1 Convênio: Ministério da Saúde/Fundep – Universidade Federal de Minas Gerais Programa VIVA LEGAL/TV FUTURA Tema: Controle de infecções hospitalares – higiene e cuidado evitam problemas INFECÇÃO HOSPITALAR A infecção hospitalar é uma doença grave, de tratamento bastante difícil, causada por bactérias que se desenvolvem dentro do hospital, e que, portanto, são mais resistentes aos tratamentos. Felizmente, a doença tem cura, mas, principalmente, deve-se tomar uma série de medidas para preveni-la, o que inclui desde o treinamento das equipes de profissionais de saúde e técnicos que estão em contato direto e indireto com os doentes, até cuidados rigorosos por parte dos visitantes que vão aos hospitais levar conforto a seus entes queridos. A infecção hospitalar surgiu praticamente junto com os hospitais. No passado, os médicos não sabiam nada sobre a importância de se manterem hábitos de higiene, e eles próprios eram responsáveis pela transmissão de inúmeras doenças entre seus pacientes internados. Embora para nós isso pareça inadmissível, é importante saber que somente no século XIX compreendeu-se que o simples ato de lavar as mãos entre o atendimento a um paciente e outro poderia diminuir, significativamente, o número de doenças nos hospitais. Hoje, apesar dos progressos alcançados no que diz respeito ao controle da infecção hospitalar — inclusive com o desenvolvimento de novos sistemas de prevenção —, ainda assim a doença é um problema em todo o mundo. Nos países desenvolvidos, a cada ano, 10% dos pacientes internados em hospitais contraem infecção hospitalar; em nosso país, a taxa é de aproximadamente 13%. No Brasil, todos os hospitais são obrigados, por lei, a ter um programa permanente de controle e prevenção da infecção hospitalar. Este programa inclui desde cuidados essenciais com limpeza e higiene, até a escolha de técnicas e procedimentos capazes de prevenir a transmissão de vírus, fungos e bactérias. O programa é realizado através do rigoroso treinamento do pessoal que trabalha em hospitais (médicos, enfermeiros e técnicos), com o objetivo de diminuir ao mínimo a incidência da doença. As bactérias que transmitem a infecção hospitalar podem chegar aos pacientes internados através das mãos daqueles que têm contato com eles, das roupas de visitantes ou da própria roupa que lhes é fornecida nos hospitais, da água que ingerem, dos alimentos a que têm acesso, de objetos os mais variados, desde os instrumentos utilizados pelo pessoal do próprio hospital até os curativos que lhes são feitos. Por isso, é preciso estabelecer procedimentos rigorosos para lidar com todo e qualquer material que coloque em risco a saúde dos internos. Entretanto, por maiores que sejam os cuidados, eles podem ser inúteis se o visitante sentar na cama do paciente, por exemplo, ou se comer da comida dele, pegar em seus talheres, usar o mesmo copo, deixar cair no chão restos de comida etc. Por este motivo, o vídeo e a discussão sobre infecção hospitalar devem ser levados às comunidades brasileiras de modo geral, e de modo muito especial aos locais que concentram visitantes nos hospitais, como mais uma medida para a prevenção e o controle da doença. 2 O que está em discussão Não é raro encontrarmos pessoas que, diante de uma doença mais grave — delas próprias ou de entes da família — acreditam que a internação é a melhor solução. Isto, geralmente, acontece porque muita gente parte do princípio de que, numa emergência, no hospital o paciente estará cercado por médicos e enfermeiros, além de contar com os recursos mais modernos. Entretanto, as internações só devem ser feitas quando absolutamente necessárias, e nunca por comodidade. Assim, é preciso que as pessoas saibam com muita clareza que em grande parte dos casos é mais seguro o doente estar em casa do que internado num hospital. Mas, uma vez que a internação seja inevitável, a preocupação com a infecção hospitalar e o controle da doença devem ser mantidos dia e noite. A partir dos procedimentos e cuidados apresentados pelo vídeo — tanto os que dizem respeito ao pessoal que lida direta e indiretamente com os doentes como os que cabem aos visitantes —, deve-se enfatizar o papel que cada um pode vir a representar para contribuir com o controle da infecção hospitalar. Quanto aos visitantes, eles precisam acatar e obedecer às normas ditadas pelos hospitais, mas devem fazê-lo em função de compreenderem a extensão do problema e os riscos que as visitas representam para os doentes internados e para si próprios. Assim, os procedimentos apresentados no vídeo devem ser reforçados, especialmente aqueles que dizem respeito aos grupos abordados. É interessante reparar que os depoimentos de profissionais de saúde são feitos na frente de um cartaz com recomendações para se lavar bem as mãos dentro do hospital. O enquadramento não foi feito por acaso, e ele demonstra a grande preocupação de reforçar junto às platéias do vídeo esse procedimento básico de higiene. Também deve ser dada atenção especial aos riscos maiores de contrair a infecção hospitalar que correm certos grupos, como crianças prematuras, pessoas em idade avançada, diabéticas, cancerosas ou aquelas submetidas a tratamentos de terapia intensiva, em função de sua debilidade e vulnerabilidade. Os visitantes devem compreender por que esses pacientes devem ficar mais protegidos do contato com as pessoas que chegam da rua. Além disso, muitas dúvidas sobre infecção hospitalar podem ser esclarecidas a partir do vídeo. Por exemplo, um profissional de saúde pode ser convidado a participar do debate com a comunidade presente à apresentação, respondendo às perguntas que venham a surgir. A ênfase será dada aos cuidados simples, que podem ser tomados por todo mundo, e que ajudam a prevenir uma doença tão difícil de ser tratada como a infecção hospitalar.