MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS DEGRAVAÇÃO SEXTA COM DEBATE Dia: 30/05/2014 Brasília/DF 1 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS DEGRAVAÇÃO SEXTA COM DEBATE Dia: 30/05/2014 Local: Esplanada dos Ministérios Manhã: Sr. PAULO DE MARTINO JANNUZZI – Secretário de Avaliação e Gestão da Informação – Bom dia, bom dia, gente. É com muita satisfação que eu dou início aqui as nossas atividades, a nossa de Comemoração dos 10 anos de SAGI. É um evento aqui inserido dentro da Sexta-Feira com Debate, é um evento que a gente já tem há muitos anos aqui, coordenado pelo Departamento de Avaliação, e que nessa sexta-feira recebe um conjunto aqui de personalidades muito ilustres, não só ilustres, mas muito companheiros e muito próximos da gente, porque fazem parte desses, da construção desses 10 anos de história: O Dr. Rômulo Paes Sousa foi o criador da SAGI, que foi o mentor dessa Secretaria e que foi o primeiro Secretário e depois voltou ao MDS como Secretário-Executivo; temos também o Professor Roberto Wagner, hoje Diretor do Departamento de Informação do Ministério do Planejamento, que também esteve aqui em várias ocasiões, quer dizer, como Diretor dessa área de informática e de informações, melhor dizendo, dentro da SAGI e também por várias vezes Secretário Substituto, que também, enfim, sempre muito presente aqui nas nossas atividades nesses 10 anos; a Professora Laura da Veiga também Secretária aqui em um momento importante também da SAGI e, sobretudo, nas suas atividades de capacitação; e não temos aqui infelizmente a Professora, e Ex-Secretária e colega, a Luziele Tapajós, enfim, a gente dá essas titubeadas, que é Presidente, como vocês sabem, Presidente do Conselho Nacional de Assistência Social e que está no momento de transição, infelizmente ela já tinha um compromisso agendado dentro do Conselho Nacional em outro estado aqui no Brasil. Mas, enfim, agradeço também a participação aqui de todos os Diretores e toda a equipe técnica da SAGI. Esse é um evento realmente que foi desenhado para ser um evento interno de comemoração, mas também de reflexão. Então teremos nessa nossa programação um conjunto de exposições dos Diretores: Caio Nakashima; Marconi Souza; o Alexandre Pinto, substituindo, como Diretor Substituto; e a Patrícia Vilas Boas como Diretora também, no 2 período da tarde, que vai contar também com a participação do Professor Paulo Carvalho, Diretor, Presidente da Escola Nacional de Administração Pública. Bem, nós fizemos aí um conjunto de atividades hoje, na hora do almoço nós teremos aí uma antecipação da nossa Festa Junina, quem sabe já é uma antecipação, inclusive da comemoração do hexacampeonato, ainda que possamos fazer uma comemoração específica depois da Copa, e também estaremos, quer dizer, comemorando, além dos 10 anos, os aniversariantes de maior. Enfim, hoje é um dia de muitas comemorações ao longo do dia e a gente pede para vocês participarem de todas essas atividades agora pela manhã, no almoço e à tarde. Bem, eu, sobretudo, condutor com público interno, sou muito pouco objetivo, acabo me estendendo muito na fala e para isso eu e Paula acabamos escrevendo, nesse boletim, um conjunto de reflexões, que a gente pede para vocês lerem, discutirem, opinarem, porque isso aqui, vamos dizer assim, é um primeiro esboço do que a gente imagina ser um texto mais reflexivo que vai compor, que a gente imagina, um Caderno de Estudos no final do ano juntamente com as contribuições dos Ex-Secretários aqui presentes, também da Luziele, e de, enfim, naturalmente das contribuições individualizadas de cada departamento, que reflitam, de fato, essa trajetória de 10 anos e apontando também o futuro. Acho que é muito importante fazer toda essa reflexão para deixar como legado para quem vier a assumir aqui a Secretaria nos próximos anos, a partir de 2015. Então encarem, portanto, esse evento de hoje como um primeiro de um conjunto de atividades que, enfim, vai se desdobrar em algumas ocasiões ao longo do ano com diferentes tipos de entrega. Na verdade, nós já temos uma entrega, que é um novo portal, desenvolvido pelo DGI, pelo Carlos Santana e equipe, equipe do Caio, e que já começa, quer dizer, já estava em teste e agora passa a ser, a partir de junho, segunda-feira, ser o nosso site de entrada. Naturalmente o site antigo continua como uma opção, mas o site novo entra no ar a partir do primeiro acesso. Eu não resisti em fazer alguns slides, mas são bastante lúdicos, como vocês vão ver, e vai passar um breve resumo para quem sabe um convite adicional para que vocês leiam esse material. Por favor, Vítor. Nessa linha, a SAGI no mundo e no Brasil e em Brasília, pouco pretensiosos, a SAGI, no Bloco A, o ativo fundamental do setor público, a equipe técnica, política pública se faz com gente qualificada, esse é o nosso maior legado desde do início, essa preocupação que o Secretário, o Rômulo, sempre teve de conciliar uma equipe multidisciplinar com diferentes formações. Não vou citálas todas, porque com certeza vou esquecer alguma das várias formações disciplinares que temos aqui: gente com mestrado; com doutorado; com especialização; gente que tem experiência no campo extremamente importante; gente que conhece a operação dos nossos programas no campo efetivamente; e gente que, enfim, também teve outras experiências, não 3 necessariamente nos programas do MDS, mas em outras situações na administração pública. Além de equipe técnica, por favor, Vítor, nós temos a estrutura física que herdamos aqui da Secretária Luziele, instalações muito boas e que, de fato, dão, assim, alguma qualidade de ambiente para os nossos técnicos, quando os ares-condicionados, os ares-condicionados não esfriam demais e nem deixam de funcionar, é bem verdade. Enfim, a execução orçamentária, a Vilma já havia me dado os dados dos anos anteriores, mas, de fato, os dados dos anos anteriores são muito melhores do que a execução orçamentária e do que o orçamento efetivamente da SAGI, mas eu não quis, nem nos constranger, não é Paula? E nem constranger os outros Secretários, porque a gente também poderia ter dito que hoje a gente faz mais com menos recursos. Mas, enfim, de fato política pública se faz com gente, se faz com recurso, se faz com estrutura física, Vitinho, e se faz com muito trabalho. Então acho que tem um esforço acho que importante que a gente tem feito de mapear os processos de trabalho dos departamentos. Nós temos, na verdade, seis grandes eixos estruturantes, que correspondem aos quatro departamentos, mais a Coordenação de Publicações Técnicas, mais o Gabinete, então são seis grandes eixos estruturadores dos nossos grandes processos de trabalho, que totalizam 22, que talvez seja a melhor forma hoje de a gente representar, de fato, como a gente se organiza e trabalha, mais do que da lógica departamental. Naturalmente, em uma estrutura da administração pública a gente precisa de uma estrutura departamental, mas em boa medida os processos de trabalho se dão dentro das equipes dos departamentos, mas também com cooperação interdepartamental, isso acho que é muito importante. Temos hoje, ao longo desses 10 anos, mapeados pelo menos 16 categorias de produtos, serviços e entregas da SAGI, que vão, desde das ferramentas e pesquisas, como estudos técnicos, como painéis de indicadores, como cursos de capacitação, programas de formação, cooperação multilateral, enfim, é um conjunto aí acho que importante, foi importante exatamente, porque no nosso processo de implantação de um Sistema de Gestão de Atividades nós precisávamos identificar exatamente os tipos de entregas e as unidades de entrega, e é isso que estamos fazendo no sistema nosso de Gestão Estratégica está sendo desenvolvido. A linha do tempo, mostrando claramente que a SAGI sempre teve muitas entregas ao longo do período e, ao mesmo tempo que teve muita entrega, teve muita pesquisa, muitos aplicativos, ela também, a SAGI, foi diversificando esse portfólio de produtos, pesquisas, estudos, indicadores, enfim, cobrindo as várias temáticas e várias áreas programáticas de atuação do MDS. Seja pela cara do site, seja pela profundidade das pesquisas a gente vai vendo esse processo de institucionalização, e de consolidação e a robustez técnica que a SAGI veio conquistando e fortalecendo em todo esse período. Por fim, esses produtos estão no mundo, é um grande desafio e a gente coloca aqui 4 nesse folder, que acho que um dos grandes desafios nossos é mensurar, é fazer uma avaliação do impacto, do desdobramento, enfim, da efetividade, do uso, do acesso da nossa produção, do que produzimos, como isso é usado pelos nossos gestores federais, estaduaise municipais? Como é usado, consultado pela sociedade? Como isso vai e rebate na pesquisa acadêmica, no Brasil, no mundo, e assim por diante? Acho que isso é uma das grandes reflexões que a gente gostaria de fazer e de trazer para esse Caderno de Estudos de final de ano e gostaríamos muito que os Secretários, Ex-Secretários também nos ajudassem nesse sentido, fazer essa reflexão de como estamos ou não estamos atingindo quem deveríamos atingir na perspectiva que eles também têm nesse sentido. Então esse aqui é o mapa do Google Analytics, que implantamos em 2011, visualizando as consultas mensais aos nossos sites, que saíram de alguma coisa como cinco mil mês para hoje quase 60 mil consultas por mês, enfim, ao nosso Portal SAGI. E é um trabalho bem recente, que aí eu contei muito com a ajuda da Camila Menezes na constituição desse, vamos dizer assim, desse visualizador da produção científica que referencia as nossas pesquisas, as nossas publicações no Google Acadêmico. Existem, enfim, várias estratégias, a gente foi naquela aqui seguindo a cultura da casa, aquilo que é mais público, de mais fácil acesso, sem dispêndio, mas também robusto, então estamos usando o Google Acadêmico para mapear a utilização dos nossos dados, das nossas ferramentas, das nossas pesquisas e estudos ao longo do tempo e vocês estão vendo que temos muitos coautores, muita gente que cita os nossos trabalhos e alguns trabalhos muito mais citados do que outros, não necessariamente mais importantes do ponto de vista do impacto na produção das nossas políticas, mas de qualquer forma é mais uma forma de avaliar também a utilização das nossas informações. Esse quadro aqui foi retirado ontem e ele retrata que se a SAGI fosse uma revista, eu falei de você aqui, viu Camila? Já agradeci aqui, porque ela teve que se desdobrar aí nesses dias para atualizar esse portal. Se a SAGI fosse uma revista o fator de impacto dessa revista SAGI é 14, que é o impacto da Revista Brasileira de Ciências Sociais, que é uma revisa muito antiga, da área, principal revista da área das ciências sociais, que é também mais ou menos o nível da Revista Cadernos de Pesquisa da Fundação Carlos Chagas, enfim, revistas tradicionais. Naturalmente a gente espera que com a eventual inscrição, inclusive de vocês no Google Acadêmico, colocando na medida em que vocês reportem as pesquisas que vocês fazem no mestrado ou individualmente, o que a gente produz e apresenta em outros eventos, a gente vai conseguir também mapear melhor a nossa produção. E a grande vantagem disso tudo é que isso facilita a consulta aos textos de um modo geral, que é um dos nossos esforços, não é Kátia, de dar acesso à comunidade acadêmica a estudos que versem sobre as nossas políticas. Bom, na verdade, esse é o nosso grande desafio. Qual tem 5 sido, como mensurar, como captar a contribuição da SAGI para o desenho e para a gestão e reformulação das nossas políticas e programas do MDS? Existem iniciativas que fizemos, estudos encomendados, qualitativos, que estão na Cadernos 13 com a Anne Kepple e o Otavio Dulci, não é Alex? E temos que fazer algum tipo de reflexão também nesse sentido, muito mais qualitativo do que propriamente quantitativo, na medida em que, de fato, nós não fazemos qualquer tipo de acompanhamento por uma escolha talvez política institucional, sobretudo, mas também pela dificuldade de saber o que de fato dos resultados de pesquisas se eles eventualmente estão impactando lá na ponta na reformulação dos desenhos e dos nossos programas. Por fim, a nova porta de entrada com novas funcionalidades, bastante interessante, você pode definir aqui, enfim, qual é o seu, o município de referência para o qual você tem mais uma facilidade de acesso a um conjunto de relatórios e de pesquisas, podendo, inclusive escolher os favoritos para você e assim por diante, é bastante interessante esse esforço aí do DGI. E, por fim, a página Conheça Mais a SAGI, que já existia, e nós agora com o folder, com vários artigos, documentos, a Memória Institucional, isso é uma página para guardar a Memória Institucional, tudo que a gente está fazendo aqui, de alguma forma, vai reverter aqui. E nesse ano, em especial, criamos esse grupo de informações, onde estão, então, a linha do tempo, esse boletim especial, a referência, as citações do Google, aqui você apertando ali você vai no Google direto, tem um link para ver aquele quadro, e as estatísticas de acesso ao Portal SAGI, que vai ser atualizada a cada vez uma vez por mês, é isso. Parabéns a todos nós, Secretários, Técnicos, Diretores, Coordenadores, Consultores também, que sem eles a gente também não teria feito essa trajetória tão exitosa e reconhecida por vários agentes, reconhecidas pelos prêmios que temos recebido. Recebemos nessa história de 10 anos três prêmios: o prêmio, em 2007, que é o Prêmio do Sistema de Avaliação e Monitoramento, quer dizer, a inovação institucional que foi a SAGI enquanto Unidade de Monitoramento e Avaliação, bastante inédito o desenho da SAGI, vocês sabem disso; depois recebemos um outro prêmio, em 2012, do Censo SUAS, desculpa, 2011, o reconhecimento do Mérito do Censo SUAS como estratégia fundamental para auxiliar a estruturação do Sistema Único da Assistência Social; e esse ano recebemos o prêmio do reconhecendo o esforço que foi feito pelo Departamento de Monitoramento, de Estruturação de um conjunto, não só do Departamento de Monitoramento, o DGI também, de construção, de ferramentas e indicadores para o Plano Brasil Sem Miséria. E aqui estão os dois certificados. Esse aqui a gente conseguiu sequestrar ontem, a Simone Albuquerque não queria liberar isso aqui, esse troféu do Censo SUAS, que teve muita participação também, enfim, do seu mentor aí, dos seus mentores, o Roberto Wagner e do Caio. Bom, é isso, gente, que eu queria, falei que eu 6 não ia falar muito, mas acabei falando, mas nós vamos passar agora, então, na nossa programação às exposições dos Diretores. Eu acho que para conforto dos nossos convidados e Diretores eu vou pedir, chamar um por vez aqui para fazer uma apresentação de 10 minutos retratando um pouco essa linha do tempo e, tanto quanto possível, já apontando aonde estamos, e para onde vamos, e os desafios de onde chegar nessa trajetória. Eu queria finalizar agradecendo a vinda aqui do Antônio Henriques, que teve um papel muito importante como Chefe de Gabinete, sempre muito querido aqui pela equipe, e não foi à toa que a gente fez esse convite para ele. Convidamos outras pessoas, infelizmente não puderam vir. Digo, uma pessoa que deveria estar aqui por todos os méritos também nesse tempo todo de SAGI e também para a organização desse evento, que é o Carlos Eduardo, o nosso Chefe de Gabinete, mas hoje ele teve que ficar lá, enfim, está com a menininha dele doente, infelizmente ele ficou muito chateado, mas ele teve que ficar em casa dando um apoio lá, eventualmente ele ainda vem, passa aqui, se for possível. Mas queria também agradecer toda a equipe ali do Gabinete, a Camila Alves, que ajudou, assim, e que concebeu todo esse arranjo bonito que a gente tem aqui, ela é sempre muito cuidadosa nisso; a Camila Menezes; a Magna também; ao Ulisses; a Ana, enfim, que também carregaram o piano para a gente estar aqui nesse momento; e toda a equipe do DFD também, a Kátia Ozório, Tarcísio Pinto, a Roberta Peleia, o Vítor, enfim, toda a equipe, que também ajudou a conceber esse material gráfico que a gente está apresentando para vocês. Por fim, nós vamos depois durante o nosso almoço estar entregando aqui a canequinha de 10 anos SAGI, infelizmente a gente não vai conseguir distribuir para todos, a gente pode passar uma lista de adesão a posteriori, mas para ficar o registro desse... Na caneca não tem nada, mas para não passar em branco as flores a gente fez aqui esse marcador de página com ímã, com todo o esforço manual e a criatividade que a nossa equipe tem. Muito obrigado. E aí eu já passo para a apresentação, eu acho que o primeiro é o Caio. Aqui Vitinho qual que é o primeiro? Vamos seguir a programação, é você, Alex? Quem que está aqui? Marconi. Marconi, vamos lá? Você começa. Eu falei para todo mundo: olha, isso é muito informal, para os Diretores, tal, e realmente o Marconi levou a sério que era muito informal, não é Marconi? Não ficou legal. Era muito fashion, não é Marconi? Gente, acabei esquecendo de comentar para vocês que nós já estamos lançando hoje a Revista Brasileira de Monitoramento e Avaliação nº 06, é a última de 2013, portanto, estamos em dia com a revista, com vários artigos interessantes apresentados no Seminário da Rede Brasileira de Monitoramento e Avaliação do ano passado, e também relançando os Cadernos 16 com a síntese das pesquisas de 2011 para cá, um conjunto aí de 60 pesquisas que fizemos nesse período sistematizadas aqui naquelas fichas que por outras duas ocasiões publicamos o 7 Caderno 05, e depois os Cadernos 13 e agora os Cadernos 16. Lembrando também que a gente tem um folder institucional que está na página do Conheça Mais a SAGI, na Revista Brasileira de Monitoramento Avaliação tem um artigo do Rômulo e da Ex-Diretora de Avaliação e Monitoramento, Professora Jeni Vaitsman, que descreve o processo de criação da SAGI e, portanto, faz parte dessa memória institucional que temos e também uma própria entrevista do Rômulo nessa Revista Brasileira de Monitoramento nº 03, em que também o Rômulo faz uma reflexão oito anos depois de criada a Secretaria e dos seus desafios. Obrigado. Marconi. Sr. MARCONI FERNANDES DE SOUZA – Diretor do Departamento de Monitoramento – DM/SAGI/MDS – Bom dia. De fato eu não tive condições de preparar uma apresentação específica para essa festividade, mas no caso eu vou falar de quatro anos do Departamento de Monitoramento, apesar de estar inserido nas atividades da SAGI, o Departamento de Monitoramento é o departamento caçula e que veio parte do reconhecimento da necessidade de se trabalhar exclusivamente com indicadores e a matéria do monitoramento. Então para exemplificar melhor e depois fazer um pequeno balanço das nossas atividades, o que nós fazemos no Departamento de Monitoramento? Em outubro de 2011, eu acho que quando eu cheguei, quando o antigo Diretor Henrico também chegou no Departamento, ele estava estruturado na elaboração de modelos lógicos dos programas e nos fluxos de gestão dos programas do MDS auxiliando as áreas fins, visualizaram onde tinham gargalos de gestão interna no MDS, que eram aqueles fluxos que tinham pregado nas paredes do Departamento de Monitoramento. E a gente começou a trabalhar mais decisivamente na manipulação de microdados, seja base de dados do Sistema Estatístico Nacional, seja pesquisas do IBGE, pesquisas domiciliares, pesquisas agropecuárias, seja nos registros administrativos dos programas do MDS e de programas do Plano Brasil Sem Miséria. Ou seja, passamos efetivamente a trabalhar diariamente, o tempo todo vendo o dado rodando na tela em cima das bases de dados dos programas e das pesquisas do IBGE. Então um primeiro eixo de atuação é a construção de indicadores, mas a construção de indicadores não simplesmente é extração, a seleção deles espalhado aí na internet pelos órgãos produtores das estatísticas, mas trabalhar diretamente com microdados das pesquisas e registros. Para fins de utilização desses indicadores, a gente iniciou a alimentação de um banco de dados, que a arquitetura dele era baseada na MI Social, a gente fez algumas adaptações e passamos a fazer a gestão desses banco de dados para serem utilizados em aplicações com fins de monitoramento, não aplicações com fins de disseminação da informação, gestão da 8 informação ou acesso à informação, aplicações que façam o uso do indicador para fins de monitoramento ou mais especificamente monitoramento analítico. Teve o desenvolvimento dessas aplicações com o Johnny, o desenvolvedor que foi para o DM, que ele desenvolveu uma aplicação de painéis de indicadores, e também o Data Social. A gente também teve o outro eixo de atuação que são dos estudos técnicos e, por fim, os estudos avaliativos. Os estudos técnicos são consolidação de Power Point, trabalhos pontuais que a gente desenvolve e que mereceriam ter um registro um pouco mais aprimorado na forma, não de uma nota técnica, mas de um estudo, ou seja, na correria do dia a dia, trabalhando com os indicadores, fazendo análise surgiu essa linha editorial criada pelo Paulo, que são os estudos técnicos, até então acho que a gente já deve ter escrito mais 20. E, por fim, os estudos avaliativos, os estudos avaliativos, eu entendo, que eles ocupam o bloco mais importante dessa atividade dos últimos quatros anos do DM, por quê? Porque nesse hábito que a gente criou de computar indicadores todo mês, todo mês puxar o Cadastro Único, 130 gigas da base corporativa, rodar os indicadores, integrar com e-mail, com outras diversas fontes de dados, a gente foi vendo a possibilidade de construção de painéis longitudinais, ou seja, acompanhar no tempo beneficiários, usuários das políticas sociais mês a mês no Cadastro Único, na folha de pagamentos do Bolsa Família e nos outros registros de programas. Então acredito que a grande cereja dessa história da atividade do DM nesses últimos quatro anos é os estudos avaliativos e que a gente teve a felicidade de lançar o primeiro com base nos indicadores antropométricos dos beneficiários do Bolsa mês passado, que é o estudo avaliativo com base no SISVAN, que coleta os dados de peso e altura das crianças beneficiárias do Bolsa pelo sistema de condicionalidades. A gente fez a integração desses dados com o Cadastro Único e pôde acompanhar a evolução desses indicadores todos de 2008 a 2012, vendo qual que foi a evolução na melhora nos indicadores de desnutrição e obesidade, está no site da SAGI o Sumário Executivo. Então aqui nesses slides eu estou meio que explicando como é que foi estruturada essas atividades, então o nosso banco de dados de indicadores hoje conta com mais de 1.700 variáveis de diversas fontes de dados e que são atualizados mensalmente, periodicamente, a maioria deles. Aqui a cara mais ou menos do nosso gestor de banco de dados, criamos um sistema de sinaleiras para dizer se o dado está atualizado ou não, e isso em relação, não à data de referência do indicador, mas em relação a sua disponibilização. Por exemplo, a RAIS, a RAIS a gente tem o dado de 2012, está atualizado? Está atualizado. Mas quando é que sai a RAIS 2013? Só em novembro desse ano, vai chegar novembro desse ano, ele vai ficar vermelho lá no nosso banco e a gente vai e atualiza. Está aqui a gestão do metadado que a gente herdou do DGI, só que aprimorou em alguns aspectos. A gente criou 9 um sistema de upload de dados, que a nossa interação completa com o banco de dados é por meio de arquivos em Excel, ou seja, não precisamos de tecnólogos da informação para dar carga no banco de dados, precisamos de compor a nossa equipe de especialistas e indicadores, sociologia, economia, cientista político, mas que ao mesmo tempo dê conta de fazer a gestão de um banco de dados. Deixa eu passar aqui. Aqui as nossas aplicações, como eu tinha dito, o Johnny foi para o DM, a gente desenvolveu o MONIB, que é um painel de indicadores de monitoramento; o Data Social, que é uma ferramenta que pega esses diversos indicadores de diversas fontes de dados, concentra em um lugar só e que tenha uma relação, uma interface com a execução das políticas sociais, que permita que os gestores municipais e estaduais entrem em um lugar só e sejam capazes de fazer diagnósticos municipais e ver o acompanhamento desses indicadores em uma só plataforma, em vez dele entrar na RAIS, depois entrar na previdência, depois entrar na saúde, ele entra no Data Social e tem um conjunto mínimo de indicadores que o permita fazer um pequeno diagnóstico municipal do seu município. E, de fato, a gente já tem conhecimento de estados que tem aplicado essa metodologia e usado o Data Social como fonte para orientar os técnicos municipais e estaduais a montarem diagnósticos. Certo. E um outro produto que aqui é mais visual, fica mais fácil de ver, que ali são os boletins, ali no canto esquerdo, esse eu acho que também é outra cereja dessa história dos últimos quatro anos do Departamento, por quê? Porque se tratou de traduzir os conteúdos e conceitos numéricos, que são os indicadores, em textos, então a gente desenvolveu umas macros que conseguiam montar textos que se alteravam conforme a alteração dos indicadores, permitindo, dessa forma, que o gestor interpretasse o sentido e o que significa o indicador a partir da interpretação de um texto e não de uma série de tabelas ou gráficos, que às vezes mais afasta o gestor, principalmente o municipal, do conteúdo de monitoramento e indicadores, do que o aproxima. Isso foi muito reconhecido na premiação do Prêmio ENAP, porque a inovação teve nesse sentido, você aproximar um conhecimento que é estritamente técnico, que muita gente fala que é tecnocrata, usa o termo: “Muito tecnocrata ficar usando tabela.” E, de fato, o gestor na ponta, que está no dia a dia ali, ele precisa desse conteúdo mais mastigado para ele conseguir ir criando uma cultura de acompanhamento de indicadores e de monitoramento. Esse foi o nosso esforço. Então com base nesse trabalho com essas mais de 1.700 variáveis, que a gente carrega no banco, e os subprodutos disso no nosso dia a dia, processamos nas nossas máquinas, aqui eu tentei mais ou menos mostrar isso, esse trabalho com os indicadores, ele alimenta o nosso banco de dados que, por sua vez, alimenta os painéis de indicadores, o Data Social e os boletins municipais e, para além disso, esse aqui são os estudos técnicos, nos permitiu trabalhar na lógica de 10 integração de base de dados para fins de fazer estudos analíticos longitudinais, ou seja, fazer a avaliação de políticas públicas com base nos registros que a gente já tem. Então está ali, você faz a integração desses dados, que a gente já usava para computar indicadores e de certa forma cada vez mais específicos, como, por exemplo, quantidade beneficiários do Bolsa Família que é Microempreendedor Individual, a gente rodou para abril 400 mil. Então um indicador específico que veio dessa estratégia de integração de dados e com o tempo nos permitiu visualizar que nós poderíamos fazer a avaliação de políticas públicas com base nesses registros, a gente saiu do cômputo de indicadores para ver que a gente conseguia montar painéis longitudinais. Aí finalizando acho que é isso, acho que esse é o balanço dos quatros anos, não sei se me estendi demais. Obrigado. Sr. PAULO DE MARTINO JANNUZZI – Secretário de Avaliação e Gestão da Informação – Está ótimo. Vou passar agora para o Caio. Ah, o Alex? Está bom. Sr. CAIO NAKASHIMA – Diretor do Departamento de Gestão da Informação – DGI – SAGI/MDS – Apagaram a minha apresentação? Ah, está aqui. Paulo já faz algum tempo que se fala para apresentar um balanço dos 10 anos da SAGI. Até ontem à noite não sabia o que falar, aí eu falei: fale 10 anos em 20 minutos. Poxa, o que eu vou falar? Até ontem pedi para o Paulo: Oh, dá para não falar? Confesso que estava com alguns problemas e queria não falar hoje, e aí quando comecei a escrever isso ontem à noite deu mais de 30 transparências, quatro páginas, e agora o Paulo disse que são 10 minutos, então espero... Sr. PAULO DE MARTINO JANNUZZI – Secretário de Avaliação e Gestão da Informação – Não, 20 minutos. Sr. CAIO NAKASHIMA – Diretor do Departamento de Gestão da Informação – DGI – SAGI/MDS – São 20 minutos mesmo? Então está bem, vamos ver se eu consigo falar em 20 minutos. O que eu posso falar de 10 anos da SAGI? Tem muitos ganhos, muitas perdas, vou começar pelas perdas. Dizer, eu perdi nesses 10 anos quase 20 quilos e perdi meus cabelos brancos. Confesso que quando vim para cá, quando cheguei aqui tinha muito cabelo branco e estava 20 quilos mais gordo e graças ao ambiente daqui, graças a todo o trabalho eu consegui emagrecer 20 quilos e perder meus cabelos brancos, não sei como, mas acho que é o ambiente, e não tinjo o cabelo. Aproveitando, como que cheguei aqui? Sou professor, sou professor de uma universidade lá do Paraná e lá em um encontro etc., conheci alguns outros 11 professores e por acaso estava aqui em Brasília lá por abril, março ou abril de 2004, até que encontrei mais um colega, e daí: “Oh, você não quer trabalhar aqui, lá no Ministério não sei das quantas que trabalha lá com Bolsa Família?” Não fazia a mínima ideia do que era isso e eu queria dizer não: Não, não quero trabalhar; mas antes de dizer não eu fui perguntar, oh, vamos perguntar lá em casa só para ter certeza, para dizer: oh, não vou trabalhar aqui, porque minha família não quer. Na hora que eu ligo lá, na época minha namorada, digo: Oh, eu recebi um convite tal e o que você acha? “Pode aceitar.” Falei: Como? Ela nem perguntou o que era, como era: “Não, pode aceitar.” Não teve jeito, eu aceitei e desde lá, desde então de março, abril a gente começou a trabalhar no andar de cima aqui e o interessante, não tinha computador, não tinha mesa, aliás, mesa tinha, mas não tinha quase nada para trabalhar. E nisso... Oi? Eu não lembro quanto que eram, mas no Departamento só tinha eu e o Roberto. Eu não pude conhecer todo, aliás, só conheci depois, não lembro se eram 15. E nisso Roberto mandou: “Oh, leia isso, leia aquilo.” Só era passado uma semana lendo um monte de material que eu não entendia bulhufas, até que caiu na mesa um CD, assim, CD ou DVD, Antônio Claret disse: “Oh, dá uma olhada nesse CD.” Pois bem, e em uma dessas leituras não sei das quantas o grande debate que tinha era: Quantas famílias eram atendidas pelo Bolsa Família no Brasil? E ninguém sabia direito esse número, esse número era muito controverso. Abrindo o CD, explorando, tinha esse número, esse número maravilhoso, tinham tantas famílias no Brasil que eram atendidas, e, além das famílias, tinha o nome das famílias, tinha o endereço das famílias, tinha tudo. E nisso, oh, vamos continuar fazendo uma forma de visualizar esses dados das famílias, vamos criar uma visualizadorzinho, e aquilo que eu chamei de visualizador o Rômulo disse: “Não, isso aqui é um produto, isso aqui é algo que dá para ganhar alguma coisa, dá para divulgar alguma coisa, dá para ser útil para a sociedade.” E nisso surgiu o SAGITEC, um trabalho, nem lembro quem que fez, mas o Rômulo e o Roberto: “Oh, faça um manual, faça um folder etc., e que faz mais um resumão.” Isto, um resumão, que fazem gráficos, buscava família, buscava um monte de informação e interessante, e era tudo off-line, e tudo começou com um notebook emprestado do CNPq que a gente dividia entre as pessoas que estavam lá. Era um notebook entre eu, Marcelo e o Roberto, cada um dividia um tempo. E interessante, que quando chegaram os computadores a gente não podia usar a rede, porque a rede era do Ministério, desculpa, do Planalto, aí não podia usar e-mail, não podia usar isso, pela segurança disso ou segurança daquilo, e o Marcelo Gadelha achou um servidor de e-mail chamado Garfield.com e por que é Garfield? Porque qualquer servidor de e-mail que era Gmail, Yahoomail, quer dizer, qualquer coisa que tinha e-mail barrava, o proxi barrava. A gente não podia, então, consultar os nossos e-mails 12 fora, a gente não tinha e-mail aqui, porque era tudo temporário, aquelas coisas, até conseguir ser nomeado, então fica meio que incomunicável. E através desse Garfield e-mail a gente pôde nos comunicar aqui dentro. Aqui estava a tela do SAGITEC lá, até tinha uma forma de diversionamento que o Roberto inventou, que até hoje não entendi, não entendo, mas, você veja, tem dados de julho de 2004 e se podia ter várias consultas por estado, por município, por NIS, por nome e se vocês, que são mais modernos, que estão mais recentes aqui, é o mesmo conceito que tem hoje no SECAD, quer dizer, o SECAD, isso aí praticamente faz a mesma coisa com a diferença que isso aqui era do Bolsa Família e a SECAD é do Cadastro Único. Um detalhe, isso aqui não funcionava on-line, quer dizer, como não funcionava on-line? A gente não tinha servidor, a gente só tinha computador e um notebook lá do CNPq emprestado, então rodava tudo meio que em um CD, a gente fazia num CD, instalava e rodada. Com a estratégia do Rômulo: “Oh, vamos divulgar isso não sei das quantas.” Tinha que começar a instalar em Call Center, Call Centers do Ministério, que tinham que atender lá os beneficiários, as famílias, os gestores, e isso aí a gente começou a instalar em vários Call Centers. O trabalho não era instalar, o trabalho era atualizar, porque era um CD, então todo mês vinha um CD novo lá destas coisas. E gera também, e começou também a gerar problema. Que tipo de problema? Em um dos encontros o nosso Ministro Patrus Ananias disse: “Olha, o número de famílias do Bolsa Família é tanto.” E nesse mesmo encontro o Lula disse: “O número de famílias do Bolsa Família é mais que tanto.” Ou seja, era diferente, e vai explicar essa diferença. Então a nossa ferramenta dava um número e a ferramenta, que é o número que o Lula tinha, era outra. E aí começou a surgir uma outra coisa, mas vamos seguir ali, já explico essa outra coisa. Ah, vocês vejam o nível de detalhe, tinha NIS, tinha endereço e revendo isso aqui me lembra muito o que nós temos hoje, quer dizer, mas isso era lá em 2004 que era só essa primeira ferramenta. Ah, pois bem, antes de falar da solução do Lula, surgiu outra dúvida, outra pergunta, o Patrus queria saber quem eram as crianças do PETI e quanto eram as crianças no PETI, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, lá que está sendo extinto etc., mas queria saber quem eram e quantos eram. Vai descobrir como que é esse número. Eu, Rômulo e Roberto: “Descubram, dão um jeito.” E aí surgiu, aí hoje fazendo essa retrospectiva surgiu a nossa primeira ferramenta de coleta de dados, que inclusive quem fez isso na época foi o Davi, Davi era recém-formado, chegando aqui e fizemos. De menor, exato, ele fazia parte do PETI, ele, Cadu e o Marcelo. É onde a gente conseguia. Oi? Traficados pelo Roberto, aliciados por Roberto e eu que fazia lá a gestão da coisa, a exploração. Então eu tinha o nome do responsável, o nome do dependente, os dados do dependente e cada responsável podia colocar vários dependentes lá no sistema. E como 13 que esta coisa chegava lá no município? O município levava um CD ou baixava um sisteminha, se preenchia os dados off-line, não precisa de internet, ele podia exportar os dados e enviar via e-mail e a gente consolidava esses dados aqui. Bom, mas isso é simples, tudo bem, mas de novo, nós estamos falando tudo 2004, não é hoje, são 10 anos atrás, e geravam os relatórios, relatórios de responsável, dependente, tinham vários relatórios. E depois que passamos essa informação para o Patrus e fechamos o sistema, dois anos depois tinha gente lá ligando para ele: “Oh, vem dar manutenção nesse sistema. Onde está o sistema não sei das quantas?” Até que começamos a mudar o nosso telefone para não atender mais o pessoal. Manda mais uma. Ah, esse aqui foi, quando abri esse aqui fiquei assustado, com certeza vocês não imaginam que a hora que a gente distribui um dado, um CD lá para o município, um sistema para o município, o município vai saber usar isso do dia para a noite e nisso sempre tinha lá o Davi, o Cadu, o Marcelo, o pessoal, a Sara, tinha que atender ao telefone para receber, para dar suporte para o pessoal. Nós tínhamos, então, um sistema para registrar quando que o cara ligou, quem atendeu, qual foi dada a resposta. Então a Patrícia nos ajudava bastante em poder dar suporte ao pessoal, tínhamos um Call Center só para o tal do SAGI e PETI. Opa, ah, até hoje, quer dizer, uma das frases que nos nortearam, uma que o Rômulo sempre falava: “Temos que ser relevantes à política. Se caso não sejamos relevantes, a SAGI ou a DGI vai desaparecer.” Então sempre tentamos inovar, tentar estar à frente do tempo e o Roberto sempre falava: “Olha, tem que estar à frente, porque senão vamos ser atropelados.” E lá em 2004 a gente tentava fazer um visualizador do Bolsa Família, quer dizer, estava fazendo não, fizemos o visualizado do Bolsa Família funcionando em celular, usando uma tecnologia, acho que ninguém já conhece, chamada WAP. Até hoje não conseguimos emplacar essa solução, porque demos solução hoje, agora em Android, mas pouca gente usa ainda. E aí a gente tem endereço, quantidade de endereços em branco, tinha quantidade de benefícios, tinha toda informação funcionando em celular já em 2004. Bom, em 2005, 2004 e 2005 inventaram a tal da Marcha dos Prefeitos, aí de repente o Rômulo diz: “Olha, preciso saber o que acontece em tantos municípios do Brasil.” E nisso surgiu a tal, daquilo que o Marcondes falou, da MI Social, Matriz de Informação Social, versão 1.4, que existe até hoje. Hoje quem dá a manutenção na nossa matriz é o Carlos Henrique, mas tem quantas matrizes, Carlos? Mais de 10 matrizes espalhadas por aí e essa era a versão, a cara da versão número um. E vocês vejam que o conceito continua o mesmo, mas mudou o layout da matriz, que era uma forma de mostrar os dados de um conjunto de municípios de todos os programas sociais. Esse também deu várias discussões, quer dizer, o Roberto queria que mexesse aqui, mexesse ali, não sei das quantas, até que chegou um ponto: Oh, para de mexer. A hora que parou de 14 mexer começou a entrar vários dados, quer dizer, possibilitou isso que o Marcondes, o Marconi fala de várias outras ferramentas, várias outras soluções em cima desta base de dados. E algumas coisas que a matriz fazia já naquela época, georreferenciava, dava histórico, esse tipo de coisa, que até hoje está disponível e foi aprimorando-se. E aí está, então, o DiciVIP, uma frase, antes de falar do Dici-VIP, primeiro, porque, aliás, por que do Dici-VIP? Isso aqui foi a solução dada para o conflito entre o Lula e o Patrus. Qual que é a ideia do DiciVIP? Explicar a variável, estávamos preocupados até um certo tempo em mostrar o dado: tantas famílias são atendidas pelo Bolsa Família, mas tantas famílias em que condições? Famílias que receberam? Famílias bloqueadas? Famílias desbloqueadas? Quer dizer, então eu tentei explicar aqui qual o significado do número. Então é um dicionário de informações, variáveis, indicadores e programas, e aí é o nosso acervo de dado, de metadado. Então vários indicadores e várias formas de consulta dele. A ordem do Roberto na época: “Coloque todas as fontes, todas as variáveis e estende-se aqui no Ministério aqui dentro dessa ferramenta.” E o Luiz Otávio, que é um Coordenador hoje lá da Assistência Social, disse: “Eu odeio esse VIP, eu odeio o que o Roberto mandou fazer.” E aí depois eu explico o porquê, quer dizer, ele, já pensou em pegar um questionário, quer dizer, 700 variáveis, 100 variáveis, ficar escrevendo questão por questão aqui, quer dizer, é um trabalho, não sei, não sei colocar o adjetivo. Esse aí, algumas coisas que não deram certo, antes tinham calculadora de indicador dinâmico, então você podia montar lá on-line algumas coisas. Então essa foi uma ferramenta que eu descobri lá nos meus arquivos, que não deu certo, não continuou, mas era uma ideia que tinha na época. Bom, esse aí que nem uma folha dessa, caiu na minha mesa um dia onde o Roberto diz: “Oh, faça um questionário eletrônico disso aí.” Não sabendo o que era, fomos fazer o questionário eletrônico. O Thiago está aí? Thiago não, não é? Está bem, vamos lá. E aí eu e o Thiago começamos a trabalhar nesse questionário e na falta de recursos etc., vamos começar a fazer um modelo etc., como fazer esse questionário. Só destaco uma data, 21/05/2007, aonde fizemos modelos baseado nas regras da Academia, como tinha que ser normalizado, criado tabela etc., um monte de tabela para poder atender o questionário, até que um mês depois, 21/06, a gente descobriu o que é Assistência Social. Assistência Social é um pessoal que discute bastante, muito aguerrido, mas não sabe o que quer, então eles debatem muito. Então para poder colocar em um lugar, em uma engenharia algo amorfo a gente teve que fazer uma arquitetura também que comporte isso. E esta coisa fez surgir o primeiro Sistema de Monitoramento do CRAS, que é o Censo CRAS, nisso surgiu o Censo CRAS. Aí tinha, isso aqui é a nossa primeira ficha de monitoramento, que está funcionando até hoje. Ah, como a coisa acontece? Quer dizer, a gente está pensando em autenticar etc., e a briga da 15 Assistência Social chegou em uma época em: “Por que meu CRAS não está aqui? Poxa vida, meu CRAS não tem que estar aí.” Falei: Poxa, a gente está preocupando em engenharia, o pessoal está preocupado em aparência. Mas a gente aprende a trabalhar com eles. Algo bacana nesse processo, a gente aprendeu a monitorar o processo, então a gente não sabia o que o pessoal estava preenchendo, quanto que estava preenchendo, o que faltava. Então começamos a ter um monitoramento de: quantos CRAS estão preenchidos, quem preencheu, quem não preencheu, quantos faltam? E é uma coisa que a gente faz por ignorância, hoje eu não faria, por exemplo, esse tal Termo de Adesão e Opção, é isso? Eu não lembro o que era. Era isso? Era, não é? A Francisca, inclusive trabalhava do outro lado, nós trabalhávamos do lado de cá. O que era esse tal? Era a distribuição de mais de R$ 1 bilhão, era mais de R$ 1 bilhão para os municípios, não sabia o que era, vamos fazer, depois que me contam: “Olha, você está distribuindo R$ 1 bilhão para os municípios, é o Termo de Adesão, quem aderiu, quem não aderiu, quando aderiu, quem é responsável etc.” A gente estava monitorando on-line cada município que fazia isso. E, inclusive isso aqui foi a razão de compra dos nossos televisores, a gente comprou vários televisores para poder monitorar o processo de preenchimento do CRAS, do CREAS e assim por diante, e podia entrar por estado, por município essas informações. Pois bem, o monitoramento do CRAS, ou seja, a pergunta que veio, que surgiu esse monitoramento, que o Roberto só me contou depois, é porque o Patrus queria saber onde estavam os CRAS e quantos eram. Pois bem, a gente descobriu e a gente descobriu também um CRAS lá na 204 Norte, é o CRAS. Como que descobriu isso? Através do questionário georreferenciando, usando a ferramenta de georreferenciamento. Poxa, tem um CRAS aqui perto, aqui, onde que é? Fomos lá ver e tinha um CRAS ali mesmo, lá na 204 Norte. Nem tudo era maravilha. Pois bem, um dia querendo sair de férias, saí de férias, não dissemos, não lembro quem que que é, simplesmente apaguei todo o diretório de aplicação e fui embora, aí quem ficou se ferrou aqui para tentar recuperar. Passado um tempo, não só o diretório de aplicação, todos os nossos servidores foram embora, parou de funcionar os servidores. Tínhamos o quê? Quatro servidores que tínhamos comprado, inclusive destaco que nossos servidores tinham, o maior servidor tinha dois gigas de RAM, é o quê? 300 gigas de disco, dois gigas de RAM, quer dizer, e os servidores que rodavam essas coisas, parou. E aí o pessoal tentou lá ligar, não sei das quantas, e não funcionou. Vamos fazer uma promessa? Vamos. Vamos dá uma cesta básica lá para o pessoal? Não ligou a máquina. Vamos dar uma cesta básica e um peru? Não deu certo. Até que prometemos: Oh, vamos fazer um jantar de Natal lá para a instituição que o Cadu ajudava, nisso ligou, e aí está agora a nossa promessa cumprida. Estava, o Rodrigo também ajudou, o Cadu, o Fred, mas foi uma ação que a gente 16 fez graças à falta de funcionamento, ou a volta do funcionamento de um servidor lá de aplicações lá. É a mesma foto. Outra preocupação que nós tínhamos e ainda temos, acho que o Paulo lembra bem, é quem que usa as nossas informações? E aí de repente estava em um evento, eu não lembro aonde que era esse evento, e aí uma gestora local começa a dizer: “Olha, faço isso, faço aquilo, não sei das quantas e aqui estão as minhas, as fontes de gestão local.” E está a nossa matriz de informação, Relatório de Informações Sociais, que é uma das ferramentas que o Marconi mostrou, o IDV e o Cadastro Único, quer dizer, mesmo não sabendo, tem muita gente utilizando, quer dizer, mesmo, talvez não estando naqueles mapas do Paulo tem muita gente utilizando. E o que me dá uma grande frustração de trabalhar na gestão da informação, a gente trabalha e trabalha, Marconi tem mais de duas mil variáveis, o Carlos lá trabalha acho que não sei quantas mais mil variáveis, e sempre pedem o que não temos, em vez de pedir o que nós temos. “Não, Caio, tem aquilo?” Ah, não, não temos, mas é o grande desafio, quer dizer, se caso não existisse isso talvez não durasse tanto tempo. Mas por outro lado tem gente que não sabe e usa as nossas informações. Pois bem, dando agora um pulo para o outro lado: como utilizar a informação, essa informação de uma forma útil, não, não é útil, de uma forma diferente? Pois bem, o Paulo trouxe um desafio o seguinte: “Olha, precisamos instalar alguns equipamentos no Brasil.” Eram 600 equipamentos mais ou menos. “Vamos ranquear quais os municípios que tem que, quais municípios, qual prioridade para distribuir esse equipamento?” Pois bem, posso classificar um município? Não, não posso. Por que não pode? Porque um município pode ter, por exemplo, aqui oh, vocês estão vendo, quatro equipamentos. Então o equipamento não é do município, quer dizer, não é um equipamento por município, o município podia ter um, dois, três, quatro, tantos quanto quisessem, então eu tinha que comparar um equipamento de Recife com os equipamentos de São Paulo, com os do Rio de Janeiro, com os de Porto Alegre, e assim por diante. Como fazer isso? Então com os dados que o Paulo conseguiu pegar do IBGE de pobreza por setor censitário e com os dados do Censo, que nós capturamos, o que foi possível fazer? Pegar com RAIS de um, dois e cinco quilômetros e verificar quais eram os indicadores daquela posição geográfica em relação aos dados do IBGE de forma ponderada. Pegando esse dado, colocamos essa coisa em um classificador e o resultado a gente consegue ver, pegar dados do Censo, dados da Assistência Social, dados do Cadastro Único, e verificar aonde está mais adequado, segundo os critérios que os gestores escolhem, a aplicação de Centros Desportivos. E isso foi extrapolado também para Mais Médicos e estamos esperando que o pessoal entenda ou possa absorver essa tecnologia para usar em outras soluções também. Está bom. Oh, isso aqui é a razão que eu perdi os meus 20 quilos, então o pessoal daqui tem um 17 clube de corrida, hoje quem está ajudando bastante é a Francisca, quem quiser participar junto com o pessoal, não é da SAGI, nem do DGI, é do MDS. É isso. Sr. PAULO DE MARTINO JANNUZZI – Secretário de Avaliação e Gestão da Informação – Obrigado. Vou passar agora para o Alexandre Pinto, Diretor Substituto do Departamento de Avaliação. Sr. ALEXANDRO PINTO – Diretor Substituto do Departamento de Avaliação – Bom, Caio, cadê o Caio? Vocês sabem que quando eu cheguei na SAGI a primeira coisa que me passou, que a Júnia me passou, foi para preencher o Dici-VIP e eu entendi o ódio que o Luiz Otávio tem, porque, imagina, eu tinha três questionários de uma pesquisa que ia a campo, era uma pesquisa longitudinal e tinha, que cada questionário devia ter facilmente 17 variáveis. Então sentou eu a Helena, não sei se você lembra, a Helena aqui, a gente dividiu tarefa, então cada um pegou um questionário e colocou e a gente demorou 15 dias para colocar esses questionários no Dici-VIP, porque eram questionários e Caio fazia questão, na época, e dizia assim: “Eu só vou à frente se o questionário tiver no Dici-VIP.” Bom, eu continuo ainda, pois bem, bom, a missão que o Paulo passou para a gente foi apresentar em 20 minutos o Departamento e eu tive a mesma dúvida do Caio, que é: como é que vou apresentar 10 anos de história, das quais parte dela eu fiz parte, outra parte eu não fiz, portanto, eu tive que recorrer à arqueologia de arquivos, a algumas conversas para fazer isso? Não, alguma coisa ainda está morta. Não, mas ele não está mais na cadeira que eu podia demandar. Mas o desafio era: Como é que falar de 10 anos em 20 minutos? Então eu fiz algumas escolhas, logicamente, e pensei em focar muito mais no futuro do que no passado, não que eu não vou falar do passado, mas eu não vou fazer como o Caio um histórico todo, apresentar todos os produtos do Departamento, não quero me demorar muito, mesmo porque se eu fosse apresentar todas as pesquisas, são mais de 120 pesquisas, imagina, a gente estaria aqui até amanhã fazendo isso, então não vou fazer isso. Então a minha apresentação aqui eu vou basicamente falar em oito pontos, vou falar muito rapidamente esses oito pontos. A primeira coisa: Qual é a nossa missão institucional? A que devemos? Por que estamos aqui? A segunda: Apresentar a equipe do Departamento; depois a agenda de pesquisa, aí que brevemente vou apresentar para vocês como essa agenda evoluiu ao longo desses 10 anos; as publicações, as nossas entregas, Sexta com Debate. Este é um evento que acontece dentro do Sexta com Debate, e aí semana passada a gente teve um Sexta com Debate com a Professora Marta Arretche, que teve que gente que voltar, porque esse auditório não comportou a 18 quantidade de pessoas e aí no dia lá fui fazer uma pergunta para ela e dizer que ficava muito feliz ver o processo de crescimento do Sexta com Debate. Esse ano a gente iniciou o Sexta com Debate com a Presidente do IBGE, foi a primeira palestra do Sexta com Debate, a gente está encerrando Marta Arretche hoje esse evento voltado internamente para a SAGI e a gente ainda vai ter uma Sexta com Debate com a Zélia Bianchini, que vem lá do IBGE. Então a gente está, só nesse semestre eu acho que a gente já conquistou, já avançamos bastante. Cursos. Cursos, o Departamento, ele tem uma necessidade especial, eu vou falar um dos desafios: é como que a gente mantém uma equipe sempre formada, sempre motivada, e aí o curso é importante nesse aspecto. Porém, a gente está dentro de um Ministério onde tem todas as limitações da administração pública para a contratação desse tipo de serviço, então a gente resolveu dar, de certa forma, uma solução caseira, então como é que a gente consegue isso, representações que o Departamento faz. E, por fim, o último, os desafios, aí nos desafios que eu vou, espero me alongar mais, que é o que eu gostaria inclusive de debater, de ouvir a opinião, de saber de outros Secretários que por aqui passaram e que tiveram essas experiências no Departamento. Então aqui qual é a nossa missão, como é que a gente se vê dentro desse processo? Nossa missão: planejar, realizar e contratar avaliações e estudos acerca dos programas, ações, serviços e benefícios sob a responsabilidade do Ministério. Então o nosso mandato se restringe aos programas do Ministério, de forma a produzir conhecimentos relevantes e tempestivos à tomada de decisão, aqui já vem um desafio para a gente: como você selecionar as grandes demanda ao Departamento? O que é conhecimento relevante e como você produzir conhecimento de forma tempestiva para os gestores? As técnicas de avaliação, que normalmente se utilizam, facilmente você espera que os resultados de uma avaliação demore oito meses, nove meses, 10 meses, que significa dizer que, se eu considerar seis meses de um processo de contratação normal, uma avaliação que eu comece a discutir hoje com o gestor, ela vai produzir resultado, na melhor das hipóteses, estamos falando aí para meados do ano que vem. Então eu tenho que saber, eu tenho que ter, de alguma forma, alguns indicadores o que vai estar sendo pautado, não amanhã, mas sim em um período mais longo, de longo prazo. Aqui a equipe do Departamento, eu não vou falar todos, e aí, assim, o Caio falou assim: “Ah, eu vou começar falando das perdas.” E acho que uma das grandes perdas que a gente tem é em termos de equipe, um grande desafio nosso é como a gente mantém uma equipe e mantém com isso a história institucional do Departamento. Aqui eu estou vendo algumas pessoas, por exemplo, a Cris já foi do Departamento, Dionara já foi do Departamento, são pessoas que ficaram na administração, mas saíram do Departamento. Tantas outras passaram pelo Departamento e já não estão mais, nem na administração pública. 19 E aí eu fui atrás dessa foto, assim, eu vou colocar uma foto lá das pessoas do Departamento, fui lá no banco de fotos que a gente tem e aí fui contando o número de pessoas que já passaram pelo Departamento. Então hoje, agora tem um fator positivo, a nossa equipe é pequena, mas se vocês olharem aí a grande maioria é de servidores estáveis, ou seja, a gente está formando uma equipe que a tendência é ficar no Departamento. Se a gente pegasse essa mesma apresentação de uns cinco anos atrás muito provavelmente a gente teria um corpo técnico muito formado de %vonsultores e hoje não, a gente fez uma aposta: Não, vamos formar pessoal e Consultor é exatamente para atividade de Consultor. Hoje eu acho que a gente tem um Consultor e que está fazendo atividade de Consultor Externo de fato, a gente, inclusive cunhou um termo aqui, que é Consultor Interno, Consultor Externo, para dividir as atividades aí. Bom, eu não vou me deter aqui nessa apresentação, mas quando a gente fala de avaliação o que a gente está falando? Quais são os processos que estão envolvidos em avaliação? E toda vez que eu vou falar sobre a avaliação eu faço questão de apresentar essa lâmina, porque uma vez eu ouvi de uma pessoa, que era aqui da SAGI dizer assim: “Não, mas vocês, 80% das pesquisas de vocês, vocês contratam, então isso é muito fácil, isso é muito simples.” Olha, para você saber contratar primeiro você tem que saber o que é, tem que saber como acompanhar, tem que especificar o máximo essa pesquisa, então não é tão simples assim como parece. Pesquisa não é um produto que você encontra ali de prateleira, que você vai lá no mercado, apresenta o que você quer e você obtém isso facilmente, muito pelo contrário, vocês vão ver que com os desafios que eu aponto lá na última lâmina é exatamente o processo de contratação e um outro desafio é o mercado que eu vou me deter um pouco mais à frente. Mas vocês aqui é para ver que um processo de contratação passa por diversas fases, desde do momento inicial, onde chega a demanda e eu tenho que sentar junto com o gestor e abrir na agenda dele um espaço para que ele reflita sobre o seu programa, porque muitas vezes o gestor não tem esse espaço, ele chega com a demanda porque o TCU pediu uma avaliação, porque os órgãos de controle pediram uma avaliação, ou porque ele tem uma falha em um processo de acompanhamento, de fiscalização dele, e ele quer suprimir isso por meio de uma avaliação. Então você, desde desse momento que você senta, quer entender o que é a demanda dele, até o momento final, que é a disponibilização dos microdados, quando a gente já tem os resultados e esse resultado é tornado público, não apenas por meio de um Sumário Executivo, um Relatório de Pesquisa, mas, inclusive de todos os dados para que outras pessoas possam, a partir desses microdados, fazer outros estudos, outras avaliações, é um longo processo, e isso requer gente capacitada, isso requer treinamento de gente motivada. Bom, agora eu tenho que mudar aqui de programinha, vamos ver se a tecnologia vai ajudar. 20 Bom, como a SAGI fez a sua linha de tempo eu fiquei, eu disse: Não, eu vou fazer uma linha de tempo também do Departamento. Então aqui eu vou apresentar com vocês. Pronto, era exatamente, fiquei com inveja e disse: Não, eu vou também fazer a linha do tempo do Departamento, mas aqui a gente vai passar muito rapidamente, a ideia aqui é não ser exaustivo, mas mostrar o conjunto de avaliações, e aí eu vou me deter muito mais nos grandes números das avaliações para a gente ver como isso evoluiu. Então em janeiro de 2004 a gente tem a criação do MDS e já em 2004 a gente tem duas grandes, importantes espaços aí, e aí eu faço referência principalmente ao implemento de segurança alimentar na PNAD, que foi a campo em 2004, que foi uma decisão importante. Vocês devem lembrar, a gente estava no segundo ano do mandato do Lula, onde a questão da fome era colocada de forma premente, então era importante se ter uma forma de mensurar isso daí, que é essa meta presidencial. Então foi feito uma escolha aí e ainda hoje, a gente está em 2014, em novembro a gente vai ter os resultados da PNAD 2013, que vai fazer um comparativo com essa PNAD, com a PNAD de 2009 a gente vai conseguir uma série histórica para ver exatamente a evolução da segurança alimentar. Bom, cortou lá em cima, mas a gente está aqui em 2005, a gente tem 10, a gente sai de duas pesquisas e passa para 10 pesquisas de avaliação. A gente tem, aqui vou citar apenas a MUNIC, assim como tem um marco inicial da questão da PNAD na segurança alimentar: a gente tem um marco aqui em 2005 onde a gente começa o processo de estruturação da Rede de Assistência Social, então a gente tem uma primeira fotografia, de forma semelhante a gente tem. Outras MUNIC demonstram a evolução e recentemente a gente teve a MUNIC 2013 que já aponta o processo de institucionalização e consolidação da Rede de Segurança Alimentar; em 2006 a gente tem aí 26 pesquisas de avaliação, então você vê o crescente do conjunto dessas pesquisas, eu não estava aqui, eu não sei o que aconteceu nesse ano, mas você tem um conjunto muito dessas pesquisas, eram pesquisas de segurança alimentar, dos equipamentos de segurança, então a gente tem lá horta comunitária, a gente tem restaurante popular, a gente tem cozinhas comunitárias; em 2007 a gente volta aí a um padrão que seria mais de normalidade, com quatro pesquisas de avaliação; 2008, tem uma coisa que eu esqueci de falar lá em 2005, a gente tem a primeira rodada da avaliação de impacto do Programa Bolsa Família, que eu acho que também é um marco que, inclusive ajuda a consolidar a SAGI enquanto uma Secretaria frente aos organismos internacionais, dando resposta a perguntas sobre a própria questão do Bolsa; em 2009 a gente tem um conjunto bem maior, 15 avaliações, e aí o conjunto dessas avaliações é diversificado, em 2009 a gente volta com o suplemento de segurança alimentar; 2010 tem um crescente número, acho que são 19 pesquisas, de avaliação. 2011 oito pesquisas de avaliação; 2012, 12; 2013 a gente 21 tem 10 pesquisas de avaliação; e até a gente chegar aqui em 2014, onde a gente tem em realização hoje cinco pesquisas de avaliação, e já temos concluídas três pesquisas de avaliação. Além disso, tem algumas entregas importantes aí, que eu não destaquei ao longo desse tempo, mas, por exemplo, o Departamento inaugurou uma forma de contratação de estudos por meio de edital do CNPq, a gente está no segundo edital do CNPq, mês passado a gente fez uma reunião inaugural com esses Pesquisadores, a oportunidade da qual a gente fez o lançamento do Caderno de Estudo Síntese, que o Paulo citou aqui e fizemos o lançamento também do livro resultado do edital anterior do CNPq, o primeiro edital foram 39 projetos, agora a gente está com 37 projetos. Para vocês terem uma ideia, esse edital a média de corte dele foi 9,5, após a gente fazer um aditivo colocando mais um milhão, se a gente tivesse a nota inicial seria 9,75 de 10, então o nível dos projetos é bem elevado. Bom, voltamos aqui para a apresentação. Publicações, a gente tem um conjunto de publicações, eu já falei algo, uma delas aqui é o Caderno de Estudos; tem o Catálogo de Indicadores de Monitoramento de Programas Sociais, que eu acho que foi também um documento importante para marcar a ação; Síntese da População em Situação de Rua, eu sempre gosto de falar desse Síntese da População de Rua, porque hoje onde a gente vai, ele é citado, e por que ele é citado? Porque antes ninguém tinha, aliás, existiam pesquisas sobre população de rua, mas não nessa dimensão, inclusive essa pesquisa, ela não é um Censo como as pessoas costumam muitas vezes falar, mas ele ficou tão marcado que onde a gente, ele é citado. O que eu quero dizer com isso é que muitas vezes a gente não pode perder a oportunidade quando a gente tem um material muito bom na mão de estar divulgando esse material e muitas vezes a gente fica tão imerso na gestão que a gente tem, perde essa oportunidade. É um dos desafios que eu vou também falar lá na frente é como que a gente cacareja, ou seja, a gente faz muito, coloca muito ovo, mas às vezes a gente pouco cacareja e principalmente como é que a gente faz a publicação desses resultados. Avaliação de Políticas e Programas do MDS, é um compilado de resultados; Alimento, um direito sagrado, que foi um trabalho feito com conjunto com a SESAN e com a SEPPIR; e tem outros, aqui eu citei apenas algumas das publicações que foram, foi feito pelo Departamento. Publicações em planejamento, o que a gente está pensando? A gente já tem quase pronto um material para um Caderno de Estudos sobre uma pesquisa, que também inovadora, então a fala sobre o Censo é para falar e defender essa pesquisa, o San Quilombola, hoje a gente tem uma pesquisa, aqui sim a gente está falando de um Censo em todas as Comunidades Quilombolas tituladas, onde a gente foi em todos os domicílios. O Caderno sobre o Bolsa Família e Povos Indígenas, a gente tem um conjunto de pesquisas focando essa população, a gente quer fazer um caderno sobre isso; e uma 22 publicação fruto do Sexta com Debate, toda Sexta com Debate a gente faz a degravação e a gente está mandando essas degravações para os autores como subsídio para ele produzir um paper para essa publicação. Bom, como eu falei para vocês, a gente tem uma demanda muito específica de formação de equipe, como é que a gente resolveu esse problema? Normalmente a gente contrata Consultores para prestar algum serviço, na qual ele é especialista naquele assunto, ele aproveita e em um dos produtos a gente insere como um curso para a equipe. Então aqui eu não vou citar todos os cursos, eu coloquei três desses cursos, mas tem muito mais. Aqui um conjunto de representações, o Departamento, ele faz diálogo com um conjunto de Fóruns de Debate, eu vou chamar atenção aqui só para o GTMA, porque um dos desafios lá na frente que eu vou levantar é institucionalização e resgate do Grupo de Trabalho de Monitoramento e Avaliação. Também quando eu cheguei uma das missões que me foi colocada era, existia uma Portaria que instituía o GTMA, existia o Plano de Monitoramento e Avaliação, inclusive já existia a cobrança da CGU pelo não cumprimento dessa Portaria, e aí uma das missões foi colocar: Não, a gente tem que resgatar o GTMA. Bom, o GTMA, para quem não conhece, ele é um grupo de trabalho que tem representantes de todas as Secretarias, e da Secretaria-Executiva e do Gabinete do Ministério, o objetivo dele, um dos produtos dele, é elaborar o Plano de Monitoramento e Avaliação. Aqui é o calendário da Sexta de Debate com esse ano, então eu comecei, como eu falei lá, com a Ismália Bivar no dia 24 de janeiro, aqui não dá para ver, mas dia 27 de junho vai terminar com a Zélia Bianchini. Uma outra ação acho que foi importante no Departamento, o ano passado a gente teve os 10 anos do Programa Bolsa Família, a Ministra fez uma demanda de promover debates em todo o país sobre o programa Bolsa Família. Então a gente fez quatro debates: o primeiro que foi aqui em Brasília, Bolsa Família e Trabalho, sempre esses debates contavam com o parceiro local, no caso aqui foi a OIT; depois a gente foi Bolsa Família, Saúde, Segurança Alimentar, na Federal da Bahia, lá no pessoal do Núcleo de Saúde Pública; Bolsa Família e Desenvolvimento Regional, no Banco do Nordeste; e Gestão de Políticas Sociais, que foi na Fundação Joaquim Nabuco, em Recife. Agora sim vamos lá aos desafios, o primeiro desafio que eu coloco e de certa maneira eu já falo é a definição de uma agenda de prioridades, se eu chego e tem um conjunto de agenda onde eu não sei o que é prioridade, ou seja, eu não sei o que é necessidade de informação e de conhecimento relevante eu posso estar gerando informação irrelevante, eu posso estar gastando os recursos, que é escasso, e gerando informação irrelevante. A segunda recomposição e qualificação de equipe, que ao longo da minha fala eu já coloquei isso várias vezes, resgate e fortalecimento institucional do GTMA como um grupo de discussão, de avaliação e aí de priorização. Uma das formas que a gente vê, inclusive de chegar a superar 23 aquela primeira, a definição de uma agenda de prioridades é por meio do GTMA, na medida em que ele tem representação de todos os membros do Ministério. Agora é preciso que esses membros façam uma representação institucional, o que a gente percebeu, principalmente no início quando a gente retomou o GTMA, era uma representação muito pessoal, no sentido que a pessoa defendia a sua posição, quando a gente chegava, e ia validar aquela posição com o Secretário, o Secretário dizia: “Não, não é bem por aí, acho que a prioridade é essa.” Então a gente tinha que rever a posição. A gente foi trabalhando o fortalecimento, inclusive dessa representação institucional, acho que no final a gente já conseguiu ter um grupo que já estava mais amadurecido nesse ponto, mas a gente interrompeu as atividades do grupo. Disponibilização dos microdados, assim, eu falei para vocês, a gente tem mais de 120 pesquisas, eu acho que de microdados a gente deve ter pouco mais de 40, porque o processo de disponibilização de microdados, ele é trabalhoso. Significa a gente desedificar essas informações, muitas vezes a gente recebe uma base de dados que não está totalmente consistida, tem que fazer a consistência de análise desses dados, tem que gerar dicionário de variáveis, tem que bater se esse dicionário de variáveis está batendo com o questionário que está codificado, então tem um trabalho aí que demanda tempo. Divulgação dos resultados de pesquisa é um outro desafio, na medida em que essas pesquisas, elas têm um público muito diverso, então hoje a gente tem, como praxe, divulgar por meio de Sumários Executivos e de ficha técnica, porém ele atende a média do público. Se a gente está falando com o público da Assistência Social, como o Caio bem colocou, ele tem um perfil muito específico. Se a gente vai para um público, por exemplo, que é Gestor do Bolsa Família o perfil é totalmente diferente, e aí nesse aspecto o Paulo citou aqui duas pesquisas que a gente fez das metas, avaliações e o Otávio Dulcio foi fundamental na discussão de a gente, da cultura organizacional que permeia as diversas Secretarias do Ministério e como você tem que comunicar com essas diversas Secretarias. Por exemplo, uma das sugestões que veio dessa consultoria, que se a gente quisesse dialogar de forma mais efetiva com a SESAN o espaço ideal seria o CONSEA, porque eles ouviam muito o CONSEA e respondiam muito as demandas do CONSEA. Então a gente tem lá dentro daquelas representações que eu coloquei para vocês a gente se articulou de ter representante em todas as Câmaras Técnicas do CONSEA, até mesmo para a gente estar de ouvidos bem abertos para saber o que está acontecendo na segurança alimentar para dar insites também para o que é informação relevante, o que vai ser pautado no futuro. Diálogo com outros institutos de pesquisa, eu acho que a gente não precisa necessariamente ter o protagonismo de todas as ações, a gente tem outros institutos que podem estar, e a gente construir junto uma agenda de avaliação, uma 24 agenda de pesquisa, e aí com isso a gente potencializa ações. A agenda de estudo técnico, eu falei muito aqui de pesquisa, a gente gera, a gente tem um conjunto de bases de dados muito rico, mas que a gente pouco se aproveita desse conjunto de base de dados, porque a gente está em uma lógica ainda de muito contratar as pesquisas para responder novas demandas, e a gente não conseguiu ainda implantar uma agenda de estudos a partir das informações que a gente tem. Contratação de pesquisa, a gente está dentro da administração pública, têm todas as regras de contratação da administração pública, a gente tem adotado ultimamente a contratação via Pregão, algumas vezes a gente tem surpresas boas, outras não tão boas, mas o fato é que a gente tem que ter um acompanhamento sistemático e a miúdo dessa contratação, mesmo que seja uma empresa que tenha respaldo, que tenha já um portfólio bom, a gente tem que fazer esse acompanhamento, porque a prática infelizmente, a primeira reunião que a gente tem com as empresas a gente ouve a seguinte frase: “Não, a gente sabe como é que funciona na Esplanada. A gente já foi contratado por diversos órgãos na Esplanada.” Aí na segunda reunião a frase é o seguinte: “Mas nunca nos pediram isso na Esplanada.” Ou seja, a Esplanada contrata, mas como exatamente não tem um corpo técnico especialista, não tem um corpo formado para cobrar as empresas qualquer coisa que elas entregam é o que está valendo. E mercado de pesquisa, então ainda a gente tem um mercado de pesquisa que é muito frágil. Na publicação sobre o Fome Zero, uma publicação que saiu no último ano do Governo Lula, a gente fez uma avaliação sobre o papel da SAGI, inclusive como formação de um mercado de pesquisa, na medida em que você cria demanda para este mercado e demandas que são constantes, quer dizer, não é uma demanda hoje e amanhã você tem uma demanda constante, as empresas, elas começam a se organizar para produzir informações, para ofertar serviços e se organizar, inclusive se qualificar para produzir esses serviços, mas ainda hoje a gente tem um mercado muito frágil. Era isso, obrigado. Sr. PAULO DE MARTINO JANNUZZI – Secretário de Avaliação e Gestão da Informação – Obrigado Alex, muito bom. Três exposições muito boas, muito complementares e diversas, ao mesmo tempo, pelos enfoques que cada diretor deu, em função da sua interpretação e também da própria maturidade e trajetória que os departamentos vêm passando ao longo desse tempo. E o que dá muita satisfação acho que para mim, para a Paula e com certeza para os outros Ex-Secretários é que muitos desses projetos são projetos que são criados e no fundo são competências e agendas que também são definidas dentro dos Departamentos, em sintonia com as grandes necessidades de formação do Ministério, quer dizer, não é obra efetivamente da clara e evidência de um ou de outro, mas efetivamente dessa 25 massa crítica que vai se constituindo na SAGI ao longo desse período. Mas, enfim, eu acho que nós estamos aqui é para ouvir também reflexões de quem passou por aqui, sabe da competência da casa e sabe também do contexto político institucional que a Secretaria vivencia. E, portanto, é muito importante a gente ouvir essa reflexão do Ex-Secretário Rômulo Paes e Roberto Wagner, a quem eu já convido aqui para fazer parte da mesa. E eu acho que nós estamos em uma agenda aqui meio que apertada, então nós vamos fazer a apresentação do Rômulo e do Roberto Wagner, abrindo eventualmente para alguma outra participação de vocês, mas o diálogo a gente vai fazendo depois, na hora do almoço, para não atrasar a nossa Mesa Redonda das 14h. Rômulo, por favor. Apagar ali. Sr. RÔMULO PAES – Ex-Secretário de Avaliação e Gestão da Informação – Quantos minutos? Sr. PAULO DE MARTINO JANNUZZI – Secretário de Avaliação e Gestão da Informação – 15 minutos. Sr. RÔMULO PAES – Ex-Secretário de Avaliação e Gestão da Informação – Eu queria fazer uma fala dividindo em três partes: minha primeira parte é discutir um pouco da origem da SAGI, que é importante entender o contexto em que surge a SAGI, que explica, de uma certa forma, várias escolhas que foram feitas, foram feitas nesse processo e que, de uma certa forma, constitui um certo padrão de escolha também, que vocês certamente vivenciaram isso em outros momentos; uma segunda parte dessa minha fala é um pouco ligando essas experiências que foram apresentadas aqui, qual o sentido delas na política pública; e, por fim, falar um pouco dos desafios. Bom, eu lia no jornal, sei lá, há umas três semanas atrás, a respeito da nova MUNIC trazendo um módulo de informações sobre serviços de Assistência Social, saiu há umas três semanas eu lia no jornal, eu fiquei muito orgulhoso disso, porque isso começa exatamente lá atrás. Agora eu queria falar a vocês, apesar de eu já ter dito aqui, inclusive para vocês, outras vezes que eu tenho muito orgulho desse trabalho, eu tenho mais orgulho do trabalho de vocês, continuar é muito difícil. Ter uma função desse tipo de avaliação e monitoramento de política pública integrada à lógica de gestão é muito difícil, ter continuidade, ter presença, ter relevância e ter perspectiva de futuro é muito difícil. Então, na verdade, eu tenho mais orgulho pelo trabalho de vocês do que pelo meu próprio nesse processo todo pelo sentido de continuidade. Mas falando da escolha, a escolha é o seguinte, o MDS surge para responder uma crise que estava colocada no primeiro ano do Governo Lula 26 em relação a algumas políticas, especificamente as políticas de Proteção Social e de Segurança Alimentar. Essa crise foi colocada pela seguinte razão, no primeiro ano do governo havia uma expectativa muito grande, e eu estou falando isso de 2003, de possibilidades de apresentar graus de proteção, tanto na Segurança Alimentar, quanto na Proteção Social, de um nível muito mais elevado. Existiam estruturas prévias, por exemplo, no Ministério da Assistência Social, que foi constituído logo no início do governo, mas ele já vinha uma Secretaria especial de Assistência Social do Governo Fernando Henrique. O MESA é criado, o Ministério Extraordinária de Segurança Alimentar para dar uma resposta. Vocês, alguns são muitos novos, não recordam disso, mas no período eleitoral o Fome Zero foi a principal consigna que, de uma certa forma, representava uma maior presença do estado na proteção, não só na Segurança Alimentar, mas também na Proteção Social, então já havia essa expectativa e no primeiro ano apareceram vários problemas. Em relação à questão do Fome Zero, ele aparece como problema e uma certa ausência de foco, haviam iniciativas simultâneas muito relevantes, mas uma ausência de foco na ausência de possibilidade de fazer uma entrega organizada desses programas. Então ele entra em crise, entra em crise por não conseguir responder isso de uma forma organizada e não conseguir implantar o serviço de forma organizada. Existiam naquele momento vários dilemas, primeiro organizamos a sociedade, depois chega o estado com as suas políticas, coisas que em outro momento a gente pode até conversar, e um, inclusive uma história não escrita, é importante em relação a isso. Na Assistência Social também problemas referentes à impossibilidade ou incapacidade, na verdade, para ser mais honesto, de apresentar um avanço substantivo em relação à organização de serviços. O MDS, e em paralelo tinha o Programa Bolsa Família sendo criado, esse sim agregando um grau de racionalidade muito grande à lógica de transferência de benefícios. Então esse primeiro ano do MDS, ele colocava o MDS na seguinte questão: Olha, o que teve até agora não inspirou muito otimismo em relação à capacidade desse governo de entregar aquilo que prometeu pela sua trajetória política e no processo eleitoral. Então ele começa, o MDS começa sobre questão, ele está em questão. Terá ele capacidade de fazer isso? Havia, quando, das várias conversas que eu tive logo quando eu cheguei aqui em Brasília um amigo meu aqui de governo, que já vinha do governo anterior, me disse uma coisa interessante, disse assim: “Olha, esse MDS é um Ministério com duas encrencas e uma boa possibilidade. As duas encrencas eram a Assistência Social e Segurança Alimentar e a boa possibilidade era o Bolsa Família, mas se fizer do jeito que fez as outras duas vai virar encrenca rapidinho.” Foi assim um amigo que já estava aqui e tinha participado do Governo Fernando Henrique definiu o que seria essa possibilidade. Bom, aí a SAGI, ela surge o 27 seguinte, no MAS, Ministério da Assistência Social, havia sido desenhado, havia se desenhado uma Secretaria de Avaliação e Monitoramento, estava lá, mas haviam várias decisões que precisavam ser tomadas, é nesse momento que, isso são finais de 2013 quando eu fui convidado para vir para cá. Eu não fui convidado para vir para a SAGI, eu fui convidado para vir para a SAIP, é verdade, eu fui convidado para vir para a SAIP, porque estava dado o seguinte, que a SAIP teria um papel importante, porque ela trazia do MESA ou, portanto, da Segurança Alimentar, uma interlocução muito grande com vários atores. Uma expressão que o Patrus usava muito, mas que o Lula, de uma certa forma, já havia insinuado no seu discurso era o seguinte: “Combater a fome no Brasil não é tarefa de um governo, é tarefa de uma geração. Então, portanto, não é apenas o estado, mas sim a sociedade mobilizada e organizada.” Então a SAIP, ela já trazia essa questão o seguinte, ela traz da mesa, e havia uma assessoria, inclusive importante no Gabinete Presidencial, coordenada pelo Frei Beto, que também fazia parte dessa interlocução, então havia um trabalho de interlocução muito importante e que naquele momento de desenho ela estava em questão. Por causa da minha formação profissional eu acho que eu poderia ajudar mais na SAGI e as pessoas me perguntaram o seguinte: “Mas essa SAGI não tem nada, é uma ideia, ela não tem ainda conteúdo.” Não tem porque no MAS, quando ela foi desenhada houveram várias dificuldades em montar equipes etc., e usos diversos, inclusive dessas próprias funções. Mas o desafio estava exatamente nisso, a possibilidade de você ter uma unidade de inteligência dentro do governo que ajudasse a enfrentar esses vários dilemas que estavam, não apenas na necessidade de ter informações para a decisão, mas ter credibilidade para implementar políticas. Ou seja, qual é a medida de racionalidade que se pode adotar dentro do governo para fazer escolhas? Onde é isso? Então se somava na época, logo no início de 2004, o seguinte: Este governo não tem competência administrativa; este governo é populista; e este governo vai fazer uma alocação irracional dos recursos para favorecer a sua base eleitoral ou a sua potencial base eleitoral, que são os pobres. Isso estava colocado em 2003, isso está colocado até hoje, ele retorna nos debates em tempos e tempos, porque faz parte de um conjunto de questões ideológicas que permeiam a disputa política. Bom, aí a constituição da SAGI, portanto, ela tem alguns fundamentos, o primeiro, que é filosófico: “O que nos diferencia não é o método, são as nossas intenções, são os nossos compromissos.” Nós temos que ter muita competência no método, muito domínio tecnológico para sermos considerados interlocutores de qualidade, com credibilidade. As nossas diferenças estão no uso desse método, então nós temos que ter competência no domínio tecnológico, no domínio metodológico, que sirva para qualquer um, que permita que nós tenhamos competência para 28 participar do debate em qualquer mesa. Esse exemplo, por exemplo, que o Caio nos dá dizendo o seguinte: “Olha, mas aí de repente o Mais Médicos e não sei o que etc.” Sim, porque é o domínio do método, é o domínio da tecnologia. Um segundo componente importante do fundamento, e aí dialogando o que o Alex falou, a opção por comprar pesquisas era a seguinte opção: para ter a escala na velocidade, na qualidade e na legitimidade que nós precisávamos, que precisávamos fazer rápido, nós teremos que contratar. Nenhuma unidade seria suficiente a responder toda a diversidade de programas e todas as competências técnicas e necessárias para a produção de avaliações se fossem internalizar tudo aqui, e mesmo que conseguisse, fizesse uma coisa gigantesca, ainda assim padeceria de ter a legitimidade adequada para poder participar desse debate. Então a escolha da compra não é porque não se teve capacidade de fazer, é porque se tinha a necessidade de fazer, e, ao fazer isso, inclusive se rompeu um, veja, existem várias tentativas em várias organizações aqui da Esplanada, ou alguém usou a expresso, acho que foi o Alex também: “A Esplanada não faz assim.” A Esplanada fala muita bobagem também, uma delas está ligada exatamente nessa área, que é ter a pretensão. Aqui é um território de ególatras, as pessoas aqui se acham muito grandes e competentes, nós também, mas as pessoas acham muito isso, mas algumas têm menos senso de ridículo do que a gente, mas querem internalizar dentro das áreas todas as competências necessárias, aí fica um grupinho, como se diz em Minas: “Meia dúzia de três ou quatro.” Tentando produzir um monte de pesquisa, o ciclo de aprendizado e de desenvolvimento de competência para você produzir pesquisa leva... Por que há três anos depois da criação da SAGI, no terceiro ano, perdão, aparece aquela explosão de pesquisas? É porque nós ficamos produzindo a contratação delas dois anos, o circuito da contratação é isso, e depois a gente aprende a contratar mais rápido, aí quando a gente aprende a contratar bem os órgãos de controle vem e mudam tudo, e a gente tem que aprender de novo, mas beleza. Então era necessário, na verdade, essa é uma escolha, a escolha da compra é uma escolha estratégica. A SAGI é a maior Unidade Interna de Avaliação que qualquer Ministério que tem aqui, que, cuja atividade não é uma atividade, a sua atividade fim não é pesquisa, aí não dá para comparar, nem com IPEA, nem com o IBGE e outras coisas, não dá, isso, mas é maior que a CGE, inclusive dá para comparar com outras. Então o problema não é o tamanho e não é a falta de recursos, a questão é a escolha. Uma outra escolha estratégica, que foi importante, que vai no desenho institucional, que é o seguinte: Por que a SAGI é uma secretaria de linha, no mesmo nível que as outras Secretarias? A escolha que se colocava, isso foi no momento, em fevereiro de 2003, portanto, antes dela existir legalmente, se observou muito o desenho do México. No México o desenho que o SEDESOL utiliza é uma vinculação da Unidade de 29 Avaliação direto no Ministro, que no caso lá é Secretário ou Secretária. Aqui havia essa escolha, ligava diretamente no Ministro ou ligava em uma Secretaria de linha. Essa também foi uma escolha estratégica e diferente, porque a preocupação que a gente tinha na época era o seguinte, se fizer uma ligação direta com o topo da direção da organização, ela funciona mais ou menos como unidade de auditoria, de intervenção, o cliente dela é o Ministro, então você desce para investigar as encrencas, volta, devolve para o topo da organização e desse tudo como Top Down, desce como intervenção, então você não fazer aliados, vai fazer inimigos, envelhecer é fazer inimigos, mas pelo menos você pode escolhê-los. Então nesse caso escolheu-se em não fazer tantos inimigos, que seria só o resto da organização, o resto do Ministério, portanto, e se optou, então, por um outro processo, na verdade, existem duas formas de você buscar Resoluções dentro de uma organização: uma é esse mecanismo Top Down, você vai no circuito rápido, bate direto no topo da organização e você desce mandando ver; e tem uma outra forma, que são o dos acúmulos progressivos, onde você vai no seu nível, vai subindo os degraus até chegar no topo da organização. A vantagem do primeiro método é a velocidade, a desvantagem é o custo político; o oposto vale para o outro método, leva mais tempo, mas se acumula mais e aí, portanto, tem mais solidez na defesa de determinadas questões. Esse circuito, ele foi importante, não foi sempre utilizado e outras vezes utilizou o outro circuito, mas como prática de trabalhar com as Secretarias e produzir consensos para que se pudesse chegar lá. Aí, nesse sentido, vem dois ritos fundamentais, existe esse problema de como negociar a agenda, a agenda de investigação, como definir prioridades? Como é que, qual é a ciência e arte de se fazer isso? Sobretudo, para que nós não caiamos nas vicissitudes do gestor, os gestores, esses seres ególatras que vêm para Brasília e que mudam de ideias, que são volúveis, que são voláteis, que vão no churrasco no fim de semana e aí tem um parente sabido que explica para ele tudo aquilo que a gente levou anos para tentar construir, e ele explica no intervalo do corte da cebola e da picanha e chega com a solução segunda-feira e diz: “Faça isso.” Como se negocia nesse contexto? Bom, uma forma é a institucionalização, institucionalização dos processos, via um pouco o que o Alexandre, o Alex disse no final. É preciso institucionalizar, é preciso ter instâncias, mas é preciso guardar um certo nível de flexibilidade, que se chama balcão, para se poder acomodar demandas rápidas, que senão também não servem, se começar a burocratizar demais e criar circuito demais e acaba virando o fim em si mesmo. E muitas das políticas públicas começam apenas com o Power Point, não naquele nível que o Caio mostrou, que é origem da origem, é o gênesis do gênesis, não, é ali naquela frase que já está perto de chegar no Diário Oficial, mas a política pública, ela tem disso também, ela é uma atenção permanentemente que afronta a racionalidade. E aí as áreas 30 de inteligência, elas são decisivas, porque elas precisam ter também flexibilidade de ajudar a produzir informação no circuito muito rápido para aumentar o grau de racionalidade dessa escolha. A gestão, ela tem inteligência, fazer produz inteligência, ainda que ela não seja organizada, ainda que o grau máximo de organização seja um Power Point, mas tem inteligência naquilo, é preciso ter uma relação respeitosa com isso e é preciso dialogar produzindo o melhor daquilo que se puder produzir naquele momento. Mais duas historinhas e aí eu termino. Quando se vai montar, portanto, uma cesta de produtos de uma área de inteligência existe desde um produto, que a gente não percebe que seja o produto, que é capacidade de prover uma informação em um circuito muito rápido, isto é um produto, até pesquisas muito estruturadas e que farão luz a sua capacidade de produzir conhecimento durante muitos anos, às vezes uma década. É preciso que ela tenha flexibilidade para isso tudo, uma coisa é quando o nível estratégico liga para você e faz um pergunta e você tem cinco minutos para responder, e trate de responder, isto é um produto, quando se organiza um módulo dentro da PNAD, um módulo dentro da MUNIC, ou seja, quando se produz microdados... Eu estava participando de um debate no DFID, em Londres, em 2012, e alguém lá, que estava apresentando o debate e tal que eu estava participando, falou assim todo orgulhoso: “A partir de 2013 todos os microdados das nossas pesquisas ficarão disponíveis.” É um país ainda que está em processo de evolução do seu modelo de sistema de informação. Dois na reunião sabiam que o Brasil já fazia isso e que a área de Proteção Social do Brasil já fazia isso há muitos anos. Ou seja, essa coisa de você produzir uma cesta complexa, que vai desde coisas pequenas, mas elas são relevantes, até produzir coisas que são muito sofisticadas, que são de vanguarda no meio, é o que dá a legitimidade e dá a qualidade das áreas que se pretendem ser relevantes nesse negócio. E a última historinha que eu queria contar para vocês é o seguinte, se a gente fosse, nós estamos contando historinhas aqui, são 10 anos e tal, a gente fosse fazer a gênesis da avaliação e monitoramento de políticas públicas eu diria assim para vocês: No início eram linhas de base, só que tem um problema, vocês sabem que nem Deus muda o passado, então nós também não podemos mudar o passado, então nós também não podemos mudar o passado. Quando a política pública começa não tem linha de base, mas isso não nos desobriga de fazê-las. A lógica, então, era preciso ter linhas de base sobre a demanda e era preciso ter linhas de base sobre oferta, era preciso ter linhas de base que pudessem aferir as necessidades, mas linhas de base que pudessem identificar o que já estava rolando e qual era a infraestrutura disponível para fazer a oferta desses serviços. Então essas, o que nós estamos sempre apresentando, ora no monitoramento, ora na avaliação e ora mesmo na formação e disseminação, nós estamos versando sobre isso. E obviamente nós não 31 computamos na nossa história os nossos fracassos, eles fazem parte da nossa vida, a gente não coloca no currículo, mas estão lá, não é só o Caio que faz isso, mas é porque o Caio é um cara muito corajoso, ele só perde para o Dionara aqui no tempo de SAGI, então ele está acima do bem e do mal, ele fala essas coisas todas. Mas os fracassos, eles são importantes também, porque eles, na verdade, muito do conhecimento que está articulado em torno do sucesso, ele vem das tentativas, quer dizer, produção de tecnologia também é produzir fracassos e saber lidar com fracasso. E aí tem uma coisa importante, porque na própria cultura dessa política pública é uma política que computa o fracasso nos seus modelos, quando a gente diz, por exemplo, no Pronatec que as pessoas podem fazer mais de uma vez, quando se diz que no Bolsa Família as pessoas podem retornar ao benefício, nós estamos admitindo que tem coisas que não dão certo na vida e o estado precisa ter modelos que comportem isso. Se vale para a política tem que valer para as tecnologias que dão suporte a essa política e é assim que a gente faz. Agora, obviamente nós somos medidos pelo sucesso, sucesso da incidência das soluções que apresentamos para a política pública e essa é uma casa bem-sucedida. E aí eu termino, então, dizendo para vocês, gente, esse é o meu maior orgulho, o fato de estarmos nessa casa comemorando 10 anos nas circunstâncias em que se está, e é claro que no nível federal as coisas tendem a ser mais perenes, aí ações de política pública tendem a ser mais perenes e obviamente há coincidências de um governo de continuidade etc., no nível estadual é menos, no nível municipal é bem menos e dependendo do lugar é muito difícil, inclusive, mesmo que as tradições sejam por dentro da mesma linha política, digamos assim. Mas uma área como essa, ela precisa se justificar o tempo todo, porque ela está sempre competindo com a área da gestão que acumula muito poder e muito recurso, e ela tem também muita competência instalada, então ela pode agregar, dentro das suas funções, tanto avaliação, quanto monitoramento, pode fazer isso. Eu fico contente, Marconi, o Marconi saiu, mas eu vejo que quando nós discutimos no início a correlação de forças não permitia que se constituísse na SAGI uma área de monitoramento, essa que era a verdade, porque as áreas muito ociosas das suas responsabilidades e competências não queriam o monopólio do monitoramento em uma área separada, queriam ter isso internalizado no seu processo de gestão, então nem pensar. Ainda que se dissesse: “Olha, nosso negócio é método e tal.” Não rolava. Então, ou seja, uma área de uma Unidade de Inteligência era preciso justificar em primeiro lugar entre seus pares, era preciso demonstrar que ela agrega valor ao negócio, ou seja, ela tem o que contribuir, e que ela pode fazer melhor do que a área da gestão pode fazer em relação a isso, mas para isso ela tem que conhecer intimamente a lógica da gestão e ela tem que ter um grande domínio 32 metodológico e tecnológico do que ela está fazendo. Então, portanto, ela só sobrevive se ela for muito boa e vocês são ótimos. Obrigado. Sr. PAULO DE MARTINO JANNUZZI – Secretário de Avaliação e Gestão da Informação – Obrigado Rômulo. O Rômulo sempre muito esclarecedor, sempre fazendo uma leitura muito abrangente, uma economia política aí do monitoramento, avaliação e recuperando as escolhas, e a trajetória, e os desenhos, por que determinadas escolhas foram feitas e como essa história se constituiu. Daí a importância mesmo da gente registrar, nesses 10 anos, e recuperar essas releituras que se faz, e o que o Rômulo fez aqui, dessa nossa história. Agradeço muito, portanto, sempre a participação do Rômulo no nosso diálogo aqui e o convite que ele fez a mim e à Paula de participar desse processo e de ter ajudado e ter, na verdade, aprendido muito ao longo desse período que estivemos aqui. Passar agora, então, para o Roberto, Dr. Roberto Wagner, que foi também Gestor e Secretário por diversas ocasiões aqui de forma interina dentro da SAGI, mas também um parceiro muito presente em todos os momentos aqui. Roberto. Sr. ROBERTO WAGNER – Bom, boa tarde já a todos. Começo agradecendo ao Paulo pelo convite, fiquei muito honrado em participar desse evento, 10 anos da SAGI. E à medida que a gente vai ouvindo, principalmente o Rômulo sempre com a sua inspirada elocução, vamos lembrando também de várias coisas que aconteceram ao longo desses anos e decisões realmente que foram feitas, escolhas, muita disputa interna com relação à legitimação da SAGI, do seu trabalho, dos seus resultados. E 10 anos, então, é um tempo emblemático para a gente fazer uma avaliação, fazer uma recuperação dessa memória, e com certeza serve como um ponto de partida para outras perspectivas naquilo que a gente quer passar como alguns desafios importantes da Secretaria. Eu elenquei algumas coisas e vou passar muito rápido, porque o passado a maioria daqui de vocês conhecem o presente também, mas eu lembro do primeiro dia que eu apareci aqui no Ministério e eu encontrei o Rômulo lá no Bloco C sozinho, na realidade, a SAGI era ele. Sr. RÔMULO PAES – Ex-Secretário de Avaliação e Gestão da Informação – E uma Secretária. Sr. ROBERTO WAGNER – E uma Secretária, aliás, eu não vi a Secretária, só vi o Rômulo sozinho, acho que eu fui o segundo talvez a chegar, e na segunda semana eu acho que eu vi a 33 Dionara e mais, mas eu não vi a Dionara na sua sala então... E e Juan, então uma equipe com quatro pessoas e depois a gente foi aumentando. Então os desafios do passado, o que tínhamos pela frente era uma precariedade, mas isso era o mínimo que a gente tinha, como o Caio narrou, mesmo que a gente tivesse todos os recursos tecnológicos à disposição a gente ainda não tinha, vamos dizer assim, um lugar dentro do Ministério e um certo reconhecimento, que só veio mais ou menos alguns anos depois. Portarias, como a do Grupo de Monitoramento e Avaliação, depois do Comitê de Tecnologia e Informação foram, inclusive produtos de certas crises internas dentro do Ministério, que surgiram como mecanismo institucional para que a SAGI meio também se redescobrisse e passasse internamente ao Ministério para no seu papel, que era principalmente um papel mais altruísta e menos egoísta, um trabalho que era essencialmente de colaboração com as Secretarias. Até porque das Secretarias viriam os dados, viria o conhecimento a ser consolidado, a ser estruturado, a ser transformado e daí resultar em alguma coisa que a gente chamou depois de informação e conhecimento. Inclusive, a gente tinha ideia de que a DGI depois virasse Departamento de Informação e Conhecimento, que representava um certo avanço do que já tinha acontecido. Já veio para aí alguns Powers Points e apresentações, lá atrás quando a gente estava discutindo a nova estrutura da SAGI e, como o Rômulo bem lembrou, a questão do monitoramento foi realmente um impasse à época, criar ou não criar o Departamento de Monitoramento. A SAGI começa com um modelo em que o monitoramento e a avaliação estavam em um departamento só, é óbvio que isso representava uma certa, vamos dizer assim, perspectiva do conceito, avaliação e monitoramento, e mais o monitoramento como uma parte da avaliação e a saída do monitoramento como atividade separada foi motivo de muita discussão na época da reestruturação do Ministério. Eu revi essa lâmina e acho que ainda hoje há muita relação muito próxima. O monitoramento pode ser vista como uma avaliação contínua no tempo e é só você fazer um modelo matemático você vai ver que ela é uma avaliação contínua no tempo. E o monitoramento, na realidade, tem avaliação embutida dentro dela, para você monitorar alguma coisa você tem que ter um pressuposto para você checar os seus limites e depois você dizer que tipo de alertas você tem que emitir para quem quer conhecer o que está acontecendo. E a gestão da informação como uma tributária desse conhecimento e desse levantamento de informação e dado por meio do monitoramento e da avaliação com a capacitação de disseminação naturalmente complementando todo o processo. Então é uma arquitetura aqui no final, em 2010, já na gestão da Laura, nessa reestruturação que ficou mais ou menos dessa forma. Eu hoje acho que a SAGI pode ser uma estrutura totalmente reconfigurável, por ser uma área de inteligência onde se gera conhecimento, se faz 34 gestão de conhecimento e da informação é perfeitamente um modelo em que você pode ver que você pode reconfigurá-la de acordo com as circunstâncias, de acordo com o momento político, de acordo com as necessidades, em função do fato de que, para você mover essa estrutura e torná-la dinâmica, você precisa de pessoas com um certo aparato técnico, conhecimento técnico, acadêmico, profissional, e muito também das áreas finalísticas. Então a gente encarava muito, pelo menos a nossa parte mais técnica, que nós precisávamos desenvolver tecnologias sociais já que estávamos no Ministério do Desenvolvimento Social. E para mim a época foi um dos maiores desafios, porque eu nunca tinha desenhado sistemas para a área social. Eu sempre brincava com o pessoal da área social, porque, assim quem é da engenharia, computação, quem é das ciências exatas, tem gente que trabalha com lógica booleana fácil, zeros de um, portas lógicas, mas a área social funciona sempre no talvez, talvez, talvez, então é a coisa mais difícil do mundo de capturar a realidade, se é que a gente pode capturar a realidade, e transformar em um instrumento em que dê escala àquilo que você pretende fazer com aquelas informações. E aí eu coloquei alguns desafios que eu acho que hoje já nos perseguem, e a gente tem que enfrentar, inclusive como eu estava recentemente como Diretor de Tecnologia do Ministério cheguei a conversar um pouco com o Paulo sobre isso. Passados os 10 anos algumas coisas aconteceram e para a nossa surpresa que requer novos patamares, não só de conhecimento, mas também a questão de tecnologia e outros instrumentos para a gente dar conta dessa escala. Uma das coisas que me chamou muito atenção, principalmente quando eu estava no detrito da coisa da informação recentemente, é a quantidade de dados hoje existentes no Ministério para além do que a SAGI já acumulou a partir dessas bases de dados. O Ministério hoje tem mais de 100 sistemas, dos quais pode se tirar teras de informação para serem trabalhadas. Essa é uma realidade inexistente em 2004, em 2004 o que nós tínhamos era o CD da Caixa Econômica, que o Caio usou para fazer o visualizador do banco de dados, inclusive, foi muito rejeitado aquela ferramenta, foi uma das primeiras experiências, como disse, do ponto de vista de como colocar tecnologia dentro de um ambiente organizacional e ser tão rejeitado por causa disso, ser tão rejeitado por querer fazer o bem, e isso também é possível em alguns lugares. Só que 10 anos depois a gente tem que ter uma outra estratégia e a estratégia hoje corrente em tecnologia é a estratégia Big Data e requer outro tipo de tecnologia, outro tipo de instrumento capaz de lidar com essas questões. A questão dessas bases de dados hoje, ela é um problema, por quê? Porque, ao contrário do que foi feito aqui na SAGI com o Dici-VIP, que nós tínhamos uma preocupação, principalmente com a memória desses dados. Nós sabemos que não ia estar aqui, eu sabia que não ia estar por tanto tempo, o Caio ficou até agora, mas o Dici-VIP tinha essa preocupação 35 de memória e uma das oportunidades foi exatamente o Censo SUAS com aquela ficha técnica e que a gente pensava o seguinte, nós começamos a levantar todos os questionários que existiam, feitos pelo IBGE e outras instituições, e não sabíamos exatamente, em relação a alguns microdados que a gente tinha, qual é a relação daquilo com os questionários. Então a ferramenta vem para trazer essa memória, para firmar essa memória e a partir daí poder trabalhar, inclusive reaproveitar muito dos questionários a partir das variáveis. Aquela tentativa frustrada de fazer aquela calculadora, porque, além das variáveis e os indicadores, nós queríamos fazer em tempo de formulação dos indicadores o cálculo, uma possível simulação do que poderia ser o resultado daqueles indicadores se eu tivesse os dados devidamente documentados e microdados prontos para serem mostrados. E aí essa questão dos metadados em larga escala passa a ser uma questão importantíssima à medida que você acumula conhecimento, à medida que as bases de dados vão se acumulando e, como no CadÚnico, por exemplo, que o pessoal ainda até hoje guardam o histórico mensal daquela base com os incrementos dentro dela, sem que a gente possa saber ainda com precisão que incrementos são esses. Outros desafios hoje do presente que a gente viu é a questão da classificação da informação, é uma exigência que nós não tínhamos à época, até porque não tínhamos tanta informação assim, e uma discussão que hoje se tem, principalmente na área jurídica com ouvidoria há pouco tempo aqui no Ministério, é como classifica-se informações de bancos de dados do ponto de vista da sua reserva ao público. Uma coisa importante sobre informação, o Caio citou aquele exemplo do Lula, informações que não estavam sincronizadas, uma das coisas mais importantes com relação à informação do ponto de vista organizacional e fora da organização é exatamente essa sincronização da informação: Quem é que diz a última? A última informação é sempre a verdadeira, ela pode não estar atualizada, então o interessante é que se tenha um alinhamento de quem é que diz, quem é que fala a última informação. E aí essa coisa da obtenção da informação em tempo real passa a ser realmente uma questão relevantíssima, como o Rômulo mencionou, e aí a gente à época estava fazendo vários estudos sobre a informação em si: O que é informação? Como é que se trabalha a informação? Como se organiza? Como se estrutura? Tem dois tipos de informação que a gente tem que trabalhar e não tem jeito: uma é a informação que se pode estruturar, é aquelas que a gente pode colocar dentro de um sistema, dentro dos instrumentos, ela tem estrutura, ela tem como ser repetida, ela tem recursão; e outra são informações que não podem ser estruturadas ou então são semiestruturadas ou não estruturada, em geral são essas perguntas, são esses dados que respondem as perguntas mais difíceis. Então as perguntas do Patrus mais difíceis, eram sempre aquelas que a gente não tinha dados para responder, então à 36 medida que a gente ia respondendo, se elas se tornavam recorrentes, era sinal de que elas podiam ser estruturadas, portanto, passiveis de serem colocadas em sistemas e/ou aplicativos. Então esse é um tipo de fenômeno com a informação que acontece, em que você tem uma resposta diferente do ponto de vista tecnológico, institucional, administrativo, o que você queira, para responder essas perguntas mais políticas, porque o tempo político é bem diferente do tempo administrativo, que é bem diferente do tempo técnico. O tempo técnico a gente pode até ser rápido, o administrativo nem tanto, mas o tempo político é sempre para ontem, e a SAGI à época, quando começou a ser observada e começou a ser, inclusive serviu como benchmarking para o Tribunal de Contas da União para criar a própria Secretaria de Avaliação, em 2009 a 2010, passou a ser alvo realmente daquela ideia do oráculo que poderia responder a essas perguntas quase que imediatamente. Então essa questão da informação, das avaliações rápidas e do monitoramento rápido requer um uso intensivo de tecnologia. Como colocar, então, essa questão do ponto de vista organizacional? Essa figura para mim é muito emblemática, eu usei várias vezes, que é para responder existem duas áreas muito, elas são juntas, mas separadas, vamos dizer assim. Uma é da área de tecnologia, então uma das coisas que eu resolvi aceitar o desafio do Rômulo de novo, que pela segunda vez ele me chamou para cá, era que a gente precisava fortalecer a área de tecnologia para que a área de informação, a ser produzida, pudesse ter condições de gerar a informação que era esperada dela. E dentro do Ministério se coloca duas áreas bem distintas: a área da Diretoria e Tecnologia da Informação e a área da Diretoria de Gestão da Informação. Duas áreas, que do ponto de vista organizacional, estratégicas, mas que tem que caminhar juntas para produzir o conhecimento que se espera a partir das políticas públicas. Do lado de cá um especialista de informação e especialista em TI, são dois tipos de competências completamente diferentes, tratar da informação e tratar da tecnologia são duas coisas completamente diferente e a Esplanada não sabe disso. Então também foi uma das inovações interessantes da secretaria essa separação, inclusive existe uma Política de Tecnologia e Informação do Ministério, o Comitê de Tecnologia e Informação e não de Tecnologia da Informação. Então essa visão também é importante e ela se refletiu em alguns normativos internos que foram criados depois, tanto para dentro, quanto para fora. Essa figura aqui também me lembra muito, a gente mostrou isso em todos os lugares que a gente foi, que é a questão do fluxo de informação. A gente fala de informação, fala de monitoramento, fala de avaliação, mas a comunicação da informação interna, como obter essa informação, é uma das coisas mais complexas que a gente enfrentou aqui dentro. Por que isso? Porque se vocês observarem, essa arquitetura aqui dentro, ela não mudou muito, praticamente não mudou muito, tanto no ponto 37 de vista dos atores que envolvem essa estrutura organizacional, esse fluxo de informação, quanto o aparato tecnológico por trás disso aí, como também a SAGI como a unidade que centraliza esse conhecimento, supostamente centraliza esse conhecimento. Houve algumas mudanças naturalmente, uma delas era a fragilidade de ter uma CGI embaixo da Subsecretaria de Planejamento e Administração, que depois à época da reformulação foi alçada também para perto da Secretaria-Executiva por conta do seu papel estratégico e à época a impossibilidade de dar suporte à SAGI naquilo que para os recursos tecnológicos eram necessários. Então essa figura eu já vi inclusive em alguns papers, vários dos trabalhos que a gente publicou usaram essa figura como referência. Uma publicação interessante sobre a SAGI à época, que é um histórico, que é a publicação, eu, Rômulo e a Geni fizemos também uma republicação muito referenciada sobre como era essa estrutura e a gente mostra na época como é que fazia essa integração da informação, da avaliação e do monitoramento para que a gente pudesse conseguir alcançar os nossos objetivos. Para o futuro, algumas coisas que a gente fez no passado continuam acontecendo no presente, isso aí é mais ou menos o esboço do processo que a gente desenhou para o Censo SUAS. O Censo SUAS, com certeza, eu acho que é uma das maiores realizações da Secretaria do ponto de vista do que ela proporcionou como integração da SAGI com a Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação, depois com a SENARC e depois, lá na frente, com a SESAN, inclusive com os entes federativos, com estados e municípios, foi uma das maiores iniciativas e foi comprada pelo Ministro Patrus Ananias. E esse processo vem responder uma pergunta que o Patrus fazia, que era a seguinte, ele ia nos municípios e quando chegava lá diziam que tinha um CRAS e o CRAS não existia lá. “Ah, tem três CRAS.” E os CRAS não existiam. Havia uma confusão que cada serviço, cada repasse financeiro que se passava correspondia a um CRAS e isso não era verdade. Então era preciso fazer um Censo e essa mobilização foi uma mobilização que foi feita com todos os municípios, e aconteceu um fenômeno interessantíssimo com relação a isso, quando calculamos os indicadores, que a gente chamou de linha de base na ficha CRAS, não foi Caio, e que mostramos as fragilidades do que seria o SUAS na época, houve muito confronto inclusive no workshop que aconteceu, muitas perguntas. “Por que o meu CRAS é assim e o dele está desse jeito? Eu conheço o CRAS e ele delegou ao meu.” E o indicador precisava representar isso. E o Censo trouxe algumas respostas e o que nós colocamos foi o seguinte, é que aquilo era um começo e que no longo prazo essas informações seriam uma aproximação da realidade que eles estavam tentando dizer para a gente no workshop. Então foi uma experiência fantástica o Censo nesse sentido, porque ele integrou o pessoal de tecnologia, o pessoal das áreas finalísticas, o pessoal de avaliação, o pessoal de monitoramento, 38 indicadores, foi um dos projetos mais interessantes que eu acho que a SAGI rodou nesse período. Então um desafio, hoje aqui existe como tecnologia para esse tipo de coisa é a automação desses processos, que esses tipos de projetos podem ser automatizados de tal ponto que você pode produzir, pode gerar todos os seus produtos a partir da automação desses processos. Outro desafio importante e que já está bastante avançado aqui na SAGI, agora com a experiência que eu estou tendo lá no PAC, que é uma coisa gigantesca, que envolve todas as áreas do conhecimento que a administração pública pode trabalhar, inclusive com a área social, montar um sistema de inteligência capaz de dar a gente uma resposta quase que imediata, é muito difícil de fazer, requer também muita mobilização, muita organização dos dados e microdados para que isso possa ser feito quase que automaticamente. Esse, por incrível que pareça, os mesmos lugares que conseguiram montar essas salas de informações estratégicas não conseguem lidar bem com elas, porque para, além delas, existe a capacidade das pessoas de analisar aquela informação e dar o conhecimento necessário que você precisa para o processo decisório importante para a administração pública. Uma outra coisa importantíssima que a gente trabalhou à época foi exatamente como fazer esse fluxo acontecer, de tal modo que alguém lá na ponta conseguisse saber exatamente o que acontece a partir dos dados que são coletados dos sistemas de informações externos. Isso aí é o data warehouse, que, na realidade, é um ato de informação, foi uma implementação de um data warehouse à época para quem não tinha recurso nenhum para comprar uma ferramenta no Ministério. Então a matriz de informação também é um trabalho importantíssimo, que inclusive gerou vários papers e teses de mestrado e doutorado por aí até hoje com as informações que estão acumuladas lá. E aí uma das coisas decorrentes dessa questão do acúmulo da informação é exatamente a análise, a gente sabe hoje que quando você tem N dimensões de informação, elas são no mínimo cúbicas e que o Caio está hoje lidando e que a gente lida hoje no PAC, por exemplo, é com uma complexidade desse nível. Eu estou falando, então, de escala, então para que a gente consiga responder perguntas complexas, as respostas também passam por caminhos bem complexos para chegarem até o seu final. A questão do data warehouse e a questão dos cubos de informação e o tratamento dessas informações hoje se você quiser trabalhar com dados de IBGE, dados de IPEA, dados produzidos pela SAGI, dados produzidos pelo PAC e dados produzidos por todo mundo na Esplanada e ter alguma resposta mais estratégica, por exemplo, a Presidência da República, a organização de dados é tão complexa quanto isso que vocês estão vendo aí. Então isso é um desafio muito grande para o futuro, inclusive, do ponto de vista do Parque Tecnológico, que em termos de dimensão é muito maior, tem muito mais capacidade, e a produção do conhecimento a partir 39 de uma arquitetura de informação desse tipo não é realmente trivial. Eu recuperei isso aí que o Caio mostrou, por incrível que pareça ainda é algo que não vingou, é uma coisa que não vingou, a informação móvel. A gente começou esse trabalho à época, porque a gente tinha um desafio interessante, os barcos na Amazônia, por exemplo, eles se moviam, os CRAS não são fixos na Amazônia, pelo menos não eram, e a gente tinha a necessidade que, à medida que os beneficiários, os cidadãos fossem, aqueles barcos fossem cadastrados e fossem usar os serviços a gente soubesse dessa informação imediatamente. Então isso é um desafio muito grande, não é do ponto de vista tecnológico, hoje é muito mais fácil, 10 anos depois, o desafio é de gerar uma informação sucinta a tal ponto que ela tenha um conteúdo informativo o suficiente para que baste que você olhe aquela informação, ela tenha uma reação imediata daquele que utiliza essa informação. Então é outro desafio também que a gente tem de como trabalhar com os dados móveis e tornar essa informação uma informação concisa e relevante para quem precisa dela. Isso aí vou passar, já comentei sobre isso. E, finalmente, o que eu acho em termos de futuro? Aquilo que eu comecei a falar, eu acho que a SAGI, do ponto de vista organizacional e da maneira como ela deve responder as perguntas que são feitas a ela, e aí são cada vez mais difíceis, é uma área de reconfiguração, é uma área reconfigurável. É interessante que cada Secretário que passou aqui foi dado a maior ênfase a um desses pontos, o Rômulo deu muita ênfase à parte da avaliação, que era a pergunta principal da época, não havia tempo para monitoramento e nem havia tempo para a gestão da informação, porque não tinha nenhuma. À medida que a avaliação foi chegando, 10, 20, 30 avaliações, começaram a aparecer, vamos dizer assim, subsídios para ser começar a monitorar, a tecnologia começou a entrar, instrumentos começaram a se desenvolver e mais depois, para a época da Laura, mas a capacitação foi o mais importante, a disseminação, a questão da informação, publicação, porque já tinha conteúdo para se publicar e ela veio passando, vai avançando para uma área mais intensiva em tecnologia, mais para o monitoramento. E eu acho que na medida que o tempo passa as coisas vão mudando, eu acho que é uma reconfiguração. Não acredito que algo, além desses cinco atores aí, desses cinco itens, apareça, talvez alguma coisa externa que seja necessária para uma coisa mais ad hoc e pontual, mas a arquitetura da SAGI parece que depois de 10 anos tem esses componentes aí e que são reconfiguráveis, de acordo, é claro, coma liderança de cada Secretaria que vai executando, de acordo com projetos que estão sendo formulados, exigências, políticas do momento e as resposta têm que ser dadas de acordo com a configuração que você tem por aí. Portanto, não tem basicamente uma forma, eu acho, quando se trata de inteligência, de informação e do conhecimento fixa, estruturada para se responder as perguntas contemporâneas de cada época que se precisa das respostas. É 40 uma coisa reconfigurável, difícil de fazer, difícil de ver, significa também que você tem que mudar as competências ao longo do tempo, competências que serviram à configuração não servem para outra, ou pelo menos precisa de uma transição para se fazer, as pessoas têm que estudar o tempo inteiro. Essa é uma característica da própria SAGI, aliás, o nome, SAGI em inglês quer dizer sábio, então é algo que se precisa estudar, precisa mexer e não para. E uma coisa importante, para finalizar, é que um trabalho de 10 anos, porque eu lembro da primeira pergunta de alguém, eu acho que era um economista de um planejamento estratégico que o Rômulo chamou para participar, que era escrever as atribuições da SAGI sobre como é que a gente poderia descobrir se os programas sociais eram eficientes, eficazes e efetivos. Alguém perguntou: “Mas alguém sabe o que é efetividade?” Aí alguém respondeu, eu acho que era um economista também: “Não, efetividade é aquilo que é eficaz e que é eficiente, quão longe a gente estava de tal coisa.” E 10 anos depois eu acho que a SAGI criou as condições e tem as condições para responder, tanto a primeira, como a segunda, como a terceira pergunta, se os programas sociais são realmente eficazes, são eficientes e se são efetivos, e o trabalho que foi realizado por várias gerações e que vocês hoje continuam. Vale lembrar aqui, Jeni Vaitsman é uma pessoa muito fantástica que teve conosco; a Eugênia também, que encontrei outro dia, que fez parte da equipe no início junto com a gente; a Patrícia também estava; a Haila; Caio; enfim, e que na época nós tínhamos essas questões sobre o debate. Em 2005/2006 a SAGI foi confrontada sobre o seu papel, sobre a sua relevância, o grupo soube responder e aí hoje temos, com o que vocês mostraram e que dá satisfação imensa para a gente, de que, como o Rômulo falou, o trabalho continua e o reconhecimento da SAGI continua aí dentro e fora da Esplanada e também em vários lugares do mundo, se vocês verem as várias referências a trabalhos que são feitos aqui. É isso que eu tinha a dizer, Secretário, e agradeço aí a oportunidade. Sr. PAULO DE MARTINO JANNUZZI – Secretário de Avaliação e Gestão da Informação – Roberto também muito preciso, muito esclarecedor do ponto de vista dessa história do passado e os desafios do futuro, trazendo a reflexão também metodológica e técnica sobre essas questões que o Rômulo tratou do ponto de vista da economia política, do monitoramento e avaliação. Bom, estamos chegando agora no final da manhã, nós estamos agora, quer dizer, já passamos, já são 13h, e a gente queria fazer agora uma sessão final, na realidade, de entregas aqui de um mimo, na verdade, de reconhecimento pelas contribuições que fizeram aqui a nossa Secretaria: do Professor, Doutor Rômulo Paes, Diretor do Centro Rio Mais, enfim, com todo o histórico que ele tem na saúde e em especial aqui nas políticas, 41 no desenho, na contribuição desse Ministério; e também é um mimo para o Roberto Wagner, também parceiro em todo o momento dos nossos diálogos dentro da SAGI, fora da SAGI, em várias oportunidades. Então eu queria inicialmente pedir aqui para que a Dionara viesse aqui entregar para o Rômulo a bolsa, a bolsa fashion, e o canal, reciclada, e a nossa caneca aqui e pedir para a Thaís registrar a foto e as palmas de vocês. Eu queria pedir agora para o Caio Nakashima vir aqui e entregar o caneco dos 10 anos e a nossa bolsa com materiais aqui da SAGI para o nosso Diretor Roberto Wagner. Registrando a foto. Bacana. E agora eu queria pedir para o Rômulo vir aqui e entregar em nome aqui, na verdade, representando esse conjunto de servidores dessa equipe técnica, que tem construído essa história, o caneco da Dionara representando aqui a entrega e o reconhecimento dessa equipe técnica. Está certo. Eu queria pedir agora para a Paula Montagner, Secretária Adjunta, vir aqui e entregar aqui o caneco do Caio Nakashima, Diretor de Monitoramento e Avaliação, como um mimo aqui à equipe específica aqui do Departamento de Gestão da Informação. Entregando aqui. Está ótimo. Sr. CAIO NAKASHIMA – Diretor do Departamento de Gestão da Informação – DGI – SAGI/MDS – Obrigado. Sr. PAULO DE MARTINO JANNUZZI – Secretário de Avaliação e Gestão da Informação – Que isso. Queria pedir agora aqui para o Roberto, eu não estou vendo o Marconi aí, mas, enfim, eu queria chamar aqui o Roberto para entregar aqui o caneco para o Alexandro Pinto, Diretor Substituto de Avaliação. Ah, desculpa. As palmas. Reconhecendo aqui todo o trabalho importante também do Departamento de Avaliação. E, por fim, eu vou pedir, bom, eu mesmo vou entregar, teria mais uma pessoa aqui, que é entregar aqui para, agora eu poderia entregar para a Dionara, mas eu vou entregar também aqui para o Alexandre Cambraia, Coordenador-Geral do Departamento de Monitoramento, o caneco aqui dos 10 anos da SAGI em reconhecimento aos trabalhos aqui da super equipe também aqui do monitoramento. Está ótimo então. Gente, nós vamos agora fazer uma pausa para o almoço, vai ser servido, aqui no corredor, várias opções aí para carnívoros, vegetarianos e abstêmios também. Obrigado, gente. Voltamos às 14h. A Patrícia tem um último anúncio. Sra. PATRÍCIA AUGUSTA FERREIRA VILAS BOAS – Diretora do Departamento de Formação e Disseminação – DFD – Como o Paulo falou no começo, é um dia festivo e a gente vai comemorar também os aniversariantes, porque é sempre o Paulo gentilmente que 42 convida e faz as honras, mas como ele consta da lista dos aniversariantes do mês, é um dos nossos homenageados. Então a Vitória, o Paulo, o Yuri, o Alexandre, a Dionete, a Regiane, que está cuidando do cachorro quente, e a Jê que está ali na recepção ali da gente. Parabéns para vocês, muito obrigada aí pelo apoio de sempre. Quem já ganhou a caneca pode tomar quentão. Tarde: Sra. PAULA MONTAGNE – Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação – SAGI – Gente, vamos começar nossa parte da tarde, Eu queria convidar todo mundo para se agregar para as discussões da tarde, eu espero que todo mundo das equipes possa estar chegando aqui. Pela ordem da programação, não vem não, está na ordem da programação, é a Kátia. Gente, podemos começar? As pessoas vão se agregando. Como é que é? Ele está funcionando, porque eu estou de frente para ele e ele está batendo em mim. Ah, você é da turma do Paulo, você é da turma do Paulo, porque ele também sempre gosta dos 16 graus e a gente passa frio lá. Não está não, você precisa ver o que está lá fora, não, está mais quente, é que eles estão mais direcionados para cá. Se você quiser vir sentar aqui para ficar no fresquinho. Gente, a ideia era manter o esquema da manhã da equipe atual, que está carregando o piano, nos contar um pouco do histórico e contar um pouco do que se imagina, seja o futuro e quais são os desafios principalmente, mas eu acho que principalmente nós temos um mote muito importante na parte da tarde e que é correlato, eu acho que no final da fala do Roberto isso estava bastante claro. Nós vencemos uma etapa muito grande de estruturação de informação e temos agora o desafio da escala e das dimensionalidades, mas fazer isso ainda é chegar no meio do caminho, porque fazer isso ainda vai, não vai lidar com um aspecto muito importante, que é a apropriação desse conhecimento, gerá-lo é um esforço hercúleo, mas apropriar-se dele no nível federal, não apenas para fazer o top-down que nos foi descrito, quer dizer, o Ministro se apropria do conhecimento, alguns Secretários que tem que tomar decisões se apropriam do conhecimento e se moveu uma montanha para cinco pessoas, seis utilizarem parcialmente da informação. Essa informação com a qualidade, com o detalhamento, com a especificidade e com a multidimensionalidade que ela passa a requerer como política pública, ela precisa ser apropriada em outras instâncias. O método tradicional é o método dos Seminários, da aliança com a academia, de a gente incentivar os nossos consultores e quem nos ajudou a preparar estudos e pesquisas a publicar, a atuar, mas a gente saber que isso ainda é muito pouco frente à realidade, não à toa nós falamos do novo portal SAGI. O novo portal 43 SAGI é um outro elemento da tecnologia que foi vencido, ainda assim a gente vai precisar convencer as pessoas a lerem, e eu acho que o Brasil vem de uma tradição oral que não foi vencida completamente, pesquisar informação, buscar informação que está codificada em texto, que está codificada em tabelas e gráficos ainda é um esforço enorme, não apenas para quem é qualificado para fazer isso e está na academia, mas é um esforço enorme que nós estamos demandando, que os nossos parceiros gestores na Esplanada, no nível estadual e no nível municipal passem a fazer. E aí a capacitação é um elemento que não é novo, mas que adquire contornos novos e que pode exercer um papel muito importante, mas que também precisa ser repensado. É com muito prazer que a gente vai estar aqui com a Ex-Secretária Laura da Veiga, que tem uma tradição enorme, não apenas na produção de informação, mas em todo esse contato e utilização da informação na academia, então ela conhece as duas faces dessa moeda e ela pode nos ajudar a pensar algumas dessas articulações. E o meu amigo Paulo Carvalho, que seguramente vai lembrar dos nossos primeiríssimos esforços de capacitação aqui da parte do Ministério que envolveram, desde da discussão conceitual do que era as políticas não–contributivas, até a formação de professores nas Universidades, para daí chegar a formar quadros. Tem um projeto que quando eu cheguei na ENAP chamava Sub-1, falava Sub-1 todo mundo arrepiava, hoje eu acho que não tem mais ninguém aqui, mas tem gente lá. A gente sabe também, e eu acho que é importante mencionar, um enorme esforço que foi feito no final do segundo mandato do Governo Lula, que foi não apenas a capacitação de gestores stricto sensu, mas a gente capacitar Conselheiros. Esse foi um esforço enorme que custou à SAGI um esforço organizativo muito grande, a Coordenadora à época era a Mônica, a Mônica teve, a Mônica, o Antônio, várias pessoas que estão aqui na equipe, algumas que não estão conseguiram articular processos que envolviam Universidades, que conseguiu envolver municipalidades, Conselhos, foram capacitados quase 20.000 Conselheiros no Brasil inteiro. A gente sabe que isso também é uma parte do processo muito importante, porque é quase um outro degrau que a gente vai ter que trabalhar, que é como é que a informação que a gente está disponibilizando à população pode ser usada como Controle Social, são elementos novos da política. A gente nunca pode esquecer como essa participação é algo novo, é algo que precisamos investir muito para que a gente possa de verdade chegar em qualquer município brasileiro e perceber que as pessoas passaram do voluntarismo para o acúmulo e apropriação do conhecimento do que é a política social, do que são os direitos básicos, do que são os direitos sociais, do que são os direitos individuais que precisam ser valorizados, preservados, garantidos, e que o papel do Estado nas suas diferentes dimensões tem a obrigação de prestar. E a gente sabe que muitas vezes as pessoas tem muito interesse, lhes 44 falta às vezes os instrumentos. Então, a gente vai aproveitar a tarde de hoje um pouco para falar do nosso histórico, de todo esse processo, de como a gente vem tentando enfrentar utilizando novas tecnologias, os novos formatos, novos arranjos institucionais, também ouvindo a experiência de quem já faz isso há mais tempo em alguns âmbitos. A gente sabe que há uma preocupação enorme, a gente tem trocas muito importantes, e quem sabe em 2016 a gente ganhe mais um prêmio aqui do Inovação por ter sido capaz, não apenas de inovar na estrutura organizacional, na geração de informações para Gestão, na organização de monitoramento, mas na organização de métodos que são efetivos para que os nossos Gestores lá na ponta acessem a informação que nós estamos gerando com tanto esforço e possam se apropriar deles para entregar serviços, produtos, planejamento de qualidade para a população no Brasil todo. Então, seguindo um pouco a nossa... Acho que vocês vão encontrar parte do que eu falei, talvez até melhor colocado, na nossa linha do tempo aqui, porque a gente buscou resgatar essas atividades que são marcantes para o nosso período, que são momentos de orgulho daquilo que foi construído nos momentos anteriores, que agora estão se renovando e que nos põe novos desafios. Eu fui informada aqui que teve uma pequena mudança de agenda aqui e que a Patrícia Vilas Boas, que é a nossa Diretora da Formação e Disseminação vai começar a falar, a ideia é que ela tenha 15 minutos para fazer uma fala, contando um pouco as suas observações; depois fala a nossa Coordenadora de Disseminação, que é a Kátia Ozório, que está fazendo um trabalho muito bacana; depois nós vamos convidar nossas pessoas queridas, nossos amigos que nos antecederam e que atuam em áreas correlatas para conversar com a gente. E eu vou fazer uma coisa que o Paulo não faz, eu vou pedir para as pessoas levarem a sério o horário para sobrar tempo para a gente debater. Encontros como esse tem que ter espaço para a gente trocar, e trocar com quem hoje está na frente de batalha. Então assim, vou pedir, de fato, que a gente seja estrito na fala, que a gente vá rapidinho para dar tempo de que todo esse debate que a gente vem construindo desde da manhã encontre espaço para a fala de quem está hoje na lida com esses processos, de como que está vendo o nosso presente e como ele impõe desafios para o futuro. Muito obrigada. Patrícia. Sra. PATRÍCIA AUGUSTA FERREIRA VILAS BOAS – Diretora do Departamento de Formação e Disseminação – DFD – Diretora de Formação e Disseminação – SAGI/MDS – É quase uma banca com especialistas aqui para depois fazerem o debate com a gente. Então, o Departamento de Formação e Disseminação, eu estou à frente do departamento há menos de dois anos, apesar de estar na SAGI desde 2005, janeiro de 2005, trabalhei a maior parte desse 45 tempo no gabinete. Vim, na verdade, quando eu cheguei aqui era para trabalhar no departamento que era DFAP, na área de formação, mas ainda a Secretaria estava se constituindo, havia um PRODOC que ninguém sabia o que era isso, que eu já tinha trabalhado com isso, acabei ficando no gabinete dando um apoio lá para o Rômulo na execução dos projetos internacionais e depois numa assessoria mais ampla até chegar à chefia de gabinete e depois o Paulo me fez o convite para o DFD, que é, na verdade, com toda a trajetória que eu passei, com todo o carinho, com todo o respeito, é onde eu mais gosto, é minha área que eu tenho mais afinidade. Essa é a equipe hoje, é uma equipe muito animada, muito envolvida, muito alegre e bonita também, não é? É, eu puxo o saco dessa equipe, não é? Então, eu acho que aqui era mais uma apresentação por coordenação, mas lá a gente tem um trabalho assim muito horizontal, as Coordenações trabalham muito afinadas, a gente ali tem uma dependência, um compartilhamento muito grande entre as Coordenações. Sobre as ações de capacitação, então, professora, depois a senhora me ajuda resgatar essa parte aí, o Paulo também, é só mais para mostrar que já há bastante tempo, isso foi dito hoje pela manhã, a Paula também trouxe um pouquinho aqui, já existem ações de capacitação no departamento há muito tempo, num primeiro momento havia uma grande necessidade de disseminar mais os resultados da pesquisa, dá mais uma visibilidade maior para o Ministério, então, a área de disseminação dentro do departamento, ela no primeiro momento foi privilegiada na realização dos Seminários Nacionais, Internacionais, nas publicações, então, e com a chegada da Professora Laura as ações de capacitação começaram a ser empreendidas, mas ainda não tínhamos alcançado, era ainda por acordo de empréstimo e agora a gente já vai, como a gente vai ver mais adiante, a gente vai fazer, já faz uma outra lógica. Então, uma capacitação que a Paula até mencionou aqui, que foi que a gente colocou como destaque, a capacitação por Controle Social nos municípios, que até hoje os Conselhos, eles demandas da gente, a gente está atualizando esse material junto com o material que o TCU fez para Conselheiros da Assistência Social, então nós vamos fazer uma nova oferta para Conselheiros. Além dessa oferta específica para o controle dentro do nosso custo de gestão orçamentária nós vamos fazer um módulo específico também para Conselheiros, eles estão sempre no nosso foco das capacitações. Aqui são fotos dessa capacitação do Controle Social para matar a saudade do Paulo e da Laura que gostaram muito de fazer a execução de vários contratos de várias instituições ao mesmo tempo. Naquele momento, se eu não me engano, a gente recebeu, acho que foram 119 propostas até chegar em 10 instituições, não foi mais ou menos isso, Laura? Não, essa não entrou, essa do BID, não é do BID? É, estava no BID. Vai ter trabalho, vai se exigir o... Então hoje as ações de capacitação do Ministério, elas estão focadas, elas estão 46 inseridas dentro da Política Nacional de Educação Permanente, não é mais uma oferta de acordo com uma demanda, vem uma demanda igual veio dos conselheiros, veio uma coisa prevista num acordo de empréstimo, hoje a gente tem uma política, dentro dessa política a gente tem uma previsão de capacitar 80.000 trabalhadores do Sistema Único da Assistência Social. Para conseguir atingir essa meta a gente tem aí tanto preocupação, a gente estabeleceu uma Rede Nacional de Capacitação, são instituições de ensino superior que foram selecionadas, de 189 hoje a gente tem 101, mas já recebemos agora proposta de mais 33 para nova adesão à rede. São instituições que são pré-habilitadas para ofertarem os nossos cursos. Nós temos dentro dessa política previsões de cursos de curta duração e cursos de longa duração, mas o nosso foco nesse momento e é o de curta duração, que é principalmente um curso introdutório e curso de atualização para os trabalhadores e Conselheiros. E também como estratégia para atingir a meta, e para disseminar e para manter de uma forma mais perene os nossos cursos no ar a gente está também fortalecendo aqui o núcleo de educação à distância. Então, a educação permanente, ela foi instituída pela Resolução do Conselho Nacional Nº 04 em 2013, e ela tem como objetivo institucionalizar, no âmbito do SUAS, isso é muito importante, que é a institucionalização dessa oferta, e essa educação permanente, e ela é também dentro da educação permanente ela estabelece tanto as diretrizes, como os percursos formativos, a forma de operacionalização dessa política. O público é todos os trabalhadores e colaboradores do SUAS. A perspectiva pedagógica da educação permanente também é muito bacana, porque está dentro dessa institucionalização, dessa estruturalização das ofertas de capacitação, como eu disse, não são mais ofertas pontuais. Então, toda capacitação, todos os cursos, ele tem, eles passam, tanto por uma metodologia, que eu vou apresentar um pouquinho mais à frente, mas o que é principal são as diretrizes pedagógicas. Primeiro que toda a oferta, a centralidade da oferta de capacitação, ela está focada nos processos de trabalho, a gente não faz um curso aqui que não dialogue com a realmente do trabalhador, com aquilo que ele quer realmente aprender, o que ele está precisando. Um coisa que é muito importante também é o Princípio da Aprendizagem Significativa, que ela tem ali as bases iniciais em Paulo Freire de que a educação, ela tem que fazer sentido para a pessoa, a pessoa não pode receber um curso de forma mecanizada, também não tem uma pessoa que sabe tudo e que vai passar o curso para outra, na verdade, há uma troca dialógica, há uma mediação, o Professor, na verdade é um mediador. Então é essa preocupação que a gente tem de estar realmente, como no Seminário foi dito, acho que foi pela Dirce, uma preocupação do curso de estar dialogando com quem está ali no dia a dia fazendo o trabalho acontecer, porque, como diria o Paulo, ao fim e ao cabo, o que a gente quer é a melhoria da qualidade da 47 oferta do serviço, da prestação dos benefícios, do que a gente precisa, e para isso nós não vamos colocar todo mundo num auditório e fazer um palestrão, a gente questão realmente todo o desenho dos cursos, ele tenha a previsão de oficinas pedagógicas onde há sempre um debate da realidade, é uma reflexão mais conceitual, mas sempre uma troca entre os participantes do dia a dia do trabalho deles. Dentro da política existe uma previsão de estruturação de núcleos de educação permanente, tanto um núcleo nacional, como um núcleo estadual, esse núcleo é para agregar também e ouvir, porque um dos princípios principais da educação permanente é essa ascendência de demanda, não é o Ministério que chega com o curso pronto e entrega para o pessoal dos municípios. Mas ele é todo pactuado, cada curso, tudo que a gente faz é pactuado em todas as instâncias da SNAS que vem e chega para a gente num formato e a gente faz aí a distribuição, um desenho mais pedagógico para tentar, dentro desses cursos de curta duração, comtemplar, por isso a gente tem conteúdos e tem enfoques. E com os núcleos a gente tem a previsão nos Estados de ouvir também os usuários, não só os trabalhadores, as instituições de ensino superior. Então, são os representantes da Secretaria, do Conselho, dos Fóruns dos Trabalhadores, das instituições que fazem parte da nossa rede, do CONGEMAS e dos próprios usuários. É um desenho muito similar ao do Sistema Único da Saúde, só que a gente já consegue, felizmente, aprender já com... Já tem um aprendizado nesse percurso que a gente vai conseguir aí fazer com que a nossa estruturação dos núcleos possa ser mais proativa. O que eu estava falando da rede, a rede tem uma distribuição nacional, apenas Tocantins, Acre e Rondônia, mas agora com essa nova chamada a gente espera que tenha instituições em todos os Estados, hoje são 101, públicas e privadas. Temos dentro das nossas ações de capacitação a previsão de estar, é um projeto que foi concebido aqui na SAGI já desde outubro de 2012, não é Janine? Outubro de 2012, o Paulo já, até foi uma ideia aqui que ele colocou, uma preocupação de estar trazendo uma formação constante dos trabalhadores da SAGI, nós começamos com algumas ofertas de oficina, todos os departamentos, aí a gente propôs agora um projeto junto com o CGRH, também nesse mesmo formato, que é bem para o público interno, e numa perspectiva de permitir que todos os trabalhadores do Ministério conheçam os principais programas, as políticas e não só dos seus resultados, mas a construção, a concepção, a implementação também na perspectiva de fortalecer os trabalhadores aqui do Ministério nesse entendimento, nessa institucionalização do conhecimento, como foi dito hoje mais cedo. Capacita SUAS, que é esse programa que a gente já está implementando com os Estados, acho que eu já falei aqui, que ele é voltado para os atores da Assistência Social. O que eu falei do processo também, a metodologia, tudo começa aqui com uma iniciação de uma demanda, vem essa demanda chega aqui a gente tem 48 que fazer o planejamento, depois faz a execução dos cursos, o monitoramento e o controle, a avaliação e depois uma devolutiva, e normalmente nos cadernos de estudos a gente faz uma disseminação dos resultados do que a gente conseguiu com aquela experiência. Nessa primeira oferta do Capacita SUAS são três cursos: um curso de introdução aos provimentos do serviço socioassistenciais; um de atualização a indicadores para diagnóstico; e outro de gestão orçamentária financeira. Reforçando: são cursos que os municípios apresentam, para entrar no Capacita SUAS houve um termo de adesão e todos os Estados brasileiros, todas as Secretarias de Assistência Social, o CONGEMAS, apresentaram um Plano Estadual de Capacitação. Nós fizemos uma avaliação desse Plano, observamos o que tinha de comum de demanda nesses Planos, chegamos a esses três cursos e esses cursos foram, então, pactuados nos municípios, Estados e aqui no Conselho Nacional. O arranjo do Capacita SUAS, ele envolve, tanto a SAGI, como a SNAS, e as Secretaria Estaduais, as instituições de ensino e os trabalhadores. Aqui é a segunda oferta, então, nós estamos aqui na primeira oferta só para já dá uma ideia e dimensionar aqui o trabalho do Capacita SUAS, nós vamos entrar agora mais novos cinco cursos também pactuados dessa forma. Aconteceu uma coisa interessante, porque antes o arranjo era: O Ministério contratava as instituições que ofereciam a capacitação nos Estados. Assim que o Paulo e a Paula chegaram se depararam com a CGU, que ficou aqui seis meses auditando os processos e trazendo uma série de dificuldades desse arranjo. Então a gente repensou um arranjo e passou, então, para fazer essa habilitação da rede, selecionar a rede de acordo com critérios estabelecidos pelo Ministério da Educação, mas também com a afinidade dessas instituições com as nossas políticas, aí com essa rede o Estado é que contrata, quem faz a gestão. Então, nós temos um trabalho muito forte, principalmente da SAGI nesse fortalecimento de capacidades das equipes estaduais para implementação do projeto. Então, isso é uma das nossas maiores atribuições no Capacita SUAS, além desse processo pedagógico de definição de uma matriz, de conteúdos, de procedimentos pedagógicos, é esse fortalecimento básico. Em Estado que a gente foi duas vezes para poder orientar como é que seria a elaboração do Termo de Referência, como é que ajuda a fazer os pareceres para as suas Procuradorias Jurídicas, aquilo que o Rômulo falou mais cedo, a dificuldade, às vezes as pesquisas só começaram dois anos depois, porque foi quando a gente começou a aprender aí com os erros também, e o Estado está nesse momento. Então demorou mais do que o previsto, no ano passado, no segundo semestre do ano passado só quatro Estados tinham iniciado o programa, hoje ele já está em 16 Estados, aqui está até faltando pintar mais um pouquinho. Além do assessoramento técnico aos Estados ou a elaboração dos projetos, nós realizamos oficinas de alinhamento com as instituições, os Professores que 49 ofertam os cursos do Capacita SUAS. eles não entram em sala de aula sem passarem por um alinhamento, esse alinhamento, ele é pedagógico, de conteúdo e também político, a gente sabe que tem um distanciamento, às vezes, do que está sendo visto no dia a dia da Academia, então a gente busca, inclusive, inicia todos os alinhamentos com uma dinâmica, fazendo uma leitura das cartas que chegam para o Ministério, dos beneficiários, dos usuários do sistema e a gente tenta fazer uma sensibilização para mostrar qual é a realidade em que ele vai atuar, qual é a realidade desse trabalhador que ele está formando. Aqui é um pouco do material didático que a gente prepara para a oferta, aqui é um material instrucional, para cada curso a gente fez um materialzinho bem dialógico, que trata um pouco de um resumo da matriz, tem sempre uma referência bibliográfica extra e também um conjunto de materiais aqui, de legislações que a gente disponibiliza para todos os participantes. Aqui são algumas, aqui são fotos do alinhamento com as instituições, essa maior a gente fez, inclusive lá com o ENAP, inclusive contando com a participação de um, era um olhar, fizeram uma avaliação do que foi dito, do que foi discutido lá e a gente já redefiniu o modelo do alinhamento também depois da contribuição da equipe da ENAP. Também tem um curso específico de diagnóstico, aliás, que todos aqui têm os Diretores e Coordenadores de vários departamentos envolvidos nisso apoiando a gente. Aqui já são algumas turmas, turma no Acre, turma em Sergipe, várias turmas já, aqui eu achei interessante que a Paula chegou essa semana, Paula, eu acho que essa aqui você nem tinha visto, uma turma acontecendo na igreja lá em Cachoeira. Eu falei: Bom, Paula, a gente está precisando rezar mesmo já deixa a turma aí na igreja mesmo. Lá no interior da Bahia o pessoal vai se ajeitando como pode. Aqui são alguns dos depoimentos, a gente tem, e a Paula também trouxe uma fala também legal dessa visita que ela fez, como a gente percebe assim que os trabalhadores a sede por aprendizado, por aprender como que eu faço, querem saber as normativas e tudo, mas essencialmente, como é que eu lido com isso ou com aquilo? E tem sido muito bacana, a gente tem tido um bom retorno. Um outro trabalho na área de capacitação que a gente tem é um Programa de Aperfeiçoamento em Gestão de Política de Proteção e Desenvolvimento Social, que é uma parceria com a ENAP, nós já depois de duas edições, uma especialização, nós vimos que, apesar da especialização ter sido uma experiência muito boa, ela é muito restrita, forma muito poucas pessoas. Então, nós fizemos, desmembramos essa especialização em disciplinas isoladas e vamos ofertar agora como disciplinas. Então, não só para os servidores como duas delas, da elaboração, acho que na próxima tem a grade, esse de desenho e cursos e programas de capacitação, tem um outro de capacitação aqui que a gente vai fazer também junto com as equipes estaduais do programa. Terça-feira que vem já tem o primeiro curso, está bom? Isso porque a gente não 50 teve tempo de divulgar aí a gente teve que fazer essa redução. A gente preocupou porque chegou e a gente falou: “Nossa, a gente tinha que ter 15 dias para a divulgação, só, menos de uma semana?” Aí com três dias o negócio já não recebia inscrição. Como eu disse também uma outra estratégia é a oferta em EAD que agora nós estamos fazendo no modelo junto com o SEGOV, o SEGOV é que está apoiando a gente na elaboração do material e na oferta. Nós temos um ciclo de capacitação e monitoramento e avaliação que envolvem três cursos diferentes, para o primeiro curso, o curso Análise e Uso de Fontes de Dados para Diagnósticos, nós recebemos 10.000 inscrições, tivemos também que cortar para poder fazer essa oferta, que a gente estava esperando, no Termo de Referência a gente tinha feito uma previsão entre 800 e 1.300, aí a gente recebeu 10 mil. Mesmo assim o SEGOV, a gente precisou cortar, mas o SEGOV ainda ficou aí com uma turma, várias turmas que somam cerca de 6.000 pessoas, a gente está priorizando pessoas da nossa área. O núcleo, que eu comentei com vocês, as ações, tem um histórico, pena que o Roberto não está aqui, não é Caio? Que o Roberto sempre foi um incentivador dessa oferta EAD, como criou uma rede para poder otimizar esse diálogo, essa troca de experiência entre os Estados, depois algumas oficinas, se eu não me engano, foram mais de 20.000 pessoas que fizeram as oficinas no ano passado, não foi, Caio? 23.000, se eu não me engano, em Rezende, foi isso? Então, estava focado ali, era o pessoal do Departamento de Gestão da Informação que tocava tudo e aí a gente trouxe a Rezende a demanda e a gente agora faz algumas coisas compartilhadas. Aqui já é um resumozinho de algumas oficinas que a gente fez, aqui é a estruturação do núcleo a gente vai ver que a oferta do núcleo a gente fez um desenho que ele é feito, ele tem três tipos de oferta, eu acho que na outra tabela está mais claro: tem um que envolve a concepção, a gente faz a concepção pedagógica, como esse do SEGOV está fazendo e a gente faz uma entrega para uma outra instituição fazer a oferta que a gente ainda não tem essa capacidade; tem um outro que a gente faz a produção do curso, que são agora a gente agora está mais centrado nos pequenos cursos, nas oficinas e um que a gente vai fazer a oferta, que nós vamos chegar também numa oferta com tutoria um dia. É isso, muito obrigada. A Kátia vai mostrar as ações de disseminação, eu comecei a falar antes dela, porque ela falou assim: “Eu vou falar igual o Caio, eu também não queria apresentar não.” Sra. KÁTIA OZÓRIO – Coordenadora Geral de Disseminação/DFD/SAGI – Acho que eu vou ficar sentada aqui atrás do arranjo... Enfim, têm poucas coisas que eu faço pior do que falar na frente de outras pessoas, mas... Então eu vou tentar dar uma noção geral, eu vou esquecer de muita coisa, então, mas eu vou começar um pouco resgatando assim algumas 51 coisas que a gente já, que já foram feitas um pouco antes da minha chegada, eu estou aqui há três anos e quem coordenava essa parte de publicações era a Mônica e o Marcelo, Mônica Rodrigues e Marcelo Rocha, que faziam isso muito bem. E então tinham publicações dessa época, que eu acho que são, assim, fantásticas e a questão de POP Rua, população de rua, o balanço e desafios e esse livro do Alimento Sagrado de Terreiros, que é uma pesquisa muito interessante também. Nessa linha, assim, não é uma coisa que a gente faça rotineiramente essas publicações especiais, mas quando, por exemplo, no caso desse do PAA 10 anos, é um livro comemorativo, então é um projeto que a gente entrou numa parceria com a CESAM e para desenvolver. E esse aqui é um livro que está agora no processo de revisão final, que eu não sei se a gente vai conseguir imprimir, porque a gente têm algumas limitações hoje em dia de impressão, mas também em parceria com o Departamento de Avaliação sobre as pesquisas, os resultados do edital do CNPq. E aí uma das coisas que a gente tem focado desde a minha entrada é estruturar as publicações seriadas, as séries, a gente ainda não faz acho que com tanta frequência como se fazia antes, eu imagino, as publicações especiais, mas a gente foi desenvolvendo mais. Essa é uma sequência que já tem há bastante tempo, o caderno de estudo a gente segue fazendo, está no número, está desenvolvendo dois números, o 17 e o 18, e esse aqui é o 16, que ele já está pronto, mas não conseguimos ainda imprimir, porque estamos sem contrato de impressão. Então a gente está tentando fazer a disponibilização no site e distribuindo CDs em algumas situações. Aqui nós temos o CD com esse número para distribuir aqui e junto com a Revista 6, que também está pronta, mas que também a gente ainda não conseguiu fazer uma tiragem impressa. E esse aqui é uma linha editorial que a gente estruturou de uma forma diferente, tinham volumes maiores, antes era o Censo SUAS era o CRAS e o CREAS, mas o número de unidades de Assistência Social foram aumentando, o número a pesquisa, o levantamento desses resultados foi aumentando o número e a gente sintetizou, fez um volume pequeno para tornar mais palatável a distribuição para o Gestor, o Gestor, ele está um pouco mais ilustrado, com análises mais sintéticas e para que esses resultados sejam lidos e aproveitados por mais gente. Então, além disso, depois mais tarde vocês vão ver que tem uma plataforma eletrônica que a gente também está disponibilizando para facilitar a disseminação das informações. Aqui, essa revista foi uma revista que foi o primeiro projeto que eu fiz entrando aqui na SAGI, que é a Revista Brasileira de Monitoramento e Avaliação, uma parceria nossa com a Rede Brasileira de Monitoramento e Avaliação e nós estamos no 6º número, sendo que o número cinco foi lançado agora recentemente, em parceira com o ENAF, inclusive, e essas duas faltam a gente conseguir viabilizar a impressão assim que o contrato da gráfica tiver, que o Ministério tiver um 52 contrato com a gráfica. Então, a gente está um pouco atrasado em relação a essa publicação, porque uma época foi mais difícil de a gente conseguir focar, selecionar textos e focar o nosso esforço para concluir as edições, mas agora a gente já está conseguindo, fez um super, um intensivo, assim, a gente está conseguindo colocar em dia a numeração dela. Bom, aqui é um, esse aqui é um trabalho constante da coordenação, que são os Sumários Executivos, que o DA vai nos passando, eles vão concluindo, vão nos passando, isso é um trabalho rotineiro que a gente está sempre fazendo para disseminar o mais rápido possível, a gente diagrama e já publica instantaneamente. O Boletim é uma das coisas mais importantes aqui para o Paulo é a disseminação do que a gente faz, tem sempre o foco de disseminar o máximo possível tudo que a gente faz em termos de ferramenta e de publicações, de resultados, de cursos, Então uma forma que a gente encontrou foi de fazer boletins, isso funciona muito internamente para que a Secretaria possa e para que alguns outros órgãos do próprio Ministério, áreas do Ministério e tal possam ter acesso e buscar, ir lá no site, e acessar a publicação, acessar a ferramenta e saber do que a gente está fazendo aqui, e até por isso funciona muito bem, porque às vezes a gente não sabe o que está fazendo, o que está acontecendo no DGI, o que está acontecendo, quais são as pesquisas que estão em andamento. Então, é uma forma de a gente mesmo se informar sobre o que a gente faz. Aqui é uma plataforma, a gente começou a explorar há um tempo uma ferramenta para fazer essas plataformas eletrônicas, que assim amplia a nossa capacidade de disseminar uma informação e de uma forma mais sucinta, menos texto, a gente consegue colocar os gráficos e um textinho muito curto, mas é uma forma de a gente conseguir passar também, passa por um link, manda por e-mail, é mais fácil de todo mundo acessar e de uma forma bem mais objetiva. Aqui são outros exemplos dessas plataformas, no Capacita SUAS nós construímos uma onde todo o curso está colocado ali, então você tem acesso ao conteúdo programático, aos PDFs de cada matéria, então está tudo ali de uma forma bem organizada para o aluno chegar e se achar, e achar tudo que o curso pode oferecer. E esse aqui é uma outra, assim, são só exemplos do que a gente pode fazer em relação, esse é o CINPES do ISM é o Instituto Social do Mercosul e que foi uma solicitação do Paulo de a gente começar a colocar informações ali e para também ajudar outros países a estruturarem essa informação. E são umas plataformas que é fácil de a gente fazer internamente, a gente não precisa de um programador, de nenhum de nós tem esse conhecimento, mas, ela de uma forma meio caseira, ela nos possibilita desenvolver alguma coisa em termos de html. Então aqui é um outro exemplo de disseminação que para a gente, os CDs, esse aqui vocês já conhecem, ele foi feito em 2010, é de 2004 a 2010 e nós estamos fazendo uma versão atualizada, isso aqui é uma prova, que chegou essa semana, inclusive 53 nem o Paulo conhece, e é um protótipo, e é a atualização dele, então, ele vai ser de 2004 a 2014. Então, é mais uma forma de a gente distribuir o que a gente faz aqui também, assim, em eventos é muito importante, porque a gente não pode levar todas as publicações, então é uma forma também de a gente disseminar o máximo as coisas que a gente já fez e que está fazendo agora. Isso aqui é uma outra coisa que o departamento contribui, que como a gente tem esse viés gráfico a gente consegue fazer internamente, assim, a identidade visual, alguma coisa, dar um suporte para eventos do Ministério, da Secretaria, ou, enfim, de alguma parceria que a gente esteja envolvido. Então, é um apoio gráfico, às vezes a gente faz isso inclusive em parceira com a ASCOM ou para outras áreas aqui do Ministério. Então, para quem não conhece, tem a biblioteca, que demorou muito tempo para a gente conseguir implementar, mas a gente então é parte dos nossos esforços, a Tati, que coordena e orienta bastante, tem uma moça exclusivamente trabalhando para a biblioteca, alimentando o acervo no sistema, então é um prazer a gente ter conseguido estruturar, implementar e, enfim, ela faz parte da nossa coordenação também, da nossa gestão. Além disso, da biblioteca, mas está ligado à biblioteca, tem o Acervo Digital MDS, que ele está em fase de alimentação, por enquanto a SAGI só tem os dados alimentados ali, mas o próximo passo é a gente conseguir chamar as outras Secretarias para que elas também alimentem com o seu material, o material desenvolvido por essas Secretarias. E mais adiante, à medida que a gente for conseguindo autorização dos autores em relação a teses e dissertações a respeito de políticas sociais, das áreas que o Ministério trabalha, a gente vai conseguir, vai também alimentar esse repositório com esse conteúdo para que a gente tenha um acervo mais completo possível em termos desse tipo de conteúdo, de tanto publicações, dissertações, teses, todo tipo de documento que a gente achar que é pertinente e a ideia é que ele um grande, realmente um acervo muito completo. O wwp, então o wwp é uma iniciativa que é construída a partir de uma parceria do Banco Mundial com o Ministério, o MDS, o IPEA e o IPC, e acho que foi em março do ano passado que essa parceria foi construída e a gente trabalha, assim, hoje em dia a gente dedica bastante tempo na construção dessa iniciativa. Ali tem o site, ele é, na verdade, todo o conteúdo a gente vai alimentar no site, então nós temos um esforço bastante grande de selecionar materiais e também produzir materiais para alimentar o site. E na coordenação a gente faz essa elaboração dos termos, a Gestão das consultorias dos Consultores que vão trabalhar desenvolvendo conteúdos para essa iniciativa e colaboração em termos de toda, da comunicação, enfim, de abastecimento e tal. Então, a gente trabalha hoje em dia bastante focado nisso, a Roberta também que, não sei se ela está aqui, mas também tem um trabalho bastante dedicado e eu acho que o Paulo pode falar dessa iniciativa com mais propriedade do 54 que eu. E acho, é isso? Está bem, então, eu acho que acabou, então, espero não ter esquecido de muita coisa, desculpem meu nervosismo. Sra. PAULA MONTAGNE – Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação – SAGI – Gente eu queria... Laura, você vai apresentar alguma coisa? Então eu acho que a gente podia desligar aqui o projetor e ligar aqui, acender e, como vocês veem, a gente está preocupado, não apenas com linguagens e conteúdos, mas também com a disseminação em diferentes mídias e de a gente ser capaz de conversar com públicos diversos. Nas nossas falas a gente privilegiou os públicos nacionais, mas a apresentação final da Kátia chamou a atenção de ações que o Ministério vem sendo demandado, não apenas para atuar com os Gestores brasileiros, mas com os nossos parceiros dos países do MERCOSUL. E cada vez mais instituições internacionais querendo que o Brasil seja capaz de dizer a essência da sua experiência para que outros países de outros continentes possam se apropriar do conhecimento, das políticas inovadoras na área social que foram desenvolvidas aqui. Eu queria convidar a Laura da Veiga e o Paulo Carvalho a se juntarem a mim e eu ia convidar a Kátia e a Patrícia também a estarem aqui na mesa para a gente poder fazer uma conversa, dar continuidade a essa nossa conversa aqui. Laura, você começa? Não, isso é uma pergunta. Você Paulo, você prefere começar, Paulo? (Intervenção Simultânea) Sr. PAULO CARVALHO – ENAP – ENAP – Eu pego uma carona com a Laura depois. Sra. PAULA MONTAGNE – Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação – SAGI – Laura, você, por favor, sinta-se à vontade... Sra. LAURA DA VEIGA – Secretária de Avaliação e Gestão – SAGI – Secretária de Avaliação e Gestão – SAGI – Eu quero agradecer o Paulo e a Paula pelo convite de estar aqui, repetindo, o que Rômulo já disse de manhã, pela manhã, mas é importante quem participou dessa experiência ou dessa trajetória da SAGI, pego na experiência, porque a experiência é um negócio que costuma acabar, eu não estou querendo que acabe, estou querendo que continue. Então, que é importante ver que é algo que, é todo o esforço de um grupo, uma parte permaneceu, aliás, são poucos dos que permaneceram desde o início, mas que foram se agregando novas pessoas, novas agendas e novas capacidades, inclusive, para lidar com aquilo que estava colocado para a SAGI, inclusive, mudando na medida das 55 necessidades, das demandas e das mudanças de contexto de conjuntura fazendo os ajustes que um órgão governamental tem que fazer, o órgão governamental não tem, mesmo os museus que guardam memórias antigas de coisas já produzidas, mesmo eles passam por processo de renovação, etc. Então, isso faz parte e isso é muito importante ver, inclusive, como tem sido, a SAGI tem sido bem-sucedida nisso. Eu acho que isso é importante para quem esteve na SAGI num certo momento, como eu estive do período de 2007 a 2009, se não me engano, você está num certo momento você tem outras conjunturas, outros desafios e ver muitas vezes as dificuldades como questões que estavam colocadas lá, como é que elas retornam hoje aqui nas apresentações e nas dificuldades, muitas delas permanecem como desafios, mas assumindo novas feições, eu diria isso, assumindo novas feições e com resultados já podendo serem agregados. Então, eu vou falar o seguinte em termos dos desafios que eu vejo na questão de desafios e das questões de capacitação, por exemplo, no período que eu entrei como Secretária, que eu estava atuando no Ministério desde 2004 como Consultora e em 2007 substituindo o Rômulo eu entrei como Secretária. E aí o que cada um e pela questão da linha do tempo que foi organizado, que está nessa publicação aí, você percebe isso claramente, você tem, se você ler o que foi feito, o que foi produzido eram desafios que estavam colocados ali e aquele negócio: foi construindo alguma coisa, mas algumas coisas ficaram para trás, porque, inclusive, da forma como o próprio Caio relatou, como se começou a própria SAGI, na própria SAGI e o Ministério todo, como o Patrus dizia, nessa época, como era? Eram poucos desorganizados, espalhados e amontoado em um monte de lugar, quer dizer, poucos e amontoados, vocês imaginam o que era, porque era um Ministério, uma equipe pequena, toda praticamente emprestada, com pouco pessoal, não tinha havido nenhum concurso ainda, não tinha uma equipe própria. Então, você tinha, era um bando de, eu falava que era mais ou menos aquele negócio do, como é que é aquele negócio do exército do Branca Leoni, entendeu? O exército do Branca Leoni saia todo mundo meio esfarrapado tentando fazer as coisas e tudo mais. Mas com um compromisso fortíssimo que isso é importante, inclusive, de fazer algo que esse grupo acreditava que funcionasse, um Ministério que funcionasse e que fosse efetivo e que não fosse mais um Ministério na Esplanada, mas que fosse algo que tivesse um compromisso com aquilo que o nome do Ministério indica, que é Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Então, isso aí é uma, e a SAGI se colocando como uma experiência extremamente inovadora dentro da estrutura, mas mesmo assim, mesmo sendo nova enquanto estrutura, já tendo de competir com certos procedimentos mais tradicionais que já haviam, por exemplo, inclusive, até uma certa disputa mesmo às vezes com a Secretaria de Planejamento de dizer: “Nós fazemos monitoramento.” Eu falei assim: 56 Vocês não fazem monitoramento. Várias vezes nós tivemos esse tipo de discussão, vocês fazem, vocês seguem o planejamento que fazem é seguir aqueles sinalizadores deles lá, mandou tanto dinheiro, foi executado tantas metas, tantos por cento das metas foram executadas, isso não é monitoramento, isso é acompanhamento de metas. Então, isso não é monitoramento no sentido real da palavra de saber o que funciona e por que funciona e como está funcionando essa questão toda. Então, você tem nessas grandes áreas que são as cinco atribuições que a SAGI, principais, que foram já colocadas aqui hoje, se tem um momento inicial, que é um momento, inclusive, de conformação, inclusive, dos tais dos PRODOCs mesmo de conseguir os recursos, de começar o processo de implantação que o Rômulo já se referiu das contratações e das avaliações. Depois foi amadurecendo e quando eu entrei uma demanda que estava colocada desde 2004 que eu, inclusive, comecei a desenvolver a proposta, que era a demanda de capacitação para a implantação do SUAS, porque o SUAS representava uma mudança, representa, porque não está totalmente terminado isso ainda, não está totalmente consolidado, representa uma mudança de perspectiva de forma de fazer com que a Política Nacional de Assistência Social se implementasse. É uma política descentralizada sem questões diferentes, por exemplo, que a descentralização na Saúde representou e que a descentralização da educação, por exemplo, representou. Vinha com uma tradição, uma tradição péssima de assistencialismo e clientelismo, sem uma rede pública, sem profissionais, sem rede propriamente dita, então, como é que você implanta? Você tem de mudar a mentalidade, construir a rede, atuar nas diferentes frentes que o Ministério atua para poder, inclusive, viabilizar esse tipo de programa. Então dentro disso tem toda a parte de capacitação da mudança, inclusive, de mentalidade, que é uma parte depois que o Paulo, provavelmente vai, foi ele que foi, a ENAP que foi a executora disso. Mas daquela questão e hoje e de um seminário que eu estive no início dessa semana a mesma coisa a Simone Albuquerque, que é da Gestão do SUAS ela falou a seguinte coisa no final lá: “A tentativa era que pelo menos se conseguisse repetir mais uma vez no ano seguinte aquela capacitação que havia sido dada.” Porque nós fizemos um esforço imenso, por exemplo, na minha gestão, esforço brutal para conseguir montar a tal da Rede Descentralizada e por força da natureza de contratos, juntando do Sistema Público Brasileiro, juntando com os PRODOCs, juntando com os BIDs da vida você tem uma questão séria de como é que você mantém, preserva o vínculo, quando aquela instituição, ela não mantém mais a relação contratual. Então a instituição é contratada para fazer um curso, por exemplo, ela faz o curso e se desliga e vai tomar conta da vida dela, ganhar os seus dinheiros ou o que for noutra parte, porque esse vínculo não se mantém. Então, essa outra iniciativa que está agora, a implantação da Política Nacional da 57 Rede Capacita SUAS é um outro desenho, que, inclusive, pegando uma parte dessa, digamos, desse desejo, que esse desejo já é antigo e, inclusive, já havia se tentado isso, inclusive no final do Governo Fernando Henrique Cardoso e problemas semelhantes ocorreram. Então, essa rede, você tem no Brasil, você tem, além de você descentralizar os serviços, etc., você precisa também descentralizar a capacidade de formação e de referência para quem atua no campo, para quem atua na política, isso significa você ter instituições que mantenham um diálogo mais próximo no nível estadual, por exemplo, com os municípios, com os Gestores, com os trabalhadores daquela área, daquele tipo de... Não, mas eu não vou tomar agora não, porque depois eu tomo, porque café quando eu tomo eu tenho, depois do café eu saio para fumar, então eu não vou poder fazer isso nessa mesa, então fica para depois. Então isso é uma relação imediata, então isso é relação de causa e efeito, então não dá para ficar brincando com ela não, que quando eu estou falando eu normalmente eu tomo é água para tirar a vontade de fumar exatamente. Mas então você precisa descentralizar isso. Essa, por exemplo, foi uma briga, uma disputa que nós tivemos e até com o Banco Interamericano, como o BID, por exemplo, queria que se contratasse uma única, dizendo que essa coisa de fazer uma contratação de várias instituições que isso não existia. Eu falei: como não existe? Não se faz, na se parte a rede de estradas, do quilômetro tanto a quilômetro até faz uma licitação, não sei o que, por que é que não pode fazer? Se faz isso para as estradas, por que você não pode fazer isso na capacitação? Claro que pode. Dá mais trabalho, é claro, é mais problemático, gerenciar isso é mais difícil. São processos mais complexos para você fazer e lidar com aquilo, mas é uma necessidade que se coloca. E você também tem um mercado também de negócio na capacitação, que é o que a rede, o que está se fazendo agora com o Capacita/SUAS, é tentar romper com isso, é de um mercado grande de instituições que se especializaram a vender certos tipos de cursos para a administração pública, e que necessariamente não são os cursos de capacitação que a administração pública precisa. Então é algo com problemáticas, isso é um desafio enorme, nisso que está, que a SAGI, o Departamento de Formação e Capacitação está fazendo, continuando, que começou essa interlocução forte, isso começou em 2004, e continuaram várias tentativas, vários tipos de desenhos, para determinados tipos de coisas funcionou melhor, outras não funcionaram tão bem, a dos Conselheiros, eu estava no final, quando saí daqui, estava começando a questão dos Conselheiros, mas também tinha sido extremamente problemática a contratação e a gestão. Tinha havido uma experiência não compartilhado com a SAGI, a SENARC tinha feito uma experiência de capacitação com EAD e tinha dado tudo muito problema, é o servidor e deu um problema enorme aquele negócio. Então você tinha, realmente, porque o problema é 58 como você faz com que aquele tipo de conhecimento chega aonde precisa chegar e da forma que é necessário. E dessa forma, inclusive como a Patrícia chamou a atenção dialógica, onde dialógica, mas aí você tem que pensar o seguinte, se você pensa numa estrutura das universidades, do meio acadêmico, são estruturas muito complexas e as universidades, principalmente as federais, aquelas que são dedicadas mais à pesquisa e ensino, elas têm todas já uma carga enorme do seu trabalho e eles são voltados para atender as suas pesquisas, os seus cursos etc. E normalmente essa área, como a área, participar do seminário é ótimo, eles gostam, isso vem da universidade, quer dizer, nós gostamos. Agora, executar um curso com os desenhos, com as exigências que são necessárias para ter esse resultado de ajustar o conhecimento, as necessidades e estabelecer esse caminho dialógico, isso já é mais complicado, é bem mais complicado fazer, isso é uma experiência que vem mais das ONGs do que das universidades. Então você tem uma questão difícil aí de fazer esse ajuste. Então esse é um desafio que a SAGI vai ter, que o MDS vai ter, é Política Nacional de Assistência Social para realmente construir, ajudar a estruturar, de uma forma mais sólida, o Sistema Único de Saúde, que é algo extremamente importante nesse país. Porque assim, e a União tem um papel fundamental, inclusive na questão dos incentivos e do estímulo de estabelecer as diretrizes, e fazer tentar com que o sistema vá se ajustando, que as práticas se modifiquem etc. Então esse é um trabalho complicadíssimo, não é um trabalho fácil, e quem já esteve nessa área sabe disso, e muitas vezes é extremamente frustrante por causa que é um enorme esforço e muitas vezes dá com dificuldades de mesmo essa que nós fizemos, que eram 10 instituições, nós tivemos umas quatro ou cinco vezes de intervir nos cursos, que nós tínhamos os nossos, a SAGI tinha... É, levar para a UTI e outras coisas, falar uma coisa: ou faz do jeito que está no contrato ou então não recebe, é simplesmente isso. Não, nós tínhamos Comissão de Emergência, nós tínhamos um SAMU, para poder... No meio do caminho nós arrumamos um SAMU para resolver, mas também tinha a nossa turma dos nossos fiscalizadores, que saia da SAGI, era o pessoal que ia fiscalizar para ver aquilo que está contratado está sendo executado, eu assistia às aulas, chegava lá, que era a turma de fiscalização para eles poderem saber se estava acontecendo mesmo, porque não é aquela coisa de você entregar e depois você receber a notícia que eu mesmo fui em duas ou três experiências dessas no Rio para ver o que estava acontecendo. Sabe? Então são questões como essa que você começando, não é uma operação muito simples, porque se você deixa solto você sabe o que é que vai acontecer, ou seja, põe o dinheiro ali, mas não sabe o que é que vai acontecer em termos de resultados. Então isso é um lado, agora, do lado, do outro lado lá inclusive nessas relações, União, nas relações federativas, qual que é um outro problema que você tem? Você tem o problema do outro lado, 59 que é a capacitação, por exemplo, ela faz sentido se você tem uma rede estável de profissionais que vá aproveitando aquilo e vão utilizar nos serviços. Então isso, por exemplo, a educação tem, mas mesmo o Fundef, que tinha este, custou a estimular a fazer com que certa carreira da educação fosse mantida, fossem construídas. Mas a educação, por exemplo, tem uma rede mais estável de profissionais, como da mesma forma que o SUS também tem. O caso da Assistência não é isso, o caso da Assistência tem, é uma rede de profissionais nos municípios lida uma parte, parece que agora nesse novo, na nova MUNIC mostrou os avanços em relação a isso, mas de equipes instáveis sem contratos, com contratos absolutamente instáveis que podem estar hoje num serviço e amanhã está demitido. Então uma parte do nosso esforço, inclusive de capacitação que foi feito das gerências, uma parte se perdeu por causa das enormes dificuldades de licitar etc. e etc., quando a capacitação saiu, ela já saiu num período que já estava vendo próximo, muito próximo das eleições municipais e essas aqui foram substituídas. Então você tem um outro problema aí, que é um problema realmente, o Ministério tem atuado, inclusive no sentido de conseguir recurso para poder melhorar a contratação nos municípios, uma parte dos recursos está indo para isso, foi autorizado pela legislação de 2011, mas o que acontece é que você tem um problema aí. Então ontem mesmo eu estava discutindo aqui com o pessoal da formação aqui, como é que vai fazer, por exemplo, supervisão técnica e etc., como é que você, sabe, como é que poderia se fazer algo de forma que essa coisa caminhasse, que aqueles que recebessem o nivelamento também estivessem num momento para receber uma atualização e que tivessem em postos importantes, em postos, quando eu falo importante é na ponta, serviço de ponta, que é para lá que se dirige, que lida com os usuários. Então eu estou chamando a atenção, que você tem umas relações complicadas, inclusive de fazer a pactuação, de estabelecer nas relações Ministério com os municípios, estados, o Ministério representando na União, mas essa, agora você também tem umas outras questões que são questões que já foram tocadas aqui, eu vou mencionar super rapidamente, que tem a ver com as relações internas da SAGI dentro do MDS. No que se refere, também já foi mencionado aqui antes, por exemplo, na questão do monitoramento, a SAGI enfrentou problemas e foi tocado aqui muito rapidamente pelo Rômulo etc., e pelo Roberto, mas são questões, por exemplo, de disponibilização das bases de dados para poder inclusive ter os dados, os dados do CAD etc. para poder você ter os sistemas de informação que o Caio estava trabalhando nele para tentar montar. Então você tem uma questão do problema da informação aí complicado, porque deter informação é poder, vocês sabem disso. Então a informação, quem detém, quem controla as informações também tem poder em relação a isso. Então há disputas, há disputas organizacionais, que pelo que meu 60 entendimento, pelo que eu continuo acompanhando o MDS, uma parte dessas disputas foram superadas, outras não foram, foram abandonadas, que eu diria. Então tipo, colocar num chapéu, deixa para lá por enquanto, depois um dia a gente vê o que é que acontece, porque também não dá ficar brigando o tempo todo, senão você não faz nada. Então aí você tem, mas a SAGI sempre procurou, aquilo também foi colocado, de um caminho mais dialógico para lidar com essas questões. Mas muitas vezes recebemos demandas, que é uma questão que o Caio particularmente se ressentido, deve ser ressentido até hoje, demandas muito poucas estruturadas para a cabeça de quem mexe com engenharia de sistemas. Então é uma cabeça, é um negócio muito pouco estruturado, porque não se sabia. Mas qual que é o indicador que vocês querem? Mas não sabia que indicador que é esse, então você tem complicação. Na mesma forma, na questão da capacitação você enfrenta problema dessa natureza, mas aí o problema é um pouco diferente, porque quem domina, ou pelo menos domina no sentido de conteúdo da área ou que é da formação, é a SNAS quem domina é essa equipe. O que é que deve ser ensinado, para que serve etc., mas também são documentos deles, são documentos ainda, muitos deles, muito ainda bastante vagos algumas partes, e tem de fazer uma interlocução com o pessoal aqui da SAGI e, principalmente com as agências capacitadoras, de como traduz aquilo num conjunto de dimensões operacionais e que possa ajudar realmente na prestação de serviços, fazer essa tradução. Porque uma coisa é você dizer assim, essa coisa filosófica, você diz o seguinte: Queremos que todo mundo participe, que seja uma sociedade justa e que a cidadania se exerça plenamente etc., etc. e etc. Agora vai traduzir isso de fato na política, em ações, vai resgatar a dívida enorme que nós temos na sociedade brasileira, vai fazer isto. Isso é uma tradução, isso tem tomadas de decisões, tem recursos que têm que ser alocados, você tem de fazer agendas, mudanças de prioridades, fazer um monte de outras coisas, e traduzir isso no serviço, por exemplo, como é que você faz com que uma criança de pais analfabetos, que vivem num ambiente absolutamente avesso à escolaridade, que essa criança desenvolva o amor pelo conhecimento, pelo conhecimento formal. Conhecimento da vida tem, agora, o conhecimento formal, aquilo que vai precisar de usar nas escolas, aprender as aritméticas da vida e a língua pátria, muitos vezes não gosta. Eu tenho um caso que eu acho muito engraçado, que é o seguinte, Belo Horizonte foi feita, fez uma coisa que chama Escola Integrada, então as crianças no contraturno, principalmente os pequenininhos de cinco, seis anos, todos eles, mas no ensino fundamental, mas cinco, seis anos colocavam atividades mais lúdicas, aquele negócio. Mas tinha uma roupinha que vestia para saber assim se aquela criança que está ali está no momento da escola integrada, no contraturno. Então é mexer com português, mas com uma coisa, então tinha uma menininha lá de seis anos que não queria tirar 61 a camisa de jeito nenhum quando ela tinha que passar para a escola dita regular, ela estava no mesmo prédio, mas tinha que mudar a camisinha, a camiseta, e ela não queria, porque ela sabia que estava a parte chata da escola. Entendeu? Porque ela não queria, só tinha seis anos, boba ela não era, ela não queria tirar, mudar a blusinha dela, porque ela sabia que aí ela tinha que entrar realmente, começar a tentar ler os livrinhos lá, ficar sentadinha, entendeu? Não podia ficar se divertindo. Eu acho essa história divertidíssima, então é mais ou menos sabe, eu acho mais ou menos isso que você vai lidar lá, inclusive entender esse tipo de coisa, porque a criança é isso, ela já sabia, eu estou mudando, não sei por que é que quando me tiro essa camisa, meu mundo muda, a escola fica mais chata, me muda a camisa e a escola fica mais chata, ela não queria tirar a camisa, então essa camiseta. Então, mas eu acho que é um negócio um pouco como esse, então você tem uma situação aí. Então na, agora, eu acho que de um caminho, de um momento que a SAGI, inclusive enfrentou muitos conflitos internos, inclusive a ter que provar muito a sua, para que veio, e a SAGI é bem-sucedida, foi bemsucedida nisso, porque tem uma outra Secretaria que não foi tanto. Mas então eu estou dizendo isso, não vou nomear, porque isso não interessa, mas, de qualquer maneira, então você tem das uma experiências a SAGI conseguiu, não só pelos prêmios, mas pelo de fato aquilo que se conseguiu fazer. Eu acho que quando relata, não só a questão de saber aqui como foi relatado aí pelo, acho que foi o Caio que falou isso, mas o Caio perguntou o negócio, que estava falando de Bolsa Família, mas tinha um caso aqui mais complicado, que o Ministro queria saber o seguinte: “Quantas cisternas foram construídas?” E não é muita cisterna não, gente, é um pingo de cisterna relativamente, e nem quantos restaurantes, os restaurantes populares também, que esses aí são uns 25 ao todo. Não é milhões de coisas que nós estamos falando, então quantos existem? Sai o Ministro para falar não sei aonde, chegava e perguntava: “Existe ou não existe o restaurante de que o projeto, o negócio já foi ou não foi aprovado aí, o convênio já foi assinado ou não foi assinado? Já houve repasse ou não houve repasse?” Aí chegava o Ministro e falava uma coisa, e a coisa não tinha acontecido ainda, e aí dava uma confusão enorme. Então só estou dizendo, então esse esforço monumental de ter as informações, disponibilizar as informações, isso não é algo trivial, isso não é nada trivial o que aconteceu, e realmente eu que agora passei a ser usuária da outra ponta desse sistema eu vejo o quanto isso ajuda você a ter essas informações todas reunidas, etc., ajuda do outro lado a quem está pesquisando etc. Bom, então você tem um aspecto, mas tem a questão de como está sendo colocada, a disseminação de uma etapa, hoje eu estava vendo a Kátia falando aqui que elas estão sem contrato para publicar, então um dos problemas que eu falei assim: Bom, isso é um inferno também que na parte da publicação tinha, a parte do material impresso. 62 Porque uma das coisas que eu fiquei aqui respondendo a bendita da CGU aí, é que tinha havido um contrato que mudou, pegou dois cadernos ou três cadernos e transformou num livro. A CGU entendeu isso como mudança de objeto, e todo ano tinha um sinalzinho amarelo em cima da SAGI que era por causa desse assunto. Sabe nós respondíamos, já tínhamos respondido não sei quantas, não sei como é que chama, esqueci como é que chama isso, diligência, já tinha explicado, já tinha mostrado que não tinha havido mudança de preço, que os livros tinham mais páginas do que seriam as três revistas, que tinha mais fotografia do que seriam as três revistas, e mais número também, tudo isso, mas a CGU, porque mudou o objeto, em vez de ser caderno virou livro. Então vocês veem que é um negócio realmente complicado. Então falei com o pessoal, agora quando eu já estava no final quando vinham essas coisas da CGU, eu falei assim: Agora o material só vai, nós só vamos licitar a impressão quando estiver com o material todo já formatado, porque aí nós sabemos quantas páginas tem, quantas figuras, onde estão as figuras, se é colorida, se não é colorida, porque aí você pode licitar, porque senão tem mudança de objeto. Então isso é uma coisa infernal, gente, então não é à toa que deve estar, estão vindoc recursos, mas também deve estar havendo problema nessas licitações também por causa dessa coisa. Agora, isso atrasa a publicação demais, então aquilo que pode ser uma publicação, que num certo momento ela é importante, seja pelo momento, seja, inclusive para manter a atualidade daquela informação, a publicação vai envelhecendo sob esse ponto de vista. Então essas saídas, essas alternativas que tem que se buscar através dos meios mais digitais etc., acaba sendo, mas eu particularmente adoro meus papeizinhos impressos, então eu prefiro ter dessa maneira. Você tem um desafio também importante por aí e como fazer isso, eu acho que a SAGI tem tentado diferentes tipos de mecanismos e formatos, inclusive, desde livros mais pesados, mais caros, os comemorativos etc., as publicações mais regulares que ela tem mantido, os cadernos etc., e criado novos cadernos, que eu acho que isso é importante, inclusive o caderno mesmo, eu acho que ele é, ele é qualificado até para o sistema CAPES, o caderno. Então fazer esse tipo de procedimento. Então eu acho que um aspecto que a SAGI tem, que eu acho que é importante, é essa capacidade que ela, eu estava vendo o que a Patrícia estava colocando, algumas coisas que vão acontecer no Capacita/SUAS e na política, essa coisa que está começando, esse procedimento, eu primeiro espero que seja muito bem-sucedido, que consiga que as universidades permaneçam nas redes mesmo, que essa rede se constitua, que ela fique e que consiga se estabelecer, por exemplo, esse caminho, que é necessário de você ter o caminho das diretrizes, que são necessários para tornar um sistema mais homogêneo, mas ao mesmo tempo o reconhecimento das experiências locais para trazer para de novo alimentar um 63 processo formativo. Então você quer essa dita rua de mão-dupla, que isso realmente se estabeleça, e que permaneça, que não seja simplesmente aquele negócio igual festa de carnaval, aquele negócio que acontece, um fogo de artifício maravilhoso e solta tudo aqui, 20 minutos, acabou, pronto. Igual você tem nas comemorações da passagem de Ano Novo, de início de não sei o que e tal, que aquele monte de fogos, lindíssimos, mas que acabou. Espero então que esse seja, que se consiga estabelecer um caminho mais estável, porque isso também é necessário para isso. Então isso é um desafio enorme para a SAGI, não é para a SAGI, isso é um desafio enorme para o MDS, para a Política Nacional da Assistência, para as agências de formação, e que a SAGI tem um papel centralíssimo nisso, então isso é um aspecto. E o outro aspecto é encontrar um pouco essa, a Paula falou um pouco sobre a questão da apropriação do conhecimento, isso é um pouco, acho que tem havido um esforço enorme da SAGI de tornar isto mais um acesso aos aplicativos, as questões, o acesso mais fácil, mais dialógico, mesmo para eu que sou incompetente, apesar de que eu venho e levo uma colinha do Caio, que eu falei com ele: Eu não estou conseguindo. Ele falou: “Vou te dar o caminho.” Escreveu para mim, mandou o e-mail, aí eu chego lá e aplico tudo, agora você tem que mandar outro, viu Caio, porque aplico tudo do jeito que ele mandou fazer, e aí abre a página que eu preciso, entendeu? Porque senão eu fico lá batucando, mas também eu fui aprender com muitas coisas muito mais velhas, então essa parte não chegou a ser. Tem um caso mesmo que aconteceu com o Caio que o Caio mandou um e-mail assim dizendo assim: “Aviso que hoje vou desligar, estou fazendo desligamento do servidor.” E eu era Secretária e ele Diretor. Eu falei, gente, mas o Caio já está demitindo gente? Se nem eu posso demitir, quem demite é o Ministro, mas o Caio está demitindo funcionário? Sabe? Que eu vou promover o desligamento do servidor. Depois que eu fui entender o que é que ele estava querendo dizer, entendeu? E eu pensando, eu lendo aquele e-mail, falei: Caio o que é que é isso? Como é que ele está desligando servidor se é só o Ministro que faz isso, gente? Eu vou ter que chamar o Caio aqui para ele não fazer isso, que ele está indo além das atribuições dele. Bom, então esse negócio então é importante, eu acho que a gente tem de... Agora, eu acho importantíssimo, gente, é realmente ver esse trabalho, você ver como é que isso está caminhando, e as pessoas que consultam, eu acho que isso é muito importante dizer, as pessoas que pegam a publicação da SAGI ou que acessam o sistema, acessam o portal, eles ficam impressionados para ver, primeiro, a quantidade de informações, a qualidade do material que está ali e as ajudas que recebem. Então eu acho que vocês não devem desanimar, que isso seja, continue estimulando vocês a trabalhar, mas dizer que isso, pelo menos para as pessoas que eu tenho contato, isso é muito reconhecido. Agora, isso é um contato muito limitado, agora, eu acho que 64 provavelmente a questão de chegar e fazer com que os Conselheiros todos, Paulo, tenha, passe a usar as informações, isso eu já acho que está num outro nível das dificuldades que extrapola muito a capacidade do que a SAGI pode fazer. Está até na estrutura de Conselhos, é um negócio bem mais complicado, porque, inclusive os Conselheiros não têm tempo para receber uma informação e ficar, por mais tentativa que se faz de tornar aquilo numa linguagem mais simples, você não pode perder em nome de uma linguagem mais simples, você não pode perder, dar a informação correta, e muitas vezes essa coisa não é tão compatível assim, fazer uma cartilha... Eu já me meti uma vez numa experiência de fazer uma cartilha, de transmitir no Projeto Alvorada, gente, aquilo é um loucura para fazer, você pegar uma política, e se enfrentou isso no MDS também, você pegar uma política e tentar colocar aquilo numa linguagem extremamente acessível, principalmente para a EAD que às vezes é necessário isso, muito acessível, e muito direto, e muito clara, onde você não precisa nem do Professor estar ali esclarecendo nada, é muito difícil fazer isso, isso precisa de muita competência. Sabe, e é uma competência que normalmente nós, pelo menos eu não tenho, a minha formação é para escrever papers, aquele negócio cheio de nota de pé de página para explicar do que é que se trata, então essas coisas, então é uma coisa mais difícil. Mas de qualquer maneira, eu quero de novo agradecer e foi para mim uma grande alegria de estar vendo aonde, como é que essa equipe caminhou e o trabalho está sendo realizado. Sra. PAULA MONTAGNE – Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação – SAGI – Laura, eu acho que assim, são os grandes desafios que se colocam para frente, como é que a gente faz a sociedade crescer e como é que a gente vai encontrando linguagens e políticas mais claras, que eu acho que esse também é um avanço muito importante, de a gente ser capaz de entregar uma política clara que todo mundo entenda, inclusive nós, não é? Sra. LAURA DA VEIGA – Secretária de Avaliação e Gestão – SAGI – Mas isso aí, não é Paula, uma política está se formatando diariamente, pois é, agora já não é, não dá duas rodas que o carro anda agora... É quatro rodas, sem estepe com o carro andando. Sra. PAULA MONTAGNE – Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação – SAGI – Pois é, eu vou ter o prazer de pedir ao Paulo Carvalho, que é o atual Presidente da ENAP, que vem acompanhando o MDS ao longo dos últimos 10 anos praticamente, que conte um pouco da experiência dele com a gente e que ajude a gente a pensar mais coisas em conjunto. 65 Sr. PAULO CARVALHO – ENAP – Boa tarde a todas e todos. Um agradecimento extremamente emocionado ao Paulo Jannuzzi e à Paula Montagner por me convidarem para estar aqui com vocês nesse momento, para mim foi uma deferência de vocês, assim, que muito me agradou ao saber mais recentemente que seria ao lado da Professora Laura, eu considerei que era um presente assim, não vai falar que eu sou puxa-saco não, o que eu aprendi muito com essa mulher, além de dar muitas risadas como nós aqui já tivemos algumas oportunidades nesse momento. Felizmente ou infelizmente para vocês eu não preparei o que eu ia falar, assim, então eu liguei para a Paula meio apavorado, quando vi o convite e tal, o que é que é que eu tenho que falar, e ela me explicou uma série de coisas... Está certo. Nós estamos fazendo um processo intenso de discussões internas e estratégicas na ENAP em que estava nas minhas costas coordenar e dirigir tudo na manhã de hoje até 12h30. Então eu abri mão de fazer uma preparação mais estruturada do que falaram aqui, o que eu acho que é felizmente, em certa medida. Bom, antes de falar alguma coisa aqui para vocês, também a outra coisa, falar antes da Dra. Laura ou depois da Dra. Laura? As coisas têm vantagens de dois tipos, eu não tenho nada quase a acrescentar sobre aspectos, tem agora fazer umas coloridas de alguns aspectos sobre um outro olhar. Mas eu queria saber, antes, que de fato eu não tenho estado próximo da equipe da SAGI praticamente, a partir do momento que eu assumi a função de Presidente, eu consigo ter muito eventualmente uns contatos muito bons com o Professor Jannuzzi e com a Paula, mas não vejo a equipe, e é uma a equipe que cresceu e que mudou. Então só uma pergunta, daqui do povo só o Caio que eu já conheço mais, não sei se tem alguém aí que eu já conheci esse ano, teve momento que eu conheci a equipe inteira. Que eu era o Diretor de Formação antes e que cuidava de outros, eu vou falar um pouco sobre isso. Bom, eu queria saber se muitos aqui são ATPSs, são? Um ou dois só, ou a maioria? Temos hoje essa categoria dos Analistas Técnicos de Política Social que a gente saúda muito na ENAP, a gente ajuda a fazer a entrada dessas pessoas. E eu já começo por esse pedaço, que é a questão da institucionalização das políticas, da institucionalização dos órgãos, que passa muito pela questão também da institucionalização da força de trabalho. Institucionalização, assim como falar antes ou falar depois da Dra. Laura tem aspectos bons e ruins, institucionalização também, quer dizer, ela já falou coisas diversas de que há uma fragilidade enorme institucional, que às vezes dificulta garantir a sustentabilidade das experiências, ao mesmo tempo tem institucionalizações ocorridas em outras áreas governamentais, que também significam a morte da política, quer dizer, fica ali a aparência da existência. Os Analistas, a questão da análise institucional, que é um campo de estudo que atualmente não está muito em voga, e que vem especialmente de 68 para cá, os franceses 66 principalmente, mostram que a institucionalização muitas vezes significa sinônimo exclusivo de burocratização no sentido exclusivamente negativo da palavra, e significa a morte da vida, das organizações e daquele sentido da mudança do que a gente está para fazer. Então tem um MDS que surge quase como um movimento social, um pouco mais institucionalizado do que uma SEPPIR, uma Secretaria das Mulheres, que é sim, eram os representantes dos movimentos sociais direto lá, não fazendo muita mediação entre o que é ser governo e o que é ser movimento, o MDS também tem um pouco disso na sua história, isso é riqueza e fraqueza, e eu acho que a gente tem que ver isso e fazer as limonadas possíveis com os limões azedos e com os açúcares que a gente tem por aí. Mas assim, é uma fala pouco estruturada, eu tentei lembrar a relação da ENAP com o MDS, quero aqui fazer o meu tributo à Dra. Helena Kerr do Amaral, que foi Presidente da ENAP de 2003 a 2010. E ainda, e muito vinculado ao centro de governo, à orientação política do início do primeiro governo Lula, então quando começam as discussões para a constituição do Bolsa Família a ENAP estava lá no seu papel de apoiar uma fauna completamente, tudo de amigos, mas briguenta, discutir para chegar num consenso de algo que tinha que ser constituído e que estava uma polêmica danada dentro do campo governamental. Então foram feitos meses, eu não estava nessa história, mas ouvi contar, meses de oficinas e de conversas entre áreas internas de governo que veio a dar na constituição do Bolsa Família, e um pouco tempo depois na constituição do MDS. E a ENAP coloca isso nos seus balanços do período 2003-2010 como uma coisa que a orgulha, e isso tem um efeito, não sei se é tão simples essa explicação, de que a ENAP se tornou eternamente prisioneira do MDS, uma prisioneira que gosta de ser presa, aquela discussão daquela... Não, não é da chicotada, não é isso, não, eu não posso partir para essas brincadeiras politicamente incorretas, porque aí fica parecendo que a gente, ou é masoquista, ou não gosta do que está fazendo. Mas o fato é o forte peso da questão da inclusão social como marca central de governo logo no início, Dra. Helena interpretou que a ENAP tinha que estar a serviço disso, porque se a gente for estar a serviço, a ENAP é pequenininha demais aqui e quem conhece mais sabe que do ponto de vista de estrutura de trabalho ela é ínfima em relação às dimensões das necessidades desse país. E ela não pode apoiar políticas temáticas setoriais, ela cuida de gestão no sentido geral, amarrada com a Política de Capacitação dos Servidores, que é “essa Política de Capacitação dos Servidores”, que é pouca coisa que existe de Política de Capacitação mais estruturada, vinculada ao Ministério do Planejamento. Então a gente fala que a gente é a escola genérica de gestão, ela não vai falar de gestão da transferência de renda, não vamos falar da questão da defesa nacional ou da infraestrutura. E nós não temos estruturas governamentais de capacitação setoriais em todos os setores pelo menos, temos na 67 saúde, de modo precário, porque o problema de conversacional entre as estruturas, aí a tal da burocratização é pouca; temos na educação, estou falando juízos meus sem maiores fundamentações, porque tem toda a estrutura do ensino formal, mas isso não significa em si ter uma estrutura de capacitação, de gestão de toda a rede de servidores que tem a necessidade de atuar de forma alinhada, articulada de um ponto de vista federativo; temos o Instituto Rio Branco com as suas especificidades, que parece uma coisa muito diferente, mas que forma um determinado segmento. Então há determinados segmentos da força de trabalho em tudo que constitui a administração pública, que tem uma estruturação maior de capacitação e uma estruturação maior de sua força de trabalho. Algo que surge em 2004, que não é novo, porque é absolutamente novo, mas absolutamente é a fusão, a articulação, confusão de N histórias que tem muita história, não tem uma estruturação assim. Então a ENAP foi demandada nisso sem ter a qualificação plena, e continua não tendo, e não é seu papel ter, na questão do aprofundamento temático das questões da Política de Desenvolvimento Social, mas nós entramos para esse desafio. E aqui é com um pouco contação de história, você falou de 10 anos aí, Paulo, na verdade, eu vim para Brasília no início do governo Lula, trabalhei dois anos no Ministério da Saúde num lócus, que foi extremamente fundamental para eu aprender um bocado, porque eu não era experiente no SUS também, mas eu trabalhei como Assessor de Secretário-Executivo para assuntos de transversalidades, segundo ele falava, então era o Deus nos acuda, com a Consigna construíram o Ministério Único da Saúde, essas coisas simples, para quem não sabia direito nada. Então quando eu conheci Dra. Laura em 2006, que ela falava em prosa e verso toda articulação do SUAS que estava se construindo, eu estava alfabetizado mais ou menos, a linha de alfabetização no SUS, tinha aprendido demais, não algo que eu possa sair dando uma palestra a respeito, mas de entender a lógica das coisas e pensando capacitação, que é a minha história de vida, de trabalhar com educação de adultos. Começando com a educação sindical e político-partidária, e depois um pouco universidade, mas muito lateralmente, e aí caí nessas coisas aqui. Bom, então em fevereiro de 2005 eu comecei na ENAP, e das primeiras coisas que me mataram de pavor foi uma reunião com Eugênia e a Haila para discutir um tal de um projeto com o BID, que era uma coisa que eu fiquei absolutamente em pânico, porque eu via o que é que eu tinha lá dentro, de que é que era para executar. Laura ainda não existia na minha vida, mas eu não sabia que era ela quem tinha escrito aqueles documentos todos que a gente estava lendo. Na minha não, mas eu já estava acorrentado por Laura naquele momento, formação de multiplicadores e Dirigentes Sociais que atuam na proteção social não contributiva e constituição da Rede Descentralizada de Capacitação. Eu nunca dei conta de decorar esse nome, falar, então se eu não decoro, eu não 68 falo, e começou com essa história. Aí tinha junto desse projeto então um grande projeto que era isso e tinha um outro projeto junto, que queriam que a ENAP fizessem também, que era fazer a capacitação massiva em educação à distância, mas aí num componente SENARC. Esse era um componente SAGI/SNAS e o outro era um componente SAGI/SENARC, mas muito mais SENARC com toda a força aí e jeito de funcionar de Rosani Cunha, que teve o papel todo nesse trabalho. Logo nas primeiras conversas, então quando a coisa começou a evoluir, ficou extremamente evidente que a ENAP não poderia de jeito nenhum ficar com, aí que inventou esse nome Sub-1, Sub-2, que é só para vocês entenderem que as gerações que chegaram depois, quando a gente fala Sub-1 é Subprojeto 1, que era um projeto, tinha o Subprojeto 1, que era essa capacitação de multiplicadores, essa formação de multiplicadores e Gerentes Sociais, e uma coisa simplesinha junto à rede de capacitação descentralizada, que falava que a ENAP era o QG da rede, tinha que coordenar essa rede, a maldade que vinha do lado de cá em cima de nós era isso. Eu acho que é uma ideia que até hoje nós reverberamos e tentamos aproveitar partes dela, porque ela tem fragilidades enormes, as fragilidades enormes já foram relatadas pela Dra. Laura. É um arranjo institucional, vamos dizer assim, para executar uma política, que se sustenta enquanto o órgão central, a política tiver mecanismos de financiamento de direção para manter isso. Aprendi isso também com você naquele momento lá, que a gente estava, eu já questionava, mas isso não é uma rede. Quer dizer, era politicamente o nome Rede Descentralizada, mas era na verdade um contrato do Ministério do Planejamento com articulações com o PNUD e BID e tal, que garantia a descentralização de uma política de um modo rápido e ágil. E eu estou falando essas coisas do passado, porque esse passado está muito vivo aqui, quando, e eu não vou, eu escutei o presente falando aqui, representado pela Kátia e pela Patrícia, e eu me encanto com várias coisas, não entendo várias outras, porque é muito rápido, você queria, não tinha que ir mais, você tinha pouco tempo para falar, eu já quero de antemão pedir que eu gostaria não só do Power Point, mas um material desse tipo que não seja grande demais, ter uma compreensão mais, um pouco mais aprofundada do que a apresentação que você pôde fazer, porque eu penso o tempo todo Política de Capacitação de Servidores no Brasil, por enquanto eu estou limitado na minha cabeça ao território nacional, embora a gente sabe que hoje é uma delimitação muito tênue isso, e que é então pensar na qualificação de 13, 10 ou 13 milhões de pessoas dos três níveis etc. As minhas atribuições legais é de capacitar em torno, numa faixa de um povo que está em 600 mil pessoas e que a gente não chega nem na, não é papel da ENAP formar todo mundo, mas pensar a Política de Capacitação e achar mecanismos, arranjos, arranjos de rede, arranjos de coisa. É papel da ENAP, porque a ENAP faz parte do Sistema Central de Capacitação, e é 69 frustrada nisso, eu acho que a gente tem avanços realizados nisso, mas a gente tem muito mais desafios e gaps aí a superar do que soluções já efetivadas. Mas quando a Patrícia traz o que estão fazendo hoje a Kátia mostra a articulação da sistematização, da disseminação do material sistematizado, o método tradicional, o nível que está hoje, a gente ver que há um avanço extremamente positivo. Mas mantendo esse percurso, eu não anotei que hora que eu comecei a falar, para não enjoar demais vocês, mas vamos lá, você me cutuca, você não falou nem quanto tempo e nem eu olhei que era eu comecei, porque quando a gente não prepara é pior, é só o povo dormindo para indicar para a gente que acabou. Mas assim, eu quero fazer uma questão do que é que é a construção da consistência e da disseminação dessa consistência de uma política tão estruturante como essa que vocês dirigem, e tem um pedacinho que é assim: a história do Sub-1 tem a Gerente, Arquiteta e Cozinheira Laura da Veiga, sei lá, mais além de Socióloga, Cientista Política e militante, que está no cerne de uma articulação do MDS que diz: “Nós temos uma política a ser implantada, há definições sendo feitas num fórum nacional que dá legitimidade para nós de que essa política precisa ser disseminada, e nós vamos fazer isso a ferro e a fogo dentro da democracia.” Não é isso? Considerando todo o paradoxo que tem disso aí, a ferro e a fogo muito democraticamente. Quem vai dar esses conteúdos? “Ah, mas esses conteúdos estão lá.” Não existem esses conteúdos organizados. Ah, tem um povinho aqui, a tal do Exército de Brancaleone tinha alguns mais qualificados teoricamente do que outros, e tem um povo nas academias que nós podemos contratar, e tem a ENAP que tem cuidado disso metodologicamente. Então o arranjo, e a ENAP sem entender nada de nada de política de desenvolvimento social, salvo exceções que existem. Não, mas o que eu estou dizendo, não sou totalmente favorável a tudo isso, cada vez mais, isso foi a prova de fogo para nós, nós não temos que ser especialistas nas políticas, nós temos que ter um nível, não de alfabetização só como era o meu, mas um nível de ensino médio, de conhecer mais a lógica das coisas para poder fazer o diálogo adequado e trazer a sua contribuição específica, metodológica e de gestão de educação e tudo mais e tal, tal, tal. A gente sabia disso o tempo todo, e foi fundamental para esse subprojeto acontecer a condução interna do MDS, a produção dos seus Dirigentes em formato de texto, que virou oficinas, falava de validação de conteúdos, aí estava a Laura e ficava escutando cada detalhe lá que o professor que tinha trazido não sei o quê. Saiu da linha do que é a Política Nacional pactuada nacionalmente, tinha que ser corrigido. Então isso que ela já se referiu, às vezes eu ficava meio chocado nos meus primeiros momentos, porque havia a pressa, um tempo curto para se fazer as coisas, como sempre, mas dali saiu um conjunto de textos, de materiais, de consistência que a ENAP ajudou no seu nível de colaboração e não na formulação dos 70 conteúdos. Então foi um vínculo entre os profissionais do MDS, profissionais da academia, mais a contribuição da ENAP, e com isso nós realizamos a capacitação dos multiplicadores daquelas 10 organizações que realizaram a capacitação de 1.500 pessoas de 600 municípios, então não vamos ficar falando dessa história, mas isso foi em 2008. Resultou disso uma coisa que na época, fico feliz, mas não gosto muito, é de repente tinha um livro com toda essa sistematização em que a ENAP não estava no livro, assim, essas são as coisas do passado da gente que fica e que acontece. Aí o livro já foi com outra organização, que foi a UNESCO que no começo da história não estava nisso e tal. Bom, mas isso... Ok. Não sei não, isso não resolve tudo não, mas tudo bem. Mas nós temos um livro e isso é fundamental, um livro, Dra. Kátia, pode ser ou não ser utilizado, mas está aí, é uma oportunidade. Então esse trabalho que vocês fazem da disseminação às vezes frustra um pouco, porque eventualmente ele aparentemente ele é menos usado do que a gente gostaria e acha que seria o razoável, às vezes ele é menos usado por problemas que Laura referiu, não está na linguagem certa, não está indo para o público certo e tal, mas às vezes não é isso também, às vezes está perfeito, mas tem outros fatores. Bom, aí a gente viaja num outro projeto, que o MDS participava com o ENAP, e o namoro ia longe, aí o Ministério já participava com outras coisas, não era só a SAGI, e estamos no Canadá, uma semana com um monte aqui da SAGI e tal, Luziele da SNAS, a Luziele volta no último dia da viagem lá e descobre que a Luziele ia virar Secretária, não, eu não fiquei sabendo disso, falaram que Laura ia sair. Resultado: Luziele vira Secretária da SAGI no lugar da Laura e estava aquele amor todo, as poesias da Luziele, que ela seduz a gente pelas poesias e tudo, me chama para a primeira reunião aqui e eu venho agradecer, ela falou assim: “Não existe possibilidade de você...” Eu já tinha dito não numas situações anteriores quando não era ela. “Não existe a possibilidade de dizer não, nós precisamos imediatamente que esse material desse livro, e que foi o Sub-1 vire um curso de pósgraduação o mais rápido possível.” Aí eu, e fomos para o desafio de fazer uma especialização, que aconteceu em 2010 a primeira turma, aí já com o Professor Jannuzzi pediram a réplica, e é uma coisa muito interessante. E aí tem o papel do livro funcionando e as mudanças acontecendo, as atualizações e tal, tal, tal. Acontece uma segunda edição, a segunda edição também é rica num monte de aspectos, mas problemática num outro ponto de aspecto, vou dizer, não sei se posso, mas assim, do ponto de vista do MDS difícil, porque era difícil de garantir o público adequado e qualificado só do MDS, e legalmente não era correto e aceitável lá pelos seus amigos da CGU ou outro, sei lá, que o MDS faça formação aí para os outros que não é seu público-alvo para esse tipo de evento, e já tinha muita gente de outras organizações, que eu acho que isso é um mérito enorme das capacitações que o MDS tem 71 feito nos, que são com a ENAP, que é essa coisa para menos gente, é de envolver gente de outros Ministérios que precisam também desenvolver o entendimento sobre as Políticas do Desenvolvimento Social. Então depois da segunda edição, o Paulo falou: “Não quero mais não, não queremos uma terceira especialização, queremos transformar essa especialização no Programa de Aperfeiçoamento, porque queremos cursos mais curtos que as pessoas possam fazer.” Era exatamente o que eu tinha defendido com a Luziele na primeira oportunidade, porque era mais, não é que fosse errado fazer a especialização, mas a gente estava falando sobre viabilidade nossa de investimento. Então agora em 2014 nós estamos com a proposta, que se eu não estou errado, que a Estela me passou a cola, de até dezembro de 2014, 330 participantes em 11 cursos, que são legados do curso de especialização e etc., está em fase de início aí esse material. Por que é que eu estou me estendendo nessa história? Eu estou falando que as coisas estão mudando, estão acontecendo, mas na base tem uma construção sólida e importante que foi feita no Sub-1 que vai se transformando em outras coisas, que vai ganhando novas, vai dispensando um pedaço, porque passou de época aquilo, vai entrando outras coisas, mas há aqui um aprendizado importante, inclusive da ENAP. Eu estou me estendendo sobre isso para falar que a experiência da ENAP com o MDS capacitou muito a ENAP na própria produção de capacitação federativa de servidores. E isso tem influenciado a gente a mudar aspectos da nossa missão institucional, não ao ponto de a gente poder fazer a formulação plena, porque a gente não tinha governabilidade para isso, mas a ENAP originalmente é capacitação de servidores públicos federais de nível superior em função para Dirigente e carreiras. E praticamente proibida, dependendo do Procurador Jurídico que nós tivéssemos na época era proibido a gente atender estados e municípios, o servidor estadual e servidor municipal. Nós primeiro solucionamos assim, uma Política Federativa que tem o Ministério Federal coordenando e precisa capacitar servidores de outros níveis, tem legalidade a gente atender, foi nesse período dessa discussão aqui e tal. Então nós não poderíamos ter feito o que fizemos para o Sub-1 se não fosse na parceria com o MDS, nós não poderíamos ir direto atender servidores para desempenhar políticas centralizadas. Isso no entendimento daqueles que estavam naquele momento, que as coisas também vão mudando os entendimentos jurídicos sobre isso. Mas então hoje está claro que a ENAP é pequena, mas é muito importante, e vocês ajudam a gente a fazer esse delírio nosso, de a gente achar que a gente é importante, constantemente vocês falam isso para a gente, aí a gente acaba acreditando. Porque a gente sente o efeito da contribuição que a gente dá que é localizada, às vezes é pontual, eu fico assustado com a quantidade de acontecimentos formativos, oh a palavra que eu inventei, que vocês apresentaram aí, e que nós ignoramos e que vocês estão 72 fazendo por aqui. Então os arranjos que a gente está fazendo para produzir o desenvolvimento dos agentes públicos, que eu gosto dessa palavra, porque não se resume aos servidores com SIAP, às vezes são Conselheiros, às vezes são pessoas da Sociedade Civil que estão engajadas na coisa da política, ou Professores Universitários que às vezes não lembram que são servidores públicos, porque eles acham que estão lá na outra coisa. Então hoje nós estamos pondo nos arranjos de planejamento estratégico nosso que nós temos uma função importante na formação de multiplicadores de educação nos níveis subnacionais. E isso nós estamos sendo pressionados pelo Ministério do Planejamento, pressionados no bom sentido, demandados pelo Ministério do Planejamento por áreas. Então nós estamos iniciando agora um projeto de capacitação em Cursos de Logística Pública para a Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação que nós fizemos sem o arranjo PNUD, sem nada, nós fizemos uma reunião no CONSAD, o Conselho de Secretários Estaduais de Administração, pactuamos com todos eles, 10 estados aderiram, então colocaram as suas escolas estaduais ou outras instituições. Então guarda a semelhança com o nosso arranjo daquela nossa época com alguns aspectos de menos sofrimento daquela institucionalidade PNUD e BID não sei o que e tal. E eu acho que esse é o caminho geral da ENAP no que tange as políticas clássicas de gestão que estão todas, a gente vai vendo que elas têm um caráter federativo. Não adianta eu capacitar os servidores federais em convênios e contratações, porque o problema está é lá no município, o povo daqui até sabe fazer, mas o problema são os milhares de municípios. E então nós estamos nesse jogo e algum aprendizado dessa experiência acaba sem nem saber, quem inventou essa história com a SLT e não sabia do Sub-1. Eu cheguei na história, contei, eles foram ler o relatório final do Sub-1 e todo aquele relatórião que a Carmem fez, a Rejane Cunts, que trabalha aqui com vocês foi uma pessoa fundamental do Sub-1, trabalhou com a gente durante um tempo lá, fundamental. Então a Paula falou que o meu tempo aqui já está concluído e vou concluir mesmo. É o seguinte, a ENAP aprendeu, tem aprendido muito com o MDS, em especial com a SAGI, e a gente sente orgulho das contribuições que a gente tem dado a vocês, a gente acha que os prêmios que vocês ganharam são apenas indicadores, já que estamos aqui, indicadores de práticas efetivamente meritórias realizadas aqui, temos aquele temor sempre da questão da sustentabilidade dessa política, que já estava na fala da Dra. Laura, e eu acho que a safra nova de ATPSs e outros servidores precisa ser, estão numa sede de estarem envolvidos e capacitados, a gente tem que, porque esse pessoal a gente precisa, eu acho, na administração pública ter os servidores permanente e os que vão, saem, ficam um tempo, porque precisa oxigenar também, falar, fazer aquela coisa fechada ali dos concursadinhos ali, só aquilo ali o tempo todo, a burocratização também vem mais forte ainda 73 e a perda do sentido do objetivo geral da coisa. Então eu tenho aprendido demais nessa experiência, e o que ficou para mim, no que tange a fala da Patrícia, eu fiquei pensando sobre Política de Capacitação de Servidores no Brasil como um todo, eu acho que de algum modo precisaria ser feita uma análise mais aprofundada, eu não tenho conhecimento, que o MDS está com uma experiência de vanguarda e de frente nisso, porque, em geral, os Ministérios têm uma posição bastante... Olha, não posso, está certo. Vamos levantar suspeições sobre o prêmio, se eu fico aqui tão conjuminado aqui com vocês e tal. Mas assim, pelo que eu vejo, a quantidade de Ministério que vai lá com o pedido, diminuiu isso, porque eles desistiram, vai lá e quer que a ENAP faz a capacitação de 50 mil pessoas que estão debaixo daquela política que eles estão fazendo. Não tem uma ideia de como é que faz isso, e nem tem dentro as pessoas, os intelectuais para produzir a coisa, eles falam que tem, mas estão totalmente metidos em outras coisas. Então um órgão como, uma área como a SAGI que consegue produzir conhecimento, articulando isso com a política e com a gestão, e desencadear processos de capacitação, eu acho que tem aspectos que muitos que precisam ser bem analisados, ver o quanto isso vai se institucionalizando ou não, porque está dentro de uma Política Nacional de Educação Permanente do SUAS que eu acho que merece ser bem estudada e aprender coisas com ela, além de ver suas fragilidades e o que pode ser melhorado. Confesso que só estou falando de meus interesses aqui de curiosidade, porque o meu conhecimento é mínimo sobre isso. No meu período que eu fiquei no Ministério da Saúde eu fiquei estudando um bocado sobre essa questão no SUS, não consegui ter uma conclusão, porque aquilo é um universo que tem muita coisa de aprendizado e também muitos problemas também. Mas, em suma, para concluir, e concluindo mesmo, esta tarde para mim foi extremamente positivo poder ouvir as duas meninas, que eu não conhecia até não muito tempo atrás, faz menos anos que a gente se conheceu, apresentando sua carteira de trabalho, aqui sua ficha de serviços diante de Dra. Laura da Veiga e quiçá de mim, que era um enzimático aí ajudando a fazer as coisas acontecer, porque eu cutuquei nela: Olha lá você lá, que era de coisas que estão acontecendo hoje. Então ainda que tenha muitos momentos tristes ou inconsequências, quer dizer, coisas enormes de esforço que resultam debalde, como diz o povo, resultam em não continuidade, tem também um processo de continuidade, que nesse exemplo que eu citei, Sub-1, especialização, especialização, programa de aperfeiçoamento, é um indicativo do ponto de vista da apropriação da ENAP nessa contribuição. Agradeço imensamente a vocês e parabenizo muito, e desejo que vocês estejam sempre com chamas assim no coração em relação à política que vocês desenvolvem, porque é, absolutamente talvez uma das políticas mais fundamentais para o nosso povo. É isso, obrigado. 74 Sra. PAULA MONTAGNE – Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação – SAGI – Acho que nós todos que estamos envolvidos nesse processo ficamos muito felizes de ouvir que há uma inseminação cruzada em que a gente aprende com as coisas que foi fazendo e consegue tirar lições, tirar lições que a gente espera que gerem relações melhores, que nos permitam aprofundar isso. Como eu fiz o pedido para as pessoas se manterem no tempo, nós conseguimos acabar às 16h10 e podemos usar praticamente 50 minutos. Não era cinco? Tem uma outra atividade? Ah, perdão! Então temos 20 minutos, 20, 25 minutos para a gente abrir espaço para mais pessoas se manifestarem, para a gente tirar dúvidas, para a gente ter depoimentos, para a gente poder trocar alguma experiência e a talvez trocar algumas expectativas, porque 10 anos é um tempo longo, mas a gente espera que esses 10 anos seja o fundamento de muito para a frente. Então eu queria abrir a palavra para se alguém, se alguma pessoa quer se manifestar, se tem gente que quer fazer alguma observação, se quer fazer algum depoimento, estamos aqui. Se Patrícia ou Kátia querem retomar e fazer alguma coisa, isso vale para a Laura também. A Kátia eu acho que não, mas eu não, a Kátia eu acho que não. Sra. PATRÍCIA AUGUSTA FERREIRA VILAS BOAS – Diretora do Departamento de Formação e Disseminação – DFD – Não, era só falar uma coisa Paula, assim, na verdade, a gente fica até nervosa, não é Kátia, de falar assim das pessoas, brinquei: parece uma banca. Mas e tem muita coisa, eu brinquei essa coisa do prêmio, porque o Paulo voltou, também a gente tem feito com tanto esforço, aí ele mostrou quando o último aqui, até o DM, que é o caçula já ganhou um prêmio. Ele falou assim: “Oh, só falta o DFD.” Aí agora assim a Paula falou: “Ah, existe uma luz.” Mas assim, também colocar à disposição, Paulo, para fazer uma apresentação mais detalhada, tanto assim na política, como nas diretrizes, e dessa execução do que é que a gente já aprendeu nesse ano, o que é que esse aprendizado tem feito a gente, como a Laura falou, com o carro andando e trocando as rodas a gente já está trocando também, a gente colocou o carro, e tão novinho o carro e a gente já está trocando algumas rodas. E colocar à disposição lá da equipe, que de fato ajuda mesmo, a turma até nessa escolha que a gente fez agora, que compartilhada com vocês de aproveitar a parte dessas disciplinas, como isso parece agora tão claro, você já tinha visto isso lá atrás, isso para gente é tão claro que a gente coloca os nossos servidores lá e tem uma demanda muito grande. Como eu disse, em dois, três dias que a gente tinha anunciado muito modestamente a gente já teve que encerrar aí 75 as inscrições, porque principalmente a turma de ATPS, que é o nosso também foco principal, a turma que está chegando. Então era mais colocar essa exposição. Sra. PAULA MONTAGNE – Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação – SAGI – Gente alguém quer fazer alguma fala? Sra. LAURA DA VEIGA – Secretária de Avaliação e Gestão – SAGI – Essa ideia que está sendo implementada de ter a rede, e inclusive de não ter de repetir os processos, que a gente teve dois objetivos, um deles é você ter centros que mais ou menos se especializem, que tenha uma área deles especializada, e que possa ser essa referência técnica com maior proximidade dos profissionais que atuam nos estados e nos municípios. Não adianta você ter uma escola nacional que as pessoas não vão ficar se referindo a ela, porque, e ela não vai ter fôlego, como a SAGI não tinha e não teve muito, mas até, inclusive depois foi, o exemplo, porque quando foi lançada a matriz social de formações sociais, o que aconteceu? Todo dia queria que fosse equipe do CAS lá fosse mandado para capacitar, não tinha gente para você capacitar todos os municípios, fazer o papel, de técnico, de Consultor lá, de capacitar em cada município, só se fosse, se tivesse o negócio da onipresença, porque, mas que eu saiba, é, da ubiquidade e etc., porque só isso que eu saiba para quem acredita, só Deus teve isso. Então não é, nem Jesus Cristo teve, porque ele andou lá na água, senão a gente ele podia ter evitado muitos caminhos atravessados que ele teve que passar, apesar que parece que isso era a cruz dele. Mas de qualquer maneira, essa é uma ideia, que ela é importante do ponto de vista substantivo nesse sentido, mas também tem um outro elemento nisso, que é do ponto de vista de gerência, de gestão, porque se toda vez você tiver que passar por um processo licitatório, o tempo que se gasta para isso e o desgaste, inclusive para poder conseguir fazer com que isso ocorra, e se é licitatório, gente, pode vir por bem e por mal, a gente não sabe na licitação o que é que resulta de uma licitação. Tem todos aqueles critérios técnicos, mas de qualquer maneira, nós fizemos essa ação extremamente cuidadosa para o negócio do Sub-1 e de repente me apareceu uma instituição lá que por causa das pontuações benditas, é uma instituição que realmente, que a capacidade dela de execução do projeto, tanto que nós tivemos que colocar o SAMU funcionando, o SAMU tinha uma ideia de ter um SAMU, mas ele funcionou muito mais cedo do que nós imaginávamos, porque teve de receber, inclusive, além de ter recebido, puxar de orelha, e falar assim: “Ou vocês executam do jeito que está combinado, ou então vocês não vão receber.” Tão simples quanto isso, porque o serviço não é isso, inventar uma outra coisa, não, e sair falando, sabe qual é? Não é isso. Então eu espero, que até o Paulo estava 76 mencionando ontem, não esse Paulo que estava sentado ali, o Jannuzzi, que as Procuradorias então estão até acionando aí Procuradoria-Geral da União, não sei o que, para dar mais segurança jurídica, porque nos estados, vários estados estão entendendo que vão ter que fazer a licitação, é mais ou menos do mesmo jeito, e a ideia dessa pré-qualificação é que pudesse fazer processos licitatórios mais simplificados, a ideia é essa. Então usando, inclusive toda a rede que o MEC já tem de processo de identificação e de qualificação das instituições, que são que o MEC faz a avaliação delas. O MDS não tinha que fazer a avaliação das instituições de ensino, das universidades, o MEC já faz. Põe as notas básicas do MEC aí mínimas nesse negócio que ela poderia se inscrever para o MEC, já tem esse procedimento de fazer, fazer examinar como é que é a pontuação das instituições etc. e tal. Então a ideia é essa. Agora, mas ainda que aquilo eu saiba eles estão agora passando o nível estadual e enfrentando um problema da interpretação que os Procuradores no nível estadual estão tendo dessa questão. E essa questão, se isso não for dado o entendimento e se formado algo uma, digamos, algo que sustente, que dê, o que é que vai acontecer? Está no período de eleição de Governador de novo, você elege e substitui os Procuradores de novo lá também, entendeu, porque tem uma parte, substitui e aí o que acontece? Tem de repetir a conversa toda. Isso aconteceu no Sub-1 com o negócio dos Prefeitos, com as administrações municipais. Então você tem uma situação, que é uma situação desse entendimento, ficar para poder aí sim, poder realmente fazer aquilo que a Simone tanto deseja, fazer uma edição e conseguir fazer a segunda edição e a terceira edição, que como no caso aí você tem, e com instituições realmente que passem a ter esse sistema de referência importante estabelecendo essas redes com os municípios, com o sistema, a gestão do SUAS e os trabalhadores do SUAS no nível municipal. Porque da União, um país desse tamanho, porque é até pretensioso toda vez que a gente fala disso a sensação quando você está falando sobre esse negócio, principalmente quando você está na América Latina, dá a impressão que lá vem aqueles bestas daqueles brasileiros com esse negócio de País Gigante e não sei o quê. Mas infelizmente é isso, é o Gigante enorme mesmo, mas difícil de você administrar, e a União, ela vai, ela consegue até um certo ponto, depois de um certo ponto ela não consegue ir, ela não consegue ir porque ela não tem jeito, e nem sei se é papel de ter jeito, porque isso aí seria um sistema profundamente autoritário, não é? Sra. PATRÍCIA AUGUSTA FERREIRA VILAS BOAS – Diretora do Departamento de Formação e Disseminação – DFD – Oh Laura, conseguiu a segunda edição viu, já tem estados aí prontos a ponto de bala já para fazer a segunda edição. Não sei se em todo o território nacional, mas a gente vai conseguir. 77 Sra. PAULA MONTAGNE – Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação – SAGI – Mas a gente espera não demorar para te chamar aqui e de a gente avaliar essa segunda rodada, não é? Eu acho que a gente tem um aprendizado muito grande com essa mesa, porque a gente pôde rememorar os desafios que estavam colocados, a gente pôde mostrar que das lições aprendidas, a gente vem tirando uma nova fórmula e que estamos confiantes nela. Então agora é fazer essa implementação e seguir em frente com a possibilidade de sempre ter quem nos acompanhou nos ajudando a avaliar, e a estruturar melhor, e a encontrar novas soluções para os problemas que a gente encontrar. Do mesmo jeito que na parte da manhã, nós queríamos encerrar a parte da tarde com alguns mimos que foram preparados para os nossos convidados aqui. Então eu ia convidar o Paulo Jannuzzi para vim aqui para a mesa para entregar aqui para a Dra. Laura da Veiga a nossa sacola, cadê a nossa sacola? Está aqui guardadinha, nós fizemos aqui. Aqui para você entregar para... Tem que tirar foto. Eu queria convidar a Patrícia para entregar para o Paulo Carvalho. E agora tem os inversos também, em que eu vou pedir a Dra. Laura da Veiga que entregue para a Patrícia. Eu queria convidar o Paulo Carvalho para entregar para a Kátia, vem cá Kátia tem um para você também. Entregar para a Kátia a caneca. Eu queria desfazer a mesa. Paulo eu não sei se você quer encerrar, não? Então eu vou dar por encerrada a comemoração dos 10 anos. Ainda tem mais coisa? Tem mais canecas? Então espera aí que a Patrícia que vai. Sr. PAULO DE MARTINO JANNUZZI – Secretário de Avaliação e Gestão da Informação – Cris eu queria que você viesse aqui entregar o caneco dos 10 anos aqui para a Paula Montagner. Eu queria que o Caio viesse aqui para entregar os canecos aqui para os dois Coordenadores-Gerais dele, o Carlos Santana e o Davi Lopes Carvalho. Então pode levar o caneco. Paula, queria que a Paula viesse aqui entregar o caneco do Alexander Cambraia Vaz, Coordenador-Geral do Departamento de Monitoramento. Mais algum? Está ótimo, gente. Está certo, bom gente, muito obrigado por todos vocês, nossos palestrantes que tiveram aqui de manhã, de tarde, o Paulo Carvalho, como convidado externo, com muitas participações internas que quase com uma carteirinha já do MDS. E queria então convidá-los a continuar contribuindo para esses 10 anos SAGI, vocês sabem que nós colocamos um portal, quer dizer, um mural com as fotos, com a linha do tempo, então podemos fazer contribuições para essa linha do tempo, vamos atualizar isso durante o ano. Inclusive quando tivermos a licença do software aprovada de tal forma que a gente não fique limitado pelo número, pelo tamanho do papel, mas que a gente possa ir incluindo outras realizações dos departamentos nos anos 78 passados. Está certo? Então enfim, muito obrigado e continuamos a partir de segunda-feira nos 10 anos mais um dia construindo os próximos outros 10 dessa Secretaria que tem produzido insumos tão relevantes para as nossas políticas e programas de desenvolvimento social. Uma salva de palmas para os 10 anos. E para todos os colegas que passaram por essa Secretaria e que, ou estão no MDS, a bem da verdade, muita gente ficou no MDS, e outros tantos foram para outras instituições ou até outros Ministérios e, inclusive em outros países. Está certo então. Muito obrigado, gente. Agora convido vocês para o coffee end para encerrar a nossa festa junina antecipada aqui na SAGI. Obrigado, gente. 79