Técnicas de Acupuntura
INTRODUÇÃO
A teoria dos Jing Luo é uma das bases da Medicina Chinesa, e consiste num
sistema integrativo das diversas partes do corpo. Através dos estímulos dos pontos
dos canais podemos tratar as suas patologias (peças externas) e as patologias dos
órgãos Zang Fu, a quem estão ligados. Acupuntura, em chinês, é “Zhen Jiu” ou, ao
pé da letra, “agulhas-moxa”, os seus principais métodos de estímulo dos pontos.
Contudo, outras formas de estímulo também são utilizadas hoje em dia, como
ventosas, sangria, laser, etc. É sobre as regras práticas da utilização desses
métodos que vamos utilizar.
I.
AGULHAS
A introdução de agulhas é o principal método de estímulo da acupuntura. As
agulhas são de diversos tipos e podem ser usadas com várias funções.
a. Tipos de Agulhas
Podem ser de aço, prata e ouro.
As de prata e ouro, em geral são grossas (diâmetro 0,5 mm) e medem ½
polegada.
As de aço têm diâmetros e comprimentos variáveis.
Comprimento
(Cun)
Diâmetro (mm)
Fina
< 0,20
Médias
0,25
Grossa
>0,30
0,5
1,0
2,0
2,5
3,0
1,5
15m
50m 65m 75m
40mm
m 30mm
m
m
m
4,0
100
mm
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
b. Ação das Agulhas
De uma forma geral as agulhas provocam dispersão no ponto. Contudo,
dependendo da forma de aplicação pode-se conseguir efeitos tonificantes,
sedantes ou harmonizantes.
Tonificação:
- Agulha de ouro ou aço com cabo de cobre;
- Agulhas deixadas por pouco tempo;
Sedação:
-
Introduzir rápido e retirar devagar;
Movimento lento de rotação a agulha.
Agulha de prata ou aço com cabo de prata;
Agulhas deixadas por longo tempo;
Introduzir lento e retirar rápido;
Rotação rápida e fraca (pequena amplitude);
Movimento rápido e curto de introdução e retirada.
Harmonização:
-
Mescla de Tonificação e Sedação;
CONCEITOS SOBRE A AÇÃO DAS AGULHAS
Sob a ótica ocidental
Concepção moderna: de acordo com essa concepção, a atividade reflexa entre os
pontos de acupuntura e os órgãos internos é explicada pela participação das vias do
sistema nervoso autônomo. Desse modo, o estímulo de certos pontos cutâneos
produz reflexos orgânicos internos no nível das vísceras, atuando diretamente no
funcionamento dessas. Sabe-se que a introdução de agulhas produz, dependendo
dos pontos, diversos efeitos, como bloqueio da transmissão da dor, liberação de
neurotransmissores, variação de níveis de diversos hormônios, aumento do número
de glóbulos brancos ou vermelhos, aumento de anticorpos, regulação das funções e
movimento de órgãos e vísceras.
⎡Ouro
- Doador de elétrons
Ação Elétrica⎢Prata
- Receptor de elétrons
⎣Dois metais
- corrente – podem aumentar ou diminuir a
resistividade do ponto
Ação Neuroendócrina – lesões celulares – substâncias ativas.
(Ativação de receptores nervosos locais)
Sob a ótica oriental
Concepção tradicional: Baseia-se na noção de circulação da energia. A doença é
proveniente do desequilíbrio da distribuição energética entre diferentes órgãos. A
acupuntura propõe-se a restabelecer esse equilíbrio. É então um método global que
se encarrega da totalidade do ente sofredor. na Medicina Tradicional Chinesa, o
corpo é visto como um sistema energético em equilíbrio dinâmico: a energia (Qi)
circula através de um sistema de canais ou meridianos, formando uma rede que
conecta os pontos de acupuntura entre si e influencia o funcionamento dos órgãos
internos e de outras partes do organismo. Quando esta energia flui livremente, há
harmonia, equilíbrio e boa saúde. Quando o Qi (energia) está em excesso, em
insuficiência ou em estagnação em um canal, surge o desequilíbrio que pode levar à
doença. A aplicação de agulhas nos pontos adequados a cada caso estimula o
corpo a se reequilibrar, redirecionando o fluxo de energia e ativando os poderes
regenerativos do organismo. Como age sobre a energia geral do corpo, a
acupuntura atua sobre todos os aspectos da saúde: físico, mental e emocional, e
mesmo antes que os desequilíbrios se tornem doenças, prevenindo-as. Além disso,
reforça as defesas orgânicas, dificultando as agressões externas.
c. Aplicação prática
-
Prática com Tae Balls
Bastão;
Como pegar nas agulhas;
Prática em almofadas, bolas de algodão e diversas texturas;
Uso de agulha diretamente no ponto através da introdução
manual;
Uso com acessórios
- Disparadores;
- Tubinhos para introdução.
1. ÂNGULO DE INSERÇÃO DAS AGULHAS
O ângulo com que a agulha é inserida na pele pode variar bastante, não apenas em
função da localização dos pontos, como, também, em razão da natureza do
transtorno e dos efeitos que o acupunturista pretende alcançar. Na prática, com
base no ângulo, podem distinguir-se três direções básicas de inserção, a saber:
perpendicular, oblíqua e horizontal.
Inserção Perpendicular
A agulha penetra verticalmente através da pele formando com esta um ângulo de 90
graus. É a técnica mais amplamente usada para os pontos que se encontram nos
locais que existem massas musculares avantajadas, bem como onde se exija uma
picada profunda. Assim, a inserção perpendicular pode ser usada sem riscos no
abdome, na região lombar e nos membros, tanto superiores como inferiores.
Inserção Obliqua
A agulha atravessa a pele formando com esta um ângulo em média de 45 graus,
podendo variar entre 30 e 60 graus. É um tipo de inserção muito usado para
algumas técnicas de acupuntura como, por exemplo, durante os procedimentos de
estimulação e de sedação, na região energética. Para outras finalidades, utiliza-se
naqueles locais em que os músculos estão menos desenvolvidos como na região
dorsal, no tórax, nas proximidades das vísceras e na face.
Inserção HorizontaI
Neste tipo de inserção a agulha não penetra, literalmente, horizontalmente, mas,
contudo, o faz bastante rasante à epiderme, formando com esta um ângulo em
média de 15 graus, podendo variar entre 10 e 20 graus. E a direção de escolha para
os pontos que se localizam no rosto e na cabeça ou em qualquer outro local em que
exista contra-indicação formal de puntura em profundidade.
90º
45º
15º
2. PROFUNDIDADE DA INSERÇÃO
A profundidade da inserção depende dos pontos que interessam à puntura.
Entretanto, nba pratica, é necessário aumentar ou reduzir a profundidade da
inserção, tendo em conta a idade do paciente, sua constituição física, o grau da
intensidade da reação, a localização da doença e as associações dos pontos
escolhidos.
a) Idade do paciente
A profundidade da picada recomendada nos livros refere-se aos adultos. Para
os idosos e crianças a profundidade da inserção deve ser menor.
b) Constituição Física
Nas pessoas de constituição físicas corpulentas, a agulha pode ser inserida
mais profundamente, ao passo que nos pacientes magros e de constituição fraca, a
inserção deve ser mais superficial.
c) Intensidade da reação à agulha
Quando as sensações de cansaço, torpor, distensão ou de choque elétrico
são intensas, ou quando as reações aparecem muito rapidamente nos doentes
nervosos ou medrosos, a inserção deve ser mais superficial. Ao contrário, a puntura
pode ser mais profunda quando a reação se dá lentamente ou com fraca
intensidade.
3. ORDEM DE INSERÇÃO DOS PONTOS
A ordem da puntura dá-se, geralmente, de cima para baixo, ou seja, a prioridade é
para os pontos da região superior do corpo.
Quando os pontos são agulhados bilateralmente, depois de agulhado um ponto, em
seguida agulha-se o ponto simétrico.
Em nenhum caso deve-se agulhar um ponto aqui outro acolá, em ordem dispersa.
Se deixarem as agulhas nos pontos, a retirada deve ser feita seguindo a ordem de
inserção.
4. COMPORTAMENTO DURANTE O TRABALHO
Su Wen, capítulo 54....
“A mão direita deve estar bem fechada, como se segurasse um tigre;
o Shen, isento de toda a preocupação externa, deve considerar a
doença com calma, sem se distrair. Para fazer bem feito, deve-se
agulhar tudo direto, sem se desviar...”
5. OBTENÇÃO DO DEQI
Seg. Nei Jing: “o efeito do tratamento depende da chegada da energia, tal é o
princípio da puntura”.
• Deqi, ten chi, ou hibiki (Jap.) é a sensação própria da acupuntura
• Indica a chegada ou a mobilização da energia no ponto
• Deve ser sempre buscada para que a aplicação tenha um efeito satisfatório
• Através de manipulações adequadas conseguimos obter o Deqi
• Traduz-se por uma ou mais das seguintes sensações:
 Sensação de choque ou fisgada na região do ponto e proximidades;
 Dor local ou irradiada na região do meridiano punturado ou do membro
tratado;
 Sensação de que algo se desloca na direção do meridiano;
 Sensação de peso, intumescimento ou inchação no local ou no membro
ou região tratada.
• Na agulha, deve-se observar a seguinte característica, que é indicativa de que a
“energia chegou”: ela deve estar pesada e bem apertada.
Se o cabo da agulha é leve e sem resistência como se estivesse enterrada em
manteiga e o paciente não experimenta nenhuma sensação é que a energia não
chegou.
Isto se deve a:
 Má localização do ponto;
 Que a energia é retardada. Girar a agulha e esperar;
 Esgotamento da energia do meridiano (muito grave);
 Má circulação energética devido a energias perversas associadas.
6.1 COMO ATINGIR O QI ( Hou QI )
a) Procurar o Qi (Sou)
Técnica utilizada quando houver a penetração da agulha até uma certa profundidade
e não tenha ainda obtido o Qi. Nesse caso, retira-se a agulha até o nível abaixo da
epiderme (Não retira a agulha da pele), muda sua direção e a aprofunda novamente.
Para frente, para trás, direita e esquerda.
b) Massagear sobre o trajeto do meridiano (Xun An)
Quando não se percebe a chegada do Qi, massageia-se ou dá-se pancandinhas no
trajeto do Canal correspondente ao ponto, ou na região ao redor do ponto. Técnica
utilizada também para retirar agulha agarrada.
c) Apoiar (She)
Em forma de “feixe”, reunir o polegar, o indicador e o dedo médio da mão direita e
com a ponta dos dedos, pressionar forte e intermitente a região em torno do ponto.
d) Dar um “Piparote – (Tan Zhen)
Utiliza-se o dedo médio ou o dedo indicador para dar um piparote no cabo da
agulha, agitando com isso o Qi.
e) Tremer ( Chan )
Utiliza-se a mão direita e aplica sobre a agulha um tremor de amplitude muito
pequena, mas de extrema rapidez. Muito utilizado por praticantes de Qi Gong.
f) Mudar de Lugar ( Yi Wei )
Retira-se a agulha do local punturado e insere-se próximo ao primeiro local.
Normalmente utiliza-se esta técnica quando insere-se a agulha no local errado.
7. TÉCNICAS DE ESTIMULAÇÃO (tonificação, dispersão e regularização).
•
•
•
•
Tonificação: visa aumentar o fluxo de energia circulante no meridiano tratado.
Sedação: visa diminuir o fluxo de energia circulante no meridiano.
Harmonização: visa equilibrar o fluxo de energia circulante no meridiano.
Através da tonificação e sedação atuamos também diretamente sobre o órgão
relacionado com o meridiano estimulado. Esta ação se realiza sempre por
intermédio da circulação de energia. Esta ação energética alcança o órgão e
sobrepassa produzindo ações secundárias em outros órgãos e sistemas de
acordo com certas leis que estudadas como regras para o restabelecimento do
equilíbrio energético (lei dos 5 movimentos)
7.1 MODOS DE TONIFICAR, DISPERSAR E HARMONIZAR
TI CHA (Puxar – Inserir)
TI significa puxar, fazer sair
CHA significa inserir
TI CHA representa um movimento de vai e vem.
Para tonificar é preciso levar a agulha da superfície para a profundidade e viceversa, enterrando-a com força e retirando-a com leveza.
Para dispersar é preciso efetuar o mesmo movimento de vai e vem, mas enterrando
com leveza e retirando com força.
NIAN ZHUAN (Rotação)
Nian Zhuan representa um movimento de rotação que se faz cumprir à agulha
rolando-a entre os dedos.
NIAN significa girar a agulha entre os dedos, com ângulo de rotação muito
pequeno, em geral de 45º à 90º.
ZHUAN significa girar a agulha entre os dedos, com ângulo de rotação muito
grande, em geral acima de 180º.
Para tonificar, o movimento de rotação será brusco, da ordem de 45º à 90º, puxando
o polegar para si e depois levando-o ao ponto de partida.
Para dispersar, a amplitude da rotação deve ser grande, da ordem de 180º,
alongando o polegar para fora e depois trazendo-o ao ponto de partida.
HU XI (SEGUNDO A RESPIRAÇÃO)
HU significa expirar
XI significa inspirar
Tonificação: enterrar no momento da expiração e retirar no momento da inspiração.
Dispersão: enterrar no momento da inspiração e retirar no momento da expiração.
PING BU PING XIE (HARMONIZAÇÃO)
Significa metade tonificação, metade dispersão ou ainda harmonização ou
regularização. É um meio termo entre a tonificação e a sedação segundo as técnicas
de TI CHA e NIAN ZHUAN. Ou seja, enterramos a agulha e a retiramos e a fazemos
rolar de modo regular. A amplitude de vai e vem e o ângulo de rotação devem ser
médios, nem forte demais, nem fraco demais.
Quando o qi for conseguido, pode-se quer deixar a agulha, quer retirá-la.
7.2 OUTROS MÉTODOS DE TONIFICAÇÃO E SEDAÇÃO
TONIFICAÇÃO
a. Retirar a agulha lentamente e tapar rapidamente o ponto
b. Massagear e percutir o ponto antes da picada
c. Deixar a agulha pouco tempo. Pode-se retirá-la imediatamente após obtido
o deqi ou
deixá-la por mais 10 minutos
d. Utilizar agulha de ouro
e. Aplicar agulha inclinada no sentido da circulação da energia no meridiano *
DISPERSÃO
a. Retirar agulha rapidamente e não tapar o ponto
b. Deixar agulha longo tempo. Acima de 20 minutos
c. Utilizar agulha de prata
e. Aplicar agulha inclinada no sentido contrário da circulação da energia no
meridiano*
f. Pequenas sangrias
* Obs: muitos acupunturistas introduzem a agulha apontada na direção a que se
pretende produzir o estímulo.
OUTRAS REGRAS DE APLICAÇÃO IMPORTANTES
Para enfermidades superficiais utilizamos punção superficial.
Para enfermidades profundas utilizamos punção profunda.
Para enfermidades de calor utilizamos punção superficial breve, pequenas sangrias.
Para enfermidades de frio utilizamos punção profunda e prolongada.
Para enfermidades de vazio utilizamos técnicas de tonificação e moxa.
Para enfermidades de plenitude utilizamos técnicas de dispersão e ventosa.
O ângulo de inserção varia também em função do local da puntura. Pode ser:
a. Vertical (a mais empregada): a direção da agulha é perpendicular à
pele;
b. Inclinada: a agulha forma 45º com a pele. Empregada em pontos
tais como: VB20, P1, P7 e pontos do peito e das mãos;
c. Horizontal (ou subcutânea): o ângulo de 15º com a pele. Aplica-se
em locais onde a pele é delgada, no rosto e na cabeça.
A profundidade é em função da região a ser aplicada, da compleição física do
paciente e da localização da enfermidade.
f. Complicações
Segundo Nei Jing, a acupuntura está proibida em:
- antes e depois de relações sexuais; em estado de embriaguez, assim como
não se deve tomar álcool após; em estado de cólera, evitar igualmente a
cólera depois da acupuntura; depois de um grande esforço físico; tendo sede,
fome ou após grande refeição; com medo ou muito angustiado, devendo ser
previamente tranqüilizado.
Deve-se ter especial cuidado ou não aplicar nos seguintes casos:
- estados de extrema debilidade, às vezes é preferível iniciar o tratamento
com massagens, fitoterapia, etc.; em febres muito altas; em grandes
sudorações; quando o pulso é desordenado (misto de vazio e plenitude);
quando há dissociação entre o pulso e os sinais clínicos; nas mulheres
grávidas, antes do 5º mês não punturar o baixo ventre, a região lombar e o
cóccix. Após o 5º mês não punturar a região epigástrica. Evitar pontos que
provocam fortes reações tais como: IG4, BP6, E36, B60. Não fazer
dispersões fortes e manipulações excessivas.
- Pequenos derrames;
- Lesões de nervos periféricos;
- Infecção local;
- Transmissão do vírus B;
- Síncope;
- Pneumotórax.
Van Nghi cita (seg. Textos antigos) alguns pontos em que não se deve punturar
profundamente: VG17, VG22, VG24, B9, B8, VB18, TA19, TA20, E1, VG11, VC17,
VC9, VC8, VC1, R11, E30, BP11, B5, TA8, F12, E17.
Nos indivíduos magros ou de constituição delicada, nos muito fracos, em pacientes
que recebam seu primeiro tratamento, em crianças ou em qualquer caso que
requeira cautela especial deve-se dar preferência ao que se denomina puntura
simples: quando a agulha chega à profundidade desejada é retirada imediatamente
sem movê-la ou girá-la.
Em todos os casos deve-se sempre evitar a manipulação excessiva, a profundidade
desnecessária (pontos do tórax devem ser punturados com cautela, além dos já
citados) e o excesso de pontos. Deve-se desenvolver a sensatez e a sensibilidade
respeitando a constituição e a condição física - emocional - mental de cada paciente.
II.
MOXA
A moxa é a queima de Artemísia vulgaris, especialmente preparada, sobre o
ponto. Ela pode ser feita de diferentes maneiras, e o seu efeito é
predominantemente estimulador (tonificante).
a. Tipos de Moxas
- Direta - Quando a moxa é utilizada diretamente sobre a pele
- Indireta - Quando se utiliza algo entre a moxa e a pele, como sal
(principalmente no ponto VC 8, no umbigo), gengibre ou alho.
Ação das Moxas
A ação principal é aumentar o Yang e tonificar. A presença de gengibre ou
do alho aumenta este poder. O sal retém por mais tempo o calor.
Podem ser usadas para dispersar fleuma localizada, quando não há
presença de calor.
b. Ação sob a ótica ocidental
-
Vasodilatação - Aumenta velocidade circulatória local;
Ativação dos receptores de calor;
Ação química local (liberação de substâncias sobre o ponto);
Ação neuroendócrina;
Diminui a resistividade;
Aumenta a condutância no ponto.
c. Aplicação prática
Direta: Aplicar sobre os pontos, moldando com os dedos uma pirâmide de
aproximadamente 01 centímetro de lado. Colocar fogo sob o vértice da
mesma e aguardar o paciente sentir queimação, retirando então,
rapidamente.
Indireta: Utilizando o bastão, segurara-lo como se pega um lápis, acendese a ponta da moxa e quando estiver em brasa, aproximar da pele. Repetir a
pratica ate o aquecimento do ponto. Essa repetição assemelha-se a um
passaro bebendo água.
Utilizando a moxa retirada da cartela e colocando-a sob o ponto.
d. Complicações
- Queimadura local
- Sintomas de excesso de Yang
III.
VENTOSAS
São campânulas de vidro que são utilizadas à vácuo nos pontos do paciente, como
efeito de dispersão.
Têm diversos tamanhos, e podem também ser de bambu.
a. Tipos
⎡Grandes – utilizadas para áreas.
Tamanho ⎢médias - utilizadas em situações intermediárias.
⎣Pequenas – utilizadas para pontos.
Material
⎡ Plástico
⎢ Bambu
⎢Acrílico
⎣ Vidro
b. Ação das Ventosas
- Dispersão geral
- Dispersar o sangue acumulado (estagnado) para
superfície.
a
c. Ação sob a ótica ocidental
- Ativação de pressossseptores
- Edema intersticial – Diminui a condutância elétrica da região
- Aumenta a velocidade circulatória no local.
d. Aplicação Prática
-
Aplicar sobre o local criando vácuo através da introdução de
chama no interior da ventosa. Retirar após alguns minutos.
e. Complicações
-
Equimose local (Como sangue pisado)
IV.
Desmaio.
SANGRIA
Quando ocorre a estagnação de Qi nos Meridianos, ela é quase sempre
acompanhada de estagnação de Sangue, que perturba ainda mais a circulação do
Qi, tornando-se necessária a sua eliminação.
A maneira mais rápida e eficaz é utilizar a técnica da sangria.
A sangria é realizada fazendo-se um pequeno corte epidérmico (furo) utilizando uma
lanceta, agulha triangular ou mesmo agulha hipodérmica.
Quando ocorre uma estagnação em um nível mais profundo, pode-se combinar a
técnica da sangria com o uso de Ventosas, visando descongestionar o Qi e o
Sangue da região e também do Meridiano principal afetado.
a. Tipo de sangria
Pode ser efetuado com a agulha (quando o ponto sangra espontaneamente
ou colocando ventosa após a retirada da agulha – ver adiante) ou através da
utilização de uma lanceta especial para este fim (considerada agulha pelos
chineses).
b. Ação da Sangria
- Dispersar Qi;
- Dispersar sangue;
- Dispersar sangue estagnado.
c. Ação sob a ótica ocidental
- Ação neuroendócrina → lesão de células com liberação de
substâncias ativas;
- Ativação dos receptores nociceptivos ;
- Diminuição da resistividade local por perda de sangue +
líquido intersticial com alterações eletrolíticas;
- Vasoconstrição.
d. Aplicação Técnica
Aplica-se a lanceta sob o ponto desejado, fazendo um orifício na pele e
deixando-o sangrar.
e. Complicações
- Infecção local;
- Transmissão do vírus B;
- Desmaio.
VI.
AGULHAS SEMI-PERMANENTES
A agulha que permanece no corpo ou agulha enterrada provém de um
método antigo onde se deixava a agulha no lugar. A técnica consiste em fixar na
pele, no local de um ponto, uma pequena agulha e deixá-la no corpo, durante um
tempo bem longo.
Este método é utilizado nas doenças que necessitam de uma estimulação
superficial, por longo tempo. Serve, igualmente, na Aurículo Acupuntura.
VII. MARTELO DE SETE PONTAS
É um feixe de metal com pontas. Abrange uma grande superfície e excita, de
forma homogênea, uma grande superfície da pele. É manipulado com
facilidade.
Tonificação:
Uma inserção leve, com um tempo de contato agulha/pele muito breve,
produz uma pequena excitação com um leve rubor.
Sedação:
Uma inserção apoiado, com um tempo de contato agulha/pele mais longo,
produz uma excitação forte com um forte rubor e mesmo uma pequena
efusão de sangue.
VIII . ACUPRESSURA
É a aplicação da pressão sobre os pontos de acupuntura.
a. Ação da Acupressura
- Dispersão de Qi e sangue.
b. Ação sob a ótica ocidental
- Ativação dos pressoceptores
- Miorrelaxamento periférico
c. Aplicação Prática
- Pressionar com o polegar os pontos desejados.
d. Complicações
Dor e equimose na região do ponto.
IX . COMBINAÇÃO DE TÉCNICAS
a. Moxa com Agulha
A moxa é colocada sobre um pequeno anteparo que se adapta ao cabo da
agulha, ou, em muitos casos diretamente no cabo da agulha. Então é
acesa, e a agulha conduz o calor para o ponto.
Aumenta o poder tonificante da agulha.
b. Sangria com Ventosas
Após o lanceamento do ponto coloca-se ventosas que aumentam o poder
sedativo e a quantidade de sangue retirada do ponto.
Bibliografia:
Guia Prático de Acupuntura e Moxabustão
Bernard Auteroche, Editora Andrei.
Tratado de Medicina Chinesa
Xi Wenbu, Beijing, China. Editora Roca
Download

Técnicas de Acupuntura