UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Ciências Contábeis Ana Paula Padilha Custódio Fábio Ferreira Maia Pedro Vinícius Vasoler GESTÃO FINANCEIRA EM UMA EMPRESA DE TRANSPORTE Transernestoliver Ltda. - ME Julio Mesquita - SP LINS – SP 2010 ANA PAULA PADILHA CUSTÓDIO FÁBIO FERREIRA MAIA PEDRO VINÍCIUS VASOLER GESTÃO FINANCEIRA EM UMA EMPRESA DE TRANSPORTE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Ciências Contábeis, sob a orientação do Professor M.Sc. Everton Rodrigo Salvático Custódio e orientação técnica da Professora M.Sc.Heloisa Helena Rovery da Silva. LINS – SP 2010 Custódio, Ana Paula Padilha; Maia, Fabio Ferreira; Vasoler, Pedro Vinícius C991g Gestão Financeira em uma empresa de transporte. / Ana Paula Padilha Custódio; Fábio Ferreira Maia; Pedro Vinícius Vasoler. – – Lins, 2010. 71p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium - UNISALESIANO, Lins–SP, para graduação em Ciências Contábeis, 2010 Orientadores: Everton Rodrigo Salvático Custódio; Heloisa Helena Rovery da Silva 1. Gestão Financeira. 2. Controle Financeiro. 3. Planejamento. 4. Lucratividade. I Título. CDU 657 ANA PAULA PADILHA CUSTÓDIO FÁBIO FERREIRA MAIA PEDRO VINÍCIUS VASOLER GESTÃO FINANCEIRA EM UMA EMPRESA DE TRANSPORTE Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Aprovada em: ______ / ______ / ______ Banca Examinadora: Prof. M.Sc. Everton Rodrigo Salvático Custódio Mestre Profissional em Administração pela Universidade Metodista de Piracicaba - UNIMEP. Assinatura: _________________________________ 1º Prof(a): ______________________________________________________ Titulação: ______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura: _________________________________ 2º Prof(a): ______________________________________________________ Titulação: ______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura: _________________________________ A Deus Pela vida. Aos meus pais Ercio e Maria Pelo amor, dedicação e incentivo. Aos meus irmãos Telma e Anderson Pelo carinho e por sempre estarem ao meu lado nos momentos de dificuldades. Aos meus colegas de equipe Fábio e Pedro Pelos momentos de aprendizagem que passamos juntos, pela confiança e amizade conquistadas ao longo deste trabalho. Ao meu marido Adilson Pelo apoio, incentivo e compreensão durante toda a execução deste trabalho. Ana Paula A Deus Rendo graça a Deus pelo fôlego de vida, a certeza que sempre está em todos os lugares, onipresente, tudo o saber, onisciente, todo poder, onipotente, sempre guiando e iluminando nossos passos. Por ter concedido força e oportunidade para concluir minha jornada acadêmica. Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Romanos 8:31 Aos meus pais Olegário e Nair Que me deram a vida e ensinaram-me os primeiros passos, forneceram-me educação e o respeito para com o próximo. Apoiam-me em minhas virtudes e aconselham-me em minhas falhas. Acreditaram em meu potencial e investiram em minha formação acadêmica. Honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Mateus 19:19 Fábio A Deus Agradeço pelo senhor nosso bom Deus por ele sempre estar ao meu lado. Somente ele sabe do sofrimento que tive para chegar até aqui, nas horas difíceis ele deu seu colo para eu chorar e nas alegres ele estava comigo a sorrir e com isso ele nunca me deixou desanimar, agradeço por ele ter me dado força e sabedoria para chegar até aqui. Senhor, quero agradecer por ter me ajudado, sem você comigo eu não sei o que seria. Aquilo que parecia ser impossível, aquilo que parecia não ter saída, aquilo que parecia ser minha morte, o Senhor mudou minha sorte, sou um milagre, estou aqui. Obrigado meu bom Deus por mais essa vitória. À minha mãe Essa pessoa sempre me apoiou para que eu estudasse, sempre me ajudou nas horas alegres e nas horas difíceis estava ali do meu lado me auxiliando. Para chegar até aqui tive muitas dificuldades, e graças a minha mãe, Teresa de Souza Vasoler, consegui superar todas essas dificuldades. Mãe, agradeço por ter me ajudado a chegar até aqui e o esforço que fez para que eu pudesse estudar, quero um dia retribuir por tudo que você fez por mim. Eu a amo muito!!!! A meu Pai Meu pai Antonio Donizete Vasoler sempre deu conselho para mim e para meus irmãos ensinando-nos o que é certo, dando-nos uma educação para sempre respeitar o próximo e com a graça de Deus nunca deixou nada faltar em casa. Agradeço por ter me ajudado a chegar até aqui. Espero um dia poder retribuir o que vez por mim. O que sou hoje devo à educação que me deu. A minha Família Agradeço meus irmãos Fiori Vasoler e Maira Cristina Vasoler ; meus sobrinhos Pietro Vasoler, Gabriel Augusto Vasoler Ortiz e Eduardo Ortiz Junior ; meus cunhados Eduardo Augusto Ortiz e Lucimar Cardoso Vasoler, por eles terem sempre me apoiado. Aos Mestres Só tenho a dizer que aprendi muito com todos os professores desta casa, excelentes pessoas que contribuíram para o meu crescimento profissional durante esta jornada. Ana Paula e Fábio A vida é meio engraçada, pois quando menos esperamos encontramos pessoas muito especiais, amigos que ficam eternamente em nosso coração. O tempo que passei em companhia dessas pessoas excelentes contribuíu imensamente para meu crescimento pessoal e profissional, graças ao companheirismo desses dois excelentes amigos: Fabio e Ana Paula. Agradeço a essas pessoas com quem aprendi muito. Desejo muito sucesso aos dois. Obrigado!!!! Ao nosso orientador M. Sc. Everton Rodrigo Salvático Custódio Por ele ser um excelente profissional, ético e determinado naquilo que faz. Pessoa que nos momentos mais difíceis nos deu força para nunca desanimar, sempre nos incentivando. Desejo muito sucesso em sua vida. Obrigado!!!! À professora orientadora M. Sc. Heloísa Helena Rovery da Silva Essa pessoa tem o dom de passar uma energia positiva, ela é uma pessoa que está sempre nos apoiando e nos incentivando para que concluíssemos esse trabalho. Obrigado!!!! Pedro AGRADECIMENTOS A Deus Pela ajuda constante e pela oportunidade de concluirmos mais uma etapa de nossas vidas. Às nossas famílias pelos constantes apoios. Aos mestres por ter nos transmitido os conhecimentos necessários para a nossa formação acadêmica. Ao Prof. M.Sc. Everton Rodrigo Salvático Custódio por ter nos orientado e indicado o melhor caminho a seguir em todas as etapas do trabalho. À Profª. M.Sc. Heloísa Helena Rovery Silva pela dedicação e paciência nas orientações técnicas. À Transernestoliver Ltda. – ME pela colaboração e abertura para a realização desse trabalho com sucesso. Ana, Fábio e Pedro RESUMO O tema do presente trabalho parte da importância da gestão financeira em uma empresa de transporte, evidenciando a necessidade de um sistema de controle gerencial para garantir a integridade das informações financeiras utilizadas para atingir o desempenho desejável. A gestão financeira é um fator crítico para o sucesso da empresa e passa, necessariamente, pela elaboração do planejamento. Através do planejamento, os objetivos a serem atingidos são traçados e os meios efetivos, para torná-los reais, são estabelecidos. Os tipos de planejamento são o planejamento estratégico, com objetivos em longo prazo; o planejamento tático, que visa objetivos específicos buscando contribuir com a empresa como um todo e o planejamento operacional, que tem o foco nas atividades do dia-a-dia da empresa. As ferramentas de controle financeiro são de extrema importância para identificar antecipadamente as necessidades da empresa, bem como prever os resultados financeiros da mesma. A Transernestoliver Ltda. – ME é uma empresa do ramo de prestação de serviços de transportes rodoviário coletivo de passageiros em geral da cidade de Júlio Mesquita e atualmente procura, através da implantação da gestão financeira, obter mais controle financeiro sobre suas operações e expandir sua atuação no mercado. Foi realizado um estudo de caso nessa empresa com o objetivo de identificar quais os benefícios que a implantação de uma gestão financeira proporciona à mesma. A correta utilização dos controles financeiros implantados na empresa possibilita a visualização dos valores de custos e das despesas, assim como das entradas e das saídas, permitindo a melhor utilização dos recursos, reduzindo despesas desnecessárias e, consequentemente, possibilitando o aumento da lucratividade. Palavras-chave: Lucratividade. Gestão financeira. Controle financeiro. Planejamento. ABSTRACT The theme of this work stems from the importance of financial management at a trucking company, highlighting the need for a management control system to ensure the integrity of financial information used to achieve desirable performance. Financial management is a critical factor for business success and necessarily involves the preparation of planning. Through the planning objectives to be achieved are outlined and effective means to make them real is established. The types of planning are strategic planning, with longterm goals, tactical planning, aimed at specific targets area for help with the company as a whole and operational planning, which has a focus on day-to-day the company. The tools of financial control are extremely important to identify in advance the company's needs as well as provide financial results for the same. The Transernestoliver Ltda. - ME is a company of the provision of collective passenger transport by road in the town of General Jules Mosque and is currently looking through the deployment of financial management, more financial control over their operations and expand their market performance. We conducted a case study in this company in order to identify the benefits that the implementation of financial management gives the same. The proper use of financial controls in place at the company lets you view the values of costs and expenses, as well as the inputs and outputs, allowing better use of resources, reducing unnecessary expenditure and, therefore, enabling increased profitability. Keywords: Financial Management. Financial control. Planning. Profitability. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Modelo de Fluxo de Caixa ................................................................ 32 Figura 2: Fotos da frota da empresa Transernestoliver Ltda. - ME ................... 40 Figura 3: Fluxo de Caixa ................................................................................... 53 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Características básicas da contabilidade financeira e gerencial ...... 26 Quadro 2: Etapas do Processo de Gestão ....................................................... 27 Quadro 3: Quadro de controle de despesas ..................................................... 48 Quadro 4: Quadro de controle de custos .......................................................... 49 Quadro 5: Quadro de controle de receitas ........................................................ 50 Quadro 6: Quadro de controle da receita líquida .............................................. 51 Quadro 7: Balanço Patrimonial ......................................................................... 54 Quadro 8: Demonstração do Resultado do Exercício ....................................... 55 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS FASB – Financial Accounting Standards Board SEC – Securities and Exchange Commission SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................. 17 CAPÍTULO I – A CONTROLADORIA E A GESTÃO FINANCEIRA ................ 19 1 CONCEITOS ......................................................................................... 19 1.1 Controladoria .......................................................................................... 19 1.2 Contabilidade Gerencial ......................................................................... 20 1.3 Contabilidade Financeira ........................................................................ 23 1.4 Contabilidade Gerencial x Contabilidade Financeira .............................. 24 1.5 Conceito de Gestão ................................................................................ 26 1.5.1 Gestão Financeira .................................................................................. 27 1.5.2 Planejamento ......................................................................................... 28 1.5.2.1 Planejamento Estratégico ................................................................. 29 1.5.2.2 Planejamento Tático ......................................................................... 29 1.5.2.3 Planejamento Operacional................................................................ 30 1.6 Ferramentas de Controle Financeiro ...................................................... 30 1.6.1 Orçamento.............................................................................................. 31 1.6.2 Fluxo de Caixa ....................................................................................... 31 1.6.3 Tesouraria .............................................................................................. 33 1.7 Custos .................................................................................................... 35 1.7.1 Classificação dos Custos ....................................................................... 36 1.7.1.1 Custos Diretos e Custos Indiretos .................................................... 36 1.7.1.2 Custos Fixos e Custos Variáveis ...................................................... 37 CAPÍTULO II - TRANSERNESTOLIVER LTDA. – ME .................................... 38 2 HISTÓRICO DA EMPRESA TRANSERNESTOLIVER LTDA. – ME ..... 38 2.1 Setores da empresa ............................................................................... 38 2.1.1 Setor administrativo ................................................................................ 39 2.1.2 Setor financeiro ...................................................................................... 39 2.2 Objetivos gerais da empresa .................................................................. 40 2.3 Frota ....................................................................................................... 40 2.3.1 Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho, na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura (NR31). ............................................................................................................. 41 2.3.2 Código de Trânsito Brasileiro ................................................................. 42 2.3.3 Portaria SUP/DER nº 17, do Estado de São Paulo ................................ 42 2.4 Parceiros ................................................................................................ 43 2.4.1 Bradesco ................................................................................................ 43 2.4.2 Auto Posto Dias e Mira Ltda. .................................................................. 43 2.4.3 Auto Mecânica Guaimbê Ltda. ............................................................... 44 2.5 Clientes .................................................................................................. 44 2.5.1 Louis Dreyfus Commodities S/A ............................................................. 44 2.6 Concorrentes .......................................................................................... 45 CAPÍTULO III – A GESTÃO FINANCEIRA E A EMPRESA TRANSERNESTOLIVER LTDA. – ME ............................................................. 46 3 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 46 3.1 Gestão financeira da Transernestoliver Ltda. – Me ................................ 47 3.1.1 Controle de despesas da Transernestoliver Ltda. – ME ......................... 48 3.1.2 Controle de custos da Transernestoliver Ltda. – ME.............................. 48 3.1.2.1 Acompanhamento de custos de manutenção ................................... 49 3.1.3 Controle de receitas da empresa Transernestoliver Ltda. – ME............. 50 3.1.4 Controle de contratos da Transernestoliver Ltda. – ME ......................... 51 3.1.5 Controle de segurança da empresa Transernestoliver Ltda. – ME ........ 51 3.1.6 Fluxo de caixa da empresa Transernestoliver Ltda. – ME ..................... 52 3.1.7 Demonstrações contábeis da empresa Transernestoliver Ltda. – ME ... 53 3.1.7.1 Balanço Patrimonial da empresa Transernestoliver Ltda. – ME ....... 54 3.1.7.2 Demonstração do Resultado do Exercício da empresa Transernestoliver Ltda. – ME ............................................................................ 55 3.1.8 Parecer final sobre o caso ...................................................................... 56 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 57 CONCLUSÃO .................................................................................................. 58 REFERÊNCIAS ............................................................................................... 59 APÊNDICES .................................................................................................... 62 ANEXOS ........................................................................................................... 69 17 INTRODUÇÃO O tema abordado no presente trabalho é mostrar sobre a necessidade de um sistema de gestão financeira em uma empresa de transporte. O crescimento da competitividade exige das empresas maior controle na gestão dos recursos financeiros, levando as empresas a adotarem um sistema de gestão financeira que auxilie no planejamento e utilização dos recursos financeiros. A gestão financeira desempenha um papel importante nas tomadas de decisões da empresa sendo relevante no planejamento das necessidades, na inventariação dos recursos disponíveis, na obtenção de financiamentos de forma mais vantajosa, na aplicação criteriosa dos recursos financeiros e, principalmente, na análise econômica e financeira da mesma. Os objetivos desta pesquisa foram de acompanhar os controles gerencias da empresa; pesquisar sobre ferramentas de gestão financeira; enfatizar a importância da controladoria, da contabilidade gerencial e da contabilidade financeira; verificar a utilização das ferramentas de gestão financeira na empresa estagiada; destacar as vantagens de uma empresa possuir um controle de gestão financeira e implantar uma gestão financeira na empresa Transernestoliver Ltda.- ME. Baseando-se nestes fundamentos, foi levantada a seguinte questão: Quais os benefícios que a implantação de uma gestão financeira proporciona à empresa? A priori surgiu a seguinte hipótese: a utilização da contabilidade para uma gestão financeira proporciona crescimento econômico para a empresa? Para buscar uma resposta clara e objetiva para tal questionamento foi realizada uma pesquisa na empresa Transernestoliver Ltda.- ME durante o período de fevereiro a outubro de 2010, cujos métodos e técnicas estão descritos no Capítulo III. A Transernestoliver Ltda.-ME é uma empresa que presta serviços de transporte rodoviário coletivo de passageiros em geral. Está localizada na Rua Dr. Horácio Sabino, nº 247, na cidade de Júlio Mesquita – SP. O trabalho está assim estruturado: 18 Capítulo I – aborda teoricamente a controladoria, contabilidade financeira e gerencial, conceitos, ferramentas, objetivos e importância da gestão financeira. Capítulo II – descreve a Transernestoliver Ltda.-ME, seu histórico, seus setores, objetivos, parceiros e concorrentes. Capítulo III – demonstra a pesquisa realizada na Transernestoliver Ltda.ME. Por fim, apresenta-se a proposta de intervenção e a conclusão. 19 CAPÍTULO I A CONTROLADORIA E A GESTÃO FINANCEIRA 1 CONCEITOS Este capítulo apresenta alguns conceitos ligados à Gestão Financeira, tais como: Controladoria, Contabilidade Gerencial, Contabilidade Financeira, Ferramentas de Controle Financeiro e outros. 1.1 Controladoria A Controladoria tem como função principal promover a eficácia das decisões desenvolvendo e analisando as alternativas disponíveis para as soluções dos problemas. “A função da controladoria é apoiar o processo de decisão através de sistemas de informações que possibilitem o controle operacional, visando o monitoramento das atividades da empresa”. (NASCIMENTO; REGINATO, 2007, p. 2). Compreende as operações globais da empresa monitorando a execução dos objetivos estabelecidos, investigando e diagnosticando as razões para a ocorrência de eventuais desvios entre os resultados alcançados e os esperados. Pode-se entender Controladoria como o departamento responsável pelo projeto, elaboração, implementação e manutenção do sistema integrado de informações operacionais, financeiras e contábeis de determinada entidade, com ou sem finalidades lucrativas, sendo considerada por muitos autores como o atual estágio evolutivo da Contabilidade. (OLIVEIRA; PEREZ JR.; SILVA, 2002, p.12). Pode-se entender como o conjunto de princípios, procedimentos e 20 métodos originados das ciências da Contabilidade, Administração, Economia e Estatística, relacionado às atividades econômicas da empresa. De acordo com Nascimento e Reginato (2007), a área da controladoria tem a função de interagir, constantemente com o processo decisório da empresa, buscando dados e informações econômico-financeiras em suas áreas de apoio utilizando-se, principalmente, dos sistemas de mensuração, informação e de controles internos. Na busca pela eficácia gerencial, os gestores utilizam o setor de controladoria para garantir informações adequadas ao processo decisório. Segundo Padoveze (2004), a Controladoria, por meio do sistema contábil gerencial, incorpora os conceitos de lucro econômico, dá as condições à empresa de avaliar todo o processo de geração ou criação de valor (geração de lucro para os acionistas). No exercício da função contábil gerencial, a Controladoria pode monitorar o processo de geração de valor dentro da empresa por meio da adoção dos conceitos adequados de mensuração do lucro empresarial e por meio do apoio às atividades operacionais no processo de geração de valor através do sistema de informação contábil gerencial. 1.2 Contabilidade Gerencial Pode-se entender a Contabilidade Gerencial como a ferramenta contábil que mede o desempenho econômico de unidades operacionais descentralizadas, como unidades de negócios, divisões e departamentos. Segundo Horngren, Sundem e Stratton (2006), a Contabilidade Gerencial é o processo de identificar, mensurar, acumular, analisar, preparar, interpretar e comunicar informações que auxiliem os gestores a atingir objetivos organizacionais. A Contabilidade Gerencial é por sua vez um dos principais meios pelos quais trabalhadores, gerentes e executivos recebem retorno de seu desempenho, fazendo com que utilizem experiências passadas para melhorar o futuro. 21 Contabilidade gerencial é processo de produção de informações financeiras e operacionais para funcionários e gerentes. O processo deve ser orientado pelas necessidades de informação interna e deve dirigir suas decisões operacionais e de investimentos. (ATKINSON et al., 2008, p.36). As funções da Contabilidade Gerencial podem ser apontadas como: identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação das informações financeiras usadas pela administração. A identificação é o reconhecimento e a avaliação das transações empresariais e outros eventos econômicos. A mensuração é a quantificação, incluindo estimação das transações empresariais ou de outros eventos econômicos ocorridos ou as previsões sobre o que possa ocorrer. A acumulação é a sistematização de abordagens disciplinadas e consistentes para registrar e classificar as transações empresariais apropriadas e outros eventos econômicos. A análise é a determinação das razões para a atividade relatada e seu relacionamento com outros eventos e situações econômicas. A preparação e a interpretação são a coordenação da contabilidade e/ou planejamento dos dados para fornecer informações apresentadas de forma lógica, que inclui se apropriadas, as conclusões extraídas desses dados. A comunicação consiste na preparação de relatórios pertinentes à administração e a outros usuários internos e externos. As informações financeiras fornecidas aos administradores pela Contabilidade Gerencial servem para planejar, avaliar e controlar uma organização e assegurar o uso apropriado e a responsabilização por seus recursos e a elaboração de relatórios externos. O planejamento é a quantificação e interpretação dos efeitos das transações planejadas e de outros eventos econômicos sobre a organização. Este planejamento inclui aspectos estratégicos, táticos e operacionais e requer que o contador forneça informações históricas quantitativas e prospectivas para facilitá-lo. Inclui também a participação no desenvolvimento do sistema de planejamento, no estabelecimento de metas alcançáveis e na escolha de meios apropriados para monitorar o cumprimento dessas metas. A avaliação é o julgamento das implicações dos eventos históricos e 22 esperados. A avaliação inclui transformar dados em tendências e relacionamentos; comunicação pontual e efetiva das conclusões extraídas das análises. O controle é a garantia da integridade das informações financeiras; monitoramento e mensuração do desempenho. Fornece informações aos executivos em suas áreas operacionais e funcionais que possam ser usadas para atingir o desempenho desejável. Assegurar recursos de responsabilização, trata-se da implementação de um sistema de relatórios que esteja alinhado às responsabilidades organizacionais que contribua ao uso efetivo dos recursos e que mensure o desempenho da administração; transmitir as metas e os objetivos da administração em toda organização na forma de atribuição de responsabilidades, base para identificar a responsabilização; fornecer um sistema contábil e de relatórios que acumule as receitas, as despesas, os ativos, as obrigações e relacione as informações quantitativas aos gerentes que terão melhor controle sobre esses elementos. Os relatórios externos são destinados à preparação de documentos financeiros baseados em princípios contábeis geralmente aceitos ou em outras bases apropriadas a grupos não administrativos, como: acionistas, credores, órgãos regulatórios e autoridades tributárias e participar no processo de desenvolvimento dos princípios contábeis que formam a base dos relatórios externos. Segundo Padoveze (2004), para se fazer Contabilidade Gerencial é necessário um Sistema de Informação Contábil Gerencial, um Sistema de Informação Operacional, que seja um instrumento dotado de características que preencham todas as necessidades informacionais dos administradores para o gerenciamento de sua entidade. O Sistema de Informação é um conjunto de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros que permite às organizações o cumprimento de seus objetivos. Classifica-se em Sistemas de Informação de Apoio às Operações, que têm como objetivo auxiliar os departamentos e atividades a executarem suas funções operacionais, como: compras, estocagem, produção, vendas, recebimentos, pagamentos e Sistemas de Informação de Apoio à Gestão, que se preocupam basicamente com as 23 informações necessárias à gestão econômica da empresa e têm como base de apoio informacional as informações de processo e quantitativas geradas pelos sistemas operacionais. De acordo com Padoveze (2004), o Sistema de Informação Contábil é um sistema de apoio à gestão, juntamente com os demais sistemas de controladoria e finanças. Os fundamentos de um Sistema de Informação Contábil são os seguintes: a) operacionalidade: significa que todos que utilizam e trabalham com a informação contábil devem saber e sentir que estão operando com dados reais, significativos, práticos e objetivos; b) integração: é quando todas as áreas necessárias para o gerenciamento da informação contábil estejam abrangidas por um único sistema de informação contábil, em outras palavras, todos os usuários do sistema de informação contábil receberão a mesma informação e falarão a mesma língua; c) custo da informação: é quando o Sistema de Informação Contábil é analisado na relação custo-benefício para a empresa. A Informação Gerencial é uma das principais fontes de controle e tomada de decisão nas organizações. Informação contábil gerencial são dados financeiros e operacionais sobre atividades, processos, unidades operacionais, produtos, serviços e clientes de uma organização; por exemplo, o custo calculado de um produto, de uma atividade ou de um departamento em período de tempo recente. (ATKINSON et al., 2008, p.36). As informações contábeis internas e externas são elaboradas pelos contadores gerenciais,os quais trabalham com os administradores analisando e apresentando dados relevantes no sentido de orientar as decisões. “O contador gerencial fornece dados que ajudam no desenvolvimento da estratégia, na construção de recursos e capacidades e na implementação da estratégia”. (HORNGREN; DATAR; FOSTER, 2008, p.3). 1.3 Contabilidade Financeira 24 A Contabilidade financeira está relacionada ao fornecimento de informações para os proprietários, credores e outros que estão direta ou indiretamente ligados à empresa. “Contabilidade financeira refere-se à informação contábil desenvolvida para usuários externos, como acionistas, fornecedores, bancos e agências regulatórias governamentais”. (HORNGREN; SUNDEM; STRATTON, 2006, p.5). Tem como objetivo facilitar a análise financeira para as necessidades dos usuários externos, utilizando-se de relatórios financeiros, tais como: Balanço Patrimonial, Demonstração dos Resultados, Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e Fluxo de Caixa, entre outros. O processo contábil-financeiro está restrito às exigências obrigatórias de elaboração de relatórios por parte das autoridades regulamentadoras externas, como o Financial Accounting Standards Board (FASB) e a Securities and Exchange Commission (SEC) nos Estados Unidos, bem como por órgãos governamentais de impostos. De acordo com Atkinson et al. (2008), Contabilidade Financeira é o processo de geração de demonstrativos financeiros para públicos externos, como acionistas, credores e autoridades governamentais. Esse processo é fortemente limitado por autoridades governamentais que definem padrões, regulamentações e impostos, além de exigir o parecer de auditores independentes (contrasta com a contabilidade gerencial). 1.4 Contabilidade Gerencial x Contabilidade Financeira A Contabilidade Gerencial e a Contabilidade Financeira são diferentes, embora tradicionalmente a informação contábil gerencial tenha sido financeira, entretanto, recentemente, a informação contábil gerencial expandiu-se para envolver a informação operacional ou física (não-financeira), como qualidade e tempos de processos, bem como uma informação mais subjetiva; já a informação contábil financeira deve ser objetiva, verificável e relevante. O objetivo da Contabilidade Financeira é facilitar a análise financeira 25 para as necessidades dos usuários externos, em contrapartida com o objetivo da Contabilidade Gerencial que é facilitar o planejamento, o controle, a avaliação de desempenho e a tomada de decisão internamente. A contabilidade gerencial é relacionada com o fornecimento de informações para os administradores – isto é, aqueles que estão dentro da organização e que são responsáveis pela direção e controle de suas operações. A contabilidade gerencial pode ser contrastada com a contabilidade financeira, que é relacionada com o fornecimento de informações para os acionistas, credores e outros que estão fora da organização. (PADOVEZE, 2004, p.39). Os relatórios na Contabilidade Financeira são elaborados sob orientação histórica e os relatórios da Contabilidade gerencial são orientados para o futuro a fim de facilitar o planejamento, o controle e a avaliação de desempenho antes do fato (para impor metas), acoplada com uma orientação histórica para avaliar os resultados reais (para o controle posterior do fato). Uma das principais diferenças entre contabilidade financeira e contabilidade gerencial é que a informação contábil financeira é prescrita ou exigida pelas autoridades que estabelecem os padrões dos relatórios externos. Em contraste, a informação contábil gerencial deve sempre ser justificada pelos benefícios que fornece à organização. (ATKINSON et al., 2008, p.92). continua Características básicas da contabilidade financeira e gerencial Audiência Propósito Externa: Contabilidade Contabilidade Financeira Gerencial acionistas, credores, Interna: funcionários, gerentes, autoridades tributárias. executivos. Relatar o desempenho passado Informar as decisões internas ao público externo, contratos com tomadas por funcionários ou proprietários e credores. gerentes; dar controlar o feedback e desempenho operacional. Posição do Tempo Histórica; atrasada. Restrições Regulamentada; Atual, orientada para o futuro. por Desregulamentada; sistemas e princípios contábeis geralmente informações determinados pela aceitos administração para atender às e por governamentais. orientada autoridades necessidades operacionais. estratégicas e 26 Tipo de Informação Apenas mensurações financeiras. conclusão financeiras, Mensurações operacionais processos, fornecedores, e físicas sobre tecnologias, clientes e concorrentes. Natureza da Objetiva, auditável, Informação consistente, precisa. Escopo Altamente agregada; confiável, Mais subjetiva e sujeita a juízo de valor; válida, relevante, precisa. relatórios sobre a organização total. Desagregada; informa decisões e ações locais. Fonte: ATKINSON et al., 2008, p.38. Quadro 1: Características básicas da contabilidade financeira e gerencial 1.5 Conceito de Gestão Gestão é o ato de gerir, administrar a organização conduzindo-a para a concretização de objetivos, através das seguintes fases: planejamento, execução e controle. O termo Gestão deriva do latim gestione e significa gerir, gerência, administração. Administrar é planejar, organizar, dirigir e controlar recursos, visando atingir determinado objetivo. Gerir é fazer as coisas acontecerem e conduzir a organização para seus objetivos. Portanto, Gestão é o ato de conduzir para a obtenção dos resultados desejados. (OLIVEIRA; PEREZ; SILVA, 2002, p.136). O gestor é o responsável pela identificação, mensuração e controladoria do processo financeiro com funções e princípios norteadores definidos do modelo da gestão do sistema da empresa e com uma área de conhecimento humano com fundamentos, conceitos, princípios e métodos oriundos de outras ciências. continua Etapas do Processo de Gestão Etapas Normas decorrentes dos princípios Elementos da Organização 27 conclusão Formulação de objetivos organizacionais ótimos e de planos eficazes de apoio. Tomadas de decisões para otimizar o desempenho organizacional. Planejamento Pessoas e a qualidade das decisões. tecnologia Pessoas e das previsões. Tecnologia Formulação de estratégias eficazes em resposta Pessoas e às previsões. Tecnologia empregados. Criação de um ambiente agradável para otimizar o desempenho dos trabalhadores. Integração das necessidades e objetivos individuais com os da organização. Estrutura Estrutura Estrutura Criação de um sistema de educação eficiente Estrutura e para transferência rápida de informações. Tecnologia Atribuição de recompensas baseadas no desempenho. Estrutura Criação de atribuições de tarefas para maximizar Estrutura, a produção dos empregados; alterar a tarefa Tecnologia e adaptando-a ao homem Tarefas Estabelecimento de relações de autoridades claramente delineadas. Delineamento claro das responsabilidades individuais. Instituição de avaliadores em pontos estratégicos da organização, de modo a receber informação Avaliação Pessoas Antecipação das mudanças do ambiente por meio Criação de cargos de desafio para estimular os Organização Pessoas Utilização de técnicas quantitativas para otimizar Tomada de decisões socialmente responsáveis. Liderança Pessoas rápida s/ o desempenho em áreas-chave. Medida de desempenho, padrões, correção de desvios. Fonte: NASCIMENTO; REGINATO, 2007, p. 44. Quadro 2: Etapas do Processo de Gestão 1.5.1 Gestão Financeira comparação com Estrutura Estrutura Estrutura e Tecnologia Estrutura e Tecnologia 28 Atualmente uma Gestão Financeira eficaz é um fator crítico para o sucesso de uma empresa. A gestão financeira, para ser eficaz, precisa ser sustentada e orientada por um planejamento de suas disponibilidades, para isso, o gestor precisa de instrumentos confiáveis que auxiliem a otimizar os rendimentos dos excessos de caixa ou estimar as necessidades futuras de financiamentos, para que possa tomar decisões certas e oportunas. A Gestão Financeira necessariamente passa pela elaboração de seu planejamento. O Planejamento Financeiro torna-se uma ferramenta importante para quantificar em termos financeiros os anseios declarados no Planejamento Estratégico, nos Planos Táticos e Operacionais. Além disso, indica caminhos que levam a alcançar os objetivos da empresa, tanto em curto como em longo prazo, cria mecanismos de controle que envolvem todas as suas atividades operacionais e não-operacionais. 1.5.2 Planejamento Através do Planejamento, os gestores traçam os objetivos que serão atingidos no processo da execução, de modo que proporcione sucesso à empresa. É através do Planejamento que se dará a análise de como os objetivos serão atingidos, com o acompanhamento constante dos resultados obtidos, comparados ao que foi planejado. Planejamento é a mais básica de todas as funções gerenciais, e a habilidade com que esta função está sendo desempenhada determina o sucesso de todas as operações. Planejamento pode ser definido como o processo de reflexão que precede a ação e é dirigido para a tomada de decisão agora com vistas no futuro. (CATELLI, 2002, p. 43). O Planejamento pode ser dividido em três níveis: Planejamento Estratégico, Planejamento Operacional e Planejamento Tático. 29 1.5.2.1 Planejamento Estratégico O Planejamento Estratégico tem o propósito de fazer com que a empresa tenha a possibilidade de modelar o futuro ao invés de apenas tentar antecipá-lo, ou seja, ele estabelece quais os caminhos a serem percorridos para atingir o objetivo desejado. O planejamento estratégico é o processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado grau de interação com os fatores externos – não controláveis – e atuando de forma inovadora e diferenciada. (OLIVEIRA, 2007, p. 17). Segundo Catelli (2002), a fase do planejamento estratégico tem como premissa fundamental assegurar o cumprimento da missão e da continuidade da empresa. A elaboração de um planejamento estratégico é uma tarefa que não é simples, pois requer sabedoria, sem a qual os seus resultados práticos podem vir a ser insípidos, com benefícios que não superam os custos de realização. De fato, no planejamento estratégico temos um conjunto de decisões. Algumas delas podem ser complexas e outras mais simples, mas o fato é que são interdependentes. Essa característica talvez seja a principal complexidade associada à elaboração do planejamento, pois requer um ajustamento perfeito dessa cadeia sistêmica de decisões e a avaliação de suas conseqüências. (NASCIMENTO; REGINATO, 2007, p.128). O Planejamento Estratégico deve refletir o conjunto dos planos de todas as áreas da empresa, ou seja, devem-se entender os objetivos pretendidos pela empresa como um todo e suas repercussões em cada uma de suas áreas, através da análise da natureza do problema que deseja resolver com a sua adoção. É um conjunto de diretrizes estratégicas que busca nortear o desenvolvimento do Planejamento Operacional. 1.5.2.2 Planejamento Tático 30 O Planejamento Tático é utilizado para traduzir os objetivos gerais e as estratégias da alta diretoria em objetivos e atividades mais específicas. O planejamento tático tem por objetivo otimizar determinada área de resultado e não a empresa como um todo. Portanto, trabalha com decomposições dos objetivos, estratégias e políticas estabelecidos no planejamento estratégico. (OLIVEIRA, 2007, p.18). O principal desafio neste nível é promover um contato eficiente e eficaz entre o nível estratégico e o nível operacional. De acordo com Oliveira (2007), o Planejamento Tático é desenvolvido pelos níveis organizacionais intermediários, tendo como principal finalidade a utilização eficiente dos recursos disponíveis para a consecução de objetivos previamente fixados, segundo uma estratégia predeterminada, bem como as políticas orientativas para o processo decisório da empresa. 1.5.2.3 Planejamento Operacional O Planejamento Operacional é a base de controle e avaliação de desempenho, pois é o parâmetro para qualificar a eficácia atingida pela execução das operações realizadas. De forma mais específica, ele é a representação quantitativa das diretrizes emanadas do planejamento estratégico e embasado nas premissas operacionais que redundaram da opção escolhida na fase do pré-planejamento operacional como a melhor alternativa de viabilizar operacionalmente aquelas diretrizes. (NASCIMENTO; REGINATO, 2007, p.139). É nessa fase que se identificam e escolhem as alternativas operacionais que vão viabilizar as diretrizes estratégicas esboçadas no Planejamento Estratégico. 1.6 Ferramentas de Controle Financeiro As Ferramentas de Controle Financeiro são fundamentais para a 31 empresa, já que permitem a ela acompanhar o dia-a-dia da mesma, planejar o futuro, acompanhar as diretrizes de mudança e rever, quando necessário, as metas já estabelecidas. A seguir destacam-se algumas ferramentas de controle. 1.6.1 Orçamento O Orçamento corresponde ao detalhamento das operações planejadas, normalmente abrangendo o período de um ano. “O orçamento é um instrumento importante para o planejamento e controle das empresas a curto prazo. Geralmente, um orçamento operacional cobre um ano e inclui as receitas e as receitas previstas para esse”. (ANTHONY; GOVINDARAJAN, 2002, p. 461). O orçamento possui as seguintes características: a) estima o potencial de lucro; b) é apresentado em termos monetários, embora as cifras possam ser fundamentadas em valores não monetários como, por exemplo, as unidades vendidas ou produzidas; c) cobre geralmente o período de um ano; d) é um compromisso gerencial, pois os executivos comprometem-se a aceitar a responsabilidade de atingir os objetivos do orçamento; e) a proposta orçamentária é aprovada por autoridade mais alta do que os responsáveis pela execução do orçamento; f) uma vez aprovado, só pode ser alterado sob condições especiais; g) o desempenho financeiro real é comparado com o orçamento e com as variações analisadas e explicadas. 1.6.2 Fluxo de Caixa O Fluxo de Caixa constitui uma ferramenta de fundamental importância 32 para a boa administração e avaliação das empresas. Tem por objetivo principal a projeção das entradas e das saídas dos recursos financeiros da empresa em um determinado período de tempo. O fluxo de caixa é um instrumento (planilha) pelo qual o administrador financeiro planeja e administra os numerários da empresa, isto é, as entradas e saídas de dinheiro do caixa da empresa. Funciona como uma agenda sofisticada onde são registrados todos os recebimentos esperados e despesas programadas, num certo período. (TÓFOLI, 2008, p. 69). De acordo com Assaf Neto; Silva (1997), o Fluxo de Caixa é um instrumento que relaciona os ingressos e saídas (desembolsos) de recursos monetários no âmbito de uma empresa em determinado intervalo de tempo. A partir da elaboração do Fluxo de Caixa é possível prognosticar eventuais excedentes ou escassez de caixa, determinando – se medidas saneadoras a serem tomadas. A seguir apresenta-se um modelo de fluxo de caixa: Fonte: Modelo...,2010. Figura 1: Modelo de Fluxo de Caixa A sua adoção possibilita uma boa gestão dos recursos financeiros, evitando situações de insolvência ou falta de liquidez que representam sérias ameaças à continuidade das organizações. 33 Uma adequada administração dos fluxos de caixa pressupõe a obtenção de resultados positivos para a empresa, devendo ser focalizada como um segmento lucrativo para seus negócios. A melhor capacidade de geração de recursos de caixa promove, entre outros benefícios à empresa, menor necessidade de financiamento dos investimentos em giro, reduzindo seus custos financeiros. (ASSAF NETO; SILVA, 2002, p. 41). Há dois tipos de Fluxo de Caixa: o Fluxo de Caixa Planejado e o Fluxo de Caixa Real. Normalmente, devem ser elaborados dois fluxos de caixa por período: o Fluxo de Caixa Planejado (ou projetado) e o Fluxo de Caixa Real. O primeiro trata de planejar, antever, os fluxos de dinheiro num período futuro e o segundo, registra os acontecimentos efetivos de movimentação de numerários da empresa. (TÓFOLI, 2008, p. 69). O Fluxo de Caixa Planejado fornece, antecipadamente, informações sobre a liquidez do caixa em determinado período, permitindo a avaliação periódica e, com isso, avaliando a necessidade de captar recursos ou aplicar os excedentes de caixa. No Fluxo de Caixa Real devem ser registradas todas as entradas e saídas de dinheiro do caixa. Ele é uma ferramenta de comparação entre tudo o que foi planejado e o que foi realizado. O Fluxo de Caixa Planejado deve ser comparado com o Fluxo de Caixa Real com a finalidade de observar se há diferenças entre ambos. Caso tenham diferenças, é preciso detectar as causas dessas variações e aplicar as devidas adequações. É importante essa confrontação entre os dois fluxos de caixa (planejado e real), primeiro para avaliar as fontes de informações utilizadas e os critérios de planejamento e aprimorá-los, se preciso e em segundo detectar falhas de comunicação entre áreas e falta de envolvimento geral. (TÓFOLI, 2008, p. 79). 1.6.3 Tesouraria Na hora de pensar em abrir o próprio negócio, independente do meio comercial onde se pretenda atuar, o indivíduo deverá pensar em todos os setores que deverão compor essa nova empresa, em todos os seus pequenos 34 detalhes e, mesmo que seja necessário um mesmo funcionário exercer mais de uma função. Dentre os setores mais importantes de uma companhia, com certeza, encontra-se a tesouraria, justamente por ser o setor responsável por todo o controle financeiro da empresa – daí a importância de se contratar uma pessoa de extrema confiança e que tenha experiência comprovada para exercer essa função. A tesouraria de uma empresa pode funcionar em qualquer espaço, até mesmo fora do espaço onde funciona todo o resto dos setores que compõem a companhia, porém é muito importante que este local seja dedicado apenas para esse fim e que igualmente seja um ambiente organizado e limpo, a fim de poder facilitar o trabalho das pessoas que compõem este setor. Esse controle financeiro é absolutamente primordial para que a empresa possa diagnosticar problemas, estabelecer metas e buscar soluções. Uma tesouraria eficiente exerce esse controle financeiro, gerenciando os recursos financeiros da empresa, estabelecendo regras para o uso racional dos recursos disponíveis e sugerindo formas de aumentar as receitas e diminuir as despesas, inclusive com o investimento de recursos financeiros do caixa ou com a captação de recursos no mercado para suprir déficits. Os processos de controle financeiro exercidos pela tesouraria devem ser transparentes e embasados em conhecimento técnico e atualizado, auxiliando a gestão da empresa. A tesouraria deve ser capaz de gerenciar de forma eficaz contas a receber e contas a pagar, crédito, cobrança, controles bancários, conciliação de caixa, controle de numerário, aplicações financeiras, empréstimos, financiamentos e controle/acompanhamento de contratos, ou seja, ela é responsável pela administração de todas as contas a receber e a pagar da empresa. De acordo com Tófoli (2008), a administração de valores a receber de uma empresa, sob a rubrica de Duplicatas a Receber ou de clientes assume papel importante na administração do capital de giro. As contas a pagar representam os compromissos da empresa para com terceiros, são aquelas resultantes de compras feitas junto aos fornecedores, empréstimos e outras despesas a pagar. 35 A boa gestão de contas a pagar sugere que a empresa não pague duplicata indevidamente, não quite a mesma dívida duas vezes, realize pagamentos com cheques nominativos, contra-recibo (duplicata, guia do tributo) e pague as contas no vencimento. Não deve se influenciar com o crédito fácil e ter em mente o seu grau de solvência, ao planejar qualquer endividamento. (TÓFOLI, 2008, p.89). 1.7 Custos Os Custos são os recursos usados pela organização para fornecer produtos ou serviços. É o gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços, ou seja, são todos os gastos relativos à produção, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização de fatores de produção (bens e serviços) para a fabricação de um produto ou execução de um serviço. “O custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização de fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço”. (MARTINS, 2003, p.18). A Gestão Financeira é de fundamental importância no processo de tomada de decisão. Nesse momento tem que se levar em consideração as informações de todos os setores da organização. Essas informações fornecidas pela Contabilidade Gerencial podem ser entendidas como o equilíbrio entre os custos e os benefícios da Informação Contábil. “Tomada de decisão – a decisão com propósito de selecionar entre um conjunto de cursos alternativos de ação projetados para atingir algum objetivo – é o núcleo do processo de gestão”. (HORNGREN; SUNDEM; STRATTON, 2006, p.8). O processo de gestão compreende uma série de atividades em um ciclo de planejamento e controle. Outras informações de valor relevante no momento de tomar uma decisão são os custos, pois a Contabilidade de Custos é um fator essencial no processo gerencial de tomada de decisão. A contabilidade de custos fornece informações tanto para a 36 contabilidade gerencial quanto para a financeira. Mede e relata informações financeiras e não-financeiras relacionadas ao custo de aquisição ou à utilização de recursos em uma organização; inclui aquelas partes, tanto da contabilidade gerencial quanto da financeira, em que as informações de custos são coletadas e analisadas (HORNGREN; DATAR; FOSTER, 2008, p. 2). É muito importante não confundir custos com despesas, pois enquanto os custos são gastos relativos à produção, as despesas são os relativos à administração, às vendas e aos financiamentos. Conforme Martins (2003), despesa é um bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. Segundo Atkinson et al. (2008), realizar as mesmas coisas com menos recursos e, assim, reduzir os custos significa que a organização está tornandose mais eficiente. A apropriação dos custos, além de ser importante para a tomada de decisão, é fundamental para verificar a lucratividade da empresa. De acordo com Horngren, Foster e Datar (2000), custos podem também ser apropriados ao produto ou ao cliente para facilitar a análise de lucratividade por produto ou por cliente. 1.7.1 Classificação dos Custos Os Custos podem ser classificados em Custos Diretos e Custos Indiretos e também como Custos Fixos e Custos Variáveis. 1.7.1.1 Custos Diretos e Custos Indiretos Para classificar os custos é necessário saber quando eles têm um relacionamento direto ou indireto com um determinado objeto de custo, que é o produto ou serviço. Os Custos Diretos são aqueles diretamente apropriados aos produtos, 37 como os custos de matérias – primas. “Custos diretos de um objeto de custo são os custos que estão relacionados a um determinado objeto de custo e que podem ser identificados com este de maneira economicamente viável (custo efetivo)”. (HORNGREN; FOSTER; DATAR, 2000, p. 20). Os Custos Indiretos são aqueles que não oferecem condição de medir e qualquer tentativa de alocação tem de ser feita de maneira estimada. São os custos que não estão ligados diretamente à produção, como por exemplo,o aluguel. “Custos indiretos de um objeto de custo são os custos que estão relacionados a um determinado objeto de custo, mas não podem ser identificados com este de maneira economicamente viável (custo efetivo)”. (HORNGREN; FOSTER; DATAR, 2000, p. 20). 1.7.1.2 Custos Fixos e Custos Variáveis Além da classificação em custos diretos e indiretos, de acordo com Martins (2003), outra classificação usual (e mais importante que todas as demais) é a que leva em consideração a relação entre o valor total de um custo e o volume de atividade numa unidade de tempo. Divide basicamente os Custos em Fixos e Variáveis. Os Custos Fixos são os que não mudam em função das oscilações na atividade e os Custos Variáveis variam de acordo com essas oscilações. Para Horngren; Foster e Datar (2000), um Custo Fixo é um Custo que não se altera em montante, apesar de alterações num direcionador de custo. Ainda de acordo com Horngren; Foster e Datar (2000), um Custo Variável é um Custo que se altera em montante em proporção às alterações num direcionador de custo. 38 CAPÍTULO II TRANSERNESTOLIVER LTDA. - ME 2 HISTÓRICO DA EMPRESA TRANSERNESTOLIVER LTDA. - ME A empresa Transernestoliver Ltda. – ME foi constituída em 17 de março de 1994 pelos sócios Ernesto de Oliveira e Maria Ivete dos Santos de Oliveira. O Sr. Ernesto de Oliveira possuía uma pequena propriedade agrícola, precisava de mão-de-obra da zona urbana para trabalhar nela, daí surgiu a ideia de fundar uma empresa de transporte de funcionários. Juntamente com sua esposa Maria Ivete dos Santos de Oliveira constituiu a empresa Transernestoliver Ltda. – ME. A empresa está localizada na cidade de Júlio Mesquita – SP, na Rua Dr. Horácio Sabino, nº 247, devidamente inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica sob nº 74.540.550/0001-30 e NIRE nº 35212160396. Em 11 de junho de 2010 houve a alteração social nº 01 da sociedade limitada, onde a sócia Maria Ivete dos Santos Oliveira, não desejando mais permanecer na sociedade retirou-se da mesma, vendendo a quota que possuía ao sócio remanescente, ficando o mesmo com a totalidade das quotas. A sociedade tornou-se unipessoal, devendo recompor seu quadro societário no prazo de 180 dias a contar a partir da data da alteração social. A partir desta data, também, a sociedade que tinha por objeto a exploração do ramo de atividade de comércio varejista de máquinas e equipamentos para o uso na agropecuária, peças e acessórios passou para o ramo de prestação de serviços de transporte rodoviário coletivo de passageiros em geral. A sociedade é administrada somente pelo sócio Ernesto de Oliveira com poderes e atribuições de representá-la junto aos órgãos Municipais, Estaduais e Federais. 2.1 Setores da empresa 39 A estrutura física da empresa é constituída por um espaço dividido entre a garagem que possui cerca de 500 m² e uma sala para desenvolver atividades administrativas, sendo que sua administração conta com os seguintes setores/bases de acompanhamento: 2.1.1 Setor administrativo A gerência administrativa fica sob a responsabilidade do Sr. Ernesto de Oliveira. Cabe a ele também a responsabilidade financeira e todos os demais atos que se tornarem necessários para a mais ampla representação da sociedade, tais como assinar cheques e contratos, saques e contratação de funcionários e de créditos em geral. O setor administrativo é responsável também pela gerência de transporte, que inclui recursos humanos, segurança e manutenção da frota. O quadro de recursos humanos conta com dois motoristas que transportam funcionários do perímetro urbano para o perímetro rural de Júlio Mesquita, através de duas linhas diárias nos seguintes horários: 06h15m e 16h45m. Os motoristas da Transernestoliver Ltda. – ME possuem habilitação e curso exigido pela legislação para transporte de passageiros e passaram por treinamento na empresa Criativo Cursos Ltda., localizada na cidade de Marília – SP. 2.1.2 Setor financeiro O setor financeiro é composto pela contabilidade que é terceirizada e realizada por um escritório contábil localizado na Praça Júlio Mesquita nº 545, na cidade de Júlio Mesquita – SP, através da supervisão do contador Aguinaldo Vicente Ferreira que é responsável por realizar o controle e a gestão financeira da empresa. 40 2.2 Objetivos gerais da empresa O proprietário da empresa trabalha com o objetivo de transportar os passageiros com qualidade, segurança, pontualidade e respeito. Possui como meta obter a satisfação dos clientes e o reconhecimento do mercado e, assim, conquistar novos clientes e expandir sua atuação. 2.3 Frota A frota da empresa é composta por dois ônibus, um ano 1996 e outro ano 1998 e cada um deles possui quarenta lugares. São ônibus que possuem banheiro com sanitário e caixa d’água, dando ao usuário a privacidade e higiene adequada. Esses ônibus passam por manutenção preventiva nos pneus e peças mecânicas, possuem kit de primeiros socorros e extintores. Os ônibus da frota não possuem seguro. A frota da empresa está adequada à norma NR 31 que especifica regras quanto ao transporte de passageiros, ao Código de Trânsito Brasileiro e à portaria SUP/DER nº17, do Estado de São Paulo. Fonte: Transernestoliver Ltda. - ME. Figura 2: Fotos da frota da empresa Transernestoliver Ltda. - ME. 41 2.3.1 Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho, na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura (NR 31) Essa norma regulamentadora tem por objetivo estabelecer os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho; de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e agricultura com a segurança, saúde e meio ambiente no trabalho. Essa lei entrou em vigor 90 dias após sua publicação (04/06/05). De acordo com a NR 31(31.16.1), o transporte coletivo de passageiros deve observar os seguintes requisitos: a) possuir autorização emitida pela autoridade de trânsito competente; b) transportar todos os passageiros sentados; c) ser conduzido por motorista habilitado e devidamente identificado; d) possuir compartimento resistente e fixo para a guarda das ferramentas e materiais, separado dos passageiros. Quanto ao transporte de trabalhadores, também de acordo com a NR 31(31.16.2), em veículos adaptados somente ocorrerá em situações excepcionais, mediante autorização prévia da autoridade competente de trânsito, devendo o veículo apresentar as seguintes condições mínimas de segurança: a) escada para acesso, com corrimão, posicionada em local de fácil visualização pelo motorista; b) carroceria com cobertura; barra de apoio para as mão;proteção lateral rígida com dois metros e dez centímetros de altura livre, de material de boa qualidade e resistência estrutural que evite o esmagamento e a projeção de pessoas em caso de acidente com veículo; c) cabina e carroceria com sistemas de ventilação, garantida a comunicação entre o motorista e os passageiros; d) assentos revestidos de espuma, com encosto e cinto de segurança; e) compartimento para materiais e ferramentas, mantido fechado e separado dos passageiros. 42 2.3.2 Código de Trânsito Brasileiro O Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503/97) estabelece exigências básicas relacionadas ao tipo e estado do veículo, existência de registrador instantâneo de velocidade, bancos, portas e escada de acesso, compartimento separado para ferramentas e a habilitação do motorista. 2.3.3 Portaria SUP/DER nº 17, do Estado de São Paulo A Portaria SUP/DER nº 17, do Estado de São Paulo estabelece que todo veículo utilizado no transporte rural de passageiros, para obter a licença, deve ser submetido a pelo menos uma inspeção anual. A inspeção deve ser transcrita em documento próprio que deve ser acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), emitida por engenheiro. Para a demonstração de que o empregador atende às exigências, devem existir veículos com as seguintes características e acessórios: a) compartimento de passageiros coberto, com porta e escada de acesso, assentos para todos os ocupantes e iluminação; b) ferramentas sendo transportadas em compartimento separado dos passageiros; c) registrador instantâneo de velocidade; d) bom estado físico e de funcionamento dos pneus, freios, sistema de iluminação, sinalização e direção; e) o motorista deve possuir habilitação categoria “D” e curso de capacitação de condutor de veículo de transporte coletivo de passageiros. O empregador deve possuir ainda: a) licença de transporte emitida pelo órgão competente, dentro do período de validade; b) documentação que demonstre o controle de inspeção e manutenção periódica dos itens de verificação obrigatória; 43 c) relatório periódico com resumo de verificações dos equipamentos de registro instantâneo de velocidade (tacógrafo ou computador de bordo); d) registro no prontuário de motoristas que infringiram as regras, comprovando a tomada de medidas administrativas. 2.4 Parceiros Os parceiros da empresa Transernestoliver Ltda. – ME são aquelas empresas que prestam a ela algum tipo de serviço. A empresa possui diversos parceiros, tais como Bradesco Leasing, o posto de combustível Dias e Mira Ltda., onde abastece e a oficina Auto Mecânica Guaimbê Ltda., onde faz a manutenção de sua frota. 2.4.1 Bradesco A frota da empresa é financiada através do Leasing Bradesco. Neste tipo de financiamento, a empresa escolheu o veículo e negociou com o fornecedor um melhor preço de venda à vista. O Bradesco Leasing (arrendador) adquiriu o bem e disponibilizou para o uso da empresa por meio de contrato de arrendamento mercantil, com prazo e condições de pagamento favoráveis. Após a quitação do contrato, será realizada a transferência de propriedade à empresa Transernestoliver Ltda. – ME. 2.4.2 Auto Posto Dias e Mira Ltda. O Auto Posto Dias e Mira Ltda., localizado na cidade de Júlio Mesquita, 44 é responsável pelo abastecimento, troca de óleo e lubrificação, garantindo qualidade, bom funcionamento e rendimento da frota. 2.4.3 Auto Mecânica Guaimbê Ltda. A oficina Auto Mecânica Guaimbê Ltda., localizada na cidade de Guaimbê – SP, que é de propriedade do Sr. Urbano Martins Garcia, presta serviços à empresa Transernestoliver Ltda. – ME. Os serviços prestados são preventivos, como verificar: o óleo de câmbio, óleo do diferencial, pastilha de freio, nível do óleo do motor, ou seja, a oficina faz uma revisão completa nos ônibus. 2.5 Clientes Atualmente a empresa Transernestoliver Ltda. – ME presta serviço de transporte de funcionários exclusivamente para a empresa Louis Dreyfus Commodities Agroindustrial S/A. Os clientes para os quais a empresa já prestou serviços são os seguintes: José Abílio Baggio, Fazenda Cambará; Maria Cristina Marion, Fazenda Santa Helena; ST Agrícola Ltda., Fazenda Chantembleb; Milton de Assis, Chácara 4 Estrelas; Usina Equipav; Usina Paredão; Usina Guaricanga; Coimbra Industrial S/A, Fazenda União; Coimbra Industrial S/A, Fazenda Canãan e Coimbra Industrial S/A e Fazenda São Joaquim. 2.5.1 Louis Dreyfus Commodities S/A A Louis Dreyfus Commodities S/A, empresa brasileira do grupo francês Luis Dreyfus, de capital fechado e origem familiar desde sua fundação em 45 1851, atua no comércio, transporte, armazenagem, processamento e exportação de commodities agrícolas. A empresa está entre as líderes nos negócios em que atua e é uma das maiores processadoras e comercializadoras globais de commodities e derivados agrícolas. Presente em mais de 50 países, com mais de 75 escritórios no mundo, o grupo é mundialmente reconhecido e classificado como um dos maiores negociadores de grãos e sementes oleaginosas, açúcar, café e arroz. A Louis Dreyfus Commodities S/A ocupa a primeira posição no ranking mundial de comércio de algodão e é uma das maiores produtoras de suco de laranja. Está presente no promissor mercado mundial de biocombustíveis e é uma das líderes no mercado de açúcar e etanol brasileiro. No Brasil, a Louis Dreyfus Commodities S/A também está entre as maiores empresas exportadoras e atua nas principais regiões produtoras de soja, milho, laranja, café, algodão e cana-de-açúcar. A empresa Transernestoliver Ltda. – ME presta serviço de transporte levando os funcionários da zona urbana da cidade de Júlio Mesquita para a fazenda da Louis Dreyfus Commodities, também em Júlio Mesquita. 2.6 Concorrentes A concorrência no transporte terceirizado de passageiros é muito grande, por isso as empresas precisam possuir qualidade, comprometimento, segurança e respeito aos usuários para se destacar nesse segmento. Existem diversas empresas que atuam no ramo de transporte de passageiros, inclusive na região onde está localizada a Transernestoliver Ltda. – ME. Seus principais concorrentes são: Aparecido Pereira da Silva Locação de Automóveis – ME (Guaimbê/SP), Massami Ibaraki (Júlio Mesquita/SP), Edvaldo Estrubi Transportes (Alvinlândia/SP), Oliver Tur (Uru/SP), Ovidio de Freitas Reboio Transportes – ME (Pirajuí/SP), José Daniel Soares (Álvaro de Carvalho/SP) e Maria de Lourdes Soares (Álvaro de Carvalho/SP). 46 CAPÍTULO III A GESTÃO FINANCEIRA E A EMPRESA TRANSERNESTOLIVER LTDA. ME 3 INTRODUÇÃO Com o objetivo de demonstrar a influência da implantação de uma gestão financeira em uma empresa de pequeno porte, foi realizada uma pesquisa de campo na empresa Transernestoliver Ltda. – ME, localizada na rua Dr. Horácio Sabino, nº 247, da cidade de Júlio Mesquita – SP, no período de fevereiro a novembro de 2010. A empresa Transernestoliver Ltda. – ME é uma empresa que tem por objetivo a prestação de serviços de transporte rodoviário coletivo de passageiros em geral, com qualidade, segurança, pontualidade e respeito. Sua meta é satisfazer os clientes e, com isso, ser reconhecida no mercado, conquistando novos clientes e expandindo sua atuação. A empresa possui uma gestão financeira em fase de implantação. O proprietário entende a necessidade do controle financeiro, gestão de contratos, controle de custos e trabalha para sua implantação, com o objetivo de demonstrar os benefícios econômicos e financeiros que esses controles gerenciais, através da gestão financeira, podem proporcionar à empresa Transernestoliver Ltda. – ME. Atualmente implantam na empresa os seguintes controles contábeis: a) controle de despesa; b) controle de custos; c) controle de contratos; d) acompanhamento de manutenção; e) fluxo de caixa. Para que a pesquisa fosse realizada dentro dos padrões científicos, utilizaram-se os seguintes métodos: 47 a) estudo de caso: foi realizado estudo de caso na empresa Transernestoliver Ltda. – ME, localizada na Rua Dr. Horácio Sabino, nº 247, na cidade de Júlio Mesquita – SP, analisando aspectos voltados à gestão financeira a ser implantada na empresa; Método de Observação Sistemática: foram observados, analisados e acompanhados os procedimentos aplicados na prestação de serviços de transporte realizados pela empresa Transernestoliver Ltda. – ME, como suporte para desenvolvimento do estudo de caso; b) método histórico: foram observados os dados e a evolução histórica da gestão financeira na empresa, como suporte para desenvolvimento do estudo de caso. As técnicas utilizadas foram: a) Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A); b) Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B); c) Roteiro do Histórico da Empresa (Apêndice C); d) Roteiro de Entrevista com o proprietário da empresa Transernestoliver Ltda - ME (Apêndice D); e) Roteiro de Entrevista com o contador (Apêndice E). 3.1 Gestão financeira da Transernestoliver Ltda. – Me A empresa Transernestoliver Ltda. – ME está em fase de implantação de um sistema de gestão financeira e, para isso, está desenvolvendo ferramentas de controles gerenciais com objetivo de ter maior eficiência no acompanhamento das informações contábeis e financeiras da empresa para alcançar melhores resultados e avaliar os benefícios econômicos que uma gestão financeira pode proporcionar a ela. Os controles gerenciais que estão sendo desenvolvidos na empresa são: controle de receitas, controle de despesas, controle de custos, acompanhamento de manutenção, controle de contratos e fluxo de caixa. A gestão financeira tem como função principal assegurar que a empresa saiba de quanto dinheiro vai necessitar, como obter o dinheiro de que necessita 48 e como empregar esse dinheiro de uma forma responsável e lucrativa. 3.1.1 Controle de despesas da Transernestoliver Ltda. – ME As despesas representam o consumo de bens ou serviços no processo de obtenção de receitas. O controle de despesas que está sendo implantado na empresa Transernestoliver Ltda. – ME tem como objetivo mensurar o quanto esta gasta no processo para obter receitas. Este controle leva em consideração, para calcular as despesas por Km rodado, despesas como impostos: ISS, PIS, COFINS e INSS, despesas operacionais e com pessoal,como: telefone, energia elétrica, despesas com materiais de limpeza e pró-labore. DESPESAS DESPESAS Ônibus 1996 Ônibus 1998 ISS R$ 110,00 ISS R$ 110,00 PIS R$ 28,60 PIS R$ 28,60 COFINS R$ 132,00 COFINS R$ 132,00 Telefone R$ 83,77 Telefone R$ 83,77 Energia Elétrica R$ 5,15 Energia Elétrica R$ 5,15 Despesas com Materiais de Limpeza R$ 70,00 Despesas com Materiais de Limpeza R$ 70,00 Pró-labore R$ 465,00 INSS R$ 93,00 TOTAL R$ 987,52 KM RODADO / MÊS DESPESA DO KM RODADO 670 R$ 1,47 Pró-labore R$ 465,00 INSS R$ 93,00 TOTAL R$ 987,52 R$ 1,45 KM RODADO / MÊS DESPESA DO KM RODADO 680 Fonte: Transernestoliver Ltda. – ME, 2010. Quadro 3: Quadro de controle de despesas A inexistência deste controle gera uma série de problemas financeiros, como por exemplo, não saber corretamente o valor das despesas fixas e variáveis da empresa, por não fazer separação adequada das despesas pessoais dos sócios em relação às despesas da empresa, ou seja, deixa de levar em conta o princípio da entidade. 3.1.2 Controle de custos da Transernestoliver Ltda. – ME 49 O custo representa o que foi usado direta ou indiretamente na produção ou prestação de serviço (material, recursos humanos). O controle de custos é um sistema que permite a formação de um preço de venda e de prestação de serviço com maior exatidão. A empresa Transernestoliver Ltda.– ME pretende, com a implantação de um sistema de controle de custos, gerar informações necessárias para identificar eventuais ineficiências, desperdícios e excessos, tendo com isso uma redução de custos e, consequentemente, aumento de lucratividade. Tem como objetivo satisfazer os clientes enquanto continuam reduzindo e controlando os custos. Na elaboração da planilha de controle de custos, levam-se em consideração todos os custos ligados diretamente à prestação de serviços, como financiamentos e custos de manutenção dos veículos. O custo é calculado mensalmente por KM rodado como demonstra a planilha a seguir. CUSTOS CUSTOS Ônibus 1996 Ônibus 1998 Financiamento R$ 1.765,34 Despesas Operacionais R$ 716,92 Financiamentos R$ 1.843,88 Despesas Operacionais R$ 716,93 Consórcio Pneu R$ 112,57 Consórcio Pneu R$ 112,57 Combustível R$ 463,35 Combustível R$ 412,54 Borracharia R$ 25,00 Borracharia R$ 20,00 Lubrificantes R$ 18,00 Lubrificantes R$ 18,00 Material de Uso e Consumo R$ 9,15 TOTAL R$ 3.133,07 Material de Uso e Consumo R$ 10,30 TOTAL R$ 3.111,48 KM RODADO / MÊS CUSTO DO KM RODADO 670 R$ KM RODADO / MÊS 4,64 CUSTO DO KM RODADO 680 R$ 4,61 Fonte: Transernestoliver Ltda. – ME, 2010. Quadro 4: Quadro de controle de custos 3.1.2.1 Acompanhamento de custos de manutenção A manutenção é essencial para um controle de custos eficaz. Nos veículos utilizados para prestação de serviços da empresa Transernestoliver Ltda. – ME ela tem como objetivo manter a frota em 50 condições e dentro das especificações necessárias para prestação de serviços de transporte de passageiros, além de evitar a deteriorização e falhas no transporte, principalmente aquelas ocultas. Para isso, utiliza-se a planilha para Requisição de Troca de óleos/filtros, apêndice F, que tem como objetivo acompanhar a manutenção e o controle de gastos. 3.1.3 Controle de receitas da empresa Transernestoliver Ltda. – ME Considera-se como receita de uma empresa o dinheiro que esta recebe ou tem direito a receber, proveniente da venda de produtos ou prestação de serviços. As receitas da empresa Transernestoliver Ltda. – ME são originadas da prestação de serviços de transporte de passageiros realizadas através de dois ônibus pertencentes a ela. O controle de receitas implantado, na empresa, é feito através do cálculo das mesmas por Km rodado por viagem, como especificado no quadro abaixo. RECEITAS Ônibus 1996 Prestação de Serviços - 22 Viagem RECEITAS R$ KM RODADO / VIAGEM RECEITA POR KM RODADO 4.400,00 30,4 R$ Ônibus 1998 Prestação de Serviços - 22 Viagem R$ KM RODADO / VIAGEM 6,58 RECEITA POR KM RODADO 4.400,00 30,9 R$ 6,47 Fonte: Transernestoliver Ltda. – ME, 2010. Quadro 5: Quadro de controle de receitas A implantação de um controle de despesas, custos e receitas na empresa faz com que se calcule com precisão a receita líquida por Km rodado mensalmente e, a partir daí, a empresa pode utilizar-se destes dados para planejar o que precisa ser feito para melhorar e também elaborar as demonstrações financeiras, que são essenciais na implantação de uma gestão financeira. 51 RECEITA LIQUIDA POR KM RODADO RECEITA LIQUIDA POR KM RODADO Ônibus 1996 Ônibus 1998 Receitas (+) R$ 6,58 Receitas (+) R$ Custos (-) R$ 4,64 Custos (-) R$ 4,61 Despesas (-) R$ 1,47 Despesas (-) R$ 1,45 Receita Liquida por KM Rodado (=) R$ 0,46 Receita Liquida por Viagem (=) R$ 14,02 Receita Liquida por Mês (=) 22 – Viagens R$ 308,34 6,47 Receita Liquida por KM Rodado (=) R$ 0,41 Receita Liquida por Viagem (=) R$ 12,76 Receita Liquida por Mês (=) 22 – Viagens R$ 280,62 Fonte: Transernestoliver Ltda. – ME, 2010. Quadro 6: Quadro de controle da receita líquida 3.1.4 Controle de contratos da Transernestoliver Ltda. – ME O controle de contratos visa amparar a empresa no controle dos contratos firmados, garantindo o acesso rápido e seguro às informações contratuais, para a tomada de decisões e total controle nos prazos de vigência, cláusulas de rescisão, obrigações, direitos e valores contratuais. O sistema de controle de contratos a ser implantado na Transernestoliver Ltda. - ME tem como objetivos: a) aumentar o controle sobre o relacionamento contratante e contratado; b) cadastrar os contratos de prestação de serviço com os clientes; c) definição de data de início, de fim e valor do contrato; d) definir as ordens de serviços referentes aos contratos; e) comparar o valor total do contrato, com o que já foi faturado com esse contrato, informando, assim, o que resta a ser faturado por este contrato. Assim, o controle de contratos é uma ferramenta de gestão financeira de fundamental importância para o planejamento e desenvolvimento da empresa e, consequentemente, essencial para o surgimento de novos contratos. 3.1.5 Controle de segurança da empresa Transernestoliver Ltda. – ME A segurança do trabalho são conjuntos de medidas adotadas com o 52 objetivo de minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador. A empresa Transernestoliver Ltda. – ME, com o objetivo de ter mais controle e segurança em suas operações, planeja a implantação de uma ficha de inspeções de ônibus agrícola. Esta ficha contém dados do proprietário e do motorista, dados do veículo, como por exemplo, ano de fabricação e placa. Nela estão contidos também dados a respeito da condição do veículo, capacidade do ônibus, se o laudo de inspeção mecânica está dentro do prazo, dentre outros. As informações contidas na ficha de inspeções de ônibus agrícola são de extrema importância para um controle de segurança na empresa. 3.1.6 Fluxo de caixa da empresa Transernestoliver Ltda. – ME O fluxo de caixa é um instrumento que possibilita o planejamento e o controle dos recursos financeiros de uma empresa, o que o torna indispensável para um eficaz modelo de gestão financeira. O fluxo de caixa implantado na empresa Transernestoliver Ltda. – ME é um instrumento essencial para que ela possa adquirir controle sobre o dinheiro disponível ou que tem a receber e aplicá-lo corretamente, promovendo, assim, redução das despesas financeiras e, consequentemente, maiores lucros. É de fundamental importância no controle dos recursos financeiros da empresa, na medida em que possibilita um planejamento mais eficaz para o próximo período, além de controlar o fluxo de entradas (recebimentos) e saídas (pagamentos). Para Yoshitake e Hoji (1997), o fluxo de caixa é um esquema que representa os benefícios e os dispêndios ao longo do tempo. Sua gestão visa fundamentalmente manter certo nível de liquidez imediata para fazer frente à incerteza associada ao fluxo de recebimento e pagamento. Com a implantação do fluxo de caixa, a empresa visa em curto prazo adquirir mais controle, agilidade e segurança em suas atividades financeiras. 53 FLUXO DE CAIXA - EMPRESA: TRANSERNESTOLIVER LTDA. – ME SEMANA 1 E 2 SEMANA 3 E 4 SEMANA 5 JUNHO / 2010 Saldo Inicial de Caixa Duplicatas a Receber Total de Entrada (S) P R P R P R TOTAL / MÊS P R 0,00 847,85 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 847,85 8.800,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 8.800,00 0,00 8.800,00 847,85 0,00 0,00 0,00 0,00 8.800,00 847,85 60,00 71,45 60,00 45,00 30,00 23,55 150,00 140,00 13,00 10,30 0,00 0,00 0,00 0,00 13,00 10,30 0,00 0,00 150,00 167,55 0,00 0,00 150,00 167,55 73,00 81,75 210,00 212,55 30,00 23,55 313,00 317,85 8.727,00 766,10 (210,00) (212,55) (30,00) (23,55) 8.487,00 530,00 8.727,00 1.613,95 (210,00) (212,55) (30,00) (23,55) (8.487,00) 530,00 Despesas com Mat. de Limpeza Luz Luz Telefone Telefone Total de Saída (S) Saldo Operacional Saldo Final * P = Previsto ** R = Realizado Fonte: Transernestoliver Ltda. – ME, 2010. Figura 3: Fluxo de caixa 3.1.7 Demonstrações contábeis da empresa Transernestoliver Ltda. – ME As demonstrações contábeis são relatórios extraídos da contabilidade, após o registro de todos os documentos que fizeram parte do sistema contábil da empresa em um determinado período. Servem para expressar a situação patrimonial da empresa, auxiliando os diversos usuários no processo de tomada de decisão. As demonstrações contábeis deverão obedecer aos critérios e formas expostas na lei 6404/76, onde estão estabelecidas quais as demonstrações que deverão ser elaboradas pelas empresas, sejam de capital aberto ou não. As demonstrações exigidas para as empresas são: a) Balanço Patrimonial; b) Demonstração do Resultado do Exercício; c) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. Não existindo elaboração das demonstrações contábeis na empresa Transernestoliver Ltda. – ME foram elaboradas as seguintes: balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício. 54 3.1.7.1 Balanço Patrimonial da empresa Transernestoliver Ltda. – ME Segundo Iudícibus; Martins e Gelbcke (2003), o balanço tem por finalidade apresentar a posição financeira e patrimonial da empresa em determinada data, representando, portanto, uma posição estática. De acordo com Tófoli (2008), balanço patrimonial é a demonstração contábil que apresenta todos os bens e direitos da empresa (ativo) e suas obrigações (passivo), em determinada data. O Balanço Patrimonial na empresa Transernestoliver Ltda. – ME tem como finalidade apresentar a situação patrimonial – financeira da empresa. Com a elaboração do Balanço Patrimonial, a empresa pretende comparar o ativo circulante com o passivo circulante, visualizando, assim, qual e sua situação líquida. Tem a possibilidade de fazer uma relação dos recursos disponíveis em curto prazo com as dívidas que precisam ser sanadas, também pode fazer esta relação entre o que a pagar e a receber em longo prazo. É de fundamental importância para o desenvolvimento de uma eficaz gestão financeira na medida em que demonstra a situação patrimonial da empresa, se esta tiver dificuldades em quitar suas dívidas ou se a situação financeira for favorável. BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA TRANSERNESTOLIVER LTDA. - ME - SEGUNDO TRIMESTRE/2010 ATIVO 30/06/2010 Circulante PASSIVO 30/06/2010 Circulante Disponível Caixa Banco Conta Movimento R$ 530,00 R$ 2.390,15 Créditos Duplicatas a receber R$ 17.600,00 Consórcio de Pneus R$ 450,30 Fornecedores Pró- Labore a Pagar R$ 6.730,00 R$ 930,00 INSS a recolher R$ 186,00 Cofins a recolher R$ 264,00 Pis a Recolher R$ 57,20 Financiamentos R$ 21.655,34 Exigível a Longo Prazo Permanente Imobilizado Financiamentos R$ 107.944,68 PATRIMôNIO LÍQUIDO Terreno Móveis e utensílios R$ 45.000,00 R$ 1.000,00 Veículos Equipamentos e Ferramentas R$ 116.300,00 Lucros/Prejuízos Acumulados R$ Lucro Acumulado R$ 11.628,28 ( - ) Lucro do Período R$ (5.005,05) ( - ) Depreciação Acumulada ( - ) Depreciação Acumulada TOTAL ATIVO R$ 37.000,00 R$ (11.830,00) R$ 181.390,45 Fonte: Transernestoliver Ltda. – ME, 2010. Quadro 7: Balanço Patrimonial 9.950,00 Capital Subscrito TOTAL PASSIVO R$ 181.390,45 55 3.1.7.2 Demonstração do Resultado do Exercício da empresa Transernestoliver Ltda. - ME A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) serve para informar aos usuários da informação como foi que a empresa obteve seu resultado (lucro ou prejuízo) em um determinado período. A elaboração da DRE na empresa Transernestoliver Ltda. – ME pretende demonstrar o seu desempenho econômico e, com isso, identificar as variações do patrimônio líquido demonstrado no balanço patrimonial. Também é essencial no desenvolvimento da gestão financeira da empresa, pois através dele pode-se verificar se a empresa teve lucro ou prejuízo e, com isso, planejar as decisões a serem tomadas no próximo período. O DRE apresentado refere-se ao segundo trimestre de 2010 e, através dele, verifica-se que a empresa teve um valor de receitas operacionais menor que o valor das despesas operacionais, portanto, teve prejuízo no período demonstrado. DRE - Segundo Trimestre/2010 Receitas Operacionais Prestação de Serviços ( - ) ISS ( - ) Pis sobre faturamento ( - ) Cofins sobre faturamento Lucros operacionais bruto R$ 8.800,00 R$ (220,00) R$ (57,20) R$ (264,00) R$ 8.258,80 Despesas Operacionais Telefone Energia Elétrica Despesas com Materiais de Limpeza Pró-labore INSS Despesas com Depreciações Total das despesas operacionais R$ 167,55 R$ 10,30 R$ 140,00 R$ 930,00 R$ 186,00 R$ 11.830,00 R$ 13.263,85 Receitas Operacionais ->->-> R$8.258,80 Despesas Operacionais ->->-> R$13.263,85 Prejuízo do Período ->->-> R$(5.005,05) Fonte: Transernestoliver Ltda. – ME, 2010 Quadro 8: Demonstração do Resultado do Exercício 56 3.1.8 Parecer final sobre o caso A empresa não possuía relatórios financeiros, o que dificultava a visualização e o controle dos recursos utilizados por ela. Com a implantação de um sistema de gestão financeira passou-se a ter uma visão real da situação da empresa. Com base nos pressupostos teóricos e práticos desenvolvidos neste trabalho, conclui-se que a gestão financeira é de fundamental importância no controle financeiro e no desenvolvimento da empresa Transernestoliver Ltda.ME. 57 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO Com a pesquisa desenvolvida e a aplicação na empresa Transernestoliver Ltda.- ME, propõe-se que a empresa adote o controle de custos do Km rodado, que leva em consideração todos os custos ligados à prestação de serviços. A adoção deste controle gerencial gera informações necessárias, evitando desperdícios e excessos, tendo com isso redução de custos. Fica mais fácil para a empresa visualizar como irá utilizar os recursos financeiros de forma responsável e lucrativa. 58 CONCLUSÃO A utilização de um sistema de gestão financeira, através de ferramentas de gestão, como por exemplo, planilha de controle de despesas, planilha de controle de custos e elaboração de fluxo de caixa podem identificar antecipadamente as necessidades da empresa, bem como prever os resultados financeiros da mesma. A gestão financeira proporciona o controle eficaz da entrada e saída de recursos financeiros, o planejamento de despesas e custos visando ao desenvolvimento e lucratividade da empresa. O trabalho realizado na empresa Transernestoliver Ltda. - ME, a implantação de um sistema de gestão financeira voltada às necessidades da empresa, reafirma a importância do desenvolvimento dos controles financeiros. Os controles permitem ao gestor planejar e controlar os recursos financeiros, facilitando a tomada de decisões futuras, assim como novos investimentos. A utilização dos controles dá condições ao gestor de eliminar dificuldades financeiras e a visualização dos valores de custos e despesas, bem como os valores das entradas e das saídas, permitindo a correta alocação dos recursos. Conclui-se, portanto, que a utilização correta das ferramentas de controle proporcionará à empresa melhor utilização de seus recursos, de forma mais consciente. Diante da realização da pesquisa, a pergunta problema foi respondida e foi registrado como resultado da pesquisa os benefícios seguintes: mensuração de quanto realmente a empresa gasta no processo de obter receitas; geração de informações necessárias para identificar eventuais ineficiências, desperdícios e excessos, reduzindo assim os custos e, consequentemente, aumentando a lucratividade e controle de recursos financeiros. O presente trabalho não deve ser considerado como encerrado, podendo ser utilizado como referência em pesquisas futuras para quem deseja ter maior conhecimento sobre o assunto, podendo ser adaptado às necessidades de outra empresa e melhorado ao longo do tempo. 59 REFERÊNCIAS ALMEIDA, E. E.; FURTADO, F. Controladoria e Gestão, 2005. Monografia. (Curso de Pós-graduação em “Lato Sensu” em Contabilidade, Finanças e Auditoria) – Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, Lins. ANTHONY, R. N.; GOVINDARAJAN, V. Sistemas de controle operacional. São Paulo: Atlas, 2002. ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico – financeiro. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2002. ______. Estrutura e Análise de Balanços: um enfoque econômico-financeiro. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2008. ASSAF NETO, A.; SILVA, C.A.T. Administração do capital de giro. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1997. ATKINSON, A. A. et al. Contabilidade Gerencial. Tradução André Olímpio Mosselman e Du Chenoy Castro. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008. BRASIL. Decreto – Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997. Casa Civil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9503.htm>.Acesso em 08 jun. 2010. CATELLI, A. Controladoria: uma abordagem da gestão econômica – GECON. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002. CONTAS a receber, 3 jul. 2008. Disponível em: <http://www.contaspagar.com/contas-a-receber>. Acesso em 08 jun.2010. DAMO DARAN, A. Gestão estratégica do risco: uma referência para a tomada de riscos empresariais. Tradução Félix Nonnenmacher. Porto alegre: Bookman, 2009. FREZATTI, F. Gestão do Fluxo de Caixa Diário: como dispor de um instrumento fundamental para gerenciamento do negócio. São Paulo: Atlas, 1997. 60 HORNGREN, C. T.; DATAR, S. M.; FOSTER, G. Contabilidade de Custos. 11.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. HORNGREN, C. T.; SUNDEM, G. L.; STRATTON, W. O. Contabilidade Gerencial. 12.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. HUSEIN, H. P.; PERON, M.A.R.A. 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Serão enfocados os métodos utilizados na gestão financeira da empresa. 1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado 1.1.1 Serão analisados o desenvolvimento da gestão econômica e as ferramentas utilizadas, sua aplicação prática e sua cooperação para o desenvolvimento econômico da empresa. 1.1.2 Depoimento do contador 1.2 Discussão Será realizado um confronto entre a teoria e a prática utilizada na empresa estudada. 1.3 Parecer final sobre o caso e sugestões sobre manutenção ou modificações de procedimentos Serão discutidos e sugeridos à empresa Ernesto de Oliveira Companhia 64 Ltda. métodos e ferramentas de gestão econômica, visando proporcionar benefícios econômicos. 65 Apêndice B – Roteiro de observação sistemática I IDENTIFICAÇÃO 1 Empresa: .................................................................................................... 2 Localização: ............................................................................................... 3 Cidade:.............................................. Estado: ............................................ 4 Atividade Econômica: ................................................................................. 5 Porte:.......................................................................................................... II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS 1 Histórico da empresa: ................................................................................ 2 Estrutura organizacional:............................................................................ 3 Identificação dos procedimentos aplicáveis na gestão econômica: ........... 4 Aplicação prática da gestão econômica: .................................................... 5 Relação entre a controladoria e a gestão econômica: ............................... 6 Utilização de relatórios contábeis na tomada de decisões: ........................ 66 APÊNDICE C – Roteiro do histórico I IDENTIFICAÇÃO 1 Empresa: .................................................................................................... 2 Localização: ............................................................................................... 3 Atividade Econômica: ................................................................................. 4 Proprietários: .............................................................................................. II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS 1 Origem da empresa: .................................................................................. 2 Histórico de desenvolvimento: ................................................................... 3 Cenário atual da empresa: ......................................................................... 67 APÊNDICE D – Roteiro de entrevista com o proprietário I IDENTIFICAÇÃO 1 Formação: .................................................................................................. 2 Tempo de atuação na área: ....................................................................... 3 Profissão: ................................................................................................... II PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Quais os maiores obstáculos que a empresa identifica na prestação de serviços a seus clientes? .............................................................................................................................. .............................................................................................................................. 2 Como a empresa mantém controle das informações contábeis? .............................................................................................................................. .............................................................................................................................. 3 Quais as perspectivas futuras que a empresa possui em relação ao mercado? .............................................................................................................................. .............................................................................................................................. 68 APÊNDICE E – Roteiro de entrevista para o contador I IDENTIFICAÇÃO 1 Formação: .................................................................................................. 2 Experiência na área ................................................................................... II PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Qual a importância da gestão financeira para a empresa? .............................................................................................................................. .............................................................................................................................. 2 Quais os métodos de gestão financeira que a empresa utiliza? .............................................................................................................................. .............................................................................................................................. 3 Na sua opinião, a gestão financeira tem gerado o resultado esperado? .............................................................................................................................. .............................................................................................................................. 69 ANEXOS 70 ANEXOI A – Requisição para troca de óleos/filtros REQUISIÇÃO PARA TROCA DE OLEOS/FILTROS Nº _________________ DATA::=> __________________________________________________________ FROTA::=> ____________________________________________________________________________________ DESCRIÇÃO ÔNIBUS::=> ________________________________________________________________________ KM::=>________________________________________________________________________________________ RESPONSÁVEL PELA TROCA::=>__________________________________________________________________ Material Utilizado Qtde Preço Valor Total Motorista Observações Óleo SAE15W40 Óleo SAE 30 Óleo SAE 68 Óleo SAE 90 Óleo SAE 100 Óleo SAE 140 Óleo HY-Gard Fluído Freio Fluído Radiador Aditivo Radiador TY16034 Filtro CAV 796 Filtro RE62419 Filtro T19044 Filtro Ar AT171854 Filtro Ar AT171853 Filtro RE45864 Filtro DQ59139 Filtro RE62418 Filtro Ar Segurança CF 600 Óleo SAE 85W90 CQM10020 Óleo SAE A 85W140 Óleo SAE 15W40 CQM 13030 Filtro 940/18 Óleo SAE 80W140 Filtro RE59754 Filtro RE60021 Outros (especificar) R$ TOTAL::=> - ______________________________ ___________________ ________________________ Assinatura Mecânico Assinatura Motorista Aprovação Gerência 71 ANEXO B – Inspeção de ônibus agrícola Legenda: S (Sim); S (Não) INSPEÇÃO DE ÔNIBUS AGRÍCOLA Proprietário do Veículo: TransErnestOliver LTDA. Nome do Motorista: Itinerário resumido (cidade e/ou bairros) e quilometragem percorrida por dia (ida e volta): Identificação do Veículo S/N/ Num. Anotações para cada item S/N/ Num. Anotações para cada item S/N/ Num. Anotações para cada item Ano de Fabricação: Placa: Possui autorização do DER? (S/N) Fixada no parabrisa? (S/N) N. Autorização: Identificação do Motorista N. Habilitação (CNH) Categoria: Possui curso de capacitação de transporte coletivo (S/N) N. Autorização: Condições do veículo Capacidade do ônibus (passageiros sentados): Possui laudo de inspeção mecânica dentro do prazo? (S/N) Ferramentas transportadas em local apropriado (bagageiro)? (S/N) Possui assentos almofadados? (S/N) Os assentos estão em boas condições de uso? (S/N) Possui cintos de segurança em condições adequadas de uso em todos os assentos? (S/N) Pneus em condições adequadas de uso (incluindo estepe)? (S/N) Possui extintor de incêndio dentro da validade? (S/N) Interior do veículo está limpo e sem material indevido? (S/N) Luz de ré em funcionamento? (S/N) Sirene de ré em funcionamento? (S/N) Freios em funcionamento? (S/N) Faróis e lanternas em funcionamento? (S/N) Setas de direção em funcionamento? (S/N) Luz de freio em funcionamento? (S/N) Outras observações: Data da Inspeção: Nome do Inspetor: Assinatura: