Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014
V Enebio e II Erebio Regional 1
ESTRUTURA E UTILIZAÇÃO DO LABORATÓRIO DE CIÊNCIAS EM ESCOLAS PÚBLICAS
DE ENSINO MÉDIO DE TERESINA-PI
Sandra Maria Mendes de Moura DANTAS
Prof ª. Dr ª Depto de Biologia CCN/UFPI, e-mail: [email protected]
Juelina Oliveira dos SANTOS
Graduação em Lic. Plena em Ciências Biológicas UFPI, e-mail: [email protected]
RESUMO
A pesquisa teve como objetivo a avaliação das condições estruturais, materiais, de segurança, a
presença de responsável técnico e a frequência de utilização do laboratório de ciências em escolas
de ensino médio de Teresina-PI. Para a realização da pesquisa, foram visitadas 10 escolas e
aplicado um questionário de avaliação com o responsável. A partir dos dados pode-se afirmar que
os laboratórios apresentam uma gama de dificuldades em relação à infraestrutura, aos materiais
necessários as práticas, ausência de profissional, falta de manutenção dos equipamentos e condições
de segurança. Apesar de todos os problemas encontrados, é interessante que o professor desenvolva
as suas atividades de acordo com a realidade da escola, aproveitando o que ela possa oferecer de
melhor.
INTRODUÇÃO
Atualmente com a grande variedade de recursos didáticos, métodos de ensino e tecnologias
avançadas para a educação, à abordagem dos conteúdos não deve está restrita apenas a aulas
expositivas e com foco voltado para memorização de conceitos e teorias, pois isso faz com que os
alunos percam o interesse pela disciplina e fiquem desmotivados a aprender. Assim é preciso que
os professores busquem técnicas de ensino novas a fim de tornar as suas aulas mais atrativas.
A utilização de metodologias de ensino com teor mais dinâmico, como jogos lúdicos,
realização de práticas de experimentação no Laboratório de Ciência, gincanas etc., pode despertar
no aluno o interesse e motivação pela disciplina de biologia, pois tais atividades irão estimular a
curiosidade e consequentemente o espírito investigador do aluno, onde ele deixa de ser apenas o
ouvinte e assimilador das informações transmitidas e passa ser sujeito do conhecimento.
A disciplina de biologia por apresentar uma variedade de conceitos e teorias, muitas vezes
requer dos professores atividades que estão além das aulas expositivas. Partindo desse pressuposto,
uma alternativa seria a realização de atividades práticas nos Laboratórios de Ciências, que é
considerada uma importante estratégia no processo de ensino e aprendizagem. Muitas escolas
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públicas possuem Laboratório de Ciências, porém nem sempre eles estão em condições adequadas
para utilização.
O processo de ensino-aprendizagem dos alunos na disciplina de biologia por meio de
situações experimentais ocorre quando além do seu envolvimento em atividades e experiências o
aluno se sente desafiado e perturbado com situações presente no seu cotidiano, usando-se de
discussões e críticas para possíveis soluções do problema formulado (BUSATO, 2001).
O presente trabalho apresenta informações sobre os fatores que explicam o desuso dos
Laboratórios de Ciências pelos professores em escolas públicas de Teresina-PI, tais como, as
condições da estrutura física, a falta de materiais e reagentes, ausência profissional técnico
responsável e problemas com a segurança dos alunos durante as atividades realizadas no
laboratório de ciências.
A pesquisa teve como objetivo avaliar as condições estruturais, materiais, de segurança, a
presença de responsável técnico e a frequência de utilização do laboratório de ciências em escolas
públicas de ensino médio de Teresina-PI.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para a realização do trabalho foram visitadas 10 escolas públicas que ofertam o ensino
médio no município de Teresina-PI. Nestas instituições de ensino foi aplicado o questionário de
avaliação com os professores responsáveis pelo Laboratório de Ciências com o objetivo de analisar
as condições do espaço físico, a localização, quantificação de materiais, as condições de segurança
dos laboratórios, a frequência de uso e a presença de técnico responsável.
Inicialmente realizou-se uma pesquisa investigativa com levantamento bibliográfico a fim
de obter informação sobre as condições básicas que regularizam o funcionamento de um laboratório
escolar. A partir da organização dos dados encontrados elaborou-se um questionário de avaliação e
esse foi utilizado durante a realização das entrevistas. Em seguida foi realizada uma pesquisa
exploratória a fim de buscar as instituições que ofertam o ensino médio em Teresina-PI, feito isso
foi selecionadas 10 escolas que possuíssem uma localização centralizada, em sua respectiva zona, e
que atendessem um grande número de alunos. Após a seleção das escolas partiu-se para as
pesquisas de campo as quais possibilitaram a observação direta dos critérios a serem avaliados nos
Laboratórios de Ciências junto com a indagação dos professores responsáveis pelo laboratório e
diretores com objetivo de obter um maior número de informações. Por meio da observação simples
os Laboratórios de Ciências foram analisados sob os diferentes parâmetros são eles: estrutura física
e material; sua localização; segurança; presença do profissional responsável e a frequência de
utilização. Todos esses parâmetros encontram-se presentes no questionário de avaliação, a sua
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elaboração tem como base em pesquisa bibliográfica e nele contém um apanhado geral sobre todos
os parâmetros a serem analisados citados anteriormente.
Inicialmente teve-se um primeiro contato com o diretor e o responsável pelo Laboratório de
Ciências de cada escola totalizando 20 entrevistados. Nesta etapa os profissionais foram indagados
sobre a presença ou ausência do Laboratório de Ciências em sua escola, o seu tempo de existência,
como se deu o planejamento de sua construção, se ele passou por reformas recentes, quais
disciplinas utilizam o laboratório como parte de suas atividades e a frequência de utilização pelos
professores. Após a autorização cedida pela escola para a realização da pesquisa seguiu-se com a
observação dos parâmetros a serem analisados no interior do laboratório com base no questionário
de avaliação, o qual continha todas as informações necessárias para o desenvolvimento da pesquisa.
A análise dos dados foi feita mediante procedimento de cunho interpretativo e qualitativo,
tomando como bases referenciais bibliográficos que trazem os parâmetros necessários para o
funcionamento de um laboratório escolar. A pesquisa de campo possibilitou a observação direta dos
fatos e indagação das pessoas envolvidas.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
De acordo com os dados obtidos pela aplicação dos questionários foram feitas análises a
partir de diferentes parâmetros tais como: condições do espaço físico, a localização, a quantificação
de materiais, as condições de segurança dos laboratórios, a frequência de uso e a presença de
técnico responsável.
As visitas ocorreram no período da tarde em 10 estabelecimentos de ensino que ofertam
ensino médio acompanhada da presença do professor responsável pelo Laboratório de Ciências que
procurou mostrar o espaço e os materiais que continham dentre outras informações contidas no
questionário de avaliação. Das 10 escolas visitadas verificou-se a ausência do Laboratório de
Ciências em 2 escolas sendo que uma dessas escolas possui os materiais e equipamento básicos para
um laboratório e suas as atividades práticas eram realizadas em sala de aula comum e os materiais e
equipamentos eram guardados na coordenação.
Os Laboratórios de Ciências visitados são utilizados pelas disciplinas de Biologia, Química
e Física sendo mais frequente para as práticas de Biologia. Durante as entrevistas verificou-se que
em todas as escolas ele era pouco utilizado pelos professores. Dos oito laboratórios com espaço
físico específico, sete passaram por reformas recentes em decorrência dos recursos do programa
Mais Educação e PIBID. Em uma das escolas o laboratório só foi montado a partir da implantação
do projeto Mais Educação. Outro dado importante da pesquisa foi à constatação que em 50% das
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escolas analisadas a utilização era feita por estagiários e bolsistas dos programas citados
anteriormente.
Pelos resultados obtidos por meio das entrevistas realizadas constatou-se que os técnicos
responsáveis possuem formação na área de Biologia e muitos foram lotados nos laboratórios por
estarem em final de carreira. O resultado da análise dos questionários também mostrou que esses
profissionais não tinham formação específica para atividade de laboratório. Neste sentido,
Hamburger e Matos (2000) já visualizavam o problema quando postularam que isso se devia à falta
de formação continuada dos professores tornando-os incapacitados para desenvolverem suas
funções de forma adequada.
Em todas as escolas visitadas as atividades experimentais são realizadas no turno e horário
da disciplina. Apesar dos laboratórios visitados apresentarem condições para utilização verificou-se
que as aulas práticas não fazem parte do plano de curso da disciplina de biologia. Os professores
utilizam-no uma vez na semana ou no mês. Esse fato pode está associado às dificuldades que os
professores têm em preparar estas aulas práticas, uma vez que as turmas são bastante numerosas e
os professores são sobrecarregados tornando impossível realizar qualquer atividade sem contar no
mínimo com a ajuda de um técnico de laboratório especializado.
De acordo com Praia, Cachapuz e Gil-Pérez (2002), nas aulas experimentais o uso da
investigação transforma os alunos em sujeitos mais participantes na construção de seus
conhecimentos exigindo deles maior esforço intelectual, pois estarão exercitando a utilização de
conceitos, metodologias, enfim, atitudes mais próximas da metodologia científica atual. Muitas
práticas podem ser realizadas sem a utilização de aparelhos e equipamentos caros e sofisticados,
cabe ao professor planejar e adaptar suas atividades práticas a realidade da escola utilizando
materiais de baixo custo e de fácil acesso. Gioppo, Scheffer e Neves (1998) afirmam que alguns
experimentos podem ser realizados com materiais simples e em espaços alternativos tornando
possível o desenvolvimento de habilidades, como a de selecionar e aproveitar materiais não
consagrados.
Durante a avaliação da estrutura física foram observadas diversas falhas, que podem ser
justificadas pela ausência de um planejamento adequado junto a um profissional especializado
durante a construção do laboratório. Apenas um estabelecimento de ensino visitado confirmou que
o laboratório está presente na instituição desde sua fundação. Outras duas afirmaram que eles foram
construídos em reformas que a escola passou e as demais escolas que tem seus laboratórios mais
recentes afirmaram que adaptaram salas de aulas comuns. Segundo Weissmann (1998), se a escola
dispuser de uma sala que possa ficar reservada exclusivamente as atividades do laboratório e está
obtiver os recursos necessários ela poderá ser utilizada como tal. Porém, nesse espaço deverão ser
realizadas atividades de experimentação mais simples e que não exija muitos recursos e
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equipamentos, pois a segurança dos alunos deve ser fundamental durante o planejamento das
atividades, ou seja, cabe ao professor programar suas atividades de acordo com a realidade da
escola.
Krasilchik (2004) escreveu que os laboratórios escolares devem estar situados
preferencialmente no térreo e com portas de saídas para pátios abertos, isso é importante para a
segurança dos alunos, pois em casos de emergência a evacuação é mais rápida. Das escolas
visitadas que apresentam Laboratório de Ciências apenas 20% destes estão localizados no 1º andar e
o restante no térreo, no entanto, os laboratórios situados no térreo têm suas saídas em final de
corredores estreitos o que dificulta a saída em casos de emergência.
Sobre o tamanho do espaço físico de um laboratório, Krasilchik (2004) sugere que o
tamanho ideal para uma classe é de aproximadamente 90 m2 com a capacidade máxima de 30
alunos (3 m2 por aluno). Já Weissmann (1998), afirma que para cada aluno há uma necessidade de
acrescentar mais 1m2 para guardar material portátil e mais 0,50 m2 para o espaço de estantes,
exposições e circulação das pessoas totalizando 4,50 m2 por aluno. As escolas avaliadas apresentam
em média 30 alunos matriculados por turma, como essa base de alunos pode-se constatar que
apenas uma escola possui espaço físico adequado considerado por Krasilchik para a quantidade de
alunos matriculados, e as demais escolas públicas não estão de acordo com padrão mínimo
sugerido, esses dados podem ser visualizados no Gráfico 1. Foi constatado também que nenhum dos
laboratórios possui espaço reservado para os alunos guardarem seus materiais durante as atividades,
a justificativa dada foi o fato de não ser permitido à entrada de mochilas e bolsa dentro do
laboratório, pois os alunos já furtaram os materiais dos laboratórios.
Gráfico 1 - Média (m2 aluno-1) de espaço ocupado pelos alunos nos Laboratórios de Ciências em escolas
públicas de Teresina-PI
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As pias e os tanques são indispensáveis para a realização de um grande número de
atividades experimentais, o ideal seria colocar no mínimo duas pias e um tanque em pontos
distantes para evitar o congestionamento durante atividades e limpeza dos materiais. As melhores
bacias são de aço inoxidável (Lima e Rocha, 2012). Os Laboratórios de Ciências visitados possuem
pias de plástico ou inox e só foi quantificada uma pia por laboratório. Como as maiorias das
atividades são realizadas em grupo é importante à presença de mesas e/ou bancadas. As mesas
devem ser móveis e com tampo laminado e as bancadas de concreto revestidas com azulejos ou
materiais lisos. Os assentos ideais são as banquetas, logo ocupam menos espaço e permitem maior
mobilidade. Além desses acessórios temos o balcão que pode ser utilizado para guardar materiais
(Weissmann 1998). A partir da observação realizada nas escolas temos duas situações diferentes à
primeira é que 70% dos laboratórios apresentavam mesas e/ou bancadas e a segunda representando
10% continham mesas, bancadas e balcões. A primeira situação pode ser observada na Figura 1.
As paredes e o piso de um laboratório de ciências devem ser de material de fácil limpeza,
alta resistência e durabilidade. Cerâmica no piso e paredes pintadas com massa corrida com látex
fosco são as mais recomendadas, por apresentarem todos os requisitos citados, além de possuir
baixo custo (Lima e Rocha, 2012). Constatou-se que 30% das escolas têm paredes cobertas por
cerâmica na parte inferior e pintadas com tinta na parte superior e 50% são apenas coberta com
tinta. O piso de granilite está presente em 60% dos laboratórios e os demais utilizam cerâmicas. É
importante destacar que os pisos das escolas estavam em boas condições e não apresentavam
desníveis evitando possíveis acidentes. Essas características podem ser visualizadas na Figura 1.
Figura 1 - Piso de granilite, paredes revestidas de cerâmica na sua região inferior e pintadas na sua região
superior, de dois Laboratórios de Ciências em escolas públicas, de Teresina-PI.
A iluminação e ventilação do laboratório é outra condição física fundamental para a
realização de um bom trabalho. As lâmpadas do tipo fluorescente são recomendadas, pois essas não
alteram a temperatura ambiente, a quantidade de lâmpadas depende da extensão do laboratório, é
bom que a cada 1,5m tenhamos uma lâmpada (Lima e Rocha, 2012). Os laboratórios visitados
utilizam lâmpada fluorescente e iluminação adequada, porém em uma escola foi constatado a falta
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de manutenção das lâmpadas. Para uma ventilação ideal as janelas devem está distribuídas em toda
extensão do laboratório o modelo mais recomendado são as do tipo basculantes, porque apresentam
maior segurança podendo ser abertas e fechadas com um só comando de mão. Os laboratórios
visitados apresentavam janelas de madeira, ferro e as basculantes, os que não tinham ar
condicionado foram considerados com boa circulação do ar, já aqueles que apresentavam o ar
condicionado não atenderam as necessidades de ventilação ideal sendo abafados e úmidos, pois
estes não possuíam exaustores para circulação do ar.
É importante a presença de um ou mais armários onde possam ser guardados reagentes
vidrarias e equipamentos. Os reagentes utilizados nos laboratórios podem ser voláteis, corrosivos,
tóxicos, inflamáveis, explosivos e peroxidáveis sendo importante sua armazenagem em armários.
As vidrarias limpas e descontaminadas e determinados equipamentos como um termômetro também
não devem ficar expostos, por isso a importância dos armários. O seu tamanho deve ser de acordo
com a necessidade, o importante é que ele seja de material durável. Os armários com chave foram
encontrados em 100% dos laboratórios visitados.
A parte elétrica dos laboratórios visitados deve está em boas condições e nunca expostas.
Tomadas e pilhas são essenciais para experimentos que exigem o uso de energia e devem ser
instaladas tomadas de 110V e 220V, elas poderão ficar junto às mesas ou ao longo das bancadas
laterais. Outro item importante é instalação do gás nas bancadas para que os alunos utilizem o bico
de Bunsen, equipamento útil em diversas experiências (Lima e Rocha, 2012). As instalações
elétricas dos estabelecimentos visitados estão adequadas, porém não foi verificada a instalação de
gás, o bico de Bunsen apesar de presente nos laboratórios não são utilizados e sim lamparinas
abastecidas com álcool ou querosene.
Todos os laboratórios visitados apresentavam quadro branco e em apenas um foi encontrado
um mural com os trabalhos realizados pelos alunos e a presença desses itens é importante, pois
auxiliam os professores durantes as explicações.
A segurança do laboratório inicia com a porta de entrada e saída do mesmo, recomenda-se
que elas sejam abertas para fora e seja feita de material de fácil limpeza e boa resistência. Não foi
encontrado nenhum laboratório com duas portas, sendo muitas delas estreitas e de difícil saída em
casos de emergência. Os avisos anexados nas paredes sobre os cuidados que os alunos devem seguir
a fim de evitar acidentes foram visto em apenas um laboratório, porém verificou-se que tais
informações são passadas oralmente pelos professores e estagiários. Ainda acerca da segurança foi
pesquisada a presença de extintores de incêndio, kit de primeiro socorros e uso de equipamentos de
proteção individual (luvas, máscaras e bata) de acordo com as necessidades. Em 100% das escolas
com laboratório visitadas não foi visualizado a presença de extintores de incêndio, instrumento
essencial de segurança e que deve ser colocado em lugar visível e de fácil acesso. No entanto, os
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kits de primeiro socorros, luvas e máscaras estavam presentes em todos os laboratórios visitados,
mesmo que em quantidades insuficientes para o número de alunos.
A partir dos resultados obtidos durante a pesquisa pode-se afirmar que existem uma
quantidade e variedade suficiente de reagentes e outros materiais para a realização de diversos tipos
de atividades experimentais. Porém, é importante destacar alguns problemas encontrados durante
essa etapa da pesquisa, como a presença de reagentes vencidos, exagero na quantidade de um único
tipo de reagente e ausência de outro também importante. As vidrarias também foram visualizadas
em diversidade e quantidades proporcionais para número de alunos. No entanto, em alguns casos foi
também observado um número enorme de um determinado tipo de vidraria e a ausência de outro
tipo de vidraria também muito importante. Com isso, podemos confirmar que existe uma falta de
planejamento na comprar desses materiais.
Em todos os laboratórios visitados foram encontrados microscópios ópticos e lupas em bom
estado de conservação e uso. O termômetro também estava presente em todas as escolas, a capela
não foi vista em nenhum dos laboratórios visitados e o destilador foi encontrado em apenas uma
escola. As estufas e balanças foram encontradas em duas escolas. Os responsáveis pelo laboratório
justificaram a ausência de alguns materiais e equipamentos, pelo fato da escola não ter condições
financeiras para compra e manutenção dos equipamentos presentes.
Poucos materiais de limpeza foram encontrados e no dia a dia os alunos irão precisar de
papel toalha, sabão ou detergente, esponja, escova fina, vassoura e pá, dentre esses materiais os
mais vistos nos laboratórios foram escova fina, papel toalha e sabão neutro.
O descarte dos materiais adequado é importante visto que, em determinados experimentos os
resíduos não podem ser simplesmente lançados no meio ambiente, não se deve jogar em lixeiras
comuns materiais como óleo, reagentes etc. Das escolas visitadas apenas uma tem o hábito de fazer
experimentos mais complexos e nesse caso os resíduos são descartados de forma adequada.
CONCLUSÃO
A partir dos dados adquiridos nesta pesquisa, conclui-se que os Laboratórios de Ciências em
escolas públicas de Teresina-PI apresentam uma gama de dificuldades em relação à infraestrutura,
iluminação, ventilação, reagentes (na maioria das vezes com data de validade vencida), ausência de
profissional capacitado, falta de recursos para a manutenção de equipamentos e falta de condições
de segurança, tornando-se insatisfatório do ponto de vista dos padrões estabelecidos que um
Laboratório de Ciências deva apresentar.
Mesmo com os problemas aparentes dos Laboratórios de Ciências em escolas públicas de
Teresina é possível que os professores biologia realizem diversas atividades simples de acordo com
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a realidade da escola, aproveitando o que ela possa oferecer de melhor e isso é possível de acordo
com os resultados obtidos na pesquisa.
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