O Grupo Cultural AfroReggae é uma
organização que luta pela transformação
social e, através da cultura e da arte,
desperta potencialidades artísticas que
elevam a autoestima de jovens das
camadas populares. Tem por missão
promover a inclusão e a justiça social,
utilizando a arte, a cultura afro-brasileira e
a educação como ferramentas para a
criação de pontes que unam as diferenças
e sirvam como alicerces para a
sustentabilidade e o exercício da
cidadania.
InfoReggae - Edição 13
Banda AR 21
27 de setembro de 2013
Coordenador Executivo
José Júnior
Produtor Cultural
Eduardo Vasconcellos
AR 21
Ando
Dada Santos
Dinho Vicente
Jairo Cliff
Joel Das
Juninho
LG
Negro Cosme
Wallace Rocha
O InfoReggae é uma publicação semanal e
faz parte dos conteúdos desenvolvidos
pela Editora AfroReggae.
Sede Rio de Janeiro
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Gerência de Informação
e Monitoramento
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Responsável Técnico
do InfoReggae
Thales Santos
Coordenação Editorial
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Reproduções para fins comerciais são
proibidas.
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Apresentação
O Grupo Cultural AfroReggae possui oito Grupos Artísticos – AR21, Afro Circo, Afro
Lata, Afro Samba, Párvati, Trupe de Teatro, Makala e a Orquestra AfroReggae.
Vamos apresentar uma série especial do InfoReggae com cada um desses grupos.
Nesta edição vamos apresentar um dos nossos grandes orgulhos. Nascidos dentro
das próprias oficinas de percussão da instituição, você vai conhecer, nada mais,
nada menos do que a banda que abriu o show dos Rolling Stones, na praia de
Copacabana, em 2006. Aproximadamente 1 milhão de pessoas estiveram
presentes.
Com vocês, a Banda AR 21.
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Fonte: www.afroreggae.org
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Efeito Shiva
Em 1993 o Parque Proletário de Vigário Geral foi vítima de uma chacina, quando 21
moradores foram executados por um grupo de policiais à paisana. Em função deste
quadro de violência, o AfroReggae iniciou os seus trabalhos na comunidade
desenvolvendo oficinas de percussão e música afro.
A partir das oficinas desenvolvidas, alguns jovens se uniram e criaram a Banda
AfroReggae, propondo uma nova pegada musical para interferir na cena da música
brasileira.
A gente veio daquela coisa ali. Foi barra pesada, uns intrumentos emprestados
de um grupo, bloco afro, levando pra Vigário pra gente ensaiar. Tinha uma
pessoa de fora da comunidade que ensaiava conosco. É dela que surge o grupo.
(Anderson Sá, vocalista da AR 21)
Esse processo em que nasceu a banda AfroReggae: primeiro o caos da chacina em
Vigário Geral e depois, o momento da transformação com o surgimento da banda, é
conhecido como o Efeito Shiva, inspirado em Shiva, Deus Hindu da renovação.
O batizado da BANDA AFROREGGAE se deu no dia 9 de junho de 1995, em um
grande evento no Campo de Futebol, em Vigário Geral. Caetano Veloso e Regina
Casé estavam presentes e são conhecidos como os padrinhos da banda. Com o
passar do tempo e com o amadurecimento do grupo, a Banda AfroReggae passa a
ser chamada de AR 21.
O grupo inicialmente trabalhava apenas com sons percussivos. Entre 1999 e 2000
assinaram com a Universal Music, profissionalizando assim um sonho de jovens que
tinham pouca perspectiva de saída do tráfico.
O trabalho da banda já foi reconhecido em todo o Brail e em países como Alemanha,
Estados Unidos, França e Inglaterra.
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Os Integrantes
Os integrantes, parte da antiga Banda AfroReggae, vêm com anos de estrada e
grande bagagem artística, amparada pela tecnologia de ponta dos produtores e
estúdios disponibilizados pela instituição cultural.
A formação atual, com os nove integrantes, existe há quase 10 anos. São eles:
Ando, LG e Dinho Vicente, vocalistas; Dada Santos, Wallace e Juninho,
percussionistas; o baixista Jairo; Joel Dias na guitarra e Negro Cosme, na bateria.
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AR 21 - Em sentido horário, começando do alto temos Ando, Dinho Vicente, LG, Dada Santos,
Wallace Rocha, Juninho, Jairo Cliff, Joel Dias, Negro Cosme. Fonte: Arquivo AfroReggae.
“Os problemas da infância ficam com você para o resto da sua vida, quando eu
era pequeno, eu tinha um sonho de ser um grande traficante, mas penso um
traficante revolucionário. Com o meu poder trazer uma melhoria pra várias
favelas. Coisa da minha cabeça. Meu nome é Anderson Sá e muita coisa do que
eu aprendi foi na rua.” Anderson Sá, Documentário Favela Rising, 2005.
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Fonte: www.afroreggae.org
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AR 21
O número 21 sempre esteve muito envolvido com o grupo. A origem da banda é de
Vigário Geral, comunidade localizada na cidade do Rio de Janeiro, código de área
21. Os integrantes vivenciaram 21 pessoas assassinadas na chacina de 1993.
Fundado em 21 de janeiro de 1993, foi em um 21 de abril que o Grupo Cultural
AfroReggae perdeu o primeiro jovem na guerra do tráfico. Por estes significados a
junção de tudo levou a troca do nome Banda AfroReggae para AR21.
O show de estreia do novo formato da AR21, aconteceu no CRio Festival
convidados por Paulo Borges, diretor da Fashion Rio e da São Paulo Fashion Week.
A apresentação foi apenas para o público inscrito no Festival, que cantou e dançou
junto com a banda no Píer Mauá, na zona portuária do Rio, na noite de estreia do
Crio, 25 de novembro de 2012.
A AR21 é a primeira banda de samba funk carioca com influências do Reggae,
Disco, Soul, Miami Bass e Rap, que tem como principal objetivo fazer o público
dançar e se divertir muito durante seus shows.
A fusão de sons inovadores e modernos com letras de forte cunho social não deixa
nenhum público parado. Atualmente eles se apresentam todas às segundas-feiras
em uma casa de shows, na Lapa.
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A Batida AR 21
Uma trinca de vocais formada por Ando, Dinho e LG (também guitarrista) leva
múltiplas características ao som do grupo, onde cada um vem com suas próprias
influências musicais.
Erga-se, uma das canções de trabalho, teve o videoclipe da música gravado em
Vigário Geral, dirigido pelo cineasta Fernando Grostein e já foi apresentado nos
principais canais de música como MTV e Multishow.
A letra de Erga-se retrata a necessidade de vencer medos e barreiras e diante de
uma queda, ter a força necessária para “sacudir a poeira e dar a volta por cima”,
derrotando as dificuldades impostas no dia a dia: “Só saberemos o futuro se
iniciarmos o presente, ERGA-SE!”, como diz a canção da AR21.
O Grupo já lançou, em 15 anos de carreira, três álbuns e está preparando o seu
quarto. Em 2001 a banda, ainda com o nome Banda AfroReggae lançou, pela
Universal Music, o seu primeiro disco: NOVA CARA.
Segundo o integrante Dada Santos, este primeiro álbum misturava vários estilos e
ritmos e foi, de alguma forma, a expressão de toda a energia de angústia, raiva, e
vontade de superação do grupo. A grande maioria ainda era adolescente e tocavam
temas importantes para sua realidade como o tráfico e a polícia.
O segundo álbum da banda NENHUM MOTIVO EXPLICA A GUERRA, com
lançamento independente em 2005, traz sons do reggae e letras com forte cunho
social.
O terceiro album é a gravação do show NENHUM MOTIVO EXPLICA A GUERRA,
ao vivo, no Circo Voador,. O show contou com a participação de artistas importantes
como Caetano Veloso, Cidade Negra e do rapper inglês Ty.
A banda está caminhando para o seu 4º disco, ERGA-SE, sendo o 1º depois da
alteração do nome para AR 21.
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A música como um instrumento de transformação
A gente brincava de polícia e ladrão, mas ninguém queria ser a polícia. E era
brincadeira em que a gente se apelidava com os nomes dos traficantes. E fazia
armas de madeira, formato de pistola, armas grandes, formato de fuzis. Ficava
brincando de um dar tiro no outro, que matou. Presenciei algumas torturas,
ficava ali, beirando aquela criminalidade.. Anderson Sá, Documentário Favela
Rising, 2005.
Estas falas do integrante Anderson Sá demonstram uma dura realidade em que
cresceram todos os integrantes da banda e que ainda hoje, é vivenciada pela
comunidade de Vigário Geral.
A banda faz questão de destacar o seu poder de transformação na vida dos jovens
da comunidade. A música e a arte, como um todo, são forte instrumentos que
consequem atingir crianças e adolescentes com assuntos que dificilmente estariam
presentes em seu cotidiano.
Os integrantes estão envolvidos em diversas oficinas para a comunidade que
ensinam desde como manusear um atabaque, afinar um tamborim até questões
como disciplina com o aprendizado e os estudos.
Além dessa inserção, a AR21 é uma importante referência para demonstrar que o
tráfico não é o único caminho a seguir.
O que o jovem hoje precisa é de referência. É de líder dos negros. Hoje o jovem
que mora numa favela tem pouca informação a cultura e lazer. Anderson Sá,
Documentário Favela Rising, 2005.
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Contatos:
Anderson Santos
Telefone: (21) 8476 1553
E-mail: [email protected]
Twitter: @AR21REAL e @LGAROficial
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