SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO DO VALE DO IPOJUCA FAVIP – FACULDADE DO VALE DO IPOJUCA ELTON LEITE MIRANDA TOUR – Terminal de Ônibus Urbanos de Caruaru Caruaru 2011 ELTON LEITE MIRANDA TOUR – Terminal de Ônibus Urbanos de Caruaru Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Programa de Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAVIP – Faculdade do Vale do Ipojuca, elaborado pelo aluno Elton Leite Miranda para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura. Orientador: Profª. Kátia Maria Alves da Silva. Caruaru 2011 Catalogação na fonte Biblioteca da Faculdade do Vale do Ipojuca, Caruaru/PE M672t Miranda, Elton Leite. Tour – Terminal de ônibus urbano de Caruaru / Elton Leite Miranda. – Caruaru: FAVIP, 2011. 78 f. : il. Orientador(a) : Kátia Maria Alves da Silva. Trabalho de Conclusão de Curso (Arquitetura e Urbanismo) - Faculdade do Vale do Ipojuca. Inclui anexo. 1. Terminal de ônibus urbano - Caruaru. 2. Transporte público - Caruaru. I. Título. CDU 72[11.2] Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário: Jadinilson Afonso CRB-4/1367 Um amigo se faz rapidamente; já a amizade é um fruto que amadurece lentamente. (Aristóteles) Dedico este trabalho a minha mãe, esposa e filha, pois sem elas o sonho de me tornar arquiteto não poderia ser realizado. AGRADECIMENTOS A professora Kátia Maria Alves da Silva, pela orientação e pelo constante estímulo transmitido durante todo trabalho. As professoras Andreza Procoro e Suenne Cunha, pela paciência e dedicação para com todos os alunos da disciplina de TG2. Ao professor e coordenador José Eduardo de Moura por sua dedicação para com o corpo discente do Curso de Arquitetura e Urbanismo da FAVIP. Aos meus amigos e familiares em geral que direta ou indiretamente contribuíram para o sucesso deste trabalho. RESUMO MIRANDA, Elton Leite. TOUR – Terminal de Ônibus Urbanos de Caruaru. 2011. 77f. Trabalho de Conclusão de curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo – FAVIP – Faculdade do Vale do Ipojuca, Caruaru, 2011. O presente trabalho tem como principal objetivo a elaboração de um anteprojeto para um TERMINAL DE ÔNIBUS URBANOS na cidade de Caruaru-PE, tendo em vista a necessidade encontrada na cidade que não possui um complexo para uso de transportes coletivos dotado de total infra-estrutura e conforto para as camadas da população que fazem uso deste tipo de transporte como principal meio para locomover-se pela cidade. O complexo do terminal de ônibus será projetado à Avenida Cleto Campelo s/n no bairro Nossa Senha das Dores, centro comercial da cidade, em um lote de terreno onde funcionam atualmente os estacionamentos do Banco do Bradesco S.A. e TELEMAR. Este lote possui diferença de nível de 3,00m, o que possibilitou a criação de um estacionamento semi-enterrado, no pavimento interior, voltado para Rua Mestre Pedro, com capacidade para 110 vagas de automóvel e 94 vagas para motocicletas. No pavimento térreo funcionará todo o complexo do terminal de ônibus que será estruturado sobre laje armada bi-direcional tipo “cabacinha”, sobre vigas e pilares de concreto armado e contará com estrutura metálica com telhas de alumínio em suas cobertas. Dotado de total infra-estrutura O TOUR – Terminal de Ônibus Urbanos de Caruaru contará com duas guaritas de controle que estarão localizadas na entrada e saída do complexo e farão o controle dos coletivos ao entrar e sair do complexo, bem como ilha central para embarque e desembarque de passageiros com 7 paradas de ônibus, bloco administrativo, bloco sanitário e dois quiosques. Contará ainda com um bloco de serviços onde estão localizados os vestiários o posto policial a copa/cozinha e o estacionamento de ônibus em espera com capacidade para estocar três ônibus. Toda essa infra-estrutura aliada à conveniência de proximidade do centro comercial da cidade fará do TOUR – Terminal de Ônibus Urbanos de Caruaru a melhor opção de transporte público para o cidadão de Caruaru. Palavras-chave: Terminal de ônibus Urbanos. Transporte público. Trabalho de conclusão de curso. ABSTRACT MIRANDA, Elton Leite. TOUR – Terminal de Ônibus Urbanos de Caruaru. 2011. 77f. Trabalho de Conclusão de curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo – FAVIP – Faculdade do Vale do Ipojuca, Caruaru, 2011. This work has as main objective the development of a blueprint for an urban bus terminal in the city of Caruaru-PE, in view of the need found in the city that has a complex to use public transportation equipped with complete infrastructure and comfort to the population groups who use this type of transportation as the main means of getting around the city. The bus terminal complex will be designed Cleto Campelo Avenue in the neighborhood Nossa Senha das Dores, downtown, in a plot of land where the parking currently run Banco Bradesco S.A. and TELEMAR. This lot has a level difference of 9.85 feet, which enabled the creation of a car half-buried in the floor inside, turned to Mestre Pedro Street, with capacity for 110 car spaces and 94 spaces for motorcycles. On the ground floor all the complex work of the bus terminal which will be structured slab on armada bi-directional type "courgette" on beams and columns of reinforced concrete and steel structure will have with aluminum tiles in their blankets. With its complete infrastructure TOUR – Terminal de Ônibus Urbanos de Caruaru will feature two watchtowers of control that will be located at the entrance and exit of the complex and the control of the collective will to enter and leave the complex as well as central island shipping and disembarkation of passengers at bus stops in July, administration block, toilet block and two kiosks. It will also have a block of services are located where the police station locker room the pantry / kitchen and parking of buses waiting with a capacity to store three buses. All this infrastructure coupled with the convenience of proximity to the city's commercial center will make the TOUR - Urban Bus Terminal Caruaru the best public transportation option for citizens of Caruaru. Keywords: Urban Bus Terminal. Public transport. Completion of course work. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. CBMPE – Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco. COMPESA – Companhia Pernambucana de Saneamento. CTTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. DENATRAN – Departamento Nacional de Trânsito DESTRA – Autarquia de Defesa Social, Trânsito e Transportes de Caruaru. DETRAN-PE – Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco. DTT – Diretoria de Trânsito e Transporte de Caruaru. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. NBR – Norma Brasileira. RFFSA – Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima. TELEMAR – Telemar Norte Leste Sociedade Anônima. TG – Trabalho de Graduação TOUR – Terminal de Ônibus Urbanos. ZAM – Zona de Atividades Múltiplas. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Comparativo da ocupação do solo por carros, ônibus e bicicletas....... 25 Figura 2 – Ilustração dos traçados utilizados pelos ônibus coletivos..................... 27 Figura 3 – Situação do Terminal de Ônibus Urbanos da Lapa.............................. 35 Figura 4 – Nível da praça do Terminal de Ônibus Urbanos da Lapa..................... 36 Figura 5 – Nível das plataformas do Terminal de Ônibus Urbanos da Lapa......... 36 Figura 6 – Situação do Terminal de ônibus Urbanos de Pirituba........................... 39 Figura 7 – Nível das plataformas do Terminal de ônibus Urbanos de Pirituba...... 40 Figura 8 – Percentual de usuários distribuídos pelos terminais do município....... 50 Figura 9 – Planta de situação do terminal da Rua Cleto Campelo........................ 51 Figura 10 – Corte esquemático do terminal da Rua Cleto Campelo...................... 52 Figura 11 – Planta de Situação do Terreno........................................................... 56 Figura 12 – Topografia do terreno......................................................................... 57 Figura 13 – Análise do entrono do terreno............................................................. 59 Figura 14 – Condicionantes climáticos do terreno escolhido................................. 64 Figura 15 – Organograma do Terminal de Ônibus Urbanos de Caruaru............... 68 Figura 16 – Fluxograma do Terminal de Ônibus Urbanos de Caruaru.................. 69 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Distribuição das empresas de coletivos por bairro e traçado.............. 30 Tabela 2 – Usuários de coletivos por bairro e empresa......................................... 31 Tabela 3 – Faixa etária dos veículos das empresas de coletivo em Caruaru........ 32 Tabela 4 – Programa e pré-dimensionamento do Terminal do Xambá................. 46 Tabela 5 – Potencialidades e Problemáticas dos estudos de casos..................... 47 Tabela 6 – Análise detalhada dos estudos de caso............................................... 48 Tabela 7 – Condicionantes Legais do terreno escolhido....................................... 60 Tabela 8 – Programa básico para o Terminal Ônibus urbanos............................. 66 Tabela 9 – Dimensionamento para o Terminal de Ônibus Urbanos...................... 67 LISTA DE IMAGENS Imagem 1 – Plataformas do Terminal de ônibus da Lapa..................................... 37 Imagem 2 – Vista aérea do Terminal de Ônibus Urbanos de Pirituba................... 40 Imagem 3 – Estrutura da coberta do Terminal de Ônibus Urbanos de Pirituba.... 41 Imagem 4 – Planta de Situação do Terminal do Xambá........................................ 42 Imagem 5 – Acesso principal de ônibus do Terminal do Xambá........................... 43 Imagem 6 – Bloco 1 do Terminal do Xambá.......................................................... 44 Imagem 7 – Área de estocagem de ônibus do Terminal do Xambá...................... 45 Imagem 8 – Rua Mestre Pedro.............................................................................. 53 Imagem 9 – Abrigos do Terminal Principal da Rua Cleto Campelo....................... 54 Imagem 10 – Vista aérea do Terminal Principal da Rua Cleto Campelo............... 55 Imagem 11 – Ampliação do terreno....................................................................... 56 Imagem 12 – Diferença de nível (4%) das ruas Mestre Pedro e Cleto Campelo.. 57 Imagem 13 – Vegetação do estacionamento do Banco do Bradesco S.A............ 65 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO................................................................................................... 16 2. O PROBLEMA 2.1. Justificativa................................................................................................ 17 2.2. Objetivos.................................................................................................... 19 2.2.1. Objetivo geral.................................................................................. 19 2.2.2. Objetivos específicos...................................................................... 19 2.3. Metodologia............................................................................................... 20 3. EMBASAMENTO TEÓRICO 3.1. História do transporte urbano.................................................................... 22 3.2. Tipos de transporte urbano........................................................................ 23 3.3. Transporte individual x transporte coletivo................................................ 24 3.4. Transporte coletivo por ônibus.................................................................. 26 3.5. Transporte coletivo em Caruaru................................................................ 29 3.6. Estudos de caso........................................................................................ 34 3.6.1. Terminal de ônibus urbanos da Lapa – São Paulo-SP................... 34 3.6.2. Terminal de ônibus urbanos de Pirituba – São Paulo-SP............... 38 3.6.3. Terminal de ônibus urbanos do Xambá – Sapucaia, Olinda-PE....... 42 3.7. Análise dos estudos de caso..................................................................... 47 4. A PROPOSTA 4.1. Caracterização da área escolhida............................................................. 50 4.2. Análise do Terreno.................................................................................... 55 4.3. Análise do entorno..................................................................................... 58 4.4. Parâmetros urbanísticos e legais.............................................................. 59 4.4.1. 6.4.1.Parâmetros urbanísticos........................................................... 59 4.4.2. 6.4.2.Parâmetros legais..................................................................... 61 4.5. Condicionantes físicos e ambientais......................................................... 63 4.6. Programa................................................................................................... 65 4.7. Dimensionamento...................................................................................... 66 4.8. Organograma............................................................................................. 68 4.9. Fluxograma................................................................................................ 69 4.10. Partido arquitetônico................................................................................ 70 4.11. Memorial descritivo.................................................................................. 72 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 74 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 75 7. ANEXOS............................................................................................................ 78 16 1. INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo a elaboração de um anteprojeto para um terminal de ônibus urbanos para o município de Caruaru no estado de Pernambuco. Este equipamento será implantado em um lote de área superficial de 3.782,67m² situado à Avenida Cleto Campelo, s/n, no bairro Nossa Senhora das Dores, centro comercial da cidade. O município de Caruaru possui vantagem em sua localização estratégica no interior do estado de Pernambuco dentre os demais municípios e destaca-se por ser um pólo de turismo, comércio e educação, atraindo turistas, comerciantes, sulanqueiros e estudantes de todas as cidades circunvizinhas. Atualmente a população da cidade, que passa dos trezentos mil habitantes segundo últimos dados do senso IBGE de 2010, somada a população flutuante que faz movimento pendular diário, não possui um equipamento arquitetônico com infra-estrutura para os usuários e ônibus coletivos que circulam pela cidade. Portanto, o público alvo deste equipamento são os usuários de coletivos do município de Caruaru, que, segundo dados da DESTRA de maio de 2010, são em média 1.483.192 por mês, sendo que deste total 48% fazem uso do Terminal Principal da Rua Cleto Campelo, local da intervenção. E é nesse contexto que o presente trabalho tem como escopo desenvolver um equipamento arquitetônico dotado de total infra-estrutura capaz de atender a demanda de ônibus e usuários do município de Caruaru-PE. 17 2. O PROBLEMA 2.1. Justificativa Cada vez mais o transporte coletivo perde força em meio ao crescente número de automóveis e motocicletas nas grandes cidades brasileiras. Segundo dados da frota de veículos do DENATRAN de maio de 2009 e dados da previsão da população do IBGE para este mesmo ano, a proporção era de 1(um) carro para cada 2(dois) habitantes no Brasil. Em Caruaru não é diferente. Na cidade, que tem, segundo Censo de 2010, população de 314.951 habitantes, existem apenas 5 empresas de ônibus coletivo circulando pela cidade demonstrando o déficit claro desse meio de transporte na cidade, fazendo com que áreas populosas deixem de ser atendidas diariamente. A economia do município é baseada no comércio, que desde a origem do município era caracterizado na feira livre que se realizava no centro, ao lado da Igreja da Conceição, marco zero do município. Nesta feira eram comercializados diversos tipos de mercadorias como: roupas, utensílios domésticos, artigos de plásticos, alimentos dentre outros. Posteriormente Caruaru passou a ser conhecida como a cidade da Feira da Sulanca, que acontece uma vez por semana e é a principal fonte de renda da maioria da população atraindo comerciantes de várias cidades circunvizinhas. Nos últimos doze anos, o município de Caruaru passou por uma expansão econômica sem precedentes. Essa expansão foi alavancada pela duplicação da BR-232 que permitiu a viagem da capital ao interior mais rápida e segura. Aliado a isso, e a localização do município no interior do estado, novas fábricas, lojas comerciais e instituições de ensino superior se instalaram aqui gerando impacto na economia e desenvolvimento do município. Então, o município que antes era conhecida apenas como pólo de confecção do agreste pernambucano, passou a ser tratada também como um pólo educacional e industrial do interior de Pernambuco. 18 Essa expansão comercial e o crescimento populacional da última década geraram um crescimento territorial desordenado do município e o aumento da movimentação pendular da população de estudantes, comerciantes e trabalhadores, “inchando” o já debilitado sistema viário do município, tornando-o caótico, principalmente no pequeno centro do município, necessitando de soluções de médio e curto prazo no transporte público. Portanto, como o município de Caruaru ocupa hoje um patamar socioeconômico expressivo ele necessita de um equipamento bem estruturado para dar suporte às linhas de coletivos urbanos que atualmente circulam pelo município e com isso atender à população que faz uso desse serviço de forma digna, eficiente e segura. Então, é imprescindível a criação de um TERMINAL DE ÔNIBUS URBANOS, dotado de toda a infra-estrutura necessária para atender aos usuários e dar suporte às empresas de coletivos do município de Caruaru. Segundo o DETRAN de Pernambuco o município de Caruaru tem em sua frota de veículos automotivos 101.461 registrados até outubro de 2010, dos quais 45.835 são de carros e 32.977 são de motocicletas, quase 78% da frota total. Esse aumento na frota de veículos automotores particulares é inversamente proporcional a precariedade do sistema de transporte público do município e torna a locomoção nas vias públicas lenta e a qualidade de vida péssima no centro comercial para toda a população. O município conta atualmente com cinco empresas de transporte coletivo que são elas: Tabosa, São Cristóvão, Bahia, Visconde e Coletivo; e como decorrência da falta de investimentos dos setores público e privado na melhoria deste sistema de transportes, ocorreu uma considerada diminuição no uso de coletivos. Os usuários que fazem uso dos ônibus no município contam com quatro pontos de embarque e desembarque espalhados pelo centro do município. São os pontos da Rua Duque de Caxias, Rua 15 de Novembro, Rua Capitão João Velho e o principal e mais importante que é o Terminal Principal da Rua Cleto Campelo esquina com a Rua Mestre Pedro, por possuir dez plataformas e concentrar quatorze linhas de coletivos. 19 A Rua Mestre Pedro possui quatro destas plataformas e seis linhas de ônibus fazem uso destas plataformas. Esta rua possui bastante aclive, o que causa total desconforto aos usuários das linhas de ônibus. A Rua Cleto Campelo possui seis pontos de embarque/desembarque distribuídos por uma plataforma central com quase setenta metros de comprimento e uma via subdimensionada para circulação dos coletivos com apenas 5,70m de largura. Esse equipamento de ônibus urbanos não possui infra-estrutura adequada para atender a população, pois, suas plataformas de embarque/desembarque são subdimensionadas e não possuem rampas para cadeirantes. Os usuários não dispõem de bilheteria, posto de informação, sanitário público, posto policial ou posto de enfermagem e as lanchonetes que por ali se instalaram ao longo das plataformas não são padronizadas. Dentre todas as problemáticas encontradas no Terminal Principal da Rua Cleto Campelo é evidente a necessidade de adequação deste espaço para criação de um TERMINAL DE ÔNIBUS URBANOS para oferecer um serviço de qualidade aos usuários de coletivos de Caruaru. 2.2. Objetivos 2.2.1. Objetivo geral O presente trabalho tem como principal objetivo a elaboração de um anteprojeto de um TERMINAL DE ÔNIBUS URBANOS para o município de Caruaru-PE. 2.2.2. Objetivos específicos Prover os cidadãos do município de Caruaru, usuários das linhas de coletivos de um equipamento para os ônibus urbanos dotado de toda a infra-estrutura capaz de atender a demanda tanto de usuários como dos próprios coletivos; Propor uma distribuição de fácil acesso para os usuários, promovendo acessibilidade aos cidadãos com deficiência e necessidades especiais; 20 Propor uma resolução plástica e volumétrica de tal terminal que atenda aos requisitos deste equipamento a partir da compreensão do contexto urbano da área central do município; Buscar a utilização de materiais duráveis e de fácil manutenção tendo em vista que o equipamento é de uso público; Realizar levantamento do número médio de usuários por dia nos 4(quatro) principais pontos da cidade; Realizar pesquisa documental que embase a proposta de localização de tal equipamento. 2.3. Metodologia Para o desenvolvimento do presente trabalho, que terá como produto final um anteprojeto para um equipamento arquitetônico de um terminal de ônibus urbanos, faz-se necessário primeiramente caracterizá-la e classificá-la quanto ao seu fim e quanto ao seu meio. De acordo com o que pontua Vergara (2009), quanto aos fins, uma pesquisa pode ser: Descritiva - “Têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então o estabelecimento de relações entre variáveis” (GIL, 2009, p42). Segundo Vergara (2009), não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação. Explicativa - “tem como preocupação central identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Este é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade porque explora a razão, o porquê das coisas” (GIL, 2009, p 42). Quanto aos meios, de investigação pode ser: Estudo de caso – “(...) é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento 21 objetivando descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada investigação GIL (2009 p 54)”. Godoy (1995ª) complementa esse conceito, ao dizer que “(...) o estudo de caso se caracteriza como um tipo de pesquisa cujo objeto é uma unidade que se analisa profundamente (e) visa ao exame detalhado de um ambiente, de um simples sujeito ou de uma situação em particular”. Documental - consiste na realização do trabalho monográfico tendo como referencia a leitura, a análise e a interpretação de documentos existentes acerca de um determinado fenômeno Bertucci (2009). Portanto a metodologia utilizada para o presente trabalho terá como eixos norteadores os meios investigativos relativos a estudos de casos e documentos existentes na área de escolha do tema, que resultarão em um produto final monográfico descritivo e explicativo. 22 3. EMBASAMENTO TEÓRICO 3.1. História do transporte urbano O surgimento das cidades se deu da necessidade do homem de estabelecer um local de moradia fixo onde pudesse prover o sustento de sua família. Com isso decorreu, posteriormente, um aumento na população dessas cidades, que estava em busca de trabalho e bens de consumo, até então artesanais ou semiartesanais. As antigas cidades localizavam-se, não por acaso, estrategicamente próximas umas das outras, para facilitar a troca bens e mercadorias, e a beira do mar ou de rios, pois, os navios eram o principal meio de transporte da antiguidade. Mas, o crescimento das cidades estava correlacionado diretamente com a capacidade de seus habitantes de se deslocarem por ela para obter os bens de consumo, produção ou irem trabalhar. Com isso constatamos que as cidades ficaram limitadas aos centros comerciais e aos bairros residenciais que se aglomeravam ao redor e em decorrência disso houve um déficit na qualidade de vida das pessoas que nelas viviam. O primeiro transporte público a surgir foi em Paris e poderia ser considerado como os primórdios do que nos conhecemos hoje como ônibus. Era puxado por tração animal e já dispunha de circulação e horários fixos, como citam Ferraz e Torres (2004) abaixo: Somente em 1662, quando Paris já contava com aproximadamente 150 mil habitantes, é que o matemático francês Blaise Pascal organizou o primeiro serviço regular de transporte público: linhas com itinerários fixos e horários predeterminados. O serviço era realizado por carruagens com oito lugares, puxados por cavalos e distribuídas em cinco linhas. (FERRAZ e TORRES, 2004, p.9) Com a Revolução Industrial, o deslocamento tornou-se algo imprescindível nas cidades já que a massa operária que impulsionava as indústrias necessitava deslocar-se de forma rápida e segura de suas residências até o posto de trabalho. Então, no intuito de suprir essa necessidade de deslocamentos entre 23 grandes distâncias que surgiu o transporte público, que até então eram carruagem de tamanho longo e que transportavam de 6 a 8 passageiros puxadas por dois cavalos. Em 1862, foi criado em Nantes, França, uma linha de transporte público que ligava a cidade a uma casa de banhos. O veículo utilizado era uma carruagem com comprimento e capacidade superiores aos existentes na época, e que foi denominado omnibus (“para todos em latim). (FERRAZ e TORRES, 2004, p.9) O nascimento do transporte público de fato ocorreu da necessidade das cidades de se expandirem além de seus limites, que eram os grandes centros comerciais e que centralizavam os bens de serviço e consumo. Com o aumento da população nas cidades pós Revolução Industrial, fez-se necessário expandir os bairros residenciais para as periferias. E essa expansão só foi possível mediante a criação de meios de transportes de massa seguros e acessíveis a camada social trabalhadora. Constatamos então que o crescimento de qualquer cidade está diretamente relacionado à capacidade de locomoção pública ou privada de seus cidadãos. 3.2. Tipos de transporte urbano De acordo com Ferraz e Torres (2004), de várias maneiras o homem se utiliza para locomover a si mesmo ou a mercadorias e produtos. Quando transporta a si mesmo ele é classificado de passageiro ou condutor do meio de transporte o qual está fazendo uso. Eles classificam esses modos de transporte urbano em: Privados individuais – a pé. Privados – bicicleta, motocicleta, tração animal, carro. Semi-públicos – carro alugado, transporte solidário, transporte fretado, táxi, moto-táxi, lotação, Públicos coletivos e de massa – ônibus, microônibus, bonde, metro, trem. 24 Especiais – aeromóvel (trem a vela), monotrilho, ônibus com dirigibilidade automática, transporte funicular ou com cremalheira-roda dentada, teleférico, elevador, embarcação, ônibus dual (diesel/elétrico ou ônibus/bonde), correias transportadoras, veículos com levitação magnética e tração linear e V.L.T. (Veículo Leve sobre Trilhos). O transporte privado coletivo que mais se difundiu foi o automóvel por proporcionar ao usuário total liberdade de ir e vir sem horários pré-determinados a não ser pelo próprio usuário e liberdade no percurso a ser realizado. Por todos esses motivos o carro, que surgiu no final do século XIX, se sobressaiu entre os demais meios de transporte como a moto, pois, apesar de ambos reunirem todas essas vantagens mencionadas, a moto possui as desvantagens da falta de segurança para o piloto no caso de uma colisão ou de chuvas. Os modos de transporte coletivos de massa, como o metrô, são bastante utilizados nas grandes cidades e metrópoles, mas em cidades de pequeno e médio porte, temos como destaque o ônibus. O ônibus é a opção mais democrática, rápida e barata, utilizada nas cidades em desenvolvimento pela população de baixa renda que não dispõe de recursos para possuir um meio de transporte próprio. 3.3. Transporte individual x transporte coletivo Segundo Ferraz e Torres (2004), os vários modos de transporte e deslocamento pela cidade são denominados de “distribuição modal” e a quantidade de viagens realizadas, “índice de mobilidade”. Não será errôneo afirmar que em países com desenvolvimento avançado o uso do transporte privado superou o coletivo, pelas vantagens já mencionadas antes. Mas alguns países da Europa por motivos culturais mantêm até hoje um alto índice no uso dos transportes coletivos de massa. Nos Estados Unidos, considerado o país do automóvel, o carro é responsável por cerca de 85% das viagens urbanas. Nas cidades da Europa, essa porcentagem é menor: grosso modo, algo entre 30% e 60%, sobretudo por razões culturais e históricas – quase todas as médias e grandes cidades da Europa têm sistema de transporte 25 público sobre trilhos (metrô, pré-metrô e bonde) de excelente qualidade, grandes espaços para pedestres nas regiões centrais (calçadões e praças), ciclovias e ciclofaixas para bicicletas e calçadas adequadas para os pedestres. Nas cidades dos países pobres, o transporte público (sobretudo ônibus e microônibus) e semipúblico (peruas/vans e microônibus) são os modos mais usados: aproximadamente de 50% a 90% das viagens motorizadas. (FERRAZ, 2004, p.88) O desenvolvimento sócio-econômico de uma cidade é o principal motivador do deslocamento por seu território, ou seja, quanto maior o número de indivíduos com poder aquisitivo, maior será o uso do meio de transporte privado como é o caso do automóvel. A figura 1, abaixo exemplifica o uso demasiado do automóvel como principal meio de transporte e que está sufocando os grandes centros urbanos, reduzindo drasticamente a mobilidade pelo sistema viário e acabando com a qualidade de vida dos cidadãos. Figura 1 – Comparativo da ocupação do solo por carros, ônibus e bicicletas. Fonte: Disponível em: www.avaidebike.blogspot.com/2010/05/reserve-estas-datas-semana-da.html Acessado em: 30/10/2010 Na Figura 1, acima, vemos ilustrado o espaço físico ocupado por 74(setenta e quatro) indivíduos fazendo uso de três meios de transporte distintos: 26 carro, ônibus e bicicletas. Note que para transportar essa mesma quantidade de pessoas seriam necessários 74(setenta e quatro) automóveis ou apenas 1(um) ônibus. Ao utilizar o automóvel como meio de transporte a via fica lotada dificultando o deslocamento dos próprios automóveis. Vemos o contraste provocado pelo poder aquisitivo da população. Mas constatamos também que por motivos culturais algumas cidades fazem uso racional do transporte privado. O transporte público de massa deve oferecer qualidade, no que diz respeito a: acessibilidade, freqüência de atendimento, tempo de viagem, lotação, confiabilidade, segurança, veículos e paradas em bom estado de conservação, sistemas de informação quanto ao transporte, conectividade entre os meios de transporte, comportamento dos operadores do sistema para com os usuários, estado das vias e tarifas acessíveis a todas as camadas sociais, para que haja um aumento no uso e se consiga uma qualidade de vida melhor nos grandes centros urbanos. 3.4. Transporte coletivo por ônibus Nas cidades em desenvolvimento é muito comum o uso de ônibus como principal meio de transporte de massa, por sua facilidade em funcionar dentro da malha viária já disposta e sua capacidade de transportar até 74(setenta e quatro) passageiros de uma só vez. Os ônibus ou coletivos possuem rotas predefinidas pelas empresas concessionárias juntamente com o poder público, determinando todo o seu trajeto dentro da malha do município, a fim de prestar um serviço que abranja todo o território ou que atenda os bairros mais significativos. Segundo Ferraz e Torres (2004), o trajeto determinado para cada empresa de ônibus coletivos é denominado de traçado. Há cinco tipos distintos de traçado. São eles: radial, diametral, interbairros, circular e local, conforme Figura 2 a seguir: 27 Figura 2 – Ilustração dos traçados utilizados pelos ônibus coletivos. Fonte: Autor Data: 31/10/2010 Radial – É a linha mais comum e utilizada nas cidades pequenas, médias e grandes. Liga a maioria dos bairros suburbanos das cidades com a área central (centro urbano). A maioria dos usuários dessas linhas são estudantes e trabalhadores se deslocam de suas residências para o trabalho ou escolas. Diametral – É a linha que liga dois bairros distintos, isto é, nos subúrbios afastados do centro, mas que em seu percurso contempla a passagem pelo centro urbano do município. Interbairros – É a linha que liga dois bairros distintos, o que a diferencia do diametral é que neste traçado o ônibus não passa pela área central. Circular – É a linha que circula e liga dois ou mais bairros de uma cidade, mas sem passar pela área central do município. 28 Local – É a linha utilizada internamente em um bairro, conjunto de bairros, pólo ou região bastante populosa, com grande área territorial e que necessita de meio de transporte de massa para cobrir toda sua extensão. Segundo Ferraz e Torres (2004), além de seus traçados distintos a linhas podem ser classificadas de acordo com a função a qual se destinam. Essas funções estão classificadas em: convencional – linha de ônibus na qual coleta usuários na região de origem, executa seu percurso e os distribui na região de destino; troncal - linha que opera em determinado corredor onde há grande demanda de usuários e os transporta de um lugar para outro (origem/destino); alimentadora – linha que opera transportando usuários de regiões afastadas (subúrbios) para as linhas troncais e vice e versa; expressa – linha que opera com poucas paradas intermediárias ou nenhuma, aumentando a velocidade do veículo e diminuindo o tempo gasto por ele para realizá-lo; especial – linha que opera apenas em determinados horários, como é o caso dos horários de pico, para auxiliar na captação da demanda dos usuários; seletiva – são serviços diferenciados para os usuários que fazem uso de ônibus ou micro-ônibus executivos climatizados e que não ultrapassam a lotação sentada, em compensação a tarifa é mais cara. Todo usuário, para fazer uso do ônibus, desloca-se de sua residência (origem) para um local predeterminado pela empresa de coletivo. Este local de espera do coletivo é denominado ponto de parada ou estação (terminal). Os pontos de parada dos coletivos são os locais onde se realizam o embarque e o desembarque de usuários dos coletivos. Em alguns casos possuem abrigo contra intempéries e bancos para um maior conforto do usuário enquanto espera pelo coletivo. Em geral está localizada no passeio público, sinalizada por placa indicativa e que podem ou não conter os itinerários realizados pelos ônibus que por ali passa. Já os terminais ou estações de ônibus são equipamentos arquitetônicos dotados de infra-estrutura tais como: coberta, banheiros públicos, bebedouros, lixeiras, bancos, iluminação, posto policial, posto de enfermagem, informações e bilheteria das empresas. Sua principal função é a de transbordo e captação dos usuários de ônibus vindos do subúrbio ou indo para ele. Em cidades 29 de pequeno e médio porte os terminais de ônibus localizam-se nos centros urbanos para proporcionar integração física do sistema viário e os usuários. Por isso provocam grande impacto na paisagem e no entorno onde se localizam. O planejamento para implantação de tal equipamento deve ser cuidadoso, minucioso e levar em consideração todos os agravantes na ocupação e uso do solo bem como os impactos com o meio ambiente por ele provocado. 3.5. Transporte coletivo em Caruaru Com a expansão territorial alcançada pelo município de Caruaru nos últimos doze anos devido ao crescimento populacional, instalação de novas instituições de ensino superior, expansão nas áreas industriais e comerciais, impulsionados pela duplicação da BR-232, o transporte público sofreu diversas alterações, bem como a maneira do cidadão locomover-se pelo município. A distribuição modal que era feita basicamente por ônibus, táxis e carros que tinham a principal função de transportar a população de um local para outro, foi dando espaço a mais um meio de transporte, a moto. O município possui uma grande frota de motos particulares e motos destinadas ao transporte de passageiros (moto táxi) e que atualmente está em número semelhante ao dos carros de passeio. Segundo dados do DETRAN de Pernambuco existem 45.835 automóveis e 32.977 motocicletas registradas até outubro de 2010 no órgão. Paralelamente a isso ocorreu uma falta de investimento do poder público juntamente com o privado nos meios de transporte público, ocasionando um déficit no uso dos ônibus. Segundo a DESTRA, o município de Caruaru possui, atualmente, cinco empresas de ônibus coletivos: Bahia com 6 linhas, Coletivo com 9 linhas, São Cristóvão com 2 linhas, Tabosa com 9 linhas e Visconde com 4 linhas, totalizando 30 linhas. Elas são responsáveis pelo transporte de usuários ao mais diversos locais do município, cobrindo cerca de 37 bairros distintos. A seguir podemos ver a 30 distribuição das empresas pelas linhas que mostram os bairros de destino do município bem como o tipo de traçado por elas utilizado (Tabela 1). Tabela 1 – Distribuição das empresas de coletivos por bairro e traçado. Empresa Linha (origem/destino) Tipo de Traçado Bahia Bahia Bahia Bahia Bahia Bahia Coletivo Coletivo Coletivo Coletivo Coletivo Coletivo Coletivo Coletivo Coletivo São Cristóvão São Cristóvão Tabosa Tabosa Tabosa Tabosa Tabosa Tabosa Tabosa Tabosa Tabosa Visconde Visconde Visconde Visconde João Mota Jardim Panorama/Via Jardim Boa Vista Maria Auxiliadora Boa Vista I e II/ Via CEACA Boa Vista II Boa Vista I Maurício de Nassau/Via Maria Gorete Pinheirópolis Cidade Jardim/Via Salgado Alto do Moura Bairro Universitário Posto Agamenon/Via Terminal Rodoviário Salgado/Via Lagoa do Algodão Vila Padre Inácio Vila Kennedy Rendeiras/Via Terminal Rodoviário Rendeiras Bairro Agamenon/Via Pitombeira Bairro Agamenon/Via Terminal Rodoviário Bairro Agamenon/Via HRA Vila Serena Santa Rosa/Via Vassoural Vassoural/Via Santa Rosa Bairro Petrópolis/Via Jardim Liberdade INOCOOP/Via José Antônio Liberato Shopping Caruaru Severino Afonso/Via Parque da Cidade Nova Caruaru/Via Luiz Gonzaga UFPE/Via Parque da Cidade Pólo Comercial Radial Circular Radial Diametral Radial Radial Circular Radial Radial Radial Radial Radial Radial Radial Radial Interbairros Radial Circular Circular Interbairros Radial Circular Circular Radial Radial Radial Radial Radial Radial Radial Fonte: DESTRA e DTT - Resumo Geral mai/10 Data: Setembro-2010 Apesar do déficit no transporte público do município, mencionado anteriormente, segundo a DESTRA, as empresas de coletivos de Caruaru têm transportado uma média mensal de quase 1,5 milhões de passageiros por mês. Esses usuários fazem parte da camada de baixo a médio poder aquisitivo da população e estão classificados em: pagantes, estudantes, servidores 31 públicos e trabalhadores, que fazem o uso do vale transporte fornecido pelas empresas onde trabalham. Na Tabela 2, que classifica o total de usuários em ordem crescente, podemos constatar que os bairros Maurício de Nassau e Maria Gorete, ambos da camada social A, possuem o menor número de usuários de coletivos por concentrar uma população com grande poder aquisitivo e acesso ao automóvel. Tabela 2 – Usuários de coletivos por bairro e empresa Tipos de passageiros transportados Empresa Linha (origem/destino) Coletivo Coletivo Vale Total 482 Servidore s 146 1.877 3.800 750 133 1.866 4.869 2.288 742 284 2.810 6.124 2.921 685 389 2.974 6.969 Jardim Panorama/Via Jardim Boa Vista 2.991 1.052 350 3.321 7.714 Visconde Nova Caruaru/Via Luiz Gonzaga 2.688 1.384 334 3.564 7.970 Tabosa 6.032 2.648 730 7.648 17.058 6.506 2.923 794 7.403 17.626 Tabosa Bairro Agamenon/Via Pitombeira Bairro Agamenon/Via Terminal Rodoviário Bairro Agamenon/Via HRA 6.532 3.141 1.092 8.194 18.959 Bahia Maria Auxiliadora 9.092 2.731 1.375 7.310 20.508 Pagantes Estudantes Maurício de Nassau/Via Maria Gorete 1.295 Pinheirópolis 2.120 Visconde Severino Afonso/Via Parque da Cidade Bahia João Mota Bahia Tabosa Bahia Boa Vista I e II/ Via CEACA 9.273 3.493 977 8.616 22.359 Visconde UFPE/Via Parque da Cidade 5.732 8.444 732 8.496 23.404 Tabosa Vila Serena 10.121 5.907 2.059 14.591 32.678 Tabosa Santa Rosa/Via Vassoural 14.044 3.463 1.567 15.203 34.277 Tabosa Vassoural/Via Santa Rosa 12.635 3.610 1.934 16.624 34.803 Coletivo Cidade Jardim/Via Salgado 12.575 3.501 1.334 20.011 37.421 Tabosa Bairro Petrópolis/Via Jardim Liberdade 13.776 7.181 2.081 17.010 40.048 Coletivo Alto do Moura 29.393 1.689 924 9.748 41.754 Coletivo Bairro Universitário 15.363 11.673 1.387 15.280 43.703 Bahia Boa Vista II 18.917 9.181 3.688 19.980 51.766 Coletivo Posto Agamenon/ Terminal Rodoviário 32.186 3.611 1.679 17.121 54.597 Bahia Boa Vista I 25.170 8.956 4.205 24.848 63.179 Visconde Polo Comercial 26.331 14.233 1.926 34.132 76.622 Tabosa INOCOOP/Via José Antônio Liberato 27.713 15.180 4.967 31.185 79.045 Tabosa Shopping Caruaru 33.831 15.644 3.216 41.299 93.990 Coletivo São Cristóvão Coletivo Salgado/Via Lagoa do Algodão 49.462 6.861 3.731 43.344 103.398 Rendeiras/Via Terminal Rodoviário 45.888 11.729 4.446 43.570 105.633 Vila Padre Inácio 53.841 13.940 5.136 60.285 133.202 Vila Kennedy 51.125 18.848 4.932 61.184 136.089 Rendeiras 56.492 26.386 6.250 74.499 163.627 585.038 209.586 62.652 622.116 1.479.392 Coletivo São Cristóvão Total de Usuários Fonte: DESTRA e DTT - Resumo Geral mai/10 Data: Setembro-2010 32 A última linha da Tabela 2, da página anterior, demonstra a diferença drástica que ocorre entre bairros de padrão A e C. Nesta linha temos o bairro das Rendeiras, antigamente conhecido como COHAB III, e que concentra o maior número de usuários do município, cerca de 163.627 usuários em média por mês. A frota utilizada por estas empresas conta com exatos 110(cento e dez) veículos em que compõem sua frota e que estão distribuídos entre veículos em operação e veículos em manutenção (garagem). Dentre eles, nenhum possui climatização interna para os usuários e apenas 9 (nove) deles possui “destino eletrônico” (painel eletrônico localizado na frente do ônibus e que indica sua linha, origem e destino). Nenhum dos veículos possui ainda catraca eletrônica com o pagamento da tarifa sendo efetuado através de cartões magnéticos recarregáveis em postos de venda de passagem, o que tornaria o embarque mais rápido. A faixa etária de vida útil dos coletivos utilizados em Caruaru varia entre 0 KM e 15 a 16 anos de uso, sendo que cinqüenta e um destes veículos estão na faixa até os 5 cinco anos de uso o que podemos caracterizar como uma frota nova, comprovada na Tabela 3 a seguir. Tabela 3 – Faixa etária dos veículos das empresas de coletivo em Caruaru. Faixa Etária Quantidade de Veículos De 0 a 1 De 1 a 2 De 2 a 3 De 3 a 4 De 4 a 5 De 5 a 6 De 6 a 7 De 7 a 8 De 8 a 9 De 9 a 10 De 10 a 11 De 11 a 12 De 12 a 13 De 13 a 14 De 14 a 15 De 15 a 16 Total 12 8 8 6 17 5 6 6 6 8 9 8 1 3 3 4 110 Fonte: DESTRA e DTT - Resumo Geral mai/10 Data: Setembro-2010 33 Dos ônibus que fazem o traçado radial pelo município, isto é os que se destinam ao centro comercial do município, têm como destino final um dos três terminais abertos localizados em locais distintos. São eles: o terminal central, o terminal da Rua Duque de Caxias e o terminal da Rua 15 de Novembro. O primeiro deles, o terminal central, concentra o maior número de ônibus e está localizado nas ruas Cleto Campelo esquina com à Rua Mestre Pedro, em frente a R.E.F.S.A. Possui 10 plataformas de embarque, sendo que quatro delas estão localizadas à Rua Mestre Pedro, uma via de aclive acentuado o que causa dificuldades no embarque e desembarque dos usuários. Todas as plataformas desse terminal são compostas por estrutura de concreto armado em forma de “T” para proteção das intempéries e tubos de ferro para organização de filas para o embarque, o que proporciona total desconforto para os deficientes. O terminal da Rua Duque de Caxias não possui abrigo para os usuários, está loalizado no coração do centro comercial do município, em uma via de 6,00m de largura, o que ocasiona diversos engarrafamentos no embarque e desembarque de passageiros. As paradas estão dispostas ao longo da via, em placas metálicas sinalizando as paradas, em uma calçada com apenas 2,00m de largura causando diversos transtornos aos transeutes que por ali circulam. O terminal da Rua 15 de novembro possui quatro plataformas de embarque que fazem o uso de uma estrutura coberta com bancos em fibra para os usuários acomodarem-se. A via possui baia de estacionamento para os coletivos, não ocasionando engarrafamentos no trânsito no embarque e desembarque de passageiros, porém, carece também de total infra-estrutura para os usuários. Quanto as demais paradas de ônibus existentes no município, a maior parte é composta apenas pela placa indicativa de que ali é percurso de um coletivo, deicando a maioria dos usuários em total desconforto em quanto espera pelo ônibus. 34 3.6. Estudos de caso Os estudos de caso mostrados neste capítulo que se segue, foram elaborados a partir de equipamentos arquitetônicos de semelhante ou igual porte ao do pretendido no presente projeto de pesquisa, com o objetivo de esclarecer dúvidas, problemas e potencialidades quanto ao funcionamento deste tipo de equipamento, entorno e partido arquitetônico. Os estudos de caso analisados foram: Terminal de Ônibus Urbanos da Lapa – São Paulo-SP Terminal de Ônibus Urbanos de Pirituba – São Paulo-SP Terminal de Ônibus Urbanos do Xambá – Sapucaia – Olinda-PE 3.6.1. Terminal de ônibus urbanos da Lapa – São Paulo-SP1 O Terminal de ônibus urbanos da Lapa foi projetado em 2002 pelos arquitetos Luciano Margotto Soares, Marcelo Ursini e Sérgio Salles do escritório Núcleo Arquitetura. Possui uma área de terreno de 11.683,00m² e área construída de 6.597,00m². O local escolhido para implantação deste equipamento funcionava como um estacionamento de automóveis, que antes fora, até a década de 60, garagem para bondes. Em seu entorno encontra-se, ainda, o Museu de Ciências da USP, que faz uso de um conjunto de galpões industriais que é protegido pelo Patrimônio Histórico e a estação de trem metropolitano. Em seu entorno encontram-se diversas edificações tais como: praça, Mercado Municipal, Shopping Center, Estação Ciência, Secretaria da Agricultura e uma estação ferroviária, motivos pelo qual gerou a escolha óbvia deste terreno para implantação do equipamento. 1 Todas as informações relativas a este estudo de caso foram extraídas de texto resumido a partir de reportagem de Nanci Corbioli, publicada originalmente na revista PROJETODESIGN edição de número 289 de março de 2004. Tal texto encontra-se disponível em: http://www.arcoweb.com.br /arquitetura/nucleo-arquitetura-terminal-de-07-04-2004.html. Acessado em: 30/10/2010 35 Figura 3 – Situação do Terminal de ônibus Urbanos da Lapa Fonte: Disponível em www.arcoweb.com.br/arquitetura/nucleo-arquitetura-terminal-de-07-042004.html Acessado em: 30/10/2010 Na Figura 3 é mostrada a implantação do Terminal de Ônibus Urbanos da Lapa. Tal implantação partiu do uso da praça existente, que foi restaurada em uma reforma melhorando-a em todos os aspectos, tendo em vista que a mesma encontrava-se em total abandono, para marcar a entrada principal para o acesso de pedestres ao terminal de ônibus. A proximidade com a estação ferroviária proporcionou uma ligação entre ambos os equipamentos e conectividade entre os usuários dos transportes de massa. O terminal encontra-se dividido em dois níveis de terreno. Isso se deu pelo aproveitamento natural da topografia da área que antes funcionava o estacionamento com a área da praça existente. O primeiro, mais alto é o da praça onde está localizada a entrada principal do terminal e conta com a bilheteria, recebedoria, vestiário para funcionários, refeitório, escritório. Ainda no nível da praça 36 temos: arquibancada, coreto, a caixa d’água e o pátio da praça; como mostra a Figura 4. No nível inferior, mostrado na Figura 5, encontram-se as plataformas. Figura 4 – Nível da praça do Terminal de Ônibus Urbanos da Lapa. Fonte: Disponível em www.arcoweb.com.br/arquitetura/nucleo-arquitetura-terminal-de-07-042004.html Acessado em: 30/10/2010 Figura 5 – Nível das plataformas do Terminal de ônibus Urbanos da Lapa. Fonte: Disponível em www.arcoweb.com.br/arquitetura/nucleo-arquitetura-terminal-de-07-04-2004.html Acessado em: 30/10/2010 37 O terminal da Lapa foi projetado para atender a um fluxo de 197 ônibus por hora em horários de pico, sendo que desse total de ônibus, 161 seriam veículos comuns ou microônibus e 36 do tipo articulado, e para isso possui duas ilhas de embarque e desembarque com extensão de 110,00m cada e largura de 8,00m para comportar o grande número de usuários. O terminal conta ainda com área de estocagem para veículos em espera, com capacidade para seis carros. As vias de circulação dos coletivos possuem 10,00m de largura facilitando as manobras dos coletivos. As plataformas estão cobertas por estrutura metálica em forma de arco que faz uso de vidro para garantir a incidência de luz natural durante o dia e possuem jardins nas cabeceiras. Os arcos metálicos são sustentados por pilares de concreto armado ao longo da plataforma e possuem abertura no centro para garantir a exaustão do monóxido de carbono produzido pelos ônibus, menos onde há travessia de pedestres, pelo motivo de proteção das chuvas (Imagem 1). Imagem 1 – Plataformas do Terminal de ônibus da Lapa. Fonte: Disponível em www.arcoweb.com.br/arquitetura/nucleo-arquitetura-terminal-de-07-04-2004.html Acessado em: 30/10/2010 38 O programa utilizado no Terminal de ônibus da Lapa atende as necessidades requeridas por este tipo de equipamento. O programa fez uso de: bilheteria, recebedoria, vestiário para funcionários, refeitório, escritório, plataformas de embarque/desembarque, banheiro público, centro de controle operacional, posto policial, primeiros socorros e sala para SPTrans. 3.6.2. Terminal de ônibus urbanos de Pirituba – São Paulo-SP2 O Terminal que funciona na cidade de Pirituba-SP foi projetado em 2002 pelos arquitetos Cristiane Muniz, Fernando Viégas, Fábio Valentim e Fernanda Barbara do escritório Una Arquitetos e foi implantado em um terreno com área superficial de 14.507,00m² ficando com uma área construída de 5.763,00m². O terminal de Pirituba está situado em um lote, de cota inferior as vias que o circundam, onde antes funcionava uma garagem para manutenção de veículos oficiais da subprefeitura da região. A subprefeitura, que fazia uso desse lote, funciona ao lado do terminal. Foram criados dois acessos distintos para o complexo. Um deles pelo nível mais alto da via, voltado para Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, e se dá através de uma passarela metálica. Através dessa entrada o usuário tem acesso ao bloco administrativo, que é dividido em dois pavimentos, e possui em seu pavimento superior a bilheteria, posto policial e seis escritórios para as empresas de coletivos e a administração. No andar de baixo, do mesmo bloco, estão localizados o refeitório e o vestiário de funcionários. O bloco administrativo tem seu embasamento no nível das plataformas sem encostar-se aos taludes, formando um volume prismático “solto” da perspectiva de quem chega pela passarela. O acesso entre os níveis do bloco administrativo é feito através de escada, ficando impossibilitado para um cadeirante adquirir sua passagem na 2 Todas as informações relativas a este estudo de caso foram extraídas de texto resumido a partir de reportagem de Nanci Corbioli, publicada originalmente na revista PROJETODESIGN edição de número 291 de maio de 2004. Tal texto encontra-se disponível em: http://www.arcoweb.com.br/ arquitetura/una-arquitetos-terminal-de-03-06-2004.html. Acessado em: 30/10/2010 39 bilheteria do nível superior e dirigir-se a área de embarque por dentro do bloco administrativo. Ficando o acesso há pessoas cadeirantes apenas pelo nível inferior. O outro nível (inferior) de acesso é pela cota mais baixa do terminal e está localizado à Avenida Dr. Felipe Pinel, como mostrado na Figura 6. Este acesso é marcado por uma pequena construção térrea que indica a entrada para as plataformas e por sua conexão direta com a Estação Ferroviária da CPTM. Figura 6 – Situação do Terminal de ônibus Urbanos de Pirituba. Fonte: Disponível em www.arcoweb.com.br/arquitetura/una-arquitetos-terminal-de-03-06-2004.html Acessado em: 30/10/2010 Para amenizar o efeito de confinamento que poderia ser proporcionado pela implantação do equipamento, composto por esses dois níveis de terreno, que tem cota de nível inferior ao das vias que o circundam, foram criados taludes, que fazem a transição dos níveis. Esses taludes servem de contenção natural para o 40 desnível entre as vias superiores e o nível inferior do terminal e tiveram todo um tratamento paisagístico, como pode ser vista na Imagem 2. Imagem 2 – Vista aérea do Terminal de Ônibus Urbanos de Pirituba. Talude Fonte: Disponível em www.arcoweb.com.br/arquitetura/una-arquitetos-terminal-de-03-06-2004.html Acessado em: 30/10/2010 Figura 7 – Nível das plataformas do Terminal de ônibus Urbanos de Pirituba. Fonte: Disponível em www.arcoweb.com.br/arquitetura/una-arquitetos-terminal-de-03-06-2004.html Acessado em: 30/10/2010 41 O nível inferior do terminal é composto por três plataformas de embarque e desembarque de passageiros com 173m de comprimento, que são separadas pelas vias internas dos coletivos (Figura 7). A plataforma central é a mais larga das três com 12m de largura e é composta por quatro blocos de serviços onde podem ser encontrados banheiros, telefones públicos, lixeiras, hidrantes e comunicação visual. A estrutura da coberta das plataformas central e lateral é feita pelo uso de estrutura metálica sustentada por pilares de concreto armado e pelos blocos de serviço. A coberta é formada por telhas termoacústicas na cor branca e como forma de aproveitar a iluminação natural foram utilizadas telhas translúcidas na composição de um laternim (Imagem 3) que fica localizado no eixo da coberta ao longo de toda a plataforma. A drenagem de águas pluviais se dá através das vigas transversais e dutos por dentro dos pilares de sustentação da estrutura de coberta. Imagem 3 – Estrutura da coberta do Terminal de Ônibus Urbanos de Pirituba. Lanternim Fonte: Disponível em www.arcoweb.com.br/arquitetura/una-arquitetos-terminal-de-03-06-2004.html Acessado em: 30/10/2010 42 Os materiais utilizados no terminal para as vias dos coletivos foi o concreto rolado de alta resistência e nas plataformas ladrilho hidráulico para os pedestres. Além de aço na estrutura metálica e concreto armado nos pilares. 3.6.3. Terminal de ônibus urbanos do Xambá – Sapucaia, Olinda-PE Segundo a Prefeitura Municipal de Olinda, este terminal foi projetado em 2010 pelas arquitetas Yeda Maria Leite e Jacqueline L. Vianna Pinho do escritório de arquitetura unitec – engenharia e projetos s/s ltda. Está situado à Av. Presidente Kennedy - Sapucaia em Olinda-PE em lote com área de 9.948,00m² e área construída de igual valor. O terminal do Xambá possui três plataformas de embarque e desembarque para passageiros com 10m de largura, interligadas entre si, sendo que uma delas é destinada apenas ao desembarque de passageiros e as outras duas para o embarque (Imagem 4). Imagem 4 – Planta de Situação do Terminal do Xambá. Fonte: Foto da planta da Prefeitura Municipal de Olinda-PE Data: 15/11/2010 43 Imagem 5 – Acesso principal de ônibus do Terminal do Xambá Bloco 2 Plataforma de desembarque Bilheterias Fonte: Foto da planta da Prefeitura Municipal de Olinda-PE Data: 15/11/2010 Os ônibus fazem o acesso ao terminal pela Rua Dunas (Imagem 5) passando pela guarita controlada e, posteriormente, pela plataforma de desembarque, podendo convergir à direita para as plataformas de embarque ou passar direto saindo pela segunda guarita que dá acesso a Avenida Central. O acesso de pedestres também se dá pela Rua Dunas através de borboletas que estão localizadas ao lado das bilheterias (Imagem 5). Do lado direito do acesso de pedestres, está o acesso de serviço que conta com estacionamento para cinco vagas, bicicletário e lixeira. Após ter acesso ao terminal o usuário transpõe uma única via de circulação de ônibus chegando às plataformas e diretamente ao Bloco 2 (Imagem 5). Neste bloco está localizado o setor administrativo do terminal bem como a lanchonete com cozinha e área de serviço, vestiários masculino e feminino, local 44 para refeição e descanso dos funcionários, almoxarifado, administração com WC e copa, recepção, espera e dois guichês para atendimento ao público. Seguindo pela plataforma exclusiva de desembarque se tem acesso ao Bloco 1 (Imagem 6) que é composto pelos WC’s masculino e feminino, WC’s acessíveis, D.M.L. e depósito. Imagem 6 – Bloco 1 do Terminal do Xambá Fonte: Foto da planta da Prefeitura Municipal de Olinda-PE Data: 15/11/2010 Seguindo para direita (Imagem 6) de ambos os blocos se tem acesso as plataformas que possuem 16 pontos para o embarque de passageiros, de ambos os lados das vias, organizados através de tubos de aço que disciplinam o ingresso dos passageiros ao interior dos ônibus através de filas. As plataformas contam ainda com lixeiras de coleta seletiva de lixo, bateria sanitária e dois guichês para despachantes. 45 No centro, entre as plataformas de embarque está localizado uma área destinada a estocagem de ônibus que necessitem de espera para dirigir-se as plataformas. Esta área possui capacidade para abrigar até oito ônibus do tipo articulado (Imagem 7). Imagem 7 – Área de estocagem de ônibus do Terminal do Xambá Fonte: Foto da planta da Prefeitura Municipal de Olinda-PE Data: 15/11/2010 A parte estrutural da coberta das plataformas segue o mesmo padrão encontrado nos estudos de caso anteriores. A estrutura de sustentação da coberta foi executada em perfis de aço em forma de arco e estão apoiados em pilares de concreto armado de seção transversal quadrada 0,40x0,40m, espalhados ao longo das plataformas a cada 9,50m. A cobertura foi executada em telhas metálicas trapezoidais de aço galvanizado, sem emendas, criando uma só peça ao longo da estrutura metálica. 46 Os materiais construtivos utilizados neste terminal para os pisos foram piso monolítico em argamassa de alta resistência para as plataformas e cerâmica do tipo porcelanato para o bloco sanitário e administrativo. As paredes foram revestidas em pastilhas cerâmicas nas áreas molhadas e em argamassa de cimento e areia para as áreas secas na parede e teto, pintadas posteriormente em látex lavável. O programa utilizado pelo Terminal do Xambá está dividido em: vias de circulação dos coletivos, plataformas, bloco 1 de serviço, bloco 2 para o setor administrativo e serviço e área verde; como mostrado na Tabela 4 , a seguir. Tabela 4 – Programa e pré-dimensionamento do Terminal do Xambá Setor Circulação dos ônibus Plataformas Bloco 1 (serviço) Bloco 2 (Administrativo e serviços) Outros TOTAL Ambiente Área Vias dos Coletivos Área de estocagem Guaritas Plataformas Bilheteria Ilha dos Despachantes Banheiro Masculino Banheiro Feminino DML Despensa Atendimento 1 Atendimento 2 Espera/Administração Almoxarifado Lavabo Copa WC Vestiário Feminino Vestiário Masculino Refeição/Descanso Cozinha Despensa Lanchonete Área verde 5.602,23m² 681,82m² 27,09m² 2.571,40m² 103,29m² 16,08m² 14,60m² 14,60m² 3,71m² 3,71m² 7,41m² 8,57m² 17,27m² 3,65m² 2,69m² 3,65m² 3,04m² 14,18m² 14,99m² 22,95m² 16,54m² 4,68m² 17,09m² 772,76m² 9.948,00m² Fonte: Autor, com base nos dados coletados no projeto do terminal. Data: 15/11/2010 47 3.7. Análise dos estudos de caso Dos três estudos de caso analisados, foram observados pontos como: problemas e potencialidades, partidos arquitetônicos adotados, aspectos construtivos, questões espaciais internas e externas, mobiliário interno e externo utilizado e a quantidade de linhas de ônibus capaz de atender cada terminal. Com relação aos problemas e potencialidades gerados por cada equipamento, chegou-se a um produto final (Tabela 6) que identifica as características de cada um dos terminais de ônibus. Tabela 5 – Potencialidades e Problemáticas dos estudos de casos. Problemáticas Potencialidades Aspéctos Analisados Materiais construtivos Terminal da Lapa Terminal de Pirituba Terminal do Xambá Concreto, aço, alumínio e cerâmicas. Localização do equipamento. Concreto, aço, alumínio e cerâmicas. Localização do equipamento. Pé direito triplo nas plataformas. Pé direito triplo nas plataformas. Vias de circulação dos ônibus são largas. Boa resolução plástica para as cobertas das plataformas unindo materiais como aço, vidro e concreto armado. Utilização de materiais de fácil manutenção e conservação. Utilização de áreas verdes na cabeceira das plataformas. Vias de circulação dos ônibus são largas. Boa resolução plástica para as cobertas das plataformas unindo materiais como aço, vidro e concreto armado. Utilização de materiais de fácil manutenção e conservação. Há blocos de serviços nas plataformas principais. Integração com a praça Acesso feito por dois níveis. Acesso ao nível das plataformas apenas por escadas. Acesso ao nível das plataformas apenas por escadas. Concreto, aço, alumínio e cerâmicas. Localização do equipamento. Pé direito triplo nas plataformas. Vias de circulação dos ônibus são largas. Boa resolução plástica para as cobertas das plataformas unindo materiais como aço, vidro e concreto armado. Utilização de materiais de fácil manutenção e conservação. O usuário atravessa uma única via de circulação de ônibus. Estacionamento para funcionários. Entrada e saída dos coletivos controlados. Acesso de pedestres controlado por catracas. Área de estocagem de coletivos em espera. Os blocos de serviços encontram-se nas plataformas. Não há espaço nas Plataformas destinado ao comércio. O usuário atravessa todas as vias de circulação de ônibus. Não há controle (portões) no acesso as plataformas pelas vias dos ônibus. Os pedestres passam pelas vias dos ônibus. Não há posto de informações na área das plataformas. O usuário atravessa todas as vias de circulação de ônibus. Não há controle (portões) no acesso as plataformas pelas vias dos ônibus. Os pedestres passam pelas vias dos ônibus. Cadeirantes só podem acessar o terminal pelo nível inferior. Fonte: Autor Data: 15/11/2010 48 Os demais pontos analisados podem ser observados na Tabela 6 a seguir. Tabela 6 – Análise detalhada dos estudos de casos. Terminal Terminal da Lapa Terminal de Pirituba Terminal do Xambá Dimensões Terreno: 11.683,00m² Área construída: 6.597,00m² Terreno: 14.507,00m² Área construída: 5.763,00m² Terreno: 9.948,00m² Área construída: 9.948,00m² Descrição Construído em um terreno onde antes funcionava um estacionamento para carros. Este terminal possui localização privilegiada em proximidade com Museu da USP, Mercado Municipal, Secretaria de Agricultura e a Estação de Trens Metropolitana que facilita o transbordo de passageiros. Possui três plataformas com 110m cada e bloco de serviços para os usuários. Implantado em um terreno onde antes funcionava uma garagem da Sub-Prefeitura de São Paulo, este terminal possui proximidade com a Estação Ferroviária da CPTM, onde o acesso a ambos pode ser feito a pé pelos usuários. Possui em suas plataformas de embarque e desembarque blocos de serviço, para um melhor atendimento aos seus usuários. Estabelecido em uma quadra onde antes funcionava uma garagem para ônibus, este terminal possui entrada e saída de ônibus controlada por guaritas. Possui ainda, na área das plataformas,três destinadas ao embarque e uma ao desembarque para passageiros, cada uma com 10m de largura, interligadas entre si. Partido arquitetônico adotado Este projeto tomou como partido a identidade com o entorno ao lote onde foi implantado que possuia uma praça em uma cota de nível superior ao estacionamento. Esta praça marca a entrada do terminal como principal acesso ao equipamento. Com o aproveitamento do desnível do lote para as ruas que o circundam, foi gerado um acesso para os usuários através de um bloco de serviços que é um volume prismático de dois pavimentos que dá acesso as plataformas no nível inferior do terminal. Este projeto tomou como partido arquitetônico os fluxos de ônibus e usuários. A partir disso foi feita toda morfologia do terminal que transferiu estes fluxos, bem como seus acessos e saídas, para as ruas laterias que são de menor movimento. Aspectos construtivos Estrutura de concreto armado e alvenaria de blocos cerâmicos para o fechamento dos ambientes. As plataformas possuem estrutura metálica em forma de arco sustentados por pilares de concreto e com abertura no centro do arco para facilitar a exaustão do monóxido de carbono. Todo terminal foi construído em estrutura de concreto armado e alvenaria de blocos cerâmicos para o fechamento dos ambientes dos blocos de serviço. As plataformas possuem estrutura metálica plana sustentada por pilares de concreto armado e possuem lanternim de telhas translúcidas que auxiiam na iluminação. Todo terminal foi construído em estrutura de concreto armado e alvenaria de blocos cerâmicos para o fechamento dos ambientes. As plataformas possuem estrutura metálica em forma de arco sustentados por pilares de concreto. Questões espaciais externas Este terminal foi construído em integração com uma praça existente, a qual marca a entrada de acesso ao terminal. Está localizado ao lado da estação de trens metropolitanos de São Paulo e pode ser acessado a pé pelos usuários de ambos os meis de transporte. Possui ainda diversos equipamento de uso público nos arredores. Este terminal está localizado em um ponto extratégico próximo a Estação Ferroviária da CPTM e o Hospital Dr. Felipe Pinel. Seus acesso são feitos por vias de trânsito rápido facilitando assim seu acesso tanto pelos coletivos quanto pelos usuários. Por se localizar em uma quadra inteira optou-se que a entrada e saída dos ônibus ocorresse pelas ruas de menos movimento envitando assim tráfego ecessivo das ruas. Questões espaciais internas O terminal possui duas ilhas de embarque e desembarque com dimensões de 110,00 X 8,00m, vias de circulação dos coletivos com 10,00m de largura e área de estocagem para veículos em espera, com capacidade para seis carros. O acesso as plataformas pelos usuários é realizado através da circulação dos mesmos pela via de circulação dos ônibus. O terminal é composto por três plataformas de embarque e desembarque de passageiros com 173m de comprimento, que são separadas pelas vias internas dos coletivos. A plataforma central é a mais larga das três com 12m de largura e é composta por quatro blocos de serviços onde podem ser encontrados banheiros, telefones públicos, lixeiras, hidrantes e comunicação visual. Não foi posível realizar análise devido à indisponibilidade de material. Capacidade de atender 197 ônibus por hora, sendo 161 comuns e 36 articulados. Lixeiras de coleta seletiva em fibra. Bancos de concreto armado ao longo das plataformas. Não foi posível realizar análise devido à indisponibilidade de material. Mobiliário interno e externo Linhas de ônibus Fonte: Autor Data: 15/11/2010 Possui plataforma única para desembarque e duas para embarque. O acesso dos usuários é feito pela bilheteria controlada que lhes dá acesso as 16 plataformas de embarque onde está localizado o bloco de serviços e o bloco administrativo. O usuário transpõe a pista de ônibus apenas uma vez para acessar as plataformas. Possui ainda área para estocagem de ônibus em espera com capacidade para 16 ônibus do tipo articulado. Lixeiras de coleta seletiva em fibra. Bancos de concreto armado ao longo das plataformas. Não foi posível realizar análise devido à indisponibilidade de material. 49 Observou-se que há semelhança nos três estudos de caso analisados, pois, possuem área construtiva de semelhante tamanho e ocupam terrenos de quadra inteira. Dos programas analisados, o do Terminal do Xambá em Olinda-PE assegura-se como o mais completo e condizente com a realidade pretendida para o anteprojeto. A distribuição espacial interna destes terminais se assemelha e atende as necessidades dos usuários e dos coletivos. Todos possuem área de estocagem para coletivos em espera, plataformas de embarque/desembarque e blocos administrativos e de apoio aos usuários. As vias internas dos terminais possuem 8,00m de largura para circulação dos coletivos e duas ou mais passagens de pedestres para que estes possam transpor de uma plataforma a outra. O Terminal do Xambá em Olinda-PE possui apenas uma passagem de pedestre, que se localiza após o acesso do usuário ao terminal, e lhe dá acesso a todas as plataformas de embarque e desembarque, proporcionando uma resolução mais eficiente e segura para os usuários. Quanto aos materiais construtivos utilizados nos terminais, se observou que todos fazem uso de estruturas metálicas e telhas de alumínio para suas cobertas, apoiadas em pilares de concreto armado e revestimentos duráveis e de fácil manutenção tendo em vista que o equipamento é de uso público intenso. Podemos afirmar que os terminais analisados serão de grande auxílio na elaboração do Anteprojeto do Terminal de Ônibus Urbanos para o município de Caruaru. Através dos estudos de caso aqui expostos, podemos compreender o funcionamento de um terminal de ônibus e analisar seu programa, organograma, fluxograma, organização espacial além de garantir que as problemáticas encontradas nos terminais analisados não sejam repetidas no anteprojeto proposto. 50 4. A PROPOSTA 4.1. Caracterização da área escolhida O local escolhido para implantação do Terminal de Ônibus Urbanos de Caruaru está situado à Rua Cleto Campelo, no centro do município, onde hoje funciona o Terminal principal de coletivos do município que é o mais importante por concentrar o maior número de usuários de coletivos do município. Segundo a DESTRA, dos quase 1,5 milhões de usuários de coletivos do município, 48% utilizam este terminal como mostrado no gráfico abaixo: Figura 8 – Percentual de usuários distribuídos pelos terminais do município. Fonte: Autor, com base nos dados coletados na DESTRA e DTT - Resumo Geral mai/10 Data: 08/11/2010 Este terminal foi construído pela Prefeitura Municipal de Caruaru e está localizado no centro do município em duas ruas distintas em frente ao prédio da Estação Ferroviária da RFFSA. A primeira delas é a Rua Cleto Campelo, que é uma via de grande movimento e possuía 18,00m de largura antes da intervenção, ficando agora com 7,00m de largura. Nesta via foram construídas uma plataforma central com 69,80m de comprimento por 2,20m de largura para receber três pontos de 51 ônibus e mais três plataformas no passeio ao lado do terreno da TELEMAR (Figura 9). Figura 9 – Planta de situação do terminal da Rua Cleto Campelo Fonte: Autor Data: 08/09/2010 As três plataformas localizadas ao lado do terreno da TELEMAR possuem o piso mais elevado que o passeio causando desconforto aos transeuntes que por ali passam. No piso mais baixo do passeio encontram-se locadas barracas de alimentos que tomam toda a largura da calçada obrigando o pedestre a andar pela via dos coletivos. Entre a plataforma contínua e as outras três ilhas, há uma via para circulação dos coletivos com 69,80m de comprimento e 5,75m de largura. Esta via está sub-dimensionada em sua largura tendo em vista que a largura de um ônibus é 52 em média 2,50m. Este subdimensionamento causa enorme dificuldade na circulação dos coletivos quando necessitam passar um ao lado do outro (Figura 10). Figura 10 – Corte esquemático do terminal da Rua Cleto Campelo. Largura da via dos coletivos Fonte: Autor Data: 08/09/2010 Dos seis pontos da Rua Cleto Campelo quatro são utilizados pela empresa Tabosa para seis linhas de ônibus que são elas: Bairro Agamenon via Pitombeira com média mensal de 17.058 usuários, Bairro Agamenon via Terminal Rodoviário com média mensal de 17.626 usuários, Bairro Petrópolis via Jardim Liberdade com média mensal de 40.048, INOCOOP via Vila José Antônio Liberato com média mensal de 79.045 usuários, Santa Rosa via Vassoural com média mensal de 34.277 usuários e Vassoural via Santa Rosa com média mensal de 34.803 usuários. Os outros dois pontos são utilizados pela empresa Coletivo para as linhas da Vila Kennedy e Vila Padre Inácio que possuem média mensal de 136.089 e 133.202 respectivamente. A segunda rua que faz parte deste terminal é a Mestre Pedro. Nesta rua estão dispostos, ao longo da via, quatro pontos de ônibus para seis linhas atualmente. 53 Cinco destas linhas acomodam-se em três dos pontos e são utilizados pela empresa BAHIA causando diversos congestionamentos pela falta de área de estocagem para os coletivos. São as linhas: Boa Vista I, Boa Vista II, Boa Vista I e II via CEACA, João Mota e Maria Auxiliadora. O outro ponto é utilizado pela empresa Coletivo para a linha Do Posto Agamenon via Terminal rodoviário. Esta rua possui largura de 8,00m proporcionando uma boa circulação da via para os ônibus e veículos de pequeno porte que por ali passam. O passeio do lado dos pontos de ônibus possui largura de 5,00m, mas há uma enorme quantidade de barracas locadas dificultando a circulação dos pedestres e usuários de coletivos. Do lado posterior a rua há o passeio com 2,00m de largura e uma baia que funciona como estacionamento de carros (Imagem 8). Imagem 8 – Rua Mestre Pedro. Barracas Pontos de ônibus Fonte: Acervo próprio Data: 15/11/2010 Todos os abrigos para os usuários deste terminal, em ambas as ruas, foram feitos em estrutura pré-moldada de concreto armado formadas por pilar de 54 seção transversal quadrada com 0,30x0,30m e altura de 2,15m, com laje quadrada de 2,00x2,00m. Cada ponto de ônibus possui três desses abrigos dispostos lado a lado (Imagem 9) e tubos de ferro para disciplinar o acesso ao interior dos coletivos com 1,00m de altura e 0,60m de largura dificultando o acesso a usuários com necessidades especiais ou dificuldades de locomoção. Imagem 9 – Abrigos do Terminal Principal da Rua Cleto Campelo. Abrigos para usuário Tubos de ferro Ø50mm, subdimensionados com 60cm de largura dificultando o acesso dos usuários. Fonte: Acervo próprio Data: 15/11/2010 Com todas essas problemáticas encontradas no Terminal Principal da Rua Cleto Campelo, conclui-se, portanto, que o melhoramento do local através da implantação do Terminal de Ônibus Urbanos de Caruaru é imprescindível para a população do município. 55 4.2. Análise do terreno O terreno escolhido para implantação do equipamento fica situado onde atualmente funciona o Terminal Principal da Rua Cleto Campelo, no centro do município. Este terreno possui atualmente 980,00m², e tem como limítrofes: a Rua Cleto Campelo ao norte, os estacionamentos do Banco Bradesco S.A. e da TELEMAR ao sul, a Rua Mestre Pedro ao leste e a Rua Silva Jardim ao Oeste (Imagem 10). Imagem 10 – Vista aérea do Terminal Principal da Rua Cleto Campelo Rua Mestre Pedro Rua Silva Jardim Estacionamento do Banco Bradesco S.A. Estacionamento da TELEMAR Rua Cleto Campelo Fonte: Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco Data: 22/05/2009 Como este terreno em sua área atual não atende a proposta pretendida para implantação do equipamento, será ampliado para dentro do terreno onde funcionam os estacionamentos do Banco Bradesco S.A. e da TELEMAR (Imagem 56 11), passando a uma área superficial de 980,00m² para 3.782,67m² como mostrado na Figura 11. Imagem 11 – Ampliação do terreno. Fonte: Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco Data: 22/05/2009 Figura 11 – Planta de Situação do Terreno Fonte: Acervo próprio Data: 08/09/2010 57 De acordo com o levantamento topográfico do município, feito pela COMPESA, o terreno escolhido possui uma diferença de nível de 2,50m de altura em relação ao ponto mais baixo onde começa o estacionamento do Banco Bradesco S.A., com a Rua Silva Jardim (Figura 12 e Imagem 12). Figura 12 – Topografia do terreno. Fonte: Autor com base nos dados da COMPESA – Planta Topografia de Caruaru Data: 10/11/2010 Imagem 12 – Diferença de nível (4%) das ruas Metre Pedro e Cleto Campelo. Nível da Rua Cleto Campelo Nível da Rua Mestre Pedro Fonte: Acervo próprio Data: 15/11/2010 58 Com o aproveitamento deste desnível entre as duas vias, há a possibilidade de projetar-se o Terminal de Ônibus Urbanos em laje armada e no pavimento inferior, poderiam ser colocados novos estacionamentos do tipo semienterrados para o Banco Bradesco S.A. e a TELEMAR. 4.3. Análise do entorno O entorno da área escolhida para implantação do equipamento é composto predominantemente por edificações de uso comercial de 1 a 4 pavimentos (térreo mais três pavimentos), com exceção do Banco do Brasil que possui 8 pavimentos. Os padrões construtivos dessas edificações vão do médio ao alto padrão. Essas edificações foram construídas com a utilização de estruturas de concreto e aço e materiais de acabamento tais como: cerâmica, granito, vidro temperado e esquadrias de madeira e alumínio. As principais edificações do entorno são: Ao norte: o prédio da Estação Ferroviária, que está localizada em outra quadra e é a única edificação existente ao norte possuindo dois pavimentos (térreo e superior) sendo que o térreo encontra-se em cota de nível de piso 1,50m mais alto em relação à Rua Cleto Campelo; Ao sul: os prédios da TELEMAR, do Banco Bradesco S.A., Farmácia do Trabalhador e o Hotel Caruaru; Ao leste: o Banco Real, um estacionamento particular e diversas edificações comerciais de um e dois pavimentos; Ao oeste: várias edificações que variam de um a três pavimentos de uso estritamente comercial. As edificações identificadas aqui como componentes do entorno da área escolhida demonstram a inexistência de qualquer fator impeditivo para 59 implantação do equipamento pretendido, tendo em vista que o equipamento possuirá apenas um pavimento com pé-direito duplo (Figura 13). Figura 13 – Análise do entrono do terreno. Fonte: Autor Data: 15/11/2010 4.4.Parâmetros urbanísticos e legais 4.4.1.Parâmetros urbanísticos De acordo com o Plano Diretor do Município de Caruaru de novembro de 2002, o terreno escolhido para implantação do equipamento fica situado em uma Zona de Atividades Múltiplas 1 - ZAM1, que compreende toda área central do município no Bairro Nossa Senhora das Dores. Essa área denominada ZAM1 é delimitada ao norte pela linha férrea da RFFSA, ao sul pelo Rio Ipojuca, ao leste pelo canal de águas pluviais do bairro Salgado e ao oeste pelo Morro Bom Jesus. O bairro é caracterizado por edificações residenciais e comerciais de um ou mais pavimentos de baixo, médio e alto padrão de construtivo, locadas em 60 lotes irregulares sem afastamentos laterais e frontais e sem existência de áreas verdes, como mostrado no item de caracterização da Tabela 6 abaixo. Tabela 7 – Condicionantes Legais do terreno escolhido. ZONA DE ATIVIDADES MÚLTIPLAS: Áreas prioritariamente destinadas à consolidação, estruturação e ampliação de usos industriais, de comércio e de serviços. ZONA DE ATIVIDADES MÚLTIPLAS 1 – ZAM 1 LOCALIZAÇÃO: Compreende o núcleo central, correspondendo ao bairro de Nossa Senhora das Dores. USO PREDOMINANTE: Comércio e serviços. CARACTERIZAÇÃO: Área com traçado irregular, espontâneo, com lotes e ruas estreitas, elevada densidade, núcleo principal de atividades comerciais e de serviços, com edificações sem afastamento frontal e lateral. DIRETRIZES: Incentivar a ocupação de comércio varejista e serviços, combinando, complementarmente, usos institucional, habitacional, lazer, entre outros; Requalificar a paisagem urbana com a implantação de vegetação, renovação do mobiliário urbano e recuperação de fachadas; Desenvolver projetos de requalificação dos espaços públicos. Incentivar a instalação de usos mistos (habitacional e não habitacional). Estruturar / adequar transporte coletivo, tendo em vista ser o Centro um espaço de grande convergência de pessoas e atividades; Implantar as modificações e ajustes propostos para o sistema viário, visando a melhoria da circulação de veículos. PARÂMETROS URBANÍSTICOS Lote isolado: Coeficiente de utilização – 3,0 Afastamentos – Frontal – 0,0m Lateral – 0,0m Fundos – 3,00m Taxa de solo natural – 0,0% RESTRIÇÕES: Observar as exigências para instalação de empreendimentos geradores de impacto à vizinhança. Fonte: Plano Diretor de Caruaru Data: 15/11/2010 Apesar dos parâmetros urbanísticos exigidos para novas edificações nesta área não considerarem afastamentos ou taxa de solo natural para a ZAM1, adotaremos para o equipamento em questão os seguintes parâmetros urbanísticos: Afastamento frontal mínimo de 5,00m; Afastamento lateral mínimo de 3,00m; 61 Afastamento mínimo dos fundos: 3,00m; Taxa de solo natural de 10%. O item Restrições da tabela 7, que estabelece exigências especiais para instalação de empreendimentos geradores de impacto a vizinhança, não se aplica ao equipamento em questão, pois este tratar-se-á de uma melhoria do local com a instalação de um novo equipamento destinado ao mesmo uso. 6.4.2. Parâmetros legais Água potável Não há no Plano Diretor do Município de Caruaru nenhum parâmetro que estabeleça o dimensionamento dos reservatórios superior e inferior para este tipo de equipamento. Utilizaremos como parâmetros a norma ABNT-NBR 5626/1998 Instalação Predial de Água Fria, que estabelece que todas as edificações devem dispor de reservatório superior e inferior destinados ao acúmulo de água para atender a necessidade de consumo de seus ocupantes. Esta norma estabelece ainda que, função da caixa d’água é ser um reservatório para dois dias de consumo (por precaução para eventuais faltas de abastecimento público de água), sendo que o reservatório inferior deve ser 3/5 e o superior 2/5 do total de consumo para esse período. No caso de prédios, ainda deve ser acrescentar de 15 a 20% desse total para reserva de incêndio. Como não há na norma equipamento que possua as mesmas características de uso e ocupação do Terminal de Ônibus Urbanos, para o dimensionamento dos reservatórios adotaremos os parâmetros de ocupação de um mercado, por ter as mesmas características de ocupação de população flutuante ou temporária. A norma estabelece que para este tipo de equipamento o dimensionamento deverá ser de 5 litros de água por m² de área construída. O resultado obtido deverá ser multiplicado por 2 para garantir o abastecimento d’água por dois dias consecutivos. 62 Lixo Como o Plano Diretor do Município de Caruaru não estabelece parâmetros legais quanto ao dimensionamento de compartimentos ou espaços destinados à guarda temporária de lixo para esse tipo de equipamento, adotaremos os parâmetros Legais da Lei Nº 16.292 de 29/01/97 – Edificações e Instalações na Cidade do Recife, Seção VIII - Das Instalações de Lixo. Os parâmetros estabelecidos nessa lei, para edificações de uso não habitacionais como o Terminal de Ônibus Urbanos, relativos à produção de lixo diária estabelece uma base de cálculo de 4,60 litros/dia per capta. Essa produção de lixo diária deverá ser multiplicada pela quantidade de usuários considerando-se 1 usuário para cada 7,00m² de área construída. Os compartimentos destinados à guarda temporária dos recipientes acondicionadores de lixo devem ter pé direito de 1,60m no mínimo e serem construídos em alvenaria, revestidos internamente com material liso, impermeável e resistente a lavagens, portas em chapas galvanizadas e possuírem em seu interior: ponto d’água, ponto de luz e ralo para drenagem. Estacionamento A área destinada ao estacionamento de usuários do Terminal de Ônibus Urbanos, será calculada a partir do Anexo 8, intitulado “Requisitos de Estacionamento para Usos e Atividades Urbanas”, da Lei Nº 16.292 de 29/01/97 – Edificações e Instalações na Cidade do Recife. O Anexo 8 possui dimensionamento relativos a quantidade de vagas por m² de área construída das edificações. No Item 2.7-Serviços Públicos em Geral, é estabelecido como parâmetro 1 vaga para cada 50,00m² de área construída do equipamento. Com base nesses parâmetros dimensionaremos a quantidade de vagas para o equipamento. Acessibilidade 63 Para que o equipamento Terminal de ônibus Urbanos seja dotado de total acessibilidade a todos os usuários independentemente de idade, estatura ou limitações de mobilidade ou percepção, este, deverá seguir as normas estabelecidas da ABNT NBR-9050/2004 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. A norma deverá ser seguida para a elaboração dos espaços do equipamento, como as circulações e ambientes internos, WC’s acessíveis e as vagas de autos destinadas aos cadeirantes. Código de Segurança Contra Incêndio e Pánico O CBMPE, através do Código de Segurança Contra incêndio e Pânico para o Estado de Pernambuco nº 11.186/94, é o responsável pelo estudo, análise, planejamento, fiscalização e execução das normas relativas à segurança contra incêndio e pânico, com a finalidade de estabelecer condições mínimas de segurança nas edificações. Segundo o Art. 7º. do código supra citado, as edificações são classificadas por suas ocupações. O equipamento Terminal de Ônibus Urbanos se enquadra, portanto no Tipo H - Reunião de Público, que define esse tipo de edificação com ocupação de população flutuante ou temporária. Então, para a elaboração do Anteprojeto do Terminal de Ônibus Urbanos, serão adotadas as normas vigentes no Código de Segurança Contra incêndio e Pânico para o Estado de Pernambuco nº 11.186/94 do CBMPE. 4.5. Condicionantes físicos e ambientais O terreno escolhido tem a sua testada frontal voltada para o norte magnético em direção a edificação da Estação Ferroviária. O nascente se localiza no flanco direito, que tem como limite a Rua Mestre Pedro, e o poente no flanco esquerdo, limitado pela Rua Silva Jardim. 64 Figura 14 – Condicionantes climáticos do terreno escolhido Fonte: Autor Data: 15/11/2010 A incidência dos ventos nordeste e sudeste se dará pelo lado da Rua Mestre Pedro condicionando o equipamento a um zoneamento que priorize esta área do terreno para destiná-lo a locação do bloco administrativo tendo em vista que será o local do nascente e de maior ventilação (Figura 14). A topografia do terreno apresenta desnível de 2,50m, como mencionado antes no capítulo 6.2 Terreno, possibilitando a criação de um estacionamento semi-enterrado para substituir os que serão tomados pela ampliação do terreno. Não há qualquer tipo de vegetação no estacionamento da TELEMAR e nem no terminal da Rua Cleto Campelo. O estacionamento do Banco Bradesco S.A. possui dez árvores de pequeno porte e jovens do tipo Prosopis juliflor (algaroba). Essas árvores serão relocadas para os passeios do entorno do Terminal a ser 65 implantado, tendo em vista que este estacionamento passará a ser semi-enterrado não propiciando condições favoráveis para este tipo de vegetação (Imagem 13). Imagem 13 – Vegetação do estacionamento do Banco do Bradesco S.A . Vegetação existente no estacionamento do Banco Bradesco S.A. Prosopis juliflor (algaroba) Fonte: Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco Data: 22/05/2009 4.6. Programa Para a elaboração do programa do Terminal de Ônibus Urbanos de Caruaru, foram tomados como referência os estudos de caso analisados no presente projeto de pesquisa. Através destes estudos de casos pudemos compreender o funcionamento dos terminais de ônibus e elaborar um programa que oferecesse as condições necessárias ao seu bom funcionamento. Com base nestes parâmetros o programa foi dividido em quatro setores: Bloco de serviços; Bloco administrativo e apoio ao usuário; Ônibus; 66 Outros. Tabela 8 – Programa básico para o Terminal de Ônibus Urbanos. Setor Bloco de Serviços Administrativo e apoio ao usuário (Ilha central) Ônibus Outros Ambiente Hall Posto policial Copa/Cozinha BWC acessível Vestiário Masculino Vestiário Feminino D.M.L. Depósito Hall Atendimento Recepção Espera WC acessível da espera Administração WC da Administração Lanchonete Cozinha Praça de alimentação Sanitários masculino Sanitários feminino D.M.L. Quiosques Área de estocagem dos ônibus Guaritas Plataformas de embarque e desembarque Área de circulação dos ônibus Estacionamento Áreas verdes Passeios Fonte: Autor Data: 5/12/2010 4.7. Dimensionamento O pré-dimensionamento dos ambientes tomou como exemplo todos os estudos de caso aqui analisados, mas, principalmente o Terminal de ônibus urbanos do Xambá, Sapucaia – Olinda-PE, por ser o que mais se assemelha com a proposta pretendida neste trabalho. Porém, como os estudos de casos aqui analisados possuíam dimensões de terreno, fluxos de ônibus e fluxos de usuários muito maiores do que os do equipamento pretendido, o pré-dimensionamento foi criterioso para não ocorrer um super dimensionamento de ambientes. 67 Na Tabela 9 abaixo vemos o dimensionamento dos setores e respectivos ambientes. Tabela 9 – Dimensionamento para o Terminal de Ônibus Urbanos de Caruaru. Setor Bloco de Serviços (117,00m²) Administrativo e apoio ao usuário (ilha central) (344,00m²) Ônibus (2.210,00m²) Ambiente Critério Adotado Hall Análise dos estudos de caso 12,00 m² Posto Policial Análise dos estudos de caso 12,00 m² Copa/Cozinha Análise dos estudos de caso 20,00 m² BWC Acessível Análise dos estudos de caso 5,00 m² Vestiário Masculino Análise dos estudos de caso 30,00 m² Vestiário Feminino Análise dos estudos de caso 30,00 m² D.M.L. Análise dos estudos de caso 2,00 m² Depósito Análise dos estudos de caso 6,00 m² Hall Análise dos estudos de caso 12,00 m² Atendimento Análise dos estudos de caso 15,00 m² Recepção Análise dos estudos de caso 15,00 m² Espera Análise dos estudos de caso 15,00 m² WC acessível da espera Análise dos estudos de caso 3,00 m² Administração Análise dos estudos de caso 6,00 m² WC da Administração Análise dos estudos de caso 3,00 m² Lanchonete Análise dos estudos de caso 20,00 m² Cozinha Análise dos estudos de caso 25,00 m² Praça de alimentação Análise dos estudos de caso 150,00 m² Sanitários masculino Análise dos estudos de caso 35,00 m² Sanitários feminino Análise dos estudos de caso 35,00 m² D.M.L. Análise dos estudos de caso 2,00 m² Quiosques Análise dos estudos de caso 8,00 m² Área de estocagem dos ônibus Análise dos estudos de caso 300,00 m² Guaritas Análise dos estudos de caso 10,00 m² Plataformas de embarque e desembarque Análise dos estudos de caso 700,00 m² Análise dos estudos de caso Lei nº16.292 de 29/01/97 Edificações e Instalações na Cidade do Recife, Anexo 8 Requisitos de Estacionamento para Usos e Atividades Urbanas. Análise dos estudos de caso 1.200,00 m² Passeios Análise dos estudos de caso TOTAL DE ÁREA CONSTRUÍDA 300,00 m² 3.782,67 m² Área de circulação dos ônibus Outros (918,67m²) Estacionamento Áreas verdes Fonte: Autor Data: 5/12/2010 Área 240,00 m² 378,67 m² 68 4.8. Organograma O organograma utilizado para o Terminal de Ônibus Urbanos de Caruaru seguiu a mesma setorização antes utilizada no programa. Na Figura 15 podemos ver a setorização do organograma diferenciada por três cores distintas bem como a ligação entre os ambientes do bloco de serviço, setor administrativo e apoio ao usuário e ônibus. Em cada um desses setores é mostrado à estruturação do programa, os acessos e caminhos que serão percorridos pelos usuários, funcionários e ônibus do terminal. Figura 15 – Organogramal do Terminal de Ônibus Urbanos de Caruaru. Fonte: Autor Data: 05/05/2011 Os usuários acessarão os ambientes mostrados em azul no organograma (setor administrativo e apoio ao usuário). Os ônibus, por sua vez, fazem o acesso ao terminal através dos portões controlados por guaritas, circulam pela via interna para chegarem às plataformas ou a área destinada a estocagem de veículos e saem pela guarita de controle. Os funcionários acessarão o terminal 69 através do portão principal ou portão de serviço, passando pela ilha de embarque e desembarque (plataformas) chegarão ao bloco de serviço, mas, terão acesso a todos os ambientes do terminal. 4.9. Fluxograma O fluxograma demonstra a freqüência com que os ambientes ou setores do terminal serão acessados pelos usuários, funcionários ou ônibus. De acordo com o estudo do fluxograma poderá se determinar tamanho de aberturas das portas e tipos de acabamentos de piso e parede de acordo com a intensidade de uso dos ambientes. Na Figura 16 vemos o fluxograma do Terminal de Ônibus Urbanos de Caruaru. Figura 16 – Fluxograma do Terminal de Ônibus Urbanos de Caruaru. Fonte: Autor Data: 05/05/2011 70 4.10. Partido arquitetônico O partido arquitetônico adotado para elaboração do anteprojeto do Terminal de ônibus Urbanos de Caruaru teve como princípio às potencialidades e características topográficas e naturais do lote escolhido que possui diferença de nível em 2,50m entre a Rua Mestre Pedro e a Avenida Cleto Campelo. Sendo assim, a implantação do equipamento resultou em uma composição volumétrica harmônica de dois pavimentos. Um inferior no qual foi criado um estacionamento semi-enterrado e um pavimento térreo voltado para Avenida Cleto Campelo que foi implantado o terminal de ônibus. Diante desse partido foram criadas diretrizes norteadoras que contribuíram para composição de todo o projeto: Utilização de materiais duráveis e de fácil manutenção; Busca pelo conforto ambiental; Racionalização das paradas de ônibus no terminal. Fluxos internos e externos. Foram utilizados materiais como concreto, aço, alumínio, vidro, pisos de alta resistência e revestimento cerâmicos. Estes materiais além de serem duráveis e de fácil manutenção, dialogam diretamente com a identidade deste tipo de equipamento como foi comprovado nos estudos de caso. As utilizações de estruturas metálicas em perfis de aço tubulares que sustentam arcos metálicos da coberta metálica em alumínio, proporcionaram grandes vãos livres na ilha de embarque e desembarque. Estes vãos livres possuem pé-direito duplo que por sua vez proporcionam grande conforto climático ao usuário. Outro fator importante tomado como partido foi à racionalização das paradas de ônibus. Anteriormente as linhas de coletivos daquele setor possuíam dez paradas para doze linhas no total, ocasionando diversos transtornos no trânsito devido à estocagem de ônibus em espera. 71 O Terminal de ônibus Urbanos de Caruaru foi projetado com sete paradas rotativas que contemplarão duas linhas de coletivos cada, totalizando quatorze linhas no total. O ônibus que ingressar ao interior do terminal para uma parada já ocupada por outro, dirigir-se-á a área de estocagem e lá aguardará a liberação da parada para estacionar. A partir da criação das paradas dos ônibus foi criada a ilha de embarque e desembarque de passageiros, que norteou a criação de todos os fluxos, internos e externos do terminal, de usuários e dos ônibus e as vias internas de circulação bem como a área de estocagem de ônibus em espera. 72 4.11. Memorial descritivo Diante da atual situação encontrada no município de Caruaru-PE da inexistência de um equipamento arquitetônico voltado aos transportes públicos urbanos, faz-se necessária a implantação de um terminal de ônibus urbanos que possa proporcionar aos cidadãos caruaruenses um serviço de qualidade voltado aos ônibus coletivos. O empreendimento será implantado no centro comercial de CaruaruPE, à Avenida Cleto Campelo no bairro Nossa Senhora das Dores em frente ao prédio da R.E.F.S.A. em um lote de área superficial de exatos 3.782,67m². A proposta de implantação do equipamento teve como eixo norteador a topografia natural do terreno que possui desnível de quase 3,00m, gerando assim dois pavimentos distintos, o pavimento semi-enterrado do estacionamento e o pavimento térreo do terminal de ônibus. O pavimento inferior, semi-enterrado do estacionamento, que tem seu acesso pela Rua Mestre Pedro, possui vagas com capacidade para 110 veículos, 87 motocicletas, 40 bicicletas, guichê automatizado, sala de monitoramento e BWC de funcionários. No pavimento superior funciona todo o complexo do terminal de ônibus urbanos. O acesso e saída de usuários é feito pela Avenida Cleto Campelo através de um portão metálico que dá acesso a ilha de embarque e desembarque de passageiros. O acesso dos ônibus ao interior do terminal se dá pela Rua Silva Jardim e é controlado por guarita. A saída dos ônibus é pela Avenida Cleto Campelo e também é controlada por guarita. Na ilha de central o usuário tem acesso ao bloco administrativo composto por: atendimento, recepção, espera com WC, administração com WC, quiosques, bloco sanitário masculino e feminino, D.M.L., cozinha, lanchonete e ampla praça de alimentação. O bloco de serviço que se localiza no final de terreno, a sudeste, e possui em seu interior: posto policial, depósito, hall, vestiários masculino e feminino e copa/cozinha. 73 Todos os materiais utilizados no terminal visaram à durabilidade e a facilidade em sua manutenção futura. Todos os blocos, administrativo e sanitário, as guaritas, quiosques e reservatório superior d’água foram revestidos em pastilhas cerâmicas externamente e pintura acrílica lavável internamente. O piso da ilha de embarque/desembarque foi executado em piso de alta resistência tipo duberton. As vias internas de circulação de ônibus em concreto compactado a rolo. Toda a concepção deste anteprojeto teve o intuito de criar um equipamento capaz de atender a população da cidade de Caruaru, usuários de transportes públicos de ônibus, com segurança, conforto e tranqüilidade. 74 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A proposta para o TOUR – Terminal de ônibus Urbanos de Caruaru tem como principal objetivo a elaboração de um anteprojeto arquitetônico, que respeite as legislações, tenha integração com o entorno e, principalmente, crie um equipamento que proporcione um espaço com qualidade e segurança a todos os usuários de coletivos da cidade. Então, esta proposta satisfaz as necessidades atuais da população da cidade que não possuem tal equipamento e fazem uso diário de transportes públicos. 75 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5626: Instalação Predial de Água Fria. ABNT: Rio de Janeiro, 1998. __________. NBR 6023: Informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002. __________. NBR 6024: Informação e documentação: numeração progressiva das seções de um documento escrito: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. __________. NBR 6027: Informação e documentação: Sumário – apresentação. Rio de Janeiro, 2002. __________. NBR 6492: Informação e documentação: Referências – elaboração. Rio de Janeiro, 2002. __________. NBR 6492: Representação de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro, 1994. __________. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2004. __________. NBR 10520: Informação e documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002. __________. NBR 14724: Informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002. CAVALCANTI, Maria T. M. B.. PEAG – Parque de Exposição de Animais de Gravatá Recife, 2005. Trabalho de Graduação 1 – Curso de Arquitetura e Urbanismo. 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