Figuras de Linguagem Por Anna Frascolla Design por Bruna Frascolla Figura de linguagem é uma forma de expressão que consiste em utilizar palavras em sentido figurado, isto é, em um sentido diferente daquele que convencionalmente são empregadas. Exagerado Amor da minha vida Daqui até a eternidade Nossos destinos foram traçados Na maternidade E por você eu largo tudo Vou mendigar, roubar, matar Até nas coisas mais banais Pra mim é tudo ou nunca mais Jogado aos teus pés Com mil rosas roubadas Exagerado Eu adoro um amor inventado Jogado aos teus pés Eu sou mesmo exagerado Adoro um amor inventado Paixão cruel desenfreada Te trago mil rosas roubadas Pra desculpar minhas mentiras Minhas mancadas Exagerado Jogado aos teus pés Eu sou mesmo exagerado Adoro um amor inventado Exagerado Jogado aos teus pés Eu sou mesmo exagerado Adoro um amor inventado (Cazuza, Ezequiel Neves e E por você eu largo tudo Leoni) Carreira, dinheiro, canudo Até nas coisas mais banais Pra mim é tudo ou nunca mais Eu nunca mais vou respirar Se você não me notar Eu posso até morrer de fome Se você não me amar Exagerado Jogado aos teus pés Eu sou mesmo exagerado Adoro um amor inventado Comparação “Minha dor é inútil Como uma gaiola numa terra onde não há pássaros.” PESSOA, Fernando. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986. Metáfora As mãos que dizem adeus são pássaros Que vão morrendo lentamente... QUINTANA, Mário. A cor do invisível. São Paulo: Globo, 1994, p.119. Catacrese • Uma perna da velha mesa está cheia de cupins. • Logo que os passageiros embarcaram, o avião decolou. • O orelhão mais próximo encontrava-se danificado. Metonímia • Parte pelo todo: “Os sem-teto estão negociando com a prefeitura...” • Efeito pela causa (ou vice-versa): “Estão destruindo o verde do nosso país...” • A marca pelo produto: “Nunca lave os vidros com bombril...” Prosopopeia ou Personificação “O vento beija meus cabelos As ondas lambem minhas pernas O sol abraça o meu corpo O meu destino é ser star”. (SANTOS, Lulu) Hipérbole “Meses depois fui para o seminário São José. Se eu pudesse contar as lágrimas que chorei na véspera e na manhã, somaria mais que todas as vertidas desde Adão e Eva.” ASSIS, Machado. Dom Casmurro. São Paulo: Scipione, 1994. Eufemismo “Como dizia o pai de um filho burro: ‘Às vezes tenho que concordar em que meu filho não atingiu o índice normal de aproveitamento para meninos de sua idade’”. FERNANDES, Millôr. Coleção Literatura comentada. São Paulo: Abril Educação, 1980. Antítese Balanço A pobreza do eu a opulência do mundo A opulência do eu a pobreza do mundo A pobreza de tudo a opulência de tudo A incerteza de tudo na certeza de nada. ANDRADE, Carlos Drummond de. Balanço. Graña Drummond. Disponível em: www.carlosdrummond.com.br. Acesso em 19 set. 2006. Paradoxo “Amor é fogo que arde sem se ver É ferida que dói e não se sente É um contentamento descontente É dor que desatina sem doer.” Luís Vaz de Camões Ironia “Moça linda, bem tratada, Três séculos de família, Burra como uma porta: Um amor!” ANDRADE, Mário. Poesias completas. São Paulo: USP, 1987.