar o Montante Ótimo Estabelecer leilões específicos de geração térmica para os montantes pré estabelecidos: Exemplo: Estratégia Energética Adotada: Segurança Eletro-Energética Desenvolvimento de indústrias/combustíveis regionais Desenvolvimento de FAE’s Leilão específico Carvão 900 MW Leilão específico Gás Natural 2.000 MW 3.000 MW Montante de geração térmica necessária para Segurança Energética Leilão específico Biomassa 100 MW 18 Exemplo: O que pode significar um acréscimo de capacidade de 3.000 MWmed para Segurança Energética SUDESTE - Armazenamento (%) (Incluindo 3000 MW-médios de Térmica em 2008) 70% 60% 40% 30% SEM RACIONAMENTO 20% 10% RACIONAMENTO 70% MLT 70% MLT (3000 MW-médios em 2008) dez/08 nov/08 out/08 set/08 ago/08 jul/08 jun/08 mai/08 abr/08 mar/08 fev/08 0% jan/08 % 50% 60% MLT 60% MLT (3000 MW-médios em 2008) 19 6. Pontos que ainda requerem maior detalhamento no Modelo Setorial (a) Os Leilões de energia nova será feito de forma única, ou será segmentado por tipo de fonte? (hidrelétricas, termelétricas a gás, termelétricas a carvão, termelétricas a biomassa, etc) (b) Os leilões de energia nova serão de capacidade ou de energia? (c) De que forma será contabilizado o preço do combustível? (d) De que forma será levada em conta a eficiência de cada projeto térmico? (e) Como serão consideradas a TUST e a TUSD? (f) Como serão considerador o “take-or-pay” e o “ship-or-pay” dos projetos térmicos? (g) Como serão as garantias financeiras para a contratação com distribuidoras de diferentes riscos de crédito? (h) Qual será o índice de correção adotado nos leilões de energia nova? Serão utilizados os mesmos índices para diferentes fontes? 20