Atividades de Controlo Técnico de Impermeabilizações em Coberturas Planas Fábio Luís Arruda Fagundes Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Civil Júri Presidente: Prof. Ana Paula Patrício Teixeira Ferreira Pinto França de Santana Orientador: Prof. Nuno Gonçalo Cordeiro Marques de Almeida Orientador: Eng. Jorge Manuel Grandão Lopes Vogal: Eng. Margarida Enrech Casaleiro Proença Vogal: Prof. Vítor Faria e Sousa Outubro de 2013 Atividades de Controlo Técnico de Impermeabilizações em Coberturas Planas Fábio Luís Arruda Fagundes Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Civil Júri Presidente: Prof. Ana Paula Patrício Teixeira Ferreira Pinto França de Santana Orientador: Prof. Nuno Gonçalo Cordeiro Marques de Almeida Orientador: Eng. Jorge Manuel Grandão Lopes Vogal: Eng. Margarida Enrech Casaleiro Proença Vogal: Prof. Vítor Faria e Sousa Outubro de 2013 “A qualidade nunca é um acidente; é sempre o resultado de um esforço inteligente” John Ruskin AGRADECIMENTOS Quero expressar o meu sincero agradecimento a todos que de certa forma contribuíram ao longo da realização desta dissertação. Em primeiro lugar aos meus orientadores, o Professor Nuno Almeida e o Engenheiro Jorge Grandão Lopes pela disponibilidade, paciência e motivação que me foram transmitindo ao longo do trabalho. Ao Engenheiro Luís Costa da Victoria Seguros pelo tempo despendido e pelos esclarecimentos prestados. À empresa Vipaçor, e em especial aos seus funcionários que me foram ajudando e transmitindo conhecimentos relativos à aplicação dos sistemas de impermeabilização abordados de forma incansável. Aos meus amigos Tiago, Cristiano, Nora e Vanda que muito me ajudaram e apoiaram ao longo do trabalho; sem eles esta fase da minha vida não teria o mesmo significado. Por fim, à minha família que sempre me apoiou de forma incondicional, dando todo o carinho e amor necessários para enfrentar qualquer desafio. vii viii RESUMO Aos sistemas de coberturas planas, associam-se por vezes diversas anomalias relacionadas com o seu sistema de impermeabilização, as quais acabam por originar infiltrações de água no edificado e que, por sua vez, geram vários inconvenientes para o utilizador final. Neste contexto de insatisfação do utilizador final, urge a adoção de medidas que visem o incremento da qualidade da construção. Entre estas medidas estão as atividades de controlo técnico, já amplamente discutidas e aplicadas em diversos países. Estas atividades ajudam a promover um maior nível da qualidade do edificado em geral, através de uma análise e controlo das situações passíveis de originar situações de não-qualidade, desde a fase de conceção à fase de execução, passando eventualmente pela fase de manutenção. O controlo técnico pode também servir de base para a entrada em cena de seguradoras, que definem os prémios de seguro com base nas conclusões dos controladores técnicos, dessa forma permitindo ao utilizador final ter uma garantia extra relativamente à qualidade do edificado. Este trabalho visa promover a atividade de controlo técnico e, em particular, as atividades de controlo técnico de impermeabilizações em coberturas planas. O presente trabalho aborda os vários pontos críticos do sistema construtivo em questão, incluindo propostas que visam tornar modelos de relatórios já utilizados para realização destas atividade de controlo técnico, específicos para as coberturas planas. Por fim, procedeu-se também à implementação prática dessas propostas em dois casos de estudo. Palavras-chave: Controlo técnico, qualidade da construção, impermeabilizações, coberturas planas, seguros. ix x ABSTRACT Flat roof systems have associated with them several anomalies related to their waterproofing system which may end up causing leaks into the buildings, leading to a series of problems for the user of the building. Following that feeling of dissatisfaction by the user of the building, urges the adoption of measures aimed at improving the quality of construction. Among those measures are the technical control activities already widely discussed and applied in several countries. Those activities help to promote a higher level of quality of the built environment in general, through an analysis and control of the situations which may cause a decrease of the quality level from the design phase to the implementation phase, and eventually the maintenance phase. Technical control can also serve as a basis for entry into scene of insurers that will define insurance premiums based on the conclusions made by the technical control activities, allowing the user of the building to have an extra guarantee. This work aims to promote the technical control activity, especially the technical control activities of waterproofing systems of flat roofs. The work dealt with the various critical points waterproofing systems of flat roofs and created proposals for improving the reporting models already used for carrying out technical control checks. The present work also includes the application of those proposed models on two study cases. Keywords: Technical control, quality in construction, waterproofing systems, flat roofs, insurances. xi xii ÍNDICE AGRADECIMENTOS ........................................................................................................................................ vii RESUMO.......................................................................................................................................................... ix ABSTRACT ....................................................................................................................................................... xi ÍNDICE ........................................................................................................................................................... xiii ÍNDICE DE FIGURAS ........................................................................................................................................ xv ÍNDICE DE TABELAS ........................................................................................................................................xix 1. 2. INTRODUÇÃO........................................................................................................................................... 1 1.1. ÂMBITO E OPORTUNIDADE DO TEMA .............................................................................................................. 1 1.2. OBJETIVO .................................................................................................................................................. 1 1.3. METODOLOGIA E ORGANIZAÇÃO DO DOCUMENTO ............................................................................................ 2 SISTEMAS DE COBERTURAS PLANAS ........................................................................................................ 3 2.1. REQUISITOS BÁSICOS................................................................................................................................... 3 2.2. CONSTITUIÇÃO DOS SISTEMAS DE COBERTURAS PLANAS..................................................................................... 5 2.3. TIPOLOGIAS DE COBERTURAS PLANAS ............................................................................................................ 10 2.3.1. Cobertura de acesso limitado ..................................................................................................... 11 2.3.2. Cobertura acessível a pessoas .................................................................................................... 12 2.3.3. Cobertura acessível a veículos .................................................................................................... 12 2.3.4. Cobertura ajardinada .................................................................................................................. 13 2.3.5. Variantes ..................................................................................................................................... 14 2.4. SOLUÇÕES DE REVESTIMENTOS DE IMPERMEABILIZAÇÃO EM ZONA CORRENTE ....................................................... 16 2.4.1. 2.5. REVESTIMENTO DE IMPERMEABILIZAÇÃO EM PONTOS SINGULARES ..................................................................... 21 2.5.1. Paredes emergentes ................................................................................................................... 22 2.5.2. Juntas de dilatação ..................................................................................................................... 27 2.5.3. Pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais .................................................................. 31 2.5.4. Outros elementos emergentes .................................................................................................... 32 2.6. 3. Soluções não tradicionais pré-fabricadas ................................................................................... 18 ANOMALIAS MAIS FREQUENTES ................................................................................................................... 34 2.6.1. Zona corrente .............................................................................................................................. 35 2.6.2. Zonas singulares ......................................................................................................................... 40 CONTROLO TÉCNICO DE IMPERMEABILIZAÇÕES EM COBERTURAS PLANAS ........................................... 45 3.1. ENQUADRAMENTO DA ATIVIDADE DE CONTROLO TÉCNICO ................................................................................ 45 3.1.1. Conceito ...................................................................................................................................... 45 xiii 3.1.2. Controlo Técnico e Fiscalização................................................................................................... 47 3.1.3. Controlo Técnico e Seguros ......................................................................................................... 47 3.1.4. Controlo técnico em Portugal e na Europa ................................................................................. 48 3.1.5. Resultados do controlo técnico ................................................................................................... 48 3.2. 4. 3.2.1. Qualidade na impermeabilização de coberturas planas ............................................................. 49 3.2.2. Modelo base para o controlo técnico de impermeabilizações na fase de projeto ...................... 52 3.2.3. Modelo base para o controlo técnico de impermeabilizações na fase de execução................... 55 3.2.4. Proposta de modelo para o controlo técnico de coberturas planas na fase de projeto ............. 62 3.2.5. Proposta de adaptação para o controlo técnico de coberturas planas na fase de execução ..... 71 3.2.6. Resumo da proposta de controlo técnico detalhada para coberturas planas ............................ 72 CASOS DE ESTUDO ................................................................................................................................. 75 4.1. MORADIA UNIFAMILIAR ............................................................................................................................. 75 4.1.1. Fase de projeto............................................................................................................................ 75 4.1.2. Fase de execução ........................................................................................................................ 76 4.2. 5. CONTROLO TÉCNICO APLICADO A IMPERMEABILIZAÇÕES DE COBERTURAS PLANAS .................................................. 48 REABILITAÇÃO DE UMA COBERTURA PLANA .................................................................................................... 77 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................ 79 5.1. RESUMO E CONCLUSÕES DO TRABALHO ......................................................................................................... 79 5.2. DESENVOLVIMENTOS FUTUROS.................................................................................................................... 80 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................................................... 81 ANEXOS.......................................................................................................................................................... 83 ANEXO I – PONTOS IMPORTANTES PARA A QUALIDADE DO SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO ......................... 1 ANEXO II - PORMENORES CONSTRUTIVOS SUGERIDOS POR FABRICANTES DAS MEMBRANAS EM ESTUDO ........ 9 ANEXO III – ESTUDO ABORDADO NO TRABALHO SOBRE AS ANOMALIAS EM COBERTURAS PLANAS (SILVA E GONÇALVES, 2001) ............................................................................................................................................... 21 ANEXO IV – RELATÓRIOS DO MODELO ESPANHOL ............................................................................................... 23 ANEXO V – MODELO DE RELATÓRIO NA FASE DE PROJETO D02 .......................................................................... 25 ANEXO VI – MODELO DE RELATÓRIO NA FASE DE EXECUÇÃO D3 ........................................................................ 29 ANEXO VII – MODELO DE RELATÓRIO ESPECÍFICO PROPOSTO PARA A FASE DE PROJETO .................................. 35 ANEXO VIII – MORADIA UNIFAMILIAR .................................................................................................................. 43 ANEXO IX – REABILITAÇÃO DE UMA COBERTURA PLANA ..................................................................................... 67 xiv ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 – Requisitos básicos das obras definidos no Regulamento 305/2011 da UE ............................. 4 Figura 2 - Requisitos básicos e constituintes do sistema de coberturas planas implicados .................... 5 Figura 3 - Classificação e exemplos de tipos de estruturas resistentes (Paulo, et al., 2012) .................. 7 Figura 4 - Exemplos de classificações de coberturas planas (Lopes, 1994a) .......................................... 10 Figura 5 - Corte esquemático de cobertura de acesso limitado .................................................................. 11 Figura 6 - Corte esquemático de cobertura acessível a pessoas ............................................................... 12 Figura 7 - Corte esquemático de cobertura acessível a veículos ............................................................... 13 Figura 8 - Corte esquemático de cobertura ajardinada ................................................................................ 13 Figura 9 - Comparação das variações térmicas sazonais no revestimento de impermeabilização entre cobertura tradicional e invertida (António, 2011) ........................................................................................... 15 Figura 10 - Comparação da temperatura no revestimento de impermeabilização entre a cobertura tradicional e invertida (António, 2011) ............................................................................................................. 15 Figura 11 - Corte esquemático de cobertura invertida ................................................................................. 15 Figura 12 - Corte esquemático de tipologia variante com isolamento térmico aplicado sob a estrutura resistente ............................................................................................................................................................. 16 Figura 13 - Corte esquemático de tipologia variante com isolamento térmico sobre teto falso ............. 16 Figura 14 - Classificação dos revestimentos de impermeabilização tradicionais (Paulo, et al., 2012) . 17 Figura 15 - Classificação dos revestimentos de impermeabilização não-tradicionais (Paulo, et al., 2012) .................................................................................................................................................................... 17 Figura 16 - Pormenores construtivos de membranas de betumes modificados numa parede emergente (DA 19, 2010) .................................................................................................................................. 23 Figura 17 - Pormenor construtivo de membrana de PVC com proteção pesada face a parede emergente com recurso a chapa de aço (DA 22, 2010) .............................................................................. 24 Figura 18 - Pormenor construtivo de membrana de PVC com proteção pesada face a parede emergente (DA 22, 2010) .................................................................................................................................. 24 Figura 19 - Pormenor construtivo de membrana de PVC com proteção pesada face a parede emergente com remate em chapa de aço (DA 22, 2010) ............................................................................ 25 Figura 20 - Pormenor construtivo face a uma soleira (Lopes, 1994b) ....................................................... 26 Figura 21 - Pormenor construtivo de junta em proteção pesada rígida (Lopes, 1994b) ......................... 26 Figura 22 - Pormenores construtivos de capeamentos de platibandas (Lopes, 1994b) ......................... 27 Figura 23 - Pormenor construtivo de uma banda de dessolidarização do remate em platibandas préfabricadas (Lopes, 1994b) ................................................................................................................................ 27 Figura 24 - Pormenor construtivo de remate de junta estrutural com membrana de betumes modificados em cobertura de acesso limitado (Lopes, 1994b) ................................................................... 28 Figura 25 - Pormenor construtivo de remate de junta estrutural sobre-elevada com membrana de betumes modificados (Lopes, 1994b) ............................................................................................................. 28 xv Figura 26 - Pormenor construtivo de remate de junta estrutural sobre-elevada com membrana de PVC (DA 23, 2010) ...................................................................................................................................................... 30 Figura 27 - Pormenor construtivo de junta estrutural sobre-elevada com capeamento (Lopes, 1994b) .............................................................................................................................................................................. 30 Figura 28 - Pormenor construtivo de remate numa separação de edifícios de alturas diferentes (Lopes, 1994b) .................................................................................................................................................... 31 Figura 29 - Pormenor construtivo de embocadura de tubo de queda (Lopes, 1994b) ............................ 32 Figura 30 - Pormenor da ordem de aplicação do revestimento de impermeabilização (Lopes, 1994b)32 Figura 31 - Pormenor construtivo de remate em tubagem emergente (Lopes, 1994b) .......................... 33 Figura 32 - Distribuição de anomalias de acordo com origem (Silva e Gonçalves, 2001)...................... 34 Figura 33 - Distribuição das anomalias pelas zonas da cobertura (Silva e Gonçalves, et al., 2001) .... 34 Figura 34 - Classificação de anomalias por zona da cobertura (Lopes, 1994b) ...................................... 35 Figura 35 - Introdução ao modelo de relatório D02 ...................................................................................... 53 Figura 36 - Participantes no projeto do D02................................................................................................... 54 Figura 37 - Bases de partida do D02 .............................................................................................................. 54 Figura 38 - Documentação analisada do D02 ............................................................................................... 55 Figura 39 - Enumeração dos relatórios emitidos ........................................................................................... 55 Figura 40 - Conclusões do D02 ....................................................................................................................... 56 Figura 41 - Introdução ao modelo de relatório D3 ......................................................................................... 57 Figura 42 - Dados administrativos do D3 ....................................................................................................... 57 Figura 43 - Aspetos modificados relativamente ao D0 e/ou ao D02 do D3 .............................................. 58 Figura 44 - Relação de anexos do D3 ............................................................................................................ 58 Figura 45 - Conclusão geral final do D3 ......................................................................................................... 59 Figura 46 - Reservas técnicas emitidas no D3 .............................................................................................. 59 Figura 47 - Descrição da unidade de obra do D3 ......................................................................................... 60 Figura 48 - Informações da cobertura do D3 ................................................................................................. 61 Figura 49 - Materiais do D3 .............................................................................................................................. 61 Figura 50 - Execução do D3 ............................................................................................................................. 62 Figura 51 - Ensaio de estanquidade do D3 .................................................................................................... 63 Figura 52 - Primeira proposta para as bases de partida do D02.cp ........................................................... 64 Figura 53 - Segunda proposta para as bases de partida do D02.cp .......................................................... 64 Figura 54 - Terceira proposta para as bases de partida do D02.cp ........................................................... 65 Figura 55 - Proposta relativa ao livro do edifício para o D02.cp ................................................................. 65 Figura 56 - Primeira parte do anexo proposto ao D02.cp para a zona corrente ...................................... 66 Figura 57 - Segunda parte do anexo proposto ao D02.cp para a zona corrente ..................................... 66 Figura 58 - Terceira parte do anexo proposto ao D02.cp para a zona corrente ...................................... 67 Figura 59 - Primeira parte do anexo proposto ao D02.cp para as paredes emergentes ........................ 68 Figura 60 - Segunda parte do anexo proposto ao D02.cp para as paredes emergentes ....................... 68 xvi Figura 61 - Terceira parte do anexo proposto ao D02.cp para as paredes emergentes ........................ 68 Figura 62 - Quarta parte do anexo proposto ao D02.cp para as paredes emergentes ........................... 69 Figura 63 - Primeira parte do anexo proposto ao D02.cp para as juntas de dilatação ........................... 69 Figura 64 - Segunda parte do anexo proposto ao D02.cp para as juntas de dilatação .......................... 70 Figura 65 - Primeira parte do anexo proposto ao D02.cp para os pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais ..................................................................................................................................................... 70 Figura 66 - Segunda parte do anexo proposto ao D02.cp para os pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais ................................................................................................................................................ 70 Figura 67 - Terceira parte do anexo proposto ao D02.cp para os pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais ..................................................................................................................................................... 71 Figura 68 - Primeira parte do anexo proposto ao D02.cp para outros elementos emergentes ............. 71 Figura 69 – Segunda parte do anexo proposto ao D02.cp para outros elementos emergentes ........... 71 xvii xviii ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1- Pontos importantes a verificar na fase de projeto ....................................................................... 49 Tabela 2 - Pontos importantes a verificar na fase de execução ................................................................. 50 Tabela 3 - Pontos importantes a verificar na fase de manutenção ............................................................ 52 Tabela 4 – Análise dos pontos importantes a verificar abordados face ao modelo proposto de relatórios na fase de projeto ............................................................................................................................. 72 Tabela 5 - Análise dos pontos importantes a verificar abordados face ao modelo de relatório na fase de execução ........................................................................................................................................................ 72 xix xx 1. Introdução 1.1. Âmbito e oportunidade do tema A presente dissertação aborda a temática do controlo técnico da construção e a sua aplicação a sistemas de impermeabilização em coberturas planas. As soluções de coberturas planas têm vindo a ganhar um espaço importante nas construções atuais, quer pelo acompanhamento de movimentos arquitetónicos, quer pela vantagem da criação de um espaço extra nos edifícios com diversos usos possíveis. A juntar às vantagens acima mencionadas, são também importantes as melhorias técnicas e tecnológicas que têm vindo a permitir melhorar o desempenho das coberturas face às exigências funcionais (agora tidas como requisitos básicos segundo o regulamento 305/2011 da UE) destes sistemas construtivos, nomeadamente no que diz respeito aos requisitos diretamente relacionados com a impermeabilização e isolamento térmico. Dado neste tipo de sistemas haver um considerável número de constituintes a ter em conta, aumentando desta forma a probabilidade de ocorrência de defeitos, é importante a adoção de metodologias que permitam diminuir essa mesma probabilidade, como seja por exemplo, o controlo técnico. Além de ser mais uma ferramenta a considerar para a obtenção de maiores níveis de qualidade da aplicação do sistema construtivo, o controlo técnico abre também caminho para a intervenção de seguradoras dando assim origem a um produto com garantias extra para o cliente final. Perante a análise de diversos estudos nacionais e internacionais sobre o sistema de coberturas planas, bem como os casos de estudo abordados ao longo da realização do trabalho, constatou-se que de facto as impermeabilizações deste sistema construtivo são um componente muito dado a erros de diversos tipos e em diversas fases, ou seja, quer a nível de projeto, execução ou mesmo na fase de manutenção/exploração. Existe portanto uma propensão à ocorrência de defeitos na obra acabada, justificando-se assim a promoção de ferramentas com o intuito de, por um lado reduzir essa relação com as anomalias típicas deste componente do sistema de coberturas planas e, por outro, de conceder garantias extra ao cliente final, através da aplicação do controlo técnico às diferentes fases acima mencionadas. 1.2. Objetivo Com a realização deste trabalho pretende-se abordar o sistema de coberturas planas, os seus diferentes componentes, tipologias e anomalias mais frequentes por forma a perceber os pontos críticos desde a conceção do sistema até à fase de manutenção/exploração. 1 Depois de identificados esses pontos críticos, proceder-se-á ao seu enquadramento no âmbito do controlo técnico tendo em vista a criação de modelos melhorados de relatórios, que posteriormente serão aplicadas em casos reais. 1.3. Metodologia e organização do documento A metodologia empregue na realização do trabalho passa por em primeira instância realizar dois capítulos de revisão de conhecimentos, um referente à temática de coberturas planas (capítulo 2) e o outro ao das atividades de controlo técnico (capítulo 3). No segundo capítulo são abordados os sistemas construtivos de coberturas planas, dando especial destaque às camadas constituintes e funções das mesmas, às tipologias mais usuais, aos materiais mais usados atualmente no país, às soluções a adotar nos pontos singulares, uma breve análise às anomalias mais comuns e por fim efetua-se um resumo geral dos pontos-chave a controlar nas diferentes fases (projeto, execução e manutenção/exploração). Segue-se um terceiro capítulo onde é feita uma abordagem ao controlo técnico aplicado em impermeabilizações de coberturas planas, começando com uma definição geral sobre o tema, o seu sentido, objetivos, intervenientes e estado atual em Portugal e na Europa, seguida por um subcapítulo onde se pretende apresentar aspetos de qualidade relativos a impermeabilizações de coberturas plana. De seguida, são abordados modelos de relatórios utilizadas e procede-se à elaboração de propostas de melhoria face a esses modelos de relatórios já existentes de acordo com o estudo até aí realizado no âmbito das coberturas planas. Antes do capítulo de conclusões do trabalho e de apresentação de sugestões de estudos futuros, no quarto capítulo, descreve-se a aplicação a casos reais dessas propostas de modelos de relatórios melhorados. 2 2. Sistemas de Coberturas Planas Os sistemas de coberturas planas permitem a criação de um novo espaço passível de ser usado, bem como o desenvolvimento de formas arquitetónicas modernas, aliando isso à satisfação dos requisitos básicos definidos pelo Regulamento 305/2011 da União Europeia, requisitos estes que serão abordados no primeiro ponto deste capítulo. Com o objetivo de garantir um bom desempenho da cobertura face aos requisitos acima mencionados, o sistema da cobertura deverá incorporar diferentes constituintes, com diferentes ações a considerar no sistema. As camadas das coberturas, as suas características e funções serão tratadas no segundo ponto deste capítulo. De seguida, no terceiro ponto serão apresentadas algumas classificações utilizadas no âmbito das coberturas planas, e posteriormente abordada a classificação mais útil ao propósito deste trabalho: classificação tendo em conta o tipo de uso. Aqui, para além de se pretender fazer uma distinção entre cada tipo de uso, pretende-se também abordar os diferentes componentes de cada tipologia, bem como os aspetos a ter em conta com a introdução desses componentes. No quarto ponto serão abordadas as soluções de revestimento de impermeabilização para a zona corrente das coberturas planas, dando enfase às que são mais comuns em Portugal. No ponto cinco, faz-se uma análise ao revestimento de impermeabilização nos pontos singulares das coberturas bem como as disposições recomendadas a utilizar nos mesmos para as soluções de revestimento de impermeabilização abordadas. As anomalias correntemente verificadas nos sistemas de coberturas planas e as suas causas principais serão abordadas no sexto ponto. Esta análise é importante para ajudar na determinação dos aspetos relevantes a ter em conta nas fases de projeto, execução e manutenção, para posteriormente se definir as atividades de controlo técnico nessas mesmas fases. No fim de cada tema abordado será apresentada em anexo uma tabela-resumo com os principais aspetos a ter em conta, que posteriormente irão auxiliar na definição das atividades de controlo técnico para as impermeabilizações em coberturas planas. De referir que na base desta abordagem aos sistemas de coberturas em terraço estão dois trabalhos de referência nacional (Lopes, 1994a; Lopes, 1994b), trabalhos estes que serviram também de base ao desenvolvimento de outras dissertações de mestrado no tema de coberturas planas e que ao longo deste trabalho serão também mencionadas. 2.1. Requisitos Básicos De acordo com o Anexo I do Regulamento nº305/2011 da União Europeia “(…) que estabelece condições harmonizadas para a comercialização dos produtos de construção (…)”, existe uma série 3 de Requisitos Básicos a garantir nas obras de construção civil, tal como se poderá constatar na Figura 1. Requisitos Básicos das obras definidas no Regulamento 305/2011 (UE) Resistência mecânica e estabilidade Segurança contra incêndio Higiene, saúde e ambiente Segurança e acessibilidade na utilização Proteção contra o ruído Economia de energia e isolamento térmico Utilização sustentável dos recursos naturais Figura 1 – Requisitos básicos das obras definidos no Regulamento 305/2011 da UE Destes requisitos básicos, o presente trabalho abordará essencialmente dois, o requisito referente à “Higiene, saúde e ambiente” que está diretamente relacionado com a função das impermeabilizações, e o requisito relativo à “Economia de energia e isolamento térmico”, visto o sucesso do isolamento térmico estar muito ligado ao bom desempenho do sistema de impermeabilização. Relativamente ao primeiro requisito, o constituinte dos sistemas de coberturas responsável é essencialmente o revestimento de impermeabilização, podendo ter alguns outros constituintes auxiliares na sua ação como a camada de forma e, no caso das coberturas ajardinadas, as camadas drenante e filtrante. O isolamento térmico tem também relativa importância neste requisito, já que as humidades de condensação estão muitas vezes ligadas à ausência do mesmo (Alves, 2013). O segundo requisito é cumprido através da camada de isolamento térmico, que para ter um desempenho adequado necessita estar devidamente protegida da ação da água e do vapor de água, sendo esta proteção mais ou menos importante dependendo dos materiais que constituem a camada de isolamento térmico. Os restantes requisitos devem ser igualmente satisfeitos nos sistemas de coberturas planas ilustrando-se na Figura 2 um esquema indicativo dos principais constituintes do sistema em causa responsáveis pelo cumprimento de cada um dos requisitos. 4 Requisitos Básicos das obras definidas no Regulamento 305/2011 (UE) Resistência mecânica e estabilidade Estrutura Resistente Segurança contra incêndio Estrutura Resistente Isolamento Térmico Higiene, saúde e ambiente Revestimento de Impermeabilização Isolamento Térmico Segurança e acessibilidade na utilização Proteção do Revestimento de Impermeabilização Proteção contra o ruído Estrutura resistente Economia de energia e isolamento térmico Isolamento Térmico Camada de forma1 Utilização sustentável dos recursos naturais Todos os constituintes Figura 2 - Requisitos básicos e constituintes do sistema de coberturas planas implicados 1 2.2. Constituição dos Sistemas de Coberturas Planas A solução construtiva de cobertura plana carateriza-se pela fraca pendente que possui quando comparada com a cobertura inclinada. Geralmente admite-se que na cobertura plana a pendente assume valores da ordem dos 1% aos 8% (podendo chegar até aos 15%), face às coberturas inclinadas que apresentam por sua vez valores substancialmente superiores (Dias, 2008). De referir que o mínimo estabelecido pelo RGEU para a pendente é de 1%, enquanto que por outro lado o valor máximo para esta categoria de coberturas pode variar consoante o autor ou mesmo o país. A título de exemplo tem-se a normalização belga que define o limite como sendo de 10% e na normalização inglesa de 17,5% (Dias, 2008). Um sistema de cobertura plana tem na sua constituição um diverso número de camadas, com diferentes funções, que permitem assegurar os requisitos básicos anteriormente mencionados. Relativamente aos constituintes destes sistemas, importa desde já referir as camadas que por si só garantem a satisfação aos principais requisitos básicos anteriormente apresentados, e estando por isso mesmo presentes em todo o tipo de cobertura deste tipo; essas camadas são a estrutura resistente, o suporte de impermeabilização, o revestimento de impermeabilização e a proteção desse revestimento (Lopes, 1994a). Outras camadas genéricas a considerar, e que serão neste subcapítulo abordadas com algum detalhe, são a camada de regularização, camada de forma, barreira pára-vapor, camada de isolamento térmico, camada de difusão de vapor de água e camada de dessolidarização. 1 No caso de a camada de forma ser constituída por um betão de agregados leves, esta terá uma ação complementar à camada de Isolamento térmico (Paulo, et al., 2012; Gomes, 1968; Lopes, 1994a) 5 Para além destes constituintes mais comuns, podem-se verificar outros que compatibilizem a instalação de determinados revestimentos de impermeabilização em determinados suportes, como sejam o caso das denominadas barreiras de proteção térmica ou as barreiras de separação química, podendo estas ser desde logo aplicadas no revestimento de impermeabilização em fábrica (Lopes, 1994a). Poderão ainda considerar-se outras camadas, para o caso das coberturas ajardinadas, como a camada drenante e a camada filtrante. No Anexo I encontram-se tabelas com os pontos importantes a verificar na conceção, execução e, quando aplicável, manutenção dos diversos constituintes. a) Camada de forma A camada de forma é um constituinte do sistema de coberturas planas, que em geral é colocada diretamente sobre a estrutura resistente e que confere a pendente à cobertura, através duma deposição de material diferenciada em altura, segundo o projeto. Esta pendente irá promover um escoamento mais rápido e eficaz das águas que contactem com o sistema, minimizando assim o tempo de contacto destas com o revestimento de impermeabilização. Sobre esta camada é normalmente assente a barreira pára-vapor (podendo antes desta ser aplicada uma camada de regularização, caso tal se justifique), seguida do isolamento térmico. Nos casos em que essa camada de isolamento térmico não se encontra nessa posição (cobertura invertida), poderá assentar diretamente sobre esta camada de forma, devidamente regularizada, o revestimento de impermeabilização. É normalmente executada por meio de um betão leve, de forma a reduzir os esforços na estrutura resistente, sendo exemplos desse tipo de betões o betão leve de agregados de argila expandida, de granulado de cortiça, de poliestireno expandido ou ainda o betão celular (Paulo, et al., 2012). Esta camada pode não ser executada no caso de a estrutura resistente já possuir a pendente necessária. Por outro lado, a camada de forma pode também substituir (total ou parcialmente) a camada de isolamento térmico, dados os materiais que a compõem. Quando assim for, a barreira pára-vapor deverá ser colocada entre a camada de forma e a estrutura resistente (ou camada de regularização, caso esta tenha sido necessária), ao invés de ser aplicada sobre a camada de forma (Gomes, 1968). A execução desta camada inspira alguns cuidados, que devem ser verificados de forma a permitir o sucesso do sistema de impermeabilização, tais como a necessidade de se garantir previamente uma superfície limpa e ligeiramente rugosa, que deverá ser molhada para assim receber a camada de forma ou a necessidade de garantir que a sua espessura se encontre num intervalo de valores entre 3 e 30 cm, sob pena de, no primeiro caso, tornar a execução da camada muito difícil e originar destacamentos, e no segundo caso para evitar solicitações excessivas para a estrutura resistente (Paulo, et al., 2012). 6 b) Estrutura resistente A estrutura resistente, também denominada de laje de cobertura, tem como função principal assegurar a resistência às ações mecânicas a que a cobertura estará sujeita ao longo do seu tempo de utilização/exploração, mas também durante o tempo de execução do sistema de cobertura. Segundo o CSTB (Centre Scientifique et Technique du Bâtiment), as estruturas resistentes podem ser classificadas em estruturas flexíveis ou estruturas rígidas (contínuas ou descontínuas). Esta classificação, bem como as soluções que a cada tipo dizem respeito, encontram-se resumidas na Figura 3, sendo que o mesmo se aplica ao contexto nacional. Lajes maciças Contínua Lajes aligeiradas Estrutura Flexível Pré-lajes Estrutura Rígida Descontínua Pranchas vazadas Chapas metálicas nervuradas Pranchas de madeira ou derivados Descontínua Perfis especiais Figura 3 - Classificação e exemplos de tipos de estruturas resistentes (Paulo, et al., 2012) Esta classificação permite também separar as soluções de estruturas resistentes de coberturas de edifícios correntes (habitação, escritórios, estacionamento), das soluções que normalmente são aplicadas em estruturas com grandes vãos (unidades industriais, pavilhões ou superfícies comerciais), sendo que no primeiro caso serão à partida empregues soluções do tipo rígidas e no segundo do tipo flexíveis (ou eventualmente rígidas com elementos descontínuos), dado a ausência de condições de conforto térmico importantes a verificar neste caso e por outro lado, a necessidade de menores solicitações devido ao peso das soluções, dado os maiores vãos praticados (Paulo, et al., 2012). Nesta camada, as atividades a verificar sob o ponto de vista da impermeabilização estão relacionadas sobretudo com a fase da betonagem, como se pode constatar no Anexo I. c) Camada de regularização A camada de regularização é empregue nos casos em que a camada de forma ou a estrutura resistente, no caso de esta ter já a pendente, se apresenta demasiado rugosa ou irregular para receber a próxima camada, tipicamente a barreira pára-vapor (ou em alternativa a camada de difusão térmica), sendo assim a sua principal função a regularização da superfície. 7 Esta camada é executada através de uma pequena espessura de argamassa, aplicada sobre a camada a regularizar. d) Revestimento da impermeabilização O revestimento da impermeabilização é a camada responsável por conferir a capacidade impermeabilizante face à água do sistema de cobertura e é assente normalmente na camada de isolamento térmico ou na camada de forma. Dado tratar-se de uma camada razoavelmente sensível e com importância determinante para o bom funcionamento do sistema, requer uma proteção, quer face às ações mecânicas quer face às ações climatéricas. A forma como é aderida ao seu suporte é também importante; um exemplo disso é o sistema de membranas totalmente aderidas ao suporte, onde as extensões a que a membrana está sujeita face a variações de temperatura do suporte serão um fator condicionante. Este tema dos revestimentos de impermeabilização será abordado com mais pormenor no capítulo 2.4. e) Proteção do revestimento de impermeabilização A proteção do revestimento de impermeabilização, visa sobretudo proteger esse revestimento das ações mecânicas e climatéricas a que está sujeito, e desta forma garantir a durabilidade e o correto funcionamento do sistema de impermeabilização adotado. Esta proteção dependerá sobretudo do tipo de revestimento de impermeabilização e do tipo de uso da cobertura em causa, pois diferentes tipos de uso levarão a diferentes solicitações mecânicas. f) Barreira pára-vapor Esta camada tem como função evitar que o vapor de água proveniente do interior do edifício condense na camada de isolamento térmico, o que a acontecer diminuiu a capacidade do mesmo no que se refere à sua capacidade para evitar as trocas de calor excessivas. Assim sendo, esta camada localiza-se sob a camada de isolamento térmico, e normalmente é aplicada sobre a camada de forma ou sobre uma camada de regularização caso a primeira se apresente muito rugosa. g) Camada de isolamento térmico O isolamento térmico tem a função de contribuir para a satisfação das exigências de conforto térmico, baixando as trocas de calor entre o exterior e o interior e minimizando também a ocorrência de condensações (geralmente no período de Inverno). 8 Este constituinte do sistema de coberturas planas localiza-se normalmente abaixo do revestimento da impermeabilização, e sobre a barreira pára-vapor, havendo no entanto outras localizações alternativas que serão abordadas no capítulo 2.3. h) Camada de difusão de vapor de água A camada de difusão de vapor de água tem como objetivo igualar a pressão do vapor de água confinada entre a camada do revestimento de impermeabilização e o seu suporte, devendo esse vapor de água ser libertado para o exterior através de soluções construtivas apropriadas como chaminés de ventilação ou de remates específicos com elementos emergentes (Lopes, 1994a). No fundo, tem o mesmo objetivo da barreira pára-vapor, isto é, prevenir o vapor de água ascendente de chegar ao isolamento térmico, só que com a introdução de detalhes construtivos permite também a evaporação do vapor de água sem que este condense nas camadas sensíveis. i) Camada de dessolidarização Este elemento do sistema construtivo de uma cobertura em terraço permite que nos casos onde existe uma proteção do revestimento da impermeabilização pesada que seja passível de causar danos no revestimento de impermeabilização, as interações entre essas duas camadas se deem de forma mais distribuída, servindo assim como uma proteção à ação mecânica da proteção pesada do revestimento. j) Barreira de proteção térmica Esta barreira de proteção térmica é aplicada sobre o suporte do revestimento de impermeabilização e visa sobretudo evitar que este seja afetado pela aplicação do revestimento de impermeabilização, quando o mesmo é feito através de uma fonte de calor. k) Barreira de separação química A barreira de separação química tem como objetivo evitar o contacto direto de elementos incompatíveis entre o revestimento da impermeabilização e o seu suporte, como seja, a título de exemplo, o caso das membranas de PVC plastificado com alguns tipos de suportes plásticos (poliestireno expandido extrudido (XPS), moldado (EPS), etc.). l) Camada drenante A camada drenante surge na tipologia de cobertura ajardinada e tem como função principal drenar a água contida na terra vegetal depois de esta passar por uma camada filtrante, sendo constituída, por exemplo, por agregados de granulometria variável. 9 m) Camada filtrante A camada filtrante tem como função filtrar a água contida na terra vegetal (na tipologia de cobertura ajardinada), sem se dar o arrastamento de solo. Esta água é depois encaminhada para uma camada que faz a sua drenagem, evitando-se assim que a terra vegetal fique com água em excesso, reduzindo-se desta forma as solicitações mecânicas da tipologia em causa. 2.3. Tipologias de coberturas planas Relativamente à tipologia de coberturas planas, existe muita bibliografia sobre o tema que aborda as diferentes formas de classificar as coberturas em grupos, tendo em conta por exemplo a proteção do sistema de impermeabilização, o tipo de revestimento de impermeabilização ou a localização do isolamento térmico, como se poderá ver resumidamente na Figura 4, onde o seu primeiro nível de classificação está representado (Lopes, 1994a). Acessibilidade Camada de Proteção Tipo de Revestimento Localização do Isolamento Térmico Cobertura não acessível Coberturas sem proteção Tradicionais Sobre a estrutura resistente Cobertura acessível a pessoas Coberturas com proteção leve Não Tradicionais Sob a estrutura resistente Cobertura acessível a veículos Coberturas com proteção pesada Coberturas especiais Figura 4 - Exemplos de classificações de coberturas planas (Lopes, 1994a) No entanto como estão perfeitamente definidos os tipos de revestimentos de impermeabilização a abordar (dado serem os mais correntemente praticados no nosso país), optou-se por uma classificação mais geral, tendo como principal foco a acessibilidade, e considerando como tipologias variantes os casos onde o isolamento térmico não se encontra na sua posição tradicional, isto é, sob o revestimento de impermeabilização. Por outro lado, o tipo de proteção está diretamente ligado ao tipo de acessibilidade para o qual a cobertura foi concebida. Desta forma procedeu-se à divisão dos tipos de coberturas em terraço quanto à sua acessibilidade em quatro categorias principais, sendo essas categorias as seguidas pela generalidade da bibliografia referente ao tema, e desta forma cobrindo a grande generalidade das coberturas planas. 10 De seguida, faz-se menção às coberturas invertidas, e a possíveis outras variantes aos quatro principais grupos de coberturas abordados, englobando assim na classificação por tipo de acessibilidade as variações quanto à localização do isolamento térmico. Assim a classificação adotada inclui as seguintes categorias: Cobertura de acesso limitado Cobertura acessível a pessoas Cobertura acessível a veículos Cobertura ajardinada Variantes 2.3.1. Cobertura de acesso limitado A cobertura de acesso limitado é a tipologia mais simples das consideradas, tendo de se garantir somente proteção do sistema de impermeabilização face às ações climatéricas. Esta proteção é conseguida geralmente, no caso de membranas betuminosas através de granulado mineral introduzido em fábrica na superfície superior das membranas ou através de colocação duma proteção pesada, como é o caso de material rolado ou de lajetas de sombreamento, de forma a evitar o levantamento das placas de isolamento térmico face ao vento (Lopes, 1994a), quando se trate de coberturas invertidas (vd. 2.3.5). Assim, por ordem ascendente, esta tipologia, na sua forma mais comum, é constituída pela estrutura resistente, seguida da camada de forma, da barreira pára-vapor e da camada de isolamento térmico. Por fim, sobre a camada de isolamento térmico segue-se a solução de impermeabilização definida em projeto. No caso de a estrutura resistente de betão ter definida já a pendente ou a camada de forma estarem demasiado irregulares, poderá ser aplicada uma camada de regularização de modo a regularizar as suas superfícies. Na Figura 5 apresenta-se um esquema representativo desta tipologia. Figura 5 - Corte esquemático de cobertura de acesso limitado 11 2.3.2. Cobertura acessível a pessoas Com a introdução da ação mecânica relativa à permanência e circulação de pessoas, esta tipologia, face à da cobertura de acesso limitado, terá logo à partida de prever uma proteção do sistema tendo em conta aquelas ações. Assim, nesta tipologia introduz-se uma camada de proteção pesada, como é exemplo a solução de mosaicos aplicados sobre betonilha. Entre esta proteção e o revestimento de impermeabilização, deve-se colocar ainda uma camada de dessolidarização, de forma a uniformizar as solicitações mecânicas, conforme foi visto em 2.2.9. Assim sendo, de forma ascendente esta tipologia é constituída pela estrutura resistente, seguida da camada de forma, a barreira pára-vapor (quando necessária), para aí assentar a camada de isolamento térmico. De seguida aplica-se o revestimento de impermeabilização, a camada de dessolidarização sobre este, e por último surge então a solução de proteção pesada. Uma vez mais, no caso de a estrutura resistente com as mesmas caraterísticas das indicadas em 2.3.1 ou da camada de forma se encontrar demasiado irregular deverá recorrer-se à aplicação de uma camada de regularização. A Figura 6 pretende representar a solução descrita. Figura 6 - Corte esquemático de cobertura acessível a pessoas 2.3.3. Cobertura acessível a veículos Nesta tipologia, quando comparada com as anteriores, ocorre um incremento ao nível das solicitações mecânicas devido à presença de veículos. Perante este aumento das solicitações, o sistema vai diferir na componente da proteção pesada, que passará da típica solução de mosaicos sobre betonilha a uma composição de betão armado, tendo também em vista a durabilidade da própria proteção. Desta forma, a Figura 7 apresenta de forma esquemática a tipologia referida. Faz-se notar que, caso seja necessária a colocação de uma camada de isolamento térmico, conforme se indica na figura, as características do material isolante devem ser convenientemente avaliadas do ponto de vista do seu comportamento às cargas a que está sujeita. 12 Figura 7 - Corte esquemático de cobertura acessível a veículos 2.3.4. Cobertura ajardinada A tipologia da cobertura ajardinada surge sobretudo com a necessidade de criação de espaços verdes nos grandes meios urbanos, conferindo assim um espaço de contacto com a natureza. De facto, esta tipologia tem inerente a si uma série de condições importantes a verificar, desde o incremento das ações mecânicas devido à presença de terra, vegetação ou mesmo água acumulada, até à proteção do sistema da cobertura face às raízes das árvores. Este sistema de cobertura é normalmente constituído pelas camadas “habituais” das outras tipologias, sendo que acima do revestimento da impermeabilização (e da sua proteção), deverão constar uma camada drenante, uma camada filtrante e por fim a terra vegetal. Desta forma, a composição habitual do sistema consiste, numa ordem ascendente, pela estrutura resistente, camada de forma (com eventual recurso a camada de regularização sobre esta ou sobre a estrutura resistente se esta tiver já pendente), barreira pára-vapor (se necessário), isolamento térmico e o revestimento de impermeabilização, eventualmente auto protegido. Sobre este é aplicado a camada drenante, a camada filtrante (geotêxtil) e por fim a terra vegetal. Um resumo esquemático desta tipologia pode ser visto na Figura 8. Figura 8 - Corte esquemático de cobertura ajardinada 13 2.3.5. Variantes Neste ponto relativo aos sistemas variantes serão considerados os sistemas de coberturas invertidas e outros possíveis sistemas onde o isolamento térmico se encontra sob a laje de cobertura. a) Cobertura invertida A alternativa de cobertura invertida, é um sistema variante de qualquer uma das tipologias atrás referidas e aplica-se quando a posição da camada de isolamento térmico passa de uma posição inferior relativamente ao revestimento da impermeabilização, para uma posição imediatamente superior, daí o nome de “cobertura invertida” dada a inversão referida. É importante referir que neste sistema não é aplicada a barreira pára-vapor, e a camada de difusão de vapor de água é igualmente dispensada (Lopes, 1994a), visto não haver neste caso fluxos de vapor de água ascendentes através da camada inferior ao isolamento térmico – o revestimento de impermeabilização. Neste caso é ainda recomendada uma solução de isolamento térmico de poliestireno extrudido (XPS) ou expandido (EPS), face às lãs minerais, por as primeiras terem reduzida capacidade de absorção de água e maior resistência mecânica, o que não se verifica nas posteriormente mencionadas. Outra vantagem desta solução de isolamento térmico é a facilidade de aplicação da mesma, pois são colocadas as placas de EPS ou XPS livremente sobre o revestimento de impermeabilização (Lopes, 1994a). Para além da redução da mão-de-obra, outra vantagem desta tipologia está na proteção que este sistema confere ao revestimento de impermeabilização por parte do isolamento térmico face aos choques térmicos diários e sazonais que este é alvo (Figueiredo, 2012). A Figura 9 pretende ilustrar a redução das amplitudes térmicas verificadas anualmente no revestimento de impermeabilização com esta solução, face a uma solução onde o isolamento térmico se encontra do lado inferior relativamente ao revestimento da impermeabilização. Por outro lado na Figura 10 é ilustrada a redução da temperatura a que o revestimento de impermeabilização é sujeito na cobertura invertida face à cobertura tradicional. Na Figura 11 pretende-se ilustrar um exemplo desta tipologia. b) Outros sistemas variantes Relativamente a outras possíveis variantes às tipologias já apresentadas, a que merece mais destaque é a solução onde o isolamento térmico é colocado sob a estrutura resistente, quer como revestimento inferior desta, quer numa solução com tetos falsos. 14 Figura 9 - Comparação das variações térmicas sazonais no revestimento de impermeabilização entre cobertura tradicional e invertida (António, 2011) Figura 10 - Comparação da temperatura no revestimento de impermeabilização entre a cobertura tradicional e invertida (António, 2011) Figura 11 - Corte esquemático de cobertura invertida Esta solução, relativamente à alternativa da cobertura invertida e das outras tipologias tidas como usuais, pode ser para além de uma solução alternativa, uma solução complementar (Lopes, 1994a), sendo a sua grande vantagem a fácil aplicação em obras de reabilitação ou em obras de correção do comportamento térmico do sistema. No entanto, dado ser aplicado sob a estrutura resistente, tem à partida a desvantagem da perda de algum pé-direito e a redução da inércia térmica interior. Na Figura 12 e na Figura 13, estão apresentadas duas alternativas desta tipologia. 15 Figura 12 - Corte esquemático de tipologia variante com isolamento térmico aplicado sob a estrutura resistente Figura 13 - Corte esquemático de tipologia variante com isolamento térmico sobre teto falso 2.4. Soluções de revestimentos de impermeabilização em zona corrente As soluções de revestimentos de impermeabilização podem ser categorizadas sobre diversos pontos de vista, como sejam a natureza dos materiais, o método de fixação ao suporte, o tipo de armaduras utilizado pelo sistema ou pela sua tradicionalidade. A forma mais útil para o trabalho de catalogar estes revestimentos de impermeabilização, e seguida também por Lopes (1994a), consiste em primeiro nível, analisar a tradicionalidade ou não do sistema, criando-se assim logo à partida dois grandes grupos, e, depois, num segundo nível, a análise das soluções relativamente à sua forma de chegada à obra, isto é, se são constituídos por materiais préfabricados, ou por outro lado se consistem em materiais aplicados “in situ”. A tradicionalidade aqui referida está relacionada com uma prática e conhecimentos suficientemente adquiridos, estando por seu lado os revestimentos não-tradicionais sujeitos a exigências de homologação (Sousa, 2009). Na Figura 14 e na Figura 15 segue-se a proposta de classificação acima mencionada, com exemplos de cada grupo. Os sistemas de impermeabilização tradicional tiveram a sua grande aplicação entre as décadas de 50 e 70, quer em Portugal, quer na Europa, e um pouco pelo resto do mundo (Sousa, 2009). Lopes (1994a) refere que nos anos 70, na Suécia, os sistemas tradicionais correspondiam a cerca de 70% dos aplicados, sendo a situação de França e Alemanha semelhantes. Por sua vez no Japão o mesmo 16 autor refere que a percentagem de aplicação deste tipo de sistemas era de 70% a 75%. Apesar do grande recurso de outrora, atualmente não são já usadas estas soluções de revestimento de impermeabilização, salvo pequenas aplicações pontuais e de importância reduzida (Sousa, 2009). Camadas múltiplas de asfalto Aplicados "in situ" Camadas múltiplas de emulsões betuminosas Sistemas Tradicionais Produtos préfabricados Camadas múltiplas de membranas, telas ou feltros betuminosos Figura 14 - Classificação dos revestimentos de impermeabilização tradicionais (Paulo, et al., 2012) Camadas múltiplas de resinas (acrílicas, poliméricas, poliuretano) Aplicados "in situ" Camadas múltiplas de emulsões de betumes modificados Espumas de poliuretano Sistemas Nãotradicionais Membranas de betumes modificados (APP e SBS) Produtos préfabricados Membranas termoplásticas (PVC) Membranas elastoméricas Figura 15 - Classificação dos revestimentos de impermeabilização não-tradicionais (Paulo, et al., 2012) Por sua vez, os sistemas não-tradicionais, surgiram sobretudo nos anos 80, com a implementação, numa primeira fase, das membranas betuminosas APP, começando-se mais tarde a fabricar as membranas betuminosas SBS. Neste trabalho optou-se porém, por se abordar apenas algumas das soluções caracterizadas de nãotradicionais e pré-fabricadas, visto serem as de maior prática no nosso país nos dias de hoje, e dado 17 o trabalho ser direcionado acima de tudo para as soluções a usar no presente e futuro e não sob o ponto de vista de reabilitação de soluções já aplicadas onde em muitos casos se tratam de soluções 2 de revestimento tradicionais. 2.4.1. Soluções não tradicionais pré-fabricadas Nestas soluções pré-fabricadas, para além dos parâmetros intrínsecos a cada solução, há que ter em conta o tipo de fixação da solução ao suporte, pois diferentes tipos de fixação poderão originar diferentes cuidados a ter e diferentes patologias. Desta forma, antes de se apresentar as soluções consideradas neste ponto, é conveniente explicar de forma breve as soluções a ter em conta nesta temática da fixação da solução, estando este assunto tratado no primeiro ponto abaixo. De seguida, e tal como já foi referido anteriormente, abordar-se-ão as soluções pré-fabricadas mais utilizadas em Portugal. Nessas soluções serão indicados alguns valores médios de algumas características dos materiais em questão, sendo que cada fabricante tende a ter as suas próprias composições. a) Sistemas de fixação Relativamente ao modo como é efetuada a ligação entre o revestimento de impermeabilização e o seu suporte consideram-se quatro tipos de soluções: os sistemas totalmente aderidos, os semiaderidos, os sistemas que recorrem a fixações mecânicas e por fim os sistemas independentes. Nos sistemas totalmente aderidos é colocada uma cola entre o revestimento da impermeabilização e o suporte, ou em alternativa à colagem dá-se a fusão de material do revestimento mediante a ação da chama de maçarico. Esta aderência dá-se a toda a superfície. No sistema semi-aderido, a aderência entre o revestimento de impermeabilização e o suporte dá-se pela aplicação pontual de cola, ou de fusão do material da membrana com recurso a chama de maçarico ou a ar quente, só que, contrariamente ao sistema aderido, essa fusão ocorrerá em apenas algumas áreas da membrana. Já nos sistemas com fixações mecânicas, o revestimento de impermeabilização é fixado ao seu suporte através de aplicações pontuais de elementos que asseguram essa ligação, como por exemplo parafusos. Por fim considera-se o sistema independente, onde o revestimento da impermeabilização não é aderido ao seu suporte. Para efeitos de proteção à ação do vento, é colocado, por exemplo, uma 2 Segundo dados recolhidos em entrevistas realizadas ao longo do trabalho, o recurso a membranas betuminosas (APP e SBS) é de cerca de 90%, tendo as membranas de PVC uma procura de cerca de 5%, sendo desta forma aquelas soluções as mais praticadas em Portugal, refletindo-se também tal facto na existência atual de apenas Documentos de Aplicações (DA) do LNEC sobre essas soluções. 18 proteção pesada sobre o revestimento (calhau rolado, mosaicos, etc.) de forma a conferir uma componente gravítica que impeça o deslocamento do revestimento. b) Membranas de betumes modificados (APP e SBS) As membranas de betumes modificados são a solução de maior uso em impermeabilizações de coberturas em terraço, quer em Portugal, quer a nível global, com exceção dos Estados Unidos da América e do Japão, onde se recorre sobretudo a membranas elastoméricas (Lopes, 1994a). Este maior recurso está diretamente relacionado com o baixo custo da solução e com o grande conhecimento das respetivas soluções construtivas (Raposo, 2009). Estas membranas surgem através do recobrimento de armaduras (de fibra de vidro, de poliéster ou ainda de polietileno) com uma mistura betuminosa modificada por incorporação de uma resina plastomérica (APP) ou elastomérica (SBS), sendo essas resinas polímeros de polipropileno atáctico (APP) e de estireno-butadieno-estireno (SBS) (Lopes, 1994a; Raposo, 2009; Dias, 2008). Depois de efetuado esse recobrimento a quente, e ainda antes de a membrana arrefecer, são aplicados os acabamentos na face inferior e superior. Estes acabamentos consistem sobretudo em folhas de polietileno ou polipropileno, e no caso de se tratar duma membrana auto protegida, na face superior é aplicado granulado mineral ou folhas de alumínio, sendo esse material interrompido a uma dada distância num dos bordos de forma a dar-se uma melhor ligação entre as membranas aquando da aplicação do sistema de impermeabilização (Lopes, 1994a; Raposo, 2009; Dias, 2008). De referir que entre os dois sistemas mencionados, as soluções com polímero APP têm melhor comportamento a temperaturas mais elevadas face às soluções com polímero SBS, enquanto que para temperaturas mais baixas, é o polímero SBS que apresenta melhor comportamento. Nas tipologias de coberturas acessíveis, recomenda-se o uso de camada dupla, em que pelo menos uma das camadas seja armada com feltro de poliéster (Raposo, 2009). Por outro lado, nas coberturas não acessíveis, poderá ter-se o sistema de monocamada, exceto nos casos de pendente nula, em que este sistema de monocamada não é aconselhado (Sousa, 2009). As juntas entre membranas são os pontos mais passíveis de ocorrerem anomalias; assim sendo, devem-se sobrepor os rolos das membranas numa extensão de 8 a 10 cm. Essa sobreposição é feita através da fusão do material betuminoso presente nas membranas através de chama de maçarico ou de ar quente. Nos sistemas de camada dupla, recomenda-se que a segunda camada a ser aplicada, seja disposta paralelamente à primeira com juntas desencontradas, para assim aumentar a redundância do sistema de impermeabilização. No caso de isto não poder ser aplicado, poderá eventualmente recorrer-se ao cruzamento das membranas (Raposo, 2009). De resto, a aplicação destas membranas requere algumas verificações prévias, como sejam a verificação de que o suporte se encontra limpo, seco e sem materiais soltos. 19 Estas membranas, que têm como durabilidade média cerca de 15 anos (Dias, 2008), podem ser aplicadas sobre betão, madeira, cerâmicos entre outros, e essa aplicação pode ser feita através de uma fixação totalmente aderida, semi-aderida, independente e nos últimos anos começou-se a verificar também a utilização de sistemas com fixações metálicas (Raposo, 2009). Na fixação aderida é em primeiro lugar aplicada emulsão betuminosa (primário) ao suporte, quando este é de betão ou argamassa (como geralmente acontece), e de seguida procede-se à fusão do material betuminoso da membrana com recurso a chama de maçarico a gás propano ou eventualmente a ar quente. No sistema de fixação semi-aderido, o meio de ligação é igualmente a fusão do material betuminoso através de chama de maçarico ou ar quente, ou ainda a aplicação de betume insuflado a quente. Por fim, no sistema independente, a proteção da membrana face à ação do vento, por exemplo, dá-se através de uma proteção pesada aplicada sobre a membrana. De referir ainda que certos materiais usados como suporte requerem uma barreira de separação térmica aquando da aplicação do revestimento da impermeabilização através de uma fonte de calor, como sejam o caso das placas de poliuretano e de poliestireno expandido (Dias, 2008). c) Membranas Termoplásticas (PVC) As membranas termoplásticas de PVC são constituídas por uma resina de policloreto de vinilo, plastificantes, cargas, pigmentos e estabilizantes. Podem ou não conter armaduras (de poliéster ou fibra de vidro), embora a presença destas tenha uma importante ação, pois minimiza a retração das membranas devido à perda de plastificante (Lopes, 1994a; Dias, 2008). Estas membranas distinguem-se sobretudo pela sua flexibilidade, que lhes permite uma aplicação em 2 qualquer forma geométrica de suporte. Além disso o seu baixo peso (1,6 a 1,8 kg/m ) por unidade de área, permite rentabilizar melhor o tempo para a sua aplicação em obra. A flexibilidade acima mencionada está diretamente relacionada com a percentagem de plastificante que a membrana contém, dependendo esta por sua vez do processo de fabrico; no caso do mesmo ser através de laminagem ou calandragem a percentagem de plastificante será cerca de 30 a 40%, e no caso de extrusão cerca de 20% (Dias, 2008). Esta solução de revestimento de impermeabilização é aplicada em monocamada, normalmente em coberturas de acessibilidade limitada e com pendentes não inferiores a 1%. Quanto ao sistema de fixação aplicado, o mais comum é ter-se um sistema independente, podendo também optar-se por fixações mecânicas pontuais (Lopes, 1994a; Dias, 2008). Deve-se ter alguns cuidados relativamente ao suporte, já que esta membrana não deverá estar em contacto com suportes de betume, alcatrão, óleos, espumas fenólicas, poliestireno expandido, extrudido ou de poliuretano, pois tornará propícia a migração de plastificante da membrana para os materiais do suporte, fazendo com que a membrana se torne mais rígida e pouco dúctil (Raposo, 2009; Sousa, 2009). 20 No caso de o suporte da tela de PVC ser num daqueles materiais, deverá adotar-se a chamada barreira de separação química anteriormente abordada, concretizada através da colocação de um feltro de poliéster, por exemplo. As juntas entre membranas fixadas mecanicamente, que deverão estar sobrepostas em pelo menos 10 cm, são soldadas a ar quente e seguidamente comprimidas, ou em alternativa é usada a soldadura com solventes, que permite que essas juntas de sobreposição fluidifiquem ligeiramente. Dos 10 cm, só 3 a 4 cm estão efetivamente ligados, sendo de referir ainda que nestes sistemas com fixações mecânicas, estas devem-se encontrar a cerca de 3 cm do bordo da membrana, de modo a evitar o seu rasgamento por ação do vento (Raposo, 2009). Um dos grandes inconvenientes desta solução de revestimento de impermeabilização, é o elevado grau contaminante do mesmo associado, quer ao seu processo de fabrico quer à sua reciclagem ou eliminação (Trujillo, 2002). 2.5. Revestimento de impermeabilização em pontos singulares Neste subcapítulo pretende-se apresentar as disposições construtivas satisfatórias do revestimento de impermeabilização nos diversos pontos singulares correntemente presentes em coberturas planas. Como se verá em 2.6. a correta elaboração do revestimento de impermeabilização nestes pontos, tem um impacto muito significativo com vista ao sucesso do sistema de impermeabilização, daí a sua análise ser fundamental. De salientar que diferentes soluções de revestimento de impermeabilização, poderão corresponder a soluções ligeiramente diferentes para um dado ponto singular, mesmo tendo em conta que só estão a ser avaliados algumas soluções de revestimentos não-tradicionais, pré-fabricados. Por outro lado, diferentes tipologias de coberturas também poderão significar ligeiras alterações. A base bibliográfica empregue neste ponto, bem como a classificação de pontos singulares, é baseada na obra de Jorge Grandão Lopes – Anomalias em Impermeabilizações de Coberturas em Terraço (Lopes, 1994b), recorrendo-se também aos Documentos de Aplicação (DA) do LNEC para algumas das situações de pontos singulares a tratar, bem como a recomendações de alguns fabricantes dos tipos de membranas de impermeabilização em análise. A classificação dos pontos singulares utilizada é uma adaptação da abordagem seguida noutros trabalhos, como por exemplo Lopes (1994b), e consiste nos seguintes quatro elementos: Paredes emergentes Juntas de dilatação Pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais Outros elementos emergentes 21 As diferenças estão sobretudo ao considerar as platibandas e soleiras de porta no grupo correspondente a paredes emergentes, já que, embora haja algumas diferenças na sua conceção, especialmente para o caso das soleiras, as causas das anomalias são razoavelmente semelhantes. No fim de cada ponto abordado será feita referência a pormenorizações construtivas recomendadas por fabricantes dos tipos de revestimentos de impermeabilização estudados, que se encontrarão em Anexo. 2.5.1. Paredes emergentes 3 No encontro entre a superfície corrente e uma parede emergente (seja esta por exemplo uma platibanda, chaminé ou soleira), é importante conceber uma disposição construtiva que permita não só a garantia do sucesso da impermeabilização, mas também a sua durabilidade face a um conjunto de possíveis anomalias que serão abordadas em 2.6. As soluções para as membranas em estudo (betumes modificados e as termoplásticas de PVC) diferem ligeiramente neste ponto, e por outro lado a constituição do elemento emergente levará também a diferentes soluções de remate: o denominado remate protegido (no caso de se tratar de alvenaria) e o remate não protegido (para o betão armado). Desta forma, optou-se por fazer a análise em separado para os dois tipos de membranas neste ponto singular. a) Membranas de betumes modificados Seguindo as indicações dos DA do LNEC para este tipo de membranas (Documentos de Aplicação nº 18, 19, 29 a 32 e 37 a 39), os remates do revestimento de impermeabilização com os elementos emergentes devem ser sempre executados num sistema totalmente aderente, com recurso a soldadura através de chama, e ainda fixados mecanicamente se a altura dos remates superar 0,40 m. Estes DA indicam ainda que a altura de remate mínimo deverá ser de 0,10 m para este tipo de membrana, sendo que Lopes (1994b) recomenda na sua obra um valor mínimo para a altura do remate de 0,15 m. 4 Na Figura 16 apresenta-se à esquerda um exemplo de aplicação para a tipologia de cobertura de acesso limitado e onde o elemento emergente é composto por alvenaria (o remate deve não ser só introduzido no reboco, mas também penetrar a própria alvenaria (Lopes, 1994b)), originando assim um remate protegido (por um reboco armado). Por sua vez, à direita tem-se para a mesma tipologia um remate não protegido perante um elemento emergente de betão, sendo este recoberto superiormente por um rufo metálico. No caso de se tratar de uma outra tipologia, a diferença estará no facto de os 0,10 m de remate mínimo aconselhado pelos DA (ou os 0,15 m recomendados por Lopes (1994b)), contabilizam-se 3 Neste ponto trata-se dos elementos emergentes em que a sua secção não é circular ou curvilínea (como sejam as tubagens e alguns tipos de chaminés), sendo estes tipos de secções abordados em 2.5.4. 4 A imagem em questão é exemplificativa de uma solução específica de um fabricante, daí haver uma distinção na numeração da legenda para as bandas de membranas e para membranas da zona corrente, dado estar-se no DA em questão a tratar de um sistema multicamada em que as membranas das camadas diferem. 22 somente a partir do topo da camada superior do sistema (Lopes, 1994b). No Anexo II.a encontram-se representadas as soluções para sistemas com proteção pesada e para coberturas ajardinadas. No Anexo II.b, segue-se as disposições construtivas recomendadas pelo principal fabricante nacional de membranas betuminosas, tendo em conta os seus produtos. Figura 16 - Pormenores construtivos de membranas de betumes modificados numa parede emergente (DA 19, 2010) b) Membranas Termoplásticas (PVC) Nos remates com elementos emergentes desta solução de impermeabilização, os DA do LNEC ( Documentos de Aplicação nº 22 e 23) recomendam a execução de um sistema totalmente aderente na zona de remate, utilizando colas específicas para o efeito. Numa primeira hipótese de pormenorização construtiva, ao bordo superior deverá previamente ser fixada mecanicamente uma peça de chapa de aço revestida a PVC (própria para o efeito e coberta superiormente com mástique – como se pode constatar no corte presente no Anexo II.c), onde posteriormente se soldará através de ar quente a parte superior do remate da membrana. No bordo inferior, recomenda-se para as tipologias que recorrem a proteção pesada (acessível a pessoas, veículos e ajardinadas) a utilização de um perfil de aço revestido a PVC, previamente fixado mecanicamente, onde se soldará com a ação de ar quente a membrana da zona corrente e a membrana empregue no remate, como se pode ver na Figura 17. Outra hipótese, que é também a solução utilizada para a tipologia de cobertura de acesso limitado, 5 consiste em inserir as fixações mecânicas na periferia da membrana utilizada em zona corrente , já que nessa zona onde a fixação é aplicada, a membrana utilizada para o remate irá sobrepor-se, assegurando assim a impermeabilização desses pontos. No bordo superior, o tratamento é o mesmo da solução anterior. Esta situação encontra-se representada na Figura 18. 5 O DA 23 que aborda uma solução de uma membrana de PVC recomenda o uso neste caso de 4 fixações mecânicas por metro linear. 23 O DA menciona ainda uma alternativa que consiste na aplicação de um perfil de aço revestido a PVC, fixo mecanicamente no bordo inferior e sob a membrana (que posteriormente é soldada por ação do ar quente nessa zona), e limitado superiormente por um rufo de recobrimento, como se pode ver na Figura 19. Figura 17 - Pormenor construtivo de membrana de PVC com proteção pesada face a parede emergente com recurso a chapa de aço (DA 22, 2010) Figura 18 - Pormenor construtivo de membrana de PVC com proteção pesada face a parede emergente (DA 22, 2010) 24 No entanto existem algumas situações desde grupo de pontos singulares que têm disposições construtivas semelhantes, como são exemplo as soleiras, os capeamentos de platibandas, as juntas na proteção pesada rígida, nomeadamente próximo dos elementos emergentes da cobertura e a necessidade de dessolidarização de remates entre painéis de platibandas pré-fabricados. Figura 19 - Pormenor construtivo de membrana de PVC com proteção pesada face a parede emergente com remate em chapa de aço (DA 22, 2010) No caso das soleiras, segundo refere Lopes (1994b), é comum acontecerem em obra e em projeto situações que impedem a execução correta de remate nessas zonas; segundo o autor ao nível de projeto é “(…) tendência corrente não sobrelevar demasiado a soleira das portas, relativamente à superfície corrente da cobertura, resultando portanto, necessariamente um remate com uma altura não superior à cota da soleira.”, que corresponde na maioria das vezes a uma altura de remate abaixo dos 0,10 m recomendados nos DA (ou consequentemente dos 0,15 m recomendados por Lopes (1994b)). Quanto às situações decorrentes da obra, o autor refere que “(…) a coordenação dos trabalhos em obra leva a que seja montada em primeiro lugar a caixilharia e respetivas soleiras das portas (…)”, levando a que o remate efetuado posteriormente nessa zona já não seja o correto. Neste caso do encontro com soleiras que não garantem uma altura mínima de remate, a disposição construtiva recomendada passa por prolongar o remate da impermeabilização sob a soleira, protegelo superiormente com uma argamassa, por exemplo, e sobre esta então assentar a soleira (Lopes, 1994b). As diferenças relativamente às membranas betuminosas e as termoplásticas de PVC resumem-se à forma como é fixado o remate; nas primeiras este é totalmente aderido por ação de chama, e no 25 segundo caso o remate é fixado mecanicamente e eventualmente aplicada uma cola tal como acontece no caso das paredes emergentes anteriormente tratadas. Um esquema geral desta situação é apresentado na Figura 20, sendo ainda apresentadas no Anexo II.d as soluções recomendadas por fabricantes de membranas dos dois tipos para esta situação. Figura 20 - Pormenor construtivo face a uma soleira (Lopes, 1994b) No caso de um revestimento de impermeabilização com proteção pesada rígida, é importante garantir que não haverá fissurações ou mesmo rotura devido a movimentos de dilatação de origem térmica por parte dessa proteção rígida junto a elementos emergentes (Lopes, 1994b). Para isso é importante garantir junto destes elementos emergentes uma junta de dilatação da proteção (a cerca de 0,30 m segundos Lopes (1994b)), preenchida com um material flexível, como se poderá constatar na Figura 21, sendo esta recomendação independente da solução de revestimento de impermeabilização utilizada. Figura 21 - Pormenor construtivo de junta em proteção pesada rígida (Lopes, 1994b) Nos capeamentos das platibandas é também importante garantir que a estanquidade à água não é comprometida, devendo-se por isso aplicar capeamentos apropriados constituídos nomeadamente por membranas de impermeabilização autoprotegidas, chapas metálicas ou de fibrocimento, ou por elementos pré-fabricados de pedra ou betão. Além destes elementos, o capeamento deverá ter uma ligeira pendente para o interior do terraço como se pode ver na Figura 22 (Lopes, 1994b). 26 Ainda nas paredes emergentes, Lopes (1994b) faz referência à necessidade de instalação de uma banda de dessolidarização do remate no caso de aplicação de platibandas pré-fabricadas, por forma a evitar fissuras no revestimento de impermeabilização originadas pelas dilatações térmicas (Figura 23). Figura 22 - Pormenores construtivos de capeamentos de platibandas (Lopes, 1994b) Figura 23 - Pormenor construtivo de uma banda de dessolidarização do remate em platibandas préfabricadas (Lopes, 1994b) 2.5.2. Juntas de dilatação As zonas da cobertura que contêm juntas de dilatação, devem ser alvo de pormenorização específica de forma a evitar fissurações no sistema de impermeabilização ou descolamentos das zonas de sobreposição dos remates, pormenorização essa que poderá ser diferenciada consoante a tipologia da cobertura (Lopes, 1994b). Embora as diferenças entre as membranas de betumes modificados e as termoplásticas de PVC sejam muito pequenas, optou-se por fazer a sua separação uma vez mais. 27 a) Membranas de betumes modificados Na tipologia de cobertura de acesso limitado o remate a fazer perante esta zona singular, poderá ser feito ao nível da superfície corrente da cobertura, como se pode verificar na Figura 24. Para tentar evitar o maior efeito que pode ter a ação da circulação de pessoas nessa zona de juntas de dilatação é recomendável sobre-elevar o remate (Lopes, 1994b), como se pode ver na Figura 25. Figura 24 - Pormenor construtivo de remate de junta estrutural com membrana de betumes modificados em cobertura de acesso limitado (Lopes, 1994b) Figura 25 - Pormenor construtivo de remate de junta estrutural sobre-elevada com membrana de betumes modificados (Lopes, 1994b) Nas figuras acima apresentadas, pode-se constatar a existência de um empanque (fundo de junta), que deverá ser um material flexível e comprimido na mesma servindo de suporte ao remate de impermeabilização, e nesse mesmo remate da impermeabilização existe uma referência a uma zona não colada de aproximadamente 30 cm. Esta disposição tem como objetivo dessolidarizar o remate da junta, permitindo assim uma maior capacidade de transmissão de movimentos entre os dois corpos separados pela junta (Lopes, 1994b). 28 De resto, a fixação deste tipo de membranas ao suporte e a própria ligação entre membrana e membranas de remate, continua a ser feita pela ação de uma chama, tal como acontece em zona corrente. No Anexo II.e apresenta-se também uma solução para este ponto singular recomendada por um fabricante nacional. b) Membranas termoplásticas de PVC Na solução de membranas termoplásticas de PVC, a diferença para as soluções de membranas de betumes modificados dá-se sobretudo na forma como são executadas as ligações entre elementos. Neste caso há a aplicação de uma cola na sobre-elevação de forma a aderir a membrana de remate a esta, sendo soldada no bordo inferior à membrana da zona corrente através da ação de ar quente, e fixada junto da junta de dilatação mecanicamente. Por sua vez, a membrana da zona corrente é fixada na periferia através de fixações mecânicas, sendo essa zona depois sobreposta pela membrana de remate de forma a garantir a impermeabilização dessas zonas. Os DA elaborados pelo LNEC para estas soluções recomendam na membrana de remate que cobre a junta, uma zona não soldada de aproximadamente 0,15 m, de forma a dessolidarizar esse remate. Nas extremidades do remate em questão, este deverá ser soldado por ação de calor ao remate já utilizado para a sobre-elevação, como se poderá constatar na Figura 26. No Anexo II.f encontra-se uma solução deste ponto singular recomendada por um fabricante deste tipo de membranas. No caso de se estar perante a tipologia de cobertura de acesso limitado e se optar por não realizar a sobre-elevação, essa situação vai diferenciar-se da anteriormente tratada somente por não ser aplicada a membrana de remate da sobre-elevação fixada com cola, tendo-se em vez disso, a soldadura por ar quente da membrana de remate da junta à membrana utilizada na zona corrente, nas zonas onde esta foi fixada mecanicamente, tal como na situação anteriormente descrita. Nos remates sobre-elevados, e independentemente do tipo de membrana aplicada, pode-se também recorrer a elementos pré-fabricados de betão, de pedra ou de chapa metálica. Nestes casos o revestimento de impermeabilização limita-se a cobrir a altura da sobre-elevação, sem haver o remate superior como visto na Figura 27. De referir que nos casos de membranas de betumes modificados a aderência é feita através da ação da chama (soldada, portanto), e nos casos de membranas termoplásticas de PVC recorre-se a um perfil de aço revestido a PVC, fixado mecanicamente ao longo do topo do bordo, sendo soldado neste por ação de ar quente a membrana de remate, e recorrendo a cola no desenvolvimento em altura da sobre-elevação. 29 Uma junta de dilatação de resolução problemática ocorre quando esta se dá na separação de dois edifícios de alturas diferentes. Nestes casos deverá utilizar-se para os dois tipos de membranas analisados um pormenor semelhante ao da Figura 28, que garante a transmissão de movimentos entre os dois corpos sem comprometer a impermeabilização (Lopes, 1994b). Figura 26 - Pormenor construtivo de remate de junta estrutural sobre-elevada com membrana de PVC (DA 23, 2010) Figura 27 - Pormenor construtivo de junta estrutural sobre-elevada com capeamento (Lopes, 1994b) 30 Figura 28 - Pormenor construtivo de remate numa separação de edifícios de alturas diferentes (Lopes, 1994b) 2.5.3. Pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais Os grandes problemas dos pontos de evacuação de águas pluviais são sobretudo “ (…) as obstruções criadas à evacuação da água e os defeitos de ligação em superfície corrente com os dispositivos de evacuação da água.” (Lopes, 1994b). De forma a evitar a ocorrência destes fenómenos deve-se optar pelo recurso a um ralo de pinha nas embocaduras dos tubos de queda (Lopes, 1994b; Paulo, et al., 2012), promover um rebaixamento da camada de forma nas zonas de tubo de queda para assim se fazer face ao engrossamento do revestimento de impermeabilização nessa zona, e recorrer a peças de ligação com o tubo de queda ou outro dispositivo de recolha e descarga (aro intercalado no sistema de impermeabilização, solidário com um canhão, como se pode ver na Figura 29 (Lopes, 1994b)). Relativamente ao canhão, Lopes (1994b) refere ainda que “É necessário garantir que o canhão penetre na extensão suficiente do tubo de queda para que não haja repasses de água através dessa junção.” De referir que na Figura 29, a conceção correta deste ponto singular deveria especificar o remate num ponto inferior face ao revestimento de impermeabilização, estando a restante especificação apresentada correta. No Anexo II.g encontram-se disposições construtivas recomendadas por fabricantes das membranas em estudo. Nas zonas de drenagem das águas pluviais, é importante garantir que as membranas vão sendo aplicadas no sentido ascendente para que o ligeiro ressalto resultante das juntas de sobreposição de membranas não fique exposto diretamente à lâmina de água (Lopes, 1994b). Este conceito encontrase explícito na Figura 30, onde à esquerda se encontra a situação recomendada e à direita uma situação insatisfatória. 31 Figura 29 - Pormenor construtivo de embocadura de tubo de queda (Lopes, 1994b) Figura 30 - Pormenor da ordem de aplicação do revestimento de impermeabilização (Lopes, 1994b) 2.5.4. Outros elementos emergentes Neste ponto, incluem-se as chaminés, tubos de ventilação e outros eventuais elementos emergentes de secção circular ou curvilínea. De uma forma geral, a solução a adotar para estes pontos singulares, tendo em conta as membranas em estudo, consiste na aplicação de um cordão flexível no bordo inferior do elemento por forma a dessolidarizar o revestimento de impermeabilização usado na superfície corrente, da tubagem (Lopes, 1994b). Quanto ao topo do remate, este pode ser realizado através de “(…) cintagem e aperto nessa zona, complementada com um vedante apropriado.” (Lopes, 1994b). A Figura 31 pretende expor esta situação num caso de uma tubagem emergente. 32 Figura 31 - Pormenor construtivo de remate em tubagem emergente (Lopes, 1994b) 33 2.6. Anomalias mais frequentes A análise das anomalias mais frequentemente verificadas em impermeabilizações de coberturas planas tem interesse na definição das atividades de controlo técnico das mesmas, pois permite através da determinação das principais causas da patologia, determinar pontos essenciais a verificar para o sucesso do sistema de impermeabilização. Uma dada patologia normalmente não é fruto de uma única falha, mas sim de um conjunto de condições anómalas, onde por vezes uma ou outra se destaca. Segundo um estudo a cerca de duas centenas de coberturas planas com anomalias (Figura 32) elaborado por Silva e Gonçalves (2001), cerca de 44% das patologias correspondem a erros de aplicação do sistema de impermeabilização e 38% a erros de projeto, o que vinca a importância dessas fases no sucesso do sistema. Distribuição das anomalias de acordo com a sua origem 8% 10% Conceção 38% Aplicação Materiais Utilização 44% Figura 32 - Distribuição de anomalias de acordo com origem (Silva e Gonçalves, 2001) Por outro lado, de acordo com o mesmo estudo, somente 28% das anomalias registadas nos sistemas de impermeabilização de coberturas planas ocorrem na denominada zona corrente da cobertura, sendo os outros 72% distribuídos pelas zonas singulares como se pode ver na Figura 33. Distribuição das anomalias pelas zonas da cobertura 13% 28% Superfície Corrente Zonas Periféricas 21% Dispositivos de evacuação Pontos Singulares 38% Figura 33 - Distribuição das anomalias pelas zonas da cobertura (Silva e Gonçalves, et al., 2001) 34 No Anexo III encontram-se descriminados os resultados do estudo em causa, bem como os diversos pontos que compõe os quatro grupos acima mencionados, sendo que nesta tese apenas se faz a distinção entre zona corrente e zona com pontos singulares, agrupando esta última os três pontos referentes a “Dispositivos de evacuação”, “Pontos singulares” e “Zonas periféricas” definidos no referido estudo. De referir que de resto, esta é a abordagem utilizada por outros autores, como Lopes (1994b), sendo que a classificação de anomalias dentro dos dois grupos vai também seguir a abordagem utilizada pelo mesmo autor. Essa classificação encontra-se esquematizada na Figura 34. Zona Corrente Pontos Singulares Fissuração do revestimento de Impermeabilização Descolamentos de remates com elementos emergentes ou imergentes da cobertura Perfuração do revestimento de impermeabilização Anomalias relacionadas com os agentes climáticos Rasgamento ou fissuração de remates em juntas de dilatação ou noutros pontos singulares Empolamentos Figura 34 - Classificação de anomalias por zona da cobertura (Lopes, 1994b) 2.6.1. Zona corrente Em zona corrente, pode-se agrupar a generalidade das anomalias no revestimento de impermeabilização (que é o elemento chave do sistema) em quatro subgrupos: as anomalias relacionadas com a fissuração, perfuração, empolamentos e as relacionadas com os agentes climatéricos (que poderão gerar ou agravar patologias relacionadas com fissuração ou empolamentos). Desta forma, irá ser abordado cada grupo de anomalias separadamente nos pontos de que seguem. a) Fissuração do revestimento de impermeabilização A fissuração de revestimento de impermeabilização em zona corrente, seguindo a abordagem de Lopes (Lopes, 1994b), tem origem principalmente em duas fontes, a proteção do revestimento e o suporte da impermeabilização. Não é de se desprezar no entanto, o efeito dos agentes climáticos no agravamento desta patologia nomeadamente a radiação UV de forma mais direta, ou o vento de forma indireta através do arrastamento do material de proteção. 35 a.1) Proteção do revestimento de impermeabilização Relativamente à primeira fonte considerada, a proteção do revestimento de impermeabilização, há três casos a considerar; quando se trata de uma proteção pesada rígida, proteção pesada com elementos soltos e o caso das membranas betuminosas autoprotegidas por granulado mineral. Na situação de proteção pesada com elementos rígidos, esta anomalia é comum quando não é colocada uma camada de dessolidarização entre o revestimento da impermeabilização e a proteção, o que vai gerar atrito devido a movimentos relativos entre as duas camadas (quer seja por diferenças de temperaturas, quer por retrações dos materiais em questão). Com o desenvolver desse atrito, são transmitidos à camada de revestimento da impermeabilização tensões que acabam por exceder a capacidade de deformação, dando-se assim a fissuração (Lopes, 1994b). A inexistência de juntas de esquartelamento na proteção em questão convenientemente afastadas entre si, agrava, segundo o mesmo autor, o fenómeno, por permitir maiores valores absolutos aos movimentos da proteção. No caso da proteção pesada com elementos soltos, a fissuração ocorre quando há um deslocamento do material de proteção por ação do vento (mais pronunciado normalmente na periferia da cobertura), que vai assim deixar a descoberto parte do revestimento da impermeabilização, ficando este desta forma exposto à radiação UV que o levará a um envelhecimento prematuro (Lopes, 1994b). Lopes (1994b) refere que a granulometria do material solto (de preferência calhau rolado), deverá ser “(…) não inferior a 5 mm, nem superior a 2/3 da espessura da camada, a qual não deve ser por sua vez inferior a 40 mm.”. Outra medida a tomar contra o efeito do vento segundo o mesmo autor, passa por substituir o material solto na periferia, por “(…) uma proteção pesada em camada rígida (por exemplo, placas de betão justapostas).”. Por fim, nos casos de membranas betuminosas autoprotegidas por granulado mineral, a deficiente aderência desse granulado à membrana e consequente possível desprendimento, leva à exposição dos materiais betuminosos aos agentes atmosféricos, nomeadamente a radiação, levando desta forma a solução a um envelhecimento precoce (Lopes, 1994b). No mesmo trabalho, Lopes (1994b) conclui que a eficácia face aos agente atmosféricos deste tipo de membranas é mais reduzida do que as membranas protegidas superiormente por material solto ou por uma proteção pesada rígida, fazendo assim com que a ocorrência de fissuração nas primeiras seja mais fácil de se verificar. a.2) Suporte da impermeabilização Quanto à fissuração associada ao suporte, há que ter em conta as incompatibilidades químicas entre materiais (como foi visto em 2.4.2. a respeito das membranas de PVC e as suas incompatibilidades com diversos tipos de suporte), e o tipo de ligação do revestimento de impermeabilização. 36 Relativamente ao tipo de ligação acima mencionado, é importante garantir a dessolidarização entre o revestimento de impermeabilização e suportes com deformações significativas (quer no seu plano, quer num plano perpendicular), por forma a evitar a fissuração, podendo isso ser feito através da conceção de sistemas independentes face aos sistemas totalmente aderidos (Lopes, 1994b). Por outro lado, os sistemas independentes têm algumas desvantagens, como seja a necessidade de aplicação de uma proteção pesada que fará aumentar os custos do sistema, ou a maior dificuldade em detetar zonas com anomalias, pois segundo Lopes (1994b), “(…) a água infiltrada por uma zona fissurada do sistema de impermeabilização independente é encaminhada sobre este, manifestandose no interior do edifício em zonas, em geral, distintas daquelas por onde ocorreu a infiltração.”. b) Perfuração do revestimento de impermeabilização As anomalias referentes à perfuração do revestimento de impermeabilização têm origem tipicamente na queda de objetos sobre o revestimento de impermeabilização, ou a colocação sobre o revestimento de impermeabilização de equipamentos diversos (antenas, depósitos de água, cavaletes, etc.) (Lopes, 1994b). De referir que segundo o mesmo autor, quanto mais compressível for o suporte, maior o efeito das ações descritas sobre o revestimento. Uma medida importante a ter em conta para prevenir a perfuração relativa à instalação de equipamentos, é a colocação de camadas de distribuição uniformes das cargas pontuais em questão, bem como a criação de caminhos de circulação, mesmo em coberturas não acessíveis (Lopes, 1994b). c) Anomalias referentes aos agentes climáticos Os agentes climáticos com ação mais relevante do ponto de vista das anomalias são essencialmente a ação do vento, a presença prolongada de água, a ação do calor e a radiação ultravioleta. c.1) Ação do vento Os efeitos anómalos da ação do vento a considerar sobre as coberturas planas são nomeadamente o arrastamento da proteção pesada quando esta é composta por elementos soltos, arrancamento (e eventual rasgamento) do revestimento de impermeabilização e rotura de suportes isolantes em painéis, por tração perpendicular às suas faces (Lopes, 1994b). No caso do arrastamento de material solto da proteção pesada, como já foi referido acima, esta ação dá-se com maior importância na periferia da cobertura; assim por vezes é preferível a aplicação nessas zonas de proteção pesada rígida (Lopes, 1994b). No entanto, esta situação é mais problemática sobretudo nos casos onde não se aplicou uma espessura de material correta ou onde o material tem dimensões inferiores ao recomendado. O arrancamento e eventual rasgamento da impermeabilização poderá ocorrer ou quando se dá o arrastamento do material solto, como referido anteriormente, ou quando a proteção aplicada é uma proteção leve (Lopes, 1994b). É importante referir ainda que nos sistemas com proteção pesada com 37 elementos soltos, só faz sentido o sistema ser independente, o que traduz a importância dessa proteção. Quanto aos sistemas com proteção leve, serão à partida fixados através de colagem, soldadura ou fixações mecânicas, pelo que a qualidade do processo de fixação é determinante (Lopes, 1994b). Relativamente à rotura de suportes isolantes, esta situação, segundo Lopes (1994b), poderá ocorrer sobretudo nos casos em que o isolante utilizado tem pouca resistência à tração perpendicular, como sejam as lãs minerais. Com essa resistência vencida pela ação do vento dá-se uma perda de coesão do material, originando assim a rotura do suporte, com todas as desvantagens que daí advêm. Nos casos de uso deste tipo de isolantes e especialmente quando a ação do vento é desfavorável, é recomendada a aplicação de uma proteção pesada sobre o sistema, ou a introdução de fixações mecânicas (Lopes, 1994b). c.2) Presença prolongada de água A presença prolongada de água numa cobertura é no geral devida a uma pendente insuficiente, a uma conformação insatisfatória da camada de forma, à obstrução dos dispositivos de drenagem e evacuação de águas pluviais, disposições construtivas inadequadas nas zonas de tubos de queda ou ainda devido a deformações localizadas de suportes mais compressíveis (Lopes, 1994b). No que toca a pendente, esta dependerá do tipo de revestimento de impermeabilização, havendo documentos como os DA elaborados pelo LNEC que definem intervalos de valores para os sistemas de impermeabilização que são objeto desses documentos. Para além dos efeitos negativos dessa presença, nomeadamente nos ciclos de humidificaçãosecagem, também torna ainda mais problemáticos os casos onde o revestimento apresenta já fissurações ou perfuração, sendo desta forma claro o inconveniente da sua presença. c.3) Ação do calor Os efeitos da ação do calor nos revestimentos de impermeabilização estão diretamente relacionados com o tipo de revestimento, a sua proteção, meio de ligação ao suporte, existência ou não de isolamento térmico sobre o revestimento, entre outros (Lopes, 1994b). Esses efeitos são essencialmente a modificação de características de alguns revestimentos, que levará eventualmente ao aparecimento de fissuração e à redução da ductilidade dos revestimentos de impermeabilização (especialmente nas membranas de PVC, através da perda de plastificante) (Lopes, 1994b). Por outro lado, algumas membranas de PVC podem sofrer deformações acentuadas de retração se a sua formulação não for a mais indicada. Na aplicação das membranas em estudo, recorre-se ao calor para efetuar as soldaduras; uma exposição prolongada das membranas armadas a essa fonte de calor pode afetar as respetivas 38 armaduras, podendo levar à perda das capacidades resistentes e de deformação da armadura (Lopes, 1994b). c.4) Ação da radiação ultravioleta A ação da radiação ultravioleta traduz-se essencialmente em alterações ao nível da composição das camadas de revestimento de impermeabilização que acabam por tornar estes menos dúcteis (através de alterações da composição dos betumes nas membranas betuminosas e da perda de plastificante nas membranas de PVC) e assim mais passiveis à fissuração devida a movimentos do suporte ou da camada de proteção (Lopes, 1994b). A forma mais simples de atenuar estes efeitos consiste na utilização de proteção adequada do revestimento de impermeabilização, ou a manutenção do sistema no caso de uso de material solto sob ação do vento. d) Empolamentos Os empolamentos são sobre-elevações à superfície do revestimento e consistem em bolsas de ar e de vapor de água sob pressão. Para além dos inconvenientes que possam ser gerados no escoamento das águas pluviais, estes empolamentos são também susceptíveis à perfuração ou rotura quando submetidos a ações mecânicas (Lopes, 1994b). Na origem desta anomalia está a existência de vazios entre camadas do sistema de impermeabilização ou entre este e o seu suporte, sendo as principais causas a inexistência de colagem das camadas do sistema, falta de planeza do suporte (sobretudo quando constituído por painéis isolantes), materiais estranhos confinados entre a impermeabilização e o suporte ou nos casos em que são aplicados rolos de membranas que se encontram achatados devido a armazenamento incorreto (Lopes, 1994b). Lopes (1994b), refere algumas possíveis medidas, como seja por exemplo, no caso de aplicação de membranas de betumes modificadas por ação de chama, “(…) esta deve ser realizada duma forma contínua, devendo ser controladas a velocidade do movimento do maçarico e a sua distância ao material a ligar, de modo a ambas se manterem sensivelmente constantes.” A solução de cobertura invertida, refere o autor, é ideal para assim se evitarem variações acentuadas de temperatura no caso de revestimentos de impermeabilização betuminosos, sendo no entanto suficiente a colocação de uma proteção pesada. No caso de revestimentos de impermeabilização aparentes, a aplicação de dispositivos com vista a dissipar a pressão do vapor de água, como sejam as chaminés de ventilação, é uma medida preventiva para esta situação dos empolamentos a ter em conta (Lopes, 1994b). 39 2.6.2. Zonas singulares Neste ponto serão abordados as anomalias que se verificam nos pontos singulares do sistema de impermeabilização das coberturas em terraço. Ao contrário da análise feita para a zona corrente, onde em primeiro nível estava a descrição da anomalia a tratar, neste ponto optou-se por abordar os tipos de pontos singulares considerados e a cada tipo corresponder então as suas anomalias mais comuns, seguindo desta forma também a metodologia aplicada por Lopes (1994b). a) Paredes emergentes Para além do exemplo mais simples de parede emergente, neste ponto são também tidas em conta as anomalias em soleiras de portas e chaminés (de secção não circular ou curvilínea tal como tratado em 2.5), que no fundo assemelham-se a uma parede emergente. As anomalias mais comuns nestes elementos são o descolamento, deslizamento, insuficiente altura dos remates e a fissuração dos mesmos (Lopes, 1994b). Nos casos de descolamento do remate, as causas devem-se sobretudo à superfície aonde este é feito e à respetiva configuração, ou à colagem. Para a primeira causa e segundo Lopes (1994b), os fatores são normalmente a existência de um reboco insatisfatório, teor de humidade do reboco demasiado elevado ou configurações da solução de remate deficientes. Quanto à configuração do remate, um fator importante segundo o mesmo autor é a inexistência de “(…) disposições construtivas de proteção do bordo superior do remate, contra a ação do escorrimento de água da chuva pelo paramento de elementos emergentes de desenvolvimento significativo em altura (…)”. Relativamente à colagem, os fatores podem variar desde a insuficiente quantidade de produto de colagem aplicado, a condições ambiente desfavoráveis ou com qualidade baixa da mão-de-obra, que poderá levar por exemplo à execução de larguras reduzidas das juntas de sobreposição (Lopes, 1994b). Como medidas de prevenção face ao descolamento de remates, tem-se sobretudo a pormenorização e execução correta do mesmo, seguindo as indicações já abordadas em 2.5. O deslizamento do remate, surge normalmente quando o desenvolvimento em altura do mesmo é elevado e não existe uma fixação mecânica complementar no bordo superior do remate (Lopes, 1994b). Esta necessidade de fixação mecânica é também abordada aquando da apresentação dos pormenores construtivos referentes a este ponto singular em 2.5. O requisito de uma dada altura mínima para o remate está relacionado segundo Lopes (1994b), com a “(…) necessidade de garantir uma resistência satisfatória aos esforços que tendem a provocar o descolamento ou deslizamento desses remates relativamente ao paramento da parede ou platibanda.” Esta mesma importância foi já salientada no capítulo 2.5. 40 A fissuração dos remates pode ocorrer, seguindo a abordagem de Lopes (1994b), nos seguintes casos: Na presença de uma proteção pesada rígida, não se cria uma junta nesta a cerca de 0,30 m da zona de remate, de forma acomodar eventuais dilatações dessa camada (conforma visto em 2.5); Quando o remate vertical não é protegido, especialmente nas tipologias de coberturas acessíveis; Quando ocorrem movimentos diferenciais significativos entre a estrutura resistente e o elemento emergente; Inexistência de bandas de dessolidarização em elementos pré-fabricados emergentes, tal como referido em 2.5. Outra patologia que afeta este tipo de pontos singulares, está relacionada com a falta de capeamento adequado das platibandas, especialmente quando estas são constituídas por tijolo furado ou blocos de betão, que acaba por permitir a penetração de água pelo tardoz do revestimento de impermeabilização (Lopes, 1994b). De forma a evitar esta anomalia, deverá, tal como explicitado no capítulo 2.5, recorrer-se a capeamentos apropriados, com pendente voltada para o terraço. No caso de capeamentos que recorram a fixações mecânicas, é importante também garantir que essas fixações estão vedadas com anilhas apropriadas e eventualmente complementado esse efeito com recurso a mástique (Lopes, 1994b). a) Juntas de dilatação As anomalias mais comuns verificadas nas zonas de juntas de dilatação são o descolamento das juntas de sobreposição dos remates e a fissuração ou enrugamento dos remates nessas zonas (Lopes, 1994b). Nestes pontos singulares é recomendada a sobre-elevação dos remates, especialmente em coberturas acessíveis, como forma de os proteger das ações mecânicas tal como visto em 2.5. A forma de evitar as anomalias referidas paras estes pontos singulares, para além da já referida sobre-elevação, consiste numa pormenorização e execução correta de soluções que permitam a dessolidarização do remate nesses pontos. Conforme visto em 2.5, um exemplo disso é a criação de uma zona de aproximadamente 0,30 m de extensão, não colada ou soldada a não ser nas suas extremidades. Na zona da junta deve ser colocado um empanque comprimido na junta, por forma ao remate assentar neste (Lopes, 1994b). No caso de uma junta separando dois edifícios com alturas diferentes é igualmente importante garantir a dessolidarização do remate, através de uma conceção e execução de pormenores construtivos adequados, tal como abordado em 2.5. 41 b) Pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais Nos pontos de evacuação e drenagem de águas pluviais, as anomalias mais frequentes são sobretudo as obstruções criadas às águas pluviais e defeitos de ligação da impermeabilização na superfície corrente com os dispositivos de evacuação de água. No caso das obstruções à evacuação de água, a utilização de ralos de pinha bem como a utilização de sistemas construtivos adequados, tal como referido em 2.5, aliados a uma manutenção periódica, são os pontos mais importantes a verificar de forma a tornar menos provável a sua ocorrência. No caso dos defeitos de ligação, deve-se sobretudo seguir as boas práticas já mencionadas em 2.5 de forma a evitar a sua ocorrência. Relativamente aos sistemas de drenagem – as caleiras – as anomalias mais verificadas são sobretudo o descolamento das juntas de sobreposição das respetivas membranas e a fissuração dessas membranas. Segundo Lopes (1994b), os fatores mais importantes para a verificação da anomalia referente ao descolamento das juntas de sobreposição, são sobretudo “(…) a reduzida largura dessas juntas, o sentido segundo o qual foram aplicadas as membranas, a reduzida pendente da cobertura, senão quando nula ou mesmo invertida, ou, evidentemente, a utilização de produtos de colagem insatisfatórios ou a deficiente execução da colagem.” Na mesma obra, o autor vinca a importância do sentido de aplicação das membranas nas zonas de caleiras, sendo de resto mais determinante nessas zonas do que em superfície corrente, já que haverá maior caudal nesses dispositivos. A segunda anomalia referida – fissuração do revestimento de impermeabilização na zona da caleira – ocorre sobretudo devido a “(...) um envelhecimento mais acentuado dos materiais que o constituem, ou a disposições construtivas insatisfatórias.” Esse envelhecimento mais acentuado na zona de caleira, dá-se sobretudo devido a esta zona estar sujeita a uma maior intensidade de ações mecânicas de desgaste, face à superfície corrente (Lopes, 1994b). c) Elementos emergentes da cobertura Como elementos emergentes da cobertura dão-se sobretudo destaque às chaminés, tubos de ventilação e guardas de platibanda (Lopes, 1994b). No caso das chaminés, tem-se que este é em tudo semelhante às paredes emergentes anteriormente abordadas, sendo assim as anomalias mais frequentes o descolamento, deslizamento e a fissuração de remates. Os fenómenos causadores destas anomalias foram já abordados nesse mesmo ponto referente às paredes emergentes. Nos tubos de ventilação as anomalias mais comuns são os descolamentos ou fissurações dos remates executados nesses elementos e são normalmente, segundo Lopes (1994b) “(…) motivados, 42 ou por acentuados deslocamentos na direção vertical das respetivas tubagens, ou por deficientes soluções de proteção dos bordos superiores dos remates.” Uma forma de evitar esses referidos deslocamentos e as deficientes soluções de proteção dos bordos superiores dos remates, é a de adotar uma disposição construtiva do tipo da já referida em 2.5. na Figura 33. Quanto às guardas das platibandas Lopes (1994b) refere que as anomalias surgem sobretudo quando se recorre a elementos metálicos, em que os montantes são aplicados “(…) posteriormente à execução do sistema de impermeabilização, ou são rematados com soluções de impermeabilização de execução deficiente.” O grande problema da execução do remate posterior à execução do sistema de impermeabilização é, segundo o autor, ser “(…) corrente não se fazer a zona de impermeabilização afetada, ou quando tal é feito, sê-lo apressadamente sem os cuidados necessários (…)”. 43 3. Controlo Técnico de Impermeabilizações em Coberturas Planas Neste capítulo será tratada a temática do controlo técnico, primeiro fazendo uma abordagem de forma geral, e contextualizando a sua atual aplicação em Portugal e na Europa. No segundo subcapítulo apresenta-se um enquadramento e linhas de orientação para as atividades de controlo técnico aplicada às impermeabilizações de coberturas planas, tendo em conta o que foi estudado e apresentado no segundo capítulo do presente trabalho. 3.1. Enquadramento da atividade de controlo técnico Neste subcapítulo pretende-se enquadrar de forma geral o tema do controlo técnico. Num primeiro ponto será introduzido o conceito do controlo técnico, a sua aplicação e objetivos, seguindo-se num segundo a análise do controlo técnico em contraste com a atividade de fiscalização e um terceiro ponto onde se aborda a atividade entre os organismos de controlo técnico e as seguradoras, partes interessadas e complementares no processo de melhoria da qualidade da construção em geral e das impermeabilizações em coberturas planas em particular. Por fim num quarto e quinto ponto procede-se à apreciação da situação atual das atividades de controlo técnico em Portugal e noutros países europeus, seguido de uma breve explicação dos resultados esperados de uma análise de controlo técnico. 3.1.1. Conceito O controlo técnico é uma ferramenta de apreciação do risco técnico associada aos empreendimentos de construção civil, aplicada de forma sistemática por uma terceira parte, independente das envolvidas na promoção, conceção, execução e manutenção de empreendimentos de construção (Almeida, 2011). Doumeyrou (1986) indica que as vantagens da atividade de controlo técnico são “a qualidade do construído, a garantia de cumprimento do estabelecido nas bases normativas e regulamentares, o apoio técnico ao projetista e ao empreiteiro, entre outros”. Brites e Grandão (1990) definem controlo técnico como “as ações que permitem apreciar ou medir as características de um serviço ou de um produto por comparação com as exigências estabelecidas”. Jafar (2013) destaca esta mesma comunicação de Brites e Grandão (1990), nomeadamente a caracterização da função do controlo técnico explanada pelos autores: Exige a prévia definição do nível de qualidade pretendido. Os parâmetros a ter em conta no seu estabelecimento são o custo indicado, o prazo desejado e a qualidade compatível; Apoia o dono da obra na definição das medidas a tomar para atingir o nível de qualidade prefixado quer em projeto quer em obra; 45 Estabelece uma aproximação sistemática aos problemas da qualidade, em ordem a prevenir ou diminuir erros, omissões e defeitos, reduzindo os custos da “não qualidade” dos projetos e da fiscalização em obra, diminuindo os atrasos por erros ou omissões de projeto e não condescendendo com alterações aos objetivos (técnicos e de prazos iniciais); Garante a exequibilidade e segurança dos trabalhos; Garante que a qualidade pretendida em termos das diferentes especialidades envolvidas é acompanhada durante a execução dos trabalhos; Identifica o tipo de empreendimento junto das seguradoras e/ou resseguradoras, garantindo a exequibilidade do seguro, com um determinado nível, em função do risco; O controlo técnico atua na perspetiva da defesa do consumidor, dono da obra ou cliente final (comprador ou arrendatário), por garantir um determinado nível de qualidade;” O controlo técnico pode ter diferenças ao nível do seu conceito dependendo do país. Decker (2013) e Deman (2013), evidenciam isso mesmo nos seus trabalhos relativamente à situação do controlo técnico na Bélgica, Alemanha e Reino Unido (Decker, 2013), e na Bélgica, Holanda, Suécia e França (Deman, 2013). Decker (2013) e (Deman, 2013) referem que na Bélgica as atividades de controlo técnico visam garantir que existe um ambiente de qualidade em todas as fases do empreendimento de construção, bem como permitir a segurança dos trabalhadores envolvidas na construção do empreendimento. Além disso as atividades de controlo técnico devem garantir que os edifícios são amigos do ambiente e confortáveis para os seus utilizadores. Decker (2013) indica que na Alemanha, o propósito do controlo técnico é o de assegurar que todos os projetos cumprem com as leis e normas existentes, o que por si só garante um acréscimo de qualidade. Segundo o mesmo autor, no País de Gales e na Inglaterra, o controlo técnico é visto como uma atividade que permite reduzir os riscos e aumentar a qualidade do edificado, enquanto que na Escócia e Irlanda do Norte, o controlo técnico é tido como uma forma de assegurar que todos os projetos e trabalhos são realizados de acordo com os requisitos, de forma a aumentar a qualidade na construção. Deman (2013) refere que na Holanda o controlo técnico tem como principal função intervir de forma a prevenir os riscos técnicos, havendo também um grande enfase no desempenho energético dos edifícios. Já na Suécia, a atividade é vista como forma de verificar o cumprimento dos requisitos técnicos e de evitar riscos nos empreendimentos. Na França, por sua vez, o autor refere que o principal propósito é a compilação dos riscos técnicos associados, de forma a obter por parte das seguradoras os seguros decenais. O controlo técnico implica a necessidade de se criar um programa da qualidade da construção e estabelecer procedimentos de controlo e verificação que permitem, em caso de comprovação de boa execução dos trabalhos, a obtenção dos seguros decenais de danos (Jafar, 2013). 46 3.1.2. Controlo Técnico e Fiscalização Comparativamente à atividade de fiscalização da fase de execução de obras (tal como é habitual em Portugal), o controlo técnico diferencia-se pela independência já referida para com as restantes partes envolvidas (incluindo independência em relação ao dono de obra), mas também por não procurar fazer uma verificação exaustiva de todos os aspetos da realização de dado elemento, procurando antes assegurar que “existe no local um correto ambiente técnico de qualidade” (Doumeyrou, 1986a). Essa verificação não exaustiva na fase de execução pode consistir em visitas à obra em pontoschave definidos pelo responsável pelo controlo técnico, sendo que as conclusões do controlo técnico, para essa fase, são obtidas com a conjugação dos dados obtidos nas várias visitas realizadas, por amostragem. No entanto, segundo Almeida (2011), “(…) o controlador técnico pode fazer uso das informações geradas no âmbito das atividades de fiscalização (…)” . Almeida (2011) refere que, enquanto o controlo técnico consiste numa avaliação de conformidade de terceira parte (independente), a fiscalização é uma “avaliação da conformidade de segunda parte, na medida em que é executada por pessoas ou organismos independentes de quem constrói as soluções de engenharia, mas que estão vinculadas a quem detém interesses na utilização dessas soluções (por exemplo, o dono de obra).” Além disso, o controlo técnico abrange para além da fase de execução, a fase de projeto e eventualmente de utilização ou manutenção, já a fiscalização incide somente na fase de execução (Jafar, 2013). Comparando ainda o objetivo da atividade de controlo técnico com o da atividade de fiscalização, tem-se que a primeira foca-se no aspeto da qualidade, enquanto que a atividade de fiscalização está orientada sobretudo para os aspetos relacionados com prazos e custos. 3.1.3. Controlo Técnico e Seguros A este respeito, Jafar (2013) refere que: “Na grande maioria dos casos, a atividade de controlo técnico surge da necessidade de uma seguradora e das outras entidades envolvidas terem garantias nos domínios de engenharia em como uma construção tem qualidade para poder ser assegurada, requerendo-se para isso a presença de um organismo que controle a qualidade tanto da conceção como da execução da obra.” Pode existir alguma articulação entre as entidades responsáveis pelo controlo e as companhias de seguros. No entanto, apesar dessa articulação, estas duas atividades funcionam de forma independente uma da outra (Doumeyrou, 1986b): Às entidades de controlo técnico cabe-lhes a temática da qualidade, e com os seus elementos técnicos permitem às companhias de seguros a definição do risco inerente. Às companhias de seguros, por sua vez, cabe-lhes assumir o risco, comprometendo-se com eventuais consequências financeiras de uma não-conformidade. 47 Relativamente à modalidade de seguro, é diferenciado o seguro relativo aos elementos estruturais, o qual tem um prazo de 10 anos e pode ter caracter obrigatório (seguro decenal), do dos elementos não estruturais, onde se incluem as impermeabilizações de coberturas planas abordadas neste trabalho, onde o seguro é trienal e habitualmente voluntário (Tomaz, 2013). 3.1.4. Controlo técnico em Portugal e na Europa O controlo técnico em Portugal, apesar de ser conhecido, discutido e reconhecidas as suas potencialidades, não é ainda uma ferramenta de uso corrente nos empreendimentos nacionais, e quando é feito, os intervenientes são empresas internacionais que se instalaram no nosso país, e que detêm experiência no ramo acumulada noutros países (Jafar, 2013). Ao contrário do que acontece em alguns países, não existe ainda em Portugal uma regulamentação que regule a atividade. Sobre este assunto, Jafar (2013) refere que em Portugal: “(…) apesar de este assunto estar a ser amplamente discutido há cerca de 30 anos no seio da comunidade técnicocientífica, continua sem existir um enquadramento legal específico ou uma definição clara para as atividades de controlo técnico.” Em alguns países da Europa a realidade do Controlo Técnico é bem diferente da que se vive em Portugal. Em Países como a Espanha, França ou Itália, o seguro para os elementos construídos é mesmo obrigatório, sendo na França, Reino Unido e Alemanha o Controlo Técnico definido por lei 6 (Jafar, 2013) . 3.1.5. Resultados do controlo técnico O resultado das atividades de controlo técnico é a atribuição de um nível de risco ao empreendimento de construção controlado. Seguindo a metodologia abordada por Almeida (2011), essa classificação pode ser considerada em três níveis: “Não agravado”, “Agravado” e “Muito agravado”. Ao nível “Não agravado” correspondem os sistemas construtivos onde as fases de projeto e execução não contêm soluções de engenharia que agravem o risco inerente (risco técnico inicial que não é possível eliminar na totalidade). Por sua vez, aos níveis “Agravado” e “Muito agravado”, correspondem ocorrências que, nas fases de projeto e/ou execução, de alguma forma incrementaram o risco técnico inicial. 3.2. Controlo técnico aplicado a impermeabilizações de coberturas planas Neste segundo subcapítulo relativo ao controlo técnico, pretende-se apresentar num primeiro ponto um resumo dos aspetos da qualidade relativos às impermeabilizações de coberturas planas que foram sendo abordados no segundo capítulo. 6 Jafar (2013) realizou uma análise comparativa das realidades relativas ao Controlo Técnico e ao regime de garantias existentes em 52 países. 48 De seguida procede-se à apresentação de um modelo de relatórios já utilizado (modelo espanhol), para a fase de projeto e execução, seguindo-se nos dois subcapítulos posteriores uma proposta para a sua melhoria, tornando-os específicos para as impermeabilizações de coberturas planas. Por fim é feito um resumo das propostas de modelos de relatórios relacionando-os com os aspetos da qualidade tratados no primeiro ponto deste subcapítulo. 3.2.1. Qualidade na impermeabilização de coberturas planas Nesta parte, pretende-se apresentar de forma resumida os pontos determinantes que foram sendo abordados ao longo deste texto em matéria de qualidade, para que o desempenho final da impermeabilização seja adequado. Esses pontos são listados no Anexo I. Analisam-se aqui, resumidamente, os referidos pontos em três fases em avaliação: projeto, execução e manutenção. Aos pontos afetos a cada uma dessas fases é atribuído um código de forma a facilitar a análise entre esses pontos e as partes dos modelos de relatórios propostos em 3.2.6. a) Fase de projeto Como se foi constatando ao longo do trabalho, a fase de projeto é determinante para o sucesso final do sistema de impermeabilização, sendo este facto comprovado por estudos já mencionados neste trabalho onde se verificou que 38% das anomalias estavam diretamente relacionadas com esta fase (Silva e Gonçalves, 2001). A grande importância da fase de conceção deve-se sobretudo à necessidade de uma análise de todos os pontos singulares que ocorrem na cobertura e uma pormenorização correta desses mesmos pontos. Esta ideia está novamente presente no estudo de Silva e Gonçalves (2001)(Silva, et al., 2001), já que 72% das anomalias ocorreram nestes pontos singulares, enaltecendo a sua importância para o correto desempenho do sistema impermeabilizante. A especificação de materiais e disposições construtivas é também importante nesta fase, quer na zona corrente, quer nos pontos singulares. Na Tabela 1, encontram-se resumidamente os pontos importantes referentes a esta fase. Tabela 1- Pontos importantes a verificar na fase de projeto Cód. Pontos a verificar no projeto Justificação Referências FP.1 Verificar se a tipologia traduz o uso futuro previsto De forma a proceder a uma correta especificação das camadas constituintes e respetivas caraterísticas (Lopes, 1994a) FP.2 Verificar que a solução de impermeabilização está de acordo com a tipologia determinada, seguindo as normas em vigor e documentos auxiliares (como os DA ou fichas técnicas) Diferentes tipologias de coberturas implicarão diferentes soluções das camadas constituintes (com relevo para a pendente, suporte do revestimento de impermeabilização, sistema de fixação, etc.) (Lopes, 1994a; Lopes 1994b) 49 Cód. Pontos a verificar no projeto Justificação Referências FP.3 Aferir que pontos singulares estarão presentes na cobertura de acordo com a arquitetura e eventuais equipamentos presentes A determinação dos pontos singulares presentes é fundamental para a sua correta conceção (Lopes, 1994b; Silva e Gonçalves, 2001) FP.4 Verificar que todos os pontos singulares estão pormenorizados, com soluções que visem a durabilidade do sistema Por forma a garantir um correto funcionamento da impermeabilização do sistema nesses pontos, bem como garantir a sua durabilidade (Lopes, 1994b) FP.5 Verificar que todos os materiais, as suas caraterísticas e disposições a adotar estão especificados A especificação destes elementos reduz a possibilidade de erro por parte do executante (Lopes, 1994b; Silva e Gonçalves, 2001) FP.6 Verificar que foram concebidas soluções que permitem aumentar a durabilidade geral do sistema Algumas soluções como a criação de caminhos específicos para efetuar a manutenção, ou a criação na periferia de coberturas protegidas por material solto de uma proteção contínua rígida, permitem melhorar a durabilidade do sistema, tal como foi abordado no texto (Lopes, 1994b) FP.7 Verificar a criação do "Livro do Edifício" indicando a periodicidade das manutenções, bem como o modo de as executar Cada solução de cobertura em terraço terá a sua metodologia de manutenção, e é necessário a criação de registos a transmitir ao utilizador final, por forma a evitar anomalias relativas à fase de manutenção (Silva Gonçalves, 2001) b) Fase de execução A fase de execução é também de grande importância para o sucesso do sistema construtivo em análise, até porque é aqui que o erro humano é mais passível de ocorrer. Segundo o estudo anteriormente referido de Silva e Gonçalves (2001), cerca de 44% das anomalias estão diretamente relacionadas com esta fase, ilustrando assim a tal maior exposição ao erro humano. A Tabela 2 resume os pontos mais relevantes a ter em conta nesta fase. Tabela 2 - Pontos importantes a verificar na fase de execução Cód. Pontos a verificar na execução Justificação Referências FE.1 Verificar que as condições ambiente são as indicadas ao tipo de soluções utilizadas Existem materiais sensíveis às condições climáticas adversas, e a sua aplicação perante essas condições poderá afetar o seu desempenho ou durabilidade (Exemplo: Lãs minerais e chuva) (Lopes, 1994b) FE.2 Verificar que se cumprem as disposições construtivas e materiais especificados em projeto As disposições presentes em projeto são as que à partida garantem o melhor desempenho e durabilidade para cada caso, e deverão por isso ser seguidas sem desvios, por forma a evitar as anomalias relacionadas com a aplicação (Lopes, 1994b; Silva e Gonçalves, 2001) FE.3 Verificar que a aplicação, transporte e manuseamento dos materiais é feita de acordo com as indicações das suas fichas técnicas Como foi abordado no texto, a incorreta aplicação ou manuseamento dos materiais poderá levar a anomalias (Lopes, 1994b) 50 e Cód. Pontos a verificar na execução Justificação Referências FE.4 Verificar que é feito o controlo dos produtos a aplicar através de averiguação de marcação CE, guias de transporte, etc É importante haver registos de que o produto que chega ao aplicador final, é de facto o especificado em projeto, sem desvios quanto à sua qualidade e características (Silva e Gonçalves, 2001) FE.5 Verificar que a camada que serve de suporte se encontra em condições adequadas ao nível de rugosidade, planeza e limpeza Verificando estes aspetos, previne-se a ocorrência de um conjunto de anomalias abordadas ao longo do texto (Paulo, 2012; Lopes, 1994b) FE.6 Verificar que as juntas estruturais ou de dilatação são respeitadas, tal como é especificado em projeto Nestes pontos deverão ser realizados pormenores construtivos de forma a permitir movimentos relativos entre os dois corpos, e que esses movimentos não ponham em causa o funcionamento do sistema de cobertura, conseguindo-se isso através de soluções de dessolidarização (Lopes 1994b) FE.7 7 Verificar que as betonagens são processadas de forma a minimizar o efeito de retração através da betonagem de painéis em "xadrez" Desta forma evita-se a presença de fissurações das camadas alvo de betonagens onde assentarão por exemplo a barreira pára-vapor (Paulo, 2012) FE.8 7 Verificar a qualidade do betão promover uma cura adequada e Desta forma pretende-se também evitar a ocorrência de fissurações nestas camadas que servirão de suporte a outras importantes no sistema de impermeabilização (Paulo, 2012) FE.9 Verificar que as fixações de membranas são realizadas tal como é estipulado em projeto e de forma cuidada dado ser um elemento chave A fixação das membranas na zona corrente, e sobretudo nas juntas de sobreposição é determinante para o sucesso do sistema de impermeabilização, pois uma falha nesse aspeto colocaria em risco todo o sistema (Lopes, 1994a; Silva e Gonçalves, 2001) FE.10 Verificar a realização do ensaio de estanquidade A realização deste tipo de ensaios serve como garantia de sucesso após execução da impermeabilização em zona corrente, ou em caso de resultado negativo, ajuda a apurar responsabilidades (Paulo, 2012) FE.11 Verificar que é vedado o acesso à cobertura depois de efetuado o ensaio de estanquidade De forma a evitar anomalias decorrentes do acesso à mesma. c) Fase de manutenção Esta fase tem uma importância menos significativa quando comparada com as outras duas já analisadas. No estudo de Silva e Gonçalves (2001), apenas 8% das anomalias verificadas estavam diretamente relacionadas com esta fase, o que espelha bem a sua menor relevância. Segundo Silva e Gonçalves (2001), as anomalias verificadas nesta fase devem-se sobretudo à falta de manutenção dos sistemas de evacuação de águas pluviais, e a perfurações acidentais no revestimento de impermeabilização. Desta forma, a Tabela 3 pretende resumir os pontos relevantes a ter em conta. 7 Aplicável no caso de a laje de cobertura ser de betão armado 51 Tabela 3 - Pontos importantes a verificar na fase de manutenção Cód. Pontos a verificar na manutenção Justificação Referências FM.1 Verificar se as atividades de manutenção são realizadas de acordo com o estipulado no "Livro do Edifício" Procedendo a uma manutenção com periodicidade e forma de execução correta tornará menos passível a ocorrência de anomalias relacionadas com a manutenção (Lopes, 1994b; Silva e Gonçalves, 2001) FM.2 Verificar se as atividades de manutenção realizam-se através de caminhos executados na cobertura para o efeito Com o recurso a estes caminhos evita-se a ocorrência de anomalias tal como referido no texto (Lopes, 1994b) Como se pode facilmente constatar, estes pontos estão relacionados com a atuação do cliente final, podendo contudo envolver atividades de controlo técnico caso, por exemplo, exista uma garantia que se prolonga por vários anos durante a utilização da construção. 3.2.2. Modelo base para o controlo técnico de impermeabilizações na fase de projeto Neste subcapítulo será abordado um modelo-tipo espanhol correntemente usado pelos organismos de controlo técnico (OCT) aquando da aplicação do controlo técnico à conceção de coberturas naquele país. Este modelo base pode ser aplicado a caves, coberturas e fachadas, e é composto por dois modelos de relatórios: um referente à fase de projeto (relatório D02) e outro referente à fase de execução (relatório D3). Os restantes modelos de relatórios, segundo o trabalho realizado por Almeida (2011), encontram-se no Anexo IV. Pode haver ainda uma análise posterior à conclusão do elemento, fazendo recurso ao modelo de relatório D3.bis. Dado esta análise ser opcional e só usada em casos muito específicos, como por exemplo, casos onde se pretende estender a garantia, esta ficha não será abordada neste trabalho. Ao longo dos modelos de relatórios que se apresentam tanto neste subcapítulo como no próximo, é referido o termo de “Reserva técnica”. Uma reserva técnica consiste na exposição por escrito de uma situação anómala grave, e que deve ser corrigida sob pena de agravar em demasia o risco técnico inerente à solução construtiva. O modelo de relatório relativo ao controlo técnico em impermeabilizações de coberturas na fase de projeto é normalmente designado por modelo de relatório de “Revisão do Projeto de Estanquidade”, podendo ser aplicada a qualquer tipo de coberturas, fachadas ou caves. Este modelo de relatório é dividido por cinco pontos mais um de introdução, que se podem denominar por “Introdução ao relatório”, “Participantes no projeto”, “Bases de partida”, “Documentação analisada”, “Enumeração dos relatórios emitidos” e “Conclusões”. Um relatório tipo deste modelo pode ser encontrada no Anexo V, sendo de referir que a mesma resulta de uma adaptação do modelo espanhol, utilizado por uma entidade de controlo técnico com 52 atuação a nível nacional, o qual foi disponibilizado por uma companhia de seguros nacional que comercializa apólices de seguro decenal. a) Introdução ao modelo de relatório Nesta primeira parte do modelo de relatório em causa, interessa sobretudo deixar registos sobre o foco do controlo técnico (a revisão do projeto de estanquidade pode ser aplicado a coberturas, fachadas ou caves), identificar os responsáveis pelo controlo técnico bem como os seus contactos, a data a que o controlo técnico se processou, o promotor/proprietário, a morada completa do empreendimento e ainda, como forma de controlo interno por parte da seguradora, eventuais números de processos internos. Desta forma, um modelo genérico desta parte do relatório poderá apresentar as características da Figura 35. . Relatório D02 Revisão do projeto de estanquidade Unidade de obra: Caves Coberturas Fachadas Processo: Técnicos responsáveis pelo controlo técnico Nome completo Contacto Email Data de execução do controlo técnico: Proprietário/ Promotor: Morada completa: Figura 35 - Introdução ao modelo de relatório D02 b) Participantes no projeto Neste segundo ponto do modelo de relatório, importa identificar as entidades intervenientes na elaboração do projeto (que poderão estar separadas pela parte de arquitetura e pela parte estrutural) e eventualmente, no caso de se aplicar também a caves, o responsável pelo estudo geotécnico. Para além da identificação dos participantes, a sua morada completa e o contacto devem estar presentes, para assim facilitar uma eventual necessidade de esclarecimento adicional futuro (Figura 36). 53 c) Bases de partida Este é o ponto de maior relevo para a análise do fator de agravamento do risco do presente modelo de relatório, já que inclui a análise dos elementos disponíveis do projeto, das normas aplicáveis, das soluções adotadas, materiais a aplicar e suas características, das soluções aplicadas em juntas e por fim a identificação de pormenores construtivos disponíveis no projeto (Figura 37). 1 - Participantes na construção Tipo Nome da entidade Contacto Morada completa Figura 36 - Participantes no projeto do D02 2 - Bases de partida 2.1 - Elementos disponíveis do projeto: Memória descritiva/ Caderno de encargos Sim Não Definição clara das unidades construtivas Sim Não Desenhos definitivos para execução Sim Não Pormenores construtivos Sim Não Outros Sim Não 2.2 - Normativa: Normativa exigível e aplicável Sim Não Normativa recomendável Sim Não Sim Não 2.3 - Soluções adotadas: Alteração ao risco técnico inicialmente previsto (Se Sim, indicar alterações) 2.4 - Materiais: 2.5 - Juntas (tipo de juntas e materiais utilizados): 2.6 - Pormenores construtivos disponíveis no projeto: Figura 37 - Bases de partida do D02 d) Documentação analisada Esta parte do modelo de relatório consiste apenas na listagem descriminada da documentação da obra a verificar incluindo a data identificativa e eventuais códigos ou referências, remetendo-se para 54 anexo esses mesmos documentos. Por documentação, neste ponto entende-se elementos do projeto, sejam eles peças escritas ou desenhadas (plantas, cortes, alçados ou pormenores construtivos). O aspeto geral deste ponto no modelo de relatório está ilustrado na Figura 38. 3 - Documentação analisada: Figura 38 - Documentação analisada do D02 e) Enumeração dos relatórios emitidos Este ponto tem como objetivo apresentar os eventuais pedidos justificativos em relação a componentes do projeto, as suas datas de emissão e resposta a esses mesmos pedidos e a adequabilidade da resposta/justificação apresentada pela entidade responsável do componente do projeto em análise. Um exemplo da forma a que esta parte do modelo de relatório corresponde encontra-se na Figura 39. 4 - Enumeração dos relatórios emitidos Tipo Data de emissão Data de resposta Resposta satisfatória Sim Não Sim Não Sim Não Figura 39 - Enumeração dos relatórios emitidos f) Conclusões Nesta última parte do modelo de relatório relativa à fase de projeto, pretende-se apresentar o resultado do controlo técnico (no fundo indicar se existem fatores de agravamento do risco significativos a ter em conta), a conclusão técnica do risco (nível de agravamento do risco técnico) e a enumeração de eventuais reservas técnicas emitidas, com o tipo de reserva técnica, o documento a que corresponde e o número da ata de emissão. Por fim, é requisitado uma referência à existência de anexos, os seus títulos e números de páginas. A Figura 40 representa uma possível apresentação deste ponto. 3.2.3. Modelo base para o controlo técnico de impermeabilizações na fase de execução Relativamente à fase de execução de impermeabilizações em caves, coberturas ou fachadas, o modelo base para as atividades de controlo técnico inclui um modelo de relatório tipo designado por “D3: Relatório Final de Estanquidade”. 55 Em comparação com o modelo de relatório relativo à fase de projeto, este apresenta um documento geral aplicável aos três tipos de elementos a considerar (fachadas, coberturas ou caves), e um anexo específico de cada um desses elementos. Na parte comum às diferentes utilizações do modelo de relatório, considerou-se novamente 5 pontos, mais um de introdução à ficha, que se denominaram neste trabalho por “Introdução ao relatório”, “Dados administrativos”, “Aspetos modificados relativamente ao D0 e/ou ao D02”, “Relação de anexos presentes no relatório”, “Conclusão geral final” e “Reservas técnicas emitidas no decurso do controlo técnico realizado”. De referir que, este modelo de relatório é o final para a fase de execução, podendo existir relatórios parcelares realizados ao longo da execução da impermeabilização da cobertura, daí que tem como função fazer um resumo final da fase de execução. 5- Conclusões 5.1 - Resultado do controlo 5.2 - Conclusão técnica do risco 5.3 - Enumeração das reservas técnicas emitidas Tipo Referência do documento Documentação em anexo: Sim Nº ata de emissão Não Se sim, indicar título dos documentos e número de páginas: Figura 40 - Conclusões do D02 Este modelo de relatório encontra-se no Anexo VI, e tal como o relatório anterior é uma adaptação ao modelo espanhol, utilizado por uma entidade de controlo técnico com atuação a nível nacional, o qual foi disponibilizado por uma companhia de seguros nacional que comercializa apólices de seguro decenal. a) Introdução ao modelo de relatório Este primeiro ponto, semelhante ao do modelo de relatório relativo à fase de projeto tem como objetivo deixar registos sobre o foco do controlo técnico (se está a ser aplicado a coberturas, fachadas ou caves), sobre os responsáveis pelo controlo técnico (nomes, correio eletrónico, telefone), sobre a data a que se realizou, o promotor/proprietário, a morada completa do empreendimento e ainda eventualmente números de processo para controlo interno por parte da seguradora. 56 Os elementos relativos a este ponto encontram-se na Figura 41. b) Dados administrativos No ponto denominado por “Dados administrativos”, pretende-se estabelecer a data de receção prevista ou real do elemento em análise, bem como determinar eventuais datas de realização e de envio à seguradora do relatório D3bis. Estes elementos estão presentes na Figura 42. c) Aspetos modificados relativamente ao D0 e/ou ao D02 Este pequeno ponto, visa sobretudo expor possíveis desvios a relatórios previamente elaborados (D0 que define o risco técnico inicial e D02 que por sua vez define o risco técnico tendo em conta possíveis fatores de agravamento do elemento em estudo na fase de projeto). Eventuais alterações deverão depois estar presentes em anexo. Esta parte do modelo de relatório encontra-se na Figura 43. Relatório D3 Relatório final de estanquidade Unidade de obra: Caves Coberturas Fachadas Processo: Técnicos responsáveis pelo controlo técnico Nome completo Contacto Data de execução do controlo técnico: Proprietário/ Promotor: Morada completa: Figura 41 - Introdução ao modelo de relatório D3 1 - Dados administrativos 1.1 - Receção 1.2 - Relatório D3bis Prevista Real Data: Data prevista de: Realização: Envio à Seguradora: Figura 42 - Dados administrativos do D3 57 Email 2 - Aspetos modificados relativamente ao D0 e/ ou D02? Sim (Se sim, concretizar em anexo as alterações produzidas) Não Figura 43 - Aspetos modificados relativamente ao D0 e/ou ao D02 do D3 d) Relação de anexos presentes no relatório Neste ponto pretende-se criar um registo de consulta fácil relativo aos anexos constantes no relatório. Este registo tem em conta os diferentes possíveis focos de aplicações (coberturas, fachadas ou caves), um campo para uma descrição breve do tema dos anexos e por fim a referência aos números dos anexos em questão. A Figura 44 exemplifica o que aqui foi mencionado. 3 - Relação de anexos presentes neste relatório Sistema de Descrição Anexo nº Figura 44 - Relação de anexos do D3 e) Conclusão geral final Este ponto de conclusão geral final, tem como objetivo tirar as conclusões relativas ao sistema implementado, na sua vertente de projeto e execução, e ainda faz referências a possíveis processos de manutenção a que o sistema em causa poderá ser alvo. No fundo, esta parte é dividida em cinco componentes; na primeira efetua-se o registo à adequação da execução face ao projeto (mesmo tendo em conta possíveis modificações), de seguida é feito uma exposição detalhada e dada uma opinião técnica pormenorizada, que no fundo consiste em explicar o modo que foi realizado o controlo técnico (como seja a realização do controlo técnico por amostra), e em fazer a avaliação final do risco técnico do elemento. A terceira componente, tem como objetivo expor as deficiências verificadas, que apesar de não terem sido reparadas não comprometem a estanquidade do elemento. Os dois últimos pontos abordam a questão da manutenção; num primeiro ponto pretende-se aferir se o sistema de impermeabilização está sujeito a um sistema de manutenção durante o período do seguro, e no segundo ponto verifica-se a constatação detalhada desse processo de manutenção para os utilizadores finais (com recurso ao livro do edifício por exemplo). Na Figura 45 encontra-se exposta esta parte do modelo de relatório. f) Reservas técnicas emitidas no decurso do controlo técnico realizado Este ponto final visa o tratamento de eventuais reservas técnicas emitidas ao longo do controlo técnico efetuado. Esse tratamento consiste na exposição resumida do conteúdo da reserva, o número da ata de emissão e da ata de cancelamento, no caso de esta existir. 58 Por fim, pode-se considerar ainda neste ponto, a questão de controlo dos anexos, já que a mesma tem um caracter mais secundário, onde se deverá informar para além da presença ou não de anexos, o número de páginas dos mesmos. A Figura 46 ilustra esta parte do modelo de relatório. Relativamente ao anexo específico para as coberturas planas, seguindo também o modelo dos relatórios abordados, este pode ser dividido em cinco blocos, que aqui serão tratados como: “Descrição da unidade de obra”, “Informações da cobertura”, “Materiais”, “Execução” e “Ensaios de estanquidade”. 4 - Conclusão geral final (Projeto + Execução) 4.1 - Adequação da execução ao estabelecido em projeto? Sim (incluindo modificações) 4.2 - Exposição detalhada e opinião técnica pormenorizada: Não 4.3 - Deficiências constatadas e avaliadas que à data de emissão do presente relatório não foram reparadas mas que não comprometem a estanquidade da obra: 4.4 - A impermeabilização está condicionada a um processo de manutenção durante o período de cobertura do seguro? Sim Não 4.5 - A necessidade de um processo de manutenção encontra-se refletida e convenientemente definida(livro do edifício, etc.)? Sim Não Figura 45 - Conclusão geral final do D3 5 - Reservas técnicas emitidas no decurso do controlo técnico realizado Existiu reservas técnicas? Conceito Sim Nº ata de emissão Não Nº ata cancelamento (1) Juntar a este relatório o anexo correspondente a cada unidade de obra avaliada Documentação em Anexo? Sim Não Se sim, indicar número e titulo do Anexo, e número de páginas: Figura 46 - Reservas técnicas emitidas no D3 Este anexo específico de coberturas planas encontra-se também no Anexo VI, sendo igualmente adaptado do modelo de relatório anteriormente referido. 59 g) Descrição da unidade de obra Nesta primeira parte do anexo pretende-se descrever a solução construtiva de cobertura em causa, começando pela tipologia presente, descrição dos elementos constituintes da cobertura (materiais, marcas ou fabricantes, espessuras, disposição, pendente), descrição das zonas singulares verificadas, indicação da eventual presença de soluções inovadoras ou não normalizadas e ainda a identificação dos elementos responsáveis pela estanquidade do sistema. Desta forma, têm-se na Figura 47 esta primeira parte do anexo. Anexo nº 1 - Coberturas (Planas, inclinadas) Tipologia da cobertura: 1 - Descrição da unidade de obra: 1.1 - Do interior para o exterior, descrição das unidades de obra executadas (materiais, fabricantes ou marcas, espessuras, disposição, pendente, superfície da tipologia em causa): 1.2 - Descrição das zonas de remate ou ligação com outros elementos (fachadas, outras tipologias, juntas e outros pontos singulares): 1.3 - Indicar o caracter eventualmente inovador ou não normalizado de alguma das soluções adotadas. Citar o respetivo relatório D2 elaborado anteriormente e emissão e cancelamento da reserva técnica correspondente. 1.4 - Identificação dos elementos da cobertura que conferem a estanquidade: Figura 47 - Descrição da unidade de obra do D3 h) Informações da cobertura Neste tópico agrupou-se três pequenos tópicos relativo aos intervenientes da execução da cobertura (executante, fornecedor e fabricante), ao custo total do sistema de cobertura e às condições máximas previstas no projeto. Este grupo encontra-se ilustrado na Figura 48. i) Materiais Este ponto relativo aos materiais empregues, visa sobretudo controlar os mesmos e analisar eventuais desvios bem como a adequação dos mesmos. Desta forma, numa primeira parte procedese à exposição dos materiais indicando-se as formas de controlo empregues (ensaios, certificados de 60 qualidade, etc). De seguida, procede-se à comparação dos materiais empregues face aos preconizados em projeto e a análise à aceitabilidade dos eventuais desvios verificados. Os quarto e quinto pontos aferem a aceitabilidade do controlo realizado aos materiais, bem como de eventuais desvios. A Figura 49 apresenta esta parte do anexo. 2 - Intervenientes Executante: Fornecedor: Fabricante: 3 - Custo total da unidade de obra: 4 - Condições máximas previstas no projeto: Carga da neve: Pressão do vento: Figura 48 - Informações da cobertura do D3 5 - Materiais Descrever materiais controlados, indicando-se sumariamente o alcance do referido controlo (testes, ensaios, certificados de qualidade relativos aos elementos que conferem a estanquidade e respetiva proteção): 5.1 - Os materiais aplicados correspondem com os indicados em projeto? (se não, indicar desvios) Sim Não 5.2 - São aceitáveis os desvios detetados? (se não, emitir reserva técnica) Sim Não 5.3 - Resultado do controlo de materiais é satisfatório? (se não, indicar desvios) Sim Não 5.4 - São aceitáveis os desvios detetados? (se não, emitir reserva técnica) Sim Não Figura 49 - Materiais do D3 j) Execução Relativamente à execução, o anexo incide sobre modificações face ao projeto que poderão ter ocorrido, nos documentos provenientes da fiscalização, controlo de desenho e cálculo por parte do controlo técnico, eventuais deficiências que poderão ter ocorrido e a sua eventual correção e por fim, a indicação do conteúdo das inspeções realizadas no âmbito do controlo técnico. A Figura 50 apresenta os conteúdos presentes nesta parte do anexo. 61 k) Ensaios de estanquidade Este ponto final do anexo tratado, pretende somente controlar a realização dos ensaios de estanquidade, dado tratar-se de um elemento importante para a garantia de qualidade da cobertura e eventualmente para se definir responsabilidades em casos de anomalias. 6 - Execução 6.1 - Existiram modificações face às coberturas projetadas? (se sim, apresentar a descrição das mesmas) Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não - Foram detetadas deficiências de execução, disposições incorretas, operações desadequadas, omissões prejudiciais, etc.? Sim Não - Existem documentos justificativos e aprovação por parte da fiscalização? (se não emitir uma reserva técnica) - Foi controlado pelo G.C.T. o seu desenho e cálculo (paredes de sustentação de coberturas e eventuais modificações)? - O resultado foi satisfatório? (se não, emitir uma reserva técnica) 6.2 - Foram sanadas as referidas deficiências em obra? Sim (se sim, descrever as medidas adotadas. Se não, emitir uma reserva técnica) Não 6.3 - Inspeções efetuadas durante o desenvolvimento do controlo das unidades em causa. Indicar o conteúdo das referidas inspeções. Figura 50 - Execução do D3 Desta forma, neste ponto averigua-se a realização do ensaio, a sua data e o seu resultado, podendo esta parte ser consultada na Figura 51. 3.2.4. Proposta de modelo para o controlo técnico de coberturas planas na fase de projeto Fazendo a comparação entre os pontos verificados em 3.2.1, tidos como sendo de grande importância para o sucesso do sistema de impermeabilização da cobertura, e os relatórios do modelo espanhol analisados em 3.2.2 e 3.2.3, verifica-se que existem alguns aspetos omissos, ou pelo menos não explicitamente detalhados, e que são importantes ter em consideração numa análise do agravamento do risco do sistema, sobretudo a nível da fase de projeto, mas também na fase de execução. 62 Desta forma procedeu-se à elaboração de documentos que auxiliem as atividades internas do controlo técnico, considerando-se, nomeadamente na fase de projeto, que não seria útil explicitar as evidências/registos em relação à análise das zonas singulares, bem como das diversas interações entre componentes do sistema de cobertura em zona corrente. Importa referir que a adaptação proposta é aplicável somente às coberturas planas, perdendo-se assim a polivalência do modelo de relatório base, de modo a facilitar a sua aplicação aos casos de estudo. 7 - Ensaios de estanquidade? Data: Sim Não 7.1 - Resultado satisfatório? Sim Não Figura 51 - Ensaio de estanquidade do D3 Os pontos singulares acima referidos passam a ter um anexo dedicado a cada tipo, dada a sua importância como atrás foi verificado através de estudos como o de Silva e Gonçalves (2001). A proposta desta ficha mais específica e os seus anexos podem ser consultadas no Anexo VII, seguindo-se abaixo a análise às adições efetuadas ao modelo de relatório polivalente base. a) Bases de partida A primeira proposta da ficha específica adaptada encontra-se já no segundo ponto do modelo de relatório; em “2.2 – Normativa”, dado ser importante deixar registos explícitos sobre que documentos de facto foram avaliados; desde as fichas técnicas, às soluções recomendadas por fabricantes ou até mesmo os Documentos de Aplicação, nacionais ou internacionais. O tipo de uso é também um elemento fundamental para efetuar a análise às soluções adotadas para o sistema construtivo de cobertura, já que diferentes tipos de uso correspondem a diferentes soluções de proteção do revestimento de impermeabilização, revestimento de impermeabilização e meio de fixação deste ao seu suporte, tal como foi sendo abordado no capítulo 2 deste trabalho. Assim, este registo tornará a análise ao agravamento do risco dos pontos que se seguem mais fundamentada. O tipo de proteção de revestimento é também relevante, já que diferentes soluções de proteção, levarão a diferentes cuidados que deverão ser avaliados (como a criação de juntas nos casos de revestimentos pesados contínuos face a uma parede emergente). Como se poderá também constatar na Figura 52, o ponto 2.3 do modelo base que fazia referência à alteração do risco inicialmente previsto foi retirado, sendo introduzido mais à frente na proposta da ficha adaptada em questão. Segue-se a alteração feita ao ponto relativa a materiais (Figura 53); para uma análise mais prática das características de cada um dos componentes do sistema de cobertura plana, bem como das 63 relações entre componentes, é importante definir inequivocamente que materiais compõem essas camadas constituintes do sistema. Desta forma, torna-se a análise da adequabilidade da solução concebida face ao seu uso previsto muito mais fácil de realizar. 2.2 - Normativa: Normativa exigível e aplicável Tipo: Normativa recomendável Tipo: Sim Não Sim Não 2.3 - Tipo de uso: 2.4 - Tipo de proteção do revestimento de impermeabilização: Figura 52 - Primeira proposta para as bases de partida do D02.cp 2.5 - Materiais Estrutura Resistente: Camada de forma: Barreira Pára-vapor: Isolamento térmico: Sistema de impermeabilização: Camada de proteção: Outras: Figura 53 - Segunda proposta para as bases de partida do D02.cp No ponto relativamente às “Juntas” do modelo base, seria importante incluir também a lista de pontos singulares a considerar na cobertura projetada, já que estes são de enorme importância no desempenho das impermeabilizações de coberturas planas, como foi visto em 2.6 com o relevo dado por estudos como o já abordado por Silva e Gonçalves (2001). Desta forma, a proposta passa por mudar o nome de “Juntas” para “Pontos Singulares”, e incluir aqui para além da listagem dos mesmos, as referências aos seus pormenores construtivos no projeto (onde aí estão já descriminados os materiais a utilizar, disposições construtivas, etc. - que são elementos determinantes como foi visto anteriormente), e referência ao anexo específico de cada ponto singular. A análise relativamente à adequação dos pormenores é também aqui feita. No ponto do modelo genérico base mencionado no subcapítulo anterior referente a "Pormenores construtivos disponíveis no projeto” passaria para “Desenhos referentes à zona corrente”, visto os pontos singulares estarem já descriminados no ponto anterior da ficha. 64 Por fim, procede-se à avaliação da alteração do risco técnico das soluções. Este ponto já constava no modelo de relatórios analisado, mas passa aqui para uma posição final, já que neste ponto terão sido já avaliados os componentes relativos ao projeto (Figura 54). b) Livro do Edifício No modelo de relatório específico relativo à fase de projeto, incluiu-se ainda um ponto relativamente à elaboração do Livro do Edifício, já que a sua presença motivará à partida melhores resultados ao nível da manutenção do edifício, como se pode ver na Figura 55. A presença deste ponto nesta ficha de projeto, remete para o utilizador do edifício a responsabilidade relativa à fase de manutenção. 2.6 - Pontos Singulares Tipo Existe Pormenor Construtivo adequado? Sim Não Sim Não Sim Não Referência Anexo (Se Não emitir Reserva Técnica) 2.7 - Desenhos referentes à zona corrente Tipo Referência 2.8 - Soluções adotadas: Alteração ao risco técnico inicialmente previsto (Se Sim, indicar alterações) Sim Não Figura 54 - Terceira proposta para as bases de partida do D02.cp 3 - Foi criado o "Livro do Edifício, especificando as ações de manutenção e a sua periodicidade para a cobertura? (Se Não emitir Reserva Técnica) Sim Não Figura 55 - Proposta relativa ao livro do edifício para o D02.cp Com a referência ao Livro do edifício terminam as propostas ao modelo de relatório comum para qualquer tipo de cobertura plana, seguindo-se os anexos ao modelo de relatório específico que visam abordar os diversos pontos singulares bem como a zona corrente, e que foram adicionados relativamente ao modelo base. c) Anexo relativo à zona corrente Na primeira parte do anexo relativo à zona corrente (Figura 56), é abordado o sistema de fixação concebido, tendo em conta a solução de revestimento de impermeabilização. 65 Num primeiro ponto é identificado o tipo de sistema de fixação concebido, sendo feita de seguida a sua análise face ao que é recomendado em ficha técnica. No segundo ponto, é abordada a questão das incompatibilidades entre o revestimento de impermeabilização e as camadas que com ele contactam, requerendo-se apenas registos se a compatibilidade térmica ou química está segurada, isto é, poderão ocorrer casos que para a resposta ser afirmativa se recorre a uma barreira de proteção térmica ou a uma barreira de proteção química conforme visto em 2.2. Por fim, analisa-se as dimensões das juntas de sobreposição que são elementos chave do sistema de impermeabilização em zona corrente; alguns documentos como fichas técnicas dos produtos ou documentos de aplicação fornecem valores que devem ser respeitados para este campo. Anexo nº ___ - Zona Corrente 1 - Sistema de Fixação 1.1 - Tipo de sistema de fixação utilizado: Sistema de fixação recomendado em ficha técnica? (Se Não, emitir reserva técnica) Sim Não 1.2 - Compatibilidade do revestimento de impermeabilização Compatibilidade química assegurada? Sim Não Compatibilidade térmica assegurada? 1.3 - Dimensões das juntas de sobreposição adequadas? (Se Não, emitir reserva técnica) Sim Não Sim Não Figura 56 - Primeira parte do anexo proposto ao D02.cp para a zona corrente Numa segunda parte deste anexo é avaliado o sistema de pendentes concebido para a cobertura plana, sendo o objetivo avaliar se a pendente preconizada cumpre com as normas aplicáveis e/ou com as recomendações (de fichas técnicas ou de documentos de aplicação), e também avaliar se o esquema de pendentes originará solicitações exageradas para a estrutura resistente (Figura 57). 2 - Esquema de pendentes 2.1 - Valor da pendente cumpre as normas/recomendações do revestimento de impermeabilização projetado? (Se não, emitir reserva técnica) 2.2 - Esquema de pendentes origina dimensões da camada de forma superiores a 0,25-0,30 m? Sim Não Sim Não Figura 57 - Segunda parte do anexo proposto ao D02.cp para a zona corrente 66 Segue-se uma terceira parte (Figura 58), onde se procede à análise da adequabilidade do sistema concebido face ao tipo de uso que a cobertura será alvo no terceiro ponto, e no quarto ponto é avaliada a existência em coberturas de acesso limitado de caminhos de circulação para ações de limpeza, relevantes para evitar anomalias relacionadas com essa ação, tal como foi visto em 2.6. Por fim, é verificada para os casos de proteção com material solto a existência de zonas na periferia da cobertura, onde o efeito do vento tende a remover essa proteção, de zonas de proteção pesada contínua. 3 - O sistema de cobertura concebido é adequado ao tipo de uso que será alvo a cobertura? Sim (Se Não, emitir reserva técnica) Não 4 - Cobertura de acesso limitado 4.1 - Está especificado em projeto a criação de caminhos na zona corrente, tendo em vista as ações de manutenção? Sim Não 5 - Sistemas com proteção de material solto 5.1 - Está especificado em projeto uma zona na periferia da cobertura com proteção contínua? Sim Não Figura 58 - Terceira parte do anexo proposto ao D02.cp para a zona corrente d) Anexo relativo a paredes emergentes As paredes emergentes são o ponto singular mais corrente em coberturas planas, e sua correta execução é de importância extrema para evitar casos de fissurações e descolamentos tal como foi abordado em 2.6. Numa primeira parte deste anexo (Figura 59), pretende-se verificar se o remate projetado cumpre com as várias recomendações presentes em documentos de aplicação, bibliografia em geral e até recomendações de fabricantes. No primeiro ponto aborda-se a existência da pormenorização relativamente à forma de aderência do remate à parede emergente em pormenor construtivo (PC), seguido da averiguação da altura mínima recomendável para o remate. No terceiro ponto é verificado se para os casos onde o remate é superior a 0,40 m se preconizou uma solução de fixação mecânica no bordo superior conforme foi abordado em 2.5 e 2.6, e por fim da existência de proteção vertical do remate (especialmente importante para a tipologia de cobertura acessível). Numa segunda e terceira parte do anexo (Figura 60), é abordado o caso específico de encontro com soleiras de porta, que por norma não conseguem garantir a altura mínima de remate, e o tratamento destes remates (encontro com paredes emergentes), face a coberturas com proteção pesada 67 contínua, abordando-se assim dois casos de disposições construtivas de relevo conforme foi visto em 2.5 e 2.6. Na quarta parte do anexo (Figura 61), aborda-se as platibandas em específico, nomeadamente se o capeamento da mesma se encontra descriminado em pormenor construtivo, se a sua pendente permite o retorno das águas que aí contactem até à cobertura e, para o caso específico de platibandas pré-fabricadas, se existem pormenores construtivos que refiram a introdução de um remate de dessolidarização. Anexo nº ___ - Paredes emergentes 1- Remate do revestimento de impermeabilização em paredes emergentes 1.1 - Adesão do remate ao elemento especificado em PC? Sim Não 1.2 - Altura do remate cumpre as normas/recomendações? Sim Não 1.3 - Nos casos com remates de altura superior a 0,40 m é especificado um sistema de fixação mecânica no topo do mesmo? Sim Não 1.4 - O remate encontra-se protegido verticalmente? Sim Não Figura 59 - Primeira parte do anexo proposto ao D02.cp para as paredes emergentes 2 - Remate do revestimento de impermeabilização com soleiras de porta 2.1 - A solução concebida estabelece o prolongamento do remate sobre a soleira? Sim Não 3 - Tratamento destes pontos singulares face a soluções de proteção pesada rígida 3.1 - A solução concebida estabelece a criação de juntas na proteção do revestimento de impermeabilização, a cerca de 0,30 m das zonas de remate? Sim Não Figura 60 - Segunda parte do anexo proposto ao D02.cp para as paredes emergentes 4 - Platibandas 4.1 - O capeamento da platibanda é especificado em PC? Sim Não 4.2 - A pendente do capeamento permite o retorno das águas para a cobertura? Sim Não 4.3 - No caso de platibandas pré-fabricadas está previsto em PC soluções de dessolidarização dos remates do revestimento de impermeabilização? Sim Não Figura 61 - Terceira parte do anexo proposto ao D02.cp para as paredes emergentes Por fim, é analisada a solução em si, verificando se essa é de prática corrente e recomendada (já que uma solução não corrente, mesmo que cumprindo com as disposições recomendadas, poderá acarretar maiores riscos na fase de execução), como se pode constatar na Figura 62. 68 5 - A solução de remate é de conceção corrente e/ou recomendada quer por normas quer por outros documentos? Sim (Se Não, emitir reserva técnica) Especificar eventuais fontes consultadas: Não Figura 62 - Quarta parte do anexo proposto ao D02.cp para as paredes emergentes e) Anexo relativo a juntas de dilatação A proposta de anexo relativo a juntas de dilatação aborda o remate concebido para esse ponto singular, averiguando numa primeira fase se o mesmo se encontra dessolidarizado com o revestimento de impermeabilização em zona corrente e se na zona da junta se encontra apoiado num material flexível colocado nesta. Num segundo ponto verifica-se se a forma de aderência do remate bem como os materiais aplicados são recomendados quer por fichas técnicas, quer por documentos de aplicação ou outros documentos, seguindo-se num terceiro ponto da verificação de emprego da solução de remate sobreelevado para as tipologias acessíveis. Estes primeiros pontos relativos ao anexo em questão encontram-se ilustrados na Figura 63. Anexo nº___ - Juntas de dilatação 1 - Remate em zona de junta de dilatação 1.1 - O remate concebido encontra-se dessolidarizado com o revestimento de impermeabilização e apoiado num material flexível colocado na junta? Sim Não 1.2 - A forma e materiais de aderência do remate respeita as recomendações das fichas técnicas ou outros documentos? Sim Não 1.3 - No caso de tipologia de cobertura acessível, esse remate da junta encontra-se sobre-elevado? Sim Não Figura 63 - Primeira parte do anexo proposto ao D02.cp para as juntas de dilatação Por último segue-se a análise ao remate concebido de forma a perceber se este é de prática corrente ou recomendada, tal como foi visto no anexo anterior (Figura 64). f) Anexo relativo a pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais Este anexo divide-se na análise a tubos de queda, caleiras e por fim na verificação da solução como sendo de execução corrente, como de resto foi apresentado nos outros pontos singulares. Relativamente aos tubos de queda (Figura 65), procura-se verificar que no projeto foi concebido o rebaixamento da camada de forma conforme abordado em 2.5, bem como verificar se o revestimento de impermeabilização de zona corrente se encontra dessolidarizado com o tudo de queda através de um remate. 69 2 - A solução de remate é de conceção corrente e/ou recomendada quer por normas quer por outros documentos? Sim (Se Não, emitir reserva técnica) Especificar eventuais fontes consultadas: Não Figura 64 - Segunda parte do anexo proposto ao D02.cp para as juntas de dilatação Anexo nº __ - Pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais 1 - Tubos de queda 1.1 - A camada de forma encontra-se rebaixada na zona da embocadura do tubo de queda no PC? 1.2 - O revestimento de impermeabilização encontra-se dessolidarizado com um remate à entrada do tubo de queda? Sim Não Sim Não Figura 65 - Primeira parte do anexo proposto ao D02.cp para os pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais Quanto às caleiras (Figura 66), procura-se verificar se foi especificado a ordem de aplicação do revestimento de impermeabilização – aspeto de enorme relevância conforme foi visto em 2.5 – na zona das caleiras, a dimensão das juntas de sobreposição se estão dentro dos valores recomendados e se a forma de aderência do revestimento de impermeabilização é a recomendada (novamente quer por fichas técnicas, documentos de aplicação ou outras normas/documentos). Por fim segue-se novamente a análise às soluções de remate, se essas são de prática corrente e recomendadas como se ilustra na Figura 67. 2 - Caleiras 2.1 - A ordem de aplicação do revestimento de impermeabilização encontra-se em pormenor construtivo? Sim 2.2 - A dimensão das juntas de sobreposição do revestimento de impermeabilização na zona da caleira encontram-se definidas de acordo com os valores recomendados? Sim (Se Não, emitir reserva técnica) 2.3 - A forma de fixação do revestimento de impermeabilização nas zonas de caleira encontra-se definida de acordo com fichas técnicas ou outros documentos? Sim (Se Não, emitir reserva técnica) Não Não Não Figura 66 - Segunda parte do anexo proposto ao D02.cp para os pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais g) Anexo relativo a outros elementos emergentes Os outros elementos emergentes neste trabalho abordados são sobretudo elementos de secção circular como tubagens ou alguns tipos de chaminés, procurando-se neste anexo verificar se o 70 remate nesses elementos se encontra dessolidarizado com o revestimento de impermeabilização de zona corrente e se o bordo superior se encontra fixo através de cintagem e protegido por mástique, disposições construtivas abordadas já em 2.5, como é apresentado na Figura 68. Por fim segue-se novamente a análise às soluções de remate, se essas são de prática corrente e recomendadas conforme se apresenta na Figura 69. 3 - As soluções de remate são de conceção corrente e/ou recomendada quer por normas quer por outros documentos? (Se Não, emitir reserva técnica) Especificar eventuais fontes consultadas: Sim Não Figura 67 - Terceira parte do anexo proposto ao D02.cp para os pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais Anexo nº___ - Outros elementos emergentes 1 - Tubagens circulares emergentes 1.1 - O revestimento de impermeabilização encontra-se dessolidarizado por um remate no ponto singular? Sim 1.2 - A parte superior do remate encontra-se fixa ao elemento emergente por meio de cintagem e protegido por mástique em toda a sua secção? Sim (Se Não, emitir reserva técnica) Não Não Figura 68 - Primeira parte do anexo proposto ao D02.cp para outros elementos emergentes 2 - A solução de remate é de conceção corrente e/ou recomendada quer por normas quer por outros documentos? Sim (Se Não, emitir reserva técnica) Especificar eventuais fontes consultadas: Não Figura 69 – Segunda parte do anexo proposto ao D02.cp para outros elementos emergentes 3.2.5. Proposta de adaptação para o controlo técnico de coberturas planas na fase de execução Comparativamente à fase de projeto, o relatório do modelo base para a fase de execução é muito mais detalhado, sendo que a abordagem do presente trabalho, face à fase de execução, é de que o mais importante é verificar se de facto as especificações do projeto foram cumpridas, e tendo isso em conta, o relatório do modelo espanhol com o anexo específico para as coberturas planas, é já um modelo de relatório específico o suficiente. Dado que, a atividade de controlo técnico nas fases de projeto e execução pode ser realizada por entidades ou pessoas diferentes dentro da mesma entidade, uma análise exaustiva de verificações, 71 de certa forma semelhante à desenvolvida para a fase de projeto, poderia ser interessante, sendo esse um potencial trabalho a desenvolver em estudos futuros. 3.2.6. Resumo da proposta de controlo técnico detalhada para coberturas planas Depois de apresentada a proposta de melhoria ao modelo de relatórios espanhol, é interessante rever em que medida os pontos abordados em 3.2.1, tidos como importantes para o sucesso da impermeabilização, estão de facto presentes. Assim, nas tabelas que se seguem faz-se corresponder a cada ponto abordado nestas propostas de modelos de relatórios específicos os códigos a que correspondem os pontos abordados em 3.2.1. a) Fase de projeto O modelo de relatório proposto para a fase de projeto engloba uma parte geral e cinco anexos, sendo quatro anexos correspondentes as pormenores específicos de cada ponto singular e outro relativo à zona corrente. Alguns dos pontos do modelo de relatório permitem somente a criação de registos e/ou organizar a análise de controlo técnico, não tendo por isso uma relação direta com a verificação daqueles pontos. Na Tabela 4 apresenta-se a relação entre os pontos que constam desse modelo de relatório proposto e os pontos abordados em 3.2.1. Tabela 4 – Análise dos pontos importantes a verificar abordados face ao modelo proposto de relatórios na fase de projeto Ponto do modelo de relatório 2 - Bases de partida 3 - Livro do Edifício Anexo: Zona corrente Pontos abordados FP.1, FP.2, FP.3, FP.5 FP.8 FP.2, FP.5, FP.7 Anexo: Paredes emergente Anexo: Juntas de dilatação Anexo: Pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais Anexo: Outros elementos emergentes FP.4, FP.5, FP.7 FP.4, FP.5, FP.7 FP.4, FP.5, FP.7 FP.4, FP.5, FP.7 b) Fase de execução Fazendo-se agora uma comparação análoga à efetuada para a fase de projeto, obtêm-se relações apresentadas na Tabela 5. Tabela 5 - Análise dos pontos importantes a verificar abordados face ao modelo de relatório na fase de execução Ponto do modelo de relatório Anexo: 1 - Tipologia da cobertura Pontos abordados FE.2, FE.3 72 Ponto do modelo de relatório Anexo: 5 - Materiais Anexo: 6 - Execução Anexo: 7 - Ensaio de estanquidade Pontos abordados FE.2, FE.3, FE.4, FE.9 FE.1, FE.2, FE.5, FE.7, FE.8, FE.9, FE.11 FE.10 c) Fase de manutenção Os pontos analisados em 3.2.1 para a fase de manutenção são sobretudo da responsabilidade do utilizador final, não sendo incluídas no âmbito deste trabalho. De referir que da fase de projeto deve seguir o Livro do Edifício de forma a haver a passagem de responsabilidade para o utilizador final, através das especificações feitas relativamente às atividades de manutenção do sistema. 73 4. Casos de estudo No seguimento da elaboração da proposta de modelos de relatórios específicos para o controlo técnico de coberturas planas na fase de projeto e execução, foi feito também acompanhamento à execução de impermeabilizações de coberturas planas, procedendo-se assim à aplicação desses mesmos modelos de relatórios. Foram acompanhados dois casos. No primeiro caso, o de uma moradia unifamiliar, o controlo técnico abrange as fases de projeto e execução. No segundo caso, o de reabilitação de uma cobertura plana, não houve acesso ao projeto. Em ambos os casos, o controlo técnico realizado na fase de execução inclui uma única visita à obra, o que se justifica face à dimensão reduzida da intervenção. 4.1. Moradia unifamiliar O primeiro caso de estudo trata-se da execução de um sistema impermeabilizante numa moradia 2 unifamiliar com uma cobertura plana de aproximadamente 207 m . Trata-se duma aplicação em construção nova, em tipologia de cobertura de acesso limitado, e será avaliado separadamente a fase de projeto e a fase de execução. O controlo técnico da fase de execução consistiu na realização de uma visita à obra, onde se acompanhou a aplicação das membranas de PVC em zona corrente, bem como numa zona de platibanda. Para o controlo na fase de projeto, foi avaliado o projeto inicial. A entidade executante não executou a solução conforme o projeto e registaram-se as alterações adotadas pelos aplicadores do sistema impermeabilizante. 4.1.1. Fase de projeto A revisão de projeto deste primeiro caso de estudo, revelou diversas situações passíveis de agravamento do risco. Como se poderá ver no Anexo VIII.a, onde se reproduz parte do projeto inicial, a pendente concebida era nula, e as referências ao sistema impermeabilizante a adotar ficavam-se pela marca do fabricante, não havendo indicações quer de caleiras, quer de tubos de queda. A única referência a um ponto singular é a existência de uma platibanda que separa o edifício principal de um anexo, sendo que não existe a definição de qualquer disposição construtiva especial a adotar. No Anexo VIII.b encontra-se o preenchimento do modelo de relatório específico para coberturas planas (fase de projeto). O nível do risco técnico associado a este projeto inicial teria de ser “Muito Agravado”, já que não estavam asseguradas em projeto as mínimas condições para a criação de um sistema construtivo com qualidade. 75 De referir que, numa situação ideal, o controlo técnico deveria ter sido realizado antes da fase de execução, de modo a que o projetista tivesse oportunidade de corrigir as deficiências detetadas, e assim reduzir o nível de agravamento do risco. 4.1.2. Fase de execução Perante a inexistência de um projeto adequado (falta de indicações relativamente à pendente, sistema de impermeabilização a aplicar, pormenores construtivos de zonas singular, etc.), o empreiteiro responsável decidiu adotar um o sistema de cobertura quase totalmente distinto do projetado. Entre as soluções adotadas pelo empreiteiro, estiveram a implementação de camada de isolamento térmico (lã mineral), num sistema de teto falso. Sobre a estrutura resistente, onde o projeto previa somente o isolamento térmico e revestimento de impermeabilização (onde se especificava somente o fabricante, ao invés do tipo de solução), a entidade executante optou por criar uma camada de forma que originou uma pendente de 2,5% e aplicar um revestimento de impermeabilização de PVC plastificado, fixado com fixações mecânicas pontuais. Por outro lado, foi também criada uma caleira num dos lados, introduzindo-se também um tubo de queda. Relativamente à aplicação do revestimento de impermeabilização, quer em zona corrente, quer nos pontos singulares, foi executado por uma empresa subcontratada que usou pormenores-tipo, nas zonas onde estes eram requeridos. A fixação do revestimento de impermeabilização ao seu suporte foi feita através de fixações mecânicas pontuais, concretizadas em perfis de aço revestidos de PVC aplicados na camada de forma com intervalos de cerca de 1,90m, de forma a dar-se nessas zonas as soldaduras entre membranas (que se devem sobrepor em cerca de 10cm, sendo só cerca de 4cm a zona efetivamente soldada). As zonas singulares existentes neste novo projeto consistem na platibanda periférica, duas chaminés, uma caleira e dois tubos de queda. O projeto alterado (como construído), encontra-se no Anexo VIII.c, estando por sua vez no Anexo VIII.d e no Anexo VIII.e a aplicação da proposta do modelo de relatórios específicos para as fases de projeto e execução a este caso de estudo. Por fim, apresenta-se no Anexo VIII.f um levantamento fotográfico ao executado. Neste caso, mesmo considerando o projeto alterado, conclui-se que o nível de risco técnico estaria num estado “Agravado”, já que nos pontos singulares de encontro a elementos emergentes (zonas da platibanda e da chaminés), o remate executado não está dessolidarizado e nas zonas de caleira, a aderência ao suporte não é feita de forma totalmente satisfatória, já que esta é apenas assegurada pela fixação a um perfil de aço revestido a PVC colocado próximo ao bordo superior da caleira, não sendo a aderência feita ao longo da secção da mesma; isto poderá levar a que com a ação do vento 76 se criem nessas zonas, pequenas elevações na membrana da zona da caleira que poderão provocar a permanência de pequenas quantidades de água nessas zonas. 4.2. Reabilitação de uma cobertura plana O segundo caso de estudo, consistiu na aplicação de um revestimento de impermeabilização numa cobertura que foi alvo de uma reabilitação motivada por problemas de infiltrações, não havendo projeto inicial disponível para análise. 2 A cobertura plana intervencionada abrange uma área de aproximadamente 18 m (somente essa área do edifício foi alvo de intervenção), e não continha nenhum tipo de isolamento térmico anterior visto a cobertura estar limitada superiormente por “painéis sandwich” que foram removidos. A pendente do sistema com os “painéis sandwich” era promovida por um desnível existente entre a platibanda da periferia da cobertura e uma sobre-elevação existente a meio da cobertura, sendo que no novo sistema a implementar não houve a preocupação de criar uma pendente através de uma camada de forma, ficando o novo sistema de cobertura com pendente nula. Após remoção dos “painéis sandwich”, procedeu-se à aplicação direta sobre a laje de cobertura de placas de 3 cm de isolamento térmico do tipo EPS (Poliestireno expandido), e por cima deste, sem aplicação de barreira química como era recomendado em ficha técnica, um revestimento de impermeabilização de PVC plastificado. A fixação do revestimento de impermeabilização ao seu suporte era feita através de fixações mecânicas pontuais, concretizadas em perfis de aço revestidos a PVC que eram dispostos nas placas do isolamento térmico com intervalos de cerca de 1,90m, de forma a dar-se nessas zonas as soldaduras entre membranas (que se devem sobrepor em cerca de 10cm, sendo somente de 4 cm a zona efetivamente soldada entre as membranas). Os pontos singulares existentes neste caso consistiam na existência de uma parede emergente (encontro com parte do edifício de altura superior), platibandas periféricas e um tubo de queda. De referir que no caso do tubo de queda, este não se encontrava na superfície da laje de cobertura, mas sim num ponto imediatamente acima desse nível, na platibanda. Tal como no primeiro caso de estudo, a tipologia da cobertura era de acessibilidade limitada, estando os pormenores relativos à sua execução no Anexo IX.a e o modelo de relatório específico para a fase de execução preenchida no Anexo IX.b. No Anexo IX.c apresenta-se ainda um levantamento fotográfico à execução das atividades. Neste caso, o nível do risco técnico associado era de “Muito Agravado”, desde logo por não existir projeto por analisar. Para além disso, não foi aplicada uma barreira química entre o isolamento térmico e o revestimento de PVC (que são incompatíveis, promovendo-se desta forma a perda de plastificante da membrana, com os males que daí advém, conforme visto em 2.6), os remates com a platibanda periférica não se encontravam dessolidarizados, o tubo de queda não se encontrava à cota da superfície da cobertura, estando a um nível ligeiramente superior (que implica a formação de 77 uma certa altura de água sempre que ocorram chuvas, sendo essa altura de água apenas removida através de evaporação) e a pendente era nula, não verificando o valor mínimo de 2% recomendado pelo LNEC em Documentos de Aplicação para sistemas semelhantes de membranas de PVC (sendo que no antigo Documento de Homologação deste produto (DH750), também emitido pelo LNEC, era também recomendada uma pendente de 2%). 78 5. Considerações finais Neste capítulo será realizado num primeiro ponto um resumo sobre o trabalho realizado nesta dissertação, os seus contributos para a área em estudo e as dificuldades encontradas seguindo-se num segundo ponto a abordagem a possíveis futuros estudos a realizar na área em estudo. 5.1. Resumo e conclusões do trabalho Com a realização deste trabalho efetuou-se uma análise a grande parte dos aspetos a ter em conta aquando da realização de sistemas impermeabilizantes de coberturas planas, aspetos esses que a serem verificados contribuem de forma decisiva para o sucesso e durabilidade do sistema de impermeabilização. Esses aspetos foram desde a pormenorização das zonas singulares, zona corrente, interações entre camadas, sistemas de fixação e ainda diversos outros tipos de disposições construtivas. A ideia seguida no trabalho foi de que, se o objetivo era dar garantias a uma entidade, seja uma seguradora ou simplesmente um utilizador final, então teria de facto de se construir e projetar com qualidade, deixando evidências claras de que as melhores práticas foram incorporadas em cada situação e para cada sistema, bem como as diferentes normas aplicáveis. A elaboração de uma proposta de adaptação de um modelo base já utilizado, que resultou na produção de modelos de relatórios específicos para impermeabilizações de coberturas planas, teve como objetivo criar um elemento de orientação e preenchimento simples (mas em que a entidade que executa o controlo técnico tem que ter as competências adequadas para avaliar o risco das fases de conceção e execução destes sistemas de impermeabilização), e que ao mesmo tempo deixa evidências do controlo realizado. Por fim é importante referir os desafios que foram encontrados ao longo deste trabalho, nomeadamente na procura do equilíbrio no nível de intensidade da atividade do controlo técnico. Por outro lado, o modelo de relatório proposto não poderia incluir todos os pontos relacionados com a qualidade pois, isso originaria modelos com imensas páginas de “check-lists”, que conduziriam as atividades de controlo para aspetos com risco reduzido ou mesmo quase nulo para o sucesso e durabilidade do sistema. Assim optou-se por utilizar um nível de enfoque que abordasse as anomalias mais correntes e em que as causas eram fácil e inequivocamente relacionadas a essas anomalias. Outro desafio encontrado foi a pouca divulgação que a temática do controlo técnico tem no nosso país, aparecendo somente nos últimos anos literatura específica a abordar o tema, sendo que noutros países o assunto é já um tema corrente à dezenas de anos. Por fim, depois de consultados alguns trabalhos que tratam patologias relativas ao sistema construtivo, chega-se à conclusão que o controlo técnico deveria possibilitar a comercialização de seguros ou garantias com um período de vigência superior a três anos; não só porque um sistema 79 razoavelmente bem concebido e implementado terá uma durabilidade muito superior, mas porque também se trata de componentes relativamente caros, e que um seguro de apenas 3 anos transmite a ideia de ser algo pouco relevante. 5.2. Desenvolvimentos futuros Pelo conhecimento que se foi adquirindo com a realização deste trabalho, como desenvolvimentos futuros sugerem-se dois grupos de ações: uma relativa aos sistemas de coberturas planas e outra relativo ao tema do controlo técnico. Relativamente às coberturas planas: Desenvolver estudos de patologias a soluções não-tradicionais de revestimentos de impermeabilização dando seguimento a trabalhos já realizados nesta área (Figueiredo, 2012; Lopes, 1994b; Silva e Gonçalves, 2001) Desenvolver estudos que correlacionem diferentes disposições construtivas, ambientes e exposições, soluções de coberturas planas, etc., com os tipos de anomalias correntemente verificadas Desenvolver estudos que determinem a influência das várias situações anómalas abordadas no trabalho na durabilidade dos sistemas de impermeabilização Desenvolver estudos sobre a pormenorização de pontos singulares, abordando não só os casos mais comuns mas também os menos verificados, e para os diferentes tipos de revestimentos de impermeabilização Relativamente ao controlo técnico: Continuação da definição das atividades de controlo técnico a outras soluções de revestimento de impermeabilização não abordados Desenvolver outras propostas de modelos de relatórios específicos tendo em vista diferentes níveis de exigência Desenvolver outras propostas de modelos de relatórios específicos para a fase de execução, conforme foi abordado no texto Desenvolver estudos de atividades de controlo técnico aplicados a outros sistemas construtivos 80 Referências bibliográficas Almeida, N. 2011. Modelo de Gestão Técnica de Edifícios Baseada no Desempenho e no Risco Conceção, desenvolvimento e exemplo de aplicação a estruturas. Lisboa : Tese de doutoramento, IST, 2011. Alves, J. 2013. Impermeabilização e Isolamento Térmico de Coberturas em Terraço, Sistemas Construtivos e Patologias. Lisboa : Tese de mestrado, ISEL, 2013. António, D. 2011. Reabilitação de revestimentos de impermeabilização de coberturas em terraço Estudo experimental da ligação entre membranas novas e envelhecidas. Lisboa : Tese de mestrado, IST, 2011. Brites, J. e Grandão, M. 1990. Controlo técnico da qualidade na construção. Lisboa : Encontro Nacional sobre Qualidade na Construção, LNEC, 1990. Decker, T. 2013. Building Control Systems and Technical Control Activities in Belgium, Germany and The United Kingdom. Lisboa : Tese de mestrado, IST, 2013. Deman, J. 2013. Building Control Systems and Technical Control Activities in Belgium, The Netherlands, Sweden and France. Lisboa : Tese de mestrado, IST, 2013. Documento de aplicação nº19. Lisboa, LNEC, 2010. Documento de aplicação nº22. Lisboa, LNEC, 2010. Documento de aplicação nº23. Lisboa, LNEC, 2010. Dias, T. 2008. Durabilidade de Materiais Utilizados nos Sistemas de Impermeabilizações de Coberturas Planas. Porto : Tese de mestrado, FEUP, 2008. Doumeyrou, J. 1986b. As relações entre as companhias de seguros e o grupo de controlo técnico. s.l. : Encontro Nacional sobre Qualidade na Construção, LNEC, 1986b. —. 1986a. O controlo técnico directo da qualidade na construção praticado pelo Bureau Veritas no mundo. Lisboa : Encontro Nacional sobre Qualidade na Construção, LNEC, 1986a. Figueiredo, J. 2012. Levantamento de Anomalias nos Sistemas Impermeabilizantes de Coberturas Planas. Lisboa : Tese de mestrado, ISEL, 2012. Gomes, R. 1968. Coberturas em Terraço. Lisboa : LNEC, 1968. Jafar, K. 2013. Controlo Técnico da Construção - Enquadramento e Definição da Actividade. Lisboa : Tese de mestrado, IST, 2013. Lopes, J. G. 1994b. 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Riscos de engenharia na perspectiva da seguradora: o caso do seguro decenal. Lisboa : Encontro sobre Gestão do Risco na Construção, InCI, 2013. Trujillo, L. 2002. Manual de diagnosis e intervención en cubiertas planas. Barcelona : Colegio de Aparejadores y Arquitectos Técnicos, 2002. 82 Anexos 83 Anexo I – Pontos importantes para a qualidade do sistema de impermeabilização Na coluna “Referências” mencionam-se trabalhos que evidenciam a importância do ponto em questão para a qualidade final do sistema de impermeabilização. Camada de forma: projeto e execução Camada de forma: projeto Justificação Referências Verificar se a espessura da camada se encontra entre os 3 a 30 cm Menos de 3 cm é de muito difícil execução, e mais de 30 cm origina solicitações mecânicas excessivas (Paulo, et al., 2012) Verificar que estruturais juntas Caso contrário levará à ocorrência de fissurações ou perda de aderência ao seu suporte (Paulo, et al., 2012) Verificar que os desenvolvimentos das pendentes ao longo da cobertura estão inequivocamente indicados Evitar erros no sistema de drenagem da cobertura (Silva Gonçalves, 2001) Especificar o material a usar para a camada de forma Contabilizar a sua ação para as solicitações mecânicas e eventualmente para o comportamento térmico (Lopes, 1994a) Especificar declive que cumpra com as normas em vigor, eventuais recomendações do fabricante ou Documentos de Aplicação Diferentes sistemas de impermeabilização, necessitarão de diferentes tempos de contacto com a água. (Lopes, 1994a) Camada de forma: execução Justificação Referências Verificar que assenta numa superfície limpa, ligeiramente rugosa e previamente molhada De forma a promover uma boa aderência (Lopes, 1994a) Verificar que a sua execução respeita possíveis juntas estruturais Caso contrário levará à ocorrência de fissurações ou perda de aderência ao seu suporte (Paulo, et al., 2012) Verificar que são executadas juntas fracionamento (15 mm a cada 15 m) Evitar fissurações dilatações térmicas (Paulo, et al., 2012) acompanha possíveis de resultantes de Proceder a uma divisão da superfície a betonar em painéis de 3x3m, e proceder a betonagem forma alternada De forma a evitar fissuração por retração Verificar se o produto aplicado corresponde ao especificado em projeto De forma a evitar desvios ao sistema construtivo concebido Verificar que a betonagem condições ambiente razoáveis em As condições ambiente adversas terão efeitos significativos no produto construído Verificar que a colocação e compactação do betão se dão em condições satisfatórias Por forma a evitar situações de de chochos superficiais por exemplo Verificar que as disposições do projeto são cumpridas De forma a evitar desvios ao sistema construtivo concebido decorre 1 e (Lopes, 1994a) Estrutura resistente: projeto e execução Estrutura resistente: projeto Justificação Referências Verificar que a estrutura resistente acompanha possíveis juntas estruturais Caso contrário levará à ocorrência de fissurações (Paulo, et al., 2012) Verificar que a estrutura projetada cumpre de facto os requisitos a nível de resistência às solicitações de que é alvo Certificar que de facto está verificada a segurança da estrutura Estrutura resistente: execução Justificação Verificar a qualidade do betão De forma a não comprometer verificações de segurança efetuadas Verificar que se dá uma cura adequada Para evitar fendilhação por retração Verificar que a sua execução respeita possíveis juntas estruturais Caso contrário levará à ocorrência de fissurações Verificar que a betonagem condições ambiente razoáveis em As condições ambiente adversas terão efeitos significativos no produto construído Verificar que a colocação e compactação do betão se dão em condições satisfatórias Por forma a evitar situações de de chochos superficiais por exemplo Verificar que cumpridas são De forma a evitar desvios ao sistema construtivo concebido Verificar que a superfície acabada não se encontra exageradamente rugosa Por forma a não ser necessária uma espessura exagerada de camada de regularização (nos casos a que a ela se recorre) disposições do decorre projeto Referências as (Lopes, 1994a) Camada de regularização: execução Camada de regularização: execução Justificação Referências Verificar se a espessura é adequada Para que esta cumpra a sua função, sem que se use uma quantidade exagerada (Lopes, 1994a) Verificar se adequadas as condições ambientes são Condições ambiente adversas podem originar deficiências ao nível das funções para que esta é usada Revestimento de impermeabilização: projeto e execução Revestimento de impermeabilização: projeto Justificação Referências Verificar qual a tipologia mais adequada para o caso a conceber Diferentes solicitações provenientes do uso a que está sujeita a cobertura, deverão corresponder diferentes soluções de revestimento de impermeabilização (Lopes, 1994a) Determinar a solução a adotar bem como o sistema de fixação e proteção A solução de revestimento de impermeabilização e o seu sistema de fixação, têm uma importância (Lopes, 1994a) 2 muito grande na qualidade e durabilidade do sistema construtivo Revestimento de impermeabilização: projeto (continuação) Justificação Referências Verificar os pontos existentes e conceber construtivos adequados singulares pormenores A correta pormenorização dos pontos singulares reduz em muito a possibilidade de ocorrência de anomalias (Lopes, 1994a; Silva e Gonçalves, 2001) Verificar a necessidade de instalação de barreiras térmicas ou químicas Alguns sistemas poderão ser química ou termicamente incompatíveis com os materiais que contactam (Lopes, 1994a) Revestimento de impermeabilização: execução Justificação Referências Verificar se as condições de transporte e armazenamento são adequadas à solução Alguns materiais exigem certos cuidados a ter com o seu manuseamento e transporte (Lopes, 1994a) Verificar se as condições ambientais são favoráveis Alguns tipos de materiais são sensíveis à água por exemplo (Lopes, 1994a) Verificar que são garantidas especificações do projeto De forma a evitar a ocorrência de desvios ao projeto as Proteção do revestimento de impermeabilização: projeto, execução e manutenção Proteção do revestimento impermeabilização: projeto de Justificação Referências Verificar que a solução de proteção do revestimento de impermeabilização é compatível com o revestimento e com a tipologia Diferentes revestimentos e diferentes tipologias necessitarão de diferentes tipos de proteção às ações a que estão sujeitos (Lopes, 1994a) Verificar que nos casos de proteção constituída por material solto, que é especificada uma espessura adequada De forma a promover uma componente gravítica adequada ao sistema (Lopes, 1994a; Lopes, 1994b) Verificar que nos casos de proteção constituída por material solto, são especificadas soluções de proteção pesada contínua rígida na periferia Dado ser aí que o efeito do vento tenderá a fazer ocorrer mais o arrastamento do material solto (Lopes, 1994b) Proteção do revestimento impermeabilização: execução Justificação Referências de Verificar se a proteção aplicada corresponde à concebida em projeto De forma a evitar desvios ao que foi concebido Verificar que no ato da aplicação não ocorrem solicitações exageradas Cargas pontuais sobretudo nesta fase sobre o revestimento de impermeabilização poderão originar a sua rotura (Lopes, 1994b) Proteção do revestimento impermeabilização: manutenção Justificação Referências Dado nessas zonas a ação do vento se fazer sentir com maior intensidade (Lopes, 1994b) de Verificar que no caso de material solto, este não se deslocou, especialmente na periferia 3 Barreira pára-vapor: projeto e execução Barreira pára-vapor: projeto Justificação Referências Verificar que é especificada a solução e a localização a aplicar Dada a sua importante ação, a sua especificação não pode ser esquecida (Lopes, 1994a) Barreira pára-vapor: execução Justificação Referências Verificar que a solução aplicada é a designada em projeto De forma a evitar desvios ao que foi concebido Verificar que as condições ambiente são adequadas Condições ambiente adversas podem diminuir as características da camada Verificar que as condições do suporte são adequadas à receção da camada Por forma a evitar a aplicação de quantidades exageradas ou reduzidas de produto e para se garantir que a camada é corretamente aplicada (Lopes, 1994a) Camada de isolamento térmico: projeto e execução Camada de isolamento térmico: projeto Justificação Referências Verificar que é especificada uma solução de isolamento térmico que verifique a regulamentação aplicável De forma a garantir-se as condições térmicas exigidas pelas normas Verificar que a solução especificada é adequada à zona e tipologia onde é aplicada É importante ter em conta se a rigidez ou características da solução se adequam à solução construtiva (Lopes, 1994a) Camada de isolamento térmico: execução Justificação Referências Verificar que a solução aplicada é a designada em projeto De forma a evitar desvios ao que foi concebido Verificar a aplicação da barreira pára-vapor ou de camada de difusão de vapor de água (exceto se cobertura invertida) Por forma a garantir a eficácia da solução de isolamento térmico bem como a sua durabilidade (Lopes, 1994a) Camada de difusão do vapor de água: projeto e execução Camada de difusão de vapor de água: projeto Justificação Referências Verificar que os pormenores construtivos relativos aos dispositivos de difusão do vapor de água, estão pormenorizados De forma a permitir a sua correta execução (Lopes, 1994a) Verificar que está especificada a solução e a localização a aplicar De forma a permitir o seu correto desempenho (Lopes, 1994a) Camada de difusão de vapor de água: execução Justificação Referências Verificar que a solução aplicada é a designada em projeto De forma a evitar desvios ao que foi concebido Verificar que adequadas Condições ambiente adversas podem diminuir as características da camada as condições ambiente são 4 Verificar que as condições do suporte são adequadas à receção da camada Por forma a evitar a aplicação de quantidades exageradas ou reduzidas de produto e para se garantir que a camada é corretamente aplicada Executar pormenores construtivos relativos aos dispositivos de difusão do vapor de água de acordo com o projeto De forma a evitar desvios ao que foi concebido (Lopes, 1994a; Silva e Gonçalves,2001) Camada de dessolidarização: projeto e execução Camada de dessolidarização: projeto Justificação Verificar que é especificada uma solução de acordo com as solicitações previstas Diferentes tipos de ação necessitarão de diferentes tipos de camadas de dessolidarização Camada de dessolidarização: execução Justificação Verificar se a solução aplicada é a designada em projeto De forma a evitar desvios ao que foi concebido Referências (Lopes, 1994a) Referências Barreira de proteção térmica: projeto e execução Barreira de proteção térmica: projeto Justificação Verificar que é especificado o tipo e localização da barreira de proteção térmica Por forma a haver uma eficiente proteção dos componentes sensíveis Barreira de proteção térmica: execução Justificação Verificar que a solução aplicada é a designada em projeto De forma a evitar desvios ao que foi concebido Referências (Lopes, 1994a) Referências Barreira de separação química: projeto e execução Barreira de separação química: projeto Justificação Verificar que é especificado o tipo e localização da barreira de separação química Por forma a haver uma eficiente proteção dos componentes sensíveis Barreira de separação química: execução Justificação Verificar que a solução aplicada é a designada em projeto De forma a evitar desvios ao que foi concebido Referências (Lopes, 1994a) Referências Camada drenante: projeto e execução Camada drenante: projeto Justificação Referências Verificar que é especificada através de pormenor construtivo a variação da granulometria a aplicar, no caso de camada drenante com material granular De forma a ter-se um sistema drenante eficiente (Lopes, 1994a) Camada drenante: execução Justificação Referências Verificar que a solução aplicada é a designada em projeto (granulometria e ordem de aplicação) De forma a evitar desvios ao que foi concebido 5 Camada filtrante: projeto e execução Camada filtrante: projeto Justificação Verificar que é especificada a solução a aplicar De forma a ter-se um sistema filtrante eficiente para o caso a conceber Camada filtrante: execução Justificação Verificar que a solução aplicada é a designada em projeto De forma a evitar desvios ao que foi concebido Referências (Lopes, 1994a) Referências Paredes emergentes: projeto e execução Paredes emergentes: projeto Justificação Referências Verificar que está especificado em projeto como se dá a adesão à parede emergente, os produtos a aplicar, a altura do remate, etc. De forma a evitar anomalias típicas destes pontos singulares (Lopes, 1994b; Silva e Gonçalves, 2001) Verificar que a altura do remate cumpre a altura mínima recomendada (em normas ou documentos de aplicação) Devido à necessidade de garantir uma resistência satisfatória aos esforços que tendem a provocar o descolamento ou deslizamento desses remates relativamente ao paramento da parede ou platibanda (Lopes, 1994b) Verificar que são especificadas soluções de fixação mecânica no topo dos remates com altura superior a 0,40 m Evitar fluência ou deslizamentos dos remates (Lopes, 1994b) Verificar que são concebidas soluções que visem minimizar a ocorrência de descolamento dos remates (conforme abordado no texto) Evitar a ocorrência de descolamento dos remates (Lopes, 1994b) Verificar que são concebidas juntas na periferia do bordo inferior do remate nos casos de se ter uma proteção pesada rígida (conforme abordado no texto) Evitar ocorrência de fissuração no remate (Lopes, 1994b) Conceber, no caso de remates com paredes emergentes com soleiras de portas, soluções de remate que se prolonguem sobre a soleira de forma a contrariar o efeito da inexistência da altura mínima de remate nesses casos Evitar infiltrações pelos remates devido à sua altura insuficiente (Lopes, 1994b) Conceber soluções que protejam verticalmente o remate em coberturas acessíveis (conforme abordado no texto) Evitar ocorrência de fissuração no remate (Lopes, 1994b) Conceber soluções de dessolidarização remate em zonas de painel pré-fabricado de Evitar a ocorrência de rotura do revestimento de impermeabilização (Lopes, 1994b) capeamento de fixadas e com Evitar infiltrações pelo tardoz do remate (Lopes, 1994b) Paredes emergentes: execução Justificação Referências Executar os remates de acordo com o projeto, sem desvios de qualquer tipo De forma a evitar a ocorrência de desvios relativamente ao que foi concebido (Lopes, 1994b; Silva e Gonçalves, 2001) Especificar soluções de platibandas, corretamente pendente para o terraço 6 Proceder à execução dos remates somente com condições ambiente favoráveis Alguns materiais são sensíveis a condições atmosféricas adversas (Lopes, 1994b; Silva e Gonçalves, 2001) Antes da aplicação de materiais, verificar se o suporte se encontra em condições para receber esses materiais A presença de detritos ou mesmo de água podem por em causa o sucesso do sistema a implementar (Lopes, 1994b; Lopes, 1994a) Executar as fixações (independentemente do tipo) de forma cuidada Por forma a não intercetar, por exemplo, componentes sensíveis do suporte (por exemplo: tubagens presentes na estrutura resistente) Manusear os materiais de acordo com as suas fichas técnicas Por forma decorrentes incorreto a evitar anomalias de manuseamento (Lopes, 1994a) Juntas de dilatação: projeto e execução Juntas de dilatação: projeto Justificação Referências Conceber soluções sobrelevadas do remate da junta, especialmente se for acessível a pessoas Desta forma o remate pode ficar mais protegido das ações mecânicas que possam nele atuar (Lopes, 1994b) Conceber uma solução de remate dessolidarizado, apoiado na zona da junta num material flexível colocado para o efeito De forma a evitar o enrugamento da membrana nessas zonas (Lopes, 1994b) Juntas de dilatação: execução Justificação Referências o De forma a evitar a ocorrência de desvios (Lopes, 1994b; Silva e Gonçalves, 2001) Assegurar a zona não colada do revestimento na zona de remate Para desta formar permitir a dessolidarização em extensão suficiente do remate (Lopes, 1994b; Silva e Gonçalves, 2001) Executar os remates estabelecido em projeto de acordo com Pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais: projeto e execução Pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais: projeto Justificação Referências Nas embocaduras de tubos de queda, pormenorizar o rebaixamento necessário na camada de forma Para assim se fazer face ao aumento da espessura da solução de impermeabilização devido ao seu remate (Lopes, 1994b) Esquematizar em pormenor construtivo os diversos componentes a considerar nos tubos de queda De forma a obter-se uma solução com maior garantia de qualidade (Lopes, 1994b; Silva e Gonçalves, 2001) Nas caleiras, pormenorizar nas sobreposições de membranas, indicando a correta ordem de aplicação e dimensão da junta de sobreposição entre elas De forma a conceber-se um sistema que garanta a qualidade da solução (Lopes, 1994b; Silva e Gonçalves, 2001) Nas caleiras, especificar os sistemas de fixação a aplicar De forma a conceber-se um sistema que garanta a qualidade da solução (Lopes, 1994b; Silva e Gonçalves, 7 2001) Pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais: execução Justificação Referências Executar os remates/pontos singulares de acordo com o especificado em projeto De forma a evitar desvios ao que foi concebido ( Silva Gonçalves, 2001) Executar a fixação do sistema de forma adequada De forma a evitar desvios ao que foi concebido ou solução de má qualidade (Lopes, 1994b; Silva e Gonçalves, 2001) e Outros elementos emergentes: projeto e execução Outros elementos emergentes: projeto Justificação Referências Conceber um remate do revestimento de impermeabilização que dessolidarize o sistema no ponto singular De forma a evitar descolamento, deslizamento ou fissuras nos remates (Lopes, 1994b) Outros elementos (continuação) Justificação Referências Proceder à cintagem, protegida superiormente com mástique, do remate a toda a secção do elemento no bordo superior do mesmo Para garantir a fixação em todo o perímetro da solução de remate (Lopes, 1994b) Outros elementos emergentes: execução Justificação Referências Executar o remate de acordo com o projeto De forma a evitar desvios relativamente ao que foi concebido (Silva Gonçalves, 2001) emergentes: projeto 8 e Anexo II - Pormenores construtivos sugeridos por fabricantes das membranas em estudo Neste ponto serão apresentados os seguintes pormenores construtivos apresentados por fabricantes das membranas em estudo: Anexo II.a – Soluções para proteção pesada em membranas betuminosas no encontro com parede emergente e para coberturas ajardinadas Anexo II.b – Solução de membrana betuminosa no encontro com parede emergente Anexo II.c – Solução de membrana de PVC no encontro com parede emergente Anexo II.d – Solução no encontro com soleiras Anexo II.e – Solução de membrana betuminosa no encontro com juntas estruturais Anexo II.f – Solução de membrana de PVC no encontro com juntas estruturais Anexo II.g – Solução geral no encontro com tubos de queda 9 Anexo II.a – Proteção pesada em membranas betuminosas no encontro com parede emergente Cobertura ajardinada com membrana betuminosa, no encontro com parede emergente, segundo o DA 31. 11 Cobertura com membrana betuminosa com proteção pesada, no encontro com parede emergente, segundo o DA 29. 12 Anexo II.b – Solução de membrana betuminosa no encontro com parede emergente 13 Anexo II.c – Solução de membrana de PVC no encontro com parede emergente 14 Anexo II.d – Solução no encontro com soleiras Solução disponibilizada pela Imperalum fabricante de membranas betuminosas: 15 Solução disponibilizada pela Renolit fabricante de membranas de PVC: 16 Anexo II.e – Solução de membrana betuminosa no encontro com juntas estruturais 17 Anexo II.f – Solução de membrana de PVC no encontro com juntas estruturais 18 Anexo II.g – Solução geral no encontro com tubos de queda 19 Anexo III – Estudo abordado no trabalho sobre as anomalias em coberturas planas (Silva e Gonçalves, 2001) 21 Anexo IV – Relatórios do modelo espanhol Segundo Almeida (2011), no modelo espanhol de relatórios constam os seguintes: D0: Definição do Risco – Análise do Risco Técnico D01: Revisão do Projecto de Estruturas D02: Revisão do Projecto de Estanquicidade D03: Revisão de Projecto de Obra Secundária D04: Revisão de Projecto de Instalações D1.1: Unidades de Obra Especiais (Fundações) D1.2: Unidades de Obras Especiais (Estruturas Pré-Fabricadas) D1.3: Unidades de Obras Especiais (Fachadas) D2: Sistemas e Materiais Não Tradicionais D3: Relatório Final de Estanquicidade D3bis: Estanquicidade D4: Pré-existentes – Obra Nova Sobre Construções Existentes D5.1: Execução de Fundações D5.2: Execução de Estrutura D5.3: Execução de Fachadas e Coberturas D5.4: Execução de Obra Secundária D5.5: Execução de Instalações D6: Fecho de Obras D7: Incidências D8: Fecho de obras secundárias e de instalações D8bis: Fecho de obras secundárias e de instalações D9.n: Reparações de danos D10.n: Outros 23 Anexo V – Modelo de relatório na fase de projeto D02 25 Relatório D02 Revisão do projeto de estanquidade Unidade de obra: Caves Coberturas Fachadas Processo: Técnicos responsáveis pelo controlo técnico Nome completo Contacto Email Data de execução do controlo técnico: Proprietário/ Promotor: Morada completa: 1 - Participantes na construção Tipo Nome da entidade Contacto Morada completa 2 - Bases de partida 2.1 - Elementos disponíveis do projeto: Memória descritiva/ Caderno de encargos Sim Não Definição clara das unidades construtivas Sim Não Desenhos definitivos para execução Sim Não Pormenores construtivos Sim Não Outros Sim Não 2.2 - Normativa: Normativa exigível e aplicável Sim Não Normativa recomendável Sim Não Sim Não 2.3 - Soluções adotadas: Alteração ao risco técnico inicialmente previsto (Se Sim, indicar alterações) 2.4 - Materiais: 26 2.5 - Juntas (tipo de juntas e materiais utilizados): 2.6 - Pormenores construtivos disponíveis no projeto: 3 - Documentação analisada: 4 - Enumeração dos relatórios emitidos Tipo Data de emissão Data de resposta Resposta satisfatória Sim Não Sim Não Sim Não 5- Conclusões 5.1 - Resultado do controlo 5.2 - Conclusão técnica do risco 5.3 - Enumeração das reservas técnicas emitidas Tipo Referência do documento Documentação em anexo: Sim Não Se sim, indicar título dos documentos e número de páginas: 27 Nº ata de emissão Anexo VI – Modelo de relatório na fase de execução D3 29 Relatório D3 Relatório final de estanquidade Unidade de obra: Caves Coberturas Fachadas Processo: Técnicos responsáveis pelo controlo técnico Nome completo Contacto Email Data de execução do controlo técnico: Proprietário/ Promotor: Morada completa: 1 - Dados administrativos 1.1 - Receção 1.2 - Relatório D3bis Prevista Real Data: Data prevista de: Realização: Envio à Seguradora: 2 - Aspetos modificados relativamente ao D0 e/ ou D02? (Se sim, concretizar em anexo as alterações produzidas) Sim 3 - Relação de anexos presentes neste relatório Sistema de Descrição Não Anexo nº 4 - Conclusão geral final (Projeto + Execução) 4.1 - Adequação da execução ao estabelecido em projeto? (incluindo modificações) 4.2 - Exposição detalhada e opinião técnica pormenorizada: Sim Não 4.3 - Deficiências constatadas e avaliadas que à data de emissão do presente relatório não foram reparadas mas que não comprometem a estanquidade da obra: 30 4.4 - A impermeabilização está condicionada a um processo de manutenção durante o período de cobertura do seguro? Sim Não 4.5 - A necessidade de um processo de manutenção encontra-se refletida e convenientemente definida(livro do edifício, etc.)? Sim Não 5 - Reservas técnicas emitidas no decurso do controlo técnico realizado Existiu reservas técnicas? Conceito Sim Nº ata de emissão Não Nº ata cancelamento (1) Juntar a este relatório o anexo correspondente a cada unidade de obra avaliada Documentação em Anexo? Sim Não Se sim, indicar número e titulo do Anexo, e número de páginas: 31 Anexo nº 1 - Coberturas (Planas, inclinadas) Tipologia da cobertura: 1 - Descrição da unidade de obra: 1.1 - Do interior para o exterior, descrição das unidades de obra executadas (materiais, fabricantes ou marcas, espessuras, disposição, pendente, superfície da tipologia em causa): 1.2 - Descrição das zonas de remate ou ligação com outros elementos (fachadas, outras tipologias, juntas e outros pontos singulares): 1.3 - Indicar o caracter eventualmente inovador ou não normalizado de alguma das soluções adotadas. Citar o respetivo relatório D2 elaborado anteriormente e emissão e cancelamento da reserva técnica correspondente. 1.4 - Identificação dos elementos da cobertura que conferem a estanquidade: 2 - Intervenientes Executante: Fornecedor: Fabricante: 3 - Custo total da unidade de obra: 4 - Condições máximas previstas no projeto: Carga da neve: Pressão do vento: 5 - Materiais Descrever materiais controlados, indicando-se sumariamente o alcance do referido controlo (testes, ensaios, certificados de qualidade relativos aos elementos que conferem a estanquidade e respetiva proteção): 5.1 - Os materiais aplicados correspondem com os indicados em projeto? (se não, indicar desvios) Sim Não 5.2 - São aceitáveis os desvios detetados? (se não, emitir reserva técnica) Sim Não 5.3 - Resultado do controlo de materiais é satisfatório? (se não, indicar desvios) Sim Não 5.4 - São aceitáveis os desvios detetados? (se não, emitir reserva técnica) Sim Não 32 6 - Execução 6.1 - Existiram modificações face às coberturas projetadas? (se sim, apresentar a descrição das mesmas) - Existem documentos justificativos e aprovação por parte da fiscalização? (se não emitir uma reserva técnica) - Foi controlado pelo G.C.T. o seu desenho e cálculo (paredes de sustentação de coberturas e eventuais modificações)? - O resultado foi satisfatório? (se não, emitir uma reserva técnica) - Foram detetadas deficiências de execução, disposições incorretas, operações desadequadas, omissões prejudiciais, etc.? Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não 6.2 - Foram sanadas as referidas deficiências em obra? Sim (se sim, descrever as medidas adotadas. Se não, emitir uma reserva técnica) Não 6.3 - Inspeções efetuadas durante o desenvolvimento do controlo das unidades em causa. Indicar o conteúdo das referidas inspeções. 7 - Ensaios de estanquidade? Data: Sim Não 7.1 - Resultado satisfatório? Sim Não 33 Anexo VII – Modelo de relatório específico proposto para a fase de projeto 35 Relatório D02.cp Revisão do projeto de estanquidade de cobertura plana Processo: Técnicos responsáveis pelo controlo técnico Nome completo Contacto Email Data de execução do controlo técnico: Proprietário/ Promotor: Morada completa: 1 - Participantes na construção Tipo Nome da entidade Contacto Morada completa 2 - Bases de partida 2.1 - Elementos disponíveis do projeto: Memória descritiva/ Caderno de encargos Sim Não Definição clara das unidades construtivas Sim Não Desenhos definitivos para execução Sim Não Pormenores Construtivos (PC) Sim Não Outros Sim Não 2.2 - Normativa: Normativa exigível e aplicável Sim Não Normativa recomendável Sim Não 2.3 - Tipo de uso: 2.4 - Tipo de proteção do revestimento de impermeabilização: 2.5 - Materiais Estrutura Resistente: Camada de forma: Barreira Pára-vapor: Isolamento térmico: Sistema de impermeabilização: Camada de proteção: Outras: 36 2.6 - Pontos Singulares Tipo Existe Pormenor Construtivo adequado? Sim Não Sim Não Sim Não Referência Anexo (Se Não emitir Reserva Técnica) 2.7 - Desenhos referentes à zona corrente Tipo Referência 2.8 - Soluções adotadas: Alteração ao risco técnico inicialmente previsto (Se Sim, indicar alterações) Sim Não 3 - Foi criado o "Livro do Edifício, especificando as ações de manutenção e a sua periodicidade? (Se Não emitir Reserva Técnica) Sim Não 4 - Documentação analisada: 5 - Enumeração dos relatórios emitidos Tipo Data de emissão Data de resposta Resposta satisfatória Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não 6 - Conclusões 6.1 - Resultado do controlo 6.2 - Conclusão técnica do risco 6.3 - Enumeração das reservas técnicas emitidas Tipo Referência do documento Documentação em anexo: Sim Não Se Sim, indicar título dos documentos e número de páginas: 37 Nº ata de emissão Anexo nº ___ - Zona Corrente 1 - Sistema de Fixação 1.1 - Tipo de sistema de fixação utilizado: Sistema de fixação recomendado em ficha técnica? (Se Não, emitir reserva técnica) Sim Não 1.2 - Compatibilidade do revestimento de impermeabilização Compatibilidade química assegurada? Sim Não Compatibilidade térmica assegurada? Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não 3 - O sistema de cobertura concebido é adequado ao tipo de uso que será alvo a cobertura? Sim (Se Não, emitir reserva técnica) Não 1.3 - Dimensões das juntas de sobreposição adequadas? (Se Não, emitir reserva técnica) 2 - Esquema de pendentes 2.1 - Valor da pendente cumpre as normas/recomendações do revestimento de impermeabilização projetado? (Se não, emitir reserva técnica) 2.2 - Esquema de pendentes origina dimensões da camada de forma superiores a 0,25-0,30 m? 4 - Cobertura de acesso limitado 4.1 - Está especificado em projeto a criação de caminhos na zona corrente, tendo em vista as ações de manutenção? Sim Não 5 - Sistemas com proteção de material solto 5.1 - Está especificado em projeto uma zona na periferia da cobertura com proteção contínua? Sim Não 38 Anexo nº ___ - Paredes emergentes 1- Remate do revestimento de impermeabilização em paredes emergentes 1.1 - Adesão do remate ao elemento especificado em PC? Sim Não 1.2 - Altura do remate cumpre as normas/recomendações? Sim Não 1.3 - Nos casos com remates de altura superior a 0,40 m é especificado um sistema de fixação mecânica no topo do mesmo? Sim Não 1.4 - O remate encontra-se protegido verticalmente? Sim Não 2 - Remate do revestimento de impermeabilização com soleiras de porta 2.1 - A solução concebida estabelece o prolongamento do remate sobre a soleira? Sim Não 3 - Tratamento destes pontos singulares face a soluções de proteção pesada rígida 3.1 - A solução concebida estabelece a criação de juntas na proteção do revestimento de impermeabilização, a cerca de 0,30 m das zonas de remate? Sim Não 4 - Platibandas 4.1 - O capeamento da platibanda é especificado em PC? Sim Não 4.2 - A pendente do capeamento permite o retorno das águas para a cobertura? Sim Não 4.3 - No caso de platibandas pré-fabricadas está previsto em PC soluções de dessolidarização dos remates do revestimento de impermeabilização? Não Sim 5 - A solução de remate é de conceção corrente e/ou recomendada quer por normas quer por outros documentos? Sim (Se Não, emitir reserva técnica) Especificar eventuais fontes consultadas: 39 Não Anexo nº___ - Juntas de dilatação 1 - Remate em zona de junta de dilatação 1.1 - O remate concebido encontra-se dessolidarizado com o revestimento de impermeabilização e apoiado num material flexível colocado na junta? Sim Não 1.2 - A forma e materiais de aderência do remate respeita as recomendações das fichas técnicas ou outros documentos? Sim Não 1.3 - No caso de tipologia de cobertura acessível, esse remate da junta encontra-se sobre-elevado? Sim Não 2 - A solução de remate é de conceção corrente e/ou recomendada quer por normas quer por outros documentos? Sim (Se Não, emitir reserva técnica) Especificar eventuais fontes consultadas: 40 Não Anexo nº __ - Pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais 1 - Tubos de queda 1.1 - A camada de forma encontra-se rebaixada na zona da embocadura do tubo de queda no PC? Sim Não Sim Não 2 - Caleiras 2.1 - A ordem de aplicação do revestimento de impermeabilização encontra-se em pormenor construtivo? Sim Não 1.2 - O revestimento de impermeabilização encontra-se dessolidarizado com um remate à entrada do tubo de queda? 2.2 - A dimensão das juntas de sobreposição do revestimento de impermeabilização na zona da caleira encontram-se definidas de acordo com os valores recomendados? Sim (Se Não, emitir reserva técnica) 2.3 - A forma de fixação do revestimento de impermeabilização nas zonas de caleira encontra-se definida de acordo com fichas técnicas ou outros documentos? (Se Não, emitir reserva técnica) Sim 3 - As soluções de remate são de conceção corrente e/ou recomendada quer por normas quer por outros documentos? Sim (Se Não, emitir reserva técnica) Especificar eventuais fontes consultadas: 41 Não Não Não Anexo nº___ - Outros elementos emergentes 1 - Tubagens circulares emergentes 1.1 - O revestimento de impermeabilização encontra-se dessolidarizado por um remate no ponto singular? Sim 1.2 - A parte superior do remate encontra-se fixa ao elemento emergente por meio de cintagem e protegido por mástique em toda a sua secção? Sim (Se Não, emitir reserva técnica) 2 - A solução de remate é de conceção corrente e/ou recomendada quer por normas quer por outros documentos? Sim (Se Não, emitir reserva técnica) Especificar eventuais fontes consultadas: 42 Não Não Não Anexo VIII – Moradia unifamiliar Neste ponto serão apresentado 5 anexos, conforma foi introduzido no texto principal, sendo os seguintes: Anexo VIII.a – Projeto inicial Anexo VIII.b – Modelo de relatório específico aplicado ao projeto inicial Anexo VIII.c – Projeto modificado (como construído) Anexo VIII.d – Modelo de relatório específico aplicado ao projeto melhorado Anexo VIII.e – Modelo de relatório aplicado à execução Anexo VIII.f – Levantamento fotográfico 43 Anexo VIII.a – Projeto inicial 44 45 Anexo VIII.b – Modelo de relatório específico aplicado ao projeto inicial 46 Relatório D02.cp Revisão do projeto de estanquidade de cobertura plana Processo: CP1.PI Técnicos responsáveis pelo controlo técnico Nome completo Contacto Email Fábio Luís Arruda Fagundes 940000000 [email protected] Data de execução do controlo técnico: 20/05/2013 Proprietário/ Promotor: Proprietário, Lda Morada completa: Rua da moradia nº23, Praia da Vitória 1 - Participantes na construção Tipo Nome da entidade Projetista Gabinete de projeto, Lda Empreiteiro Empreiteiro, Lda Aplicador da Impermeabilizações Lda Contacto 910000000 910000001 910000002 Morada completa Rua da vila nº1 Praia Rua da vila nº2 Praia Rua da vila nº3 Praia imperm. 2 - Bases de partida 2.1 - Elementos disponíveis do projeto: Memória descritiva/ Caderno de encargos Sim Não X Definição clara das unidades construtivas Sim Não X Desenhos definitivos para execução Sim Não X Pormenores Construtivos (PC) Sim Não X Outros Sim Não 2.2 - Normativa: Normativa exigível e aplicável RGEU Normativa recomendável Sim Sim X Não Não 2.3 - Tipo de uso: Cobertura de acesso limitado 2.4 - Tipo de proteção do revestimento de impermeabilização: Sem proteção 2.5 - Materiais Estrutura Resistente: Camada de forma: Barreira Pára-vapor: Isolamento térmico: Sistema de impermeabilização: Camada de proteção: Outras: Betão armado Não especificado Não especificado 47 X 2.6 - Pontos Singulares Tipo Existe Pormenor Construtivo adequado? Platibanda Sim Não X Chaminé Sim Não X Tubo de queda Sim Não X Caleira Referência Anexo Sim Não X (Se Não emitir Reserva Técnica) 2.7 - Desenhos referentes à zona corrente Tipo Referência Corte1 "Corte pormenorizado (adaptado)" Corte2 "Corte pormenorizado (adaptado)" 2.8 - Soluções adotadas: Alteração ao risco técnico inicialmente previsto (Se Sim, indicar alterações) Sim 3 - Foi criado o "Livro do Edifício, especificando as ações de manutenção e a sua periodicidade? (Se Não emitir Reserva Técnica) Sim X Não Não X 4 - Documentação analisada: Peças desenhadas do projeto 5 - Enumeração dos relatórios emitidos Tipo Data de emissão Esclarecimento PCs Data de resposta - 20-05-2013 Resposta satisfatória Sim Sim Não Não 6 - Conclusões 6.1 - Resultado do controlo Existe uma situação de grande risco já que faltam pormenores construtivos, b em como especificação dos materiais a aplicar. A pendente é nula, não respeitando o valor mínimo do RGEU. Não foi elab orado o "Livro do edifício". 6.2 - Conclusão técnica do risco Perante os dados acima referidos, o risco técnico associado é de "Muito Agravado". 6.3 - Enumeração das reservas técnicas emitidas Tipo Referência do documento Nº ata de emissão Pontos Singulares PS.1 1 Livro do Edifício LE.1 2 Pendente Pe.1 3 Documentação em anexo: Sim 48 Não X Anexo VIII.c – Projeto modificado (como construído) 49 50 51 52 Anexo VIII.d – Modelo de relatório específico aplicado ao projeto modificado (como construído) 53 Relatório D02.cp Revisão do projeto de estanquidade de cobertura plana Processo: CP1.PF Técnicos responsáveis pelo controlo técnico Nome completo Contacto Email Fábio Luís Arruda Fagundes 940000000 [email protected] Data de execução do controlo técnico: 20/05/2013 Proprietário/ Promotor: Proprietário, Lda Morada completa: Rua da moradia nº23, Praia da Vitória 1 - Participantes na construção Tipo Nome da entidade Projetista Gabinete de projeto, Lda Empreiteiro Empreiteiro, Lda Aplicador da Impermeabilizações Lda Contacto 910000000 910000001 910000002 Morada completa Rua da vila nº1 Praia Rua da vila nº2 Praia Rua da vila nº3 Praia imperm. 2 - Bases de partida 2.1 - Elementos disponíveis do projeto: Memória descritiva/ Caderno de encargos Sim Definição clara das unidades construtivas Sim X Não Desenhos definitivos para execução Sim X Não Pormenores Construtivos (PC) Sim X Não Outros Sim 2.2 - Normativa: Normativa exigível e aplicável Não Não Sim X Não Sim X Não RGEU Normativa recomendável Documentos de aplicação (22 e 23) e de homologação (DH 750) 2.3 - Tipo de uso: Cobertura de acesso limitado 2.4 - Tipo de proteção do revestimento de impermeabilização: Sem proteção 2.5 - Materiais Estrutura Resistente: Camada de forma: Barreira Pára-vapor: Isolamento térmico: Sistema de impermeabilização: Camada de proteção: Outras: Betão armado Betão leve (agregado: bagacina) Lã mineral (Lã de rocha, 5cm) Membrana de PVC (Sik aplan 12G) 54 X 2.6 - Pontos Singulares Tipo Existe Pormenor Construtivo adequado? Referência Anexo Platibanda Sim X Não P. Platibanda Anexo 2 Chaminé Sim X Não P. Chaminé Anexo 2 Tubo de queda Sim X Não P. Tubo de Q. Anexo 3 Caleira Sim X Não P. Caleira (Se Não emitir Reserva Técnica) Anexo 3 2.7 - Desenhos referentes à zona corrente Tipo Referência Pormenor platibanda P. Platibanda 2.8 - Soluções adotadas: Alteração ao risco técnico inicialmente previsto (Se Sim, indicar alterações) Sim 3 - Foi criado o "Livro do Edifício, especificando as ações de manutenção e a sua periodicidade? (Se Não emitir Reserva Técnica) Sim X Não Não X 4 - Documentação analisada: Peças desenhadas (como construído) 5 - Enumeração dos relatórios emitidos Tipo Data de emissão Data de resposta Resposta satisfatória Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não 6 - Conclusões 6.1 - Resultado do controlo A solução conceb ida é no geral aceitável e não gera riscos relativamente à estanquidade. Contudo, a solução de remate de platib anda não se encontra devidamente dessolidarizada e na zona da caleira, o pormenor conceb ido pode gerar pequenas peturb ações ao escoamento. Não foi elab orado o "Livro do edifício". 6.2 - Conclusão técnica do risco Perante os dados acima referidos, o risco técnico associado é de "Agravado". 6.3 - Enumeração das reservas técnicas emitidas Tipo Referência do documento Nº ata de emissão Livro do Edifício LE.1 1 PC.Platibanda PCP.1 2 PC.Caleira PCC.1 3 Documentação em anexo: Sim 1 Não Se Sim, indicar título dos documentos e número de páginas: Anexo 1, Anexo 2 e Anexo 3; 3 páginas 55 Anexo nº 1 - Zona Corrente 1 - Sistema de Fixação 1.1 - Tipo de sistema de fixação utilizado: Sistema de fixação recomendado em ficha técnica? (Se Não, emitir reserva técnica) Sim X Não 1.2 - Compatibilidade do revestimento de impermeabilização Compatibilidade química assegurada? Sim X Não Sim X Não Sim X Não Sim X Não Compatibilidade térmica assegurada? 1.3 - Dimensões das juntas de sobreposição adequadas? (Se Não, emitir reserva técnica) 2 - Esquema de pendentes 2.1 - Valor da pendente cumpre as normas/recomendações do revestimento de impermeabilização projetado? (Se não, emitir reserva técnica) 2.2 - Esquema de pendentes origina dimensões da camada de forma superiores a 0,25-0,30 m? Sim 3 - O sistema de cobertura concebido é adequado ao tipo de uso que será alvo a cobertura? Sim (Se Não, emitir reserva técnica) Não X Não 4 - Cobertura de acesso limitado 4.1 - Está especificado em projeto a criação de caminhos na zona corrente, tendo em vista as ações de manutenção? Sim Não 5 - Sistemas com proteção de material solto 5.1 - Está especificado em projeto uma zona na periferia da cobertura com proteção contínua? Sim Não Não aplicável. 56 X X Anexo nº 2 - Paredes emergentes 1- Remate do revestimento de impermeabilização em paredes emergentes 1.1 - Adesão do remate ao elemento especificado em PC? Sim X Não 1.2 - Altura do remate cumpre as normas/recomendações? Sim 1.3 - Nos casos com remates de altura superior a 0,40 m é especificado um sistema de fixação mecânica no topo do mesmo? Sim Não 1.4 - O remate encontra-se protegido verticalmente? Sim Não Não aplicável. X 2 - Remate do revestimento de impermeabilização com soleiras de porta 2.1 - A solução concebida estabelece o prolongamento do remate sobre a soleira? Sim Não X Não Não aplicável. 3 - Tratamento destes pontos singulares face a soluções de proteção pesada rígida 3.1 - A solução concebida estabelece a criação de juntas na proteção do revestimento de impermeabilização, a cerca de 0,30 m das zonas de remate? Sim Não Não aplicável. 4 - Platibandas 4.1 - O capeamento da platibanda é especificado em PC? Sim X Não 4.2 - A pendente do capeamento permite o retorno das águas para a cobertura? Sim X Não 4.3 - No caso de platibandas pré-fabricadas está previsto em PC soluções de dessolidarização dos remates do revestimento de impermeabilização? Sim Não Não aplicável. 5 - A solução de remate é de conceção corrente e/ou recomendada quer por normas quer por outros documentos? Sim (Se Não, emitir reserva técnica) Especificar eventuais fontes consultadas: 57 Não X Anexo nº 3 - Pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais 1 - Tubos de queda 1.1 - A camada de forma encontra-se rebaixada na zona da embocadura do tubo de queda no PC? 1.2 - O revestimento de impermeabilização encontra-se dessolidarizado com um remate à entrada do tubo de queda? Sim Não Sim X Não 2 - Caleiras 2.1 - A ordem de aplicação do revestimento de impermeabilização encontra-se em pormenor construtivo? Sim X Não X Não X Não 2.2 - A dimensão das juntas de sobreposição do revestimento de impermeabilização na zona da caleira encontram-se definidas de acordo com os valores recomendados? Sim (Se Não, emitir reserva técnica) 2.3 - A forma de fixação do revestimento de impermeabilização nas zonas de caleira encontra-se definida de acordo com fichas técnicas ou outros documentos? (Se Não, emitir reserva técnica) Sim 3 - As soluções de remate são de conceção corrente e/ou recomendada quer por normas quer por outros documentos? Sim (Se Não, emitir reserva técnica) Especificar eventuais fontes consultadas: 58 Não X X Anexo VIII.e – Modelo de relatório aplicado à execução 59 Relatório D3 Relatório final de estanquidade Processo: CP1.FE Técnicos responsáveis pelo controlo técnico Nome completo Contacto Email Fábio Luís Arruda Fagundes 940000000 [email protected] Data de execução do controlo técnico: 20/05/2013 Proprietário/ Promotor: Proprietário, Lda Morada completa: Rua da moradia nº23, Praia da Vitória 1 - Dados administrativos 1.1 - Receção 1.2 - Relatório D3bis Prevista Real Data: 20-05-2013 Data prevista de: Realização: Envio à Seguradora: 2 - Aspetos modificados relativamente ao D0 e/ ou D02? (Se sim, concretizar em anexo as alterações produzidas) X Sim 3 - Relação de anexos presentes neste relatório Sistema de Descrição Coberturas planas Não Anexo nº Relatório de execução de coberturas planas 1 4 - Conclusão geral final (Projeto + Execução) 4.1 - Adequação da execução ao estabelecido em projeto? (incluindo modificações) 4.2 - Exposição detalhada e opinião técnica pormenorizada: Sim X Não Seguiu-se as indicações previstas em projeto, não ocorrendo situações de evidente agravamento do risco técnico nesta fase, sendo o risco global de "Agravado" 4.3 - Deficiências constatadas e avaliadas que à data de emissão do presente relatório não foram reparadas mas que não comprometem a estanquidade da obra: Nada a mencionar. 60 X 4.4 - A impermeabilização está condicionada a um processo de manutenção durante o período de cobertura do seguro? Sim Não 4.5 - A necessidade de um processo de manutenção encontra-se refletida e convenientemente definida(livro do edifício, etc.)? Sim Não X 5 - Reservas técnicas emitidas no decurso do controlo técnico realizado Existiu reservas técnicas? Sim Conceito Nº ata de emissão Livro do edifício 1 PC.Platibanda 2 PC.Caleira 3 Sem aprovação fiscalização 4 Sem ensaio de estanquidade 5 X Não Nº ata cancelamento (1) Juntar a este relatório o anexo correspondente a cada unidade de obra avaliada Documentação em Anexo? Sim X 61 Não Anexo nº 1 - Coberturas (Planas, inclinadas) Tipologia da cobertura: 1 - Descrição da unidade de obra: 1.1 - Do interior para o exterior, descrição das unidades de obra executadas (materiais, fabricantes ou marcas, espessuras, disposição, pendente, superfície da tipologia em causa): Gesso laminado, Lã de rocha com 5cm, laje de betão armado, camada de forma com betão leve de bagacina (pendente de 2,5%), membrana de impermeabilização (Sik aplan 12 G). 1.2 - Descrição das zonas de remate ou ligação com outros elementos (fachadas, outras tipologias, juntas e outros pontos singulares): Encontro com chaminé, platibanda periférica e zona de caleira 1.3 - Indicar o caracter eventualmente inovador ou não normalizado de alguma das soluções adotadas. Citar o respetivo relatório D2 elaborado anteriormente e emissão e cancelamento da reserva técnica correspondente. 1.4 - Identificação dos elementos da cobertura que conferem a estanquidade: Membrana de impermeabilização do tipo Sik aplan 12G. 2 - Intervenientes Executante: Empresa especializada1, Lda Fornecedor: Empresa especializada1, Lda Fabricante: Sik a 3 - Custo total da unidade de obra: XXXX euros 4 - Condições máximas previstas no projeto: Carga da neve: Não disponível. Pressão do vento: Não disponível. 5 - Materiais Descrever materiais controlados, indicando-se sumariamente o alcance do referido controlo (testes, ensaios, certificados de qualidade relativos aos elementos que conferem a estanquidade e respetiva proteção): Membrana Sik aplan 12G através de certificados e ficha técnica. 5.1 - Os materiais aplicados correspondem com os indicados em projeto? (se Não, indicar desvios) Sim X Não 5.2 - São aceitáveis os desvios detetados? (se Não, emitir reserva técnica) Sim Não 5.3 - Resultado do controlo de materiais é satisfatório? (se Não, indicar desvios) Sim X Não 5.4 - São aceitáveis os desvios detetados? (se Não, emitir reserva técnica) Sim Não 62 6 - Execução 6.1 - Existiram modificações face às coberturas projetadas? (se sim, apresentar a descrição das mesmas) Sim X Não Sim Não Sim X Não Sim Não X Sim Não X Conforme visto no Anexo VIII.c - Existem documentos justificativos e aprovação por parte da fiscalização? (se Não emitir uma reserva técnica) - Foi controlado pelo G.C.T. o seu desenho e cálculo (paredes de sustentação de coberturas e eventuais modificações)? X Conforme se pode ver no Anexo VIII.f - O resultado foi satisfatório? (se Não, emitir uma reserva técnica) - Foram detetadas deficiências de execução, disposições incorretas, operações desadequadas, omissões prejudiciais, etc.? 6.2 - Foram sanadas as referidas deficiências em obra? Sim (se sim, descrever as medidas adotadas. Se não, emitir uma reserva técnica) Não 6.3 - Inspeções efetuadas durante o desenvolvimento do controlo das unidades em causa. Indicar o conteúdo das referidas inspeções. 7 - Ensaios de estanquidade? Data: Sim Não 7.1 - Resultado satisfatório? Sim Não 63 X Anexo VIII.f – Levantamento fotográfico 64 65 Anexo IX – Reabilitação de uma cobertura plana Neste ponto serão apresentado 4 anexos, conforme foi introduzido no texto principal, sendo os seguintes: Anexo IX.a – Planta e pormenores construtivos Anexo IX.b – Modelo de relatório para a fase de execução Anexo IX.c – Levantamento fotográfico 67 Anexo IX.a – Planta e pormenores construtivos 68 69 70 Anexo IX.b – Modelo de relatório aplicado à execução 71 Relatório D3.cp Relatório final de estanquidade Processo: CP2.FE Técnicos responsáveis pelo controlo técnico Nome completo Contacto Email Fábio Luís Arruda Fagundes 940000000 [email protected] Data de execução do controlo técnico: 20/05/2013 Proprietário/ Promotor: Proprietário, Lda Morada completa: Rua da moradia nº23, Praia da Vitória 1 - Dados administrativos 1.1 - Receção 1.2 - Relatório D3bis Prevista Real Data: 20-05-2013 Data prevista de: Realização: Envio à Seguradora: 2 - Aspetos modificados relativamente ao D0 e/ ou D02? X Sim Não Não aplicável visto não haver projeto a analisar (Se sim, concretizar em anexo as alterações produzidas) 3 - Relação de anexos presentes neste relatório Sistema de Descrição Coberturas planas Anexo nº Relatório de execução de coberturas planas 1 4 - Conclusão geral final (Projeto + Execução) 4.1 - Adequação da execução ao estabelecido em projeto? (incluindo modificações) 4.2 - Exposição detalhada e opinião técnica pormenorizada: Sim Não Sem projeto a analisar Não houve projeto, seguindo-se a aplicação da memb rana de acordo com a experiência dos operários. Desta forma conclui-se que o nível do risco técnico é de "Muito Agravado". 4.3 - Deficiências constatadas e avaliadas que à data de emissão do presente relatório não foram reparadas mas que não comprometem a estanquidade da obra: Nada a mencionar. 72 X 4.4 - A impermeabilização está condicionada a um processo de manutenção durante o período de cobertura do seguro? Sim Não 4.5 - A necessidade de um processo de manutenção encontra-se refletida e convenientemente definida(livro do edifício, etc.)? Sim Não X 5 - Reservas técnicas emitidas no decurso do controlo técnico realizado Existiu reservas técnicas? Sim Conceito Nº ata de emissão Falta de projeto 1 Execução deficiente 2 Ausência de fiscalização 3 Sem ensaio de estanquidade 4 X Não Nº ata cancelamento (1) Juntar a este relatório o anexo correspondente a cada unidade de obra avaliada Documentação em Anexo? Sim X 73 Não Anexo nº 1 - Coberturas (Planas, inclinadas) Tipologia da cobertura: 1 - Descrição da unidade de obra: 1.1 - Do interior para o exterior, descrição das unidades de obra executadas (materiais, fabricantes ou marcas, espessuras, disposição, pendente, superfície da tipologia em causa): Laje de betão armado, poliestireno expandido (3cm), membrana de impermeabilização do tipo (Sik aplan 12 G). 1.2 - Descrição das zonas de remate ou ligação com outros elementos (fachadas, outras tipologias, juntas e outros pontos singulares): Encontro com parede emergente, platibanda periférica e tubo de queda. 1.3 - Indicar o caracter eventualmente inovador ou não normalizado de alguma das soluções adotadas. Citar o respetivo relatório D2 elaborado anteriormente e emissão e cancelamento da reserva técnica correspondente. 1.4 - Identificação dos elementos da cobertura que conferem a estanquidade: Membrana de impermeabilização do tipo Sik aplan 12G. 2 - Intervenientes Executante: Empresa especializada1, Lda Fornecedor: Empresa especializada1, Lda Fabricante: Sik a 3 - Custo total da unidade de obra: XXXX euros 4 - Condições máximas previstas no projeto: Carga da neve: Não disponível. Pressão do vento: Não disponível. 5 - Materiais Descrever materiais controlados, indicando-se sumariamente o alcance do referido controlo (testes, ensaios, certificados de qualidade relativos aos elementos que conferem a estanquidade e respetiva proteção): Membrana Sik aplan 12G através de certificados e ficha técnica. 5.1 - Os materiais aplicados correspondem com os indicados em projeto? (se Não, indicar desvios) Sim Não Não houve projeto para analisar. 5.2 - São aceitáveis os desvios detetados? (se Não, emitir reserva técnica) Sim Não Não houve projeto para analisar. 5.3 - Resultado do controlo de materiais é satisfatório? (se Não, indicar desvios) Sim Não X Não houve projeto para analisar. 5.4 - São aceitáveis os desvios detetados? (se Não, emitir reserva técnica) Sim Não Não houve projeto para analisar. 74 6 - Execução 6.1 - Existiram modificações face às coberturas projetadas? (se sim, apresentar a descrição das mesmas) Sim Não Não houve projeto - Existem documentos justificativos e aprovação por parte da fiscalização? (se Não emitir uma reserva técnica) - Foi controlado pelo G.C.T. o seu desenho e cálculo (paredes de sustentação de coberturas e eventuais modificações)? Sim Não Sim X Não Sim Não Sim X Não X Conforme visto no Anexo IX.c - O resultado foi satisfatório? (se Não, emitir uma reserva técnica) - Foram detetadas deficiências de execução, disposições incorretas, operações desadequadas, omissões prejudiciais, etc.? 6.2 - Foram sanadas as referidas deficiências em obra? Sim (se Sim, descrever as medidas adotadas. Se Não, emitir uma reserva técnica) Não X X 6.3 - Inspeções efetuadas durante o desenvolvimento do controlo das unidades em causa. Indicar o conteúdo das referidas inspeções. 7 - Ensaios de estanquidade? Data: Sim Não 7.1 - Resultado satisfatório? Sim Não 75 X Anexo IX.c – Levantamento fotográfico 76 77