Pocket Park: Um Olhar Sobre O Vazio Esquecido
Noah Weishof (1)
(1) Estudante do Curso de Arquitetura e Urbanismo, UFPR, Brasil. E-mail: [email protected]
Resumo: O presente trabalho busca uma melhor compreensão e pesquisa dos pocket parks. Através
de um apanhado geral destes ao redor do mundo, será refletido seu estado da arte, buscando criar
uma conceituação única para esta nova categoria de espaço livre público. Inserido na cidade
contemporânea densamente construída, pretende-se com sua difusão uma maior apropriação e
disfrute do meio urbano, assim como o desenvolvimento do seu sistema de espaços livres públicos,
adequando-o às necessidades e desejos da população local.
Palavras-chave: pocket park, espaço livre público, cidade contemporânea.
Abstract: This work seeks a better understanding and research of pocket parks. Through an overview
of these around the world, will be reflected his state of the art, seeking to create a unique concept for
this new category of public space. Inserted into the densely built contemporary city, it is intended to
spread their greater ownership and enjoy the urban environment, as well as the development of their
public open spaces system, adapting it to the needs and desires of local people.
Key-words: pocket park, open public space, contemporary city.
1. INTRODUÇÃO
A cidade contemporânea, vista como o cenário do encontro (LERNER, 2003), possibilita e
potencializa a realização da esfera da vida pública1, a partir da existência de espaços livres públicos de
acessibilidade e qualidade (QUEIROGA et al., 2009). Em conjunto a isso encontra-se o estudo da
vida da cidade, protagonizado pelo arquiteto dinamarquês Jan Gehl (1936-). Segundo Gehl (2010), a
vitalidade do meio urbano é gerada a partir da relação das pessoas com os espaços públicos; quanto
mais pessoas nesses espaços, melhor a qualidade da vida do meio urbano. Sendo assim, a cidade pode
ser vista como uma solução, quando o espaço público é pensado como seu elemento ordenador, e o
desafio de “fazer cidade sobre a cidade” se mantém vivo (BORJA; MUXI, 2001), mantendo-a
compacta e conectada com sua natureza ambiental e social (ROGERS, 2010).
Adentrando no campo temático de estudo, dois termos tornam-se relevantes na pesquisa, prévios ao
foco no estudo do pocket park: espaço livre público e sistema de espaços livres públicos. O primeiro é
1
Em conjunto com os suportes físicos e simbólicos, está o social. Dentro dele, está contemplada a interação
social, a relação dos seres humanos, que contribuem na conformação da paisagem. A esfera da vida pública, é
um conceito muito trabalhado nas áreas da Ciência Social e Filosofia Política (QUEIROGA et al., 2009),
abordando o convívio em público e a cidadania. Baseada em teóricos como Hanna Arendt (1906-1975) e Jurgen
Habermas (1929-), Queiroga et al. (2009) divide a esfera pública em duas instâncias: a primeira, a esfera pública
geral, representada por toda a vida em público, voluntária ou involuntária, desde o simples cotidiano até
manifestações políticas, que conformam a esfera pública política. A primeira simboliza a quantidade, pela sua
banalidade e multiplicidade, servindo de base para a segunda, a ação política, a comunicação e manifestação
entre os cidadãos (QUEIROGA et al., 2009).
1|9
aquele livre de edificação (MAGNOLI, 1982 apud QUEIROGA, 20112), de apropriação e/ou
propriedade pública (ARROYO, 2011; QUEIROGA et al., 2009) - de livre acesso, uso, disfrute e
permanência por parte dos cidadãos (ARROYO, 2011). Para assumir este caráter, deve possuir uma
configuração física (uma imagem), uso social (apropriação, gestão e atividade); e significado cultural
(escala, valorização ética e afetividade). Este elemento tem seu habitat a cidade densamente
construída, e serve como respiro e qualificador do local existente (MAGNOLI, 1996), surgindo como
uma contraposição às construções - é o que faz o cheio existir, a partir da existência do seu oposto, o
vazio.
Em relação ao segundo termo, é possível entende-lo como o conjunto formado pelos espaços livres
públicos da cidade. Configuram-se como um sistema pela soma de todos seus elementos, aliado à
relação entre os mesmos, sua unidade e complementaridade (GOMES; CHIESA, 2006). Sendo assim,
o efeito de seus componentes é potencializado, constituído de uma estrutura dinâmica, em constante
movimento interno e externo, em um processo de inter-relações e conexões. Este combina
primeiramente o suporte físico natural da cidade, para assim somar-se à organização social e o
planejamento urbano - tratando então dos suportes físico (natural e antrópico), social e simbólico
locais.
Sendo apropriado, o espaço passa a transmitir uma mensagem cultural, dando significação simbólica
ao local (MAGNOLI, 1996). A partir da existência de uma paisagem cultural (meio físico) de alta
acessibilidade, a presença e convivência de grupos sociais (meio social), e a significação simbólica
(ambiente semiótico), o espaço se torna um lugar (ZARATE, 2006). Lugar no mesmo sentido de
território, onde um local ganha um significado e um laço afetivo, gerando maior cuidado e atenção
com este e outros espaços livres públicos.
Por fim, ao tratar dos pocket parks, espera-se que estes componham o sistema de espaços livres
públicos como uma nova categoria, podendo formar um subsistema com características específicas.
Este é um elemento extremamente contemporâneo, se comparado com a existência de praças, parques
e ruas; surge na década de 60 – e é por este motivo que não existe uma leitura e teoria sólida sobre o
assunto. Portanto, no presente artigo serão apresentadas visões e aplicações de diversos locais,
variando principalmente entre América e Europa. Conceitos serão comparados e ao final será definida
uma concepção base para o futuro do presente trabalho, passivo de distinção e comparação com outras
questões paisagísticas.
2. OBJETIVO
O objetivo deste artigo é entender e categorizar os pocket parks, tipologia de espaço livre público
contemporânea na dinâmica da urbe. Através da análise de seu estado da arte, pretende-se conceitualos, visto que não há um consenso universal sobre sua configuração e conformação. Espera-se que
estes se insiram na realidade local ao preencher – fisicamente e simbolicamente – os vazios urbanos
esquecidos, recuperando-os à cidade, desenvolvendo o sistema de espaços livres públicos e
apropriação local.
2
MAGNOLI, M. M. E. M. Espaços livres e urbanização: uma introdução a aspectos da paisagem metropolitana.
Tese (Livre-docência) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo. São Paulo, 1982.
2|9
3. JUSTIFICATIVA
Em vista do desenvolvimento da cidade contemporânea, entende-se que esta deve estar sempre em
movimento, adaptando-se à realidade atual, aliado às necessidades e desejos dos seus cidadãos. É por
este motivo que se estuda os pocket parks no presente artigo, ao compreender mais tal fenômeno e
incentivar estas práticas de criação de mais espaços públicos na cidade – de menor escala, porém em
maior quantidade de exemplares - aumentando assim o uso e apropriação do meio urbano. O estudo
busca também solucionar o problema dos vazios urbanos, no qual em sua maioria, tornam parte da
infraestrutura urbana existente ociosa. Para tanto, espera-se que os pocket parks sirvam como uma
possível solução para estas duas questões, aumentando a possibilidade de uso democrático da cidade.
4. MÉTODO EMPREGADO
Afim de obter suporte teórico para conceituar e categorizar os pocket parks, foi necessário criar um
acervo significativo de materializações ao redor do mundo. Porém, nem sempre este espaço, na
configuração imaginada, denomina-se pocket park; ao longo da pesquisa foi possível encontrar outros
termos, como vest-park, mini-park, spugs (small public urban green spaces), etc. Portanto, três
categorias foram criadas, facilitando a comparação e a análise do panorama geral do fenômeno. São
elas: a dimensão física, a social e a simbólica. A primeira trata de aspectos materiais, como a sua
localização, escala e seus elementos – aspectos projetuais e seu contexto. Já os outros dois campos
caminham juntos, analisando a abrangência social e simbólica do projeto, para saber que grupos
frequentarão e se apropriarão do local; o uso que será destinado o pocket park, seja espontâneo quanto
induzido; e por último a apropriação, e que premissas e efeitos elevarão o projeto a um lugar na
cidade.
FIGURA 1: Organograma conceitual.
Fonte: a Autora (2015).
5. RESULTADOS OBTIDOS
Advindo das ideias dos antigos jardins públicos, o pocket park constitui-se basicamente de um espaço
livre público em pequena escala, variando de especificidade de acordo com a cidade ou país de
implantação. Alinhado com a visão de Miranda Magnolli (1996) do artigo “Jardim como um
fragmento de sonho”, os pocket parks servem como oásis urbanos em meio a um tecido denso e
concreto, aliviando a pressão da cidade.
3|9
Encabeçado pela cidade de Nova Iorque, os primeiros pocket parks surgem na década de 60, através
da organização “Park Association of New York”, com destaque para o Paley Park, inaugurado em
1967, projetado pelo arquiteto Robert Zion. Foram chamados de “pocket”, bolso em português, pois
sua definição inicial era: pequeno espaço público em lote vazio, situado em uma quadra densa,
cercado por construções em três das suas dimensões, e totalmente aberto para a rua na restante –
resultando na forma de um bolso (STREETWIKI, 2010).
FIGURA 2: Paley Park, Nova Iorque.
Fonte: Pocket Parks of New York (2014).
Apesar das suas adaptações, as principais características, repetidas em todas concretizações, é o
aproveitamento de um lote ou remanescente urbano abandonado para o usufruto da população, através
da criação de um espaço livre público. Seus usos constituem-se em estar e descanso principalmente,
com outros agregados ou não, dependendo do espaço e contexto. Idealmente é a ocupação paisagística
de um lote inserido em uma quadra densa da malha urbana, constituindo-se como uma “sala de estar
ao ar livre” (SUSTAINABLE CITIES COLLECTIVE, 2013). Outras semelhanças são a parceria
público privada, através de instituições, associações vicinais, empresas – assumindo a
responsabilidade de gestão e manutenção, e por vezes até de projeto e execução; também a questão
econômica entra no panorama, por serem investimentos pequenos, com soluções criativas e às vezes
de caráter temporário (SUSTAINABLE CITIES COLLECTIVE, 2013).
5.1. Dimensão física
O principal padrão dentre todas as características de um pocket park é sua localização. Sua ideia nasce
da ocupação de locais abandonados, sejam lotes vazios ou remanescentes de terras públicas (sobras de
quadra ou de via). É interessante que o novo equipamento seja implantado em quadras densas, com
vista para ruas de grande fluxo de pedestres – conquistando uma demanda de público previamente
consolidada (BLAKE, 2014). Além disso, sua localização pode ser em jardins ou áreas já
considerados um espaço público, porém sem tratamento considerável, ou locais sem nenhuma
expectativa prévia: lotes vazios, antigos estacionamentos, porções de lotes subutilizadas, ou até
espaços públicos remanescentes. Certos teóricos são mais rígidos em relação à localização, devido à
sua denominação, tratando outros casos como “mini-parks”. No entanto, a maioria das
municipalidades trata o pocket park de maneira mais abrangente, considerando um menor número de
bordas edificadas, como também as vias – como é o caso de Nova Iorque, Copenhague e Cidade do
4|9
México.
FIGURA 3: Parque Público de Bolsillo Zócalo Central. Cidade do México.
Fonte: SEDUVI (2013).
A dimensão é outra categorização de grande importância para os pocket parks. Eles sempre serão de
pequena dimensão, sob as vantagens de se aproximarem melhor a escala humana, fragmentando
menos o tecido urbano. Porém, pequena dimensão significa diferentes tamanhos para diferentes
cidades. Enquanto na Cidade do México, um pocket park pode ser de 100 a 400m² (SEDUVI, 2013),
em Los Angeles a dimensão média de um pocket park, no “50 Parks Initiative” pode chegar a 1 acre
(4.000m²); Copenhague também superdimensiona um pocket park, limitando-o a até 5.000m² (DAC,
2014). Nos Estados Unidos de maneira geral, a dimensão é analisada de acordo com o número de
lotes ocupados, preenchendo de 1 a 4 lotes residenciais (KRONKOSKY CHARITABLE
FOUNDATION, 2014).
Seus elementos componentes são o que mais variam de um pocket park para outro – diferenciam-se
de acordo com o contexto local e as necessidades do entorno imediato, distinguindo-se de outros
dentro da mesma cidade. Podem possuir desde um elemento único, até uma gama de elementos que
possibilitam diferentes usos no mesmo lugar. Nova Iorque, o berço dos pocket parks, caracteriza
elementos básicos, que quase sempre se somam a outros adicionais: minimamente, um pocket park
terá a presença de vegetação, equipamentos para sentar, iluminação e sinalização (POCKET PARKS
OF NY, 2011). Dos equipamentos “extras”, destaca-se o elemento da água (presente no Paley Park),
mesas, playgrounds e alimentação (quiosques, foodtrucks, etc) (BLAKE, 2014). Apesar das variações,
os elementos mais importantes são os que fornecem a possibilidade do estar, como as cadeiras, bancos
e até mesas. Já Copenhague coloca a vegetação como foco de projeto, visando criar “gotas verdes” na
cidade. Além disso, salienta a relação do equipamento com algum projeto de arte. Essa questão traz
uma nova perspectiva ao espaço público, aproximando o público da arte, inserindo-a no cenário
urbano contemporâneo. Materializações deste tema encontram-se em diversos locais do mundo, com
destaque para dois projetos: “The Real State” em Bat Yam, Israel; e “Materials and Applications” em
Los Angeles, Estados Unidos.
5|9
Figura 4 e 5: The Real State, Israel; Materials and Applications, E.U.A.
Fonte: Archdaily (2012); Uncube (2014).
5.2. Dimensão social e simbólica
Se por um lado grandes parques e outros novos empreendimentos urbanos trazem consequências para
toda a cidade, carregados de valor econômico e turístico, os pocket parks e outras intervenções de
escala menor servem à comunidade próxima, no seu entorno. Normalmente a abrangência é barrial,
servindo a vizinhança próxima – estudos comprovam que o raio de influência do pocket park seria de
aproximadamente 400m, onde as pessoas demorariam de 5 a 10 minutos para chegarem ao local de
destino (KRONKOSKY CHARITABLE FOUNDATION, 2014; BLAKE, 2014). Jane Jacobs (2000)
afirma que parques de pequeno porte, quando atraentes e acessíveis, alinhavam as vizinhanças ao seu
redor e socializam os moradores próximos.
De acordo com a sua abrangência, cada pocket park deve servir de maneira completa à sua zona de
influência: significa estar alinhado às necessidades pontuais do local, destinando seu espaço para o
uso requerido. O(s) uso(s) devem-se ao contexto local e às decisões projetuais, aliados à sua
apropriação. Normalmente, os mais escolhidos para estes ambientes são os de descanso, estar e
transição – chamados de usos passivos. Também nesta categoria se enquadra a leitura, socialização,
apreciação de arte e natureza, etc. Agregados a eles, podem vir usos mais específicos, como a
recreação nos parques infantis, o exercício físico e refeição (STREETWIKI, 2010). Para estes usos
serem definidos com exatidão e sucesso, a população de destino deve ser consultada e engajada em
todo o processo do pocket park – desde o planejamento até a construção e gestão.
Se por um lado alguns profissionais da área recomendam que o pocket park, apesar da sua pequena
dimensão, acumule o maior número de usos possíveis, atraindo diferentes grupos sociais, outros
dizem exatamente o contrário, que a especificidade atrai mais gente e valorização do público – para
pocket parks mais isolados nas cidades, indica-se que estes usos sejam os mais neutros possíveis,
servindo para mais gente (BLAKE, 2014).
6|9
FIGURA 6 e 7: Chess Park, Glendale, E.U.A; Esto no es um Solar, Zaragoza, Espanha.
Fonte: Rios Clementi Hale Studios (2014); Esto no es un Solar (2014).
Para a apropriação atingir seu potencial máximo, o local deve ser extremamente convidativo e
atraente, fisicamente e simbolicamente (GEHL, 2010). Caso obtenha êxito nesse quesito, o ambiente
se torna um lugar e um catalizador de encontros, seja passivamente, adquirindo a noção do outro,
através da visão, seja ativamente, criando novos laços sociais, novas relações que sem um espaço
público seria quase impossível (NORDH; OSTBY, 2013). Assim, o espaço físico deixa de ser
qualquer lugar e torna-se um recinto urbano (MASCARÓ, 2009), com ambiência física e visual –
trazem uma mensagem de atmosfera calma, de restauração psíquica, de controle e segurança
(NORDH; OSTBY, 2013). Um espaço público bem apropriado proporciona também um sentimento
de segurança, que somente equipamentos não seriam suficientes – ver gente nas ruas e nos seus
espaços públicos tranquiliza as pessoas a saírem de casa em qualquer horário (JACOBS, 2000).
Depois do apanhado de conceitos e aplicações de pocket parks em diversos países, chega-se a um
conceito base para o seguimento da pesquisa. Primeiramente, um pocket park se definirá como um
espaço público criado a partir da ocupação de um vazio esquecido da cidade. Deverá possuir bordas
em dois ou três lados, sejam elas físicas (preferencialmente) ou simbólicas (ARROYO, 2011),
conferindo a característica de recinto. Sua dimensão será menor do que muitos exemplos dados,
assumindo aproximadamente o tamanho de um lote residencial, ou parte dele. Seus equipamentos
podem ser variados, assumindo as características, necessidades e desejos dos usuários em potencial. A
partir deles, os usos também variam, porém, sempre mantendo possibilidades de estar, descanso e
apreciação da natureza e da arte. A vegetação sempre está presente, de acordo com as possibilidades e
recursos disponíveis (impermeabilização, recursos, mobiliário).
Por fim, um pocket park para cumprir sua função social plena, deve manter sua acessibilidade física e
simbólica, convidando toda a população a usufruir do espaço e participar da esfera da vida pública.
Acredita-se que, um bom conjunto de pocket parks, atuando como acupunturas urbanas, pequenas
suturas na cidade, inspira uma melhor qualidade de vida.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, acredita-se que, criando novos espaços públicos de pequena escala, principalmente os pocket
parks, pratica-se a sustentabilidade social, influenciando e inspirando uma melhora na qualidade de
vida das pessoas – alinhado ao conceito de acupuntura urbana de Jaime Lerner (2003).
Conjuntamente, esses espaços melhoram o clima urbano, fornecendo um local de vivencia da esfera
pública e convívio com o verde mais próximos ao local de origem (DAC, 2014).
7|9
Além disso, diversos municípios passam por momentos de reflexão e revisão do seu espaço, além de
sucessivas crises econômicas mundiais, dificultando grandes investimentos nos setores urbanísticos –
sendo assim, o pocket park, uma intervenção feita em pequena escala, adapta-se a esta realidade.
Aliando as novas necessidades da população junto de parcerias com a comunidade local, ações são
pensadas com mais inteligência e criatividade (SUSTAINABLE CITIES COLLECTIVE, 2um 013).
Portanto, entende-se que a idealização de um subsistema de pocket parks, inserido no sistema de
espaços livres públicos da cidade, executado através de um plano urbanístico, potencializa seu efeito e
aumenta sua abrangência e apropriação do meio urbano.
Sendo assim, as políticas públicas voltadas especificamente à construção de pocket parks aparecem
em diversos locais do mundo, em contextos e razões distintas. Normalmente, encontram-se na
solicitação por mais espaços livres públicos, assim como no aproveitamento de locais subutilizados,
que não contribuem à cidade. Cada caso definirá critérios, relacionados ao pocket park, aos locais de
implantação e à inversão econômica do projeto. No entanto, o princípio de todos os exemplos
encontrados é o mesmo: executar intervenções em pequena escala, possibilitando um número maior
de elementos projetados, pensados com criatividade e economia. Pensando de forma holística na
política, o benefício abrange um número maior de pessoas, pois pode ser repetido em diversas
localidades, adaptando-se ao contexto (necessidades e desejos) de cada ponto. Como um plano para a
cidade toda, é possível projetar a partir da noção e consideração da multi e interdisciplinaridade,
possibilitando resultados mais completos e diversos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARROYO, J. Espacio público: entre afirmaciones y desplazamientos. Santa Fe: Universidad Nacional
del Litoral, 2011.
BLAKE, A. Pocket parks – Urban Parks. Washington: University of Washington, 2014. Disponível
em:<http://depts.washington.edu/open2100/pdf/2_OpenSpaceTypes/Open_Space_Types/pocket_park
s.pdf>. Acesso em: 02/09/2014.
BORJA, J.; MUXI, Z. Centros y espacios públicos como oportunidades. Perfiles Latinoamericanos,
Cidade do México, n. 19, p.115-130, dez.2001.
GEHL, J. Cities for people. Washington, DC: Island Press, 2010.
GOMES, C.M.B.; CHIESA, P. Sistema de espaços livres em Curitiba: tradição, posturas e práticas
locais. In: KAHTOUNI, M.M.M; TOMINAGA, Y. (Org.). Discutindo a Paisagem. São Carlos:
RIMA, 2006. p. 143 – 170.
JACOBS, J. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
KRONKOSKY CHARITABLE FOUNDATION. Pocket parks research brief. San Antonio:
Kronkosky
Charitable
Foundation,
2014.
Disponível
em:
<http://www.kronkosky.org/research/Research_Briefs/Pocket%20Parks%20December%202013.pdf>.
Acesso em: 30/08/2014.
LERNER, J. Acupuntura urbana. Rio de Janeiro: Record, 2003.
MAGNOLI, M. M. E. M. O jardim na cidade é um fragmento de sonho. In: Encontro Nacional de
Ensino de Paisagismo em Escolas de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, 2, 1996, São Paulo. Anais do
II ENEPEA. São Paulo: Unimarco Editora, p.13-18.
8|9
MASCARÓ, L. Ambiência Urbana – urban environment. Porto Alegre: Masquatro, 2009.
NORDH, H.; OSTBY, K. Pocket parks for people – a study of park design and use. Urban Forestry
and Urban Greening. Aas, n.12, p.12-17, 2013.
POCKET PARKS OF NY. Pocket parks often mis-labeled, 2011. Disponível
<http://www.pocketparksnyc.com/the-blog/the-first-pocket-park>. Acesso em: 5/09/2014.
em:
QUEIROGA, E. Sistema de espaços livres e esfera pública em metrópoles brasileiras. Resgate,
Campinas,
v.19,
n.21,
jan./jun.-2011.
p.25-35.
Disponível
em:
<
http://www.cmu.unicamp.br/seer/index.php/resgate/article/view/264>. Acesso em: 20/08/2014.
QUEIROGA, E. et al. Os espaços livres e a esfera pública contemporânea no Brasil: por uma
conceituação considerando propriedades (públicas e privadas) e apropriações. In: TÂNGARI, V;
ANDRADE, R.; SCHLEE, M. (Orgs.). Sistema de Espaços Livres: o cotidiano, apropriações e
ausências. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo, Pós-Graduação em Arquitetura, 2009. p.84-99.
ROGERS, R. Foreword. In: GEHL, J. Cities for People. Washington, DC: Island Press, 2010. p IX.
SECRETARIA DE DESARROLLO URBANO Y VIVIENDA (SEDUVI). Lineamientos para el
diseño e implementación de Parques Públicos de Bolsillo. Cidade do México: Gobierno del Distrito
Federal,
2013.
Disponível
em:
<http://www.seduvi.df.gob.mx/portal/docs/Lineamientos_Parques_de_Bolsillo.pdf>. Acesso em:
21/09/2014.
STREET
WIKI.
Pocket
parks,
2010.
<http://streetswiki.wikispaces.com/Pocket+Parks>. Acesso em: 15/09/2014.
Disponível
em:
SUSTAINABLE CITIES COLLECTIVE. Lack of green spaces? Pocket parks are the solution, 2013.
Disponível em: <http://sustainablecitiescollective.com/global-site-plans-grid/133091/lack-greenspaces-pocket-parks-are-solution>. Acesso em: 16/09/2014.
ZARATE, M. Por un urbanismo ambiental alternativo. Polis: Revista de la Facultad de Arquitectura,
Diseño y Urbanismo. Santa Fe, ano 9, n.9, p.30-41, 2006. Disponível em: <
http://philpapers.org/rec/ZRAPUU>. Acesso em: 12/08/2014.
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Paraná pelos
anos de ensinamentos e novas experiencias, assim como o grupo de pesquisa QUAPA-SEL, do núcleo
de Curitiba. E por fim, ao meu orientador Dr. Alessandro Filla Rosaneli, exemplo de profissional e
pesquisador.
9|9
Download

120_b pocket park: um olhar sobre o vazio esquecido