Pocket Park: Um Olhar Sobre O Vazio Esquecido Noah Weishof (1) (1) Estudante do Curso de Arquitetura e Urbanismo, UFPR, Brasil. E-mail: [email protected] Resumo: O presente trabalho busca uma melhor compreensão e pesquisa dos pocket parks. Através de um apanhado geral destes ao redor do mundo, será refletido seu estado da arte, buscando criar uma conceituação única para esta nova categoria de espaço livre público. Inserido na cidade contemporânea densamente construída, pretende-se com sua difusão uma maior apropriação e disfrute do meio urbano, assim como o desenvolvimento do seu sistema de espaços livres públicos, adequando-o às necessidades e desejos da população local. Palavras-chave: pocket park, espaço livre público, cidade contemporânea. Abstract: This work seeks a better understanding and research of pocket parks. Through an overview of these around the world, will be reflected his state of the art, seeking to create a unique concept for this new category of public space. Inserted into the densely built contemporary city, it is intended to spread their greater ownership and enjoy the urban environment, as well as the development of their public open spaces system, adapting it to the needs and desires of local people. Key-words: pocket park, open public space, contemporary city. 1. INTRODUÇÃO A cidade contemporânea, vista como o cenário do encontro (LERNER, 2003), possibilita e potencializa a realização da esfera da vida pública1, a partir da existência de espaços livres públicos de acessibilidade e qualidade (QUEIROGA et al., 2009). Em conjunto a isso encontra-se o estudo da vida da cidade, protagonizado pelo arquiteto dinamarquês Jan Gehl (1936-). Segundo Gehl (2010), a vitalidade do meio urbano é gerada a partir da relação das pessoas com os espaços públicos; quanto mais pessoas nesses espaços, melhor a qualidade da vida do meio urbano. Sendo assim, a cidade pode ser vista como uma solução, quando o espaço público é pensado como seu elemento ordenador, e o desafio de “fazer cidade sobre a cidade” se mantém vivo (BORJA; MUXI, 2001), mantendo-a compacta e conectada com sua natureza ambiental e social (ROGERS, 2010). Adentrando no campo temático de estudo, dois termos tornam-se relevantes na pesquisa, prévios ao foco no estudo do pocket park: espaço livre público e sistema de espaços livres públicos. O primeiro é 1 Em conjunto com os suportes físicos e simbólicos, está o social. Dentro dele, está contemplada a interação social, a relação dos seres humanos, que contribuem na conformação da paisagem. A esfera da vida pública, é um conceito muito trabalhado nas áreas da Ciência Social e Filosofia Política (QUEIROGA et al., 2009), abordando o convívio em público e a cidadania. Baseada em teóricos como Hanna Arendt (1906-1975) e Jurgen Habermas (1929-), Queiroga et al. (2009) divide a esfera pública em duas instâncias: a primeira, a esfera pública geral, representada por toda a vida em público, voluntária ou involuntária, desde o simples cotidiano até manifestações políticas, que conformam a esfera pública política. A primeira simboliza a quantidade, pela sua banalidade e multiplicidade, servindo de base para a segunda, a ação política, a comunicação e manifestação entre os cidadãos (QUEIROGA et al., 2009). 1|9 aquele livre de edificação (MAGNOLI, 1982 apud QUEIROGA, 20112), de apropriação e/ou propriedade pública (ARROYO, 2011; QUEIROGA et al., 2009) - de livre acesso, uso, disfrute e permanência por parte dos cidadãos (ARROYO, 2011). Para assumir este caráter, deve possuir uma configuração física (uma imagem), uso social (apropriação, gestão e atividade); e significado cultural (escala, valorização ética e afetividade). Este elemento tem seu habitat a cidade densamente construída, e serve como respiro e qualificador do local existente (MAGNOLI, 1996), surgindo como uma contraposição às construções - é o que faz o cheio existir, a partir da existência do seu oposto, o vazio. Em relação ao segundo termo, é possível entende-lo como o conjunto formado pelos espaços livres públicos da cidade. Configuram-se como um sistema pela soma de todos seus elementos, aliado à relação entre os mesmos, sua unidade e complementaridade (GOMES; CHIESA, 2006). Sendo assim, o efeito de seus componentes é potencializado, constituído de uma estrutura dinâmica, em constante movimento interno e externo, em um processo de inter-relações e conexões. Este combina primeiramente o suporte físico natural da cidade, para assim somar-se à organização social e o planejamento urbano - tratando então dos suportes físico (natural e antrópico), social e simbólico locais. Sendo apropriado, o espaço passa a transmitir uma mensagem cultural, dando significação simbólica ao local (MAGNOLI, 1996). A partir da existência de uma paisagem cultural (meio físico) de alta acessibilidade, a presença e convivência de grupos sociais (meio social), e a significação simbólica (ambiente semiótico), o espaço se torna um lugar (ZARATE, 2006). Lugar no mesmo sentido de território, onde um local ganha um significado e um laço afetivo, gerando maior cuidado e atenção com este e outros espaços livres públicos. Por fim, ao tratar dos pocket parks, espera-se que estes componham o sistema de espaços livres públicos como uma nova categoria, podendo formar um subsistema com características específicas. Este é um elemento extremamente contemporâneo, se comparado com a existência de praças, parques e ruas; surge na década de 60 – e é por este motivo que não existe uma leitura e teoria sólida sobre o assunto. Portanto, no presente artigo serão apresentadas visões e aplicações de diversos locais, variando principalmente entre América e Europa. Conceitos serão comparados e ao final será definida uma concepção base para o futuro do presente trabalho, passivo de distinção e comparação com outras questões paisagísticas. 2. OBJETIVO O objetivo deste artigo é entender e categorizar os pocket parks, tipologia de espaço livre público contemporânea na dinâmica da urbe. Através da análise de seu estado da arte, pretende-se conceitualos, visto que não há um consenso universal sobre sua configuração e conformação. Espera-se que estes se insiram na realidade local ao preencher – fisicamente e simbolicamente – os vazios urbanos esquecidos, recuperando-os à cidade, desenvolvendo o sistema de espaços livres públicos e apropriação local. 2 MAGNOLI, M. M. E. M. Espaços livres e urbanização: uma introdução a aspectos da paisagem metropolitana. Tese (Livre-docência) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo. São Paulo, 1982. 2|9 3. JUSTIFICATIVA Em vista do desenvolvimento da cidade contemporânea, entende-se que esta deve estar sempre em movimento, adaptando-se à realidade atual, aliado às necessidades e desejos dos seus cidadãos. É por este motivo que se estuda os pocket parks no presente artigo, ao compreender mais tal fenômeno e incentivar estas práticas de criação de mais espaços públicos na cidade – de menor escala, porém em maior quantidade de exemplares - aumentando assim o uso e apropriação do meio urbano. O estudo busca também solucionar o problema dos vazios urbanos, no qual em sua maioria, tornam parte da infraestrutura urbana existente ociosa. Para tanto, espera-se que os pocket parks sirvam como uma possível solução para estas duas questões, aumentando a possibilidade de uso democrático da cidade. 4. MÉTODO EMPREGADO Afim de obter suporte teórico para conceituar e categorizar os pocket parks, foi necessário criar um acervo significativo de materializações ao redor do mundo. Porém, nem sempre este espaço, na configuração imaginada, denomina-se pocket park; ao longo da pesquisa foi possível encontrar outros termos, como vest-park, mini-park, spugs (small public urban green spaces), etc. Portanto, três categorias foram criadas, facilitando a comparação e a análise do panorama geral do fenômeno. São elas: a dimensão física, a social e a simbólica. A primeira trata de aspectos materiais, como a sua localização, escala e seus elementos – aspectos projetuais e seu contexto. Já os outros dois campos caminham juntos, analisando a abrangência social e simbólica do projeto, para saber que grupos frequentarão e se apropriarão do local; o uso que será destinado o pocket park, seja espontâneo quanto induzido; e por último a apropriação, e que premissas e efeitos elevarão o projeto a um lugar na cidade. FIGURA 1: Organograma conceitual. Fonte: a Autora (2015). 5. RESULTADOS OBTIDOS Advindo das ideias dos antigos jardins públicos, o pocket park constitui-se basicamente de um espaço livre público em pequena escala, variando de especificidade de acordo com a cidade ou país de implantação. Alinhado com a visão de Miranda Magnolli (1996) do artigo “Jardim como um fragmento de sonho”, os pocket parks servem como oásis urbanos em meio a um tecido denso e concreto, aliviando a pressão da cidade. 3|9 Encabeçado pela cidade de Nova Iorque, os primeiros pocket parks surgem na década de 60, através da organização “Park Association of New York”, com destaque para o Paley Park, inaugurado em 1967, projetado pelo arquiteto Robert Zion. Foram chamados de “pocket”, bolso em português, pois sua definição inicial era: pequeno espaço público em lote vazio, situado em uma quadra densa, cercado por construções em três das suas dimensões, e totalmente aberto para a rua na restante – resultando na forma de um bolso (STREETWIKI, 2010). FIGURA 2: Paley Park, Nova Iorque. Fonte: Pocket Parks of New York (2014). Apesar das suas adaptações, as principais características, repetidas em todas concretizações, é o aproveitamento de um lote ou remanescente urbano abandonado para o usufruto da população, através da criação de um espaço livre público. Seus usos constituem-se em estar e descanso principalmente, com outros agregados ou não, dependendo do espaço e contexto. Idealmente é a ocupação paisagística de um lote inserido em uma quadra densa da malha urbana, constituindo-se como uma “sala de estar ao ar livre” (SUSTAINABLE CITIES COLLECTIVE, 2013). Outras semelhanças são a parceria público privada, através de instituições, associações vicinais, empresas – assumindo a responsabilidade de gestão e manutenção, e por vezes até de projeto e execução; também a questão econômica entra no panorama, por serem investimentos pequenos, com soluções criativas e às vezes de caráter temporário (SUSTAINABLE CITIES COLLECTIVE, 2013). 5.1. Dimensão física O principal padrão dentre todas as características de um pocket park é sua localização. Sua ideia nasce da ocupação de locais abandonados, sejam lotes vazios ou remanescentes de terras públicas (sobras de quadra ou de via). É interessante que o novo equipamento seja implantado em quadras densas, com vista para ruas de grande fluxo de pedestres – conquistando uma demanda de público previamente consolidada (BLAKE, 2014). Além disso, sua localização pode ser em jardins ou áreas já considerados um espaço público, porém sem tratamento considerável, ou locais sem nenhuma expectativa prévia: lotes vazios, antigos estacionamentos, porções de lotes subutilizadas, ou até espaços públicos remanescentes. Certos teóricos são mais rígidos em relação à localização, devido à sua denominação, tratando outros casos como “mini-parks”. No entanto, a maioria das municipalidades trata o pocket park de maneira mais abrangente, considerando um menor número de bordas edificadas, como também as vias – como é o caso de Nova Iorque, Copenhague e Cidade do 4|9 México. FIGURA 3: Parque Público de Bolsillo Zócalo Central. Cidade do México. Fonte: SEDUVI (2013). A dimensão é outra categorização de grande importância para os pocket parks. Eles sempre serão de pequena dimensão, sob as vantagens de se aproximarem melhor a escala humana, fragmentando menos o tecido urbano. Porém, pequena dimensão significa diferentes tamanhos para diferentes cidades. Enquanto na Cidade do México, um pocket park pode ser de 100 a 400m² (SEDUVI, 2013), em Los Angeles a dimensão média de um pocket park, no “50 Parks Initiative” pode chegar a 1 acre (4.000m²); Copenhague também superdimensiona um pocket park, limitando-o a até 5.000m² (DAC, 2014). Nos Estados Unidos de maneira geral, a dimensão é analisada de acordo com o número de lotes ocupados, preenchendo de 1 a 4 lotes residenciais (KRONKOSKY CHARITABLE FOUNDATION, 2014). Seus elementos componentes são o que mais variam de um pocket park para outro – diferenciam-se de acordo com o contexto local e as necessidades do entorno imediato, distinguindo-se de outros dentro da mesma cidade. Podem possuir desde um elemento único, até uma gama de elementos que possibilitam diferentes usos no mesmo lugar. Nova Iorque, o berço dos pocket parks, caracteriza elementos básicos, que quase sempre se somam a outros adicionais: minimamente, um pocket park terá a presença de vegetação, equipamentos para sentar, iluminação e sinalização (POCKET PARKS OF NY, 2011). Dos equipamentos “extras”, destaca-se o elemento da água (presente no Paley Park), mesas, playgrounds e alimentação (quiosques, foodtrucks, etc) (BLAKE, 2014). Apesar das variações, os elementos mais importantes são os que fornecem a possibilidade do estar, como as cadeiras, bancos e até mesas. Já Copenhague coloca a vegetação como foco de projeto, visando criar “gotas verdes” na cidade. Além disso, salienta a relação do equipamento com algum projeto de arte. Essa questão traz uma nova perspectiva ao espaço público, aproximando o público da arte, inserindo-a no cenário urbano contemporâneo. Materializações deste tema encontram-se em diversos locais do mundo, com destaque para dois projetos: “The Real State” em Bat Yam, Israel; e “Materials and Applications” em Los Angeles, Estados Unidos. 5|9 Figura 4 e 5: The Real State, Israel; Materials and Applications, E.U.A. Fonte: Archdaily (2012); Uncube (2014). 5.2. Dimensão social e simbólica Se por um lado grandes parques e outros novos empreendimentos urbanos trazem consequências para toda a cidade, carregados de valor econômico e turístico, os pocket parks e outras intervenções de escala menor servem à comunidade próxima, no seu entorno. Normalmente a abrangência é barrial, servindo a vizinhança próxima – estudos comprovam que o raio de influência do pocket park seria de aproximadamente 400m, onde as pessoas demorariam de 5 a 10 minutos para chegarem ao local de destino (KRONKOSKY CHARITABLE FOUNDATION, 2014; BLAKE, 2014). Jane Jacobs (2000) afirma que parques de pequeno porte, quando atraentes e acessíveis, alinhavam as vizinhanças ao seu redor e socializam os moradores próximos. De acordo com a sua abrangência, cada pocket park deve servir de maneira completa à sua zona de influência: significa estar alinhado às necessidades pontuais do local, destinando seu espaço para o uso requerido. O(s) uso(s) devem-se ao contexto local e às decisões projetuais, aliados à sua apropriação. Normalmente, os mais escolhidos para estes ambientes são os de descanso, estar e transição – chamados de usos passivos. Também nesta categoria se enquadra a leitura, socialização, apreciação de arte e natureza, etc. Agregados a eles, podem vir usos mais específicos, como a recreação nos parques infantis, o exercício físico e refeição (STREETWIKI, 2010). Para estes usos serem definidos com exatidão e sucesso, a população de destino deve ser consultada e engajada em todo o processo do pocket park – desde o planejamento até a construção e gestão. Se por um lado alguns profissionais da área recomendam que o pocket park, apesar da sua pequena dimensão, acumule o maior número de usos possíveis, atraindo diferentes grupos sociais, outros dizem exatamente o contrário, que a especificidade atrai mais gente e valorização do público – para pocket parks mais isolados nas cidades, indica-se que estes usos sejam os mais neutros possíveis, servindo para mais gente (BLAKE, 2014). 6|9 FIGURA 6 e 7: Chess Park, Glendale, E.U.A; Esto no es um Solar, Zaragoza, Espanha. Fonte: Rios Clementi Hale Studios (2014); Esto no es un Solar (2014). Para a apropriação atingir seu potencial máximo, o local deve ser extremamente convidativo e atraente, fisicamente e simbolicamente (GEHL, 2010). Caso obtenha êxito nesse quesito, o ambiente se torna um lugar e um catalizador de encontros, seja passivamente, adquirindo a noção do outro, através da visão, seja ativamente, criando novos laços sociais, novas relações que sem um espaço público seria quase impossível (NORDH; OSTBY, 2013). Assim, o espaço físico deixa de ser qualquer lugar e torna-se um recinto urbano (MASCARÓ, 2009), com ambiência física e visual – trazem uma mensagem de atmosfera calma, de restauração psíquica, de controle e segurança (NORDH; OSTBY, 2013). Um espaço público bem apropriado proporciona também um sentimento de segurança, que somente equipamentos não seriam suficientes – ver gente nas ruas e nos seus espaços públicos tranquiliza as pessoas a saírem de casa em qualquer horário (JACOBS, 2000). Depois do apanhado de conceitos e aplicações de pocket parks em diversos países, chega-se a um conceito base para o seguimento da pesquisa. Primeiramente, um pocket park se definirá como um espaço público criado a partir da ocupação de um vazio esquecido da cidade. Deverá possuir bordas em dois ou três lados, sejam elas físicas (preferencialmente) ou simbólicas (ARROYO, 2011), conferindo a característica de recinto. Sua dimensão será menor do que muitos exemplos dados, assumindo aproximadamente o tamanho de um lote residencial, ou parte dele. Seus equipamentos podem ser variados, assumindo as características, necessidades e desejos dos usuários em potencial. A partir deles, os usos também variam, porém, sempre mantendo possibilidades de estar, descanso e apreciação da natureza e da arte. A vegetação sempre está presente, de acordo com as possibilidades e recursos disponíveis (impermeabilização, recursos, mobiliário). Por fim, um pocket park para cumprir sua função social plena, deve manter sua acessibilidade física e simbólica, convidando toda a população a usufruir do espaço e participar da esfera da vida pública. Acredita-se que, um bom conjunto de pocket parks, atuando como acupunturas urbanas, pequenas suturas na cidade, inspira uma melhor qualidade de vida. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Por fim, acredita-se que, criando novos espaços públicos de pequena escala, principalmente os pocket parks, pratica-se a sustentabilidade social, influenciando e inspirando uma melhora na qualidade de vida das pessoas – alinhado ao conceito de acupuntura urbana de Jaime Lerner (2003). Conjuntamente, esses espaços melhoram o clima urbano, fornecendo um local de vivencia da esfera pública e convívio com o verde mais próximos ao local de origem (DAC, 2014). 7|9 Além disso, diversos municípios passam por momentos de reflexão e revisão do seu espaço, além de sucessivas crises econômicas mundiais, dificultando grandes investimentos nos setores urbanísticos – sendo assim, o pocket park, uma intervenção feita em pequena escala, adapta-se a esta realidade. Aliando as novas necessidades da população junto de parcerias com a comunidade local, ações são pensadas com mais inteligência e criatividade (SUSTAINABLE CITIES COLLECTIVE, 2um 013). Portanto, entende-se que a idealização de um subsistema de pocket parks, inserido no sistema de espaços livres públicos da cidade, executado através de um plano urbanístico, potencializa seu efeito e aumenta sua abrangência e apropriação do meio urbano. Sendo assim, as políticas públicas voltadas especificamente à construção de pocket parks aparecem em diversos locais do mundo, em contextos e razões distintas. Normalmente, encontram-se na solicitação por mais espaços livres públicos, assim como no aproveitamento de locais subutilizados, que não contribuem à cidade. Cada caso definirá critérios, relacionados ao pocket park, aos locais de implantação e à inversão econômica do projeto. No entanto, o princípio de todos os exemplos encontrados é o mesmo: executar intervenções em pequena escala, possibilitando um número maior de elementos projetados, pensados com criatividade e economia. Pensando de forma holística na política, o benefício abrange um número maior de pessoas, pois pode ser repetido em diversas localidades, adaptando-se ao contexto (necessidades e desejos) de cada ponto. Como um plano para a cidade toda, é possível projetar a partir da noção e consideração da multi e interdisciplinaridade, possibilitando resultados mais completos e diversos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARROYO, J. Espacio público: entre afirmaciones y desplazamientos. Santa Fe: Universidad Nacional del Litoral, 2011. BLAKE, A. Pocket parks – Urban Parks. Washington: University of Washington, 2014. Disponível em:<http://depts.washington.edu/open2100/pdf/2_OpenSpaceTypes/Open_Space_Types/pocket_park s.pdf>. Acesso em: 02/09/2014. BORJA, J.; MUXI, Z. 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