UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DOUTORADO EM ODONTOLOGIA AVALIAÇÃO DA TERAPIA FOTODINÂMICA NA INATIVAÇÃO DA CÂNDIDA: ESTUDO IN VITRO RACHEL DE QUEIROZ FERREIRA RODRIGUES Orientadora: Profa. Dra. Ângela Toshie Araki Co-Orientadora: Profa. Dra. Andrea Sarmento Queiroga Tese apresentada ao Doutorado em Odontologia, da Universidade Cruzeiro do Sul, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Doutora em Odontologia. SÃO PAULO 2014 AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE. FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL R616a Rodrigues, Rachel de Queiroz Ferreira. Avaliação da terapia fotodinâmica na inativação da cândida: estudo in vitro / Rachel de Queiroz Ferreira Rodrigues. -- São Paulo; SP: [s.n], 2014. 69 p. : il. ; 30 cm. Orientadora: Ângela Toshie Araki. Tese (doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Universidade Cruzeiro do Sul. 1. Terapia fotodinâmica - Odontologia 2. Candida 3. Azul de toluidina 4. Antifúngicos 5. Laser. I. Araki, Ângela Toshie. II. Universidade Cruzeiro do Sul. Programa de Pós-Graduação em Odontologia. III. Título. CDU: 615.831:616.314(043.2) UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO AVALIAÇÃO DA TERAPIA FOTODINÂMICA NA INATIVAÇÃO DA CÂNDIDA: ESTUDO IN VITRO RACHEL DE QUEIROZ FERREIRA RODRIGUES Tese de doutorado defendida e aprovada pela Banca Examinadora em 25/11/2014. BANCA EXAMINADORA: Profa. Dra. Ângela Toshie Araki Universidade Cruzeiro do Sul Presidente Prof. Dr. Fábio Valverde Rodrigues Bastos Neto Universidade Cruzeiro do Sul Profa. Dra. Andréa Kanako Yamazaki Arasaki Universidade Cruzeiro do Sul Prof. Dr. Jarbas Eduardo Martins Associação Paulista dos Cirurgiões Dentistas Profa. Dra. Maria Stella Nunes Araujo Moreira Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo DEDICATÓRIA À DEUS minha fonte de vida e sabedoria, pelo Teu imensurável amor, proteção e ajuda, por permitir esta vitória em mais uma etapa de minha vida. Ao meu esposo Rodrigo, pelo incentivo, compreensão e ajuda na organização deste trabalho. Pelo exemplo de profissionalismo e determinação; Por ser pai e mãe nas minhas ausências; Por sempre acreditar em mim e vencermos juntos o que a vida nos oferece! Aos meus pais Jailson e Linalda, que desde de criança me ensinaram a beleza dessa profissão. Pela motivação, não medindo esforços, dando força, coragem, perseverança e muito auxílio durante esses anos. Pela dedicação, apoio e exemplos de vida e profissionalismo. Pelo exemplo de caráter e honestidade que desejo seguir na minha vida, e, principalmente, por todo amor que sempre foi cultivado dentro de nosso lar. Amo vocês! A minha linda filha Rafaela. Poucos momentos deixei de está com você, de ver o seu crescimento intelectual, de não participar de algumas apresentações na escola devido a este trabalho. Filha, o que posso deixar com esse estudo é o meu exemplo de perseverança e conquista. Hoje podemos recuperar esse tempo perdido e posso dizer que TUDO valeu a pena. Mamãe te ama muito! AGRADECIMENTOS ESPECIAIS A minha orientadora Profa. Dra. Ângela Toshie Araki, pela simplicidade, sabedoria, paciência e dedicação. Pelas orientações e ensinos que me tornaram capaz, me mostrando os caminhos que facilitaram a finalização deste trabalho. Tive a felicidade de tê-la como orientadora. Muito Obrigada! A minha co-orientadora Profa. Dra. Andrea Queiroga Sarmento, pela compreensão, pelos ensinamentos compartilhados e pela maneira que me tranquilizou durante a realização deste trabalho. Aos professores Dr. Eduardo Gomes Seabra, Dr. Flávio Roberto Guerra Seabra, Msc. Michelline Cavalcanti Toscano de Brito pelos ensinamentos aprendidos, como também pelas oportunidades a mim proporcionadas. Aos Professores Fábio Bastos e Sueli, por ter aceitado em participar da banca de qualificação e pela contribuição pertinente em suas observações. Aos Professores Petrusc e Patrícia e aos técnicos em laboratório Alexandre, Cenira e Patrícia, pela disponibilidade de horário, auxílio e compreensão durante a execução desse trabalho. À Profa. Dra. Ruthinéia Diógenes pela transmissão de seus ensinamentos, e por introduzir à pesquisa desde da graduação. AGRADECIMENTOS Aos meus irmãos, Samara, Ruth e Felipe que sempre me apoiaram e me ajudaram quando possível. Aos colegas de Doutorado em Odontologia, em especial Paula Vanessa, Renata, Faldryene, Luciana, Clarisse, Camila, Manuela e Tássia pelo convivência e pelos bons momentos que passamos juntas. Aos Professores do programa de pós graduação em Odontologia por todos os ensinamentos transmitidos que contribuiram para minha vida acadêmica. À UFCG em especial a Rodrigo Alves, Gymena e Julierme, pela compreensão de minhas ausências neste período. Aos funcionários da UNICSUL pelo auxílio e colaboração. Aos alunos da UFCG, Taynan Escarião, Brisa Garcia, Lucélia, Francisco Thaynan, Karoline, Talita, Jéssica, Bruna Honório, Nelmara, Rafael e Alzira pela colaboração no experimento, sem vocês esse trabalho não poderia ser concretizado. Ao amigo João Nilton Lopes de Souza, que juntos trabalhamos durante os testes experimentais dessa pesquisa, por enfrentarmos os mesmos obstáculos e conseguirmos juntos a conclusão de mais uma etapa. Como foi bom compartilharmos essa experiência e podermos perpetuar esta na graduação. Muito obrigada! “A glória de Deus está nas coisas encobertas; mas a honra dos reis, está em descobri-las”. Provérbios 25:2 RODRIGUES, R. Q. F. Avaliação da terapia fotodinâmica na inativação da cândida: estudo in vitro. 2014. 69 f. Tese (Doutorado em Odontologia)–Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, 2014. RESUMO Novas alternativas estão surgindo devido ao uso indiscriminado de antifúngicos que vêm acarretando resistência a Candida. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da Terapia Fotodinâmica utilizando o azul de toluidina (AT) na inativação de espécies do gênero Candida. Foram avaliados quatro grupos: PDT, AT, Laser e Solução Salina (SS). Para os grupos AT e PDT avaliamos quatro tempos de pré-irradiação (1, 5, 10 e 20 minutos) e quatro tipos de concentrações do fotossensibilizador (FS) (37,5 µg/ml; 75 µg/ml; 150 µg/ml e 300 µg/ml). Para o grupo PDT, alíquotas de 100µl da suspensão do fungo (106 UFC/ml) foram transferidas para um poço de uma placa de microdiluição, em seguida, foi acrescentado o mesmo volume de AT em uma das concentrações testadas. Após os tempos de incubação, as placas foram irradiadas com um diodo laser (660nm; 100mW; 426 J/cm2) por 128 segundos. No grupo Azul de Toluidina, foi utilizado o mesmo protocolo sem a exposição da luz laser. O grupo Laser seguiu o protocolo substituindo o FS por SS, enquanto que no grupo Solução Salina não foi utilizado nem o FS e nem o Laser. Foram realizadas diluições seriadas de 1:3 a partir das amostras contidas nos poços das placas e plaqueadas. Após 48 horas de incubação a 37oC, as placas de Petri foram submetidas à contagem de unidades formadoras de colônias. Os Resultados mostraram que com exceção do tempo de incubação de 1 minuto para todas as concentrações, como também no tempo de 5 minutos para concentração de 37,5 µg/ml não observamos diferenças significativas entre os grupos por concentração e tempo de incubação. Nas demais combinações de concentração e tempo de incubação foram verificadas diferenças significativas entre os grupos. A PDT utilizando o AT como FS promoveu inativação de espécies do gênero Candida albicans. Palavras-chave: Terapia fotodinâmica, Laser, Azul de toluidina, Candida sp. RODRIGUES, R. F. Q. Photodynamic therapy evaluation in the inactivation of candida: in vitro study. 2014. 69 f. Tese (Doutorado em Odontologia)–Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, 2014. ABSTRACT New alternatives are emerging due to the indiscriminate use of antifungal agents that are causing resistance to Candida. This study aimed to evaluate the effect of PDT using toluidine blue (TB) in the inactivation of Candida species. Four groups were evaluated: PDT, TB, Laser and Saline Solution (SS). For the TB and PDT groups we evaluated four pre-irradiation times (1, 5, 10 and 20 minutes) and four kinds of concentrations of the photosensitizer (PS) (37,5 µg/ml; 75 µg/ml; 150 µg/ml e 300 µg/ml). For the PDT group, aliquots of 100µl of the fungal suspension (106 CFU / ml) weretransferred to a well of a microdilution plate, then, the same volume of TB was added in one of the tested concentrations. After the incubation time, the plates were irradiated with a diode laser (wavelength 660nm, power of 100mW and a dose of 426 J / cm2) for 128 seconds. In the Toluidine Blue group, the same protocol without the exposure of laser light was used. Laser group followed the protocol by substituting PS for SS, while the Saline Solution group was not used PS nor Laser. 1:3 serial dilutions were made from the samples contained in the wells of the plates and plated. After 48 hours incubation at 37 ° C, the Petri Plates were subjected to counting of colony forming units. Results showed that, with except for the incubation time of 1 minute for all concentrations, as well in the time of 5 minutes to concentration of 37.5 µg / mL, no significant difference between groups by concentration and incubation time were observed. In other concentration combinations and incubation time significant differences between groups were observed. We conclude that PDT using the TB as PS promoted inactivation of species of the genus Candida albicans. Keywords: Photodynamic therapy, Laser, Toluidine blue, Candida sp. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 Cepa de Candida albicans utilizada no experimento. ....................... 41 Figura 2 Preparo do meio de cultura ................................................................. 42 Figura 3 Capela de fluxo laminar com a luz UV ligada (germicida) ................ 42 Figura 4 O fotossensibilizador (AT) em pó e suas concentrações utilizadas 43 Figura 5 Período de incubação com ausência de luz ...................................... 44 Figura 6 Laser semicondutor portátil utilizado no estudo .............................. 44 Figura 7 Área do feixe de laser de 3 mm2, a qual coincide com a área da abertura de cada poço. ....................................................................... 45 Figura 8 Preparo do inóculo............................................................................... 46 Figura 9 Controle do meio de cultura ................................................................ 47 Figura 10 Grupo PDT ............................................................................................ 48 Figura 11 Grupo AT ............................................................................................... 49 Figura 12 Grupo Laser .......................................................................................... 50 Figura 13 Grupo SS ............................................................................................... 51 Figura 14 Esquema das diluições direta e seriadas em duplicatas. ................. 52 Figura 15 Contagem de Colônias......................................................................... 53 Tabela 1 Comparação da média e desvio padrão do log10 do número de unidades formadoras de colônias (UFC/ml) para os grupos controles nos diferentes tempos de incubação ................................ 55 Tabela 2 Avaliação do efeito citotóxico das concentrações (37,5; 75; 150 e 300µg/mL) de azul de toluidina, na ausência de luz, com tempos de incubação de 1, 5, 10 e 20 min. ........................................................... 56 Tabela 3 Comparação da média e desvio padrão do log10UFC/mL entre os grupos AT e PDT AT segundo as concentrações de AT e tempos de incubação.............................................................................................. 57 Quadro 1 Comparação da média do log10UFC/mL entre os grupos PDT AM e grupos controles .................................................................................. 58 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida AM Azul de Metileno AT Azul de Toluidina ASD Agar Sabourad Dextrose CCT Coleção de Culturas Tropical CL Clorofila Líquida CLX Clorexidina CUR Curcumina FIP Faculdades Integradas de Patos FR Fluconazol Resistente FS Fotossensibilizador L Laser LED Light Emitting Diode MEV Microscópico Eletrônico de Varredura MIN Minutos NAM Novo Azul de Metileno PACT Quimioterapia fotodinâmica como terapia antimicrobiana PB Paraíba PDI Inativação Fotodinâmica RD Resistência Respiratória SS Solução Salina SPSS Statistical Package for the Social Sciences PDT Terapia Fotodinâmica UFC Unidade Formadora de Colônia UV Ultravioleta LISTA DE SÍMBOLOS µg Micrograma ml Mililitros He-Ne Helio-Neônio µl Microlitro O2 Oxigênio °C graus celcius cm centímetro. pH potencial hidrogeniônico mm Milímetro GaAlAs Arseneto de gálio e alumínio InGaAlP Fosfeto de Índio- Gálio- Alumínio λ Lambda nm Nanômetro mW mm 2 Miliwatts milímetro quadrado Log Logarítmo J Joule % Porcentagem NaCl Cloreto de sódio SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 14 2 REVISÃO DE LITERATURA........................................................................ 16 2.1 Terapia Fotodinâmica................................................................................. 16 2.1.1 Histórico ...................................................................................................... 16 2.1.2 Mecanismo de ação .................................................................................... 17 2.1.3 Fotossensibilizadores ................................................................................ 18 2.1.4 Fontes de luz ............................................................................................... 20 2.1.5 Inativação da Cândida pela PDT................................................................ 21 3 OBJETIVOS ................................................................................................. 40 3.1 Objetivo geral .............................................................................................. 40 3.2 Objetivos específicos ................................................................................. 40 4 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................. 41 4.1 Tipo e local do estudo ................................................................................ 41 4.2 Instrumentos ............................................................................................... 41 4.2.1 Microrganismo e meio de cultura.............................................................. 41 4.2.2 Preparação do fotossensibilizador (FS) e tempo de incubação. ............ 43 4.2.3 Fonte de irradiação para a terapia fotodinâmica (TFD) ........................... 44 4.2.4 Preparo do inóculo de Candida albicans ................................................. 45 4.3 Condições Experimentais .......................................................................... 46 4.3.1 Grupo Terapia fotodinâmica / PDT (Grupo FS+L+) .................................. 47 4.3.2 Grupo Azul de Toluidina/ AT (Grupo FS+L-) ............................................ 48 4.3.3 Grupo Laser / L (Grupo FS-L+) .................................................................. 49 4.3.4 Grupo solução salina/ SS (FS-L-) .............................................................. 50 4.3.5 Avaliação da viabilidade das células de Candida albicans .................... 51 4.3.6 Técnica de Contagem das Unidades Formadoras de Colônias/ml ........ 53 4.3.7 Análise estatística ...................................................................................... 54 5 RESULTADOS ............................................................................................. 55 6 DISCUSSÃ ÃO ................................................................................................ 59 7 CONCLUSÕES ............................................................................................ 62 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 63 ANEXOS ................................................................................................................... 69 Anexo A Certificado da Cultura utilizada no experimento................................... 69 14 1 INTRODUÇÃO A cavidade oral é amplamente colonizada por uma variedade relativamente complexa e altamente inter-relacionada de microrganismos, incluindo espécies bacterianas aeróbicas e anaeróbicas, Gram positivas e Gram negativas (AVILA; OJCIUS; YILMAS, 2009), além da presença de alguns fungos, como espécies de Candida (LEUNG et al., 2000). As espécies de Candida fazem parte da microbiota comensal da cavidade oral da maioria dos indivíduos saudáveis. Entretanto, na presença de fatores predisponentes podem se tornar patogênicas, produzindo infecções que vão desde lesões mucosas superficiais até disseminações sistêmicas graves e invasivas (DE REPENTIGNY et al., 2000, LEUNG et al., 2000). A infecção da cavidade oral por Candida spp. denominada de candidose é uma infecção significante em pacientes submetidos à terapia antineoplásica (quimioterapia e radioterapia) bem como em pacientes imunocomprometidos em decorrência de infecção pelo vírus HIV (CORMICK, et al., 2009). É considerada uma das infecções oportunistas mais comumente observadas em pacientes portadores de AIDS e, quando não corretamente tratada e prevenida, pode contribuir consideravelmente para a mortalidade desses pacientes (SARAMANAYAKE, 2006; THULER et al., 1998). O aumento de casos de infecções causadas por cepas de Candida e consequentemente a utilização excessiva de antimicrobianos, favoreceu nas últimas décadas a resistência dessas leveduras aos agentes antifúngicos convencionais (PINTO; WEIKERT-OLIVEIRA; LYON, 2008). Esses agentes antifúngicos demonstram efeito mais fungistático do que fungicida, resultando em uma profilaxia inadequada (DONNELLY; MCCARRON; TUNNEY, 2007). Cuidados devem ser tomados quanto aos possíveis efeitos colaterais, frente à administração de medicações sistêmicas dos antifúngicos. Dentre esses efeitos destacam-se a irritação local, distúrbios gastrintestinais, náuseas, vômito, diarreia, anorexia, cefaleia, dor epigástrica, sangramento gengival, parestesia, 15 trombocitopenia e risco de produzir anormalidades hepáticas, sendo necessário pesquisar alguma forma de tratamento coadjuvante (YAGIELA, 2000). Frente às limitações da terapia antifúngica convencional, torna-se importante o estudo de terapias alternativas para tratar as infecções causadas por estes microrganismos como a terapia fotodinâmica (TFD). Esta técnica foi originalmente desenvolvida para o tratamento de lesões cancerígenas e vem sendo aplicada com sucesso na área da Oncologia, promovendo danos irreversíveis nas células do tecido neoplásico (MACHADO, 2000). Acredita-se que a terapia fotodinâmica apresenta algumas vantagens em relação à terapia antifúngica tradicional, como o fato de que a morte celular pode ser mais veloz, não sendo necessária a manutenção do agente químico em altas concentrações sobre as lesões por um período de tempo maior, como ocorre com os agentes antifúngicos e antimicrobianos. Além disso, a morte celular mediada pela liberação de radicais livres torna improvável o desenvolvimento da resistência pelos microrganismos. Desta forma, este estudo tem como objetivo avaliar os efeitos da terapia fotodinâmica em Candida albicans, variando o tempo de incubação e a concentração do azul de toluidina. 16 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Terapia Fotodinâmica 2.1.1 Histórico A partir da década de 90 que a terapia fotodinâmica começou a ser testada em bactérias orais, apresentando resultados significativos na redução bacteriana, utilizando o laser de He-Ne (Hélio-Neônio), l=632,8 nm e 7,3mW de potência, associada aos fotossensibilizadores azul de toluidina, azul de metileno, ftalocianina e hematoporfirinas, em bactérias das espécies Streptococcus sanguis, A. actinomycetemcomitans, Fusobacterium nucleatum e Porphyromonas gingivalis, retiradas do biofilme subgengival de pacientes com periodontite crônica (WILSON; DOBSON; SARKAR, 1993). A terapia fotodinâmica utiliza luz ativando um agente fotossensibilizador na presença de oxigênio, que resultará a formação de espécies de oxigênio e radicais livres, os quais causarão danos e morte celular. Apesar de ser uma terapia relativamente nova, data-se de 4000 anos atrás, em antigas civilizações, como a egípcia, indiana, grega, o hábito de ingerir plantas ou extratos associando com a luz solar para tratar doenças dermatológicas (SIMPLICIO; MAIONCHI; HIOKA, 2002). Em 1903, Von Tappeiner e Albert Jesionek utilizaram a aplicação tópica do corante eosina em exposição à luz para tratamento de câncer cutâneo, determinando, em 1907, este fenômeno como ação fotodinâmica, englobando todas as reações fotobiológicas que envolvesse um fotossensibilizador ocorrendo na presença de oxigênio molecular e levando à destruição de tecidos (FREEDBERG; EISEN; WOLFF 2003). Foi relatado, em 1900, a primeira demonstração de fotossensibilização letal de células por Raab, ao verificar que, no escuro, as baixas concentrações de acridina não causavam efeito algum ao Paramecium; porém, sob exposição à luz normal do dia, poderia inativar os microrganismos (ALFENAS, et al. 2011). 17 2.1.2 Mecanismo de ação A terapia fotodinâmica é baseada na administração tópica de agente fotossensibilizador não tóxico, o qual é submetido à irradiação com luz visível de comprimento de onda adequado. O agente fotossensibilizador ativado reage com as moléculas de oxigênio presentes nas células, por transferência de elétrons ou hidrogênio, produzindo radicais livres, ou por transferência de energia ao oxigênio, que leva à produção de oxigênio singleto, induzindo a morte celular. Pode ocorrer, durante as reações, apoptose ou necrose celular, sendo o primeiro o de maior ocorrência. O corante pode estar localizado na mitocôndria, onde irá acontecer a apoptose; ou o corante pode estar localizado nos lisossomos e na membrana celular, onde irá ocorrer a necrose celular (LAMBRECHTS; AALDERS; MARLE, 2005). A necessidade de tratamentos alternativos aos convencionais, os quais apresentavam alta taxa de resistência das doenças infecciosas, induziu a evolução dos estudos que buscavam alternativas terapêuticas para a inativação de microrganismos patogênicos. A terapia fotodinâmica surge apresentando vantagens para o tratamento de infecções originadas por microrganismos, como amplo espectro de ação, inativação dos microrganismos resistentes e baixo potencial mutagênico nas células expostas, sendo capaz de promover atividades citotóxicas contra bactérias, fungos e protozoários; danifica as membranas plasmáticas e as organelas celulares, alterando a permeabilidade e função de transporte entre os meios intra e extracelular, além de inibir enzimas mitocondriais (JORI et al., 2006). A reação do fotossensibilizador no estado excitado com o meio pode ocorrer de duas formas, os mecanismos do tipos I e II. O mecanismo do tipo I envolve a transferência de elétrons ou captação de átomos de hidrogênio entre o fotossensibilizador em seu estado excitado (tripleto) e moléculas de substrato, formando os radicais livres, que vão reagir com o oxigênio, resultando em espécies de oxigênio altamente reativas, como superóxido, radicais hidroxila e peróxido de hidrogênio. Os fotossensibilizadores associados a uma fonte de luz com comprimento de onda compatível para o seu pico de absorção são excitados, promovendo a produção das espécies reativas de oxigênio. As subsequentes reações nos tecidos resultam em inativação das células-alvo através de reações de 18 óxido-redução com lipídeos da membrana celular, ácidos nucléicos e proteínas (KONOPKA; GOSLINSKI 2007). O mecanismo do tipo II, o qual é o principal responsável pelo dano fotooxidativo à célula microbiana, é baseado na produção de um estado eletronicamente excitado e altamente reativo de oxigênio, o oxigênio singleto. O fotossensibilizador, no estado tripleto, transfere energia para a molécula de oxigênio em seu estado fundamental (tripleto), acarretando a produção da espécie altamente reativa de oxigênio, o oxigênio singleto. Esse oxigênio singleto reage com os componentes celulares, pois os compostos orgânicos insaturados são suscetíveis à ação de O2. Por ter sua meia-vida curta, o oxigênio singleto possui uma limitada difusão, tendo os locais das lesões celulares da terapia relacionados com o local da aplicação do corante fotossensibilizador, ou seja, há uma resposta localizada, sendo ideal para infecções localizadas (TAKASAKI et al., 2009). 2.1.3 Fotossensibilizadores A maioria das células não possui componentes fotossensíveis, é necessária a aplicação de um fotossensibilizador para atrair luz e iniciar a formação de radicais livres. Os agentes fotossensibilizadores devem ter picos de absorção muito próximos ao comprimento de onda de luz laser a ser utilizada no tratamento e não podem apresentar riscos ou danos tóxicos ao paciente (DÖRTBUDAK, et al., 2001). Foi amplamente observado que a Candida albicans, assim como outras leveduras, é ligeiramente mais difícil de matar pela terapia fotodinâmica que células bacterianas gram-positivas, necessitando, assim, de doses maiores de corante fotossensibilizador (ZEINA, et al., 2002). Apesar de necessitar de uma dose maior de fotossensibilizador, foi demonstrado que não ocorre número considerável de morte celular humana, além de não causar efeitos genotóxicos e mutagênicos detectáveis (ZEINA; GREENMAN; CORRY; PURCELL, 2003). A dificuldade de eliminar totalmente a Candida albicans pode ser explicada pela presença de uma membrana nuclear nas leveduras, além de um maior tamanho 19 da célula e menor número de alvos para o oxigênio singleto por unidade de volume da célula (DEMIDOVA; HAMBLIN, 2005a). Existem vários agentes fotossensibilizadores utilizados, podendo citar os fenotiazínicos, rosa bengala, cristal violeta, ftalocianina, tionina, protoporfirina. O azul de toluidina e o azul de metileno, pertencentes ao grupo fenotiazínicos, são os fotossensibilizantes mais utilizados em pesquisas na área odontológica. Apesar destes pertencerem ao mesmo grupo e possuírem estrutura química e propriedades físico-químicas semelhantes, as eficiências destas substâncias fotossensibilizadoras variam entre diferentes microrganismos (DEMIDOVA; HAMBLIN, 2005b). O sítio de ação primário em bactérias gram-negativas é a membrana externa, porém em bactérias gram-positivas e fungos, este sítio é a membrana plasmática. O fotossensibilizador conduz reações que envolvem a modificação de lipídios e/ou polissacarídeos, além de inativar proteínas e enzimas essenciais, presentes na membrana plasmática, provocando a morte celular (HARRIS; CHAPDTIELD; PHOENIX, 2005). O sucesso da terapia fotodinâmica depende de fatores relevantes do corante, como a concentração, a qual varia de um material para outro, por haver uma variação das características químicas de cada composto e da toxicidade. Além da concentração do corante, pode mencionar, como fator relevante, a interação do fotossensibilizador com o alvo, em que se espera que o corante se una ao microrganismo, ou ultrapasse a membrana citoplasmática. Para que isto seja possível, é fundamental que haja um espaço de tempo entre a aplicação do fotossensibilizador no alvo e a ativação pela fonte de luz escolhida, geralmente, variando de um a dez minutos (RIBEIRO et al., 2005). O azul de metileno tem se destacado por absorver na região de luz vermelha e produzir oxigênio singleto, possuir um máximo de absorção na região de 600 a 660nm, além de exibir um bom valor de atividade fotodinâmica e de ser compatível com o uso de LED; além disso, tem sido utilizado em pesquisas com ação antifúngica e antibacteriana (PELOI, 2007). 20 Os fotossensibilizadores da família dos fenotiazínicos se destacam na área odontológica pelo comprimento de onda necessário para ativá-los (620-700nm), dando-lhes um maior poder de penetração (ALMEIDA et al.,2008). O azul de toluidina tem sido muito usado, há vários anos, por ser eficiente na produção de oxigênio singleto sob o comprimento de onda máximo de absorção de 630nm, além de se classificar como eficiente na inativação de leveduras, bactérias gram-positivas e gram-negativas com a irradiação do laser (DONELLY; MCCARRON; TUNNEY, 2008). Dentre as propriedades desejadas para a escolha de um fotossensibilizador, pode-se citar: pureza química, intervalo pequeno entre a administração da droga e o acúmulo máximo no local aplicado, ativação por comprimentos de onda com ótima penetração no tecido, além de uma formulação simples e e baixa toxicidade no escuro (ISSA; MANELA-AZULAY, 2010). 2.1.4 Fontes de luz Apesar de, convencionalmente, os lasers de baixa potência ser utilizados como fonte de irradiação na terapia fotodinâmica, o uso de Diodo Emissor de Luz (Light Emitting Diode – LED) tem se fortalecido. O LED é considerado uma fonte de luz contínua de alta eficiência, baseado nas propriedades de um semicondutor dopado com duas impurezas diferentes, formando um diodo. Possui propriedades que resultam em bandas de emissão mais largas, beneficiando a agregação com o fotossensibilizador e a absorção de energia luminosa. Além disso, apresenta vantagens como: portáteis, fácil manejo e um menor custo (GENOVESE, 2000). Considera-se como uma fonte de luz ideal aquela que, por um baixo custo, fornece uma maior quantidade de luz possível no máximo de absorção do fotossensibilizador, sem causar efeitos térmicos significativos (MACHADO et al., 2000). Devem-se considerar as bandas de absorção dos fotossensibilizadores e a profundidade de penetração da luz nos tecidos biológicos na escolha da região do espectro eletromagnético de emissão da fonte de luz (NOWIS et al., 2005). 21 O laser pode ser classificado em duas categorias, baseando-se no nível de excitabilidade que possivelmente causará no tecido alvo biológico. Na primeira categoria, denominada de alta intensidade, a energia depositada no tecido é amplo, a ponto de romper as ligações químicas dessas moléculas ou remover elétrons, rompendo ou modificando de forma permanente o tecido alvo, através de corte, coagulação e ablação. Na segunda categoria, denominada de baixa intensidade, ocorre uma menor excitabilidade, ocorrendo bioestimulação ou bioinibição das reações químicas e fisiológicas naturais do tecido, regulando as funções fisiológicas celulares. Os lasers de baixa intensidade apresentam um efeito analgésico, antiinflamatório e biomodulador (LIZARELLI, 2005). O Laser, geralmente, possui um comprimento de onda correspondente ao pico de absorção do fotossensibilizante, com capacidade de emissão de luz monocromática de alta fluência, associada à precisão do foco. Além disso, pode ser aplicada em regiões de difícil acesso, por meio de fibras ópticas (DOVIGO, 2007). O Laser, forma de radiação não ionizante, altamente concentrada, com efeitos térmicos e fotoquímicos nos diferentes tecidos, tem sido eleito como fonte de luz por não ser invasiva e ser bem tolerada pelos tecidos, além de permitir um melhor controle de energia específica em estudos experimentais e apresentarem maior definição na penetração em tecidos biológicos (CARVALHO, 2012). 2.1.5 Inativação da Cândida pela PDT Em 1999, Jackson et al. avaliaram o efeito antimicrobiano da terapia fotodinâmica contra Candida albicans, utilizando o laser de baixa potência (HeNe), com energia de 35 mW e comprimento de onda de 632,8 nm, e azul de toluidina como fotossensibilizador. As variáveis estudadas foram a concentração do azul de toluidina, a dose de luz laser e o tempo pré-irradiação. Os resultados deste estudo demonstraram que ambas as formas de C. albicans, levedura e hifas, bem como cepas resistentes aos antifúngicos azólicos, podem ser sensibilizadas com baixas doses de luz laser, sendo 42 J dose mais eficaz, quando associadas a azul de toluidina em curto período de tempo (2-5 min). 22 Teichert et al. (2002) definiram que no tratamento de candidíase com a PDT, utilizando AM como FS, apresenta algumas vantagens em ralação à terapia medicamentosa tradicional, pois apresenta mecanismos de ação, nas células, diferentes das drogas antifúngicas, atenuando os casos de desenvolvimento de resistência ao medicamento, e pode ser uma alternativa terapêutica eficaz contra cepas já resistente de C. albicans. Além disso, nos pacientes HIV positivo, que recebem uma infinidade de prescrição de medicamentos, os profissionais devem sempre estar em alerta a possíveis interações entre medicamentos. Nestes casos, a PDT é modalidade de tratamento antifúngica segura, já que o FS é aplicado topicamente, fazendo com que a probabilidade de interações com outros medicamentos seja pequena. Strakhovskaya et al. (2002) pesquisaram novos métodos de controle de microrganismos patogênicos utilizando PDT. Os autores experimentaram a inativação de Candida albicans fotossensibilizada por corantes khlorin; estudadas as características específicas desse efeito; e compararam a fotossensibilidade relativa do estirpe de referência de C. albilatas, com algumas outras amostras desta espécie recém-isoladas de material clínico e leveduras não patogênicas dos resultados gênero Candida. Os resultados deste trabalho mostraram que uma série de características específicas de inativação da cepa Candida albicans ATCC 24433 fotossensível por corantes khlorin (dependência do efeito sobre a duração da préincubação com corantes, curvas de concentração e eficiência relativa das concentrações equimolares de fotossensibilizantes) foram semelhantes para as características específicas de fotossensibilização inativação de C. guilliermondii. Em outras palavras, as estirpes não patogênicas do gênero Candida podem ser utilizadas para avaliação laboratorial preliminar da eficiência de novos fotossensibilizadores. Os achados sugeriram que a PDT é um método suficiente e seletivo para inativar patógenos de superfície de origem microbiana e de fungos sem causar danos aos tecidos subjacentes. Bliss et al. (2004) pesquisaram a terapia fotodinâmica (PDT) e definiram que a mesma é um processo em que as células são tratadas com um agente que torna susceptíveis à morte por exposição à luz. Estes agentes, denominados fotossensibilizadores, são geralmente compostos macrocíclicos que exibem mínimas ou nenhuma toxicidade inerente mas resultam na geração de espécies de oxigênio 23 reativas citotóxicos quando ocorre excitação com luz de comprimento de onda adequado. Os autores usaram como FS o photofrin em PDT, verificando redução semelhante da atividade metabólica de Candida albicans e Candida krusei. No entanto, a Candida glabrata mostrou resistência a este tipo de terapia. Demidova e Hamblin (2005a) testaram o efeito da PDT na fotoinativação de cepas de Escherichia coli, S. aureus e Candida albicans em suspensões celulares com diferentes concentrações celulares. Os fotossensibilizadores testados foram o rosa bengala, azul de toluidina e conjugado de poli-lisina associados a uma fonte de luz não coerente. As suspensões celulares foram incubadas com os FSs em concentrações variadas durante 20 minutos. Após o período de incubação, alíquotas de 200µl das suspensões foram transferidas para uma placa de 96 poços e iluminadas com doses de luz que variaram entre 0 e 200J/cm2. Os comprimentos de onda (ʎ) utilizados foram 552nm para as amostras impregnadas com o rosa bengala, 620nm para as amostras tratadas com o azul de toluidina e 400nm para as amostras tratadas com o conjugado de poli-lisina. Após a irradiação foram obtidas diluições seriadas de cada amostra que foram plaqueadas e mantidas a 37°C por 48 horas para a obtenção do número de ufc/ml. Os resultados demonstraram que quanto maior a concentração celular da suspensão, uma maior concentração do FS é necessária. O FS mais eficiente na fotossensibilização das espécies testadas foi o conjugado de poli-lisina. Candida albicans foi a espécie mais resistente aos efeitos da PDT. Os autores concluíram que, por possuir um tamanho 10 a 50 vezes maior que a célula bacteriana, a célula fúngica necessita de uma maior quantidade de oxigênio singleto para sua inativação e que a membrana nuclear das células fúngicas podem atuar como uma barreira adicional para a penetração do FS. Lambrechts, Aalders, Van Marle (2005), usaram a porfirina como um fotossensibilizador que, em combinação com luz pode inativar bactérias, fungos e vírus. Para a melhor eficácia da PDT de fungos clinicamente relevantes, como a Candida albicans, buscaram compreender o mecanismo de funcionamento, seguindo a resposta da Candida albicans exposta a PDT usando microscopia confocal de fluorescência e microscopia eletrônica de congelar-fratura. Concluíram que Candida albicans pode ser desativada com sucesso pelo FS, a membrana citoplasmática é a organela alvo. 24 Souza et al. 2006 estudaram os efeitos da radiação laser (685 nm) associados a FS sobre a viabilidade de diferentes espécies do gênero Candida. Suspensões de Candida albicans, Candida dubliniensis, Candida tropicalis e Candida krusei, contendo 106 células viáveis por mililitro foram obtidas de cada uma das espécies. Dez amostras da suspensão de células foram irradiadas com laser de díodo (685 nm) com 28 J/cm2 na presença de AM (0,1 mg/ml), 10 amostras foram tratadas apenas com AM, 10 amostras foram irradiadas com o laser, na ausência do corante. De cada amostra, uma série de diluições de 10-2 e 10-3 foram obtidas e alíquotas de 0,1 ml de cada diluição foram plaqueadas em duplicata em ASD. Após incubação a 37oC durante 48h, o número de unidades formadoras de colônias (UFC/ml) foi obtido. A radiação laser na presença de azul de metileno, reduziu o número de UFC/mL em 88,6% de C. albicans, de 84,8% para C. dubliniensis , 91,6 % para C. krusei e de 82,3% de C. tropicalis. Concluíram que a PDT apresentou efeito fungicida em todas as espécies de Candida estudadas. Munin et al. (2007) estudaram o efeito da quimioterapia fotodinâmica antimicrobiana (PACT), como um potencial tratamento antimicrobiano sobre a formação do tubo germinativo por Candida albicans. Formação do tubo do germe foi induzida por soro de cabra após diferentes tratamentos com azul de metileno (AM) e laser (683nm). Os resultados demonstraram que a PDT usando AM, inibe o crescimento e a formação do tubo germinativo de Candida albicans. Cadastro et al. (2008) estudaram a queilite angular tendo como agente etiológico o fungo Candida geralmente do tipo albicans. Frente às limitações das terapêuticas convencionais para o tratamento da candidíase oral, ou mesmo nos casos de resistência aos fungos nas medicações instituídas, outras formas de tratamento devem ser preconizadas. Este artigo evidencia a utilização da terapia fotodinâmica no tratamento da candidíase, como uma alternativa eficaz de tratamento, consistindo na associação do laser de baixa intensidade de potência ao fotossensibilizador azul de metileno, aplicado sobre a queilite angular. Conclui-se que o tratamento da queilite angular utilizando a PDT evidenciou ausência de lesões clínicas e citológicas, reforçando fácil aplicabilidade, sem a presença de efeitos colaterais adversos, tornando-se um método alternativo de tratamento efetivo e recomendado. 25 Chabrier-Rosello, et al. (2008) estudaram as infecções das mucosas causadas pelo fungo patogênico Candida. Estudos prévios demonstraram que as formas filamentosas e biofilmes de Candida albicans foram sensíveis a PDT utilizando o Photofrin como fotossensibilizador. Relataram que o FS de porfirina é eficaz na PDT contra as formas de levedura de C. albicans e C. glabrata. Estirpes com deficiência respiratória (RD) de C. albicans e C. glabrata exibiram um padrão de resistência pleiotrópica, incluindo a resistência aos membros da família de antifúngicos de azole. Em contraste com este padrão, RD mutantes de ambos C. albicans e a C. glabrata foram significativamente mais sensíveis à PDT em comparação com as estirpes parentais. Estes dados sugeriram que a função mitocondrial intacta pode fornecer um nível basal de defesa antioxidante contra a fototoxicidade induzida por PDT em Candida. Peloi et al. 2008 propuseram o uso do vermelho diodo emissor de luz (LED) como uma fonte de luz alternativa para o AM como FS em PDT. Sua eficácia foi testada contra o Staphylococcus aureus (ATCC 26923), Escherichia coli (ATCC 26922), Candida albicans (ATCC 90028) e Artemia salina. O máximo de absorção das luzes LED era no comprimento de onda de 663 nm a intensidades de 2,4,6 e 12 J/cm2 para 10, 20, 30 e 60 minutos de exposição, respectivamente. Concluíram que LED vermelho é um dispositivo de luz promissora para PDT que podem efetivamente inibir bactérias, leveduras e crescimento de microcrustáceos. Cormick, et al. (2009) avaliaram a ação fotodinâmica in vitro da porfirina sobre a Candida albicans. A inativação através de fotossensibilizadores de suspensão celular de C. albican aumenta com a concentração do fotossensibilizador, causando uma redução de aproximadamente 5 log de sobrevivência celular, quando as culturas são tratadas com 5 µM de porfirina catiônica e irradiada durante 30 min. No entanto, o fototoxidade diminui com um aumento na densidade das células, de acordo com a sua baixa ligação às células. A elevada atividade fotodinâmica de porfirinas catiônicas foi confirmada por experiências de atraso de crescimento. A capacidade de inativação fotodinâmica destes sensibilizadores também foram avaliadas em células de C. albicans que cresceram em colônias em superfícies de ágar. Porfirinas catiônicas produziram um atraso de crescimento de colônias de C. albicans e a viabilidade das células não foi observada depois de 3 horas de irradiação, indicando uma inativação completa de células de levedura. Portanto, os 26 resultados indicaram que estas porfirinas catiônicas são sensibilizadores interessantes para inativação fotodinâmica de leveduras em suspensões líquidas, ou localizadas em focos de infecção. Giroldo et al. (2009) pesquisaram sobre quimioterapia fotodinâmica como terapia antimicrobiana (PACT) e definiram que é uma potencial terapia antimicrobiana que combina luz e uma droga fotossensibilizante, promovendo um efeito fototóxico das células tratadas, em geral através de dano oxidativo. Neste trabalho foi estudado o efeito da PACT, usando azul de metileno (AM), sobre a permeabilidade da membrana Candida albicans. Seus resultados demonstraram que a combinação de AM e laser (684 nm) promove uma diminuição no crescimento de Candida. A inibição foi mais pronunciado na presença de 0,05 mg / ml de AM e com uma densidade de energia de 28 J/cm2. A diminuição no crescimento de Candida foi associada com um aumento na permeabilização da membrana. Assim, sugere-se que um mecanismo PACT usando AM pode estar relacionado a danos nas membranas plasmáticas das células. Dovigo et al. (2010) avaliaram a suscetibilidade in vitro de C. albicans, C. dubliniensis , C. tropicalis e C. krusei para a terapia fotodinâmica (PDT), induzida por Fotogem® e o diodo emissor de luz (LED). Suspensões de cada Cândida estirpe foram tratadas com três concentrações de FS (10, 25 e 50 mg/L) e expostos a 18,0, 25,5 e 37,5 J/cm2 de luz (LED fluências ~ 455 nm). As suspensões de controle foram tratadas apenas com concentrações de FS, apenas exposto às influências de luz LED ou não expostos à luz LED nem ao FS. Diluições em série foram obtidas e as alíquotas foram plaqueadas em ASD. Depois da incubação das placas (37°C durante 48 horas), as colônias foram contadas (ufc / mL) e os dados foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey (p=0,05). Foi observada morte completa de C. albicans após 18,0 J/cm2, em associação com 50 mg/L de FS. C. dubliniensis foram inativadas após 18,0 J/cm2 utilizando 25 mg/l do FS. A inativação de C. tropicalis, foi observada após a fotossensibilização com 25 mg/L e subsequente iluminação de 25,5 J/cm2. Para C. krusei, nenhuma das associações entre FS e luz resultou na completa morte desta espécie. A PDT se mostrou eficaz para a inativação de C. albicans, C. dubliniensis e C. tropicalis. Além disso, a redução na viabilidade de C. krusei foi alcançada com alguns FS e associações de luz. 27 Mang, Mikulski, Sala (2010) avaliaram a capacidade de eliminar eficientemente isolados resistentes aos antifúngicos de Candida usando Photofrin induzida pelo PDT. Estirpes de Candida a partir de ATCC, assim como isolados resistentes e sensíveis fluconazol e anfotericina B a partir de adultos com AIDS foram cultivadas sob condição padrão. Photofrin foi adicionado às culturas apropriadas como dito pelo desenho experimental. Foi empregada luz às culturas utilizando uma fonte de laser de 630 nm, a uma densidade de potência 150 mW/cm2 de energia, pois o tempo apropriado para proporcionar 45-135 J/cm2. Ensaios de formação de colônias foram usados para determinar a sobrevivência. Depois de culturas tratadas com PDT, observaram uma significativa redução na capacidade de formação de colônias em todas as doses de luz examinadas. Isolados de pacientes com AIDS que tinham demonstrado resistência antifúngica mostraram sensibilidade à terapia fotodinâmica assim como controle de culturas ATCC da mesma estirpe. Os autores concluíram que Photofrin induzido por PDT pode eliminar espécies de Candida com eficiência significativa, revelada pela capacidade de formação de colônia. Outras Candidas isoladas de pacientes com AIDS demonstraram-se suscetíveis à morte através da terapia fotodinâmica. Mima et al. (2010) estudaram a eficácia da terapia fotodinâmica (PDT) na inativação de Candida albicans in vivo. Selecionaram setenta e um ratos Swiss fêmeas de 6 semanas de idade, sendo estes imunossuprimidos, com tetraciclina na água, por via oral, isentos de microorganismos. Foi aplicada suspensão de C. albicans (107 UFC/mL) e quatro dias após a inoculação oral, a PDT foi realizado no dorso da língua após a administração tópica de Fotogem a 400, 500 ou 1000 mg/L e 30 minutos mais tarde, seguido pela iluminação com a luz do LED (305 J/cm2) em 455 ou 630 nm (n = 5 cada). Os animais foram sacrificados, as línguas cirurgicamente removidas e processadas para avaliação histológica da presença de leveduras e reação inflamatória. A PDT resultou numa redução significativa na C. albicans quando comparados com os ratos do grupo de controle positivo. Não houve diferença entre as concentrações de Photogem e comprimentos de onda de luz utilizada. A avaliação histológica da língua revelou que a PDT não causa efeitos adversos significativos da mucosa local. Pereira et al. (2010) estudaram o biofilme e verificaram que o mesmo é constituído por uma comunidade diversificada de microrganismos aderida sobre 28 superfícies sólidas. Onde sua presença constitui o primeiro passo para o desenvolvimento de cárie dentária e doença periodontal, o que torna necessário a avaliação da eficácia de novas alternativas, como a terapia fotodinâmica (PDT), para promover a sua eliminação. Avaliaram a ação da PDT no desenvolvimento de biofilmes formados in vitro por C. albicans. Os biofilmes foram formados em discos de resina acrílica esterilizados, colocados em placas de 24 poços, com 2 mL de caldo BHI sacarosado, incubadas a 37oC por cinco dias. Após este período foi avaliada a ação do fotossensibilizador azul de metileno (AM) e aplicação do laser AsGaAl, isoladamente e em conjunto, seguido da semeadura de alíquotas em diluição a base de 10 em Ágar Sabouraud Dextrose, e incubação a 37oC/48h. As UFC/mL foram transformadas em Log, e os resultados analisados estatisticamente. O AM juntamente com o laser AsGaAl promoveu redução de 1,04 Log em relação ao grupo controle, com estatística significante (p< 0,05), demonstrando a ação antifúngica da PDT em biofilmes de C albicans. Quiroga, Alvarez e Durantini (2010) avaliaram a atividade fotodinâmica de porfirina tetracatiônica in vitro em células de Cândida albicans, em diferentes condições experimentais. Esta apresenta como característica ligar-se rapidamente para as células de C. albicans, atingindo um valor de 1.7 nmol 10-6 células quando as suspensões celulares (106 UFC/mL-1) foram incubadas com 5 µM de sensibilizador. A Inativação fotossensibilizada de Candida albicans aumenta com a concentração de ambos, sensibilizador e tempo de irradiação, causando uma diminuição no registro de sobrevivência das células quando as culturas são tratadas com o FS e irradiada durante 30 min. No entanto, a fototoxicidade diminui após um passo de lavagem, com a diminuição do sensibilizador ligado às células. O crescimento de células de C. albicans foi detido quando as culturas foram expostas ao FS e luz visível. Em superfícies de ágar, o efeito fototóxico deste sensibilizador, o que causou uma inativação das células de C. albicans, manteve-se elevada. Estes estudos indicaram que a porfirina catiônica é um sensibilizador eficaz na inativação de leveduras em ambas as suspensões líquidas ou localizadas sobre uma superfície para terapia fotodinâmica. Souza et al. (2010) estudaram os efeitos específicos da terapia fotodinâmica (densidade de energia 15,8 J/cm2, 26,3 J/cm2 e 39,5 J/cm2), utilizando o azul de metileno, azul de toluidina e verde de malaquita como fotossensibilizantes e baixa 29 potência de irradiação a laser na viabilidade de Candida albican. Suspensões de C. albicans com 106 células/ml foram padronizadas num espectrofotômetro. Para cada tipo de corante, 120 ensaios, divididos em quatro grupos de acordo com as seguintes condições experimentais, foram realizadas: irradiação a laser na presença do fotossensibilizador, irradiação com laser, o tratamento apenas com apenas o fotossensibilizador; sem exposição à luz laser ou fotossensibilizador. Em seguida, foram preparadas diluições em série e semeadas em ASD para a determinação do número de unidades formadoras de colónias por mililitro (UFC/mL). Os resultados foram submetidos a análise de variância e o teste de Tukey (P <0,05). A terapêutica fotodinâmica usando os fotossensibilizadores testados foi eficaz na redução do número de C. albicans. O número de UFC/ml foi reduzido entre 0,54 log10 e 3,07 log10 e dependeu da densidade de energia do laser utilizado. O AT, AM e verde de malaquita foram fotossensibilizantes eficazes na terapia fotodinâmica antimicrobiana contra C. albicans. Tessarolli (2010) pesquisou sobre efeito da terapia fotodinâmica em seres humanos, onde verificou que nas últimas décadas o emprego da luz associada a corantes surgiu como um tratamento alternativo ao uso de agentes antimicrobianos tradicionais. O objetivo desta pesquisa foi analisar comparativamente o efeito da clorexidina e da PDT (com dois tipos de fotossensibilizadores: Azul de Toluidina e Clorofila Líquida (CL)) sobre biofilmes dentários humanos formados in situ. Após 48 horas, diferentes terapias foram aplicadas sobre o biofilme: (1) água destilada: controle negativo; (2) clorexidina; (3) irradiação por laser; (4) AT; (5) AT + laser; (6) CL; (7) CL + laser. O biofilme então foi coletado e solubilizado. Em seguida, amostras foram semeadas em placas de Petri com diferentes meios de cultura, para contagem do número de microrganismos totais, estreptococos totais, Streptococcos mutans, Lactobacilos e Candida albicans. Amostras também foram coradas com Laranja de Acridina e visualizadas em microscopia de fluorescência, para análise da viabilidade das células presentes. Os resultados dos plaqueamentos apenas nos deram informações sobre os microrganismos totais e estreptococos totais, mostrando que a única redução significante dos microorganismos em relação ao grupo (1) ocorreu no grupo tratado por CLX (2). As outras terapias mostraram uma sensível redução. A viabilidade por microscopia por fluorescência se mostrou semelhante em todos os grupos. A pesquisadora concluiu que a clorexidina 30 comprovou seu efeito antimicrobiano, porém mais estudos precisam ser realizados para verificar o real papel da PDT sobre biofilme dentário humano. Costa et al. (2011) estudaram culturas de suspensões planctônicas padronizadas (106 células/ml) de C. albicans e C. dubliniensis tratadas com concentrações de eritrosina de 0,39-200 µM e LEDs. Os biofilmes formados por C. albicans e C. dubliniensis, no fundo de uma placa de microtitulação de 96 poços foram tratados com 400 µM de eritrosina e LEDs. O efeito antimicrobiano da PDT contra culturas planctônicas e biofilmes foram verificadas através da contagem de unidades formadoras de colônias (UFC/ mL), e os dados foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey (P<0,05). C. albicans e C. dubliniensis não foram detectáveis após PDT de culturas planctônicas com concentrações de 3,12 µM eritrosina ou superior. Concluíram que C. albicans e C. dubliniensis foram sensíveis à eritrosina e LED mediada por PDT, mas os biofilmes de ambas as espécies de Candida foram mais resistentes do que os seus homólogos planctônicos. Costa et al. (2011) avaliaram os efeitos da terapia fotodinâmica (PDT) com rosa bengala ou eritrosina com diodo emissor de luz (LED) em Candida albicans culturas planctônicas e biofilme. Culturas planctônicas e biofilme de cada cepa C. albicans foram submetidos às seguintes condições experimentais: (a) tratamento com rosa bengala e LED (L+RB+); (b) o tratamento com eritrosina e LED (E+L+); e (c) grupo controle, sem irradiação LED ou tratamento fotossensibilizador (P-L-). Após a irradiação das culturas planctônicas e biofilmes, as culturas foram semeadas em ASD (37°C a 48h) para contagem de unidades formadoras de colônias (UFC ml-1) seguido por posterior teste ANOVA e teste de Tukey (P<0,05 ). Os biofilmes foram analisados por meio de microscopia eletrônica de varredura (MEV). Os resultados revelaram uma redução significativa das culturas planctônicas para culturas que foram submetidos à PDT usando eritrosina ou Rosa Bengala. Os resultados mostraram que eritrosina e rosa bengala mediada pela PDT com irradiação LED é efetiva no tratamento de C. albicans. Dai et al. (2011) investigaram a terapia fotodinâmica (PDT) utilizando corante azul e luz vermelha, para a profilaxia e tratamento de infecções cutâneas por Candida albicans em camundongos. Um modelo de rato de abrasão da pele infectada com C. albicans foi desenvolvido em feridas medindo 1,2 centímetros por 31 1,2 centímetros, com 106 ou 107 UFC. Os sais fenotiazínicos azul de toluidina, azul de metileno, e novo azul de metileno (NAM) foram comparados como fotossensibilizadores para a inativação fotodinâmica de C. albicans in vitro. A PDT in vivo, foi iniciada em 30 min ou 24 h após a inoculação do fungo para investigar as eficácias de ambos as PDT, para a profilaxia e tratamento de infecções. Luz a 635±15 nm ou 660± 15 nm foi entregue com uma dose de luz de 78 J/cm2 ou 120 J/cm2 (para PDT em 24h após a infecção) em várias exposições com a tomada de imagem de bioluminescência. Os estudos in vitro mostraram que o NAM foi superior a AT e AM como FS na inativação fotodinâmica de C. albicans. A eficácia de PDT foi relacionada com a proporção de concentração de FS à densidade da célula fúngica. PDT in vivo iniciada em 30 min ou 24 h após a infecção reduziu significativamente a carga de C. albicans nas feridas dos camundongos infectados por abrasão da pele. Estes dados sugeriram que a PDT é uma abordagem viável para a profilaxia e tratamento de infecções cutâneas de C. albicans. Dovigo et al. (2011a) pesquisaram terapia fotodinâmica e verificaram que a mesma tem sido uma grande promessa para a inativação de espécies de Candida. Os autores descreveram a associação do Photogem®, com LED (diodo emissor de luz) para o fotoinativação de Candida albicans e Candida glabrata de resistentes ao fluconazol (FR). Suspensões de cada estirpe de Candida foram tratadas com cinco concentrações de Fotogem® por 30 min. E irradiadas com luz LED 125 mW/cm2 e comprimento de onda de 450 nm,e expostas a quatro densidades de energia (10,5, 18, 25,5, 37,5 J/cm2) resultando nos seguintes tempos de iluminação (14, 24, 34 ou 50 min.). Após incubação (48 horas a 37°C), foram contadas as UFC. Suspensões planctônicas de estirpes de FR foram efetivamente inativadas após PDT. Observou-se que o efeito fungicida da PDT foi dependente da estirpe. Os resultados desta investigação demonstraram que, embora a PDT foi eficaz contra espécies de Candida, as cepas resistentes ao fluconazol mostraram sensibilidade reduzida a PDT. Dovigo et al. (2011b) avaliaram a terapia fotodinâmica (PDT) mediada pela curcumina (CUR) contra isolados clínicos de C. albicans, C. tropicalis e C. glabrata, na planctônicas e formações de biofilme. As suspensões de Candida foram tratadas com três concentrações de CUR e expostas a quatro densidades de energia LED. Os resultados demonstraram que o uso de CUR em associação com luz foi capaz de 32 promover um efeito antifúngico significativo contra a forma planctônicas das leveduras. Quando se utiliza 40 µM e fluência 18 J/cm2, a atividade metabólica de C. albicans, C. glabrata, C. tropicalis e biofilmes foram reduzidos em 85%, 85%, e 73%. A CUR mediada por PDT também diminuiu a biomassa do biofilme de todas as espécies avaliadas. Concluíram que as concentrações baixas de CUR podem ser altamente eficazes para inativação de isolados de Candida, quando associada com excitação luz. Lyon et al. (2011) ao pesquisar sobre a terapia fotodinâmica (PDT), verificaram ser uma abordagem minimamente invasiva, em que um composto fotossensibilizador é ativado por exposição à luz visível. A ativação dos resultados de drogas sensibilizantes em várias reações químicas, tais como a produção de espécies reativas de oxigênio e de outras moléculas reativas, cuja presença no local biológico leva à deterioração das células alvo. Uma vasta gama de microrganismos, incluindo bactérias Gram positivas e Gram negativas, vírus, protozoários e fungos demonstraram susceptibilidade a terapia fotodinâmica antimicrobiana. Este tratamento pode consistir de uma alternativa para o tratamento de infecções fúngicas. Terapia fotodinâmica antifúngica tem sido empregada com sucesso contra Candida albicans e outras espécies de Candida e também contra dermatófitos. O efeito antifúngico dependente da estirpe e a influência do meio biológico são problemas importantes que devem ser considerados. Além disso, a escolha do fotossensibilizador para ser utilizado em PDT devem considerar as características dos fungos e o meio a ser tratado, bem como a profundidade de penetração de luz para dentro da pele. Martins et al. (2011) avaliaram os efeitos da PDT sobre a patogenicidade de Candida albicans. Cinquenta e seis ratos foram submetidos ao desenvolvimento da candidíase no dorso da língua por C. albicans. Após 5 dias, foram administrados tratamentos diferentes: laser e azul de metileno (L+AM+); laser somente (L+AM-); apenas o fotossensibilizador (L-AM+); e solução fisiológica única (L-AM-). As amostras da cavidade oral foram coletadas para a contagem de unidades formadoras de colônias por mL. Colônias foram isoladas para avaliação de atividades proteinase e fosfolipase. Os ratos foram mortos para análise microscópica do dorso da língua. Os dados foram analisados por análise de variância, teste de Kruskal-Wallis, e Bonferroni. O número de C. albicans recuperadas da cavidade oral 33 dos ratos foi semelhante entre os grupos (P=0,106). O grupo L+AM+ apresentaram menos lesões microscópicas de candidíase do que o grupo L-AM- (P=001). O grupo L+AM+ apresentou atividade de proteinase menor em comparação com os outros grupos, com diferença significativa entre os grupos L+AM+ e L-AM+ (P=0,018). Concluiram que a terapia fotodinâmica reduziu as lesões microscópicas de candidíase experimental em ratos, e inibiu a atividade de protease de C. albicans. Mima et al (2011) avaliaram a eficácia da terapia fotodinâmica (PDT) para a inativação de diferentes espécies de Candida em próteses totais superiores. Colheram amostras de referência de C. albicans, C. glabrata, C. tropicalis, C. dubliniensis e C. krusei para a realização dos testes. Trinta e quatro próteses foram fabricadas em um procedimento padronizado e submetido a esterilização por óxido de etileno. As próteses foram inoculados individualmente com uma das estirpes e foram incubadas a 37°C durante 24h. As Próteses submetidos à PDT (FS+L+) foram pulverizadas individualmente, com 50 mg/L de Photogem (PS) e, após 30 min, iluminado por uma luz LED (37,5 J / cm2) por 26 min. Dentaduras adicionais foram tratadas apenas com FS (FS+L-) ou laser (FS-L +). As amostras das diluições em série foram espalhadas em ASD e incubadas a 37°C durante 48h. As colônias foram contadas e os valores de log (ufc / mL) foram analisadas através de Kruskall-Wallis e Dunn testa (p<0,05). Concluíram que PDT foi um método eficaz para reduzir a Candida spp. em dentaduras. Pereira et al. (2011) avaliaram os efeitos específicos de inativação fotodinâmica (PDI), usando AM como FS em baixo consumo de energia de irradiação laser sobre a viabilidade de biofilmes formados por C. albicans, S. aureus e S. mutans. Os biofilmes foram cultivados em discos de acrílico imersos em caldo de infusão de cérebro e coração, contendo 5% de sacarose, inoculados com suspensão microbiana (106 células/ml) e incubou-se durante 5 dias. No quinto dia, foram avaliados os efeitos do fotossensibilizador azul de metileno (AM), a uma concentração de 0,1 mg/ml, durante 5 min e laser AlGaInP (660 nm) durante 98s, por si só e conjugados. Em seguida, os discos foram colocados em tubos com solução fisiológica estéril. Diluições em série de dez vezes foram realizadas e as alíquotas semeadas em ágar seletivo, que foram então, incubadas durante 48h. Em seguida, os números de UFC/ml (log10) foram contados e analisados estatisticamente (ANOVA, Tukey, p<0,05). Fizeram microscopia eletrônica de 34 varredura (MEV) e controle de biofilmes em discos tratados com grupos PDI. Foram observadas reduções significativas na viabilidade de todos os microorganismos para biofilmes expostos ao PDI mediada por corante AM. Reduções (log10) de biofilmes de uma única espécie foi maior (2,32 a 3,29 log10) do que a associação de biofilmes (1,00 a 2,44 log10). Os resultados mostraram que o PDI mediada pelo corante AM, pode ser uma abordagem útil para o controle de biofilme oral. Rezusta et al. (2012) estudaram o Hypericin como sendo um fotossensibilizador natural considerado para nova geração de medicamentos de terapia fotodinâmica (PDT). Avaliaram o efeito in vitro do fungicida Hypericin durante a terapia fotodinâmica em várias Candida spp. Avaliando sua fotoxicidade aos queratinócitos e fibroblastos dérmicos para determinar possíveis efeitos colaterais. Um efeito fungicida 3 log foi observado a 0,5 McFarland para duas estirpes de Cândida albicans, Cândida parapsilosis e Cândida krusei com concentrações de hipericina de 0,625, 1,25, 2,5 e 40 µM, respectivamente, a uma fluência de 18 J/cm-2 (lâmpada de diodo emissor de luz que emite a 602 ± 10 nm). Para obter uma redução de 6 log, significativamente maior concentração de Hypericin foi necessária com maiores doses de luz (C. albicans 5 µM, C. parapsilosis 320 µM e C. krusei 320 µM; dose de luz 37 J cm2). Queratinócitos e fibroblastos podem ser preservados, mantendo a concentração abaixo de 1 µm e a dose de luz inferior a 37 J/cm2. Concluíram que o Hypericin associada a PDT parece ser adequada para o tratamento de C. albicans sem dano significativo para as células cutâneas. Snell, Foster, Haidaris (2012) observaram infecções cutâneas e mucocutâneas por Candida que são consideradas alvos importantes para a terapia fotodinâmica antimicrobiana (PDT). A aplicação clínica desta terapia depende de estratégias que potencializam a morte microbiana enquanto minimizam o dano ao tecido hospedeiro. Aumentar a sensibilidade de agentes infecciosos para PDT irá ajudar a alcançar este objetivo. Os autores demonstraram que o aumento do nível de estresse oxidativo na Candida, por interferir com a respiração do fungo aumentou a eficiência do PDT. Assim, buscaram identificar os compostos em uso clínico que aumentassem o estresse oxidativo causado por PDT, contribuindo para espécies reativas de oxigênio, utilizando como FS o AM. Os dados sugeriram que o miconazol poderia ser utilizado para aumentar a eficácia da PDT contra C. albicans, e o seu mecanismo de ação é provavelmente multifatorial. 35 Questionando o efeito da terapia fotodinâmica no crescimento, aderência e fatores de virulência da Candida albicans, Costa et al. (2012) avaliaram a ação desta terapia, mediada por eritrosina e diodo emissor de luz verde (14,34 J/cm2), no tratamento de candidíase oral em ratos imunossuprimidos. Além disso, foi avaliada, in vitro, a adesão de leveduras às células epiteliais bucais. Após os ratos imunossuprimidos infectados com candidíase oral serem submetidos à terapia fotodinâmica, as leveduras recuperadas a partir destes foram quantificadas e analisadas para os efeitos da terapia sobre a sua adesão às células epiteliais bucais. Macroscopicamente, foi revelado que não houve diferença significativa nas lesões de candidíase. Porém, microscopicamente, os resultados demonstraram que a terapia fotodinâmica, mediada por eritrosina e LED, exibiu atividade antifúngica na candidíase, sem danificar o tecido adjacente; além disso, reduziu significativamente a adesão de Candida albicans às células epiteliais bucais. Dai et al (2012) consideraram os fungos como patógenos oportunistas que podem causar infecções invasivas superficiais ou graves, especialmente em pacientes imunocomprometidos ou debilitados. Micoses invasivas representam uma ameaça exponencialmente crescente para a saúde humana devido a uma combinação de diagnósticos lentos e a existência de poucas classes de drogas antifúngicas disponíveis e eficazes. Portanto infecções fúngicas sistêmicas resultam em alta mortalidade. Há uma necessidade urgente de buscar e implantar novas medidas antifúngicas eficazes. A terapia fotodinâmica (PDT) foi estabelecida como uma modalidade de sucesso para doenças malignas e degeneração macular relacionada com a idade, mas a inativação fotodinâmica só recentemente foi intensamente investigada como uma descoberta e desenvolvimento da plataforma antimicrobiana alternativa. O conceito de inativação microbiana fotodinâmica requer exposição a moléculas do fotossensibilizador, quer endógenos ou exógenos, seguido por energia luminosa visível, normalmente comprimentos de onda na região do infravermelho, ou próximo ao vermelho que causam a excisão dos fotossensibilizadores, resultando na produção de oxigênio singleto e outras espécies reativas de oxigênio que reagem com componentes intracelulares, e inativação de células. Khan et al. (2012) exploraram a partícula de ouro reforçada de nanopartículas na terapia fotodinâmica utilizando como FS o AM contra agentes patogênicos como 36 Candida albicans no biofilme. Foram utilizados métodos físico-químicos (difração de raios-X, absorção ultravioleta-visível, fóton de correlação cruzada e espectroscopia de fluorescência) e técnicas microscopia eletrônica para caracterizar as nanopartículas de ouro, bem como nanopartículas de ouro conjugados com azul de metileno. A densidade de energia de 38,2-J/cm2 de 660 nm de laser de diodo foi aplicada para a ativação de nanopartículas de ouro com azul de metileno contra biofilme de C. albicans e células de azul de metileno. Os ensaios antibiofilme, utilizaram de microscopia eletrônica de varredura e laser confocal e investigaram os efeitos do conjugado. Concluíram que se pode usar a terapia fotodinâmica de nanopartículas de ouro mediada por conjugado contra biofilme de Candida albicans. Junqueira et al. (2012) estudaram os biofilmes formados por leveduras oportunistas, que servem como um reservatório persistente de infecção e prejudicam o tratamento de doenças fúngicas. Os mesmos avaliaram a inativação fotodinâmica (PDI) de biofilmes formados por Candida spp. e os patógenos mucóides Trichosporon emergentes e Kodamaea ohmeri por uma nanoemulsão catiônica de zinco. Os biofilmes formados por leveduras, após 48h, na parte inferior das placas de microtitulação de 96 poços foram tratadas com o fotossensibilizador zinco catiônico e um laser de GaAIAs (26,3 J/cm-2). As células do biofilme foram raspadas da parede de poço, homogeneizadas, e semeadas em placas ASD que foram então incubadas a 37°C durante 48h. As cepas do gênero Candida foram mais resistentes à PDT de que os patógenos emergentes T. mucoides e K. ohmeri. Assim, a PDI por tratamento com formulações nanoestruturadas zinco catiônico e laser reduziu o número de células nos biofilmes formados por estirpes de C. albicans e Candida não albicans, assim como os patógenos T. mucoidesemergentes e K. ohmeri. Mitra et al. (2011) consideraram o fungo Candida albicans como sendo o que comumente causa infecções das mucosas em pacientes com imunidade comprometida. Investigaram a eficácia do fotossensibilizador à base de porfirina (TMP-1363) para o tratamento fotodinâmico (PDT) de C. albicans, in vitro e da sua seletividade, em um modelo animal. Utilizaram um ensaio de UFC. Estabeleceram infecção in vivo nos ratos por inoculação de C. albicans no espaço intradérmico do pavilhão auricular. Dois dias após a infecção, 0,3 mg/mL-1 de TMP-1363 foi administrado por via tópica. Trinta minutos após a aplicação de TMP-1363, as 37 orelhas foram irradiadas a 514 nm, utilizando uma fluência de 90 J/cm-2 aplicada com uma irradiação de 50 mW/cm-2. Concluíram que a fotossensibilização com TMP-1363 resultou em um aumento maior na eliminação de C. albicans do que em comparação com AM. Ouvidos infectados submetidos à PDT exibiram cura completa ao longo do tempo, sem danos observáveis ao pavilhão auricular. Oriel e Nitzan (2012) estudaram e encontraram o mecanismo de fotoinativação de Candida albicans por 3,5 µM de porfirinas não carregadas, catiônicas ou aniônicas sob a luz azul (407-420 nm), dependendo da absorção de porfirinas em células de levedura, de acordo com a presença ou ausência de proteínas no meio de fotossensibilização. A terapia fotodinâmica resultou na erradicação de todas as três porfirinas. As análises de Raio-x depois da terapia fotodinâmica pelas porfirinas não carregadas ou catiônicas resultou na perda de íons para o meio e exibiu proteínas de baixa, indicando os danos da membrana celular. Microscopia eletrônica de transmissão indicou dano celular e cromossômico. A eficiência da fotoerradicação de C. albicans é dependente da absorção de porfirina, o que pode levar (mediante iluminação) para processos que facilitem a formação de espécies de oxigênio reativas que danifiquem as células. A absorção de porfirinas carregadas depende da quantidade e qualidade da proteína no microambiente fotossensibilização. Este fato deve ser levado em conta quando se utiliza fotossensibilizantes carregadas. Szentmáry et al. (2012) verificaram que estudos experimentais têm demonstrado que a PDT com maiores concentrações de fotossensibilizantes podem induzir necrose e apoptose de células da córnea e que a sobrevivência de cepas de Candida albicans pode ser reduzida em uma escala LogMar por 1-2 linhas. Assim, alguns autores afirmaram que a terapia fotodinâmica pode ser uma alternativa na terapia de doenças oculares infecciosas resistentes. No entanto, as limitações desta opção terapêutica em particular necessitam de maior investigação. Chien et al. (2013) verificaram ser a resistência de infecções por Candida a medicamentos como um importante problema de saúde entre pacientes imunocomprometidos. A terapia fotodinâmica foi introduzida como uma alternativa de tratamento para infecções locais. Embora a Candida demonstrou susceptibilidade para PDT, são necessárias doses elevadas de fotossensibilizador (FS) e a energia 38 da luz, o que pode ser prejudicial para as células eucarióticas humanas. Eles descreveram a capacidade da quitosana, um biopolímero policatiônico, para aumentar a eficácia de PDT contra C. albicans, assim como isolados clínicos resistentes ao fluconazol em planctônicos ou estados de biofilme. A quitosana foi mostrada para aumentar a eficácia do efeito da PDT mediada por azul de toluidina. A Quitosana em concentrações tão baixas quanto 0,25% erradicaram C. albicans; No entanto, sem tratamento da PDT, a quitosana sozinha não demonstrou atividade anti-microbiana significativa nos 30 minutos de incubação. Os resultados evidenciaram que a quitosana só aumentou o efeito fungicida, depois de as células terem sido danificadas pela PDT. O aumento da dose de quitosana ou o prolongamento do tempo de incubação permitiu uma redução na condição PDT necessária para erradicar completamente a C. albicans. Concluíram que a combinação de quitosana com a PDT é uma abordagem promissora para o tratamento antimicrobiano de doenças infecciosas. Kato et al. (2013), em seu estudo, avaliaram características da Candida albicans em condições subletais da terapia fotodinâmica, além de avaliarem se as alterações foram mantidas nas células filhas. Como fotossensibilizador, o azul de metileno (0,05 mM) foi eleito, associado a um laser diodo GaAIAs (660nm), como fonte de luz eleita. In vitro, foram avaliadas características como crescimento da espécie, formação de tubo germinativo, sensibilidade para o estresse oxidativo e osmótico, integridade da parede celular, além da susceptibilidade ao fluconazol. In vivo, utilizando ratos com infecção fúngica sistêmica, foi avaliada a patogenicidade da C. albicans. As sessões subletais da terapia fotodinâmica reduziram a taxa de crescimento e a capacidade da C. albicans formar tubos germinativos, quando comparadas com células não tratadas. Além disso, a resistência ao fluconazol foi reduzida após a terapia fotodinâmica. Embora, tenha ocorrido alterações, nenhum dos parâmetros patogênicos foi alterado nas células filhas de C. albicans. In vivo, foi observado que houve um aumento na sobrevivência dos ratos pré-tratados com terapia fotodinâmica, comparados com ratos não tratados. Segundo os dados sugerem, a terapia fotodinâmica, em doses subletais, podem inibir fatores de virulência e reduzir in vivo a patogenicidade da espécie. Porém, a ausência de alterações nas células filhas indica que os efeitos, nestas condições, são transitórios. 39 Paz-Cristobal et al. (2014) investigaram o efeito fungicida da terapia fotodinâmica contra cepas de Candida albicans resistentes a antifúngicos. Dois tipos de fotossensibilizadores com mecanismos de ação diferentes foram utilizados, hipericina e AM, comparando sua eficácia e comparando as espécies reativas de oxigênio envolvidas na citotoxicidade do corante. As leveduras foram irradiadas por diodos emissores de luz (LED); para o AM irradiância de 19mW/cm-2; para a hipericina irradiância de 10,3mW/cm-2. Os dados indicaram que a terapia fotodinâmica foi eficaz na eliminação in vitro de cepas de Candida albicans, independente de seu nível de resistência e independente do fotossensibilizador utilizado no estudo. Porém, a hipericina foi mais eficiente em baixas concentrações, enquanto que AT foi eficiente em concentrações maiores. Em relação às espécies de oxigênio reativas, o peróxido de hidrogênio foi a principal espécie fototóxica, enquanto o dioxigênio singleto foi a espécie mais importante no tratamento a base de AM 40 3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo geral Avaliar, in vitro, o efeito da terapia fotodinâmica utilizando o azul de toluidina como substância fotossensibilizadora, na inativação de espécies do gênero Candida albicans. 3.2 Objetivos específicos - Avaliar o efeito antimicrobiano da terapia fotodinâmica com azul de toluidina em suas diferentes concentrações na inativação de espécies do gênero Candida; - Avaliar o efeito antimicrobiano da TFD, utilizando o azul de toluidina em diferentes tempos de incubação na inativação de espécies do gênero Candida; - Avaliar a toxicidade do Azul de Toluidina em diferentes concentrações de espécies do gênero Candida; - Verificar o efeito do Laser na inativação celular de Candida albicans. 41 4 MATERIAL E MÉTODOS 4.1 Tipo e local do estudo Esta pesquisa é do tipo experimental laboratorial e foi realizada no laboratório do curso de Biomedicina das Faculdades Integradas de Patos- FIP/ PB no período de abril a julho de 2014. 4.2 Instrumentos 4.2.1 Microrganismo e meio de cultura Foram utilizadas cepas de Candida albicans (ATCC10231) adquiridas da coleção de culturas tropical (CCT) da fundação André Tosello (figura 1). O certificado da cultura encontra-se no anexo A. Figura 1 – Cepa de Candida albicans utilizada no experimento. Fonte: Do autor Para a realização dos experimentos foi utilizado o meio de cultura Agar Sabouraud Dextrose - ASD (União Química, São Paulo, Brasil) com 5µg/ml cloranfenicol, conforme preconiza Pereira et al. (2011). O ASD contendo 5µg/ml de cloranfenicol é um meio seletivo para fungos e será usado nas semeaduras das placas de Petri após procedimentos experimentais envolvendo as culturas planctônicas. Para o preparo do meio de cultura, foram utilizados 65 g do pó para 1L de água destilada, conforme a proporção recomendada 42 pelo fabricante. Após dissolução completa do meio de cultura, o béquer contendo a mistura foi levado à autoclave vertical para esterilização a 121°C por 15 minutos. Após a esterilização, ainda na fase líquida, cerca de 20 ml do meio foi vertido em placas de Petri estéreis descartáveis, mantendo proximidade de 10 cm da chama do bico de Bunsen (figura 2). As placas de Petri foram individualmente fechadas e mantidas em temperatura ambiente até a completa solidificação do meio de cultura. Após a solidificação, todas as placas de Petri foram devidamente identificadas e datadas e ainda na capela de fluxo laminar era ligada a luz UV com a finalidade de diminuir a carga microbiana e reduzir a contaminação durante o procedimento (figura 3). Quando essas placas não eram utilizadas no mesmo dia, as mesmas eram armazenadas em geladeira. Figura 2 – Preparo do meio de cultura Fonte: Do autor Figura 3 – Capela de fluxo laminar com a luz UV ligada (germicida) Fonte: Do autor 43 4.2.2 Preparação do fotossensibilizador (FS) e tempo de incubação. O agente fotossensibilizador (FS) utilizado foi o azul de toluidina (AT) PA (Sigma-Aldrich, São Paulo, Brasil). Soluções de estoque a partir do AT PA, nas concentrações 75 µg/ml; 150 µg/ml; 300 µg/ml e 600 µg/ml baseados no estudo piloto (figura 4), foram preparadas por dissolução do pó em solução salina estéril (SOUZA et al., 2006). Figura 4 – O fotossensibilizador (AT) em pó e suas concentrações utilizadas Fonte: Do autor As soluções com o FS foram filtradas através de uma membrana de filtro estéril de 0,22 mm e armazenadas em recipiente de cor âmbar por no máximo 14 dias a 4°C no escuro antes de usar, conforme metodologia de diluição fornecida pela farmácia de manipulação. Durante o experimento, em poços de placas de microtitulação, 100 µL das soluções de estoque (FS), em temperatura ambiente, foram novamente diluídas pelo acréscimo 100 µL de suspenção de Candida albicans em solução salina, resultando em um volume final de 200 µL por cada poço e concentrações finais de AT reduzida pela metade: 37,5 µg/ml; 75 µg/ml; 150 µg/ml e 300 µg/ml. Em seguida, o corante AT ficou em contado com as células de Candida albicans, no escuro e a temperatura ambiente, antes da iluminação, por um período de incubação de 1, 5, 10 e 20 minutos (tempo de pré-irradiação). As placas de microtitulação ficaram em um ambiente sem luminosidade e envolvidas por uma lâmina de papel alumínio para impedir a passagem de luz (Figura 5). 44 Figura 5 – Período de incubação com ausência de luz Fonte: Do autor 4.2.3 Fonte de irradiação para a terapia fotodinâmica (TFD) A fonte emissora de luz foi um Laser semicondutor portátil (Figura 6) (Laser DUO®, GaAlAs, InGaAlP, λ880nm e λ660nm, MM OPTICS LTDA, São Carlos, SP – Brasil). Este aparelho apresenta potência de saída constante em 100 mW e área do feixe de laser de 3 mm2, a qual coincide com a área da abertura de cada um dos 96 poços de fundo U das placas de microtitulação utilizadas neste estudo (Figura 7). Antes de serem realizados os experimentos, o laser foi calibrado com auxílio de um dispositivo (Check MM OPTICS LTDA, São Carlos, SP – Brasil). Figura 6 – Laser semicondutor portátil utilizado no estudo Fonte: Do autor 45 Figura 7 – Área do feixe de laser de 3 mm2, a qual coincide com a área da abertura de cada poço. Fonte: Do autor Para o protocolo de irradiação o equipamento foi ajustado para um comprimento de onda de 660nm, que correspondente à faixa de absorção do AT, e para o tempo de iluminação de 128s, resultando em uma densidadede energia de 426 J/cm2. Previamente a irradiação, a ponteira do laser ficou imersa em solução de digluconato de clorexidina a 2% por 5 min. para promover a sua desinfecção. Em seguida, o agente antimicrobiano era removido do inserto por meio de irrigação com 10 ml de solução salina estéril (0,9%) e secado com gaze estéril. 4.2.4 Preparo do inóculo de Candida albicans Células de Candida albicans (ATCC 10231) foram subcultivadas a partir de frascos estoques em Agar Sabouraud Dextrose – ASD sob condições aeróbicas a 37oC. Inóculos da levedura, em solução fisiológica esterilizada a 0,85% de NaCl (MUNIN et al., 2007), foram preparados a partir de culturas de 24h. Após homogenização com o auxílio do aparelho Vortex (Vision®) durante 2 minutos, a turbidez da suspensão de células foi ajustada com auxílio de um espectofotômetro (Biospectro®) a 530 nm para obter suspensões com densidade óptica de 0,284 (Figura 8), correspondente a uma concentração de fungos de 106 unidades formadoras de colônias por ml (UFC/ml) (PEREIRA et al., 2011; QUEIROGA et al., 2011; KATO et al., 2013). 46 Figura 8 – Preparo do inóculo Fonte: Do autor 4.3 Condições Experimentais Todas as condições testadas foram realizadas no escuro à temperatura ambiente e em condições assépticas no interior de uma câmara de fluxo laminar realizadas em duplicata. A luz UV (Lâmpada germicida UV) é ligada antes do trabalho na câmara afim de diminuir a carga microbiana e reduzir a contaminação durante a análise, sendo previamente realizado assepsia com álcool 70%. As placas microtitulação foram cobertas com lâminas de papel alumínio para impedir a penetração da luz do ambiente. Foram realizados para todos os grupos, controles da suspensão celular, do fotossensibilizador, da solução salina e do meio de cultura (Figura 9) em temperatura ambiente e em estufa, garantindo a ausência de contaminação. 47 Figura 9 - Controle do meio de cultura Fonte: Do autor 4.3.1 Grupo Terapia fotodinâmica / PDT (Grupo FS+L+) No grupo terapia fotodinâmica, grupo PDT (FS+L+), as cepas de Candida albicans foram sensibilizadas com o fotossensibilizador (FS), azul de toluidina (AT), e expostas ao laser (L). Com agitação constante, alíquotas de 100µl da suspensão do fungo (106 UFC/ml) foram transferidas individualmente para um poço de uma placa de microdiluição com 96 poços. Em seguida, foi acrescentado o mesmo volume de AT (100µl) em uma das concentrações testadas (75, 150, 300 e 600 µg/ml). Posteriormente, as placas contendo as suspensões resultantes foram deixadas em repouso, no escuro, durante um dos tempos de incubação (1, 5, 10 e 20 min.). Após cada tempo de pré-irradiação, as placas foram abertas e as células da levedura foram continuamente irradiadas, a partir do topo da placa de microtitulação, com um diodo laser (comprimento de onda de 660nm; potência de 100mW e dose de 426 J/cm2) por 128 segundos (figura 10). O conteúdo dos poços foi devidamente agitado no vórtex antes da irradiação e da amostragem para assegurar que as células da levedura não se depositam no fundo dos poços. 48 Figura 10 - Grupo PDT Fonte: Do autor Neste grupo, em todas as condições testadas (concentração do AT x tempo de incubação) a aplicação foi única. A ponteira do equipamento foi colocada perpendicularmente a abertura dos poços e a irradiação foi efetuada com ângulo de incidência de 90°. Para evitar um possível efeito cumulativo devido ao espalhamento da radiação, cada amostra foi irradiada e coletada individualmente (QUEIROGA et al., 2011). 4.3.2 Grupo Azul de Toluidina/ AT (Grupo FS+L-) No grupo azul de toluidina, grupo AT (FS+L-), o efeito do fotossensibilizador sozinho, na inativação de células de Candida albicans, foi testado pela a aplicação 49 da solução de AT seguindo o mesmo protocolo estabelecido para o grupo PDT (FS+L+), principalmente com relação ao volume (100µL), as concentrações testadas (37,5; 75; 150 e 300 µg/ml) e tempos de incubação com ausência de luz (1, 5, 10 e 20 min.), porém sem o tratamento com o laser (Figura 11). Neste grupo foi possível avaliar a toxicidade das diferentes concentrações de AT de acordo com o tempo de contato direto. Figura 11 - Grupo AT Fonte: Do autor 4.3.3 Grupo Laser / L (Grupo FS-L+) No grupo laser, grupo L (FS-L+), as cepas de Candida albicans foram expostas à luz laser (L), mas não foram sensibilizadas pelo Fotossensibilizador. Com este grupo foi possível avaliar o efeito da luz laser isoladamente na inativação das células da levedura. Alíquota de 100µl da suspensão celular foram transferidas individualmente para um dos poços de uma placa de microtitulação. Em seguida, o mesmo volume de solução salina 0,9% estéril foi transferido para o poço. O sistema de ensaio foi mantido no escuro pelos mesmos tempos de incubação dos grupos anteriores (1, 5, 10 e 20min.). Após cada período de pré-irradiação, as placas foram abertas e o mesmo protocolo de iluminação do grupo PDT foi aplicado (Figura 12). 50 Figura 12 - Grupo Laser Fonte: Do autor 4.3.4 Grupo solução salina/ SS (FS-L-) No grupo solução salina, grupo SS (FS-L-), as células de Candida albicans não receberam nenhum tratamento, ou seja, nem foram sensibilizadas pelo fotossensibilizador, nem foram expostas à luz. Alíquotas de 100 µL da suspensão (106 UFC/ml) foram transferidas para os poços da placa de microtitulação e, em seguida, o mesmo volume de solução salina a 0,85% foi depositado no poço e a placa ficou em repouso no escuro pelos mesmos tempos de incubação dos grupos anteriores (1, 5, 10 e 20 min.) (Figura 13). 51 Os resultados obtidos com as culturas dessas amostras foram utilizados como parâmetro para comparação com aqueles que foram obtidos com as culturas das amostras submetidas às condições experimentais. Figura 13 - Grupo SS Fonte: Do autor 4.3.5 Avaliação da viabilidade das células de Candida albicans Para todas as condições avaliadas, foram realizadas diluições seriadas de 1:3 a partir das amostras contidas nos poços das placas. Para isso, uma alíquota de 100 µl foi removida de cada poço e transferida para um tubo de ensaio contendo 900 µl de solução salina (0,85%) estéril. Este tubo foi agitado vigorosamente em agitador de tubos (Vortex - Vision®) e uma nova alíquota de 100 µl foi removida do mesmo e colocada em outro tubo de ensaio contendo 900 µl de solução salina estéril. Esse procedimento foi realizado três vezes para cada amostra e, desta forma, as diluições seriadas de 10-1 a 10-3 foram obtidas. Foram utilizadas as diluições seriadas (10-1, 10-2, e 10-3) para a realização da semeadura nas placas de Petri contendo o meio de cultura Ágar Sabouraud Dextrose. A seguir, alíquotas de 25 µl de cada diluição seriada foram pipetadas em duplicata. Adicionalmente, alíquotas de 25 µl foram removidas do poço das placas e 52 transferidas diretamente para uma da placa de Petri, sem a realização de diluição. Uma alça de Digralsky estéril foi utilizada para espalhar a solução sobre o meio de cultura na placa. Também os procedimentos de semeadura foram realizados em duplicata. Após 48 horas de incubação a 37 oC, as placas de Petri referentes às amostras das condições experimentais avaliadas foram submetidas à contagem de colônias. Para este procedimento, a quantificação das colônias foi realizada e os números de unidades formadoras de colônias foram calculados (Figura 14). Figura 14 - Esquema das diluições direta e seriadas em duplicatas. Fonte: Do autor 53 4.3.6 Técnica de Contagem das Unidades Formadoras de Colônias/ml A leitura das placas foi realizada pela contagem padrão de colônias de Candida albicans (Unidade Formadora de Colônias - UFC/ml) com o auxílio de um contador de colônias (Phoenix ®) (Figura 15). Figura 15 - Contagem de Colônias Fonte: Do autor As placas de Petri selecionadas para a contagem foram as que continham um número de colônias que se encontrava dentro do intervalo de precisão e repetibilidade de 30 a 300 colônias conforme o método de Swanson; Petran; Hanlin (2001). Para cada diluição (10-1; 10-2 e 10-3), os resultados do número de colônias foram obtidos pela média aritmética dos resultados das placas em duplicata, multiplicada pela diluição correspondente (10, 100 ou 1000). O resultado de cada grupo foi encontrado por meio da média aritmética das três diluições. Em seguida, para encontrar o número de UFC por ml, converteu-se resultado de cada grupo a partir da quantidade inoculada de 25 µl para 1ml, dividindo o resultado por 0,025, obtendo o resultado final de UFCs/ml em potência de 10. Para analisar a contagem de UFC/ml de Candida albicans, optou-se por transformar os valores em potência de 10, utilizando-se o logarítimo decimal deste número para a análise estatística, como pode ser observado no exemplo abaixo: 54 Exemplo: Quando nos deparamos com todas as placas que apresentaram menos que 30 colônias, o resultado foi expresso pelo número de colônias da placa de menor diluição. Nas situações em que as placas apresentaram mais de 300 colônias na maior diluição e foi possível realizar a contagem, o resultado foi encontrado multiplicando o valor do número de colônias em cada placa pelas respectivas diluições e, em seguida, calculando a média aritmética. Quando o número de colônias foi excessivamente alto para contar, escolheu-se uma porção representativa da distribuição das colônias em toda placa e estimou-se o número de colônias presentes (SWANSON; PETRAN; HANLIN, 2001). 4.3.7 Análise estatística Os resultados dos log10 (UFC/ml) para cada condição testada foram comparados utilizando o teste estatístico Kruskal-Wallis e no caso de diferença significativa foram utilizadas comparações múltiplas do referido teste. Valores de P inferiores a 0,05 foram considerados significativos. A escolha do referido teste foi devido ao número de amostras. A margem de erro utilizada nas decisões dos testes estatísticos foi de 5%. Os dados obtidos foram digitados na planilha EXCEL e o programa utilizado para obtenção dos cálculos estatísticos foi o SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) na versão 21. 55 5 RESULTADOS Na Tabela 1, apresentam-se as estatísticas do logaritmo decimal do número de unidades formadoras de colônias por ml (UFC/ml) nos grupos controles, laser e solução salina (SS), segundo tempo de incubação. Desta tabela, destaca-se que não houve diferenças significativas no número de UFC/ml em nenhum dos tempos de incubação testados. Tabela 1 - Comparação da média e desvio padrão do log10 do número de unidades formadoras de colônias (UFC/ml) para os grupos controles nos diferentes tempos de incubação Tempo de incubação (minutos) Grupos p 1 5 10 20 Média ± DP (Mediana) Média ± DP (Mediana) Média ± DP (Mediana) Média ± DP (Mediana) SS 5,68 ± 0,79 (5,89)(A) 5,51 ± 0,67 (5,60) (A) 5,54 ± 0,72 (5,60) (A) 5,62 ± 0,75 (5,74) (A) p(1) = 0,955 Laser 5,62 ± 0,75 (5,78) (A) 5,57 ± 0,71 (5,69) (A) 5,47 ± 0,64 (5,56) (A) 5,49 ± 0,66 (5,57) (A) p(1) = 0,937 p p(1) ˃0,05 p(1) ˃0,05 p(1) ˃0,05 p(1) ˃0,05 (*): Diferença significativa ao nível de 5,0%. (1): Através do teste de Kruskal Wallis. Obs.: Se todas as letras entre parênteses são distintas, comprova-se diferença significativa entre as avaliações correspondentes pelas comparações pareadas do referido teste. Na tabela 2, apresentam-se os resultados comparativos entre os grupos solução salina e azul de toluidina nas concentrações de 37,5, 75, 150 e 300 µg/ml. Nestes grupos, estas substâncias permaneceram em contato com as células de Candida albicans pelos períodos de incubação de 1, 5, 10 e 20 min. Ao comparar o número do log10 de UFC/ml nos grupos, observou-se não houve diferença significativa, mesmo aumentando-se a concentração e tempo em que o corante foi mantido em contato com as células do fungo. 56 Tabela 2 - Avaliação do efeito citotóxico das concentrações (37,5; 75; 150 e 300µg/mL) de azul de toluidina, na ausência de luz, com tempos de incubação de 1, 5, 10 e 20 min. Tempo de incubação (minutos) Grupos SS AT 37,5 µg/ml 5 10 20 Média ± DP (Mediana) Média ± DP (Mediana) Média ± DP (Mediana) Média ± DP (Mediana) 5,68 ± 0,79 (5,89) 5,51 ± 0,67 (5,60) 5,54 ± 0,72 (5,60) 5,62 ± 0,75 (5,74) p(1) = 0,955 5,67 ± 0,80 (5,78) 5,68 ± 0,78 (5,92) 5,67 ± 0,77 (5,89) 5,83 ± 0,95 (5,98) p = 0,943 5,64 ± 0,75 (5,80) 5,66 ± 0,77 (5,84) 5,71 ± 0,82 (5,90) 5,55 ± 0,67 (5,72) 5,60 ± 0,70 (5,82) 5,69 ± 0,80 (5,87) 5,43 ± 0,71 (5,40) 5,67 ± 0,80 (5,79) p = 0,925 5,69 ± 0,80 (5,87) 5,71 ± 0,82 (5,89) 5,52 ± 0,63 (5,77) 5,68 ± 0,81 (5,80) p = 0,904 p(1) ˃0,05 p(1) ˃0,05 p(1) ˃0,05 p(1) ˃0,05 AT 75 µg/ml AT 150 µg/ml AT 300 µg/ml p p 1 (1) (1) p = 0,946 (1) (1) (1): Através do teste de Kruskal Wallis. Na Tabela 3, com exceção do tempo de incubação de 1 minuto para todas as concentrações, como também no tempo de 5 minutos para concentração de 37,5 µg/ml, não foram observadas reduções significativas no número do log10UFC de Candida albicans por ml. Nas demais combinações de concentração e tempo de incubação foram verificadas reduções significativas entre os grupos, para estas situações se comprova diferença significativa entre AT e AT PDT, sendo a média menos elevada no grupo AT PDT. 57 Tabela 3 - Comparação da média e desvio padrão do log10UFC/mL entre os grupos AT e PDT AT segundo as concentrações de AT e tempos de incubação Tempo de incubação (minutos) Concentração Grupo 37,5 µg/ml 1 Média ± DP (Mediana) 5 Média ± DP (Mediana) AT 5,67 ± 0,80 (5,78) 5,68 ± 0,78 (5,92) (1) 5,67 ± 0,77 (5,89) (A) 5,83 ± 0,95 (5,98) (A) p = 0,943 PDT AT 2,38 ± 2,76 (2,30) 3,60 ± 2,41 (4,63) (1) 2,11 ± 2,44 (2,04) (B) 2,25 ± 2,60 (2,15) (B) p = 0,488 p(2) = 0,053 p(2) = 0,089 Valor de p 75 µg/ml Valor de p p(2) = 0,030* (1) 5,64 ± 0,75 (5,80) 5,66 ± 0,77 (5,84) (A) 5,71 ± 0,82 (5,90) (A) 5,55 ± 0,67 (5,72) (A) p = 0,946 PDT AT (1) 2,40 ± 2,78 (2,30) 2,26 ± 2,61 (2,19) (B) 1,06 ± 2,13 (0,00) (B) 2,14 ± 2,47 (2,12) (B) p = 0,658 p(2) = 0,104 p(2) = 0,031* p(2) = 0,008* p(2) = 0,016* AT (1) 5,60 ± 0,70 (5,82) 5,69 ± 0,80 (5,87) (A) 5,43 ± 0,71 (5,40) (A) 5,67 ± 0,80 (5,79) (A) p = 0,925 PDT AT (1) 4,02 ± 2,73 (5,10) 2,23 ± 2,57 (2,15) (B) 0,97 ± 1,95 (0,00) (B) 2,37 ± 2,76 (2,19) (B) p = 0,239 Valor de p 300 µg/ml p(2) = 0,007* 20 Média ± DP (Mediana) AT Valor de p 150 µg/ml 10 Média ± DP (Mediana) p(2) = 0,298 p(2) = 0,012* p(2) = 0,014* p(2) = 0,031* AT (1) 5,69 ± 0,80 (5,87) 5,71 ± 0,82 (5,89) (A) 5,52 ± 0,63 (5,77) (A) 5,68 ± 0,81 (5,80) (A) p = 0,904 PDT AT (1) 3,73 ± 2,51 (4,76) 2,09 ± 2,42 (2,06) (B) 2,15 ± 2,49 (2,06) (B) 2,26 ± 2,62 (2,12) (B) p = 0,350 Valor de p p(2) = 0,163 p(2) = 0,020* p(2) = 0,017* p(2) = 0,032* (*): Diferença significativa ao nível de 5,0%. (1): Através do teste de Kruskal Wallis com comparações múltiplas do referido teste. Obs.: Se todas as letras entre parênteses são distintas, comprova-se diferença significativa entre concentrações correspondentes. No Quadro 1, foi observado que os grupos controles, azul de toluidina, Laser e solução salina não influenciaram na viabilidade celular de Candida albicans. No entanto, o grupo experimental, AT PDT, foi efetivo na inativação dessas leveduras, todavia para a concentração de 37,5 µg/ml observou-se a viabilidade a partir de 10 minutos do tempo de incubação e para as demais concentrações o tempo de incubação que permitiu a inativação de C. albicans foi a parir de 5 minutos. 58 (#): Diferença significativa ao nível de 5,0%. (1): Através do teste de Kruskal Wallis com comparações múltiplas do referido teste. Quadro 1 - Comparação da média do log10UFC/mL entre os grupos PDT AM e grupos controles 59 6 DISCUSSÃO O aumento de casos de infecções causadas por cepas de Candida e consequentemente a utilização excessiva de antimicrobianos, favoreceu nas últimas décadas a resistência dessas leveduras aos agentes antifúngicos convencionais (PINTO; WEIKERT-OLIVEIRA; LYON, 2008). Esses agentes antifúngicos demonstram efeito mais fungistático do que fungicida, resultando em uma profilaxia inadequada (DONNELLY; MCCARRON; TUNNEY, 2008). A terapia fotodinâmica foi conhecida desde o século passado quando a associação de luz com corantes não permitiam com que os microrganismos se desenvolvessem, mas o interesse por essa terapia diminuiu com a introdução aos antimicrobianos. No entanto, a procura por novas alternativas foi retomada devido à grande resistência de microrganismos aos medicamentos (KANOPKA; GOSLINSKI, 2007). O aparecimento de resistência à terapia fotodinâmica parece ser menos provável, uma vez que nas células microbianas, o oxigênio singleto e os radicais livres interagem com estruturas celulares nas mais diversas vias metabólicas. Além disso, a efetividade contra microrganismos resistentes ou não a antimicrobianos é igual, e a fotossensibilização, mesmo que realizada diversas vezes não induz o selecionamento de cepas resistentes (WAINWRIGHT, 1996). Outra vantagem da TFD à terapia convencional é que ela é mais segura em pacientes soropositivos devido a não existir interações medicamentosas (TEICHERT et al., 2002) e a não causar danos aos tecidos subjacentes (STRAKHOVISKAYA et al., 2002, CADASTRO et al., 2008, MIMA et al., 2010). Estudos comprovam a efetividade da terapia fotodinâmica frente aos microorganismos, no entanto, algumas variáveis podem sofrer influências sobre essa terapia, como o tipo e a concentração dos fotossensibilizadores, a fonte de luz empregada, o tipo de microrganismo, o tempo de pré irradiação e a dose da luz empregada (JORI et al., 2006). 60 Este estudo avaliou, in vitro, o efeito antimicrobiano da terapia fotodinâmica na fotoinativação de cepas de Candida albicans (ATCC10231) por meio de diferentes concentrações finais (37,5 µg/ml; 75 µg/ml; 150 µg/ml e 300 µg/ml) do azul de toluidina como agente fotossensibilizador e da irradiação com um Laser DUO®, GaAlAs, InGaAlP, λ880nm e λ660nm, variando o tempo de pré-irradiação (1, 5, 10 e 20 minutos). Assim como neste estudo, a maioria dos estudos realizados in vitro com microrganismos utilizaram a fonte de luz laser de baixa potência como componente da terapia, por apresentar maior versatilidade de manuseio sem fonte de enrgia, podendo ser aplicado em ambientes domésticos, clínicos e hospitalares (SOUZA et al., 2006, MUNIN et al., 2007, CADASTRO et al., 2008, GIROLDO et al., 2009, MANG; MIKULSKI; SALA, 2010, PEREIRA et al., 2010, KHAN et al., 2012, JUNQUEIRA et al., 2012, KATO et al., 2013), outros optaram pela luz LED ( PELOI et al., 2008, MIMA et al., 2010., COSTA et al., 2012, PAZ-CRISTOBAL et al., 2014). Foi utilizado neste estudo o azul de toluidina como fotossensibilizador, por ser eficiente na produção de oxigênio singleto sob o comprimento de onda máximo de absorção, além de se classificar como eficiente em bactérias gram-positivas e gramnegativas (DONELLY; MCCARRON; TUNNEY, 2008) como também na inativação de leveduras, com a irradiação do laser (JACKSON et al., 2009, SOUZA et al., 2010, DAI et al., 2011). Em outros estudos, diversos fotossensibilizadores também foram eficazes na inativação leveduras como o azul de metileno (GIROLDO et al., 2009), o photogen (MIMA et al., 2010), o verde de malaquita (SOUZA et al., 2010), a curcumina (DOVIGO et al., 2011). Poucos estudos investigaram a variação das concentrações dos fotossensibilizadores na efetividade da TFD. Zeina et al. (2002) afirmaram que doses maiores de corantes necessitaram em Candida albicans devido a presença da membrana nuclear , corroborando com o nosso estudo que observou-se diferença estatisticamente significativa entre as concentrações no grupo AT PDT. O período de pré-irradiação do fotossensibilizador preconizado na terapia fotodinâmica antimicrobiana varia de um a dez minutos (RIBEIRO et al., 2005). Neste estudo, a permanência do azul de toluidina em contato com a solução celular, 61 previamente à aplicação do laser foram de 1, 5, 10 e 20 minutos, com exceção do tempo de incubação de 1 minuto para todas as concentrações, como também no tempo de 5 minutos para concentração de 37,5 µg/ml não observamos diferenças significativas. Nas demais combinações de concentração e tempo de incubação foram verificadas diferenças significativas entre os grupos, para estas situações se comprova diferença significativa entre AT e AT PDT, sendo a média menos elevada no grupo AT PDT. Jackson et al. (1999) verificaram, in vitro, que o período ideal de incubação do azul de toluidina foi de cinco minutos para leveduras de C. albicans. De acordo com Lambrechts; Aalders; Van Marle (2005), o aumento no tempo de incubação não altera a quantidade de FS que entra na célula previamente a iluminação, nem tão pouco a efetividade da TFD. Em nosso estudo, houve redução significativa no número de ufc/ml após a aplicação da terapia fotodinâmica em Candida albicans, corroborando com vários estudos (LAMBRECHTS; ALDRES; VAN MARLE, 2005, SOUZA et al., 2006, JACKSON et al., 2009, MANG; MIKULSKI; SALA, 2010, DAÍ et al., 2011) Para o estudo de Queiroga et al. (2007), a espécie de C. albicans apresentou-se mais sensível do que as demais espécies avaliadas, estudo animador tendo em vista que a mesma é a espécie fúngica predominante na cavidade oral. Embora grande parte dos trabalhos relatem a susceptibilidade da Candida albicans a Terapia fotodinâmica, Souza et al. (2006) acrescenta outras espécies que também foram susceptíveis como, C. Krusei, C. Tropicalis e C. dubliniensis. Todavia, Costa et al. (2011) relataram que no biofilme essas espécies foram mais resistentes do que nas culturas planctônicas, corroborando com Tessarolli 2010; Já a C. glabrata mostrou-se resistente a terapia fotodinâmica. A diferença nos resultados pode ser atribuída aos parâmetros utilizados para a irradiação. Muitos trabalhos demonstraram efetividade da terapia fotodinâmica frente a inúmeros microrganismos, no entanto os resultados são limitados pela dificuldade de comparação entre os estudos, devido aos diferentes protocolos metodológicos. Seria interessante para comparação desenvolver protocolos para cada tipo de laser e de microrganismos, para garantir uma validação metodológica. 62 7 CONCLUSÕES • A terapia fotodinâmica utilizando o azul de toluidina como substância fotossensibilizadora, promoveu inativação de espécies do gênero Candida albicans; • Os tempos de pré-irradiação de 5, 10 e 20 minutos apresentaram melhores resultados na redução no número do log10UFC/ml, no entanto este resultado está diretamente relacionado com a concentração de azul de toluidina aplicado; • O Laser não alterou a viabilidade celular de Candida albicans na ausência do azul de toluidina; • Em nehuma das concentrações ou tempos de pré-irradiação o azul de toluidina não apresentou citotoxidade no escuro sobre Candida albicans. 63 REFERÊNCIAS ALFENAS, C. F. et al. Terapia fotodinâmica na redução de micro-organismos no sistema de canais radiculares. Revista Brasileira de Odontologia, Rio de Janeiro, v. 68, n. 1, p. 68-71, jan./jun. 2011. 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