O que você deve saber sobre
O SÉCULO DE OURO NO BRASIL
Em 1703 Portugal assinou com a Inglaterra o Tratado de Methuen.
As consequências desse acordo agravaram a situação da balança
comercial portuguesa, já fragilizada pelo declínio da cana-de-açúcar.
Pouco tempo depois, foi encontrada no Brasil a primeira grande
jazida de ouro. A Coroa viu nessa descoberta a possibilidade de
sanar todos os problemas que assolavam a sua economia.
O século de ouro no Brasil
Inglaterra se consolida
como potência
industrial, exercendo
influência econômica
sobre Portugal.
Lavagem de diamantes em Minas Gerais,
1880, de Marc Ferraz
O SÉCULO DE OURO NO BRASIL
Extração de ouro e diamante.
Auge em 1750 e 1770
GO
MT
MG
MARC FERREZ
Século XVII: decadência
da produção açucareira
O século de ouro no Brasil
 1638: primeira descoberta de jazidas de ouro
 1698: descoberta das jazidas de Ouro Preto (MG). A metrópole
procurava por minérios em sua colônia desde a descoberta das minas
de Potosi em 1530.
 “Febre do ouro”
 População heterogênea e predominantemente paulista
 Os estrangeiros eram os emboabas, “pássaro emplumado” em tupi.
O SÉCULO DE OURO NO BRASIL
O século de ouro no Brasil
 Os paulistas julgavam-se donos das minas por direito de descoberta.
 Controlavam o fluxo das minas e a quantidade de ouro extraída.
 Representavam a Coroa portuguesa e se fixaram na Bahia, sob o
comando do comerciante Nunes Viana.
 Para controlar a mineração, Portugal decidiu que todo ouro deveria
permanecer em MG até que os impostos fossem pagos.
 Nunes Viana se desentendeu com Borba Gato, decidiu não acatar a
decisão da Coroa e foi expulso.
 Com isso, surgiu o primeiro grande conflito entre nativos e
estrangeiros na colônia.
O SÉCULO DE OURO NO BRASIL
O SÉCULO DE OURO NO BRASIL
Fonte: Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1991.
I. A Guerra dos
Emboabas
II. A exploração do ouro
Lavra:
 Grande extração
 Mão de obra escrava
 Quando o ouro esgotava, a lavra se deslocava para outra região.
Faiscação:
 Pequena extração
 Pouca mão de obra escrava
 Técnica de baixo custo
O SÉCULO DE OURO NO BRASIL
III. A fiscalização portuguesa
Deslocamento do eixo
econômico do Nordeste para
o centro-sul
Atração de pessoas:
riqueza por meio da
mineração
Mão de obra escrava
predominantemente
negra
Controle e regulamentação da atividade mineradora
Quinto
Finta
O SÉCULO DE OURO NO BRASIL
Sistema de captação
Derrama
III. A fiscalização portuguesa
As principais regiões mineradoras e suas rotas de abastecimento, na América portuguesa, no século XVIII
O SÉCULO DE OURO NO BRASIL
IV. As consequências do ouro para a colônia
 Intenso processo de urbanização no interior da colônia
 Desenvolvimento da cidade
 Diversidade:
• Mineradores ricos, faiscadores pobres, negros libertos,
vendedores ambulantes, artesãos, profissionais liberais
 Mineradores ofereciam a liberdade para escravos em troca de
uma cota de garimpo de ouro.
 Aumento da miscigenação
 Elite educada na Europa
O SÉCULO DE OURO NO BRASIL
Barroco
V. As reformas pombalinas
Tentativa de apagar de Portugal os resquícios do Antigo Regime.
Em Portugal:
 Redução do poder da Companhia de Jesus
 Proteção aos cristãos novos e igualdade entre nobreza e
mercadores burgueses
 Reformas na educação:
•
•
•
•
•
Laicização do ensino
Reforma na Universidade de Coimbra
Estímulo ao ensino superior
Unificação curricular
Substituição dos jesuítas nas escolas
O SÉCULO DE OURO NO BRASIL
V. As reformas pombalinas
Na colônia:
 Centralização de poder na colônia:
•
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•
•
•
•
•
•
Extinção das capitanias hereditárias
Unificação dos estados do Maranhão e do Brasil
Transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro
Expulsão dos jesuítas e proibição da escravização indígena
Ensino em português
Aumento do quinto para 100 arrobas
Intensificação da derrama
Criação de novas companhias de comércio
 Diversificação econômica:
• Algodão no Maranhão
• Retomada da cana em Pernambuco
• Incentivo à produção de tabaco e manufaturados
O SÉCULO DE OURO NO BRASIL
EXERCÍCIOS ESSENCIAIS
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(UFJF-MG)
Leia, atentamente, o trecho abaixo e responda ao que se pede.
No Brasil colonial desenvolveu-se um tipo peculiar de sociedade, em relação à sociedade portuguesa. Embora tenha herdado
concepções clássicas e medievais de organização e hierarquia, a sociedade colonial acrescentou-lhes outros aspectos, próprios das
diferenças de ocupação, cor e condição social resultantes da realidade vivida na América. Foi uma sociedade de muitas divisões de
honra, status, várias categorias de mão de obra, complexas divisões de cor e diferentes formas de mobilidade.
SCHWARTZ, S. Segredos internos. São Paulo:
Companhia das Letras, 1988. (Adaptado.)
a) Cite e analise UMA característica da sociedade do Brasil colonial,
herdada da sociedade portuguesa.
RESPOSTA:
Podem ser citadas: a religião católica; a língua portuguesa;
a divisão hierárquica da sociedade, entre outras.
b) Cite e analise DUAS características da sociedade do
Brasil colonial que a diferenciavam da sociedade europeia.
RESPOSTA:
Podem ser citadas: o escravismo como base da sociedade; o
latifúndio monocultor; a miscigenação racial; a maior
mobilidade social, entre outras.
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(UFES)
Em 1757, o Marquês de Pombal proibiu que se falasse outra língua nas ruas que não o português e fez dele matéria de ensino
obrigatório nas escolas. Assim, procurava garantir, pela difusão da língua, a integridade territorial dos domínios ultramarinos da
Coroa. A vinda da Corte, em 1808, assentaria de vez essa institucionalização. A corte passou a polarizar atenções sobre o Rio de
Janeiro, capital imperial, e todos os seus hábitos, entre eles o jeito de falar mais aportuguesado, ganharam um certo caráter
modelar para o restante do país. A chegada da família real produziu um efeito de representação da unidade. A língua portuguesa,
assim, se torna símbolo importante da união nacional, mas nem por isso deixou de exprimir a diversidade da nossa formação.
O Globo, 21 mar. 2008.(Adaptado.)
No texto, a expressão “representação da unidade” remete às implicações político-culturais do uso da língua portuguesa no Brasil a
partir do século XVIII. Dentro desse contexto, é INCORRETO afirmar que a língua portuguesa se torna
a) importante símbolo de reintegração dos territórios submetidos à Coroa
Portuguesa após a experiência da União Ibérica entre Portugal e Espanha.
b) instrumento oficial utilizado para reforçar a unidade do país, num
contexto de confronto entre a Coroa Portuguesa e a Companhia de Jesus.
c) língua marcada, principalmente a partir da vinda da família real, pela
polaridade entre falares de elite, tomados como modelo, e falares
populares.
d) língua de difusão da cultura escrita no Brasil, através de publicações
em ciências e artes, sendo fundamental para bibliotecas, universidades e
imprensa nascentes.
e) língua homogênea, na qual não interfere a diversidade
linguística e cultural da formação brasileira.
RESPOSTA: E
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(UFBA)
Com base nos conhecimentos sobre o Período Colonial, indique, para
cada situação em destaque, um fator que comprove a importância da
economia colonial brasileira para as relações econômicas entre
Portugal/Holanda e Portugal/Inglaterra entre os séculos XVII e XVIII.
RESPOSTA:
Portugal/Holanda
• parceria na produção e no mercado do açúcar colonial até 1580;
• disputa pelas áreas produtoras de açúcar no nordeste da
colônia; ocupação holandesa no Brasil em 1624/1625 e de 1630 a
1654.
Portugal/Inglaterra
• dependência comercial de Portugal em relação à Inglaterra
desde o século XVII;
• descoberta do ouro no Brasil aprofundando sua dependência,
pois Portugal comprava mercadorias da Inglaterra pagando com o
ouro do Brasil;
• assinatura, em 1703, do Tratado de Methuen – vinhos e azeites
versus tecidos e manufaturados;
• publicação do Alvará de 1795, em Portugal, proibindo indústrias
no Brasil.
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(UFC-CE, adaptado)
Leia o texto abaixo e responda às perguntas a seguir.
Destes atritos e malquerenças, a primeira manifestação pública explodiu nas terras do ouro com a chamada guerra dos
Emboabas, uma das designações dos reinóis na língua geral. (...) Os paulistas afetavam profundo desprezo pelo emboaba,
tratavam-no por vós, como se fora escravo, informa o cronista destes sucessos.
ABREU, Capistrano de. Capítulos de história colonial.
6. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1976. p. 148-149.
Qual a ligação dos paulistas com a descoberta de ouro na colônia?
Qual a motivação específica dos “atritos”, “malquerenças” e
“desprezo” entre paulistas e emboabas? Em 1789, ocorreu, também
na região de Minas Gerais, a organização de um movimento revoltoso
contra a Coroa portuguesa. Sobre esse movimento, responda o que
se pede. Por qual nome ficou conhecido o movimento? Qual a
motivação imediata do movimento?
RESPOSTA:
A descoberta do ouro atraiu para a região do atual estado de
Minas Gerais grande número de mineradores e aventureiros,
vindos de outras capitanias e de Portugal. Considerando injusto
que os que chegaram depois, especialmente os portugueses,
tivessem os mesmos direitos de exploração do ouro que eles,
paulistas, estes reivindicaram à Coroa portuguesa que a outorga
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de concessão de exploração do território aurífero fosse
exclusivamente feita pelas autoridades da capitania de São Paulo.
A recusa da Coroa em atender a essa reivindicação agravou ainda
mais a disputa já existente entre paulistas e “emboabas”, que era
como aqueles designavam os forasteiros, terminando por
desencadear um violento conflito, conhecido como Guerra dos
Emboabas. Em 1789, nova agitação político-social ocorreu na zona
de mineração. O declínio da produção aurífera em Minas Gerais
fez com que a Coroa portuguesa estabelecesse a derrama, uma
taxação compulsória em que a população deveria completar a cota
de 100 arrobas (1.500 kg) de ouro, prevista na lei como
arrecadação anual mínima da tributação metropolitana, quando
esta não era atingida. Como reação a isso, um grupo de
descontentes com o domínio português arquitetou uma
conspiração, denominada Inconfidência Mineira, com o objetivo
de fazer de Minas Gerais um país independente. A partir disso,
podemos concluir que tanto a Guerra dos Emboabas como a
Inconfidência Mineira tiveram como motivação as queixas de
brasileiros contra a legislação que regia a atividade mineradora
na colônia, por eles considerada injusta.
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(Unicamp-SP)
No quadro das revoltas ocorridas em Minas Gerais na primeira metade do século XVIII – entre 1707 e 1736 –, verificamos, em
algumas delas, elementos de marcante originalidade, por contestarem abertamente os direitos do Rei e envolverem participação
ativa de segmentos procedentes dos estratos sociais inferiores.
FIGUEIREDO, Luciano Raposo de Almeida.
O Império em apuros: notas para o estudo das relações
ultramarinas no Império Português, séculos XVII e XVIII. Em:
FURTADO, Júnia (Org.). Diálogos oceânicos: Minas Gerais e
as novas abordagens para uma história do Império Ultramarino
Português. Belo Horizonte: UFMG, 2001. p. 236. (Adaptado.)
a) Segundo o texto, quais eram as características originais apresentadas
por algumas revoltas ocorridas na primeira metade do século XVIII?
RESPOSTA:
Segundo o texto, a originalidade de algumas revoltas ocorridas
na primeira metade do século XVIII consistia na contestação
dos direitos do rei e na participação dos estratos sociais
inferiores.
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b) Dê duas características da Inconfidência Mineira que a diferenciam das
revoltas ocorridas na primeira metade do século XVIII.
RESPOSTA:
Diferentemente do que ocorria nas revoltas da primeira
metade do século XVIII, a participação na Inconfidência
Mineira era restrita às camadas mais abastadas da sociedade.
Além disso, a Inconfidência tinha um conteúdo ideológico
emancipacionista e republicano.
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