Atividades de Controlo Técnico de Impermeabilizações em
Coberturas Planas
Fábio Luís Arruda Fagundes
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em
Engenharia Civil
Júri
Presidente: Prof. Ana Paula Patrício Teixeira Ferreira Pinto França de Santana
Orientador: Prof. Nuno Gonçalo Cordeiro Marques de Almeida
Orientador: Eng. Jorge Manuel Grandão Lopes
Vogal: Eng. Margarida Enrech Casaleiro Proença
Vogal: Prof. Vítor Faria e Sousa
Outubro de 2013
Atividades de Controlo Técnico de Impermeabilizações em
Coberturas Planas
Fábio Luís Arruda Fagundes
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em
Engenharia Civil
Júri
Presidente: Prof. Ana Paula Patrício Teixeira Ferreira Pinto França de Santana
Orientador: Prof. Nuno Gonçalo Cordeiro Marques de Almeida
Orientador: Eng. Jorge Manuel Grandão Lopes
Vogal: Eng. Margarida Enrech Casaleiro Proença
Vogal: Prof. Vítor Faria e Sousa
Outubro de 2013
“A qualidade nunca é um acidente; é sempre o resultado de um esforço inteligente”
John Ruskin
AGRADECIMENTOS
Quero expressar o meu sincero agradecimento a todos que de certa forma contribuíram ao longo da
realização desta dissertação.
Em primeiro lugar aos meus orientadores, o Professor Nuno Almeida e o Engenheiro Jorge Grandão
Lopes pela disponibilidade, paciência e motivação que me foram transmitindo ao longo do trabalho.
Ao Engenheiro Luís Costa da Victoria Seguros pelo tempo despendido e pelos esclarecimentos
prestados.
À empresa Vipaçor, e em especial aos seus funcionários que me foram ajudando e transmitindo
conhecimentos relativos à aplicação dos sistemas de impermeabilização abordados de forma
incansável.
Aos meus amigos Tiago, Cristiano, Nora e Vanda que muito me ajudaram e apoiaram ao longo do
trabalho; sem eles esta fase da minha vida não teria o mesmo significado.
Por fim, à minha família que sempre me apoiou de forma incondicional, dando todo o carinho e amor
necessários para enfrentar qualquer desafio.
vii
viii
RESUMO
Aos sistemas de coberturas planas, associam-se por vezes diversas anomalias relacionadas com o
seu sistema de impermeabilização, as quais acabam por originar infiltrações de água no edificado e
que, por sua vez, geram vários inconvenientes para o utilizador final.
Neste contexto de insatisfação do utilizador final, urge a adoção de medidas que visem o incremento
da qualidade da construção. Entre estas medidas estão as atividades de controlo técnico, já
amplamente discutidas e aplicadas em diversos países. Estas atividades ajudam a promover um
maior nível da qualidade do edificado em geral, através de uma análise e controlo das situações
passíveis de originar situações de não-qualidade, desde a fase de conceção à fase de execução,
passando eventualmente pela fase de manutenção.
O controlo técnico pode também servir de base para a entrada em cena de seguradoras, que definem
os prémios de seguro com base nas conclusões dos controladores técnicos, dessa forma permitindo
ao utilizador final ter uma garantia extra relativamente à qualidade do edificado.
Este trabalho visa promover a atividade de controlo técnico e, em particular, as atividades de controlo
técnico de impermeabilizações em coberturas planas. O presente trabalho aborda os vários pontos
críticos do sistema construtivo em questão, incluindo propostas que visam tornar modelos de
relatórios já utilizados para realização destas atividade de controlo técnico, específicos para as
coberturas planas. Por fim, procedeu-se também à implementação prática dessas propostas em dois
casos de estudo.
Palavras-chave: Controlo técnico, qualidade da construção, impermeabilizações, coberturas planas,
seguros.
ix
x
ABSTRACT
Flat roof systems have associated with them several anomalies related to their waterproofing system
which may end up causing leaks into the buildings, leading to a series of problems for the user of the
building.
Following that feeling of dissatisfaction by the user of the building, urges the adoption of measures
aimed at improving the quality of construction. Among those measures are the technical control
activities already widely discussed and applied in several countries. Those activities help to promote a
higher level of quality of the built environment in general, through an analysis and control of the
situations which may cause a decrease of the quality level from the design phase to the
implementation phase, and eventually the maintenance phase.
Technical control can also serve as a basis for entry into scene of insurers that will define insurance
premiums based on the conclusions made by the technical control activities, allowing the user of the
building to have an extra guarantee.
This work aims to promote the technical control activity, especially the technical control activities of
waterproofing systems of flat roofs. The work dealt with the various critical points waterproofing
systems of flat roofs and created proposals for improving the reporting models already used for
carrying out technical control checks. The present work also includes the application of those
proposed models on two study cases.
Keywords: Technical control, quality in construction, waterproofing systems, flat roofs, insurances.
xi
xii
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS ........................................................................................................................................ vii
RESUMO.......................................................................................................................................................... ix
ABSTRACT ....................................................................................................................................................... xi
ÍNDICE ........................................................................................................................................................... xiii
ÍNDICE DE FIGURAS ........................................................................................................................................ xv
ÍNDICE DE TABELAS ........................................................................................................................................xix
1.
2.
INTRODUÇÃO........................................................................................................................................... 1
1.1.
ÂMBITO E OPORTUNIDADE DO TEMA .............................................................................................................. 1
1.2.
OBJETIVO .................................................................................................................................................. 1
1.3.
METODOLOGIA E ORGANIZAÇÃO DO DOCUMENTO ............................................................................................ 2
SISTEMAS DE COBERTURAS PLANAS ........................................................................................................ 3
2.1.
REQUISITOS BÁSICOS................................................................................................................................... 3
2.2.
CONSTITUIÇÃO DOS SISTEMAS DE COBERTURAS PLANAS..................................................................................... 5
2.3.
TIPOLOGIAS DE COBERTURAS PLANAS ............................................................................................................ 10
2.3.1.
Cobertura de acesso limitado ..................................................................................................... 11
2.3.2.
Cobertura acessível a pessoas .................................................................................................... 12
2.3.3.
Cobertura acessível a veículos .................................................................................................... 12
2.3.4.
Cobertura ajardinada .................................................................................................................. 13
2.3.5.
Variantes ..................................................................................................................................... 14
2.4.
SOLUÇÕES DE REVESTIMENTOS DE IMPERMEABILIZAÇÃO EM ZONA CORRENTE ....................................................... 16
2.4.1.
2.5.
REVESTIMENTO DE IMPERMEABILIZAÇÃO EM PONTOS SINGULARES ..................................................................... 21
2.5.1.
Paredes emergentes ................................................................................................................... 22
2.5.2.
Juntas de dilatação ..................................................................................................................... 27
2.5.3.
Pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais .................................................................. 31
2.5.4.
Outros elementos emergentes .................................................................................................... 32
2.6.
3.
Soluções não tradicionais pré-fabricadas ................................................................................... 18
ANOMALIAS MAIS FREQUENTES ................................................................................................................... 34
2.6.1.
Zona corrente .............................................................................................................................. 35
2.6.2.
Zonas singulares ......................................................................................................................... 40
CONTROLO TÉCNICO DE IMPERMEABILIZAÇÕES EM COBERTURAS PLANAS ........................................... 45
3.1.
ENQUADRAMENTO DA ATIVIDADE DE CONTROLO TÉCNICO ................................................................................ 45
3.1.1.
Conceito ...................................................................................................................................... 45
xiii
3.1.2.
Controlo Técnico e Fiscalização................................................................................................... 47
3.1.3.
Controlo Técnico e Seguros ......................................................................................................... 47
3.1.4.
Controlo técnico em Portugal e na Europa ................................................................................. 48
3.1.5.
Resultados do controlo técnico ................................................................................................... 48
3.2.
4.
3.2.1.
Qualidade na impermeabilização de coberturas planas ............................................................. 49
3.2.2.
Modelo base para o controlo técnico de impermeabilizações na fase de projeto ...................... 52
3.2.3.
Modelo base para o controlo técnico de impermeabilizações na fase de execução................... 55
3.2.4.
Proposta de modelo para o controlo técnico de coberturas planas na fase de projeto ............. 62
3.2.5.
Proposta de adaptação para o controlo técnico de coberturas planas na fase de execução ..... 71
3.2.6.
Resumo da proposta de controlo técnico detalhada para coberturas planas ............................ 72
CASOS DE ESTUDO ................................................................................................................................. 75
4.1.
MORADIA UNIFAMILIAR ............................................................................................................................. 75
4.1.1.
Fase de projeto............................................................................................................................ 75
4.1.2.
Fase de execução ........................................................................................................................ 76
4.2.
5.
CONTROLO TÉCNICO APLICADO A IMPERMEABILIZAÇÕES DE COBERTURAS PLANAS .................................................. 48
REABILITAÇÃO DE UMA COBERTURA PLANA .................................................................................................... 77
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................ 79
5.1.
RESUMO E CONCLUSÕES DO TRABALHO ......................................................................................................... 79
5.2.
DESENVOLVIMENTOS FUTUROS.................................................................................................................... 80
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................................................... 81
ANEXOS.......................................................................................................................................................... 83
ANEXO I – PONTOS IMPORTANTES PARA A QUALIDADE DO SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO ......................... 1
ANEXO II - PORMENORES CONSTRUTIVOS SUGERIDOS POR FABRICANTES DAS MEMBRANAS EM ESTUDO ........ 9
ANEXO III – ESTUDO ABORDADO NO TRABALHO SOBRE AS ANOMALIAS EM COBERTURAS PLANAS (SILVA E
GONÇALVES, 2001) ............................................................................................................................................... 21
ANEXO IV – RELATÓRIOS DO MODELO ESPANHOL ............................................................................................... 23
ANEXO V – MODELO DE RELATÓRIO NA FASE DE PROJETO D02 .......................................................................... 25
ANEXO VI – MODELO DE RELATÓRIO NA FASE DE EXECUÇÃO D3 ........................................................................ 29
ANEXO VII – MODELO DE RELATÓRIO ESPECÍFICO PROPOSTO PARA A FASE DE PROJETO .................................. 35
ANEXO VIII – MORADIA UNIFAMILIAR .................................................................................................................. 43
ANEXO IX – REABILITAÇÃO DE UMA COBERTURA PLANA ..................................................................................... 67
xiv
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Requisitos básicos das obras definidos no Regulamento 305/2011 da UE ............................. 4
Figura 2 - Requisitos básicos e constituintes do sistema de coberturas planas implicados .................... 5
Figura 3 - Classificação e exemplos de tipos de estruturas resistentes (Paulo, et al., 2012) .................. 7
Figura 4 - Exemplos de classificações de coberturas planas (Lopes, 1994a) .......................................... 10
Figura 5 - Corte esquemático de cobertura de acesso limitado .................................................................. 11
Figura 6 - Corte esquemático de cobertura acessível a pessoas ............................................................... 12
Figura 7 - Corte esquemático de cobertura acessível a veículos ............................................................... 13
Figura 8 - Corte esquemático de cobertura ajardinada ................................................................................ 13
Figura 9 - Comparação das variações térmicas sazonais no revestimento de impermeabilização entre
cobertura tradicional e invertida (António, 2011) ........................................................................................... 15
Figura 10 - Comparação da temperatura no revestimento de impermeabilização entre a cobertura
tradicional e invertida (António, 2011) ............................................................................................................. 15
Figura 11 - Corte esquemático de cobertura invertida ................................................................................. 15
Figura 12 - Corte esquemático de tipologia variante com isolamento térmico aplicado sob a estrutura
resistente ............................................................................................................................................................. 16
Figura 13 - Corte esquemático de tipologia variante com isolamento térmico sobre teto falso ............. 16
Figura 14 - Classificação dos revestimentos de impermeabilização tradicionais (Paulo, et al., 2012) . 17
Figura 15 - Classificação dos revestimentos de impermeabilização não-tradicionais (Paulo, et al.,
2012) .................................................................................................................................................................... 17
Figura 16 - Pormenores construtivos de membranas de betumes modificados numa parede
emergente (DA 19, 2010) .................................................................................................................................. 23
Figura 17 - Pormenor construtivo de membrana de PVC com proteção pesada face a parede
emergente com recurso a chapa de aço (DA 22, 2010) .............................................................................. 24
Figura 18 - Pormenor construtivo de membrana de PVC com proteção pesada face a parede
emergente (DA 22, 2010) .................................................................................................................................. 24
Figura 19 - Pormenor construtivo de membrana de PVC com proteção pesada face a parede
emergente com remate em chapa de aço (DA 22, 2010) ............................................................................ 25
Figura 20 - Pormenor construtivo face a uma soleira (Lopes, 1994b) ....................................................... 26
Figura 21 - Pormenor construtivo de junta em proteção pesada rígida (Lopes, 1994b) ......................... 26
Figura 22 - Pormenores construtivos de capeamentos de platibandas (Lopes, 1994b) ......................... 27
Figura 23 - Pormenor construtivo de uma banda de dessolidarização do remate em platibandas préfabricadas (Lopes, 1994b) ................................................................................................................................ 27
Figura 24 - Pormenor construtivo de remate de junta estrutural com membrana de betumes
modificados em cobertura de acesso limitado (Lopes, 1994b) ................................................................... 28
Figura 25 - Pormenor construtivo de remate de junta estrutural sobre-elevada com membrana de
betumes modificados (Lopes, 1994b) ............................................................................................................. 28
xv
Figura 26 - Pormenor construtivo de remate de junta estrutural sobre-elevada com membrana de PVC
(DA 23, 2010) ...................................................................................................................................................... 30
Figura 27 - Pormenor construtivo de junta estrutural sobre-elevada com capeamento (Lopes, 1994b)
.............................................................................................................................................................................. 30
Figura 28 - Pormenor construtivo de remate numa separação de edifícios de alturas diferentes
(Lopes, 1994b) .................................................................................................................................................... 31
Figura 29 - Pormenor construtivo de embocadura de tubo de queda (Lopes, 1994b) ............................ 32
Figura 30 - Pormenor da ordem de aplicação do revestimento de impermeabilização (Lopes, 1994b)32
Figura 31 - Pormenor construtivo de remate em tubagem emergente (Lopes, 1994b) .......................... 33
Figura 32 - Distribuição de anomalias de acordo com origem (Silva e Gonçalves, 2001)...................... 34
Figura 33 - Distribuição das anomalias pelas zonas da cobertura (Silva e Gonçalves, et al., 2001) .... 34
Figura 34 - Classificação de anomalias por zona da cobertura (Lopes, 1994b) ...................................... 35
Figura 35 - Introdução ao modelo de relatório D02 ...................................................................................... 53
Figura 36 - Participantes no projeto do D02................................................................................................... 54
Figura 37 - Bases de partida do D02 .............................................................................................................. 54
Figura 38 - Documentação analisada do D02 ............................................................................................... 55
Figura 39 - Enumeração dos relatórios emitidos ........................................................................................... 55
Figura 40 - Conclusões do D02 ....................................................................................................................... 56
Figura 41 - Introdução ao modelo de relatório D3 ......................................................................................... 57
Figura 42 - Dados administrativos do D3 ....................................................................................................... 57
Figura 43 - Aspetos modificados relativamente ao D0 e/ou ao D02 do D3 .............................................. 58
Figura 44 - Relação de anexos do D3 ............................................................................................................ 58
Figura 45 - Conclusão geral final do D3 ......................................................................................................... 59
Figura 46 - Reservas técnicas emitidas no D3 .............................................................................................. 59
Figura 47 - Descrição da unidade de obra do D3 ......................................................................................... 60
Figura 48 - Informações da cobertura do D3 ................................................................................................. 61
Figura 49 - Materiais do D3 .............................................................................................................................. 61
Figura 50 - Execução do D3 ............................................................................................................................. 62
Figura 51 - Ensaio de estanquidade do D3 .................................................................................................... 63
Figura 52 - Primeira proposta para as bases de partida do D02.cp ........................................................... 64
Figura 53 - Segunda proposta para as bases de partida do D02.cp .......................................................... 64
Figura 54 - Terceira proposta para as bases de partida do D02.cp ........................................................... 65
Figura 55 - Proposta relativa ao livro do edifício para o D02.cp ................................................................. 65
Figura 56 - Primeira parte do anexo proposto ao D02.cp para a zona corrente ...................................... 66
Figura 57 - Segunda parte do anexo proposto ao D02.cp para a zona corrente ..................................... 66
Figura 58 - Terceira parte do anexo proposto ao D02.cp para a zona corrente ...................................... 67
Figura 59 - Primeira parte do anexo proposto ao D02.cp para as paredes emergentes ........................ 68
Figura 60 - Segunda parte do anexo proposto ao D02.cp para as paredes emergentes ....................... 68
xvi
Figura 61 - Terceira parte do anexo proposto ao D02.cp para as paredes emergentes ........................ 68
Figura 62 - Quarta parte do anexo proposto ao D02.cp para as paredes emergentes ........................... 69
Figura 63 - Primeira parte do anexo proposto ao D02.cp para as juntas de dilatação ........................... 69
Figura 64 - Segunda parte do anexo proposto ao D02.cp para as juntas de dilatação .......................... 70
Figura 65 - Primeira parte do anexo proposto ao D02.cp para os pontos de drenagem e evacuação de
águas pluviais ..................................................................................................................................................... 70
Figura 66 - Segunda parte do anexo proposto ao D02.cp para os pontos de drenagem e evacuação
de águas pluviais ................................................................................................................................................ 70
Figura 67 - Terceira parte do anexo proposto ao D02.cp para os pontos de drenagem e evacuação de
águas pluviais ..................................................................................................................................................... 71
Figura 68 - Primeira parte do anexo proposto ao D02.cp para outros elementos emergentes ............. 71
Figura 69 – Segunda parte do anexo proposto ao D02.cp para outros elementos emergentes ........... 71
xvii
xviii
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1- Pontos importantes a verificar na fase de projeto ....................................................................... 49
Tabela 2 - Pontos importantes a verificar na fase de execução ................................................................. 50
Tabela 3 - Pontos importantes a verificar na fase de manutenção ............................................................ 52
Tabela 4 – Análise dos pontos importantes a verificar abordados face ao modelo proposto de
relatórios na fase de projeto ............................................................................................................................. 72
Tabela 5 - Análise dos pontos importantes a verificar abordados face ao modelo de relatório na fase
de execução ........................................................................................................................................................ 72
xix
xx
1. Introdução
1.1. Âmbito e oportunidade do tema
A presente dissertação aborda a temática do controlo técnico da construção e a sua aplicação a
sistemas de impermeabilização em coberturas planas.
As soluções de coberturas planas têm vindo a ganhar um espaço importante nas construções atuais,
quer pelo acompanhamento de movimentos arquitetónicos, quer pela vantagem da criação de um
espaço extra nos edifícios com diversos usos possíveis.
A juntar às vantagens acima mencionadas, são também importantes as melhorias técnicas e
tecnológicas que têm vindo a permitir melhorar o desempenho das coberturas face às exigências
funcionais (agora tidas como requisitos básicos segundo o regulamento 305/2011 da UE) destes
sistemas construtivos, nomeadamente no que diz respeito aos requisitos diretamente relacionados
com a impermeabilização e isolamento térmico.
Dado neste tipo de sistemas haver um considerável número de constituintes a ter em conta,
aumentando desta forma a probabilidade de ocorrência de defeitos, é importante a adoção de
metodologias que permitam diminuir essa mesma probabilidade, como seja por exemplo, o controlo
técnico. Além de ser mais uma ferramenta a considerar para a obtenção de maiores níveis de
qualidade da aplicação do sistema construtivo, o controlo técnico abre também caminho para a
intervenção de seguradoras dando assim origem a um produto com garantias extra para o cliente
final.
Perante a análise de diversos estudos nacionais e internacionais sobre o sistema de coberturas
planas, bem como os casos de estudo abordados ao longo da realização do trabalho, constatou-se
que de facto as impermeabilizações deste sistema construtivo são um componente muito dado a
erros de diversos tipos e em diversas fases, ou seja, quer a nível de projeto, execução ou mesmo na
fase de manutenção/exploração.
Existe portanto uma propensão à ocorrência de defeitos na obra acabada, justificando-se assim a
promoção de ferramentas com o intuito de, por um lado reduzir essa relação com as anomalias
típicas deste componente do sistema de coberturas planas e, por outro, de conceder garantias extra
ao cliente final, através da aplicação do controlo técnico às diferentes fases acima mencionadas.
1.2. Objetivo
Com a realização deste trabalho pretende-se abordar o sistema de coberturas planas, os seus
diferentes componentes, tipologias e anomalias mais frequentes por forma a perceber os pontos
críticos desde a conceção do sistema até à fase de manutenção/exploração.
1
Depois de identificados esses pontos críticos, proceder-se-á ao seu enquadramento no âmbito do
controlo técnico tendo em vista a criação de modelos melhorados de relatórios, que posteriormente
serão aplicadas em casos reais.
1.3. Metodologia e organização do documento
A metodologia empregue na realização do trabalho passa por em primeira instância realizar dois
capítulos de revisão de conhecimentos, um referente à temática de coberturas planas (capítulo 2) e o
outro ao das atividades de controlo técnico (capítulo 3).
No segundo capítulo são abordados os sistemas construtivos de coberturas planas, dando especial
destaque às camadas constituintes e funções das mesmas, às tipologias mais usuais, aos materiais
mais usados atualmente no país, às soluções a adotar nos pontos singulares, uma breve análise às
anomalias mais comuns e por fim efetua-se um resumo geral dos pontos-chave a controlar nas
diferentes fases (projeto, execução e manutenção/exploração).
Segue-se um terceiro capítulo onde é feita uma abordagem ao controlo técnico aplicado em
impermeabilizações de coberturas planas, começando com uma definição geral sobre o tema, o seu
sentido, objetivos, intervenientes e estado atual em Portugal e na Europa, seguida por um subcapítulo
onde se pretende apresentar aspetos de qualidade relativos a impermeabilizações de coberturas
plana. De seguida, são abordados modelos de relatórios utilizadas e procede-se à elaboração de
propostas de melhoria face a esses modelos de relatórios já existentes de acordo com o estudo até aí
realizado no âmbito das coberturas planas.
Antes do capítulo de conclusões do trabalho e de apresentação de sugestões de estudos futuros, no
quarto capítulo, descreve-se a aplicação a casos reais dessas propostas de modelos de relatórios
melhorados.
2
2. Sistemas de Coberturas Planas
Os sistemas de coberturas planas permitem a criação de um novo espaço passível de ser usado,
bem como o desenvolvimento de formas arquitetónicas modernas, aliando isso à satisfação dos
requisitos básicos definidos pelo Regulamento 305/2011 da União Europeia, requisitos estes que
serão abordados no primeiro ponto deste capítulo.
Com o objetivo de garantir um bom desempenho da cobertura face aos requisitos acima
mencionados, o sistema da cobertura deverá incorporar diferentes constituintes, com diferentes
ações a considerar no sistema. As camadas das coberturas, as suas características e funções serão
tratadas no segundo ponto deste capítulo.
De seguida, no terceiro ponto serão apresentadas algumas classificações utilizadas no âmbito das
coberturas planas, e posteriormente abordada a classificação mais útil ao propósito deste trabalho:
classificação tendo em conta o tipo de uso. Aqui, para além de se pretender fazer uma distinção entre
cada tipo de uso, pretende-se também abordar os diferentes componentes de cada tipologia, bem
como os aspetos a ter em conta com a introdução desses componentes.
No quarto ponto serão abordadas as soluções de revestimento de impermeabilização para a zona
corrente das coberturas planas, dando enfase às que são mais comuns em Portugal. No ponto cinco,
faz-se uma análise ao revestimento de impermeabilização nos pontos singulares das coberturas bem
como as disposições recomendadas a utilizar nos mesmos para as soluções de revestimento de
impermeabilização abordadas.
As anomalias correntemente verificadas nos sistemas de coberturas planas e as suas causas
principais serão abordadas no sexto ponto. Esta análise é importante para ajudar na determinação
dos aspetos relevantes a ter em conta nas fases de projeto, execução e manutenção, para
posteriormente se definir as atividades de controlo técnico nessas mesmas fases.
No fim de cada tema abordado será apresentada em anexo uma tabela-resumo com os principais
aspetos a ter em conta, que posteriormente irão auxiliar na definição das atividades de controlo
técnico para as impermeabilizações em coberturas planas.
De referir que na base desta abordagem aos sistemas de coberturas em terraço estão dois trabalhos
de referência nacional (Lopes, 1994a; Lopes, 1994b), trabalhos estes que serviram também de base
ao desenvolvimento de outras dissertações de mestrado no tema de coberturas planas e que ao
longo deste trabalho serão também mencionadas.
2.1. Requisitos Básicos
De acordo com o Anexo I do Regulamento nº305/2011 da União Europeia “(…) que estabelece
condições harmonizadas para a comercialização dos produtos de construção (…)”, existe uma série
3
de Requisitos Básicos a garantir nas obras de construção civil, tal como se poderá constatar na
Figura 1.
Requisitos Básicos das obras definidas no Regulamento 305/2011 (UE)
Resistência mecânica e estabilidade
Segurança contra incêndio
Higiene, saúde e ambiente
Segurança e acessibilidade na utilização
Proteção contra o ruído
Economia de energia e isolamento térmico
Utilização sustentável dos recursos naturais
Figura 1 – Requisitos básicos das obras definidos no Regulamento 305/2011 da UE
Destes requisitos básicos, o presente trabalho abordará essencialmente dois, o requisito referente à
“Higiene, saúde e ambiente” que está diretamente relacionado com a função das impermeabilizações,
e o requisito relativo à “Economia de energia e isolamento térmico”, visto o sucesso do isolamento
térmico estar muito ligado ao bom desempenho do sistema de impermeabilização.
Relativamente ao primeiro requisito, o constituinte dos sistemas de coberturas responsável é
essencialmente o revestimento de impermeabilização, podendo ter alguns outros constituintes
auxiliares na sua ação como a camada de forma e, no caso das coberturas ajardinadas, as camadas
drenante e filtrante. O isolamento térmico tem também relativa importância neste requisito, já que as
humidades de condensação estão muitas vezes ligadas à ausência do mesmo (Alves, 2013).
O segundo requisito é cumprido através da camada de isolamento térmico, que para ter um
desempenho adequado necessita estar devidamente protegida da ação da água e do vapor de água,
sendo esta proteção mais ou menos importante dependendo dos materiais que constituem a camada
de isolamento térmico.
Os restantes requisitos devem ser igualmente satisfeitos nos sistemas de coberturas planas
ilustrando-se na Figura 2 um esquema indicativo dos principais constituintes do sistema em causa
responsáveis pelo cumprimento de cada um dos requisitos.
4
Requisitos Básicos das obras definidas no Regulamento
305/2011 (UE)
Resistência
mecânica e
estabilidade
Estrutura
Resistente
Segurança
contra
incêndio
Estrutura
Resistente
Isolamento
Térmico
Higiene,
saúde e
ambiente
Revestimento
de Impermeabilização
Isolamento
Térmico
Segurança e
acessibilidade
na utilização
Proteção do
Revestimento
de Impermeabilização
Proteção
contra o
ruído
Estrutura
resistente
Economia de
energia e
isolamento
térmico
Isolamento
Térmico
Camada de
forma1
Utilização
sustentável
dos recursos
naturais
Todos os
constituintes
Figura 2 - Requisitos básicos e constituintes do sistema de coberturas planas implicados
1
2.2. Constituição dos Sistemas de Coberturas Planas
A solução construtiva de cobertura plana carateriza-se pela fraca pendente que possui quando
comparada com a cobertura inclinada. Geralmente admite-se que na cobertura plana a pendente
assume valores da ordem dos 1% aos 8% (podendo chegar até aos 15%), face às coberturas
inclinadas que apresentam por sua vez valores substancialmente superiores (Dias, 2008).
De referir que o mínimo estabelecido pelo RGEU para a pendente é de 1%, enquanto que por outro
lado o valor máximo para esta categoria de coberturas pode variar consoante o autor ou mesmo o
país. A título de exemplo tem-se a normalização belga que define o limite como sendo de 10% e na
normalização inglesa de 17,5% (Dias, 2008).
Um sistema de cobertura plana tem na sua constituição um diverso número de camadas, com
diferentes funções, que permitem assegurar os requisitos básicos anteriormente mencionados.
Relativamente aos constituintes destes sistemas, importa desde já referir as camadas que por si só
garantem a satisfação aos principais requisitos básicos anteriormente apresentados, e estando por
isso mesmo presentes em todo o tipo de cobertura deste tipo; essas camadas são a estrutura
resistente, o suporte de impermeabilização, o revestimento de impermeabilização e a proteção desse
revestimento (Lopes, 1994a).
Outras camadas genéricas a considerar, e que serão neste subcapítulo abordadas com algum
detalhe, são a camada de regularização, camada de forma, barreira pára-vapor, camada de
isolamento térmico, camada de difusão de vapor de água e camada de dessolidarização.
1
No caso de a camada de forma ser constituída por um betão de agregados leves, esta terá uma ação complementar à
camada de Isolamento térmico (Paulo, et al., 2012; Gomes, 1968; Lopes, 1994a)
5
Para além destes constituintes mais comuns, podem-se verificar outros que compatibilizem a
instalação de determinados revestimentos de impermeabilização em determinados suportes, como
sejam o caso das denominadas barreiras de proteção térmica ou as barreiras de separação química,
podendo estas ser desde logo aplicadas no revestimento de impermeabilização em fábrica (Lopes,
1994a).
Poderão ainda considerar-se outras camadas, para o caso das coberturas ajardinadas, como a
camada drenante e a camada filtrante.
No Anexo I encontram-se tabelas com os pontos importantes a verificar na conceção, execução e,
quando aplicável, manutenção dos diversos constituintes.
a) Camada de forma
A camada de forma é um constituinte do sistema de coberturas planas, que em geral é colocada
diretamente sobre a estrutura resistente e que confere a pendente à cobertura, através duma
deposição de material diferenciada em altura, segundo o projeto. Esta pendente irá promover um
escoamento mais rápido e eficaz das águas que contactem com o sistema, minimizando assim o
tempo de contacto destas com o revestimento de impermeabilização.
Sobre esta camada é normalmente assente a barreira pára-vapor (podendo antes desta ser aplicada
uma camada de regularização, caso tal se justifique), seguida do isolamento térmico. Nos casos em
que essa camada de isolamento térmico não se encontra nessa posição (cobertura invertida), poderá
assentar diretamente sobre esta camada de forma, devidamente regularizada, o revestimento de
impermeabilização.
É normalmente executada por meio de um betão leve, de forma a reduzir os esforços na estrutura
resistente, sendo exemplos desse tipo de betões o betão leve de agregados de argila expandida, de
granulado de cortiça, de poliestireno expandido ou ainda o betão celular (Paulo, et al., 2012).
Esta camada pode não ser executada no caso de a estrutura resistente já possuir a pendente
necessária. Por outro lado, a camada de forma pode também substituir (total ou parcialmente) a
camada de isolamento térmico, dados os materiais que a compõem. Quando assim for, a barreira
pára-vapor deverá ser colocada entre a camada de forma e a estrutura resistente (ou camada de
regularização, caso esta tenha sido necessária), ao invés de ser aplicada sobre a camada de forma
(Gomes, 1968).
A execução desta camada inspira alguns cuidados, que devem ser verificados de forma a permitir o
sucesso do sistema de impermeabilização, tais como a necessidade de se garantir previamente uma
superfície limpa e ligeiramente rugosa, que deverá ser molhada para assim receber a camada de
forma ou a necessidade de garantir que a sua espessura se encontre num intervalo de valores entre
3 e 30 cm, sob pena de, no primeiro caso, tornar a execução da camada muito difícil e originar
destacamentos, e no segundo caso para evitar solicitações excessivas para a estrutura resistente
(Paulo, et al., 2012).
6
b) Estrutura resistente
A estrutura resistente, também denominada de laje de cobertura, tem como função principal
assegurar a resistência às ações mecânicas a que a cobertura estará sujeita ao longo do seu tempo
de utilização/exploração, mas também durante o tempo de execução do sistema de cobertura.
Segundo o CSTB (Centre Scientifique et Technique du Bâtiment), as estruturas resistentes podem ser
classificadas em estruturas flexíveis ou estruturas rígidas (contínuas ou descontínuas). Esta
classificação, bem como as soluções que a cada tipo dizem respeito, encontram-se resumidas na
Figura 3, sendo que o mesmo se aplica ao contexto nacional.
Lajes
maciças
Contínua
Lajes
aligeiradas
Estrutura
Flexível
Pré-lajes
Estrutura
Rígida
Descontínua
Pranchas
vazadas
Chapas
metálicas
nervuradas
Pranchas de
madeira ou
derivados
Descontínua
Perfis
especiais
Figura 3 - Classificação e exemplos de tipos de estruturas resistentes (Paulo, et al., 2012)
Esta classificação permite também separar as soluções de estruturas resistentes de coberturas de
edifícios correntes (habitação, escritórios, estacionamento), das soluções que normalmente são
aplicadas em estruturas com grandes vãos (unidades industriais, pavilhões ou superfícies
comerciais), sendo que no primeiro caso serão à partida empregues soluções do tipo rígidas e no
segundo do tipo flexíveis (ou eventualmente rígidas com elementos descontínuos), dado a ausência
de condições de conforto térmico importantes a verificar neste caso e por outro lado, a necessidade
de menores solicitações devido ao peso das soluções, dado os maiores vãos praticados (Paulo, et al.,
2012).
Nesta camada, as atividades a verificar sob o ponto de vista da impermeabilização estão
relacionadas sobretudo com a fase da betonagem, como se pode constatar no Anexo I.
c) Camada de regularização
A camada de regularização é empregue nos casos em que a camada de forma ou a estrutura
resistente, no caso de esta ter já a pendente, se apresenta demasiado rugosa ou irregular para
receber a próxima camada, tipicamente a barreira pára-vapor (ou em alternativa a camada de difusão
térmica), sendo assim a sua principal função a regularização da superfície.
7
Esta camada é executada através de uma pequena espessura de argamassa, aplicada sobre a
camada a regularizar.
d) Revestimento da impermeabilização
O revestimento da impermeabilização é a camada responsável por conferir a capacidade
impermeabilizante face à água do sistema de cobertura e é assente normalmente na camada de
isolamento térmico ou na camada de forma.
Dado tratar-se de uma camada razoavelmente sensível e com importância determinante para o bom
funcionamento do sistema, requer uma proteção, quer face às ações mecânicas quer face às ações
climatéricas.
A forma como é aderida ao seu suporte é também importante; um exemplo disso é o sistema de
membranas totalmente aderidas ao suporte, onde as extensões a que a membrana está sujeita face a
variações de temperatura do suporte serão um fator condicionante.
Este tema dos revestimentos de impermeabilização será abordado com mais pormenor no capítulo
2.4.
e) Proteção do revestimento de impermeabilização
A proteção do revestimento de impermeabilização, visa sobretudo proteger esse revestimento das
ações mecânicas e climatéricas a que está sujeito, e desta forma garantir a durabilidade e o correto
funcionamento do sistema de impermeabilização adotado.
Esta proteção dependerá sobretudo do tipo de revestimento de impermeabilização e do tipo de uso
da cobertura em causa, pois diferentes tipos de uso levarão a diferentes solicitações mecânicas.
f) Barreira pára-vapor
Esta camada tem como função evitar que o vapor de água proveniente do interior do edifício
condense na camada de isolamento térmico, o que a acontecer diminuiu a capacidade do mesmo no
que se refere à sua capacidade para evitar as trocas de calor excessivas.
Assim sendo, esta camada localiza-se sob a camada de isolamento térmico, e normalmente é
aplicada sobre a camada de forma ou sobre uma camada de regularização caso a primeira se
apresente muito rugosa.
g) Camada de isolamento térmico
O isolamento térmico tem a função de contribuir para a satisfação das exigências de conforto térmico,
baixando as trocas de calor entre o exterior e o interior e minimizando também a ocorrência de
condensações (geralmente no período de Inverno).
8
Este constituinte do sistema de coberturas planas localiza-se normalmente abaixo do revestimento da
impermeabilização, e sobre a barreira pára-vapor, havendo no entanto outras localizações
alternativas que serão abordadas no capítulo 2.3.
h) Camada de difusão de vapor de água
A camada de difusão de vapor de água tem como objetivo igualar a pressão do vapor de água
confinada entre a camada do revestimento de impermeabilização e o seu suporte, devendo esse
vapor de água ser libertado para o exterior através de soluções construtivas apropriadas como
chaminés de ventilação ou de remates específicos com elementos emergentes (Lopes, 1994a).
No fundo, tem o mesmo objetivo da barreira pára-vapor, isto é, prevenir o vapor de água ascendente
de chegar ao isolamento térmico, só que com a introdução de detalhes construtivos permite também
a evaporação do vapor de água sem que este condense nas camadas sensíveis.
i) Camada de dessolidarização
Este elemento do sistema construtivo de uma cobertura em terraço permite que nos casos onde
existe uma proteção do revestimento da impermeabilização pesada que seja passível de causar
danos no revestimento de impermeabilização, as interações entre essas duas camadas se deem de
forma mais distribuída, servindo assim como uma proteção à ação mecânica da proteção pesada do
revestimento.
j) Barreira de proteção térmica
Esta barreira de proteção térmica é aplicada sobre o suporte do revestimento de impermeabilização e
visa sobretudo evitar que este seja afetado pela aplicação do revestimento de impermeabilização,
quando o mesmo é feito através de uma fonte de calor.
k) Barreira de separação química
A barreira de separação química tem como objetivo evitar o contacto direto de elementos
incompatíveis entre o revestimento da impermeabilização e o seu suporte, como seja, a título de
exemplo, o caso das membranas de PVC plastificado com alguns tipos de suportes plásticos
(poliestireno expandido extrudido (XPS), moldado (EPS), etc.).
l) Camada drenante
A camada drenante surge na tipologia de cobertura ajardinada e tem como função principal drenar a
água contida na terra vegetal depois de esta passar por uma camada filtrante, sendo constituída, por
exemplo, por agregados de granulometria variável.
9
m) Camada filtrante
A camada filtrante tem como função filtrar a água contida na terra vegetal (na tipologia de cobertura
ajardinada), sem se dar o arrastamento de solo. Esta água é depois encaminhada para uma camada
que faz a sua drenagem, evitando-se assim que a terra vegetal fique com água em excesso,
reduzindo-se desta forma as solicitações mecânicas da tipologia em causa.
2.3.
Tipologias de coberturas planas
Relativamente à tipologia de coberturas planas, existe muita bibliografia sobre o tema que aborda as
diferentes formas de classificar as coberturas em grupos, tendo em conta por exemplo a proteção do
sistema de impermeabilização, o tipo de revestimento de impermeabilização ou a localização do
isolamento térmico, como se poderá ver resumidamente na Figura 4, onde o seu primeiro nível de
classificação está representado (Lopes, 1994a).
Acessibilidade
Camada de
Proteção
Tipo de
Revestimento
Localização do
Isolamento
Térmico
Cobertura não
acessível
Coberturas
sem proteção
Tradicionais
Sobre a
estrutura
resistente
Cobertura
acessível a
pessoas
Coberturas
com proteção
leve
Não
Tradicionais
Sob a
estrutura
resistente
Cobertura
acessível a
veículos
Coberturas
com proteção
pesada
Coberturas
especiais
Figura 4 - Exemplos de classificações de coberturas planas (Lopes, 1994a)
No entanto como estão perfeitamente definidos os tipos de revestimentos de impermeabilização a
abordar (dado serem os mais correntemente praticados no nosso país), optou-se por uma
classificação mais geral, tendo como principal foco a acessibilidade, e considerando como tipologias
variantes os casos onde o isolamento térmico não se encontra na sua posição tradicional, isto é, sob
o revestimento de impermeabilização. Por outro lado, o tipo de proteção está diretamente ligado ao
tipo de acessibilidade para o qual a cobertura foi concebida.
Desta forma procedeu-se à divisão dos tipos de coberturas em terraço quanto à sua acessibilidade
em quatro categorias principais, sendo essas categorias as seguidas pela generalidade da bibliografia
referente ao tema, e desta forma cobrindo a grande generalidade das coberturas planas.
10
De seguida, faz-se menção às coberturas invertidas, e a possíveis outras variantes aos quatro
principais grupos de coberturas abordados, englobando assim na classificação por tipo de
acessibilidade as variações quanto à localização do isolamento térmico.
Assim a classificação adotada inclui as seguintes categorias:

Cobertura de acesso limitado

Cobertura acessível a pessoas

Cobertura acessível a veículos

Cobertura ajardinada

Variantes
2.3.1. Cobertura de acesso limitado
A cobertura de acesso limitado é a tipologia mais simples das consideradas, tendo de se garantir
somente proteção do sistema de impermeabilização face às ações climatéricas. Esta proteção é
conseguida geralmente, no caso de membranas betuminosas através de granulado mineral
introduzido em fábrica na superfície superior das membranas ou através de colocação duma proteção
pesada, como é o caso de material rolado ou de lajetas de sombreamento, de forma a evitar o
levantamento das placas de isolamento térmico face ao vento (Lopes, 1994a), quando se trate de
coberturas invertidas (vd. 2.3.5).
Assim, por ordem ascendente, esta tipologia, na sua forma mais comum, é constituída pela estrutura
resistente, seguida da camada de forma, da barreira pára-vapor e da camada de isolamento térmico.
Por fim, sobre a camada de isolamento térmico segue-se a solução de impermeabilização definida
em projeto. No caso de a estrutura resistente de betão ter definida já a pendente ou a camada de
forma estarem demasiado irregulares, poderá ser aplicada uma camada de regularização de modo a
regularizar as suas superfícies.
Na Figura 5 apresenta-se um esquema representativo desta tipologia.
Figura 5 - Corte esquemático de cobertura de acesso limitado
11
2.3.2. Cobertura acessível a pessoas
Com a introdução da ação mecânica relativa à permanência e circulação de pessoas, esta tipologia,
face à da cobertura de acesso limitado, terá logo à partida de prever uma proteção do sistema tendo
em conta aquelas ações. Assim, nesta tipologia introduz-se uma camada de proteção pesada, como
é exemplo a solução de mosaicos aplicados sobre betonilha. Entre esta proteção e o revestimento de
impermeabilização, deve-se colocar ainda uma camada de dessolidarização, de forma a uniformizar
as solicitações mecânicas, conforme foi visto em 2.2.9.
Assim sendo, de forma ascendente esta tipologia é constituída pela estrutura resistente, seguida da
camada de forma, a barreira pára-vapor (quando necessária), para aí assentar a camada de
isolamento térmico. De seguida aplica-se o revestimento de impermeabilização, a camada de
dessolidarização sobre este, e por último surge então a solução de proteção pesada. Uma vez mais,
no caso de a estrutura resistente com as mesmas caraterísticas das indicadas em 2.3.1 ou da
camada de forma se encontrar demasiado irregular deverá recorrer-se à aplicação de uma camada
de regularização.
A Figura 6 pretende representar a solução descrita.
Figura 6 - Corte esquemático de cobertura acessível a pessoas
2.3.3. Cobertura acessível a veículos
Nesta tipologia, quando comparada com as anteriores, ocorre um incremento ao nível das
solicitações mecânicas devido à presença de veículos. Perante este aumento das solicitações, o
sistema vai diferir na componente da proteção pesada, que passará da típica solução de mosaicos
sobre betonilha a uma composição de betão armado, tendo também em vista a durabilidade da
própria proteção.
Desta forma, a Figura 7 apresenta de forma esquemática a tipologia referida. Faz-se notar que, caso
seja necessária a colocação de uma camada de isolamento térmico, conforme se indica na figura, as
características do material isolante devem ser convenientemente avaliadas do ponto de vista do seu
comportamento às cargas a que está sujeita.
12
Figura 7 - Corte esquemático de cobertura acessível a veículos
2.3.4. Cobertura ajardinada
A tipologia da cobertura ajardinada surge sobretudo com a necessidade de criação de espaços
verdes nos grandes meios urbanos, conferindo assim um espaço de contacto com a natureza.
De facto, esta tipologia tem inerente a si uma série de condições importantes a verificar, desde o
incremento das ações mecânicas devido à presença de terra, vegetação ou mesmo água acumulada,
até à proteção do sistema da cobertura face às raízes das árvores.
Este sistema de cobertura é normalmente constituído pelas camadas “habituais” das outras
tipologias, sendo que acima do revestimento da impermeabilização (e da sua proteção), deverão
constar uma camada drenante, uma camada filtrante e por fim a terra vegetal.
Desta forma, a composição habitual do sistema consiste, numa ordem ascendente, pela estrutura
resistente, camada de forma (com eventual recurso a camada de regularização sobre esta ou sobre a
estrutura resistente se esta tiver já pendente), barreira pára-vapor (se necessário), isolamento térmico
e o revestimento de impermeabilização, eventualmente auto protegido. Sobre este é aplicado a
camada drenante, a camada filtrante (geotêxtil) e por fim a terra vegetal.
Um resumo esquemático desta tipologia pode ser visto na Figura 8.
Figura 8 - Corte esquemático de cobertura ajardinada
13
2.3.5. Variantes
Neste ponto relativo aos sistemas variantes serão considerados os sistemas de coberturas invertidas
e outros possíveis sistemas onde o isolamento térmico se encontra sob a laje de cobertura.
a) Cobertura invertida
A alternativa de cobertura invertida, é um sistema variante de qualquer uma das tipologias atrás
referidas e aplica-se quando a posição da camada de isolamento térmico passa de uma posição
inferior relativamente ao revestimento da impermeabilização, para uma posição imediatamente
superior, daí o nome de “cobertura invertida” dada a inversão referida.
É importante referir que neste sistema não é aplicada a barreira pára-vapor, e a camada de difusão
de vapor de água é igualmente dispensada (Lopes, 1994a), visto não haver neste caso fluxos de
vapor de água ascendentes através da camada inferior ao isolamento térmico – o revestimento de
impermeabilização.
Neste caso é ainda recomendada uma solução de isolamento térmico de poliestireno extrudido (XPS)
ou expandido (EPS), face às lãs minerais, por as primeiras terem reduzida capacidade de absorção
de água e maior resistência mecânica, o que não se verifica nas posteriormente mencionadas. Outra
vantagem desta solução de isolamento térmico é a facilidade de aplicação da mesma, pois são
colocadas as placas de EPS ou XPS livremente sobre o revestimento de impermeabilização (Lopes,
1994a).
Para além da redução da mão-de-obra, outra vantagem desta tipologia está na proteção que este
sistema confere ao revestimento de impermeabilização por parte do isolamento térmico face aos
choques térmicos diários e sazonais que este é alvo (Figueiredo, 2012).
A Figura 9 pretende ilustrar a redução das amplitudes térmicas verificadas anualmente no
revestimento de impermeabilização com esta solução, face a uma solução onde o isolamento térmico
se encontra do lado inferior relativamente ao revestimento da impermeabilização.
Por outro lado na Figura 10 é ilustrada a redução da temperatura a que o revestimento de
impermeabilização é sujeito na cobertura invertida face à cobertura tradicional.
Na Figura 11 pretende-se ilustrar um exemplo desta tipologia.
b) Outros sistemas variantes
Relativamente a outras possíveis variantes às tipologias já apresentadas, a que merece mais
destaque é a solução onde o isolamento térmico é colocado sob a estrutura resistente, quer como
revestimento inferior desta, quer numa solução com tetos falsos.
14
Figura 9 - Comparação das variações térmicas sazonais no revestimento de impermeabilização entre
cobertura tradicional e invertida (António, 2011)
Figura 10 - Comparação da temperatura no revestimento de impermeabilização entre a cobertura
tradicional e invertida (António, 2011)
Figura 11 - Corte esquemático de cobertura invertida
Esta solução, relativamente à alternativa da cobertura invertida e das outras tipologias tidas como
usuais, pode ser para além de uma solução alternativa, uma solução complementar (Lopes, 1994a),
sendo a sua grande vantagem a fácil aplicação em obras de reabilitação ou em obras de correção do
comportamento térmico do sistema. No entanto, dado ser aplicado sob a estrutura resistente, tem à
partida a desvantagem da perda de algum pé-direito e a redução da inércia térmica interior.
Na Figura 12 e na Figura 13, estão apresentadas duas alternativas desta tipologia.
15
Figura 12 - Corte esquemático de tipologia variante com isolamento térmico aplicado sob a estrutura
resistente
Figura 13 - Corte esquemático de tipologia variante com isolamento térmico sobre teto falso
2.4. Soluções de revestimentos de impermeabilização em zona corrente
As soluções de revestimentos de impermeabilização podem ser categorizadas sobre diversos pontos
de vista, como sejam a natureza dos materiais, o método de fixação ao suporte, o tipo de armaduras
utilizado pelo sistema ou pela sua tradicionalidade.
A forma mais útil para o trabalho de catalogar estes revestimentos de impermeabilização, e seguida
também por Lopes (1994a), consiste em primeiro nível, analisar a tradicionalidade ou não do sistema,
criando-se assim logo à partida dois grandes grupos, e, depois, num segundo nível, a análise das
soluções relativamente à sua forma de chegada à obra, isto é, se são constituídos por materiais préfabricados, ou por outro lado se consistem em materiais aplicados “in situ”.
A tradicionalidade aqui referida está relacionada com uma prática e conhecimentos suficientemente
adquiridos, estando por seu lado os revestimentos não-tradicionais sujeitos a exigências de
homologação (Sousa, 2009).
Na Figura 14 e na Figura 15 segue-se a proposta de classificação acima mencionada, com exemplos
de cada grupo.
Os sistemas de impermeabilização tradicional tiveram a sua grande aplicação entre as décadas de 50
e 70, quer em Portugal, quer na Europa, e um pouco pelo resto do mundo (Sousa, 2009). Lopes
(1994a) refere que nos anos 70, na Suécia, os sistemas tradicionais correspondiam a cerca de 70%
dos aplicados, sendo a situação de França e Alemanha semelhantes. Por sua vez no Japão o mesmo
16
autor refere que a percentagem de aplicação deste tipo de sistemas era de 70% a 75%. Apesar do
grande recurso de outrora, atualmente não são já usadas estas soluções de revestimento de
impermeabilização, salvo pequenas aplicações pontuais e de importância reduzida (Sousa, 2009).
Camadas múltiplas de
asfalto
Aplicados "in situ"
Camadas múltiplas de
emulsões
betuminosas
Sistemas Tradicionais
Produtos préfabricados
Camadas múltiplas de
membranas, telas ou
feltros betuminosos
Figura 14 - Classificação dos revestimentos de impermeabilização tradicionais (Paulo, et al., 2012)
Camadas múltiplas de
resinas (acrílicas,
poliméricas,
poliuretano)
Aplicados "in situ"
Camadas múltiplas de
emulsões de betumes
modificados
Espumas de
poliuretano
Sistemas Nãotradicionais
Membranas de
betumes modificados
(APP e SBS)
Produtos préfabricados
Membranas
termoplásticas (PVC)
Membranas
elastoméricas
Figura 15 - Classificação dos revestimentos de impermeabilização não-tradicionais (Paulo, et al., 2012)
Por sua vez, os sistemas não-tradicionais, surgiram sobretudo nos anos 80, com a implementação,
numa primeira fase, das membranas betuminosas APP, começando-se mais tarde a fabricar as
membranas betuminosas SBS.
Neste trabalho optou-se porém, por se abordar apenas algumas das soluções caracterizadas de nãotradicionais e pré-fabricadas, visto serem as de maior prática no nosso país nos dias de hoje, e dado
17
o trabalho ser direcionado acima de tudo para as soluções a usar no presente e futuro e não sob o
ponto de vista de reabilitação de soluções já aplicadas onde em muitos casos se tratam de soluções
2
de revestimento tradicionais.
2.4.1. Soluções não tradicionais pré-fabricadas
Nestas soluções pré-fabricadas, para além dos parâmetros intrínsecos a cada solução, há que ter em
conta o tipo de fixação da solução ao suporte, pois diferentes tipos de fixação poderão originar
diferentes cuidados a ter e diferentes patologias.
Desta forma, antes de se apresentar as soluções consideradas neste ponto, é conveniente explicar
de forma breve as soluções a ter em conta nesta temática da fixação da solução, estando este
assunto tratado no primeiro ponto abaixo.
De seguida, e tal como já foi referido anteriormente, abordar-se-ão as soluções pré-fabricadas mais
utilizadas em Portugal. Nessas soluções serão indicados alguns valores médios de algumas
características dos materiais em questão, sendo que cada fabricante tende a ter as suas próprias
composições.
a) Sistemas de fixação
Relativamente ao modo como é efetuada a ligação entre o revestimento de impermeabilização e o
seu suporte consideram-se quatro tipos de soluções: os sistemas totalmente aderidos, os semiaderidos, os sistemas que recorrem a fixações mecânicas e por fim os sistemas independentes.
Nos sistemas totalmente aderidos é colocada uma cola entre o revestimento da impermeabilização e
o suporte, ou em alternativa à colagem dá-se a fusão de material do revestimento mediante a ação da
chama de maçarico. Esta aderência dá-se a toda a superfície.
No sistema semi-aderido, a aderência entre o revestimento de impermeabilização e o suporte dá-se
pela aplicação pontual de cola, ou de fusão do material da membrana com recurso a chama de
maçarico ou a ar quente, só que, contrariamente ao sistema aderido, essa fusão ocorrerá em apenas
algumas áreas da membrana.
Já nos sistemas com fixações mecânicas, o revestimento de impermeabilização é fixado ao seu
suporte através de aplicações pontuais de elementos que asseguram essa ligação, como por
exemplo parafusos.
Por fim considera-se o sistema independente, onde o revestimento da impermeabilização não é
aderido ao seu suporte. Para efeitos de proteção à ação do vento, é colocado, por exemplo, uma
2
Segundo dados recolhidos em entrevistas realizadas ao longo do trabalho, o recurso a membranas betuminosas (APP e
SBS) é de cerca de 90%, tendo as membranas de PVC uma procura de cerca de 5%, sendo desta forma aquelas soluções as
mais praticadas em Portugal, refletindo-se também tal facto na existência atual de apenas Documentos de Aplicações (DA)
do LNEC sobre essas soluções.
18
proteção pesada sobre o revestimento (calhau rolado, mosaicos, etc.) de forma a conferir uma
componente gravítica que impeça o deslocamento do revestimento.
b) Membranas de betumes modificados (APP e SBS)
As membranas de betumes modificados são a solução de maior uso em impermeabilizações de
coberturas em terraço, quer em Portugal, quer a nível global, com exceção dos Estados Unidos da
América e do Japão, onde se recorre sobretudo a membranas elastoméricas (Lopes, 1994a). Este
maior recurso está diretamente relacionado com o baixo custo da solução e com o grande
conhecimento das respetivas soluções construtivas (Raposo, 2009).
Estas membranas surgem através do recobrimento de armaduras (de fibra de vidro, de poliéster ou
ainda de polietileno) com uma mistura betuminosa modificada por incorporação de uma resina
plastomérica (APP) ou elastomérica (SBS), sendo essas resinas polímeros de polipropileno atáctico
(APP) e de estireno-butadieno-estireno (SBS) (Lopes, 1994a; Raposo, 2009; Dias, 2008).
Depois de efetuado esse recobrimento a quente, e ainda antes de a membrana arrefecer, são
aplicados os acabamentos na face inferior e superior. Estes acabamentos consistem sobretudo em
folhas de polietileno ou polipropileno, e no caso de se tratar duma membrana auto protegida, na face
superior é aplicado granulado mineral ou folhas de alumínio, sendo esse material interrompido a uma
dada distância num dos bordos de forma a dar-se uma melhor ligação entre as membranas aquando
da aplicação do sistema de impermeabilização (Lopes, 1994a; Raposo, 2009; Dias, 2008).
De referir que entre os dois sistemas mencionados, as soluções com polímero APP têm melhor
comportamento a temperaturas mais elevadas face às soluções com polímero SBS, enquanto que
para temperaturas mais baixas, é o polímero SBS que apresenta melhor comportamento.
Nas tipologias de coberturas acessíveis, recomenda-se o uso de camada dupla, em que pelo menos
uma das camadas seja armada com feltro de poliéster (Raposo, 2009). Por outro lado, nas coberturas
não acessíveis, poderá ter-se o sistema de monocamada, exceto nos casos de pendente nula, em
que este sistema de monocamada não é aconselhado (Sousa, 2009).
As juntas entre membranas são os pontos mais passíveis de ocorrerem anomalias; assim sendo,
devem-se sobrepor os rolos das membranas numa extensão de 8 a 10 cm. Essa sobreposição é feita
através da fusão do material betuminoso presente nas membranas através de chama de maçarico ou
de ar quente.
Nos sistemas de camada dupla, recomenda-se que a segunda camada a ser aplicada, seja disposta
paralelamente à primeira com juntas desencontradas, para assim aumentar a redundância do sistema
de impermeabilização. No caso de isto não poder ser aplicado, poderá eventualmente recorrer-se ao
cruzamento das membranas (Raposo, 2009).
De resto, a aplicação destas membranas requere algumas verificações prévias, como sejam a
verificação de que o suporte se encontra limpo, seco e sem materiais soltos.
19
Estas membranas, que têm como durabilidade média cerca de 15 anos (Dias, 2008), podem ser
aplicadas sobre betão, madeira, cerâmicos entre outros, e essa aplicação pode ser feita através de
uma fixação totalmente aderida, semi-aderida, independente e nos últimos anos começou-se a
verificar também a utilização de sistemas com fixações metálicas (Raposo, 2009).
Na fixação aderida é em primeiro lugar aplicada emulsão betuminosa (primário) ao suporte, quando
este é de betão ou argamassa (como geralmente acontece), e de seguida procede-se à fusão do
material betuminoso da membrana com recurso a chama de maçarico a gás propano ou
eventualmente a ar quente.
No sistema de fixação semi-aderido, o meio de ligação é igualmente a fusão do material betuminoso
através de chama de maçarico ou ar quente, ou ainda a aplicação de betume insuflado a quente.
Por fim, no sistema independente, a proteção da membrana face à ação do vento, por exemplo, dá-se
através de uma proteção pesada aplicada sobre a membrana.
De referir ainda que certos materiais usados como suporte requerem uma barreira de separação
térmica aquando da aplicação do revestimento da impermeabilização através de uma fonte de calor,
como sejam o caso das placas de poliuretano e de poliestireno expandido (Dias, 2008).
c) Membranas Termoplásticas (PVC)
As membranas termoplásticas de PVC são constituídas por uma resina de policloreto de vinilo,
plastificantes, cargas, pigmentos e estabilizantes. Podem ou não conter armaduras (de poliéster ou
fibra de vidro), embora a presença destas tenha uma importante ação, pois minimiza a retração das
membranas devido à perda de plastificante (Lopes, 1994a; Dias, 2008).
Estas membranas distinguem-se sobretudo pela sua flexibilidade, que lhes permite uma aplicação em
2
qualquer forma geométrica de suporte. Além disso o seu baixo peso (1,6 a 1,8 kg/m ) por unidade de
área, permite rentabilizar melhor o tempo para a sua aplicação em obra.
A flexibilidade acima mencionada está diretamente relacionada com a percentagem de plastificante
que a membrana contém, dependendo esta por sua vez do processo de fabrico; no caso do mesmo
ser através de laminagem ou calandragem a percentagem de plastificante será cerca de 30 a 40%, e
no caso de extrusão cerca de 20% (Dias, 2008).
Esta solução de revestimento de impermeabilização é aplicada em monocamada, normalmente em
coberturas de acessibilidade limitada e com pendentes não inferiores a 1%. Quanto ao sistema de
fixação aplicado, o mais comum é ter-se um sistema independente, podendo também optar-se por
fixações mecânicas pontuais (Lopes, 1994a; Dias, 2008).
Deve-se ter alguns cuidados relativamente ao suporte, já que esta membrana não deverá estar em
contacto com suportes de betume, alcatrão, óleos, espumas fenólicas, poliestireno expandido,
extrudido ou de poliuretano, pois tornará propícia a migração de plastificante da membrana para os
materiais do suporte, fazendo com que a membrana se torne mais rígida e pouco dúctil (Raposo,
2009; Sousa, 2009).
20
No caso de o suporte da tela de PVC ser num daqueles materiais, deverá adotar-se a chamada
barreira de separação química anteriormente abordada, concretizada através da colocação de um
feltro de poliéster, por exemplo.
As juntas entre membranas fixadas mecanicamente, que deverão estar sobrepostas em pelo menos
10 cm, são soldadas a ar quente e seguidamente comprimidas, ou em alternativa é usada a
soldadura com solventes, que permite que essas juntas de sobreposição fluidifiquem ligeiramente.
Dos 10 cm, só 3 a 4 cm estão efetivamente ligados, sendo de referir ainda que nestes sistemas com
fixações mecânicas, estas devem-se encontrar a cerca de 3 cm do bordo da membrana, de modo a
evitar o seu rasgamento por ação do vento (Raposo, 2009).
Um dos grandes inconvenientes desta solução de revestimento de impermeabilização, é o elevado
grau contaminante do mesmo associado, quer ao seu processo de fabrico quer à sua reciclagem ou
eliminação (Trujillo, 2002).
2.5. Revestimento de impermeabilização em pontos singulares
Neste subcapítulo pretende-se apresentar as disposições construtivas satisfatórias do revestimento
de impermeabilização nos diversos pontos singulares correntemente presentes em coberturas planas.
Como se verá em 2.6. a correta elaboração do revestimento de impermeabilização nestes pontos,
tem um impacto muito significativo com vista ao sucesso do sistema de impermeabilização, daí a sua
análise ser fundamental.
De salientar que diferentes soluções de revestimento de impermeabilização, poderão corresponder a
soluções ligeiramente diferentes para um dado ponto singular, mesmo tendo em conta que só estão a
ser avaliados algumas soluções de revestimentos não-tradicionais, pré-fabricados. Por outro lado,
diferentes tipologias de coberturas também poderão significar ligeiras alterações.
A base bibliográfica empregue neste ponto, bem como a classificação de pontos singulares, é
baseada na obra de Jorge Grandão Lopes – Anomalias em Impermeabilizações de Coberturas em
Terraço (Lopes, 1994b), recorrendo-se também aos Documentos de Aplicação (DA) do LNEC para
algumas das situações de pontos singulares a tratar, bem como a recomendações de alguns
fabricantes dos tipos de membranas de impermeabilização em análise.
A classificação dos pontos singulares utilizada é uma adaptação da abordagem seguida noutros
trabalhos, como por exemplo Lopes (1994b), e consiste nos seguintes quatro elementos:

Paredes emergentes

Juntas de dilatação

Pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais

Outros elementos emergentes
21
As diferenças estão sobretudo ao considerar as platibandas e soleiras de porta no grupo
correspondente a paredes emergentes, já que, embora haja algumas diferenças na sua conceção,
especialmente para o caso das soleiras, as causas das anomalias são razoavelmente semelhantes.
No fim de cada ponto abordado será feita referência a pormenorizações construtivas recomendadas
por fabricantes dos tipos de revestimentos de impermeabilização estudados, que se encontrarão em
Anexo.
2.5.1. Paredes emergentes
3
No encontro entre a superfície corrente e uma parede emergente (seja esta por exemplo uma
platibanda, chaminé ou soleira), é importante conceber uma disposição construtiva que permita não
só a garantia do sucesso da impermeabilização, mas também a sua durabilidade face a um conjunto
de possíveis anomalias que serão abordadas em 2.6.
As soluções para as membranas em estudo (betumes modificados e as termoplásticas de PVC)
diferem ligeiramente neste ponto, e por outro lado a constituição do elemento emergente levará
também a diferentes soluções de remate: o denominado remate protegido (no caso de se tratar de
alvenaria) e o remate não protegido (para o betão armado). Desta forma, optou-se por fazer a análise
em separado para os dois tipos de membranas neste ponto singular.
a) Membranas de betumes modificados
Seguindo as indicações dos DA do LNEC para este tipo de membranas (Documentos de Aplicação nº
18, 19, 29 a 32 e 37 a 39), os remates do revestimento de impermeabilização com os elementos
emergentes devem ser sempre executados num sistema totalmente aderente, com recurso a
soldadura através de chama, e ainda fixados mecanicamente se a altura dos remates superar 0,40 m.
Estes DA indicam ainda que a altura de remate mínimo deverá ser de 0,10 m para este tipo de
membrana, sendo que Lopes (1994b) recomenda na sua obra um valor mínimo para a altura do
remate de 0,15 m.
4
Na Figura 16 apresenta-se à esquerda um exemplo de aplicação para a tipologia de cobertura de
acesso limitado e onde o elemento emergente é composto por alvenaria (o remate deve não ser só
introduzido no reboco, mas também penetrar a própria alvenaria (Lopes, 1994b)), originando assim
um remate protegido (por um reboco armado).
Por sua vez, à direita tem-se para a mesma tipologia um remate não protegido perante um elemento
emergente de betão, sendo este recoberto superiormente por um rufo metálico.
No caso de se tratar de uma outra tipologia, a diferença estará no facto de os 0,10 m de remate
mínimo aconselhado pelos DA (ou os 0,15 m recomendados por Lopes (1994b)), contabilizam-se
3
Neste ponto trata-se dos elementos emergentes em que a sua secção não é circular ou curvilínea (como sejam as
tubagens e alguns tipos de chaminés), sendo estes tipos de secções abordados em 2.5.4.
4
A imagem em questão é exemplificativa de uma solução específica de um fabricante, daí haver uma distinção na
numeração da legenda para as bandas de membranas e para membranas da zona corrente, dado estar-se no DA em
questão a tratar de um sistema multicamada em que as membranas das camadas diferem.
22
somente a partir do topo da camada superior do sistema (Lopes, 1994b). No Anexo II.a encontram-se
representadas as soluções para sistemas com proteção pesada e para coberturas ajardinadas.
No Anexo II.b, segue-se as disposições construtivas recomendadas pelo principal fabricante nacional
de membranas betuminosas, tendo em conta os seus produtos.
Figura 16 - Pormenores construtivos de membranas de betumes modificados numa parede emergente
(DA 19, 2010)
b) Membranas Termoplásticas (PVC)
Nos remates com elementos emergentes desta solução de impermeabilização, os DA do LNEC (
Documentos de Aplicação nº 22 e 23) recomendam a execução de um sistema totalmente aderente
na zona de remate, utilizando colas específicas para o efeito.
Numa primeira hipótese de pormenorização construtiva, ao bordo superior deverá previamente ser
fixada mecanicamente uma peça de chapa de aço revestida a PVC (própria para o efeito e coberta
superiormente com mástique – como se pode constatar no corte presente no Anexo II.c), onde
posteriormente se soldará através de ar quente a parte superior do remate da membrana.
No bordo inferior, recomenda-se para as tipologias que recorrem a proteção pesada (acessível a
pessoas, veículos e ajardinadas) a utilização de um perfil de aço revestido a PVC, previamente fixado
mecanicamente, onde se soldará com a ação de ar quente a membrana da zona corrente e a
membrana empregue no remate, como se pode ver na Figura 17.
Outra hipótese, que é também a solução utilizada para a tipologia de cobertura de acesso limitado,
5
consiste em inserir as fixações mecânicas na periferia da membrana utilizada em zona corrente , já
que nessa zona onde a fixação é aplicada, a membrana utilizada para o remate irá sobrepor-se,
assegurando assim a impermeabilização desses pontos. No bordo superior, o tratamento é o mesmo
da solução anterior. Esta situação encontra-se representada na Figura 18.
5
O DA 23 que aborda uma solução de uma membrana de PVC recomenda o uso neste caso de 4 fixações mecânicas por
metro linear.
23
O DA menciona ainda uma alternativa que consiste na aplicação de um perfil de aço revestido a PVC,
fixo mecanicamente no bordo inferior e sob a membrana (que posteriormente é soldada por ação do
ar quente nessa zona), e limitado superiormente por um rufo de recobrimento, como se pode ver na
Figura 19.
Figura 17 - Pormenor construtivo de membrana de PVC com proteção pesada face a parede emergente
com recurso a chapa de aço (DA 22, 2010)
Figura 18 - Pormenor construtivo de membrana de PVC com proteção pesada face a parede emergente
(DA 22, 2010)
24
No entanto existem algumas situações desde grupo de pontos singulares que têm disposições
construtivas semelhantes, como são exemplo as soleiras, os capeamentos de platibandas, as juntas
na proteção pesada rígida, nomeadamente próximo dos elementos emergentes da cobertura e a
necessidade de dessolidarização de remates entre painéis de platibandas pré-fabricados.
Figura 19 - Pormenor construtivo de membrana de PVC com proteção pesada face a parede emergente
com remate em chapa de aço (DA 22, 2010)
No caso das soleiras, segundo refere Lopes (1994b), é comum acontecerem em obra e em projeto
situações que impedem a execução correta de remate nessas zonas; segundo o autor ao nível de
projeto é “(…) tendência corrente não sobrelevar demasiado a soleira das portas, relativamente à
superfície corrente da cobertura, resultando portanto, necessariamente um remate com uma altura
não superior à cota da soleira.”, que corresponde na maioria das vezes a uma altura de remate
abaixo dos 0,10 m recomendados nos DA (ou consequentemente dos 0,15 m recomendados por
Lopes (1994b)).
Quanto às situações decorrentes da obra, o autor refere que “(…) a coordenação dos trabalhos em
obra leva a que seja montada em primeiro lugar a caixilharia e respetivas soleiras das portas (…)”,
levando a que o remate efetuado posteriormente nessa zona já não seja o correto.
Neste caso do encontro com soleiras que não garantem uma altura mínima de remate, a disposição
construtiva recomendada passa por prolongar o remate da impermeabilização sob a soleira, protegelo superiormente com uma argamassa, por exemplo, e sobre esta então assentar a soleira (Lopes,
1994b).
As diferenças relativamente às membranas betuminosas e as termoplásticas de PVC resumem-se à
forma como é fixado o remate; nas primeiras este é totalmente aderido por ação de chama, e no
25
segundo caso o remate é fixado mecanicamente e eventualmente aplicada uma cola tal como
acontece no caso das paredes emergentes anteriormente tratadas.
Um esquema geral desta situação é apresentado na Figura 20, sendo ainda apresentadas no Anexo
II.d as soluções recomendadas por fabricantes de membranas dos dois tipos para esta situação.
Figura 20 - Pormenor construtivo face a uma soleira (Lopes, 1994b)
No caso de um revestimento de impermeabilização com proteção pesada rígida, é importante garantir
que não haverá fissurações ou mesmo rotura devido a movimentos de dilatação de origem térmica
por parte dessa proteção rígida junto a elementos emergentes (Lopes, 1994b).
Para isso é importante garantir junto destes elementos emergentes uma junta de dilatação da
proteção (a cerca de 0,30 m segundos Lopes (1994b)), preenchida com um material flexível, como se
poderá constatar na Figura 21, sendo esta recomendação independente da solução de revestimento
de impermeabilização utilizada.
Figura 21 - Pormenor construtivo de junta em proteção pesada rígida (Lopes, 1994b)
Nos capeamentos das platibandas é também importante garantir que a estanquidade à água não é
comprometida, devendo-se por isso aplicar capeamentos apropriados constituídos nomeadamente
por membranas de impermeabilização autoprotegidas, chapas metálicas ou de fibrocimento, ou por
elementos pré-fabricados de pedra ou betão. Além destes elementos, o capeamento deverá ter uma
ligeira pendente para o interior do terraço como se pode ver na Figura 22 (Lopes, 1994b).
26
Ainda nas paredes emergentes, Lopes (1994b) faz referência à necessidade de instalação de uma
banda de dessolidarização do remate no caso de aplicação de platibandas pré-fabricadas, por forma
a evitar fissuras no revestimento de impermeabilização originadas pelas dilatações térmicas (Figura
23).
Figura 22 - Pormenores construtivos de capeamentos de platibandas (Lopes, 1994b)
Figura 23 - Pormenor construtivo de uma banda de dessolidarização do remate em platibandas préfabricadas (Lopes, 1994b)
2.5.2. Juntas de dilatação
As zonas da cobertura que contêm juntas de dilatação, devem ser alvo de pormenorização específica
de forma a evitar fissurações no sistema de impermeabilização ou descolamentos das zonas de
sobreposição dos remates, pormenorização essa que poderá ser diferenciada consoante a tipologia
da cobertura (Lopes, 1994b).
Embora as diferenças entre as membranas de betumes modificados e as termoplásticas de PVC
sejam muito pequenas, optou-se por fazer a sua separação uma vez mais.
27
a) Membranas de betumes modificados
Na tipologia de cobertura de acesso limitado o remate a fazer perante esta zona singular, poderá ser
feito ao nível da superfície corrente da cobertura, como se pode verificar na Figura 24.
Para tentar evitar o maior efeito que pode ter a ação da circulação de pessoas nessa zona de juntas
de dilatação é recomendável sobre-elevar o remate (Lopes, 1994b), como se pode ver na Figura 25.
Figura 24 - Pormenor construtivo de remate de junta estrutural com membrana de betumes modificados
em cobertura de acesso limitado (Lopes, 1994b)
Figura 25 - Pormenor construtivo de remate de junta estrutural sobre-elevada com membrana de betumes
modificados (Lopes, 1994b)
Nas figuras acima apresentadas, pode-se constatar a existência de um empanque (fundo de junta),
que deverá ser um material flexível e comprimido na mesma servindo de suporte ao remate de
impermeabilização, e nesse mesmo remate da impermeabilização existe uma referência a uma zona
não colada de aproximadamente 30 cm. Esta disposição tem como objetivo dessolidarizar o remate
da junta, permitindo assim uma maior capacidade de transmissão de movimentos entre os dois
corpos separados pela junta (Lopes, 1994b).
28
De resto, a fixação deste tipo de membranas ao suporte e a própria ligação entre membrana e
membranas de remate, continua a ser feita pela ação de uma chama, tal como acontece em zona
corrente.
No Anexo II.e apresenta-se também uma solução para este ponto singular recomendada por um
fabricante nacional.
b) Membranas termoplásticas de PVC
Na solução de membranas termoplásticas de PVC, a diferença para as soluções de membranas de
betumes modificados dá-se sobretudo na forma como são executadas as ligações entre elementos.
Neste caso há a aplicação de uma cola na sobre-elevação de forma a aderir a membrana de remate
a esta, sendo soldada no bordo inferior à membrana da zona corrente através da ação de ar quente,
e fixada junto da junta de dilatação mecanicamente.
Por sua vez, a membrana da zona corrente é fixada na periferia através de fixações mecânicas,
sendo essa zona depois sobreposta pela membrana de remate de forma a garantir a
impermeabilização dessas zonas.
Os DA elaborados pelo LNEC para estas soluções recomendam na membrana de remate que cobre
a junta, uma zona não soldada de aproximadamente 0,15 m, de forma a dessolidarizar esse remate.
Nas extremidades do remate em questão, este deverá ser soldado por ação de calor ao remate já
utilizado para a sobre-elevação, como se poderá constatar na Figura 26.
No Anexo II.f encontra-se uma solução deste ponto singular recomendada por um fabricante deste
tipo de membranas.
No caso de se estar perante a tipologia de cobertura de acesso limitado e se optar por não realizar a
sobre-elevação, essa situação vai diferenciar-se da anteriormente tratada somente por não ser
aplicada a membrana de remate da sobre-elevação fixada com cola, tendo-se em vez disso, a
soldadura por ar quente da membrana de remate da junta à membrana utilizada na zona corrente,
nas zonas onde esta foi fixada mecanicamente, tal como na situação anteriormente descrita.

Nos remates sobre-elevados, e independentemente do tipo de membrana aplicada, pode-se também
recorrer a elementos pré-fabricados de betão, de pedra ou de chapa metálica. Nestes casos o
revestimento de impermeabilização limita-se a cobrir a altura da sobre-elevação, sem haver o remate
superior como visto na Figura 27.
De referir que nos casos de membranas de betumes modificados a aderência é feita através da ação
da chama (soldada, portanto), e nos casos de membranas termoplásticas de PVC recorre-se a um
perfil de aço revestido a PVC, fixado mecanicamente ao longo do topo do bordo, sendo soldado neste
por ação de ar quente a membrana de remate, e recorrendo a cola no desenvolvimento em altura da
sobre-elevação.
29
Uma junta de dilatação de resolução problemática ocorre quando esta se dá na separação de dois
edifícios de alturas diferentes. Nestes casos deverá utilizar-se para os dois tipos de membranas
analisados um pormenor semelhante ao da Figura 28, que garante a transmissão de movimentos
entre os dois corpos sem comprometer a impermeabilização (Lopes, 1994b).
Figura 26 - Pormenor construtivo de remate de junta estrutural sobre-elevada com membrana de PVC (DA
23, 2010)
Figura 27 - Pormenor construtivo de junta estrutural sobre-elevada com capeamento (Lopes, 1994b)
30
Figura 28 - Pormenor construtivo de remate numa separação de edifícios de alturas diferentes (Lopes,
1994b)
2.5.3. Pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais
Os grandes problemas dos pontos de evacuação de águas pluviais são sobretudo “ (…) as
obstruções criadas à evacuação da água e os defeitos de ligação em superfície corrente com os
dispositivos de evacuação da água.” (Lopes, 1994b).
De forma a evitar a ocorrência destes fenómenos deve-se optar pelo recurso a um ralo de pinha nas
embocaduras dos tubos de queda (Lopes, 1994b; Paulo, et al., 2012), promover um rebaixamento da
camada de forma nas zonas de tubo de queda para assim se fazer face ao engrossamento do
revestimento de impermeabilização nessa zona, e recorrer a peças de ligação com o tubo de queda
ou outro dispositivo de recolha e descarga (aro intercalado no sistema de impermeabilização,
solidário com um canhão, como se pode ver na Figura 29 (Lopes, 1994b)).
Relativamente ao canhão, Lopes (1994b) refere ainda que “É necessário garantir que o canhão
penetre na extensão suficiente do tubo de queda para que não haja repasses de água através dessa
junção.”
De referir que na Figura 29, a conceção correta deste ponto singular deveria especificar o remate
num ponto inferior face ao revestimento de impermeabilização, estando a restante especificação
apresentada correta.
No Anexo II.g encontram-se disposições construtivas recomendadas por fabricantes das membranas
em estudo.
Nas zonas de drenagem das águas pluviais, é importante garantir que as membranas vão sendo
aplicadas no sentido ascendente para que o ligeiro ressalto resultante das juntas de sobreposição de
membranas não fique exposto diretamente à lâmina de água (Lopes, 1994b). Este conceito encontrase explícito na Figura 30, onde à esquerda se encontra a situação recomendada e à direita uma
situação insatisfatória.
31
Figura 29 - Pormenor construtivo de embocadura de tubo de queda (Lopes, 1994b)
Figura 30 - Pormenor da ordem de aplicação do revestimento de impermeabilização (Lopes, 1994b)
2.5.4. Outros elementos emergentes
Neste ponto, incluem-se as chaminés, tubos de ventilação e outros eventuais elementos emergentes
de secção circular ou curvilínea.
De uma forma geral, a solução a adotar para estes pontos singulares, tendo em conta as membranas
em estudo, consiste na aplicação de um cordão flexível no bordo inferior do elemento por forma a
dessolidarizar o revestimento de impermeabilização usado na superfície corrente, da tubagem
(Lopes, 1994b).
Quanto ao topo do remate, este pode ser realizado através de “(…) cintagem e aperto nessa zona,
complementada com um vedante apropriado.” (Lopes, 1994b).
A Figura 31 pretende expor esta situação num caso de uma tubagem emergente.
32
Figura 31 - Pormenor construtivo de remate em tubagem emergente (Lopes, 1994b)
33
2.6. Anomalias mais frequentes
A análise das anomalias mais frequentemente verificadas em impermeabilizações de coberturas
planas tem interesse na definição das atividades de controlo técnico das mesmas, pois permite
através da determinação das principais causas da patologia, determinar pontos essenciais a verificar
para o sucesso do sistema de impermeabilização.
Uma dada patologia normalmente não é fruto de uma única falha, mas sim de um conjunto de
condições anómalas, onde por vezes uma ou outra se destaca. Segundo um estudo a cerca de duas
centenas de coberturas planas com anomalias (Figura 32) elaborado por Silva e Gonçalves (2001),
cerca de 44% das patologias correspondem a erros de aplicação do sistema de impermeabilização e
38% a erros de projeto, o que vinca a importância dessas fases no sucesso do sistema.
Distribuição das anomalias de acordo com a sua origem
8%
10%
Conceção
38%
Aplicação
Materiais
Utilização
44%
Figura 32 - Distribuição de anomalias de acordo com origem (Silva e Gonçalves, 2001)
Por outro lado, de acordo com o mesmo estudo, somente 28% das anomalias registadas nos
sistemas de impermeabilização de coberturas planas ocorrem na denominada zona corrente da
cobertura, sendo os outros 72% distribuídos pelas zonas singulares como se pode ver na Figura 33.
Distribuição das anomalias pelas zonas da cobertura
13%
28%
Superfície Corrente
Zonas Periféricas
21%
Dispositivos de evacuação
Pontos Singulares
38%
Figura 33 - Distribuição das anomalias pelas zonas da cobertura (Silva e Gonçalves, et al., 2001)
34
No Anexo III encontram-se descriminados os resultados do estudo em causa, bem como os diversos
pontos que compõe os quatro grupos acima mencionados, sendo que nesta tese apenas se faz a
distinção entre zona corrente e zona com pontos singulares, agrupando esta última os três pontos
referentes a “Dispositivos de evacuação”, “Pontos singulares” e “Zonas periféricas” definidos no
referido estudo.
De referir que de resto, esta é a abordagem utilizada por outros autores, como Lopes (1994b), sendo
que a classificação de anomalias dentro dos dois grupos vai também seguir a abordagem utilizada
pelo mesmo autor. Essa classificação encontra-se esquematizada na Figura 34.
Zona Corrente
Pontos Singulares
Fissuração do revestimento de
Impermeabilização
Descolamentos de remates com
elementos emergentes ou
imergentes da cobertura
Perfuração do revestimento de
impermeabilização
Anomalias relacionadas com os
agentes climáticos
Rasgamento ou fissuração de
remates em juntas de dilatação ou
noutros pontos singulares
Empolamentos
Figura 34 - Classificação de anomalias por zona da cobertura (Lopes, 1994b)
2.6.1.
Zona corrente
Em zona corrente, pode-se agrupar a generalidade das anomalias no revestimento de
impermeabilização (que é o elemento chave do sistema) em quatro subgrupos: as anomalias
relacionadas com a fissuração, perfuração, empolamentos e as relacionadas com os agentes
climatéricos (que poderão gerar ou agravar patologias relacionadas com fissuração ou
empolamentos).
Desta forma, irá ser abordado cada grupo de anomalias separadamente nos pontos de que seguem.
a) Fissuração do revestimento de impermeabilização
A fissuração de revestimento de impermeabilização em zona corrente, seguindo a abordagem de
Lopes (Lopes, 1994b), tem origem principalmente em duas fontes, a proteção do revestimento e o
suporte da impermeabilização. Não é de se desprezar no entanto, o efeito dos agentes climáticos no
agravamento desta patologia nomeadamente a radiação UV de forma mais direta, ou o vento de
forma indireta através do arrastamento do material de proteção.
35
a.1) Proteção do revestimento de impermeabilização
Relativamente à primeira fonte considerada, a proteção do revestimento de impermeabilização, há
três casos a considerar; quando se trata de uma proteção pesada rígida, proteção pesada com
elementos soltos e o caso das membranas betuminosas autoprotegidas por granulado mineral.
Na situação de proteção pesada com elementos rígidos, esta anomalia é comum quando não é
colocada uma camada de dessolidarização entre o revestimento da impermeabilização e a proteção,
o que vai gerar atrito devido a movimentos relativos entre as duas camadas (quer seja por diferenças
de temperaturas, quer por retrações dos materiais em questão).
Com o desenvolver desse atrito, são transmitidos à camada de revestimento da impermeabilização
tensões que acabam por exceder a capacidade de deformação, dando-se assim a fissuração (Lopes,
1994b).
A inexistência de juntas de esquartelamento na proteção em questão convenientemente afastadas
entre si, agrava, segundo o mesmo autor, o fenómeno, por permitir maiores valores absolutos aos
movimentos da proteção.
No caso da proteção pesada com elementos soltos, a fissuração ocorre quando há um deslocamento
do material de proteção por ação do vento (mais pronunciado normalmente na periferia da cobertura),
que vai assim deixar a descoberto parte do revestimento da impermeabilização, ficando este desta
forma exposto à radiação UV que o levará a um envelhecimento prematuro (Lopes, 1994b).
Lopes (1994b) refere que a granulometria do material solto (de preferência calhau rolado), deverá ser
“(…) não inferior a 5 mm, nem superior a 2/3 da espessura da camada, a qual não deve ser por sua
vez inferior a 40 mm.”. Outra medida a tomar contra o efeito do vento segundo o mesmo autor, passa
por substituir o material solto na periferia, por “(…) uma proteção pesada em camada rígida (por
exemplo, placas de betão justapostas).”.
Por fim, nos casos de membranas betuminosas autoprotegidas por granulado mineral, a deficiente
aderência desse granulado à membrana e consequente possível desprendimento, leva à exposição
dos materiais betuminosos aos agentes atmosféricos, nomeadamente a radiação, levando desta
forma a solução a um envelhecimento precoce (Lopes, 1994b).
No mesmo trabalho, Lopes (1994b) conclui que a eficácia face aos agente atmosféricos deste tipo de
membranas é mais reduzida do que as membranas protegidas superiormente por material solto ou
por uma proteção pesada rígida, fazendo assim com que a ocorrência de fissuração nas primeiras
seja mais fácil de se verificar.
a.2) Suporte da impermeabilização
Quanto à fissuração associada ao suporte, há que ter em conta as incompatibilidades químicas entre
materiais (como foi visto em 2.4.2. a respeito das membranas de PVC e as suas incompatibilidades
com diversos tipos de suporte), e o tipo de ligação do revestimento de impermeabilização.
36
Relativamente ao tipo de ligação acima mencionado, é importante garantir a dessolidarização entre o
revestimento de impermeabilização e suportes com deformações significativas (quer no seu plano,
quer num plano perpendicular), por forma a evitar a fissuração, podendo isso ser feito através da
conceção de sistemas independentes face aos sistemas totalmente aderidos (Lopes, 1994b).
Por outro lado, os sistemas independentes têm algumas desvantagens, como seja a necessidade de
aplicação de uma proteção pesada que fará aumentar os custos do sistema, ou a maior dificuldade
em detetar zonas com anomalias, pois segundo Lopes (1994b), “(…) a água infiltrada por uma zona
fissurada do sistema de impermeabilização independente é encaminhada sobre este, manifestandose no interior do edifício em zonas, em geral, distintas daquelas por onde ocorreu a infiltração.”.
b) Perfuração do revestimento de impermeabilização
As anomalias referentes à perfuração do revestimento de impermeabilização têm origem tipicamente
na queda de objetos sobre o revestimento de impermeabilização, ou a colocação sobre o
revestimento de impermeabilização de equipamentos diversos (antenas, depósitos de água,
cavaletes, etc.) (Lopes, 1994b). De referir que segundo o mesmo autor, quanto mais compressível for
o suporte, maior o efeito das ações descritas sobre o revestimento.
Uma medida importante a ter em conta para prevenir a perfuração relativa à instalação de
equipamentos, é a colocação de camadas de distribuição uniformes das cargas pontuais em questão,
bem como a criação de caminhos de circulação, mesmo em coberturas não acessíveis (Lopes,
1994b).
c) Anomalias referentes aos agentes climáticos
Os agentes climáticos com ação mais relevante do ponto de vista das anomalias são essencialmente
a ação do vento, a presença prolongada de água, a ação do calor e a radiação ultravioleta.
c.1) Ação do vento
Os efeitos anómalos da ação do vento a considerar sobre as coberturas planas são nomeadamente o
arrastamento da proteção pesada quando esta é composta por elementos soltos, arrancamento (e
eventual rasgamento) do revestimento de impermeabilização e rotura de suportes isolantes em
painéis, por tração perpendicular às suas faces (Lopes, 1994b).
No caso do arrastamento de material solto da proteção pesada, como já foi referido acima, esta ação
dá-se com maior importância na periferia da cobertura; assim por vezes é preferível a aplicação
nessas zonas de proteção pesada rígida (Lopes, 1994b). No entanto, esta situação é mais
problemática sobretudo nos casos onde não se aplicou uma espessura de material correta ou onde o
material tem dimensões inferiores ao recomendado.
O arrancamento e eventual rasgamento da impermeabilização poderá ocorrer ou quando se dá o
arrastamento do material solto, como referido anteriormente, ou quando a proteção aplicada é uma
proteção leve (Lopes, 1994b). É importante referir ainda que nos sistemas com proteção pesada com
37
elementos soltos, só faz sentido o sistema ser independente, o que traduz a importância dessa
proteção.
Quanto aos sistemas com proteção leve, serão à partida fixados através de colagem, soldadura ou
fixações mecânicas, pelo que a qualidade do processo de fixação é determinante (Lopes, 1994b).
Relativamente à rotura de suportes isolantes, esta situação, segundo Lopes (1994b), poderá ocorrer
sobretudo nos casos em que o isolante utilizado tem pouca resistência à tração perpendicular, como
sejam as lãs minerais.
Com essa resistência vencida pela ação do vento dá-se uma perda de coesão do material, originando
assim a rotura do suporte, com todas as desvantagens que daí advêm. Nos casos de uso deste tipo
de isolantes e especialmente quando a ação do vento é desfavorável, é recomendada a aplicação de
uma proteção pesada sobre o sistema, ou a introdução de fixações mecânicas (Lopes, 1994b).
c.2) Presença prolongada de água
A presença prolongada de água numa cobertura é no geral devida a uma pendente insuficiente, a
uma conformação insatisfatória da camada de forma, à obstrução dos dispositivos de drenagem e
evacuação de águas pluviais, disposições construtivas inadequadas nas zonas de tubos de queda ou
ainda devido a deformações localizadas de suportes mais compressíveis (Lopes, 1994b).
No que toca a pendente, esta dependerá do tipo de revestimento de impermeabilização, havendo
documentos como os DA elaborados pelo LNEC que definem intervalos de valores para os sistemas
de impermeabilização que são objeto desses documentos.
Para além dos efeitos negativos dessa presença, nomeadamente nos ciclos de humidificaçãosecagem, também torna ainda mais problemáticos os casos onde o revestimento apresenta já
fissurações ou perfuração, sendo desta forma claro o inconveniente da sua presença.
c.3) Ação do calor
Os efeitos da ação do calor nos revestimentos de impermeabilização estão diretamente relacionados
com o tipo de revestimento, a sua proteção, meio de ligação ao suporte, existência ou não de
isolamento térmico sobre o revestimento, entre outros (Lopes, 1994b).
Esses efeitos são essencialmente a modificação de características de alguns revestimentos, que
levará eventualmente ao aparecimento de fissuração e à redução da ductilidade dos revestimentos de
impermeabilização (especialmente nas membranas de PVC, através da perda de plastificante)
(Lopes, 1994b).
Por outro lado, algumas membranas de PVC podem sofrer deformações acentuadas de retração se a
sua formulação não for a mais indicada.
Na aplicação das membranas em estudo, recorre-se ao calor para efetuar as soldaduras; uma
exposição prolongada das membranas armadas a essa fonte de calor pode afetar as respetivas
38
armaduras, podendo levar à perda das capacidades resistentes e de deformação da armadura
(Lopes, 1994b).
c.4) Ação da radiação ultravioleta
A ação da radiação ultravioleta traduz-se essencialmente em alterações ao nível da composição das
camadas de revestimento de impermeabilização que acabam por tornar estes menos dúcteis (através
de alterações da composição dos betumes nas membranas betuminosas e da perda de plastificante
nas membranas de PVC) e assim mais passiveis à fissuração devida a movimentos do suporte ou da
camada de proteção (Lopes, 1994b).
A forma mais simples de atenuar estes efeitos consiste na utilização de proteção adequada do
revestimento de impermeabilização, ou a manutenção do sistema no caso de uso de material solto
sob ação do vento.
d) Empolamentos
Os empolamentos são sobre-elevações à superfície do revestimento e consistem em bolsas de ar e
de vapor de água sob pressão. Para além dos inconvenientes que possam ser gerados no
escoamento das águas pluviais, estes empolamentos são também susceptíveis à perfuração ou
rotura quando submetidos a ações mecânicas (Lopes, 1994b).
Na origem desta anomalia está a existência de vazios entre camadas do sistema de
impermeabilização ou entre este e o seu suporte, sendo as principais causas a inexistência de
colagem das camadas do sistema, falta de planeza do suporte (sobretudo quando constituído por
painéis isolantes), materiais estranhos confinados entre a impermeabilização e o suporte ou nos
casos em que são aplicados rolos de membranas que se encontram achatados devido a
armazenamento incorreto (Lopes, 1994b).
Lopes (1994b), refere algumas possíveis medidas, como seja por exemplo, no caso de aplicação de
membranas de betumes modificadas por ação de chama, “(…) esta deve ser realizada duma forma
contínua, devendo ser controladas a velocidade do movimento do maçarico e a sua distância ao
material a ligar, de modo a ambas se manterem sensivelmente constantes.”
A solução de cobertura invertida, refere o autor, é ideal para assim se evitarem variações acentuadas
de temperatura no caso de revestimentos de impermeabilização betuminosos, sendo no entanto
suficiente a colocação de uma proteção pesada.
No caso de revestimentos de impermeabilização aparentes, a aplicação de dispositivos com vista a
dissipar a pressão do vapor de água, como sejam as chaminés de ventilação, é uma medida
preventiva para esta situação dos empolamentos a ter em conta (Lopes, 1994b).
39
2.6.2. Zonas singulares
Neste ponto serão abordados as anomalias que se verificam nos pontos singulares do sistema de
impermeabilização das coberturas em terraço. Ao contrário da análise feita para a zona corrente,
onde em primeiro nível estava a descrição da anomalia a tratar, neste ponto optou-se por abordar os
tipos de pontos singulares considerados e a cada tipo corresponder então as suas anomalias mais
comuns, seguindo desta forma também a metodologia aplicada por Lopes (1994b).
a) Paredes emergentes
Para além do exemplo mais simples de parede emergente, neste ponto são também tidas em conta
as anomalias em soleiras de portas e chaminés (de secção não circular ou curvilínea tal como tratado
em 2.5), que no fundo assemelham-se a uma parede emergente.
As anomalias mais comuns nestes elementos são o descolamento, deslizamento, insuficiente altura
dos remates e a fissuração dos mesmos (Lopes, 1994b).
Nos casos de descolamento do remate, as causas devem-se sobretudo à superfície aonde este é
feito e à respetiva configuração, ou à colagem. Para a primeira causa e segundo Lopes (1994b), os
fatores são normalmente a existência de um reboco insatisfatório, teor de humidade do reboco
demasiado elevado ou configurações da solução de remate deficientes.
Quanto à configuração do remate, um fator importante segundo o mesmo autor é a inexistência de
“(…) disposições construtivas de proteção do bordo superior do remate, contra a ação do
escorrimento de água da chuva pelo paramento de elementos emergentes de desenvolvimento
significativo em altura (…)”.
Relativamente à colagem, os fatores podem variar desde a insuficiente quantidade de produto de
colagem aplicado, a condições ambiente desfavoráveis ou com qualidade baixa da mão-de-obra, que
poderá levar por exemplo à execução de larguras reduzidas das juntas de sobreposição (Lopes,
1994b).
Como medidas de prevenção face ao descolamento de remates, tem-se sobretudo a pormenorização
e execução correta do mesmo, seguindo as indicações já abordadas em 2.5.
O deslizamento do remate, surge normalmente quando o desenvolvimento em altura do mesmo é
elevado e não existe uma fixação mecânica complementar no bordo superior do remate (Lopes,
1994b). Esta necessidade de fixação mecânica é também abordada aquando da apresentação dos
pormenores construtivos referentes a este ponto singular em 2.5.
O requisito de uma dada altura mínima para o remate está relacionado segundo Lopes (1994b), com
a “(…) necessidade de garantir uma resistência satisfatória aos esforços que tendem a provocar o
descolamento ou deslizamento desses remates relativamente ao paramento da parede ou
platibanda.” Esta mesma importância foi já salientada no capítulo 2.5.
40
A fissuração dos remates pode ocorrer, seguindo a abordagem de Lopes (1994b), nos seguintes
casos:

Na presença de uma proteção pesada rígida, não se cria uma junta nesta a cerca de 0,30 m
da zona de remate, de forma acomodar eventuais dilatações dessa camada (conforma visto
em 2.5);

Quando o remate vertical não é protegido, especialmente nas tipologias de coberturas
acessíveis;

Quando ocorrem movimentos diferenciais significativos entre a estrutura resistente e o
elemento emergente;

Inexistência de bandas de dessolidarização em elementos pré-fabricados emergentes, tal
como referido em 2.5.
Outra patologia que afeta este tipo de pontos singulares, está relacionada com a falta de capeamento
adequado das platibandas, especialmente quando estas são constituídas por tijolo furado ou blocos
de betão, que acaba por permitir a penetração de água pelo tardoz do revestimento de
impermeabilização (Lopes, 1994b).
De forma a evitar esta anomalia, deverá, tal como explicitado no capítulo 2.5, recorrer-se a
capeamentos apropriados, com pendente voltada para o terraço. No caso de capeamentos que
recorram a fixações mecânicas, é importante também garantir que essas fixações estão vedadas com
anilhas apropriadas e eventualmente complementado esse efeito com recurso a mástique (Lopes,
1994b).
a) Juntas de dilatação
As anomalias mais comuns verificadas nas zonas de juntas de dilatação são o descolamento das
juntas de sobreposição dos remates e a fissuração ou enrugamento dos remates nessas zonas
(Lopes, 1994b).
Nestes pontos singulares é recomendada a sobre-elevação dos remates, especialmente em
coberturas acessíveis, como forma de os proteger das ações mecânicas tal como visto em 2.5.
A forma de evitar as anomalias referidas paras estes pontos singulares, para além da já referida
sobre-elevação, consiste numa pormenorização e execução correta de soluções que permitam a
dessolidarização do remate nesses pontos. Conforme visto em 2.5, um exemplo disso é a criação de
uma zona de aproximadamente 0,30 m de extensão, não colada ou soldada a não ser nas suas
extremidades. Na zona da junta deve ser colocado um empanque comprimido na junta, por forma ao
remate assentar neste (Lopes, 1994b).
No caso de uma junta separando dois edifícios com alturas diferentes é igualmente importante
garantir a dessolidarização do remate, através de uma conceção e execução de pormenores
construtivos adequados, tal como abordado em 2.5.
41
b) Pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais
Nos pontos de evacuação e drenagem de águas pluviais, as anomalias mais frequentes são
sobretudo as obstruções criadas às águas pluviais e defeitos de ligação da impermeabilização na
superfície corrente com os dispositivos de evacuação de água.
No caso das obstruções à evacuação de água, a utilização de ralos de pinha bem como a utilização
de sistemas construtivos adequados, tal como referido em 2.5, aliados a uma manutenção periódica,
são os pontos mais importantes a verificar de forma a tornar menos provável a sua ocorrência.
No caso dos defeitos de ligação, deve-se sobretudo seguir as boas práticas já mencionadas em 2.5
de forma a evitar a sua ocorrência.
Relativamente aos sistemas de drenagem – as caleiras – as anomalias mais verificadas são
sobretudo o descolamento das juntas de sobreposição das respetivas membranas e a fissuração
dessas membranas.
Segundo Lopes (1994b), os fatores mais importantes para a verificação da anomalia referente ao
descolamento das juntas de sobreposição, são sobretudo “(…) a reduzida largura dessas juntas, o
sentido segundo o qual foram aplicadas as membranas, a reduzida pendente da cobertura, senão
quando nula ou mesmo invertida, ou, evidentemente, a utilização de produtos de colagem
insatisfatórios ou a deficiente execução da colagem.”
Na mesma obra, o autor vinca a importância do sentido de aplicação das membranas nas zonas de
caleiras, sendo de resto mais determinante nessas zonas do que em superfície corrente, já que
haverá maior caudal nesses dispositivos.
A segunda anomalia referida – fissuração do revestimento de impermeabilização na zona da caleira –
ocorre sobretudo devido a “(...) um envelhecimento mais acentuado dos materiais que o constituem,
ou a disposições construtivas insatisfatórias.”
Esse envelhecimento mais acentuado na zona de caleira, dá-se sobretudo devido a esta zona estar
sujeita a uma maior intensidade de ações mecânicas de desgaste, face à superfície corrente (Lopes,
1994b).
c) Elementos emergentes da cobertura
Como elementos emergentes da cobertura dão-se sobretudo destaque às chaminés, tubos de
ventilação e guardas de platibanda (Lopes, 1994b).
No caso das chaminés, tem-se que este é em tudo semelhante às paredes emergentes anteriormente
abordadas, sendo assim as anomalias mais frequentes o descolamento, deslizamento e a fissuração
de remates. Os fenómenos causadores destas anomalias foram já abordados nesse mesmo ponto
referente às paredes emergentes.
Nos tubos de ventilação as anomalias mais comuns são os descolamentos ou fissurações dos
remates executados nesses elementos e são normalmente, segundo Lopes (1994b) “(…) motivados,
42
ou por acentuados deslocamentos na direção vertical das respetivas tubagens, ou por deficientes
soluções de proteção dos bordos superiores dos remates.”
Uma forma de evitar esses referidos deslocamentos e as deficientes soluções de proteção dos
bordos superiores dos remates, é a de adotar uma disposição construtiva do tipo da já referida em
2.5. na Figura 33.
Quanto às guardas das platibandas Lopes (1994b) refere que as anomalias surgem sobretudo
quando se recorre a elementos metálicos, em que os montantes são aplicados “(…) posteriormente à
execução do sistema de impermeabilização, ou são rematados com soluções de impermeabilização
de execução deficiente.”
O grande problema da execução do remate posterior à execução do sistema de impermeabilização é,
segundo o autor, ser “(…) corrente não se fazer a zona de impermeabilização afetada, ou quando tal
é feito, sê-lo apressadamente sem os cuidados necessários (…)”.
43
3. Controlo Técnico de Impermeabilizações em Coberturas Planas
Neste capítulo será tratada a temática do controlo técnico, primeiro fazendo uma abordagem de
forma geral, e contextualizando a sua atual aplicação em Portugal e na Europa. No segundo
subcapítulo apresenta-se um enquadramento e linhas de orientação para as atividades de controlo
técnico aplicada às impermeabilizações de coberturas planas, tendo em conta o que foi estudado e
apresentado no segundo capítulo do presente trabalho.
3.1. Enquadramento da atividade de controlo técnico
Neste subcapítulo pretende-se enquadrar de forma geral o tema do controlo técnico.
Num primeiro ponto será introduzido o conceito do controlo técnico, a sua aplicação e objetivos,
seguindo-se num segundo a análise do controlo técnico em contraste com a atividade de fiscalização
e um terceiro ponto onde se aborda a atividade entre os organismos de controlo técnico e as
seguradoras, partes interessadas e complementares no processo de melhoria da qualidade da
construção em geral e das impermeabilizações em coberturas planas em particular.
Por fim num quarto e quinto ponto procede-se à apreciação da situação atual das atividades de
controlo técnico em Portugal e noutros países europeus, seguido de uma breve explicação dos
resultados esperados de uma análise de controlo técnico.
3.1.1. Conceito
O controlo técnico é uma ferramenta de apreciação do risco técnico associada aos empreendimentos
de construção civil, aplicada de forma sistemática por uma terceira parte, independente das
envolvidas na promoção, conceção, execução e manutenção de empreendimentos de construção
(Almeida, 2011).
Doumeyrou (1986) indica que as vantagens da atividade de controlo técnico são “a qualidade do
construído, a garantia de cumprimento do estabelecido nas bases normativas e regulamentares, o
apoio técnico ao projetista e ao empreiteiro, entre outros”.
Brites e Grandão (1990) definem controlo técnico como “as ações que permitem apreciar ou medir as
características de um serviço ou de um produto por comparação com as exigências estabelecidas”.
Jafar (2013) destaca esta mesma comunicação de Brites e Grandão (1990), nomeadamente a
caracterização da função do controlo técnico explanada pelos autores:

Exige a prévia definição do nível de qualidade pretendido. Os parâmetros a ter em conta no
seu estabelecimento são o custo indicado, o prazo desejado e a qualidade compatível;

Apoia o dono da obra na definição das medidas a tomar para atingir o nível de qualidade
prefixado quer em projeto quer em obra;
45

Estabelece uma aproximação sistemática aos problemas da qualidade, em ordem a prevenir
ou diminuir erros, omissões e defeitos, reduzindo os custos da “não qualidade” dos projetos e
da fiscalização em obra, diminuindo os atrasos por erros ou omissões de projeto e não
condescendendo com alterações aos objetivos (técnicos e de prazos iniciais);

Garante a exequibilidade e segurança dos trabalhos;

Garante que a qualidade pretendida em termos das diferentes especialidades envolvidas é
acompanhada durante a execução dos trabalhos;

Identifica o tipo de empreendimento junto das seguradoras e/ou resseguradoras, garantindo a
exequibilidade do seguro, com um determinado nível, em função do risco;

O controlo técnico atua na perspetiva da defesa do consumidor, dono da obra ou cliente final
(comprador ou arrendatário), por garantir um determinado nível de qualidade;”
O controlo técnico pode ter diferenças ao nível do seu conceito dependendo do país. Decker (2013) e
Deman (2013), evidenciam isso mesmo nos seus trabalhos relativamente à situação do controlo
técnico na Bélgica, Alemanha e Reino Unido (Decker, 2013), e na Bélgica, Holanda, Suécia e França
(Deman, 2013).
Decker (2013) e (Deman, 2013) referem que na Bélgica as atividades de controlo técnico visam
garantir que existe um ambiente de qualidade em todas as fases do empreendimento de construção,
bem como permitir a segurança dos trabalhadores envolvidas na construção do empreendimento.
Além disso as atividades de controlo técnico devem garantir que os edifícios são amigos do ambiente
e confortáveis para os seus utilizadores.
Decker (2013) indica que na Alemanha, o propósito do controlo técnico é o de assegurar que todos os
projetos cumprem com as leis e normas existentes, o que por si só garante um acréscimo de
qualidade. Segundo o mesmo autor, no País de Gales e na Inglaterra, o controlo técnico é visto como
uma atividade que permite reduzir os riscos e aumentar a qualidade do edificado, enquanto que na
Escócia e Irlanda do Norte, o controlo técnico é tido como uma forma de assegurar que todos os
projetos e trabalhos são realizados de acordo com os requisitos, de forma a aumentar a qualidade na
construção.
Deman (2013) refere que na Holanda o controlo técnico tem como principal função intervir de forma a
prevenir os riscos técnicos, havendo também um grande enfase no desempenho energético dos
edifícios. Já na Suécia, a atividade é vista como forma de verificar o cumprimento dos requisitos
técnicos e de evitar riscos nos empreendimentos. Na França, por sua vez, o autor refere que o
principal propósito é a compilação dos riscos técnicos associados, de forma a obter por parte das
seguradoras os seguros decenais.
O controlo técnico implica a necessidade de se criar um programa da qualidade da construção e
estabelecer procedimentos de controlo e verificação que permitem, em caso de comprovação de boa
execução dos trabalhos, a obtenção dos seguros decenais de danos (Jafar, 2013).
46
3.1.2. Controlo Técnico e Fiscalização
Comparativamente à atividade de fiscalização da fase de execução de obras (tal como é habitual em
Portugal), o controlo técnico diferencia-se pela independência já referida para com as restantes
partes envolvidas (incluindo independência em relação ao dono de obra), mas também por não
procurar fazer uma verificação exaustiva de todos os aspetos da realização de dado elemento,
procurando antes assegurar que “existe no local um correto ambiente técnico de qualidade”
(Doumeyrou, 1986a).
Essa verificação não exaustiva na fase de execução pode consistir em visitas à obra em pontoschave definidos pelo responsável pelo controlo técnico, sendo que as conclusões do controlo técnico,
para essa fase, são obtidas com a conjugação dos dados obtidos nas várias visitas realizadas, por
amostragem. No entanto, segundo Almeida (2011), “(…) o controlador técnico pode fazer uso das
informações geradas no âmbito das atividades de fiscalização (…)” .
Almeida (2011) refere que, enquanto o controlo técnico consiste numa avaliação de conformidade de
terceira parte (independente), a fiscalização é uma “avaliação da conformidade de segunda parte, na
medida em que é executada por pessoas ou organismos independentes de quem constrói as
soluções de engenharia, mas que estão vinculadas a quem detém interesses na utilização dessas
soluções (por exemplo, o dono de obra).” Além disso, o controlo técnico abrange para além da fase
de execução, a fase de projeto e eventualmente de utilização ou manutenção, já a fiscalização incide
somente na fase de execução (Jafar, 2013).
Comparando ainda o objetivo da atividade de controlo técnico com o da atividade de fiscalização,
tem-se que a primeira foca-se no aspeto da qualidade, enquanto que a atividade de fiscalização está
orientada sobretudo para os aspetos relacionados com prazos e custos.
3.1.3. Controlo Técnico e Seguros
A este respeito, Jafar (2013) refere que: “Na grande maioria dos casos, a atividade de controlo
técnico surge da necessidade de uma seguradora e das outras entidades envolvidas terem garantias
nos domínios de engenharia em como uma construção tem qualidade para poder ser assegurada,
requerendo-se para isso a presença de um organismo que controle a qualidade tanto da conceção
como da execução da obra.”
Pode existir alguma articulação entre as entidades responsáveis pelo controlo e as companhias de
seguros. No entanto, apesar dessa articulação, estas duas atividades funcionam de forma
independente uma da outra (Doumeyrou, 1986b):

Às entidades de controlo técnico cabe-lhes a temática da qualidade, e com os seus
elementos técnicos permitem às companhias de seguros a definição do risco inerente.

Às companhias de seguros, por sua vez, cabe-lhes assumir o risco, comprometendo-se com
eventuais consequências financeiras de uma não-conformidade.
47
Relativamente à modalidade de seguro, é diferenciado o seguro relativo aos elementos estruturais, o
qual tem um prazo de 10 anos e pode ter caracter obrigatório (seguro decenal), do dos elementos
não estruturais, onde se incluem as impermeabilizações de coberturas planas abordadas neste
trabalho, onde o seguro é trienal e habitualmente voluntário (Tomaz, 2013).
3.1.4. Controlo técnico em Portugal e na Europa
O controlo técnico em Portugal, apesar de ser conhecido, discutido e reconhecidas as suas
potencialidades, não é ainda uma ferramenta de uso corrente nos empreendimentos nacionais, e
quando é feito, os intervenientes são empresas internacionais que se instalaram no nosso país, e que
detêm experiência no ramo acumulada noutros países (Jafar, 2013).
Ao contrário do que acontece em alguns países, não existe ainda em Portugal uma regulamentação
que regule a atividade. Sobre este assunto, Jafar (2013) refere que em Portugal: “(…) apesar de este
assunto estar a ser amplamente discutido há cerca de 30 anos no seio da comunidade técnicocientífica, continua sem existir um enquadramento legal específico ou uma definição clara para as
atividades de controlo técnico.”
Em alguns países da Europa a realidade do Controlo Técnico é bem diferente da que se vive em
Portugal. Em Países como a Espanha, França ou Itália, o seguro para os elementos construídos é
mesmo obrigatório, sendo na França, Reino Unido e Alemanha o Controlo Técnico definido por lei
6
(Jafar, 2013) .
3.1.5. Resultados do controlo técnico
O resultado das atividades de controlo técnico é a atribuição de um nível de risco ao empreendimento
de construção controlado. Seguindo a metodologia abordada por Almeida (2011), essa classificação
pode ser considerada em três níveis: “Não agravado”, “Agravado” e “Muito agravado”.
Ao nível “Não agravado” correspondem os sistemas construtivos onde as fases de projeto e execução
não contêm soluções de engenharia que agravem o risco inerente (risco técnico inicial que não é
possível eliminar na totalidade). Por sua vez, aos níveis “Agravado” e “Muito agravado”,
correspondem ocorrências que, nas fases de projeto e/ou execução, de alguma forma incrementaram
o risco técnico inicial.
3.2. Controlo técnico aplicado a impermeabilizações de coberturas planas
Neste segundo subcapítulo relativo ao controlo técnico, pretende-se apresentar num primeiro ponto
um resumo dos aspetos da qualidade relativos às impermeabilizações de coberturas planas que
foram sendo abordados no segundo capítulo.
6
Jafar (2013) realizou uma análise comparativa das realidades relativas ao Controlo Técnico e ao regime de
garantias existentes em 52 países.
48
De seguida procede-se à apresentação de um modelo de relatórios já utilizado (modelo espanhol),
para a fase de projeto e execução, seguindo-se nos dois subcapítulos posteriores uma proposta para
a sua melhoria, tornando-os específicos para as impermeabilizações de coberturas planas. Por fim é
feito um resumo das propostas de modelos de relatórios relacionando-os com os aspetos da
qualidade tratados no primeiro ponto deste subcapítulo.
3.2.1. Qualidade na impermeabilização de coberturas planas
Nesta parte, pretende-se apresentar de forma resumida os pontos determinantes que foram sendo
abordados ao longo deste texto em matéria de qualidade, para que o desempenho final da
impermeabilização seja adequado. Esses pontos são listados no Anexo I.
Analisam-se aqui, resumidamente, os referidos pontos em três fases em avaliação: projeto, execução
e manutenção. Aos pontos afetos a cada uma dessas fases é atribuído um código de forma a facilitar
a análise entre esses pontos e as partes dos modelos de relatórios propostos em 3.2.6.
a) Fase de projeto
Como se foi constatando ao longo do trabalho, a fase de projeto é determinante para o sucesso final
do sistema de impermeabilização, sendo este facto comprovado por estudos já mencionados neste
trabalho onde se verificou que 38% das anomalias estavam diretamente relacionadas com esta fase
(Silva e Gonçalves, 2001).
A grande importância da fase de conceção deve-se sobretudo à necessidade de uma análise de
todos os pontos singulares que ocorrem na cobertura e uma pormenorização correta desses mesmos
pontos. Esta ideia está novamente presente no estudo de Silva e Gonçalves (2001)(Silva, et al.,
2001), já que 72% das anomalias ocorreram nestes pontos singulares, enaltecendo a sua importância
para o correto desempenho do sistema impermeabilizante.
A especificação de materiais e disposições construtivas é também importante nesta fase, quer na
zona corrente, quer nos pontos singulares.
Na Tabela 1, encontram-se resumidamente os pontos importantes referentes a esta fase.
Tabela 1- Pontos importantes a verificar na fase de projeto
Cód.
Pontos a verificar no projeto
Justificação
Referências
FP.1
Verificar se a tipologia traduz o uso
futuro previsto
De forma a proceder a uma correta
especificação das camadas constituintes e
respetivas caraterísticas
(Lopes, 1994a)
FP.2
Verificar
que
a
solução
de
impermeabilização está de acordo
com a tipologia determinada,
seguindo as normas em vigor e
documentos auxiliares (como os DA
ou fichas técnicas)
Diferentes tipologias de coberturas implicarão
diferentes soluções das camadas constituintes
(com relevo para a pendente, suporte do
revestimento de impermeabilização, sistema
de fixação, etc.)
(Lopes, 1994a;
Lopes 1994b)
49
Cód.
Pontos a verificar no projeto
Justificação
Referências
FP.3
Aferir que pontos singulares estarão
presentes na cobertura de acordo
com a arquitetura e eventuais
equipamentos presentes
A determinação dos pontos singulares
presentes é fundamental para a sua correta
conceção
(Lopes, 1994b;
Silva
e
Gonçalves,
2001)
FP.4
Verificar que todos os pontos
singulares estão pormenorizados,
com soluções que visem a
durabilidade do sistema
Por forma a garantir um correto funcionamento
da impermeabilização do sistema nesses
pontos, bem como garantir a sua durabilidade
(Lopes, 1994b)
FP.5
Verificar que todos os materiais, as
suas caraterísticas e disposições a
adotar estão especificados
A especificação destes elementos reduz a
possibilidade de erro por parte do executante
(Lopes, 1994b;
Silva
e
Gonçalves,
2001)
FP.6
Verificar que foram concebidas
soluções que permitem aumentar a
durabilidade geral do sistema
Algumas soluções como a criação de
caminhos
específicos
para
efetuar a
manutenção, ou a criação na periferia de
coberturas protegidas por material solto de
uma proteção contínua rígida, permitem
melhorar a durabilidade do sistema, tal como
foi abordado no texto
(Lopes, 1994b)
FP.7
Verificar a criação do "Livro do
Edifício" indicando a periodicidade
das manutenções, bem como o
modo de as executar
Cada solução de cobertura em terraço terá a
sua metodologia de manutenção, e é
necessário a criação de registos a transmitir ao
utilizador final, por forma a evitar anomalias
relativas à fase de manutenção
(Silva
Gonçalves,
2001)
b) Fase de execução
A fase de execução é também de grande importância para o sucesso do sistema construtivo em
análise, até porque é aqui que o erro humano é mais passível de ocorrer. Segundo o estudo
anteriormente referido de Silva e Gonçalves (2001), cerca de 44% das anomalias estão diretamente
relacionadas com esta fase, ilustrando assim a tal maior exposição ao erro humano.
A Tabela 2 resume os pontos mais relevantes a ter em conta nesta fase.
Tabela 2 - Pontos importantes a verificar na fase de execução
Cód.
Pontos a verificar na execução
Justificação
Referências
FE.1
Verificar que as condições ambiente são
as indicadas ao tipo de soluções
utilizadas
Existem
materiais
sensíveis
às
condições climáticas adversas, e a sua
aplicação perante essas condições
poderá afetar o seu desempenho ou
durabilidade (Exemplo: Lãs minerais e
chuva)
(Lopes,
1994b)
FE.2
Verificar que se cumprem as disposições
construtivas e materiais especificados
em projeto
As disposições presentes em projeto são
as que à partida garantem o melhor
desempenho e durabilidade para cada
caso, e deverão por isso ser seguidas
sem desvios, por forma a evitar as
anomalias relacionadas com a aplicação
(Lopes,
1994b; Silva
e Gonçalves,
2001)
FE.3
Verificar que a aplicação, transporte e
manuseamento dos materiais é feita de
acordo com as indicações das suas
fichas técnicas
Como foi abordado no texto, a incorreta
aplicação ou manuseamento
dos
materiais poderá levar a anomalias
(Lopes,
1994b)
50
e
Cód.
Pontos a verificar na execução
Justificação
Referências
FE.4
Verificar que é feito o controlo dos
produtos
a
aplicar
através
de
averiguação de marcação CE, guias de
transporte, etc
É importante haver registos de que o
produto que chega ao aplicador final, é
de facto o especificado em projeto, sem
desvios quanto à sua qualidade e
características
(Silva
e
Gonçalves,
2001)
FE.5
Verificar que a camada que serve de
suporte se encontra em condições
adequadas ao nível de rugosidade,
planeza e limpeza
Verificando estes aspetos, previne-se a
ocorrência de um conjunto de anomalias
abordadas ao longo do texto
(Paulo, 2012;
Lopes,
1994b)
FE.6
Verificar que as juntas estruturais ou de
dilatação são respeitadas, tal como é
especificado em projeto
Nestes pontos deverão ser realizados
pormenores construtivos de forma a
permitir movimentos relativos entre os
dois corpos, e que esses movimentos
não ponham em causa o funcionamento
do sistema de cobertura, conseguindo-se
isso
através
de
soluções
de
dessolidarização
(Lopes
1994b)
FE.7
7
Verificar que as betonagens são
processadas de forma a minimizar o
efeito de retração através da betonagem
de painéis em "xadrez"
Desta forma evita-se a presença de
fissurações das camadas alvo de
betonagens
onde assentarão
por
exemplo a barreira pára-vapor
(Paulo, 2012)
FE.8
7
Verificar a qualidade do betão
promover uma cura adequada
e
Desta forma pretende-se também evitar
a ocorrência de fissurações nestas
camadas que servirão de suporte a
outras importantes no sistema de
impermeabilização
(Paulo, 2012)
FE.9
Verificar que as fixações de membranas
são realizadas tal como é estipulado em
projeto e de forma cuidada dado ser um
elemento chave
A fixação das membranas na zona
corrente, e sobretudo nas juntas de
sobreposição é determinante para o
sucesso
do
sistema
de
impermeabilização, pois uma falha nesse
aspeto colocaria em risco todo o sistema
(Lopes,
1994a; Silva
e Gonçalves,
2001)
FE.10
Verificar a realização do ensaio de
estanquidade
A realização deste tipo de ensaios serve
como garantia de sucesso após
execução da impermeabilização em
zona corrente, ou em caso de resultado
negativo,
ajuda
a
apurar
responsabilidades
(Paulo, 2012)
FE.11
Verificar que é vedado o acesso à
cobertura depois de efetuado o ensaio de
estanquidade
De forma a evitar anomalias decorrentes
do acesso à mesma.
c) Fase de manutenção
Esta fase tem uma importância menos significativa quando comparada com as outras duas já
analisadas. No estudo de Silva e Gonçalves (2001), apenas 8% das anomalias verificadas estavam
diretamente relacionadas com esta fase, o que espelha bem a sua menor relevância.
Segundo Silva e Gonçalves (2001), as anomalias verificadas nesta fase devem-se sobretudo à falta
de manutenção dos sistemas de evacuação de águas pluviais, e a perfurações acidentais no
revestimento de impermeabilização.
Desta forma, a Tabela 3 pretende resumir os pontos relevantes a ter em conta.
7
Aplicável no caso de a laje de cobertura ser de betão armado
51
Tabela 3 - Pontos importantes a verificar na fase de manutenção
Cód.
Pontos a verificar na manutenção
Justificação
Referências
FM.1
Verificar se as atividades de manutenção
são realizadas de acordo com o
estipulado no "Livro do Edifício"
Procedendo a uma manutenção com
periodicidade e forma de execução
correta tornará menos passível a
ocorrência de anomalias relacionadas
com a manutenção
(Lopes,
1994b; Silva
e Gonçalves,
2001)
FM.2
Verificar se as atividades de manutenção
realizam-se
através
de
caminhos
executados na cobertura para o efeito
Com o recurso a estes caminhos evita-se
a ocorrência de anomalias tal como
referido no texto
(Lopes,
1994b)
Como se pode facilmente constatar, estes pontos estão relacionados com a atuação do cliente final,
podendo contudo envolver atividades de controlo técnico caso, por exemplo, exista uma garantia que
se prolonga por vários anos durante a utilização da construção.
3.2.2. Modelo base para o controlo técnico de impermeabilizações na fase de projeto
Neste subcapítulo será abordado um modelo-tipo espanhol correntemente usado pelos organismos
de controlo técnico (OCT) aquando da aplicação do controlo técnico à conceção de coberturas
naquele país.
Este modelo base pode ser aplicado a caves, coberturas e fachadas, e é composto por dois modelos
de relatórios: um referente à fase de projeto (relatório D02) e outro referente à fase de execução
(relatório D3). Os restantes modelos de relatórios, segundo o trabalho realizado por Almeida (2011),
encontram-se no Anexo IV.
Pode haver ainda uma análise posterior à conclusão do elemento, fazendo recurso ao modelo de
relatório D3.bis. Dado esta análise ser opcional e só usada em casos muito específicos, como por
exemplo, casos onde se pretende estender a garantia, esta ficha não será abordada neste trabalho.
Ao longo dos modelos de relatórios que se apresentam tanto neste subcapítulo como no próximo, é
referido o termo de “Reserva técnica”. Uma reserva técnica consiste na exposição por escrito de uma
situação anómala grave, e que deve ser corrigida sob pena de agravar em demasia o risco técnico
inerente à solução construtiva.
O modelo de relatório relativo ao controlo técnico em impermeabilizações de coberturas na fase de
projeto é normalmente designado por modelo de relatório de “Revisão do Projeto de Estanquidade”,
podendo ser aplicada a qualquer tipo de coberturas, fachadas ou caves.
Este modelo de relatório é dividido por cinco pontos mais um de introdução, que se podem denominar
por “Introdução ao relatório”, “Participantes no projeto”, “Bases de partida”, “Documentação
analisada”, “Enumeração dos relatórios emitidos” e “Conclusões”.
Um relatório tipo deste modelo pode ser encontrada no Anexo V, sendo de referir que a mesma
resulta de uma adaptação do modelo espanhol, utilizado por uma entidade de controlo técnico com
52
atuação a nível nacional, o qual foi disponibilizado por uma companhia de seguros nacional que
comercializa apólices de seguro decenal.
a) Introdução ao modelo de relatório
Nesta primeira parte do modelo de relatório em causa, interessa sobretudo deixar registos sobre o
foco do controlo técnico (a revisão do projeto de estanquidade pode ser aplicado a coberturas,
fachadas ou caves), identificar os responsáveis pelo controlo técnico bem como os seus contactos, a
data a que o controlo técnico se processou, o promotor/proprietário, a morada completa do
empreendimento e ainda, como forma de controlo interno por parte da seguradora, eventuais
números de processos internos.
Desta forma, um modelo genérico desta parte do relatório poderá apresentar as características da
Figura 35.
.
Relatório D02
Revisão do projeto de estanquidade
Unidade de obra:
Caves
Coberturas
Fachadas
Processo:
Técnicos responsáveis pelo controlo técnico
Nome completo
Contacto
Email
Data de execução do controlo técnico:
Proprietário/ Promotor:
Morada completa:
Figura 35 - Introdução ao modelo de relatório D02
b) Participantes no projeto
Neste segundo ponto do modelo de relatório, importa identificar as entidades intervenientes na
elaboração do projeto (que poderão estar separadas pela parte de arquitetura e pela parte estrutural)
e eventualmente, no caso de se aplicar também a caves, o responsável pelo estudo geotécnico.
Para além da identificação dos participantes, a sua morada completa e o contacto devem estar
presentes, para assim facilitar uma eventual necessidade de esclarecimento adicional futuro (Figura
36).
53
c) Bases de partida
Este é o ponto de maior relevo para a análise do fator de agravamento do risco do presente modelo
de relatório, já que inclui a análise dos elementos disponíveis do projeto, das normas aplicáveis, das
soluções adotadas, materiais a aplicar e suas características, das soluções aplicadas em juntas e por
fim a identificação de pormenores construtivos disponíveis no projeto (Figura 37).
1 - Participantes na construção
Tipo
Nome da entidade
Contacto
Morada completa
Figura 36 - Participantes no projeto do D02
2 - Bases de partida
2.1 - Elementos disponíveis do projeto:
Memória descritiva/ Caderno de encargos
Sim
Não
Definição clara das unidades construtivas
Sim
Não
Desenhos definitivos para execução
Sim
Não
Pormenores construtivos
Sim
Não
Outros
Sim
Não
2.2 - Normativa:
Normativa exigível e aplicável
Sim
Não
Normativa recomendável
Sim
Não
Sim
Não
2.3 - Soluções adotadas:
Alteração ao risco técnico inicialmente previsto
(Se Sim, indicar alterações)
2.4 - Materiais:
2.5 - Juntas (tipo de juntas e materiais utilizados):
2.6 - Pormenores construtivos disponíveis no projeto:
Figura 37 - Bases de partida do D02
d) Documentação analisada
Esta parte do modelo de relatório consiste apenas na listagem descriminada da documentação da
obra a verificar incluindo a data identificativa e eventuais códigos ou referências, remetendo-se para
54
anexo esses mesmos documentos. Por documentação, neste ponto entende-se elementos do projeto,
sejam eles peças escritas ou desenhadas (plantas, cortes, alçados ou pormenores construtivos).
O aspeto geral deste ponto no modelo de relatório está ilustrado na Figura 38.
3 - Documentação analisada:
Figura 38 - Documentação analisada do D02
e) Enumeração dos relatórios emitidos
Este ponto tem como objetivo apresentar os eventuais pedidos justificativos em relação a
componentes do projeto, as suas datas de emissão e resposta a esses mesmos pedidos e a
adequabilidade da resposta/justificação apresentada pela entidade responsável do componente do
projeto em análise.
Um exemplo da forma a que esta parte do modelo de relatório corresponde encontra-se na Figura 39.
4 - Enumeração dos relatórios emitidos
Tipo
Data de emissão
Data de resposta Resposta satisfatória
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
Figura 39 - Enumeração dos relatórios emitidos
f) Conclusões
Nesta última parte do modelo de relatório relativa à fase de projeto, pretende-se apresentar o
resultado do controlo técnico (no fundo indicar se existem fatores de agravamento do risco
significativos a ter em conta), a conclusão técnica do risco (nível de agravamento do risco técnico) e a
enumeração de eventuais reservas técnicas emitidas, com o tipo de reserva técnica, o documento a
que corresponde e o número da ata de emissão.
Por fim, é requisitado uma referência à existência de anexos, os seus títulos e números de páginas. A
Figura 40 representa uma possível apresentação deste ponto.
3.2.3. Modelo base para o controlo técnico de impermeabilizações na fase de execução
Relativamente à fase de execução de impermeabilizações em caves, coberturas ou fachadas, o
modelo base para as atividades de controlo técnico inclui um modelo de relatório tipo designado por
“D3: Relatório Final de Estanquidade”.
55
Em comparação com o modelo de relatório relativo à fase de projeto, este apresenta um documento
geral aplicável aos três tipos de elementos a considerar (fachadas, coberturas ou caves), e um anexo
específico de cada um desses elementos.
Na parte comum às diferentes utilizações do modelo de relatório, considerou-se novamente 5 pontos,
mais um de introdução à ficha, que se denominaram neste trabalho por “Introdução ao relatório”,
“Dados administrativos”, “Aspetos modificados relativamente ao D0 e/ou ao D02”, “Relação de
anexos presentes no relatório”, “Conclusão geral final” e “Reservas técnicas emitidas no decurso do
controlo técnico realizado”.
De referir que, este modelo de relatório é o final para a fase de execução, podendo existir relatórios
parcelares realizados ao longo da execução da impermeabilização da cobertura, daí que tem como
função fazer um resumo final da fase de execução.
5- Conclusões
5.1 - Resultado do controlo
5.2 - Conclusão técnica do risco
5.3 - Enumeração das reservas técnicas emitidas
Tipo
Referência do documento
Documentação em anexo:
Sim
Nº ata de emissão
Não
Se sim, indicar título dos documentos e número de páginas:
Figura 40 - Conclusões do D02
Este modelo de relatório encontra-se no Anexo VI, e tal como o relatório anterior é uma adaptação ao
modelo espanhol, utilizado por uma entidade de controlo técnico com atuação a nível nacional, o qual
foi disponibilizado por uma companhia de seguros nacional que comercializa apólices de seguro
decenal.
a) Introdução ao modelo de relatório
Este primeiro ponto, semelhante ao do modelo de relatório relativo à fase de projeto tem como
objetivo deixar registos sobre o foco do controlo técnico (se está a ser aplicado a coberturas,
fachadas ou caves), sobre os responsáveis pelo controlo técnico (nomes, correio eletrónico, telefone),
sobre a data a que se realizou, o promotor/proprietário, a morada completa do empreendimento e
ainda eventualmente números de processo para controlo interno por parte da seguradora.
56
Os elementos relativos a este ponto encontram-se na Figura 41.
b) Dados administrativos
No ponto denominado por “Dados administrativos”, pretende-se estabelecer a data de receção
prevista ou real do elemento em análise, bem como determinar eventuais datas de realização e de
envio à seguradora do relatório D3bis. Estes elementos estão presentes na Figura 42.
c) Aspetos modificados relativamente ao D0 e/ou ao D02
Este pequeno ponto, visa sobretudo expor possíveis desvios a relatórios previamente elaborados (D0
que define o risco técnico inicial e D02 que por sua vez define o risco técnico tendo em conta
possíveis fatores de agravamento do elemento em estudo na fase de projeto). Eventuais alterações
deverão depois estar presentes em anexo.
Esta parte do modelo de relatório encontra-se na Figura 43.
Relatório D3
Relatório final de estanquidade
Unidade de obra:
Caves
Coberturas
Fachadas
Processo:
Técnicos responsáveis pelo controlo técnico
Nome completo
Contacto
Data de execução do controlo técnico:
Proprietário/ Promotor:
Morada completa:
Figura 41 - Introdução ao modelo de relatório D3
1 - Dados administrativos
1.1 - Receção
1.2 - Relatório D3bis
Prevista
Real
Data:
Data prevista de:
Realização:
Envio à Seguradora:
Figura 42 - Dados administrativos do D3
57
Email
2 - Aspetos modificados relativamente ao D0 e/ ou D02?
Sim
(Se sim, concretizar em anexo as alterações produzidas)
Não
Figura 43 - Aspetos modificados relativamente ao D0 e/ou ao D02 do D3
d) Relação de anexos presentes no relatório
Neste ponto pretende-se criar um registo de consulta fácil relativo aos anexos constantes no relatório.
Este registo tem em conta os diferentes possíveis focos de aplicações (coberturas, fachadas ou
caves), um campo para uma descrição breve do tema dos anexos e por fim a referência aos números
dos anexos em questão.
A Figura 44 exemplifica o que aqui foi mencionado.
3 - Relação de anexos presentes neste relatório
Sistema de
Descrição
Anexo nº
Figura 44 - Relação de anexos do D3
e) Conclusão geral final
Este ponto de conclusão geral final, tem como objetivo tirar as conclusões relativas ao sistema
implementado, na sua vertente de projeto e execução, e ainda faz referências a possíveis processos
de manutenção a que o sistema em causa poderá ser alvo.
No fundo, esta parte é dividida em cinco componentes; na primeira efetua-se o registo à adequação
da execução face ao projeto (mesmo tendo em conta possíveis modificações), de seguida é feito uma
exposição detalhada e dada uma opinião técnica pormenorizada, que no fundo consiste em explicar o
modo que foi realizado o controlo técnico (como seja a realização do controlo técnico por amostra), e
em fazer a avaliação final do risco técnico do elemento.
A terceira componente, tem como objetivo expor as deficiências verificadas, que apesar de não terem
sido reparadas não comprometem a estanquidade do elemento.
Os dois últimos pontos abordam a questão da manutenção; num primeiro ponto pretende-se aferir se
o sistema de impermeabilização está sujeito a um sistema de manutenção durante o período do
seguro, e no segundo ponto verifica-se a constatação detalhada desse processo de manutenção para
os utilizadores finais (com recurso ao livro do edifício por exemplo).
Na Figura 45 encontra-se exposta esta parte do modelo de relatório.
f) Reservas técnicas emitidas no decurso do controlo técnico realizado
Este ponto final visa o tratamento de eventuais reservas técnicas emitidas ao longo do controlo
técnico efetuado. Esse tratamento consiste na exposição resumida do conteúdo da reserva, o número
da ata de emissão e da ata de cancelamento, no caso de esta existir.
58
Por fim, pode-se considerar ainda neste ponto, a questão de controlo dos anexos, já que a mesma
tem um caracter mais secundário, onde se deverá informar para além da presença ou não de anexos,
o número de páginas dos mesmos.
A Figura 46 ilustra esta parte do modelo de relatório.

Relativamente ao anexo específico para as coberturas planas, seguindo também o modelo dos
relatórios abordados, este pode ser dividido em cinco blocos, que aqui serão tratados como:
“Descrição da unidade de obra”, “Informações da cobertura”, “Materiais”, “Execução” e “Ensaios de
estanquidade”.
4 - Conclusão geral final (Projeto + Execução)
4.1 - Adequação da execução ao estabelecido em projeto? Sim
(incluindo modificações)
4.2 - Exposição detalhada e opinião técnica pormenorizada:
Não
4.3 - Deficiências constatadas e avaliadas que à data de emissão do presente
relatório não foram reparadas mas que não comprometem a estanquidade da obra:
4.4 - A impermeabilização está condicionada a um processo
de manutenção durante o período de cobertura do seguro?
Sim
Não
4.5 - A necessidade de um processo de manutenção encontra-se
refletida e convenientemente definida(livro do edifício, etc.)?
Sim
Não
Figura 45 - Conclusão geral final do D3
5 - Reservas técnicas emitidas no decurso do controlo técnico realizado
Existiu reservas técnicas?
Conceito
Sim
Nº ata de emissão
Não
Nº ata cancelamento
(1) Juntar a este relatório o anexo correspondente a cada unidade de obra avaliada
Documentação em Anexo?
Sim
Não
Se sim, indicar número e titulo do Anexo, e número de páginas:
Figura 46 - Reservas técnicas emitidas no D3
Este anexo específico de coberturas planas encontra-se também no Anexo VI, sendo igualmente
adaptado do modelo de relatório anteriormente referido.
59
g) Descrição da unidade de obra
Nesta primeira parte do anexo pretende-se descrever a solução construtiva de cobertura em causa,
começando pela tipologia presente, descrição dos elementos constituintes da cobertura (materiais,
marcas ou fabricantes, espessuras, disposição, pendente), descrição das zonas singulares
verificadas, indicação da eventual presença de soluções inovadoras ou não normalizadas e ainda a
identificação dos elementos responsáveis pela estanquidade do sistema.
Desta forma, têm-se na Figura 47 esta primeira parte do anexo.
Anexo nº 1 - Coberturas (Planas, inclinadas)
Tipologia da cobertura:
1 - Descrição da unidade de obra:
1.1 - Do interior para o exterior, descrição das unidades de obra executadas
(materiais, fabricantes ou marcas, espessuras, disposição, pendente, superfície
da tipologia em causa):
1.2 - Descrição das zonas de remate ou ligação com outros elementos (fachadas,
outras tipologias, juntas e outros pontos singulares):
1.3 - Indicar o caracter eventualmente inovador ou não normalizado de alguma das
soluções adotadas. Citar o respetivo relatório D2 elaborado anteriormente e emissão
e cancelamento da reserva técnica correspondente.
1.4 - Identificação dos elementos da cobertura que conferem a estanquidade:
Figura 47 - Descrição da unidade de obra do D3
h) Informações da cobertura
Neste tópico agrupou-se três pequenos tópicos relativo aos intervenientes da execução da cobertura
(executante, fornecedor e fabricante), ao custo total do sistema de cobertura e às condições máximas
previstas no projeto.
Este grupo encontra-se ilustrado na Figura 48.
i) Materiais
Este ponto relativo aos materiais empregues, visa sobretudo controlar os mesmos e analisar
eventuais desvios bem como a adequação dos mesmos. Desta forma, numa primeira parte procedese à exposição dos materiais indicando-se as formas de controlo empregues (ensaios, certificados de
60
qualidade, etc). De seguida, procede-se à comparação dos materiais empregues face aos
preconizados em projeto e a análise à aceitabilidade dos eventuais desvios verificados.
Os quarto e quinto pontos aferem a aceitabilidade do controlo realizado aos materiais, bem como de
eventuais desvios.
A Figura 49 apresenta esta parte do anexo.
2 - Intervenientes
Executante:
Fornecedor:
Fabricante:
3 - Custo total da unidade de obra:
4 - Condições máximas previstas no projeto:
Carga da neve:
Pressão do vento:
Figura 48 - Informações da cobertura do D3
5 - Materiais
Descrever materiais controlados, indicando-se sumariamente o alcance do referido
controlo (testes, ensaios, certificados de qualidade relativos aos elementos que
conferem a estanquidade e respetiva proteção):
5.1 - Os materiais aplicados correspondem com os indicados
em projeto?
(se não, indicar desvios)
Sim
Não
5.2 - São aceitáveis os desvios detetados?
(se não, emitir reserva técnica)
Sim
Não
5.3 - Resultado do controlo de materiais é satisfatório?
(se não, indicar desvios)
Sim
Não
5.4 - São aceitáveis os desvios detetados?
(se não, emitir reserva técnica)
Sim
Não
Figura 49 - Materiais do D3
j) Execução
Relativamente à execução, o anexo incide sobre modificações face ao projeto que poderão ter
ocorrido, nos documentos provenientes da fiscalização, controlo de desenho e cálculo por parte do
controlo técnico, eventuais deficiências que poderão ter ocorrido e a sua eventual correção e por fim,
a indicação do conteúdo das inspeções realizadas no âmbito do controlo técnico. A Figura 50
apresenta os conteúdos presentes nesta parte do anexo.
61
k) Ensaios de estanquidade
Este ponto final do anexo tratado, pretende somente controlar a realização dos ensaios de
estanquidade, dado tratar-se de um elemento importante para a garantia de qualidade da cobertura e
eventualmente para se definir responsabilidades em casos de anomalias.
6 - Execução
6.1 - Existiram modificações face às coberturas projetadas?
(se sim, apresentar a descrição das mesmas)
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
- Foram detetadas deficiências de execução, disposições
incorretas, operações desadequadas, omissões
prejudiciais, etc.?
Sim
Não
- Existem documentos justificativos e aprovação por
parte da fiscalização?
(se não emitir uma reserva técnica)
- Foi controlado pelo G.C.T. o seu desenho e cálculo
(paredes de sustentação de coberturas e eventuais
modificações)?
- O resultado foi satisfatório?
(se não, emitir uma reserva técnica)
6.2 - Foram sanadas as referidas deficiências em obra?
Sim
(se sim, descrever as medidas adotadas. Se não, emitir uma reserva técnica)
Não
6.3 - Inspeções efetuadas durante o desenvolvimento do controlo das unidades em
causa. Indicar o conteúdo das referidas inspeções.
Figura 50 - Execução do D3
Desta forma, neste ponto averigua-se a realização do ensaio, a sua data e o seu resultado, podendo
esta parte ser consultada na Figura 51.
3.2.4. Proposta de modelo para o controlo técnico de coberturas planas na fase de projeto
Fazendo a comparação entre os pontos verificados em 3.2.1, tidos como sendo de grande
importância para o sucesso do sistema de impermeabilização da cobertura, e os relatórios do modelo
espanhol analisados em 3.2.2 e 3.2.3, verifica-se que existem alguns aspetos omissos, ou pelo
menos não explicitamente detalhados, e que são importantes ter em consideração numa análise do
agravamento do risco do sistema, sobretudo a nível da fase de projeto, mas também na fase de
execução.
62
Desta forma procedeu-se à elaboração de documentos que auxiliem as atividades internas do
controlo técnico, considerando-se, nomeadamente na fase de projeto, que não seria útil explicitar as
evidências/registos em relação à análise das zonas singulares, bem como das diversas interações
entre componentes do sistema de cobertura em zona corrente. Importa referir que a adaptação
proposta é aplicável somente às coberturas planas, perdendo-se assim a polivalência do modelo de
relatório base, de modo a facilitar a sua aplicação aos casos de estudo.
7 - Ensaios de estanquidade?
Data:
Sim
Não
7.1 - Resultado satisfatório?
Sim
Não
Figura 51 - Ensaio de estanquidade do D3
Os pontos singulares acima referidos passam a ter um anexo dedicado a cada tipo, dada a sua
importância como atrás foi verificado através de estudos como o de Silva e Gonçalves (2001). A
proposta desta ficha mais específica e os seus anexos podem ser consultadas no Anexo VII,
seguindo-se abaixo a análise às adições efetuadas ao modelo de relatório polivalente base.
a) Bases de partida
A primeira proposta da ficha específica adaptada encontra-se já no segundo ponto do modelo de
relatório; em “2.2 – Normativa”, dado ser importante deixar registos explícitos sobre que documentos
de facto foram avaliados; desde as fichas técnicas, às soluções recomendadas por fabricantes ou até
mesmo os Documentos de Aplicação, nacionais ou internacionais.
O tipo de uso é também um elemento fundamental para efetuar a análise às soluções adotadas para
o sistema construtivo de cobertura, já que diferentes tipos de uso correspondem a diferentes soluções
de proteção do revestimento de impermeabilização, revestimento de impermeabilização e meio de
fixação deste ao seu suporte, tal como foi sendo abordado no capítulo 2 deste trabalho. Assim, este
registo tornará a análise ao agravamento do risco dos pontos que se seguem mais fundamentada.
O tipo de proteção de revestimento é também relevante, já que diferentes soluções de proteção,
levarão a diferentes cuidados que deverão ser avaliados (como a criação de juntas nos casos de
revestimentos pesados contínuos face a uma parede emergente).
Como se poderá também constatar na Figura 52, o ponto 2.3 do modelo base que fazia referência à
alteração do risco inicialmente previsto foi retirado, sendo introduzido mais à frente na proposta da
ficha adaptada em questão.
Segue-se a alteração feita ao ponto relativa a materiais (Figura 53); para uma análise mais prática
das características de cada um dos componentes do sistema de cobertura plana, bem como das
63
relações entre componentes, é importante definir inequivocamente que materiais compõem essas
camadas constituintes do sistema.
Desta forma, torna-se a análise da adequabilidade da solução concebida face ao seu uso previsto
muito mais fácil de realizar.
2.2 - Normativa:
Normativa exigível e aplicável
Tipo:
Normativa recomendável
Tipo:
Sim
Não
Sim
Não
2.3 - Tipo de uso:
2.4 - Tipo de proteção do revestimento de impermeabilização:
Figura 52 - Primeira proposta para as bases de partida do D02.cp
2.5 - Materiais
Estrutura Resistente:
Camada de forma:
Barreira Pára-vapor:
Isolamento térmico:
Sistema de impermeabilização:
Camada de proteção:
Outras:
Figura 53 - Segunda proposta para as bases de partida do D02.cp
No ponto relativamente às “Juntas” do modelo base, seria importante incluir também a lista de pontos
singulares a considerar na cobertura projetada, já que estes são de enorme importância no
desempenho das impermeabilizações de coberturas planas, como foi visto em 2.6 com o relevo dado
por estudos como o já abordado por Silva e Gonçalves (2001).
Desta forma, a proposta passa por mudar o nome de “Juntas” para “Pontos Singulares”, e incluir aqui
para além da listagem dos mesmos, as referências aos seus pormenores construtivos no projeto
(onde aí estão já descriminados os materiais a utilizar, disposições construtivas, etc. - que são
elementos determinantes como foi visto anteriormente), e referência ao anexo específico de cada
ponto singular. A análise relativamente à adequação dos pormenores é também aqui feita.
No ponto do modelo genérico base mencionado no subcapítulo anterior referente a "Pormenores
construtivos disponíveis no projeto” passaria para “Desenhos referentes à zona corrente”, visto os
pontos singulares estarem já descriminados no ponto anterior da ficha.
64
Por fim, procede-se à avaliação da alteração do risco técnico das soluções. Este ponto já constava no
modelo de relatórios analisado, mas passa aqui para uma posição final, já que neste ponto terão sido
já avaliados os componentes relativos ao projeto (Figura 54).
b) Livro do Edifício
No modelo de relatório específico relativo à fase de projeto, incluiu-se ainda um ponto relativamente à
elaboração do Livro do Edifício, já que a sua presença motivará à partida melhores resultados ao
nível da manutenção do edifício, como se pode ver na Figura 55. A presença deste ponto nesta ficha
de projeto, remete para o utilizador do edifício a responsabilidade relativa à fase de manutenção.
2.6 - Pontos Singulares
Tipo
Existe Pormenor Construtivo
adequado?
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
Referência
Anexo
(Se Não emitir Reserva Técnica)
2.7 - Desenhos referentes à zona corrente
Tipo
Referência
2.8 - Soluções adotadas:
Alteração ao risco técnico inicialmente previsto
(Se Sim, indicar alterações)
Sim
Não
Figura 54 - Terceira proposta para as bases de partida do D02.cp
3 - Foi criado o "Livro do Edifício, especificando as ações de
manutenção e a sua periodicidade para a cobertura?
(Se Não emitir Reserva Técnica)
Sim
Não
Figura 55 - Proposta relativa ao livro do edifício para o D02.cp
Com a referência ao Livro do edifício terminam as propostas ao modelo de relatório comum para
qualquer tipo de cobertura plana, seguindo-se os anexos ao modelo de relatório específico que visam
abordar os diversos pontos singulares bem como a zona corrente, e que foram adicionados
relativamente ao modelo base.
c) Anexo relativo à zona corrente
Na primeira parte do anexo relativo à zona corrente (Figura 56), é abordado o sistema de fixação
concebido, tendo em conta a solução de revestimento de impermeabilização.
65
Num primeiro ponto é identificado o tipo de sistema de fixação concebido, sendo feita de seguida a
sua análise face ao que é recomendado em ficha técnica.
No segundo ponto, é abordada a questão das incompatibilidades entre o revestimento de
impermeabilização e as camadas que com ele contactam, requerendo-se apenas registos se a
compatibilidade térmica ou química está segurada, isto é, poderão ocorrer casos que para a resposta
ser afirmativa se recorre a uma barreira de proteção térmica ou a uma barreira de proteção química
conforme visto em 2.2.
Por fim, analisa-se as dimensões das juntas de sobreposição que são elementos chave do sistema
de impermeabilização em zona corrente; alguns documentos como fichas técnicas dos produtos ou
documentos de aplicação fornecem valores que devem ser respeitados para este campo.
Anexo nº ___ - Zona Corrente
1 - Sistema de Fixação
1.1 - Tipo de sistema de fixação utilizado:
Sistema de fixação recomendado em ficha técnica?
(Se Não, emitir reserva técnica)
Sim
Não
1.2 - Compatibilidade do revestimento de impermeabilização
Compatibilidade química assegurada?
Sim
Não
Compatibilidade térmica assegurada?
1.3 - Dimensões das juntas de sobreposição adequadas?
(Se Não, emitir reserva técnica)
Sim
Não
Sim
Não
Figura 56 - Primeira parte do anexo proposto ao D02.cp para a zona corrente
Numa segunda parte deste anexo é avaliado o sistema de pendentes concebido para a cobertura
plana, sendo o objetivo avaliar se a pendente preconizada cumpre com as normas aplicáveis e/ou
com as recomendações (de fichas técnicas ou de documentos de aplicação), e também avaliar se o
esquema de pendentes originará solicitações exageradas para a estrutura resistente (Figura 57).
2 - Esquema de pendentes
2.1 - Valor da pendente cumpre as normas/recomendações
do revestimento de impermeabilização projetado?
(Se não, emitir reserva técnica)
2.2 - Esquema de pendentes origina dimensões da camada
de forma superiores a 0,25-0,30 m?
Sim
Não
Sim
Não
Figura 57 - Segunda parte do anexo proposto ao D02.cp para a zona corrente
66
Segue-se uma terceira parte (Figura 58), onde se procede à análise da adequabilidade do sistema
concebido face ao tipo de uso que a cobertura será alvo no terceiro ponto, e no quarto ponto é
avaliada a existência em coberturas de acesso limitado de caminhos de circulação para ações de
limpeza, relevantes para evitar anomalias relacionadas com essa ação, tal como foi visto em 2.6.
Por fim, é verificada para os casos de proteção com material solto a existência de zonas na periferia
da cobertura, onde o efeito do vento tende a remover essa proteção, de zonas de proteção pesada
contínua.
3 - O sistema de cobertura concebido é adequado ao tipo de uso
que será alvo a cobertura?
Sim
(Se Não, emitir reserva técnica)
Não
4 - Cobertura de acesso limitado
4.1 - Está especificado em projeto a criação de caminhos na
zona corrente, tendo em vista as ações de manutenção?
Sim
Não
5 - Sistemas com proteção de material solto
5.1 - Está especificado em projeto uma zona na periferia da
cobertura com proteção contínua?
Sim
Não
Figura 58 - Terceira parte do anexo proposto ao D02.cp para a zona corrente
d) Anexo relativo a paredes emergentes
As paredes emergentes são o ponto singular mais corrente em coberturas planas, e sua correta
execução é de importância extrema para evitar casos de fissurações e descolamentos tal como foi
abordado em 2.6.
Numa primeira parte deste anexo (Figura 59), pretende-se verificar se o remate projetado cumpre
com as várias recomendações presentes em documentos de aplicação, bibliografia em geral e até
recomendações de fabricantes.
No primeiro ponto aborda-se a existência da pormenorização relativamente à forma de aderência do
remate à parede emergente em pormenor construtivo (PC), seguido da averiguação da altura mínima
recomendável para o remate.
No terceiro ponto é verificado se para os casos onde o remate é superior a 0,40 m se preconizou uma
solução de fixação mecânica no bordo superior conforme foi abordado em 2.5 e 2.6, e por fim da
existência de proteção vertical do remate (especialmente importante para a tipologia de cobertura
acessível).
Numa segunda e terceira parte do anexo (Figura 60), é abordado o caso específico de encontro com
soleiras de porta, que por norma não conseguem garantir a altura mínima de remate, e o tratamento
destes remates (encontro com paredes emergentes), face a coberturas com proteção pesada
67
contínua, abordando-se assim dois casos de disposições construtivas de relevo conforme foi visto em
2.5 e 2.6.
Na quarta parte do anexo (Figura 61), aborda-se as platibandas em específico, nomeadamente se o
capeamento da mesma se encontra descriminado em pormenor construtivo, se a sua pendente
permite o retorno das águas que aí contactem até à cobertura e, para o caso específico de
platibandas pré-fabricadas, se existem pormenores construtivos que refiram a introdução de um
remate de dessolidarização.
Anexo nº ___ - Paredes emergentes
1- Remate do revestimento de impermeabilização em paredes emergentes
1.1 - Adesão do remate ao elemento especificado em PC?
Sim
Não
1.2 - Altura do remate cumpre as normas/recomendações?
Sim
Não
1.3 - Nos casos com remates de altura superior a 0,40 m é
especificado um sistema de fixação mecânica no topo do
mesmo?
Sim
Não
1.4 - O remate encontra-se protegido verticalmente?
Sim
Não
Figura 59 - Primeira parte do anexo proposto ao D02.cp para as paredes emergentes
2 - Remate do revestimento de impermeabilização com soleiras de porta
2.1 - A solução concebida estabelece o prolongamento do
remate sobre a soleira?
Sim
Não
3 - Tratamento destes pontos singulares face a soluções de proteção pesada rígida
3.1 - A solução concebida estabelece a criação de juntas na
proteção do revestimento de impermeabilização, a cerca de
0,30 m das zonas de remate?
Sim
Não
Figura 60 - Segunda parte do anexo proposto ao D02.cp para as paredes emergentes
4 - Platibandas
4.1 - O capeamento da platibanda é especificado em PC?
Sim
Não
4.2 - A pendente do capeamento permite o retorno das águas
para a cobertura?
Sim
Não
4.3 - No caso de platibandas pré-fabricadas está previsto em
PC soluções de dessolidarização dos remates do revestimento de impermeabilização?
Sim
Não
Figura 61 - Terceira parte do anexo proposto ao D02.cp para as paredes emergentes
Por fim, é analisada a solução em si, verificando se essa é de prática corrente e recomendada (já que
uma solução não corrente, mesmo que cumprindo com as disposições recomendadas, poderá
acarretar maiores riscos na fase de execução), como se pode constatar na Figura 62.
68
5 - A solução de remate é de conceção corrente e/ou recomendada quer por normas quer por outros documentos?
Sim
(Se Não, emitir reserva técnica)
Especificar eventuais fontes consultadas:
Não
Figura 62 - Quarta parte do anexo proposto ao D02.cp para as paredes emergentes
e) Anexo relativo a juntas de dilatação
A proposta de anexo relativo a juntas de dilatação aborda o remate concebido para esse ponto
singular, averiguando numa primeira fase se o mesmo se encontra dessolidarizado com o
revestimento de impermeabilização em zona corrente e se na zona da junta se encontra apoiado num
material flexível colocado nesta.
Num segundo ponto verifica-se se a forma de aderência do remate bem como os materiais aplicados
são recomendados quer por fichas técnicas, quer por documentos de aplicação ou outros
documentos, seguindo-se num terceiro ponto da verificação de emprego da solução de remate sobreelevado para as tipologias acessíveis. Estes primeiros pontos relativos ao anexo em questão
encontram-se ilustrados na Figura 63.
Anexo nº___ - Juntas de dilatação
1 - Remate em zona de junta de dilatação
1.1 - O remate concebido encontra-se dessolidarizado com o
revestimento de impermeabilização e apoiado num material
flexível colocado na junta?
Sim
Não
1.2 - A forma e materiais de aderência do remate respeita as
recomendações das fichas técnicas ou outros documentos?
Sim
Não
1.3 - No caso de tipologia de cobertura acessível, esse remate da junta encontra-se sobre-elevado?
Sim
Não
Figura 63 - Primeira parte do anexo proposto ao D02.cp para as juntas de dilatação
Por último segue-se a análise ao remate concebido de forma a perceber se este é de prática corrente
ou recomendada, tal como foi visto no anexo anterior (Figura 64).
f) Anexo relativo a pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais
Este anexo divide-se na análise a tubos de queda, caleiras e por fim na verificação da solução como
sendo de execução corrente, como de resto foi apresentado nos outros pontos singulares.
Relativamente aos tubos de queda (Figura 65), procura-se verificar que no projeto foi concebido o
rebaixamento da camada de forma conforme abordado em 2.5, bem como verificar se o revestimento
de impermeabilização de zona corrente se encontra dessolidarizado com o tudo de queda através de
um remate.
69
2 - A solução de remate é de conceção corrente e/ou recomendada quer por normas quer por outros documentos?
Sim
(Se Não, emitir reserva técnica)
Especificar eventuais fontes consultadas:
Não
Figura 64 - Segunda parte do anexo proposto ao D02.cp para as juntas de dilatação
Anexo nº __ - Pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais
1 - Tubos de queda
1.1 - A camada de forma encontra-se rebaixada na zona da
embocadura do tubo de queda no PC?
1.2 - O revestimento de impermeabilização encontra-se
dessolidarizado com um remate à entrada do tubo de
queda?
Sim
Não
Sim
Não
Figura 65 - Primeira parte do anexo proposto ao D02.cp para os pontos de drenagem e evacuação de
águas pluviais
Quanto às caleiras (Figura 66), procura-se verificar se foi especificado a ordem de aplicação do
revestimento de impermeabilização – aspeto de enorme relevância conforme foi visto em 2.5 – na
zona das caleiras, a dimensão das juntas de sobreposição se estão dentro dos valores
recomendados e se a forma de aderência do revestimento de impermeabilização é a recomendada
(novamente quer por fichas técnicas, documentos de aplicação ou outras normas/documentos).
Por fim segue-se novamente a análise às soluções de remate, se essas são de prática corrente e
recomendadas como se ilustra na Figura 67.
2 - Caleiras
2.1 - A ordem de aplicação do revestimento de impermeabilização encontra-se em pormenor construtivo?
Sim
2.2 - A dimensão das juntas de sobreposição do revestimento
de impermeabilização na zona da caleira encontram-se definidas de acordo com os valores recomendados?
Sim
(Se Não, emitir reserva técnica)
2.3 - A forma de fixação do revestimento de impermeabilização nas zonas de caleira encontra-se definida de acordo com
fichas técnicas ou outros documentos?
Sim
(Se Não, emitir reserva técnica)
Não
Não
Não
Figura 66 - Segunda parte do anexo proposto ao D02.cp para os pontos de drenagem e evacuação de
águas pluviais
g) Anexo relativo a outros elementos emergentes
Os outros elementos emergentes neste trabalho abordados são sobretudo elementos de secção
circular como tubagens ou alguns tipos de chaminés, procurando-se neste anexo verificar se o
70
remate nesses elementos se encontra dessolidarizado com o revestimento de impermeabilização de
zona corrente e se o bordo superior se encontra fixo através de cintagem e protegido por mástique,
disposições construtivas abordadas já em 2.5, como é apresentado na Figura 68.
Por fim segue-se novamente a análise às soluções de remate, se essas são de prática corrente e
recomendadas conforme se apresenta na Figura 69.
3 - As soluções de remate são de conceção corrente e/ou recomendada quer por normas quer por outros documentos?
(Se Não, emitir reserva técnica)
Especificar eventuais fontes consultadas:
Sim
Não
Figura 67 - Terceira parte do anexo proposto ao D02.cp para os pontos de drenagem e evacuação de
águas pluviais
Anexo nº___ - Outros elementos emergentes
1 - Tubagens circulares emergentes
1.1 - O revestimento de impermeabilização encontra-se
dessolidarizado por um remate no ponto singular?
Sim
1.2 - A parte superior do remate encontra-se fixa ao elemento
emergente por meio de cintagem e protegido por mástique
em toda a sua secção?
Sim
(Se Não, emitir reserva técnica)
Não
Não
Figura 68 - Primeira parte do anexo proposto ao D02.cp para outros elementos emergentes
2 - A solução de remate é de conceção corrente e/ou recomendada quer por normas quer por outros documentos?
Sim
(Se Não, emitir reserva técnica)
Especificar eventuais fontes consultadas:
Não
Figura 69 – Segunda parte do anexo proposto ao D02.cp para outros elementos emergentes
3.2.5. Proposta de adaptação para o controlo técnico de coberturas planas na fase de
execução
Comparativamente à fase de projeto, o relatório do modelo base para a fase de execução é muito
mais detalhado, sendo que a abordagem do presente trabalho, face à fase de execução, é de que o
mais importante é verificar se de facto as especificações do projeto foram cumpridas, e tendo isso em
conta, o relatório do modelo espanhol com o anexo específico para as coberturas planas, é já um
modelo de relatório específico o suficiente.
Dado que, a atividade de controlo técnico nas fases de projeto e execução pode ser realizada por
entidades ou pessoas diferentes dentro da mesma entidade, uma análise exaustiva de verificações,
71
de certa forma semelhante à desenvolvida para a fase de projeto, poderia ser interessante, sendo
esse um potencial trabalho a desenvolver em estudos futuros.
3.2.6. Resumo da proposta de controlo técnico detalhada para coberturas planas
Depois de apresentada a proposta de melhoria ao modelo de relatórios espanhol, é interessante rever
em que medida os pontos abordados em 3.2.1, tidos como importantes para o sucesso da
impermeabilização, estão de facto presentes.
Assim, nas tabelas que se seguem faz-se corresponder a cada ponto abordado nestas propostas de
modelos de relatórios específicos os códigos a que correspondem os pontos abordados em 3.2.1.
a) Fase de projeto
O modelo de relatório proposto para a fase de projeto engloba uma parte geral e cinco anexos, sendo
quatro anexos correspondentes as pormenores específicos de cada ponto singular e outro relativo à
zona corrente. Alguns dos pontos do modelo de relatório permitem somente a criação de registos
e/ou organizar a análise de controlo técnico, não tendo por isso uma relação direta com a verificação
daqueles pontos.
Na Tabela 4 apresenta-se a relação entre os pontos que constam desse modelo de relatório proposto
e os pontos abordados em 3.2.1.
Tabela 4 – Análise dos pontos importantes a verificar abordados face ao modelo proposto de relatórios
na fase de projeto
Ponto do modelo de relatório
2 - Bases de partida
3 - Livro do Edifício
Anexo: Zona corrente
Pontos abordados
FP.1, FP.2, FP.3, FP.5
FP.8
FP.2, FP.5, FP.7
Anexo: Paredes emergente
Anexo: Juntas de dilatação
Anexo: Pontos de drenagem e
evacuação de águas pluviais
Anexo: Outros elementos
emergentes
FP.4, FP.5, FP.7
FP.4, FP.5, FP.7
FP.4, FP.5, FP.7
FP.4, FP.5, FP.7
b) Fase de execução
Fazendo-se agora uma comparação análoga à efetuada para a fase de projeto, obtêm-se relações
apresentadas na Tabela 5.
Tabela 5 - Análise dos pontos importantes a verificar abordados face ao modelo de relatório na fase de
execução
Ponto do modelo de relatório
Anexo: 1 - Tipologia da cobertura
Pontos abordados
FE.2, FE.3
72
Ponto do modelo de relatório
Anexo: 5 - Materiais
Anexo: 6 - Execução
Anexo: 7 - Ensaio de estanquidade
Pontos abordados
FE.2, FE.3, FE.4, FE.9
FE.1, FE.2, FE.5, FE.7, FE.8, FE.9,
FE.11
FE.10
c) Fase de manutenção
Os pontos analisados em 3.2.1 para a fase de manutenção são sobretudo da responsabilidade do
utilizador final, não sendo incluídas no âmbito deste trabalho. De referir que da fase de projeto deve
seguir o Livro do Edifício de forma a haver a passagem de responsabilidade para o utilizador final,
através das especificações feitas relativamente às atividades de manutenção do sistema.
73
4. Casos de estudo
No seguimento da elaboração da proposta de modelos de relatórios específicos para o controlo
técnico de coberturas planas na fase de projeto e execução, foi feito também acompanhamento à
execução de impermeabilizações de coberturas planas, procedendo-se assim à aplicação desses
mesmos modelos de relatórios.
Foram acompanhados dois casos. No primeiro caso, o de uma moradia unifamiliar, o controlo técnico
abrange as fases de projeto e execução. No segundo caso, o de reabilitação de uma cobertura plana,
não houve acesso ao projeto. Em ambos os casos, o controlo técnico realizado na fase de execução
inclui uma única visita à obra, o que se justifica face à dimensão reduzida da intervenção.
4.1. Moradia unifamiliar
O primeiro caso de estudo trata-se da execução de um sistema impermeabilizante numa moradia
2
unifamiliar com uma cobertura plana de aproximadamente 207 m . Trata-se duma aplicação em
construção nova, em tipologia de cobertura de acesso limitado, e será avaliado separadamente a fase
de projeto e a fase de execução.
O controlo técnico da fase de execução consistiu na realização de uma visita à obra, onde se
acompanhou a aplicação das membranas de PVC em zona corrente, bem como numa zona de
platibanda. Para o controlo na fase de projeto, foi avaliado o projeto inicial. A entidade executante não
executou a solução conforme o projeto e registaram-se as alterações adotadas pelos aplicadores do
sistema impermeabilizante.
4.1.1. Fase de projeto
A revisão de projeto deste primeiro caso de estudo, revelou diversas situações passíveis de
agravamento do risco. Como se poderá ver no Anexo VIII.a, onde se reproduz parte do projeto inicial,
a pendente concebida era nula, e as referências ao sistema impermeabilizante a adotar ficavam-se
pela marca do fabricante, não havendo indicações quer de caleiras, quer de tubos de queda. A única
referência a um ponto singular é a existência de uma platibanda que separa o edifício principal de um
anexo, sendo que não existe a definição de qualquer disposição construtiva especial a adotar.
No Anexo VIII.b encontra-se o preenchimento do modelo de relatório específico para coberturas
planas (fase de projeto). O nível do risco técnico associado a este projeto inicial teria de ser “Muito
Agravado”, já que não estavam asseguradas em projeto as mínimas condições para a criação de um
sistema construtivo com qualidade.
75
De referir que, numa situação ideal, o controlo técnico deveria ter sido realizado antes da fase de
execução, de modo a que o projetista tivesse oportunidade de corrigir as deficiências detetadas, e
assim reduzir o nível de agravamento do risco.
4.1.2. Fase de execução
Perante a inexistência de um projeto adequado (falta de indicações relativamente à pendente,
sistema de impermeabilização a aplicar, pormenores construtivos de zonas singular, etc.), o
empreiteiro responsável decidiu adotar um o sistema de cobertura quase totalmente distinto do
projetado.
Entre as soluções adotadas pelo empreiteiro, estiveram a implementação de camada de isolamento
térmico (lã mineral), num sistema de teto falso. Sobre a estrutura resistente, onde o projeto previa
somente o isolamento térmico e revestimento de impermeabilização (onde se especificava somente o
fabricante, ao invés do tipo de solução), a entidade executante optou por criar uma camada de forma
que originou uma pendente de 2,5% e aplicar um revestimento de impermeabilização de PVC
plastificado, fixado com fixações mecânicas pontuais. Por outro lado, foi também criada uma caleira
num dos lados, introduzindo-se também um tubo de queda.
Relativamente à aplicação do revestimento de impermeabilização, quer em zona corrente, quer nos
pontos singulares, foi executado por uma empresa subcontratada que usou pormenores-tipo, nas
zonas onde estes eram requeridos.
A fixação do revestimento de impermeabilização ao seu suporte foi feita através de fixações
mecânicas pontuais, concretizadas em perfis de aço revestidos de PVC aplicados na camada de
forma com intervalos de cerca de 1,90m, de forma a dar-se nessas zonas as soldaduras entre
membranas (que se devem sobrepor em cerca de 10cm, sendo só cerca de 4cm a zona efetivamente
soldada).
As zonas singulares existentes neste novo projeto consistem na platibanda periférica, duas chaminés,
uma caleira e dois tubos de queda.
O projeto alterado (como construído), encontra-se no Anexo VIII.c, estando por sua vez no Anexo
VIII.d e no Anexo VIII.e a aplicação da proposta do modelo de relatórios específicos para as fases de
projeto e execução a este caso de estudo. Por fim, apresenta-se no Anexo VIII.f um levantamento
fotográfico ao executado.
Neste caso, mesmo considerando o projeto alterado, conclui-se que o nível de risco técnico estaria
num estado “Agravado”, já que nos pontos singulares de encontro a elementos emergentes (zonas da
platibanda e da chaminés), o remate executado não está dessolidarizado e nas zonas de caleira, a
aderência ao suporte não é feita de forma totalmente satisfatória, já que esta é apenas assegurada
pela fixação a um perfil de aço revestido a PVC colocado próximo ao bordo superior da caleira, não
sendo a aderência feita ao longo da secção da mesma; isto poderá levar a que com a ação do vento
76
se criem nessas zonas, pequenas elevações na membrana da zona da caleira que poderão provocar
a permanência de pequenas quantidades de água nessas zonas.
4.2. Reabilitação de uma cobertura plana
O segundo caso de estudo, consistiu na aplicação de um revestimento de impermeabilização numa
cobertura que foi alvo de uma reabilitação motivada por problemas de infiltrações, não havendo
projeto inicial disponível para análise.
2
A cobertura plana intervencionada abrange uma área de aproximadamente 18 m (somente essa área
do edifício foi alvo de intervenção), e não continha nenhum tipo de isolamento térmico anterior visto a
cobertura estar limitada superiormente por “painéis sandwich” que foram removidos.
A pendente do sistema com os “painéis sandwich” era promovida por um desnível existente entre a
platibanda da periferia da cobertura e uma sobre-elevação existente a meio da cobertura, sendo que
no novo sistema a implementar não houve a preocupação de criar uma pendente através de uma
camada de forma, ficando o novo sistema de cobertura com pendente nula.
Após remoção dos “painéis sandwich”, procedeu-se à aplicação direta sobre a laje de cobertura de
placas de 3 cm de isolamento térmico do tipo EPS (Poliestireno expandido), e por cima deste, sem
aplicação de barreira química como era recomendado em ficha técnica, um revestimento de
impermeabilização de PVC plastificado.
A fixação do revestimento de impermeabilização ao seu suporte era feita através de fixações
mecânicas pontuais, concretizadas em perfis de aço revestidos a PVC que eram dispostos nas placas
do isolamento térmico com intervalos de cerca de 1,90m, de forma a dar-se nessas zonas as
soldaduras entre membranas (que se devem sobrepor em cerca de 10cm, sendo somente de 4 cm a
zona efetivamente soldada entre as membranas).
Os pontos singulares existentes neste caso consistiam na existência de uma parede emergente
(encontro com parte do edifício de altura superior), platibandas periféricas e um tubo de queda. De
referir que no caso do tubo de queda, este não se encontrava na superfície da laje de cobertura, mas
sim num ponto imediatamente acima desse nível, na platibanda.
Tal como no primeiro caso de estudo, a tipologia da cobertura era de acessibilidade limitada, estando
os pormenores relativos à sua execução no Anexo IX.a e o modelo de relatório específico para a fase
de execução preenchida no Anexo IX.b. No Anexo IX.c apresenta-se ainda um levantamento
fotográfico à execução das atividades.
Neste caso, o nível do risco técnico associado era de “Muito Agravado”, desde logo por não existir
projeto por analisar. Para além disso, não foi aplicada uma barreira química entre o isolamento
térmico e o revestimento de PVC (que são incompatíveis, promovendo-se desta forma a perda de
plastificante da membrana, com os males que daí advém, conforme visto em 2.6), os remates com a
platibanda periférica não se encontravam dessolidarizados, o tubo de queda não se encontrava à
cota da superfície da cobertura, estando a um nível ligeiramente superior (que implica a formação de
77
uma certa altura de água sempre que ocorram chuvas, sendo essa altura de água apenas removida
através de evaporação) e a pendente era nula, não verificando o valor mínimo de 2% recomendado
pelo LNEC em Documentos de Aplicação para sistemas semelhantes de membranas de PVC (sendo
que no antigo Documento de Homologação deste produto (DH750), também emitido pelo LNEC, era
também recomendada uma pendente de 2%).
78
5. Considerações finais
Neste capítulo será realizado num primeiro ponto um resumo sobre o trabalho realizado nesta
dissertação, os seus contributos para a área em estudo e as dificuldades encontradas seguindo-se
num segundo ponto a abordagem a possíveis futuros estudos a realizar na área em estudo.
5.1. Resumo e conclusões do trabalho
Com a realização deste trabalho efetuou-se uma análise a grande parte dos aspetos a ter em conta
aquando da realização de sistemas impermeabilizantes de coberturas planas, aspetos esses que a
serem verificados contribuem de forma decisiva para o sucesso e durabilidade do sistema de
impermeabilização. Esses aspetos foram desde a pormenorização das zonas singulares, zona
corrente, interações entre camadas, sistemas de fixação e ainda diversos outros tipos de disposições
construtivas.
A ideia seguida no trabalho foi de que, se o objetivo era dar garantias a uma entidade, seja uma
seguradora ou simplesmente um utilizador final, então teria de facto de se construir e projetar com
qualidade, deixando evidências claras de que as melhores práticas foram incorporadas em cada
situação e para cada sistema, bem como as diferentes normas aplicáveis.
A elaboração de uma proposta de adaptação de um modelo base já utilizado, que resultou na
produção de modelos de relatórios específicos para impermeabilizações de coberturas planas, teve
como objetivo criar um elemento de orientação e preenchimento simples (mas em que a entidade que
executa o controlo técnico tem que ter as competências adequadas para avaliar o risco das fases de
conceção e execução destes sistemas de impermeabilização), e que ao mesmo tempo deixa
evidências do controlo realizado.
Por fim é importante referir os desafios que foram encontrados ao longo deste trabalho,
nomeadamente na procura do equilíbrio no nível de intensidade da atividade do controlo técnico. Por
outro lado, o modelo de relatório proposto não poderia incluir todos os pontos relacionados com a
qualidade pois, isso originaria modelos com imensas páginas de “check-lists”, que conduziriam as
atividades de controlo para aspetos com risco reduzido ou mesmo quase nulo para o sucesso e
durabilidade do sistema. Assim optou-se por utilizar um nível de enfoque que abordasse as anomalias
mais correntes e em que as causas eram fácil e inequivocamente relacionadas a essas anomalias.
Outro desafio encontrado foi a pouca divulgação que a temática do controlo técnico tem no nosso
país, aparecendo somente nos últimos anos literatura específica a abordar o tema, sendo que noutros
países o assunto é já um tema corrente à dezenas de anos.
Por fim, depois de consultados alguns trabalhos que tratam patologias relativas ao sistema
construtivo, chega-se à conclusão que o controlo técnico deveria possibilitar a comercialização de
seguros ou garantias com um período de vigência superior a três anos; não só porque um sistema
79
razoavelmente bem concebido e implementado terá uma durabilidade muito superior, mas porque
também se trata de componentes relativamente caros, e que um seguro de apenas 3 anos transmite
a ideia de ser algo pouco relevante.
5.2. Desenvolvimentos futuros
Pelo conhecimento que se foi adquirindo com a realização deste trabalho, como desenvolvimentos
futuros sugerem-se dois grupos de ações: uma relativa aos sistemas de coberturas planas e outra
relativo ao tema do controlo técnico.
Relativamente às coberturas planas:

Desenvolver estudos de patologias a soluções não-tradicionais de revestimentos de
impermeabilização dando seguimento a trabalhos já realizados nesta área (Figueiredo, 2012;
Lopes, 1994b; Silva e Gonçalves, 2001)

Desenvolver estudos que correlacionem diferentes disposições construtivas, ambientes e
exposições, soluções de coberturas planas, etc., com os tipos de anomalias correntemente
verificadas

Desenvolver estudos que determinem a influência das várias situações anómalas abordadas
no trabalho na durabilidade dos sistemas de impermeabilização

Desenvolver estudos sobre a pormenorização de pontos singulares, abordando não só os
casos mais comuns mas também os menos verificados, e para os diferentes tipos de
revestimentos de impermeabilização
Relativamente ao controlo técnico:

Continuação da definição das atividades de controlo técnico a outras soluções de
revestimento de impermeabilização não abordados

Desenvolver outras propostas de modelos de relatórios específicos tendo em vista diferentes
níveis de exigência

Desenvolver outras propostas de modelos de relatórios específicos para a fase de execução,
conforme foi abordado no texto

Desenvolver estudos de atividades de controlo técnico aplicados a outros sistemas
construtivos
80
Referências bibliográficas
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Dias, T. 2008. Durabilidade de Materiais Utilizados nos Sistemas de Impermeabilizações de
Coberturas Planas. Porto : Tese de mestrado, FEUP, 2008.
Doumeyrou, J. 1986b. As relações entre as companhias de seguros e o grupo de controlo técnico. s.l. :
Encontro Nacional sobre Qualidade na Construção, LNEC, 1986b.
—. 1986a. O controlo técnico directo da qualidade na construção praticado pelo Bureau Veritas no
mundo. Lisboa : Encontro Nacional sobre Qualidade na Construção, LNEC, 1986a.
Figueiredo, J. 2012. Levantamento de Anomalias nos Sistemas Impermeabilizantes de Coberturas
Planas. Lisboa : Tese de mestrado, ISEL, 2012.
Gomes, R. 1968. Coberturas em Terraço. Lisboa : LNEC, 1968.
Jafar, K. 2013. Controlo Técnico da Construção - Enquadramento e Definição da Actividade. Lisboa :
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1994b.
—. 1994a. Revestimentos de Impermeabilização de Coberturas em Terraços. Lisboa : LNEC, 1994a.
81
Paulo, P. e Serôdio, P. 2012. Coberturas em Terraço, Apontamentos das aulas da cadeira de
Tecnologia da Construção de Edifícios. Lisboa : IST, 2012.
Raposo, T. 2009. Durabilidade da construção. Estimativa da vida útil de revestimentos de coberturas
planas. Porto : Tese de mestrado, FEUP, 2009.
Regulamento (UE) n.º 305/2011 – Regulamento dos Produtos da Construção. Estabelece condições
harmonizadas para a comercialização dos produtos de construção e revoga a Directiva 89/106/CEE
do Conselho.
Silva, J. e Gonçalves, P. 2001. Patologias Frequentes em Coberturas Planas em Portugal. Lisboa :
Congresso Nacional da Construção, IST, 2001. Congresso Nacional da Construção.
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Tomaz, L. 2013. Riscos de engenharia na perspectiva da seguradora: o caso do seguro decenal.
Lisboa : Encontro sobre Gestão do Risco na Construção, InCI, 2013.
Trujillo, L. 2002. Manual de diagnosis e intervención en cubiertas planas. Barcelona : Colegio de
Aparejadores y Arquitectos Técnicos, 2002.
82
Anexos
83
Anexo I – Pontos importantes para a qualidade do sistema de
impermeabilização
Na coluna “Referências” mencionam-se trabalhos que evidenciam a importância do ponto em questão
para a qualidade final do sistema de impermeabilização.
Camada de forma: projeto e execução
Camada de forma: projeto
Justificação
Referências
Verificar se a espessura da camada se encontra
entre os 3 a 30 cm
Menos de 3 cm é de muito difícil
execução, e mais de 30 cm origina
solicitações mecânicas excessivas
(Paulo, et al.,
2012)
Verificar que
estruturais
juntas
Caso contrário levará à ocorrência de
fissurações ou perda de aderência ao
seu suporte
(Paulo, et al.,
2012)
Verificar que os desenvolvimentos das
pendentes ao longo da cobertura estão
inequivocamente indicados
Evitar erros no sistema de drenagem da
cobertura
(Silva
Gonçalves,
2001)
Especificar o material a usar para a camada de
forma
Contabilizar a sua ação para as
solicitações mecânicas e eventualmente
para o comportamento térmico
(Lopes, 1994a)
Especificar declive que cumpra com as normas
em vigor, eventuais recomendações do
fabricante ou Documentos de Aplicação
Diferentes
sistemas
de
impermeabilização, necessitarão de
diferentes tempos de contacto com a
água.
(Lopes, 1994a)
Camada de forma: execução
Justificação
Referências
Verificar que assenta numa superfície limpa,
ligeiramente rugosa e previamente molhada
De forma a promover uma boa aderência
(Lopes, 1994a)
Verificar que a sua execução respeita possíveis
juntas estruturais
Caso contrário levará à ocorrência de
fissurações ou perda de aderência ao
seu suporte
(Paulo, et al.,
2012)
Verificar que são executadas juntas
fracionamento (15 mm a cada 15 m)
Evitar
fissurações
dilatações térmicas
(Paulo, et al.,
2012)
acompanha
possíveis
de
resultantes
de
Proceder a uma divisão da superfície a betonar
em painéis de 3x3m, e proceder a betonagem
forma alternada
De forma a evitar fissuração por retração
Verificar se o produto aplicado corresponde ao
especificado em projeto
De forma a evitar desvios ao sistema
construtivo concebido
Verificar que a betonagem
condições ambiente razoáveis
em
As condições ambiente adversas terão
efeitos
significativos
no
produto
construído
Verificar que a colocação e compactação do
betão se dão em condições satisfatórias
Por forma a evitar situações de de
chochos superficiais por exemplo
Verificar que as disposições do projeto são
cumpridas
De forma a evitar desvios ao sistema
construtivo concebido
decorre
1
e
(Lopes, 1994a)
Estrutura resistente: projeto e
execução
Estrutura resistente: projeto
Justificação
Referências
Verificar que a estrutura resistente acompanha
possíveis juntas estruturais
Caso contrário levará à ocorrência de
fissurações
(Paulo, et al.,
2012)
Verificar que a estrutura projetada cumpre de
facto os requisitos a nível de resistência às
solicitações de que é alvo
Certificar que de facto está verificada a
segurança da estrutura
Estrutura resistente: execução
Justificação
Verificar a qualidade do betão
De forma a não comprometer
verificações de segurança efetuadas
Verificar que se dá uma cura adequada
Para evitar fendilhação por retração
Verificar que a sua execução respeita possíveis
juntas estruturais
Caso contrário levará à ocorrência de
fissurações
Verificar que a betonagem
condições ambiente razoáveis
em
As condições ambiente adversas terão
efeitos
significativos
no
produto
construído
Verificar que a colocação e compactação do
betão se dão em condições satisfatórias
Por forma a evitar situações de de
chochos superficiais por exemplo
Verificar que
cumpridas
são
De forma a evitar desvios ao sistema
construtivo concebido
Verificar que a superfície acabada não se
encontra exageradamente rugosa
Por forma a não ser necessária uma
espessura exagerada de camada de
regularização (nos casos a que a ela se
recorre)
disposições
do
decorre
projeto
Referências
as
(Lopes, 1994a)
Camada de regularização: execução
Camada de regularização: execução
Justificação
Referências
Verificar se a espessura é adequada
Para que esta cumpra a sua função,
sem que se use uma quantidade
exagerada
(Lopes, 1994a)
Verificar se
adequadas
as
condições
ambientes
são
Condições ambiente adversas podem
originar deficiências ao nível das funções
para que esta é usada
Revestimento de impermeabilização: projeto e execução
Revestimento de impermeabilização:
projeto
Justificação
Referências
Verificar qual a tipologia mais
adequada para o caso a conceber
Diferentes solicitações provenientes do uso a
que está sujeita a cobertura, deverão
corresponder diferentes soluções de revestimento
de impermeabilização
(Lopes, 1994a)
Determinar a solução a adotar bem
como o sistema de fixação e proteção
A solução de revestimento de impermeabilização
e o seu sistema de fixação, têm uma importância
(Lopes, 1994a)
2
muito grande na qualidade e durabilidade do
sistema construtivo
Revestimento de impermeabilização:
projeto (continuação)
Justificação
Referências
Verificar
os
pontos
existentes e conceber
construtivos adequados
singulares
pormenores
A correta pormenorização dos pontos singulares
reduz em muito a possibilidade de ocorrência de
anomalias
(Lopes, 1994a;
Silva
e
Gonçalves,
2001)
Verificar a necessidade de instalação
de barreiras térmicas ou químicas
Alguns sistemas poderão ser química ou
termicamente incompatíveis com os materiais que
contactam
(Lopes, 1994a)
Revestimento de impermeabilização:
execução
Justificação
Referências
Verificar se as condições de transporte
e armazenamento são adequadas à
solução
Alguns materiais exigem certos cuidados a ter
com o seu manuseamento e transporte
(Lopes, 1994a)
Verificar se as condições ambientais
são favoráveis
Alguns tipos de materiais são sensíveis à água
por exemplo
(Lopes, 1994a)
Verificar que são garantidas
especificações do projeto
De forma a evitar a ocorrência de desvios ao
projeto
as
Proteção do revestimento de impermeabilização: projeto, execução e manutenção
Proteção
do
revestimento
impermeabilização: projeto
de
Justificação
Referências
Verificar que a solução de proteção do
revestimento
de
impermeabilização
é
compatível com o revestimento e com a
tipologia
Diferentes revestimentos e diferentes
tipologias necessitarão de diferentes
tipos de proteção às ações a que estão
sujeitos
(Lopes, 1994a)
Verificar que nos casos de proteção constituída
por material solto, que é especificada uma
espessura adequada
De forma a promover uma componente
gravítica adequada ao sistema
(Lopes, 1994a;
Lopes, 1994b)
Verificar que nos casos de proteção constituída
por material solto, são especificadas soluções
de proteção pesada contínua rígida na periferia
Dado ser aí que o efeito do vento
tenderá a fazer ocorrer mais o
arrastamento do material solto
(Lopes, 1994b)
Proteção
do
revestimento
impermeabilização: execução
Justificação
Referências
de
Verificar se a proteção aplicada corresponde à
concebida em projeto
De forma a evitar desvios ao que foi
concebido
Verificar que no ato da aplicação não ocorrem
solicitações exageradas
Cargas pontuais sobretudo nesta fase
sobre
o
revestimento
de
impermeabilização poderão originar a
sua rotura
(Lopes, 1994b)
Proteção
do
revestimento
impermeabilização: manutenção
Justificação
Referências
Dado nessas zonas a ação do vento se
fazer sentir com maior intensidade
(Lopes, 1994b)
de
Verificar que no caso de material solto, este não
se deslocou, especialmente na periferia
3
Barreira pára-vapor: projeto e execução
Barreira pára-vapor: projeto
Justificação
Referências
Verificar que é especificada a solução e a
localização a aplicar
Dada a sua importante ação, a sua
especificação não pode ser esquecida
(Lopes, 1994a)
Barreira pára-vapor: execução
Justificação
Referências
Verificar que a solução aplicada é a designada
em projeto
De forma a evitar desvios ao que foi
concebido
Verificar que as condições ambiente são
adequadas
Condições ambiente adversas podem
diminuir as características da camada
Verificar que as condições do suporte são
adequadas à receção da camada
Por forma a evitar a aplicação de
quantidades exageradas ou reduzidas de
produto e para se garantir que a camada
é corretamente aplicada
(Lopes, 1994a)
Camada de isolamento térmico: projeto e execução
Camada de isolamento térmico: projeto
Justificação
Referências
Verificar que é especificada uma solução de
isolamento
térmico
que
verifique
a
regulamentação aplicável
De forma a garantir-se as condições
térmicas exigidas pelas normas
Verificar que a solução especificada é adequada
à zona e tipologia onde é aplicada
É importante ter em conta se a
rigidez ou características da solução
se adequam à solução construtiva
(Lopes, 1994a)
Camada de isolamento térmico: execução
Justificação
Referências
Verificar que a solução aplicada é a designada
em projeto
De forma a evitar desvios ao que foi
concebido
Verificar a aplicação da barreira pára-vapor ou de
camada de difusão de vapor de água (exceto se
cobertura invertida)
Por forma a garantir a eficácia da
solução de isolamento térmico bem
como a sua durabilidade
(Lopes, 1994a)
Camada de difusão do vapor de água: projeto e execução
Camada de difusão de vapor de água: projeto
Justificação
Referências
Verificar que os pormenores construtivos relativos
aos dispositivos de difusão do vapor de água,
estão pormenorizados
De forma a permitir a sua correta
execução
(Lopes, 1994a)
Verificar que está especificada a solução e a
localização a aplicar
De forma a permitir o seu correto
desempenho
(Lopes, 1994a)
Camada de difusão de vapor de água:
execução
Justificação
Referências
Verificar que a solução aplicada é a designada
em projeto
De forma a evitar desvios ao que foi
concebido
Verificar que
adequadas
Condições
ambiente
adversas
podem diminuir as características da
camada
as
condições
ambiente
são
4
Verificar que as condições do suporte são
adequadas à receção da camada
Por forma a evitar a aplicação de
quantidades exageradas ou reduzidas
de produto e para se garantir que a
camada é corretamente aplicada
Executar pormenores construtivos relativos aos
dispositivos de difusão do vapor de água de
acordo com o projeto
De forma a evitar desvios ao que foi
concebido
(Lopes, 1994a;
Silva
e
Gonçalves,2001)
Camada de dessolidarização: projeto e execução
Camada de dessolidarização: projeto
Justificação
Verificar que é especificada uma solução de
acordo com as solicitações previstas
Diferentes
tipos
de
ação
necessitarão de diferentes tipos de
camadas de dessolidarização
Camada de dessolidarização: execução
Justificação
Verificar se a solução aplicada é a designada em
projeto
De forma a evitar desvios ao que foi
concebido
Referências
(Lopes, 1994a)
Referências
Barreira de proteção térmica: projeto e execução
Barreira de proteção térmica: projeto
Justificação
Verificar que é especificado o tipo e localização
da barreira de proteção térmica
Por forma a haver uma eficiente
proteção dos componentes sensíveis
Barreira de proteção térmica: execução
Justificação
Verificar que a solução aplicada é a designada
em projeto
De forma a evitar desvios ao que foi
concebido
Referências
(Lopes, 1994a)
Referências
Barreira de separação química: projeto e execução
Barreira de separação química: projeto
Justificação
Verificar que é especificado o tipo e localização
da barreira de separação química
Por forma a haver uma eficiente
proteção dos componentes sensíveis
Barreira de separação química: execução
Justificação
Verificar que a solução aplicada é a designada
em projeto
De forma a evitar desvios ao que foi
concebido
Referências
(Lopes, 1994a)
Referências
Camada drenante: projeto e execução
Camada drenante: projeto
Justificação
Referências
Verificar que é especificada através de pormenor
construtivo a variação da granulometria a aplicar,
no caso de camada drenante com material granular
De forma a ter-se um sistema
drenante eficiente
(Lopes,
1994a)
Camada drenante: execução
Justificação
Referências
Verificar que a solução aplicada é a designada em
projeto (granulometria e ordem de aplicação)
De forma a evitar desvios ao que foi
concebido
5
Camada filtrante: projeto e execução
Camada filtrante: projeto
Justificação
Verificar que é especificada a solução a aplicar
De forma a ter-se um sistema filtrante
eficiente para o caso a conceber
Camada filtrante: execução
Justificação
Verificar que a solução aplicada é a designada
em projeto
De forma a evitar desvios ao que foi
concebido
Referências
(Lopes, 1994a)
Referências
Paredes emergentes: projeto e execução
Paredes emergentes: projeto
Justificação
Referências
Verificar que está especificado em projeto como
se dá a adesão à parede emergente, os produtos
a aplicar, a altura do remate, etc.
De forma a evitar anomalias típicas
destes pontos singulares
(Lopes, 1994b;
Silva
e
Gonçalves,
2001)
Verificar que a altura do remate cumpre a altura
mínima
recomendada
(em
normas
ou
documentos de aplicação)
Devido à necessidade de garantir
uma resistência satisfatória aos
esforços que tendem a provocar o
descolamento
ou
deslizamento
desses remates relativamente ao
paramento da parede ou platibanda
(Lopes, 1994b)
Verificar que são especificadas soluções de
fixação mecânica no topo dos remates com altura
superior a 0,40 m
Evitar fluência ou deslizamentos dos
remates
(Lopes, 1994b)
Verificar que são concebidas soluções que visem
minimizar a ocorrência de descolamento dos
remates (conforme abordado no texto)
Evitar a ocorrência de descolamento
dos remates
(Lopes, 1994b)
Verificar que são concebidas juntas na periferia
do bordo inferior do remate nos casos de se ter
uma proteção pesada rígida (conforme abordado
no texto)
Evitar ocorrência de fissuração no
remate
(Lopes, 1994b)
Conceber, no caso de remates com paredes
emergentes com soleiras de portas, soluções de
remate que se prolonguem sobre a soleira de
forma a contrariar o efeito da inexistência da
altura mínima de remate nesses casos
Evitar infiltrações pelos remates
devido à sua altura insuficiente
(Lopes, 1994b)
Conceber soluções que protejam verticalmente o
remate em coberturas acessíveis (conforme
abordado no texto)
Evitar ocorrência de fissuração no
remate
(Lopes, 1994b)
Conceber soluções de dessolidarização
remate em zonas de painel pré-fabricado
de
Evitar a ocorrência de rotura do
revestimento de impermeabilização
(Lopes, 1994b)
capeamento de
fixadas e com
Evitar infiltrações pelo tardoz do
remate
(Lopes, 1994b)
Paredes emergentes: execução
Justificação
Referências
Executar os remates de acordo com o projeto,
sem desvios de qualquer tipo
De forma a evitar a ocorrência de
desvios relativamente ao que foi
concebido
(Lopes, 1994b;
Silva
e
Gonçalves,
2001)
Especificar soluções de
platibandas, corretamente
pendente para o terraço
6
Proceder à execução dos remates somente com
condições ambiente favoráveis
Alguns materiais são sensíveis a
condições atmosféricas adversas
(Lopes, 1994b;
Silva
e
Gonçalves,
2001)
Antes da aplicação de materiais, verificar se o
suporte se encontra em condições para receber
esses materiais
A presença de detritos ou mesmo de
água podem por em causa o sucesso
do sistema a implementar
(Lopes, 1994b;
Lopes, 1994a)
Executar as fixações (independentemente do tipo)
de forma cuidada
Por forma a não intercetar, por
exemplo, componentes sensíveis do
suporte (por exemplo: tubagens
presentes na estrutura resistente)
Manusear os materiais de acordo com as suas
fichas técnicas
Por forma
decorrentes
incorreto
a evitar anomalias
de
manuseamento
(Lopes, 1994a)
Juntas de dilatação: projeto e execução
Juntas de dilatação: projeto
Justificação
Referências
Conceber soluções sobrelevadas do remate da
junta, especialmente se for acessível a pessoas
Desta forma o remate pode ficar
mais protegido das ações mecânicas
que possam nele atuar
(Lopes, 1994b)
Conceber
uma
solução
de
remate
dessolidarizado, apoiado na zona da junta num
material flexível colocado para o efeito
De forma a evitar o enrugamento da
membrana nessas zonas
(Lopes, 1994b)
Juntas de dilatação: execução
Justificação
Referências
o
De forma a evitar a ocorrência de
desvios
(Lopes, 1994b;
Silva
e
Gonçalves,
2001)
Assegurar a zona não colada do revestimento na
zona de remate
Para desta formar permitir a
dessolidarização
em
extensão
suficiente do remate
(Lopes, 1994b;
Silva
e
Gonçalves,
2001)
Executar os remates
estabelecido em projeto
de
acordo
com
Pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais: projeto e execução
Pontos de drenagem e evacuação de águas
pluviais: projeto
Justificação
Referências
Nas embocaduras de tubos de queda,
pormenorizar o rebaixamento necessário na
camada de forma
Para assim se fazer face ao
aumento da espessura da solução de
impermeabilização devido ao seu
remate
(Lopes, 1994b)
Esquematizar em pormenor construtivo os
diversos componentes a considerar nos tubos de
queda
De forma a obter-se uma solução
com maior garantia de qualidade
(Lopes, 1994b;
Silva
e
Gonçalves,
2001)
Nas caleiras, pormenorizar nas sobreposições de
membranas, indicando a correta ordem de
aplicação e dimensão da junta de sobreposição
entre elas
De forma a conceber-se um sistema
que garanta a qualidade da solução
(Lopes, 1994b;
Silva
e
Gonçalves,
2001)
Nas caleiras, especificar os sistemas de fixação a
aplicar
De forma a conceber-se um sistema
que garanta a qualidade da solução
(Lopes, 1994b;
Silva
e
Gonçalves,
7
2001)
Pontos de drenagem e evacuação de águas
pluviais: execução
Justificação
Referências
Executar os remates/pontos singulares de acordo
com o especificado em projeto
De forma a evitar desvios ao que foi
concebido
( Silva
Gonçalves,
2001)
Executar a fixação do sistema de forma adequada
De forma a evitar desvios ao que foi
concebido ou solução de má
qualidade
(Lopes, 1994b;
Silva
e
Gonçalves,
2001)
e
Outros elementos emergentes: projeto e execução
Outros elementos emergentes: projeto
Justificação
Referências
Conceber um remate do revestimento de
impermeabilização que dessolidarize o sistema no
ponto singular
De forma a evitar descolamento,
deslizamento
ou
fissuras
nos
remates
(Lopes, 1994b)
Outros
elementos
(continuação)
Justificação
Referências
Proceder à cintagem, protegida superiormente
com mástique, do remate a toda a secção do
elemento no bordo superior do mesmo
Para garantir a fixação em todo o
perímetro da solução de remate
(Lopes, 1994b)
Outros elementos emergentes: execução
Justificação
Referências
Executar o remate de acordo com o projeto
De
forma
a
evitar
desvios
relativamente ao que foi concebido
(Silva
Gonçalves,
2001)
emergentes:
projeto
8
e
Anexo II - Pormenores construtivos sugeridos por fabricantes das
membranas em estudo
Neste ponto serão apresentados os seguintes pormenores construtivos apresentados por fabricantes
das membranas em estudo:

Anexo II.a – Soluções para proteção pesada em membranas betuminosas no encontro com
parede emergente e para coberturas ajardinadas

Anexo II.b – Solução de membrana betuminosa no encontro com parede emergente

Anexo II.c – Solução de membrana de PVC no encontro com parede emergente

Anexo II.d – Solução no encontro com soleiras

Anexo II.e – Solução de membrana betuminosa no encontro com juntas estruturais

Anexo II.f – Solução de membrana de PVC no encontro com juntas estruturais

Anexo II.g – Solução geral no encontro com tubos de queda
9
Anexo II.a – Proteção pesada em membranas betuminosas no encontro com parede
emergente
Cobertura ajardinada com membrana betuminosa, no encontro com parede emergente, segundo o
DA 31.
11
Cobertura com membrana betuminosa com proteção pesada, no encontro com parede emergente,
segundo o DA 29.
12
Anexo II.b – Solução de membrana betuminosa no encontro com parede emergente
13
Anexo II.c – Solução de membrana de PVC no encontro com parede emergente
14
Anexo II.d – Solução no encontro com soleiras
Solução disponibilizada pela Imperalum fabricante de membranas betuminosas:
15
Solução disponibilizada pela Renolit fabricante de membranas de PVC:
16
Anexo II.e – Solução de membrana betuminosa no encontro com juntas estruturais
17
Anexo II.f – Solução de membrana de PVC no encontro com juntas estruturais
18
Anexo II.g – Solução geral no encontro com tubos de queda
19
Anexo III – Estudo abordado no trabalho sobre as anomalias em
coberturas planas (Silva e Gonçalves, 2001)
21
Anexo IV – Relatórios do modelo espanhol
Segundo Almeida (2011), no modelo espanhol de relatórios constam os seguintes:
D0: Definição do Risco – Análise do Risco Técnico
D01: Revisão do Projecto de Estruturas
D02: Revisão do Projecto de Estanquicidade
D03: Revisão de Projecto de Obra Secundária
D04: Revisão de Projecto de Instalações
D1.1: Unidades de Obra Especiais (Fundações)
D1.2: Unidades de Obras Especiais (Estruturas Pré-Fabricadas)
D1.3: Unidades de Obras Especiais (Fachadas)
D2: Sistemas e Materiais Não Tradicionais
D3: Relatório Final de Estanquicidade
D3bis: Estanquicidade
D4: Pré-existentes – Obra Nova Sobre Construções Existentes
D5.1: Execução de Fundações
D5.2: Execução de Estrutura
D5.3: Execução de Fachadas e Coberturas
D5.4: Execução de Obra Secundária
D5.5: Execução de Instalações
D6: Fecho de Obras
D7: Incidências
D8: Fecho de obras secundárias e de instalações
D8bis: Fecho de obras secundárias e de instalações
D9.n: Reparações de danos
D10.n: Outros
23
Anexo V – Modelo de relatório na fase de projeto D02
25
Relatório D02
Revisão do projeto de estanquidade
Unidade de obra:
Caves
Coberturas
Fachadas
Processo:
Técnicos responsáveis pelo controlo técnico
Nome completo
Contacto
Email
Data de execução do controlo técnico:
Proprietário/ Promotor:
Morada completa:
1 - Participantes na construção
Tipo
Nome da entidade
Contacto
Morada completa
2 - Bases de partida
2.1 - Elementos disponíveis do projeto:
Memória descritiva/ Caderno de encargos
Sim
Não
Definição clara das unidades construtivas
Sim
Não
Desenhos definitivos para execução
Sim
Não
Pormenores construtivos
Sim
Não
Outros
Sim
Não
2.2 - Normativa:
Normativa exigível e aplicável
Sim
Não
Normativa recomendável
Sim
Não
Sim
Não
2.3 - Soluções adotadas:
Alteração ao risco técnico inicialmente previsto
(Se Sim, indicar alterações)
2.4 - Materiais:
26
2.5 - Juntas (tipo de juntas e materiais utilizados):
2.6 - Pormenores construtivos disponíveis no projeto:
3 - Documentação analisada:
4 - Enumeração dos relatórios emitidos
Tipo
Data de emissão
Data de resposta Resposta satisfatória
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
5- Conclusões
5.1 - Resultado do controlo
5.2 - Conclusão técnica do risco
5.3 - Enumeração das reservas técnicas emitidas
Tipo
Referência do documento
Documentação em anexo:
Sim
Não
Se sim, indicar título dos documentos e número de páginas:
27
Nº ata de emissão
Anexo VI – Modelo de relatório na fase de execução D3
29
Relatório D3
Relatório final de estanquidade
Unidade de obra:
Caves
Coberturas
Fachadas
Processo:
Técnicos responsáveis pelo controlo técnico
Nome completo
Contacto
Email
Data de execução do controlo técnico:
Proprietário/ Promotor:
Morada completa:
1 - Dados administrativos
1.1 - Receção
1.2 - Relatório D3bis
Prevista
Real
Data:
Data prevista de:
Realização:
Envio à Seguradora:
2 - Aspetos modificados relativamente ao D0 e/ ou D02?
(Se sim, concretizar em anexo as alterações produzidas)
Sim
3 - Relação de anexos presentes neste relatório
Sistema de
Descrição
Não
Anexo nº
4 - Conclusão geral final (Projeto + Execução)
4.1 - Adequação da execução ao estabelecido em projeto?
(incluindo modificações)
4.2 - Exposição detalhada e opinião técnica pormenorizada:
Sim
Não
4.3 - Deficiências constatadas e avaliadas que à data de emissão do presente
relatório não foram reparadas mas que não comprometem a estanquidade da obra:
30
4.4 - A impermeabilização está condicionada a um processo
de manutenção durante o período de cobertura do seguro?
Sim
Não
4.5 - A necessidade de um processo de manutenção encontra-se
refletida e convenientemente definida(livro do edifício, etc.)?
Sim
Não
5 - Reservas técnicas emitidas no decurso do controlo técnico realizado
Existiu reservas técnicas?
Conceito
Sim
Nº ata de emissão
Não
Nº ata cancelamento
(1) Juntar a este relatório o anexo correspondente a cada unidade de obra avaliada
Documentação em Anexo?
Sim
Não
Se sim, indicar número e titulo do Anexo, e número de páginas:
31
Anexo nº 1 - Coberturas (Planas, inclinadas)
Tipologia da cobertura:
1 - Descrição da unidade de obra:
1.1 - Do interior para o exterior, descrição das unidades de obra executadas
(materiais, fabricantes ou marcas, espessuras, disposição, pendente, superfície
da tipologia em causa):
1.2 - Descrição das zonas de remate ou ligação com outros elementos (fachadas,
outras tipologias, juntas e outros pontos singulares):
1.3 - Indicar o caracter eventualmente inovador ou não normalizado de alguma das
soluções adotadas. Citar o respetivo relatório D2 elaborado anteriormente e emissão
e cancelamento da reserva técnica correspondente.
1.4 - Identificação dos elementos da cobertura que conferem a estanquidade:
2 - Intervenientes
Executante:
Fornecedor:
Fabricante:
3 - Custo total da unidade de obra:
4 - Condições máximas previstas no projeto:
Carga da neve:
Pressão do vento:
5 - Materiais
Descrever materiais controlados, indicando-se sumariamente o alcance do referido
controlo (testes, ensaios, certificados de qualidade relativos aos elementos que
conferem a estanquidade e respetiva proteção):
5.1 - Os materiais aplicados correspondem com os indicados
em projeto?
(se não, indicar desvios)
Sim
Não
5.2 - São aceitáveis os desvios detetados?
(se não, emitir reserva técnica)
Sim
Não
5.3 - Resultado do controlo de materiais é satisfatório?
(se não, indicar desvios)
Sim
Não
5.4 - São aceitáveis os desvios detetados?
(se não, emitir reserva técnica)
Sim
Não
32
6 - Execução
6.1 - Existiram modificações face às coberturas projetadas?
(se sim, apresentar a descrição das mesmas)
- Existem documentos justificativos e aprovação por
parte da fiscalização?
(se não emitir uma reserva técnica)
- Foi controlado pelo G.C.T. o seu desenho e cálculo
(paredes de sustentação de coberturas e eventuais
modificações)?
- O resultado foi satisfatório?
(se não, emitir uma reserva técnica)
- Foram detetadas deficiências de execução, disposições
incorretas, operações desadequadas, omissões
prejudiciais, etc.?
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
6.2 - Foram sanadas as referidas deficiências em obra?
Sim
(se sim, descrever as medidas adotadas. Se não, emitir uma reserva técnica)
Não
6.3 - Inspeções efetuadas durante o desenvolvimento do controlo das unidades em
causa. Indicar o conteúdo das referidas inspeções.
7 - Ensaios de estanquidade?
Data:
Sim
Não
7.1 - Resultado satisfatório?
Sim
Não
33
Anexo VII – Modelo de relatório específico proposto para a fase de
projeto
35
Relatório D02.cp
Revisão do projeto de estanquidade de cobertura plana
Processo:
Técnicos responsáveis pelo controlo técnico
Nome completo
Contacto
Email
Data de execução do controlo técnico:
Proprietário/ Promotor:
Morada completa:
1 - Participantes na construção
Tipo
Nome da entidade
Contacto
Morada completa
2 - Bases de partida
2.1 - Elementos disponíveis do projeto:
Memória descritiva/ Caderno de encargos
Sim
Não
Definição clara das unidades construtivas
Sim
Não
Desenhos definitivos para execução
Sim
Não
Pormenores Construtivos (PC)
Sim
Não
Outros
Sim
Não
2.2 - Normativa:
Normativa exigível e aplicável
Sim
Não
Normativa recomendável
Sim
Não
2.3 - Tipo de uso:
2.4 - Tipo de proteção do revestimento de impermeabilização:
2.5 - Materiais
Estrutura Resistente:
Camada de forma:
Barreira Pára-vapor:
Isolamento térmico:
Sistema de impermeabilização:
Camada de proteção:
Outras:
36
2.6 - Pontos Singulares
Tipo
Existe Pormenor Construtivo
adequado?
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
Referência
Anexo
(Se Não emitir Reserva Técnica)
2.7 - Desenhos referentes à zona corrente
Tipo
Referência
2.8 - Soluções adotadas:
Alteração ao risco técnico inicialmente previsto
(Se Sim, indicar alterações)
Sim
Não
3 - Foi criado o "Livro do Edifício, especificando as ações de
manutenção e a sua periodicidade?
(Se Não emitir Reserva Técnica)
Sim
Não
4 - Documentação analisada:
5 - Enumeração dos relatórios emitidos
Tipo
Data de emissão
Data de resposta
Resposta satisfatória
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
6 - Conclusões
6.1 - Resultado do controlo
6.2 - Conclusão técnica do risco
6.3 - Enumeração das reservas técnicas emitidas
Tipo
Referência do documento
Documentação em anexo:
Sim
Não
Se Sim, indicar título dos documentos e número de páginas:
37
Nº ata de emissão
Anexo nº ___ - Zona Corrente
1 - Sistema de Fixação
1.1 - Tipo de sistema de fixação utilizado:
Sistema de fixação recomendado em ficha técnica?
(Se Não, emitir reserva técnica)
Sim
Não
1.2 - Compatibilidade do revestimento de impermeabilização
Compatibilidade química assegurada?
Sim
Não
Compatibilidade térmica assegurada?
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
3 - O sistema de cobertura concebido é adequado ao tipo de uso
que será alvo a cobertura?
Sim
(Se Não, emitir reserva técnica)
Não
1.3 - Dimensões das juntas de sobreposição adequadas?
(Se Não, emitir reserva técnica)
2 - Esquema de pendentes
2.1 - Valor da pendente cumpre as normas/recomendações
do revestimento de impermeabilização projetado?
(Se não, emitir reserva técnica)
2.2 - Esquema de pendentes origina dimensões da camada
de forma superiores a 0,25-0,30 m?
4 - Cobertura de acesso limitado
4.1 - Está especificado em projeto a criação de caminhos na
zona corrente, tendo em vista as ações de manutenção?
Sim
Não
5 - Sistemas com proteção de material solto
5.1 - Está especificado em projeto uma zona na periferia da
cobertura com proteção contínua?
Sim
Não
38
Anexo nº ___ - Paredes emergentes
1- Remate do revestimento de impermeabilização em paredes emergentes
1.1 - Adesão do remate ao elemento especificado em PC?
Sim
Não
1.2 - Altura do remate cumpre as normas/recomendações?
Sim
Não
1.3 - Nos casos com remates de altura superior a 0,40 m é
especificado um sistema de fixação mecânica no topo do
mesmo?
Sim
Não
1.4 - O remate encontra-se protegido verticalmente?
Sim
Não
2 - Remate do revestimento de impermeabilização com soleiras de porta
2.1 - A solução concebida estabelece o prolongamento do
remate sobre a soleira?
Sim
Não
3 - Tratamento destes pontos singulares face a soluções de proteção pesada rígida
3.1 - A solução concebida estabelece a criação de juntas na
proteção do revestimento de impermeabilização, a cerca de
0,30 m das zonas de remate?
Sim
Não
4 - Platibandas
4.1 - O capeamento da platibanda é especificado em PC?
Sim
Não
4.2 - A pendente do capeamento permite o retorno das águas
para a cobertura?
Sim
Não
4.3 - No caso de platibandas pré-fabricadas está previsto em
PC soluções de dessolidarização dos remates do revestimento de impermeabilização?
Não
Sim
5 - A solução de remate é de conceção corrente e/ou recomendada quer por normas quer por outros documentos?
Sim
(Se Não, emitir reserva técnica)
Especificar eventuais fontes consultadas:
39
Não
Anexo nº___ - Juntas de dilatação
1 - Remate em zona de junta de dilatação
1.1 - O remate concebido encontra-se dessolidarizado com o
revestimento de impermeabilização e apoiado num material
flexível colocado na junta?
Sim
Não
1.2 - A forma e materiais de aderência do remate respeita as
recomendações das fichas técnicas ou outros documentos?
Sim
Não
1.3 - No caso de tipologia de cobertura acessível, esse remate da junta encontra-se sobre-elevado?
Sim
Não
2 - A solução de remate é de conceção corrente e/ou recomendada quer por normas quer por outros documentos?
Sim
(Se Não, emitir reserva técnica)
Especificar eventuais fontes consultadas:
40
Não
Anexo nº __ - Pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais
1 - Tubos de queda
1.1 - A camada de forma encontra-se rebaixada na zona da
embocadura do tubo de queda no PC?
Sim
Não
Sim
Não
2 - Caleiras
2.1 - A ordem de aplicação do revestimento de impermeabilização encontra-se em pormenor construtivo?
Sim
Não
1.2 - O revestimento de impermeabilização encontra-se
dessolidarizado com um remate à entrada do tubo de
queda?
2.2 - A dimensão das juntas de sobreposição do revestimento
de impermeabilização na zona da caleira encontram-se definidas de acordo com os valores recomendados?
Sim
(Se Não, emitir reserva técnica)
2.3 - A forma de fixação do revestimento de impermeabilização nas zonas de caleira encontra-se definida de acordo com
fichas técnicas ou outros documentos?
(Se Não, emitir reserva técnica)
Sim
3 - As soluções de remate são de conceção corrente e/ou recomendada quer por normas quer por outros documentos?
Sim
(Se Não, emitir reserva técnica)
Especificar eventuais fontes consultadas:
41
Não
Não
Não
Anexo nº___ - Outros elementos emergentes
1 - Tubagens circulares emergentes
1.1 - O revestimento de impermeabilização encontra-se
dessolidarizado por um remate no ponto singular?
Sim
1.2 - A parte superior do remate encontra-se fixa ao elemento
emergente por meio de cintagem e protegido por mástique
em toda a sua secção?
Sim
(Se Não, emitir reserva técnica)
2 - A solução de remate é de conceção corrente e/ou recomendada quer por normas quer por outros documentos?
Sim
(Se Não, emitir reserva técnica)
Especificar eventuais fontes consultadas:
42
Não
Não
Não
Anexo VIII – Moradia unifamiliar
Neste ponto serão apresentado 5 anexos, conforma foi introduzido no texto principal, sendo os
seguintes:

Anexo VIII.a – Projeto inicial

Anexo VIII.b – Modelo de relatório específico aplicado ao projeto inicial

Anexo VIII.c – Projeto modificado (como construído)

Anexo VIII.d – Modelo de relatório específico aplicado ao projeto melhorado

Anexo VIII.e – Modelo de relatório aplicado à execução

Anexo VIII.f – Levantamento fotográfico
43
 Anexo VIII.a – Projeto inicial
44
45
 Anexo VIII.b – Modelo de relatório específico aplicado ao projeto inicial
46
Relatório D02.cp
Revisão do projeto de estanquidade de cobertura plana
Processo: CP1.PI
Técnicos responsáveis pelo controlo técnico
Nome completo
Contacto
Email
Fábio Luís Arruda Fagundes
940000000
[email protected]
Data de execução do controlo técnico: 20/05/2013
Proprietário/ Promotor:
Proprietário, Lda
Morada completa:
Rua da moradia nº23, Praia da Vitória
1 - Participantes na construção
Tipo
Nome da entidade
Projetista
Gabinete de projeto, Lda
Empreiteiro
Empreiteiro, Lda
Aplicador da
Impermeabilizações Lda
Contacto
910000000
910000001
910000002
Morada completa
Rua da vila nº1 Praia
Rua da vila nº2 Praia
Rua da vila nº3 Praia
imperm.
2 - Bases de partida
2.1 - Elementos disponíveis do projeto:
Memória descritiva/ Caderno de encargos
Sim
Não
X
Definição clara das unidades construtivas
Sim
Não
X
Desenhos definitivos para execução
Sim
Não
X
Pormenores Construtivos (PC)
Sim
Não
X
Outros
Sim
Não
2.2 - Normativa:
Normativa exigível e aplicável
RGEU
Normativa recomendável
Sim
Sim
X
Não
Não
2.3 - Tipo de uso: Cobertura de acesso limitado
2.4 - Tipo de proteção do revestimento de impermeabilização: Sem proteção
2.5 - Materiais
Estrutura Resistente:
Camada de forma:
Barreira Pára-vapor:
Isolamento térmico:
Sistema de impermeabilização:
Camada de proteção:
Outras:
Betão armado
Não especificado
Não especificado
47
X
2.6 - Pontos Singulares
Tipo
Existe Pormenor Construtivo
adequado?
Platibanda
Sim
Não
X
Chaminé
Sim
Não
X
Tubo de queda
Sim
Não
X
Caleira
Referência
Anexo
Sim
Não X
(Se Não emitir Reserva Técnica)
2.7 - Desenhos referentes à zona corrente
Tipo
Referência
Corte1
"Corte pormenorizado (adaptado)"
Corte2
"Corte pormenorizado (adaptado)"
2.8 - Soluções adotadas:
Alteração ao risco técnico inicialmente previsto
(Se Sim, indicar alterações)
Sim
3 - Foi criado o "Livro do Edifício, especificando as ações de
manutenção e a sua periodicidade?
(Se Não emitir Reserva Técnica)
Sim
X
Não
Não
X
4 - Documentação analisada:
Peças desenhadas do projeto
5 - Enumeração dos relatórios emitidos
Tipo
Data de emissão
Esclarecimento PCs
Data de resposta
-
20-05-2013
Resposta satisfatória
Sim
Sim
Não
Não
6 - Conclusões
6.1 - Resultado do controlo
Existe uma situação de grande risco já que faltam pormenores construtivos, b em como especificação dos materiais a aplicar. A pendente é nula, não respeitando o valor mínimo do RGEU.
Não foi elab orado o "Livro do edifício".
6.2 - Conclusão técnica do risco
Perante os dados acima referidos, o risco técnico associado é de "Muito Agravado".
6.3 - Enumeração das reservas técnicas emitidas
Tipo
Referência do documento
Nº ata de emissão
Pontos Singulares
PS.1
1
Livro do Edifício
LE.1
2
Pendente
Pe.1
3
Documentação em anexo:
Sim
48
Não
X
Anexo VIII.c – Projeto modificado (como construído)
49
50
51
52
 Anexo VIII.d – Modelo de relatório específico aplicado ao projeto modificado
(como construído)
53
Relatório D02.cp
Revisão do projeto de estanquidade de cobertura plana
Processo: CP1.PF
Técnicos responsáveis pelo controlo técnico
Nome completo
Contacto
Email
Fábio Luís Arruda Fagundes
940000000
[email protected]
Data de execução do controlo técnico: 20/05/2013
Proprietário/ Promotor:
Proprietário, Lda
Morada completa:
Rua da moradia nº23, Praia da Vitória
1 - Participantes na construção
Tipo
Nome da entidade
Projetista
Gabinete de projeto, Lda
Empreiteiro
Empreiteiro, Lda
Aplicador da
Impermeabilizações Lda
Contacto
910000000
910000001
910000002
Morada completa
Rua da vila nº1 Praia
Rua da vila nº2 Praia
Rua da vila nº3 Praia
imperm.
2 - Bases de partida
2.1 - Elementos disponíveis do projeto:
Memória descritiva/ Caderno de encargos
Sim
Definição clara das unidades construtivas
Sim
X
Não
Desenhos definitivos para execução
Sim
X
Não
Pormenores Construtivos (PC)
Sim
X
Não
Outros
Sim
2.2 - Normativa:
Normativa exigível e aplicável
Não
Não
Sim
X
Não
Sim
X
Não
RGEU
Normativa recomendável
Documentos de aplicação (22 e 23) e de homologação (DH 750)
2.3 - Tipo de uso:
Cobertura de acesso limitado
2.4 - Tipo de proteção do revestimento de impermeabilização: Sem proteção
2.5 - Materiais
Estrutura Resistente:
Camada de forma:
Barreira Pára-vapor:
Isolamento térmico:
Sistema de impermeabilização:
Camada de proteção:
Outras:
Betão armado
Betão leve (agregado: bagacina)
Lã mineral (Lã de rocha, 5cm)
Membrana de PVC (Sik aplan 12G)
54
X
2.6 - Pontos Singulares
Tipo
Existe Pormenor Construtivo
adequado?
Referência
Anexo
Platibanda
Sim X
Não
P. Platibanda
Anexo 2
Chaminé
Sim X
Não
P. Chaminé
Anexo 2
Tubo de queda
Sim X
Não
P. Tubo de Q.
Anexo 3
Caleira
Sim X
Não
P. Caleira
(Se Não emitir Reserva Técnica)
Anexo 3
2.7 - Desenhos referentes à zona corrente
Tipo
Referência
Pormenor platibanda
P. Platibanda
2.8 - Soluções adotadas:
Alteração ao risco técnico inicialmente previsto
(Se Sim, indicar alterações)
Sim
3 - Foi criado o "Livro do Edifício, especificando as ações de
manutenção e a sua periodicidade?
(Se Não emitir Reserva Técnica)
Sim
X
Não
Não
X
4 - Documentação analisada:
Peças desenhadas (como construído)
5 - Enumeração dos relatórios emitidos
Tipo
Data de emissão
Data de resposta
Resposta satisfatória
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
6 - Conclusões
6.1 - Resultado do controlo
A solução conceb ida é no geral aceitável e não gera riscos relativamente à estanquidade. Contudo,
a solução de remate de platib anda não se encontra devidamente dessolidarizada e na zona da
caleira, o pormenor conceb ido pode gerar pequenas peturb ações ao escoamento. Não foi elab orado o "Livro do edifício".
6.2 - Conclusão técnica do risco
Perante os dados acima referidos, o risco técnico associado é de "Agravado".
6.3 - Enumeração das reservas técnicas emitidas
Tipo
Referência do documento
Nº ata de emissão
Livro do Edifício
LE.1
1
PC.Platibanda
PCP.1
2
PC.Caleira
PCC.1
3
Documentação em anexo:
Sim
1
Não
Se Sim, indicar título dos documentos e número de páginas: Anexo 1, Anexo 2 e Anexo 3;
3 páginas
55
Anexo nº 1 - Zona Corrente
1 - Sistema de Fixação
1.1 - Tipo de sistema de fixação utilizado:
Sistema de fixação recomendado em ficha técnica?
(Se Não, emitir reserva técnica)
Sim
X
Não
1.2 - Compatibilidade do revestimento de impermeabilização
Compatibilidade química assegurada?
Sim
X
Não
Sim
X
Não
Sim
X
Não
Sim
X
Não
Compatibilidade térmica assegurada?
1.3 - Dimensões das juntas de sobreposição adequadas?
(Se Não, emitir reserva técnica)
2 - Esquema de pendentes
2.1 - Valor da pendente cumpre as normas/recomendações
do revestimento de impermeabilização projetado?
(Se não, emitir reserva técnica)
2.2 - Esquema de pendentes origina dimensões da camada
de forma superiores a 0,25-0,30 m?
Sim
3 - O sistema de cobertura concebido é adequado ao tipo de uso
que será alvo a cobertura?
Sim
(Se Não, emitir reserva técnica)
Não
X
Não
4 - Cobertura de acesso limitado
4.1 - Está especificado em projeto a criação de caminhos na
zona corrente, tendo em vista as ações de manutenção?
Sim
Não
5 - Sistemas com proteção de material solto
5.1 - Está especificado em projeto uma zona na periferia da
cobertura com proteção contínua?
Sim
Não
Não aplicável.
56
X
X
Anexo nº 2 - Paredes emergentes
1- Remate do revestimento de impermeabilização em paredes emergentes
1.1 - Adesão do remate ao elemento especificado em PC?
Sim X
Não
1.2 - Altura do remate cumpre as normas/recomendações?
Sim
1.3 - Nos casos com remates de altura superior a 0,40 m é
especificado um sistema de fixação mecânica no topo do
mesmo?
Sim
Não
1.4 - O remate encontra-se protegido verticalmente?
Sim
Não
Não aplicável.
X
2 - Remate do revestimento de impermeabilização com soleiras de porta
2.1 - A solução concebida estabelece o prolongamento do
remate sobre a soleira?
Sim
Não
X
Não
Não aplicável.
3 - Tratamento destes pontos singulares face a soluções de proteção pesada rígida
3.1 - A solução concebida estabelece a criação de juntas na
proteção do revestimento de impermeabilização, a cerca de
0,30 m das zonas de remate?
Sim
Não
Não aplicável.
4 - Platibandas
4.1 - O capeamento da platibanda é especificado em PC?
Sim
X
Não
4.2 - A pendente do capeamento permite o retorno das águas
para a cobertura?
Sim
X
Não
4.3 - No caso de platibandas pré-fabricadas está previsto em
PC soluções de dessolidarização dos remates do revestimento de impermeabilização?
Sim
Não
Não aplicável.
5 - A solução de remate é de conceção corrente e/ou recomendada quer por normas quer por outros documentos?
Sim
(Se Não, emitir reserva técnica)
Especificar eventuais fontes consultadas:
57
Não
X
Anexo nº 3 - Pontos de drenagem e evacuação de águas pluviais
1 - Tubos de queda
1.1 - A camada de forma encontra-se rebaixada na zona da
embocadura do tubo de queda no PC?
1.2 - O revestimento de impermeabilização encontra-se
dessolidarizado com um remate à entrada do tubo de
queda?
Sim
Não
Sim
X
Não
2 - Caleiras
2.1 - A ordem de aplicação do revestimento de impermeabilização encontra-se em pormenor construtivo?
Sim
X
Não
X
Não
X
Não
2.2 - A dimensão das juntas de sobreposição do revestimento
de impermeabilização na zona da caleira encontram-se definidas de acordo com os valores recomendados?
Sim
(Se Não, emitir reserva técnica)
2.3 - A forma de fixação do revestimento de impermeabilização nas zonas de caleira encontra-se definida de acordo com
fichas técnicas ou outros documentos?
(Se Não, emitir reserva técnica)
Sim
3 - As soluções de remate são de conceção corrente e/ou recomendada quer por normas quer por outros documentos?
Sim
(Se Não, emitir reserva técnica)
Especificar eventuais fontes consultadas:
58
Não
X
X
 Anexo VIII.e – Modelo de relatório aplicado à execução
59
Relatório D3
Relatório final de estanquidade
Processo: CP1.FE
Técnicos responsáveis pelo controlo técnico
Nome completo
Contacto
Email
Fábio Luís Arruda Fagundes
940000000
[email protected]
Data de execução do controlo técnico: 20/05/2013
Proprietário/ Promotor:
Proprietário, Lda
Morada completa:
Rua da moradia nº23, Praia da Vitória
1 - Dados administrativos
1.1 - Receção
1.2 - Relatório D3bis
Prevista
Real
Data:
20-05-2013
Data prevista de:
Realização:
Envio à Seguradora:
2 - Aspetos modificados relativamente ao D0 e/ ou D02?
(Se sim, concretizar em anexo as alterações produzidas)
X
Sim
3 - Relação de anexos presentes neste relatório
Sistema de
Descrição
Coberturas planas
Não
Anexo nº
Relatório de execução de coberturas planas
1
4 - Conclusão geral final (Projeto + Execução)
4.1 - Adequação da execução ao estabelecido em projeto?
(incluindo modificações)
4.2 - Exposição detalhada e opinião técnica pormenorizada:
Sim X
Não
Seguiu-se as indicações previstas em projeto, não ocorrendo situações de evidente
agravamento do risco técnico nesta fase, sendo o risco global de "Agravado"
4.3 - Deficiências constatadas e avaliadas que à data de emissão do presente
relatório não foram reparadas mas que não comprometem a estanquidade da obra:
Nada a mencionar.
60
X
4.4 - A impermeabilização está condicionada a um processo
de manutenção durante o período de cobertura do seguro?
Sim
Não
4.5 - A necessidade de um processo de manutenção encontra-se
refletida e convenientemente definida(livro do edifício, etc.)?
Sim
Não
X
5 - Reservas técnicas emitidas no decurso do controlo técnico realizado
Existiu reservas técnicas?
Sim
Conceito
Nº ata de emissão
Livro do edifício
1
PC.Platibanda
2
PC.Caleira
3
Sem aprovação fiscalização
4
Sem ensaio de estanquidade
5
X
Não
Nº ata cancelamento
(1) Juntar a este relatório o anexo correspondente a cada unidade de obra avaliada
Documentação em Anexo?
Sim
X
61
Não
Anexo nº 1 - Coberturas (Planas, inclinadas)
Tipologia da cobertura:
1 - Descrição da unidade de obra:
1.1 - Do interior para o exterior, descrição das unidades de obra executadas
(materiais, fabricantes ou marcas, espessuras, disposição, pendente, superfície
da tipologia em causa):
Gesso laminado, Lã de rocha com 5cm, laje de betão armado, camada de forma com betão
leve de bagacina (pendente de 2,5%), membrana de impermeabilização (Sik aplan 12 G).
1.2 - Descrição das zonas de remate ou ligação com outros elementos (fachadas,
outras tipologias, juntas e outros pontos singulares):
Encontro com chaminé, platibanda periférica e zona de caleira
1.3 - Indicar o caracter eventualmente inovador ou não normalizado de alguma das
soluções adotadas. Citar o respetivo relatório D2 elaborado anteriormente e emissão
e cancelamento da reserva técnica correspondente.
1.4 - Identificação dos elementos da cobertura que conferem a estanquidade:
Membrana de impermeabilização do tipo Sik aplan 12G.
2 - Intervenientes
Executante: Empresa especializada1, Lda
Fornecedor: Empresa especializada1, Lda
Fabricante: Sik a
3 - Custo total da unidade de obra:
XXXX euros
4 - Condições máximas previstas no projeto:
Carga da neve: Não disponível.
Pressão do vento: Não disponível.
5 - Materiais
Descrever materiais controlados, indicando-se sumariamente o alcance do referido
controlo (testes, ensaios, certificados de qualidade relativos aos elementos que
conferem a estanquidade e respetiva proteção):
Membrana Sik aplan 12G através de certificados e ficha técnica.
5.1 - Os materiais aplicados correspondem com os indicados
em projeto?
(se Não, indicar desvios)
Sim X
Não
5.2 - São aceitáveis os desvios detetados?
(se Não, emitir reserva técnica)
Sim
Não
5.3 - Resultado do controlo de materiais é satisfatório?
(se Não, indicar desvios)
Sim X
Não
5.4 - São aceitáveis os desvios detetados?
(se Não, emitir reserva técnica)
Sim
Não
62
6 - Execução
6.1 - Existiram modificações face às coberturas projetadas?
(se sim, apresentar a descrição das mesmas)
Sim X
Não
Sim
Não
Sim X
Não
Sim
Não
X
Sim
Não
X
Conforme visto no Anexo VIII.c
- Existem documentos justificativos e aprovação por
parte da fiscalização?
(se Não emitir uma reserva técnica)
- Foi controlado pelo G.C.T. o seu desenho e cálculo
(paredes de sustentação de coberturas e eventuais
modificações)?
X
Conforme se pode ver no Anexo VIII.f
- O resultado foi satisfatório?
(se Não, emitir uma reserva técnica)
- Foram detetadas deficiências de execução, disposições
incorretas, operações desadequadas, omissões
prejudiciais, etc.?
6.2 - Foram sanadas as referidas deficiências em obra?
Sim
(se sim, descrever as medidas adotadas. Se não, emitir uma reserva técnica)
Não
6.3 - Inspeções efetuadas durante o desenvolvimento do controlo das unidades em
causa. Indicar o conteúdo das referidas inspeções.
7 - Ensaios de estanquidade?
Data:
Sim
Não
7.1 - Resultado satisfatório?
Sim
Não
63
X
 Anexo VIII.f – Levantamento fotográfico
64
65
Anexo IX – Reabilitação de uma cobertura plana
Neste ponto serão apresentado 4 anexos, conforme foi introduzido no texto principal, sendo os
seguintes:

Anexo IX.a – Planta e pormenores construtivos

Anexo IX.b – Modelo de relatório para a fase de execução

Anexo IX.c – Levantamento fotográfico
67
Anexo IX.a – Planta e pormenores construtivos
68
69
70
Anexo IX.b – Modelo de relatório aplicado à execução
71
Relatório D3.cp
Relatório final de estanquidade
Processo: CP2.FE
Técnicos responsáveis pelo controlo técnico
Nome completo
Contacto
Email
Fábio Luís Arruda Fagundes
940000000
[email protected]
Data de execução do controlo técnico: 20/05/2013
Proprietário/ Promotor:
Proprietário, Lda
Morada completa:
Rua da moradia nº23, Praia da Vitória
1 - Dados administrativos
1.1 - Receção
1.2 - Relatório D3bis
Prevista
Real
Data:
20-05-2013
Data prevista de:
Realização:
Envio à Seguradora:
2 - Aspetos modificados relativamente ao D0 e/ ou D02?
X
Sim
Não
Não aplicável visto não haver projeto a analisar
(Se sim, concretizar em anexo as alterações produzidas)
3 - Relação de anexos presentes neste relatório
Sistema de
Descrição
Coberturas planas
Anexo nº
Relatório de execução de coberturas planas
1
4 - Conclusão geral final (Projeto + Execução)
4.1 - Adequação da execução ao estabelecido em projeto?
(incluindo modificações)
4.2 - Exposição detalhada e opinião técnica pormenorizada:
Sim
Não
Sem projeto a analisar
Não houve projeto, seguindo-se a aplicação da memb rana de acordo com a experiência dos
operários. Desta forma conclui-se que o nível do risco técnico é de "Muito Agravado".
4.3 - Deficiências constatadas e avaliadas que à data de emissão do presente
relatório não foram reparadas mas que não comprometem a estanquidade da obra:
Nada a mencionar.
72
X
4.4 - A impermeabilização está condicionada a um processo
de manutenção durante o período de cobertura do seguro?
Sim
Não
4.5 - A necessidade de um processo de manutenção encontra-se
refletida e convenientemente definida(livro do edifício, etc.)?
Sim
Não
X
5 - Reservas técnicas emitidas no decurso do controlo técnico realizado
Existiu reservas técnicas?
Sim
Conceito
Nº ata de emissão
Falta de projeto
1
Execução deficiente
2
Ausência de fiscalização
3
Sem ensaio de estanquidade
4
X
Não
Nº ata cancelamento
(1) Juntar a este relatório o anexo correspondente a cada unidade de obra avaliada
Documentação em Anexo?
Sim
X
73
Não
Anexo nº 1 - Coberturas (Planas, inclinadas)
Tipologia da cobertura:
1 - Descrição da unidade de obra:
1.1 - Do interior para o exterior, descrição das unidades de obra executadas
(materiais, fabricantes ou marcas, espessuras, disposição, pendente, superfície
da tipologia em causa):
Laje de betão armado, poliestireno expandido (3cm), membrana de impermeabilização
do tipo (Sik aplan 12 G).
1.2 - Descrição das zonas de remate ou ligação com outros elementos (fachadas,
outras tipologias, juntas e outros pontos singulares):
Encontro com parede emergente, platibanda periférica e tubo de queda.
1.3 - Indicar o caracter eventualmente inovador ou não normalizado de alguma das
soluções adotadas. Citar o respetivo relatório D2 elaborado anteriormente e emissão
e cancelamento da reserva técnica correspondente.
1.4 - Identificação dos elementos da cobertura que conferem a estanquidade:
Membrana de impermeabilização do tipo Sik aplan 12G.
2 - Intervenientes
Executante: Empresa especializada1, Lda
Fornecedor: Empresa especializada1, Lda
Fabricante: Sik a
3 - Custo total da unidade de obra:
XXXX euros
4 - Condições máximas previstas no projeto:
Carga da neve: Não disponível.
Pressão do vento: Não disponível.
5 - Materiais
Descrever materiais controlados, indicando-se sumariamente o alcance do referido
controlo (testes, ensaios, certificados de qualidade relativos aos elementos que
conferem a estanquidade e respetiva proteção):
Membrana Sik aplan 12G através de certificados e ficha técnica.
5.1 - Os materiais aplicados correspondem com os indicados
em projeto?
(se Não, indicar desvios)
Sim
Não
Não houve projeto para analisar.
5.2 - São aceitáveis os desvios detetados?
(se Não, emitir reserva técnica)
Sim
Não
Não houve projeto para analisar.
5.3 - Resultado do controlo de materiais é satisfatório?
(se Não, indicar desvios)
Sim
Não
X
Não houve projeto para analisar.
5.4 - São aceitáveis os desvios detetados?
(se Não, emitir reserva técnica)
Sim
Não
Não houve projeto para analisar.
74
6 - Execução
6.1 - Existiram modificações face às coberturas projetadas?
(se sim, apresentar a descrição das mesmas)
Sim
Não
Não houve projeto
- Existem documentos justificativos e aprovação por
parte da fiscalização?
(se Não emitir uma reserva técnica)
- Foi controlado pelo G.C.T. o seu desenho e cálculo
(paredes de sustentação de coberturas e eventuais
modificações)?
Sim
Não
Sim X
Não
Sim
Não
Sim X
Não
X
Conforme visto no Anexo IX.c
- O resultado foi satisfatório?
(se Não, emitir uma reserva técnica)
- Foram detetadas deficiências de execução, disposições
incorretas, operações desadequadas, omissões
prejudiciais, etc.?
6.2 - Foram sanadas as referidas deficiências em obra?
Sim
(se Sim, descrever as medidas adotadas. Se Não, emitir uma reserva técnica)
Não
X
X
6.3 - Inspeções efetuadas durante o desenvolvimento do controlo das unidades em
causa. Indicar o conteúdo das referidas inspeções.
7 - Ensaios de estanquidade?
Data:
Sim
Não
7.1 - Resultado satisfatório?
Sim
Não
75
X
Anexo IX.c – Levantamento fotográfico
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77
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