ANEXO NORMA/99-MC MÉTODO PARA COMUNICAÇÕES O PLANEJAMENTO DA AÇÃO POLÍTICA DO SETOR DE 1. OBJETIVO 1.1. Esta Norma tem como objetivo o estabelecimento de método para o planejamento da ação política do Ministério das Comunicações e de suas entidades vinculadas. 2. CAMPO DE APLICAÇÃO Esta Norma se aplica: a) às entidades vinculadas ao Ministério das Comunicações; b) às empresas prestadoras de serviços de telecomunicações, serviços de comunicação de massa e serviços postais, tanto no regime público como no regime privado. 3. INTRODUÇÃO 3.1. O planejamento da ação política do governo para o setor de comunicações, envolvendo os serviços de telecomunicações, serviços de comunicação de massa e serviços postais, dar-se-á conforme o método estabelecido nesta Norma. 3.2. O método busca maior racionalidade da ação tendo em conta que as bases epistemológicas do método encontram-se, fundamentadas, na teoria do planejamento. 3.3. O método é constituído de um conjunto ordenado de procedimentos destinados à obtenção de determinados resultados, utiliza-se de processos lógicos que levam ao conhecimento e à ação e, é um processo permanente da racionalização das macrodecisões sociais e de sua execução e controle. 3.4. O método exercita a racionalidade política que conduz a escolha de “objetivos nacionais”, a partir de identificação de valores, anseios, aspirações e interesses sociais. 4. FASES DO MÉTODO 4.1. O método é dividido em duas fases: a) a “fase política”, exercida pelo Ministério das Comunicações; b) a “fase estratégica”, desempenhada pelas entidades vinculadas ao Ministério das Comunicações e pelas empresas prestadoras de serviços de telecomunicações, serviços de comunicação de massa e serviços postais, tanto no regime público como no privado. 4.2. As duas fases do método subdividem-se em etapas e caracterizam-se por um processo de interação e realimentação tendo como produtos: a) na fase política: o estabelecimento dos “Objetivos de Governo” para um período de tempo, formalizados por meio de Decreto Presidencial; b) na fase estratégica: a implementação dos “Objetivos de Governo”. 4.2.1. No estabelecimento dos “Objetivos de Governo”, pode impor-se a necessidade de revê-los, de modo a ajustá-los à realidade emergente; neste caso, a fase estratégica realimenta a fase política, ao determinar a revisão dos “Objetivos de Governo” anteriormente estabelecidos. 4.3. Fase Política 4.3.1. A fase política, conforme disposto no item 4.1, é exercida pelo Ministério das Comunicações e abrange duas etapas: a) Diagnóstico: avaliação da conjuntura; e b) Concepção de Política Nacional: reflete a fixação de objetivos. 4.3.2. Diagnóstico 4.3.2.1. O Diagnóstico é o processo ordenado de conhecimento da realidade nacional passada e presente e de sua provável evolução, nos âmbitos nacional e internacional, com vistas ao emprego do poder nacional para a conquista e manutenção dos objetivos nacionais. 4.3.2.2. No diagnóstico devem ser, fundamentalmente, considerados: a) os objetivos nacionais permanentes: são os que, devidamente caracterizados, constituem referencial básico para fins de orientação de todo o processo de conhecimento da realidade nacional e da aplicação do método; b) a análise da situação: é o estágio em que se busca o conhecimento dos aspectos estruturais e conjunturais da realidade nacional, nos âmbitos nacional e internacional, e as tendências prováveis de sua evolução. Comporta, de uma parte, uma visão estática em suas várias manifestações, e, de outra, uma visão dinâmica, considerando três subestágios: situação nacional, situação internacional e os planos nacionais; c) avaliação do poder nacional: é o estágio caracterizado pelo levantamento das necessidades básicas, da identificação de óbices e da avaliação da capacidade do poder nacional de atender as necessidades básicas, bem assim para superar os óbices interpostos a esse atendimento; d) a elaboração de cenários prospectivos: é o estágio caracterizado pela busca das imagens da realidade do País, nos âmbitos nacional e internacional, projetadas para determinado horizonte de tempo, considerando os objetivos nacionais permanentes e a capacidade, atual e prospectiva, do poder nacional para concretizá-los. 4.3.2.3. O diagnóstico ou avaliação da conjuntura constitui atividade permanente, dirigida à revisão dos objetivos de governo propostos ou das estratégias, recomendando ajustamentos na concepção e na execução de planos nacionais. 4.3.3. Concepção Política Nacional 4.3.3.1. A concepção política nacional é a etapa decisiva do método e envolve a formulação das políticas de desenvolvimento e de segurança nacionais e, portanto, ao estabelecimento dos “Objetivos de Governo” para um determinado período e desdobra-se em três estágios: a) definição dos “Pressupostos Básicos”: são os condicionantes ou crivos que permitem avaliar a legitimidade, oportunidade e conveniência dos Objetivos de Governo; b) levantamento de “Hipóteses de Conflito”: são as variáveis que representam forma de condicionante ou de crivo ao estabelecimento dos Objetivos de Governo, com reflexos em etapas subseqüentes, em particular na concepção estratégica nacional e na elaboração de planos; c) “Decisão Política”: consiste na escolha de um cenário realista, dentre os possíveis e viáveis produzidos na avaliação da conjuntura ou de uma combinação deles, respeitados os condicionantes representados pelos pressupostos básicos e pelas hipóteses de conflito. 4.3.3.2. Um cenário não é, apenas, uma imagem estática da realidade nacional num dado momento do futuro; deve indicar, também, os caminhos pelos quais se teria evoluído da situação atual, caracterizada na avaliação da conjuntura, para a situação futura, visualizada na concepção política nacional. 4.3.3.3. O estabelecimento dos “Objetivos de Governo” decorre do cenário escolhido. 4.4. Fase Estratégica 4.4.1. A fase estratégica, conforme disposto no item 4.1, é exercida pelas entidades vinculadas ao Ministério das Comunicações e pelas empresas prestadoras de serviços de telecomunicações, serviços de comunicação de massa e serviços postais, tanto no regime público como no regime privado. 4.4.2. A fase estratégica desenvolve-se por intermédio de quatro etapas encadeadas: a) concepção estratégica nacional (Estratégia); b) elaboração de planos (Programação); c) execução; d) controle. 4.4.2.1. Concepção Estratégica Nacional (Estratégia) 4.4.2.1.1. A concepção estratégica nacional, a cargo das entidades vinculadas ao Ministério das Comunicações, é o estudo, definição e indicação de estratégias a serem seguidas, definindo a forma e os meios para alcançar os objetivos da ação política. 4.4.2.1.2. A concepção estratégica nacional desdobra-se em três estágios: a) “análise de trajetórias”: é o estágio que envolve o exame e a avaliação das diversas seqüências de ações estratégicas (trajetórias) capazes de orientar a evolução da realidade nacional da situação atual para a situação desejada, caracterizada pelo cenário escolhido; b) “opção estratégica”: é o estágio que envolve a escolha da trajetória, ou seja, da estratégia a adotar na execução do planejamento, que, se for o caso, deve ser detalhada e definida a trajetória, cabe detalhá-la, desdobrada em alternativas, aprofundando o exame dos óbices e indicando os meios de superá-los, definindo as ações estratégicas, sua prioridade e encadeamento, identificando os recursos necessários, atribuindo responsabilidades e encargos, sem perder de vista seu caráter de globalidade, mas sem descurar sua natureza eminentemente instrumental e pragmática; c) “diretrizes estratégicas”: é o estágio que tem a finalidade de orientar a elaboração dos planos de expansão e modernização, sua implantação e seu controle, devendo conter, fundamentalmente: os Objetivos de Governo devidamente explicitados; a estratégia escolhida para alcançá-los; as bases para a elaboração dos planos de expansão e modernização (prioridades, prazos, recursos); e a atribuição de competências e encargos de elaboração de planos, de sua coordenação, execução e controle. 4.4.2.2. Elaboração de Planos (Programação) 4.4.2.2.1. A elaboração dos planos (Programação) é executada pelas entidades vinculadas ao Ministério das Comunicações, de acordo com as orientações estabelecidas nas diretrizes estratégicas, e deve apresentar programas, projetos e atividades que lhes confiram operacionalidade, especificando seus objetivos, metas, recursos, entidades executoras, bem como os mecanismos para seu acompanhamento, avaliação e permanente realimentação (controle). 4.4.2.3. Execução 4.4.2.3.1. A execução e implementação das ações programadas é realizada pelas entidades vinculadas ao Ministério das Comunicações e pelas empresas prestadoras de serviços de telecomunicações, serviços de comunicação de massa e serviços postais, tanto no regime público quanto no regime privado. 4.4.2.4. Controle 4.4.2.4.1. O controle da execução das ações estratégicas constitui a última etapa da fase estratégica, sendo realizada pelas entidades vinculadas ao Ministério das Comunicações e dá-se em três estágios: a) Acompanhamento: trata do acompanhamento permanente da execução das ações estratégicas envolvendo todo o sistema de planejamento e tem como função básica verificar a implementação dos projetos e atividades programadas, comparando o realizado com o previsto e, desse modo, identificando atrasos e desvios de objetivos; b) Avaliação: trata da avaliação do planejamento, sendo, portanto, um juízo de valor sobre a efetividade das ações estratégicas, ou seja, sobre a pertinência dos objetivos programados (Objetivos de Governo) para o alcance dos Objetivos Nacionais Permanentes, fundamenta-se no acompanhamento, em particular nos exames estratégicos, e enseja uma crítica com respeito à sua instrumentalidade, relevância, oportunidade e legitimidade; c) Realimentação: trata da realimentação permanente do processo de tomada de decisões, próprio do planejamento da ação política, o que lhe confere flexibilidade e dinamismo; pode ocorrer a necessidade de medidas corretivas da execução das ações estratégicas, de sua programação (reelaboração de planos, programas e projetos), revisão da concepção estratégica, mesmo, da concepção política. Pode, ademais, recomendar a atualização da avaliação da conjuntura, em particular de seus estágios de avaliação do poder nacional e de elaboração de cenários. Circunstâncias emergentes, muitas vezes imprevisíveis, podem aconselhar correções na execução, nos planos nacionais, na estratégia e na política adotada. É, portanto, necessário que haja realimentação, na freqüência requerida, nos vários níveis do planejamento.