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Trabalho 2480 - 1/3
MEIO AMBIENTE E SAÚDE: COMO OS AGENTES COMUNITÁRIOS
COMPREENDEM ESSA RELAÇÃO?
Cristina G. Hansel¹, Gabrielle Romão Gonçalves²,
Rafael Amaral de Andrade³ João Carlos de Miranda
¹ Enfermeira, BSc., Mestre em Enfermagem, Professora da Faculdade Arthur Sá Earp Neto - FASE/FMP – Disciplina Fundamentos
de Enfermagem I, Preceptora de Estágio Supervisionado em Ambulatório Escola – FASE/FMP – Petrópolis – RJ. Brasil e
Enfermeira do Fundo de Saúde dos Servidores Públicos de Petrópolis. E-mail: [email protected],
² Enfermeira, BSc., Faculdade Arthur Sá Earp Neto - FASE/FMP – Petrópolis – RJ. Brasil E-mail: [email protected]
Biólogo, MSc., Mestre em Geografia Física, Professor do Curso de Enfermagem da Faculdade Arthur Sá Earp Neto - FASE/FMP –
Disciplina Ecologia e Saúde Ambiental – Petrópolis – RJ. Brasil E-mail: [email protected]
Enfermeiro, BSc., Faculdade Arthur Sá Earp Neto – FASE/FMP – Petrópolis – RJ. Brasil E-mail: [email protected]
Palavras-Chave: Atenção Primária à Saúde; Agente Comunitário de Saúde; Saúde Ambiental;
Enfermagem em Saúde Pública.
INTRODUÇÃO: A conservação e a prevenção do meio ambiente têm sido muito divulgadas e
propagadas pelos governos. A perspectiva ambiental consiste em um modo de ver o mundo no
qual se evidenciam as inter-relações e a interdependência dos diversos elementos na
constituição e manutenção da vida. A alguns processos colocam a questão ambiental em
destaque, como a crescente degradação ambiental e o reconhecimento científico dos chamados
riscos ecológicos globais; especialmente em regiões urbano-industriais que têm problemas
como a poluição industrial, a previsão de escassez de recursos naturais básicos para produção e
consumo das sociedades industriais e a crescente pressão política de novos movimentos
sociais(1). No Brasil, a situação ambiental está em contínuo processo de degradação, ocorrendo a
transição epidemiológica marcada pela prevalência das condições de morbidade e mortalidade,
verificadas em alguns setores; a permanência de certas doenças infecto-parasitárias devido à
falta de infra-estrutura urbana básica; e o crescimento de doenças crônicas não infecciosas (2).
Segundo o entendimento de Freitas (2005)(3), os problemas ambientais são, simultaneamente,
problemas de saúde, uma vez que os seres humanos e as sociedades são afetados em várias
dimensões. O fortalecimento das explicações existentes entre o ambiente e a saúde pode auxiliar
a contestar não só a uma visão biologicista do fenômeno saúde-doença, porém, mais do que isto,
ao modelo industrial que se desenvolveu na crença de que a sociedade humana marcha para um
progresso isolado da natureza(4). OBJETIVO: O presente estudo tem como objetivo inferir o
conhecimento e as compreensões dos agentes comunitários de saúde a cerca da questão
ambiental e suas implicações sobre a saúde; inferir a responsabilidade que se atribuem em
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relação ao seu papel no que concerne à educação em saúde ambiental e identificar as ações
realizadas por esses agentes comunitários de saúde em relação á questão ambiental em suas
áreas de atuação. METODOLOGIA: Estudo exploratório, com abordagem qualitativa, com
enfoque no discurso que agentes comunitários de saúde de Unidades de Saúde da Família de
Petrópolis têm acerca da questão ambiental e sua associação com o processo saúde/doença,
assim como de seu próprio papel no enfrentamento dos problemas relacionados a este objeto. O
estudo foi realizado com 40 agentes comunitários de saúde lotados em 16 equipes de Saúde da
Família, instaladas tanto na área rural como na área urbana do município Petrópolis. Foi
utilizado um questionário composto somente por perguntas abertas. Sua estrutura possui três
partes: informações sobre o profissional – lotação, tempo de trabalho, formação em temas
relacionados ao meio ambiente e saúde; conhecimento sobre temas selecionado sobre saúde e
meio ambiente; estratégias desenvolvidas pelo profissional/equipe sobre saúde e meio ambiente.
RESULTADOS: O estudo evidenciou que os agentes comunitários de saúde (ACS) têm
dificuldades para orientar a comunidade quanto aos riscos ambientais devido à carência de
informações acerca do tema, embora tenham demonstrado muito interesse quanto a relação
entre a questão ambiental e o processo saúde/doença, assim como quanto as estratégias que
podem ser desenvolvidas no âmbito das Unidades de Saúde que visem à transformação de
estilos de vida das comunidades para a construção de ambientes saudáveis. Parte das respostas
dos ACS aponta sua percepção quanto à falta de conhecimento e compreensão das
comunidades em que atuam com relação a quatro aspectos ambientais considerados de forte
relevância na realidade sanitária petropolitana: (i) resíduos sólidos; (ii) animais e plantas de
convívio cotidiano; (iii) água e (iv) problemas de origem geomorfológica. Além disso, a falta
de educação ambiental, presença de vetores, manejo inadequado de resíduos sólidos e
construções inadequadas foram os problemas ambientais da comunidade que os entrevistados
atribuíram como questões principais. CONCLUSÃO: A principal preocupação dos sujeitos da
pesquisa está na educação da população, onde a questão da mudança de valores é o principal
aspecto. Os ACS apontam insistentemente a sua percepção quanto à falta de conhecimento e
compreensão das comunidades em que atuam com relação aos aspectos ambientais. Chamam
a atenção, ainda, de que a identificação de problemas ambientais influencia na saúde das
comunidades e; nas formas para atuar junto às comunidades. Além disso, foi possível verificar
que o item referente ao conhecimento das situações ambientais do município que impliquem em
riscos efetivos ou potenciais à saúde humana foi percebido como um elemento importante pela
categoria para trabalhar a relação entre saúde e ambiente. Por fim, em relação às estratégias de
enfrentamento, a categoria aponta para ações de educação em saúde como melhor instrumento
de intervenção. Neste aspecto, tais ações são entendidas como atividades de informação da
população e, quando muito, ações visando à mudança de hábitos.
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REFERÊNCIAS:
1- PORTO M.F.S. Saúde, Ambiente e Desenvolvimento: Reflexões sobre a
Experiência da COPASAD - Conferência Pan-Americana de Saúde e Ambiente no
Contexto do Desenvolvimento Sustentável. Rev C S Col 1998; 3(2):33-46.
2- COHEN, S.C.; ASSUMPÇÃO, R.F.Habitação Saudável no Programa de Saúde da
Família (PSF): Uma Estratégia para as Políticas de Saúde e Ambiente. Revista
Ciênc. saúde coletiva vol 9. nº 3 Rio de Janeiro Jul/Set 2004.
3- FREITAS, C.M. A produção Científica Sobre o Meio Ambiente na Saúde
Coletiva. Caderno de Saúde Pública, 2005.
4- BARRETO, M.L. Ambiente e saúde. Rev C S Col 1998; 3(2):21-22.
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