Universidade do Vale do Paraíba Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento CHUNE AVRUCH JANOVICH ESTUDO COMPARATIVO DA FORÇA LIBERADA PELOS CLIPES DE BRÁQUETES AUTOLIGANTES INTERATIVOS São José dos Campos, SP. 2010 CHUNE AVRUCH JANOVICH ESTUDO COMPARATIVO DA FORÇA LIBERADA PELOS CLIPES DE BRÁQUETES AUTOLIGANTES INTERATIVOS Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Bioengenharia, da Universidade do Vale Paraíba, como complementação dos créditos necessários para obtenção do título de Mestre em Engenharia Biomédica. Orientador: Profa. Dra. Vera Lúcia Arantes Co-orientadora: Profa. Dra Kátia Regina Cardoso São José dos Campos, SP. 2010 . Dedico ao meu amado filho Bruno Roitman Janovich que por diversas vezes teve que entender a minha ausência, apesar da pouca idade e sempre me recebeu com um grande sorriso. Amor sincero, amor honesto, amor eterno. Agradeço a Deus, por ter me dado à humildade de perceber que o aprendizado é infinito e por ter me mostrado que é possível superar-se a cada dia quando se tem fé. A minha querida mãe por ter me educado e me mostrado o caminho certo a seguir. Uma grande mãe e amiga. Ao meu pai por ter me educado e por me conceder a honra de estar sempre trabalhando ao seu lado. Por ser meu conselheiro e melhor amigo. Meu herói de verdade. À minha esposa pelo amor, ajuda e companheirismo nos momentos difíceis de minha vida. Por compreender a importância do caminho que escolhi e das dificuldades para se chegar até lá. À minha orientadora profa. Dra. Vera Lúcia Arantes por estar sempre disposta a ajudar e a transmitir seus conhecimentos independente da distância. À minha co-orientadora profa. Dra. Kátia Regina Cardoso por aceitar compartilhar este momento e transmitir seus conhecimentos. Ao Prof. Dr. Celestino Prudente Nóbrega mestre, mentor e grande amigo de conhecimento e humildade inigualável. Aos meus colegas fisioterapeutas por me permitir compartilhar este momento de suas vidas. Aos meus queridos colegas dentistas Alexandre, Anael, Edson e Silvia pelo companheirismo, amizade e ajuda mútua. Apesar da distância, sempre que precisarem contem comigo. Ao Sr. Emanuel e Sr. Wilson do laboratório de pesquisa da Indústria Morelli, que muito nos ajudaram para a execução dos testes deste trabalho. “Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade”. Paulo Freire (1996, p. 29). Estudo comparativo da força liberada pelos clipes de braquetes autoligantes interativos RESUMO A ortodontia tem sofrido uma evolução constante das técnicas e dos dispositivos utilizados no tratamento ortodôntico. Uma destas inovações foi à criação dos bráquetes autoligantes interativos cujos clipes, tema da pesquisa, substituem aparatos utilizados para manter o fio dentro do slot do bráquete como as ligaduras elastoméricas. A escolha do tema se justifica por sua relevância clinica em relação ao funcionamento biomecânico destes clipes que proporcionam bons resultados de acordo com as recomendações dos fabricantes. O problema investigado quis descobrir qual bráquete apresenta o clipe mais eficiente, com maior força exercida contra o fio retangular. O objetivo deste estudo foi determinar o deslocamento dos clipes e a pressão máxima, mínima e a média que estes clipes dos bráquetes autoligantes interativos exercem sobre os fios ortodônticos retangulares, utilizando 8 corpos de prova de 4 modelos de bráquetes autoligantes. A metodologia é de natureza aplicada, concebida pelo interesse em adquirir novos conhecimentos práticos. A partir dos resultados encontrados no estudo, pode-se concluir que: independente da etapa, o grupo Inovation R® apresentou média significativamente maior do que nos demais grupos; ao compararmos as etapas do testes, todos os bráquetes sofreram perda de força, porém no Inovation R® e C® foi menor; as maiores forças foram encontradas nos bráquetes do Inovation R® seguidos pelos bráquetes Quick®, Quicklear® e por ultimo o Inovation C®. Palavras-chave: Biomecânica; Ortodontia. Bráquetes. Fios ortodônticos. Comparative study of force liberated by clips to bracket self-ligation interative ABSTRACT Orthodontics has been a constant evolution of techniques and devices used in orthodontic treatment. One such innovation was the creation of interactive brackets autoligantes whose clips, research theme, replacing apparatus used to keep the wire into the slot on the bracket as the elastomeric ligatures. The theme is justified by its clinical relevance in relation to the biomechanical functioning of these clips that give good results according to the manufacturers' recommendations. The problem investigated has wanted to find out which bracket the clip more efficiently, with greater force exerted against the rectangular wire. The aim of this study was to determine the displacement of the clips and the maximum pressure, minimum and average of these clips brackets autoligantes interactive exercise on the rectangular orthodontic wires using eight samples of four types of brackets autoligantes. The methodology was applied, designed by an interest in acquiring new practical knowledge. From the findings of the study, it can be concluded that regardless of the stage, the group Inovation R ® showed a significantly higher average than in other groups, when comparing the stages of testing, all brackets have suffered loss of strength, but in inovation and R ® C ® was lower and the largest forces were found in the brackets of inovation R ® ® Quick followed by brackets, and finally quickl ® C ® the Inovation. Keywords: Biomechanics. Orthodontics. Brackets. Orthodontic wires. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Bráquete Russel Lock aberto e fechado. ............................................................ 14 Figura 2 - Bráquete autoligante passivo Edgelok em posição aberto e fechado ................ 15 Figura 3 - Bráquete Mobil-lock em posição A) aberta e B) fechada. ................................. 15 Figura 4 - Bráquete autoligante ativo SPEED com seu clipe de níquel titânio aberto e fechado.............................................................................................................. 16 Figura 5 - Bráquete Activa em posição A) aberta e B) fechada. ........................................ 16 Figura 6 - Bráquete Activa aberto e fechado. ...................................................................... 16 Figura 7 - Bráquete Time em posição A) aberta e B) fechada. ...........................................17 Figura 8 - Bráquete Damon SL em posição A) aberta e B) fechada. ..................................17 Figura 9 - Bráquete Damon 2 em posição A aberta e B) fechada ....................................... 18 Figura 10 - Bráquete Damon 3 em posição A) aberta e B) fechada .................................... 18 Figura 11 - Bráquete D3 MX em posição A) Aberta B) Fechada .......................................18 Figura 12 - Bráquete In-Ovation .........................................................................................19 Figura 13 - A) ativo; B) interativo; C) passivo....................................................................19 Figura 14 - Bráquete In-Ovation R ativo e passivo ............................................................. 19 Figura 15 - Bráquete Smartclip ...........................................................................................20 Figura 16 - Resumo cronológico da história dos bráquetes autoligantes ............................20 Figura 17 - Máquina EMIC .................................................................................................26 Figura 18 - Área reservada para o deslocamento do clipe ...................................................27 Figura 19 - Slot de um bráquete autoligante ........................................................................28 Figura 20 - Suporte para colocação das tampas ..................................................................28 Figura 21 - Tampas contendo 8 bráquetes colados ao seu redor .........................................29 Figura 22 - Régua utilizada para neutralizar interferências indesejadas .............................29 Figura 23 - Máquina EMIC em funcionamento. Fio sendo tracionado dentro do slot com o clipe fechado .............................................................................................................30 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Características do clipe das diferentes marcas ...................................................28 Tabela 2 - Resultados da força máxima, mínima e média do clipe na 1ª etapa de testes com os bráquetes autoligantes ............................................................................................. 34 Tabela 3 - Resultados da força máxima, mínima e média do clipe na 2ª etapa de testes com os bráquetes autoligantes .............................................................................................35 Tabela 4 - Resultados da força máxima, mínima e média do clipe na 3ª etapa de testes com os bráquetes autoligantes .............................................................................................35 Tabela 5 - Médias dos valores da 1ª, 2ª e 3ª etapas com o resultado da diferença entre a 3ª etapa e a1ª etapa...............................................................................................................36 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 11 2 OBJETIVO .....................................................................................................................12 3 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................13 3.1 Braquetes Convencionais ............................................................................................13 3.2 Bráquetes Autoligantes ...............................................................................................14 3.3 Bráquetes Autoligantes Interativos ............................................................................20 3.4 Atrito Gerado pelo Binômio Briquete / Fio Ortodôntico .........................................24 4 MATERIAL E MÉTODOS ...........................................................................................26 5 RESULTADOS ...............................................................................................................31 5.1 Primeira Etapa de Testes ............................................................................................31 5.2 Segunda Etapa de Testes .............................................................................................32 5.3 Terceira Etapa de Testes .............................................................................................33 6 DISCUSSÃO ...................................................................................................................35 7 CONCLUSÃO.................................................................................................................38 REFERÊNCIAS ................................................................................................................39 ANEXOS: RELATÓRIOS DE ENSAIOS .....................................................................43 13 1 INTRODUÇÃO A ortodontia tem sofrido uma evolução constante das técnicas e dos dispositivos utilizados no tratamento ortodôntico. Uma destas inovações foi a criação dos bráquetes autoligantes interativos cujos clipes, tema central deste estudo, substituem aparatos utilizados para manter o fio dentro do slot do bráquete como as ligaduras elastoméricas. Estes elásticos promovem um grande atrito, reduzindo o efeito do binômio bráquete / fio ortodôntico. O clipe do bráquete autoligante permite que ocorram, com fios redondos, os movimentos de 1º e 2º ordem de uma forma mais passiva e fisiológica gerando pequena pressão (atrito). Quando se necessita de movimentos de 3º ordem, realizados com fios retangulares, faz-se necessário uma maior pressão por parte desta tampa, similar ao funcionamento de uma mola, de forma a manter o fio no fundo do slot. (FERNANDES; LEITÃO; JARDIM, 2005; KUFTINEC; ELTZ, 2004). Com o surgimento da técnica Stright Wire, onde os movimento ortodônticos já estão incluídos no bráquete, se faz necessário que a interação do conjunto bráquete/fio ortodôntico seja a melhor possível para conseguir usufruir e todas estas características, um destes movimentos é o torque que é de grande importância, pois promove as inclinações corretas dos dentes gerando uma intercuspidação ideal, obedecendo critérios estético-funcionais (THIESEN et al. 2003). Este trabalho irá medir a força que o clipe de quatro modelos de bráquetes autoligantes interativos existentes no mercado exercem sobre o fio retangular no sentido de melhorar a interação deste binômio bráquete/fio. Serão utilizados 8 bráquetes autoligantes interativos de cada um dos 4 modelos mais conhecidos no mercado. São eles: Inovation R, Inovation C, Quick e Quicklear. Os testes serão realizados em 3 etapas, onde em cada uma delas será medida a força do clipe sobre o fio retangular a partir de um movimento de tração feito pela máquina de testes EMIC. Na seqüência os resultados serão analisados e discutidos. 14 2 OBJETIVO O objetivo deste estudo foi determinar o deslocamento dos clipes e a pressão máxima, mínima e a média que estes clipes dos bráquetes autoligantes interativos exercem sobre os fios ortodônticos retangulares, utilizando 8 corpos de prova de 4 modelos de bráquetes autoligantes. 15 3 REVISÃO DE LITERATURA A ortodontia é uma especialidade da odontologia que tem se desenvolvido de forma muito rápida, visando a melhor pratica desta função tanto para o profissional que a executa como para o paciente que a recebe. Dentro destes preceitos os bráquetes evoluíram dos ditos “convencionais”, que utilizam de ligas elastoméricas ou ligas metálicas para fazer a união do binômio bráquete/ fio, para bráquetes autoligantes, que apresentam uma tampa que faz esta função de interação entre o bráquete e o fio funcionando como uma mola. 3.1 Bráquetes Convencionais Para Fernandes et al. (2008) os bráquetes convencionais utilizam amarrilhos metálicos ou elásticos para fazerem a ligação do fio ao bráquete. Ligaduras elásticas, apesar de sofrerem deformações permanentes em decorrência da hidrólise térmica ou estiramento em meio bucal, são preferidas, em decorrência de sua mais simples e fácil forma de manuseio no cotidiano clinico. Contudo, apresentam uma superior contribuição para o aumento da fricção em decorrência do alto coeficiente de atrito de alguns materiais borrachoides, como o poliuretano. O amarrilho metálico, por sua vez, demonstra um coeficiente de atrito consideravelmente inferior ao de seu análogo elástico, uma superior efetividade e longevidade na forma de amarração, além de facilitar a higienização por parte do paciente propiciando uma menor retenção de biofilme bacteriano. Desvantagens de tal sistema estariam no maior tempo de cadeira e complexidade de manuseio deste material, além da falta de padronização da força empregada por esta amarração no complexo bráquete/ fio ortodôntico. Estas limitações, quando em associação à hidrolise e fricção superior, evidenciadas no sistema de ligação elástico, sinalizam para as vantagens de utilização clinica do sistema autoligável, por este independer de qualquer componente externo para reclusão do fio ortodôntico. Harradine (2003) descreveu como sendo desvantagens dos dispositivos de ligadura convencionais os seguintes fatores: impossibilidade de fornecer e manter a plena interação do fio com o bráquete, perda da força com o passar do tempo e serem um empecilho à boa 16 higiene oral tornando-se um local de acúmulo de placa. Nas ligaduras metálicas o tempo gasto para sua colocação é muito grande. 3.2 Bráquetes Autoligantes A revisão bibliográfica realizada por Alegret et al. (2009) relata que a primeira patente de um aparato autoligante foi o bráquete de banda de Boyd em 1933 criado por Charles E. Boyd, seguido por Stolzenberg em 1935 com o bráquete Russel lock (figura1). Figura 1 – Bráquete Russel Lock aberto e fechado. Era necessário uma chave especial para ajusta-lo. Fonte: Berger (2001) Pouco tempo depois, James W. Ford criou o adaptador de Ford, que foi abandonado logo em seguida e voltou a ser produzido em 1951 por seu filho. A partir deste momento houve um grande interesse por este tipo de bráquete autoligante, porém sem grandes sucessos, o que ocorreu somente a partir da década de 70, mais precisamente 1971, com o surgimento do bráquete Edgelock(figura2), desenhado por J. Wildman. Era um bráquete redondo com uma tampa rígida que girava de modo a fechar a ranhura de uma forma passiva. 17 Figura 2 - Bráquete autoligante passivo Edgelok em posição aberto e fechado. Fonte: Berger (2001) Foi seguido por outros modelos, sendo o principal o Móbil-lock (figura 3). Esta filosofia de bráquete não foi bem aceita nesta época devido ao seu desenho muito volumoso, controle limitado dos dentes e a grande aceitação das ligaduras elásticos por parte dos ortodontistas da época. Figura 3 - Bráquete Mobil-lock em posição A) aberta e B) fechada. Fonte: Berger (2001) No meio da década de 70 desenvolveu-se o bráquete SPEED (figura 4) que representava o início de uma nova era para os bráquetes autoligantes mediante o fato de ser ativo. Foi somente em 1980 que ele foi inicialmente comercializado. 18 Figura 4 – Bráquete autoligante ativo SPEED com seu clipe de níquel titânio aberto e fechado. Fonte: Berger (2001) Em 1986 os bráquetes Activa (figura 5) desenvolvidos por E. Pletcher se ofereciam como uma alternativa aos sistemas convencionais de ligadura. Apresentavam um clipe circular rígida que rotava em direção oclusogengival (figura 6) sobre o corpo cilíndrico do bráquete formando um tubo passivo, que era fácil de ser aberto pelo paciente. Figura 5 - Bráquete Activa em posição A) aberta e B) fechada. Fonte: Berger (2001) Figura 6 - Bráquete Activa aberto e fechado. Fica semelhante à um tubo, não interferindo diretamente nos movimentos. Fonte: Harradine, Birne (1996) 19 Na seqüência de desenhos dos autoligantes surgiu o bráquete Time (figura 7), comercializado em 1995, onde o clipe é formado de um material rígido e curvado que ao fechar envolve a face vestibular do corpo do bráquete. A rigidez desta tampa ativa faz com que seja excluída qualquer interação com o arco, o que lhe converte em um sistema passivo. Figura 7 - Bráquete Time em posição A) aberta e B) fechada. Fonte: Berger (2001) Um ano mais tarde, em 1996, foi introduzido o bráquete Damon SL (figura 8) cujo sistema era passivo. Em 1998 foi comercializado um bráquete chamado de Twinlock desenvolvido por A.J. Wildman, também criador do Edgelok. Figura 8 - Bráquete Damon SL em posição A) aberta e B) fechada. Fonte: Berger (2001) Um ano após, o bráquete Twinlock foi modificado vindo a se chamar de Damon 2 (sistema passivo) e em 2004 surgiu o Damon 3 que era um bráquete passivo híbrido de metal e resina composta (figuras 9 e 10). 20 Figura 9 - Bráquete Damon 2 em posição A aberta e B) fechada. Fonte: Berger (2001) Figura 10 - Bráquete Damon 3 em posição A) aberta e B) fechada. Fonte: Berger (2001) Figura 11 - Bráquete D3 MX em posição A) Aberta B) Fechada. Fonte: Birnie (2008) No ano de 2000 a empresa GAC introduziu o bráquete In-Ovation, um bráquete mais volumoso que o SPEED e um clipe ativo de Elgiloy, diferente do clipe de niquel titânio do SPEED cuja elasticidade do material é maior (figura 12, 13 e 14). 21 Figura 12 - Bráquete In-Ovation. Fonte: Harradine (2003) Figura 13 – A) ativo; B) interativo; C) passivo. Fonte: Rinchuse (2007) Figura 14 - Bráquete In-Ovation R ativo e passivo. Fonte: Alpern (2008) Em 2004 surgiu o bráquete Smartclip (figura 15) que é passivo e o bráquete Damon 3MX (figura 11), em 2005, seguidos pelo bráquete Quick da Forestadent (empresa Alemã), em 2006, cuja ação do clipe é ativo. 22 Figura 15 - Bráquete Smartclip. Fonte: Trevisi, Bergstrand (2008) Resumo da história dos bráquetes autoligantes Ano da patente 1933 1933 1952 1953 1957 1966 1972 1972 1979 1986 1995 1996 1998 2000 2004 2004 2005 2006 2006 Braquete Modo de ação Braquete de banda de Boyd Acoplador de Ford Aparato de Russel Dispositivo de Schurter Dispositivo de Rubin Branson Sistema SPEED Braquete Edgelock Braquete Movil-lock Braquete Activa Braquete Time Braquete Damon Braquete Twinlock In -Ovation Damon 3 SmartClip Damon 3MX Braquete Carriere SLB Braquete Quick Passivo Passivo Passivo Passivo Passivo Passivo Ativo Passivo Passivo Passivo Passivo Passivo Passivo Ativo Passivo Passivo Passivo Passivo Ativo Componente móvel Barra rígida deslizante Tampa rígida rotacional Tampa rígida deslizante Pino de fechamento rígido Rígido Rígido Clip elástico flexível Rígido deslizante Disco rígido rotacional Braço rígido rotatório Braço rígido rotatório Tampa sólida ajustável Tampa sólida labial Clip flexível Tampa rígida solida Clip mesial e distal Tampa rígida Tampa rígida Clip flexível Disponibilidade não não não não não não sim não sim não sim sim não sim sim sim sim sim sim Figura 16 - Resumo cronológico da história dos bráquetes autoligantes Fonte: Alegret et al ( 2009) 3.3 Bráquetes Autoligantes Interativos Segundo Closs et al. (2005) o bráquete autoligante tem despertado o interesse de profissionais e indústrias, visando utilizar e produzir uma aparatologia de fácil utilização e higienização, resultando em tratamentos mais eficientes, com menos atrito, durante os movimentos, e num menor período de tempo. Há estudos que relatam uma diminuição do 23 atrito no sistema autoligante em relação ao tratamento convencional, gerando forças leves e contínuas para a movimentação dentária preservando o ligamento periodontal. Thomas, Sherriff e Birnie (1998) avaliaram, em um estudo, dois tipos de bráquetes: bráquetes autoligantes e bráquetes convencionais que se utilizam de ligaduras elastoméricas. Os resultados demonstraram que os autoligantes apresentaram menor resistência á fricção, aumentando com o aumento do calibre do fio. As características de fricção são multifatoriais e dependem do tamanho, forma, tipo de material, modo de ligação do fio e tamanho do bráquete. Para Hemingway et al. (2001) o conceito do bráquete autoligante apresenta características ideais como: segurança, baixa fricção entre bráquete e fio, fácil manuseio, efeito rápido, boa higiene e confortável para o paciente. Closs et al. (2005) relatou que os bráquetes autoligantes podem ser de dois tipos: 1) ativo quando o clipe (tampa) pressiona o arco contra a canaleta do bráquete, gerando um maior controle de rotação e de torque desde a fase de alinhamento e nivelamento. 2) passivo quando o clipe fecha a canaleta sem gerar pressão, diminuindo a fricção do fio e o bráquete para quase zero. Para Kuftinec (2004) os acessórios interativos apresentam na realidade a habilidade de atuação tanto ativo como passivo. Exemplo comercial é o In-Ovation da GAC. O clipe é projetado de forma a oferecer certa flexibilidade, isto devido ao seu tratamento térmico e a sua composição á base de Cromo Cobalto, atuando ativamente com fios mais espessos e passivamente com fios mais finos. Segundo Fernandes, Leitão e Jardim (2005) os bráquetes de auto-ligação eliminam a necessidade de ligaduras e, portanto, uma das fontes de força perpendicular. Apresentam uma quarta parede móvel, cujo deslizamento transforma o bráquete num tubo retangular através do qual passa o fio ortodôntico. Existem 2 tipos de autoligantes: 1) os que apresentam um fecho em forma de uma mola elástica que se pressiona contra o fio ortodôntico e; 2) aqueles cujo fecho de autoligação não pressiona o fio ortodôntico. Para Fernandes, Leitão e Jardim (2005) a força perpendicular exercida pela mola ativa do bráquete Inovation é proporcional à dimensão do fio inserido na ranhura do bráquete. Os bráquetes de autoligação ativos podem produzir baixos valores de fricção na configuração passiva quando se usa um fio redondo e existe espaço livre entre o fio e a ranhura do bráquete. Os bráquetes autoligantes foram inicialmente idealizados com o objetivo de otimização do tempo de atendimento clinico. Por dispensar qualquer tipo de amarração, 24 inúmeras vantagens foram atribuídas a este sistema, como a redução da fricção superficial na interfase bráquete/ fio ortodôntico, necessitando forças de menor intensidade para a realização de movimentos dentários, gerando tratamentos mais rápidos e eficientes. Redlich et al (2003) descreveu que o conceito dos bráquetes autoligantes surgiram em 1935 com o advento do sistema Russel Lock, seguido e aprimorado por Wildman em 1972 com o sistema Esgelock. Em 1975 Hanson combinou o sistema Edgewise, preconizado por Angle, com conceitos pessoais desenvolvendo um aparato helicoidal auto- ajustável capaz de reter o arco e transmitir ao mesmo algum grau de ativação. Diversos outros tipos foram idealizados com diferentes formas, tamanhos, materiais e mecânica, porém nunca se difundiram de maneira permanente no cotidiano ortodôntico, provavelmente pelo seu alto custo e inicial fragilidade apresentada. Dahlan et al. (2005) realizaram um trabalho de medição da força necessária para a quebra do clipe de bráquetes autoligantes. Foi comparando as quebras entre bráquetes passivos e ativos em relação à quebra dos clipes. Utilizaram 12 bráquetes Inovation e 12 Damon-2 e dois métodos diferentes de medidas, um com tração direta do clipe e outro com o bráquete fixado em um typodont. Concluíram que há diferenças significantes nas forças necessárias para romper os clipes nos bráquetes Inovation (7.035g) e Damon-2 (2.345g) e também afirmaram não haver diferença em se utilizar um typodont ou não para o estudo. Segundo Fernandes et al. (2008) os bráquetes autoligantes foram, inicialmente, idealizados com o objetivo de otimização do tempo de atendimento clínico e por dispensar qualquer tipo de amarração, inúmeras vantagens foram atribuídas a este sistema, como a redução da fricção superficial na interface bráquete/ fio ortodôntico. Com esta redução, são necessárias forças de menor intensidade para o estabelecimento da movimentação dentária, realizada, assim, de uma forma mais rápida e eficiente. Para Sims et al(1993) e Henao e Kusy (2004) os fios ortodônticos de maior seção transversal geram um maior preenchimento da ranhura do bráquete aumentando a área de contato com o mesmo, resultando em uma maior fricção superficial. Fato este também observado quando fios retangulares são empregados. Desvantagem suprida pelo fato de ocorrer controle de posições radiculares, permitido por este tipo de fio durante a movimentação dentária. Viabilizando, assim, uma menor incidência de inclinações indesejadas que proporcionariam o estabelecimento de angulações que, por sua vez, gerariam um atrito muito maior do que o gerando pelo fio retangular. 25 Harradine e Birnie (1996) referiu a existência de um modelo de bráquete autoligável, derivado do modelo desenvolvido por Hanson em 1975, que ancorava-se na existência de uma mola de material resiliente que garantia a permanência do fio dentro da ranhura do bráquete. Este sistema originou a logística em uso conhecida como spring clip ou sistema ativo resiliente. Para Henao e Kusy (2004) o mecanismo conhecido como spring clip ou sistema ativo resiliente, resume-se a existência de uma mola metálica que garante a permanência do fio ortodôntico no interior da ranhura. A alta resiliência deste clipe, segundo Berger (1994), garante a aplicação de forças mais constantes, fisiológicas e homogêneas, além de propiciar um maior controle da movimentação dentária nos 3 planos do espaço. Para Voudouris (1997) o bráquete autoligante idealizado por ele foi chamado de Inovation (GAC/ Dentsply) e apresenta um clipe de cromo cobalto que recebe tempera na Suíça, pela Elgin. Os clipes são calibrados para exercerem forças de pouco mais de 30g, sendo, portanto, compatível com as necessidades da membrana periodontal, suplantando a resistência vascular, iniciando assim um processo inflamatório suave, ideal para o movimento dentário com mínimas chances de seqüelas. Caso a força seja menor que a pressão capilar, não se inicia o processo inflamatório e consequentemente não ocorre o movimento. Para Harradine (2003) um sistema de ligação ideal deve apresentar as seguintes características: ser seguro e robusto, assegurar o pleno envolvimento do bráquete com o fio ortodôntico, apresentar baixo atrito entre o bráquete e o fio, ser rápido e fácil de usar, permitir alta fricção quando desejado, permitir a fácil ligação de elástico em cadeia, ajudar na boa higiene oral e ser confortável para o paciente. A importância da incorporação e do controle de torque no tratamento ortodôntico foram estudados por Thiesen et al. (2003), na intenção de compreender a importância dos torques na finalização ortodôntica, uma vez que a correta inclinação vestíbulo-lingual dos dentes anteriores e posteriores é essencial para a obtenção de uma intercuspidação adequada. Em seu estudo realizaram uma revisão bibliográfica e apresentaram casos clínicos mostrando a importância dos torques anteriores, posteriores, seu valor na finalização dos casos variados, com extrações, retrações e compensatórios. Concluíram que o torque incorporado no arco ou em bráquetes pré-programados é, provavelmente, uma das mais importantes etapas da mecânica ortodôntica. A utilização do fio retangular, bem como o torque incorporado a este é primordial para uma adequada finalização dos tratamentos ortodônticos, uma vez que as inclinações vestíbulo-linguais dos dentes anteriores e posteriores devem ser individualizadas 26 para cada paciente, obtendo assim, uma correta intercuspidação das arcadas superior e inferior, obedecendo critérios estético-funcionais. A variação induzida do material na expressão do torque de aparelhos ortodônticos préprogramados foi o tema do trabalho de Gioka e Elíades (2004). Foram feitas investigações detalhadas nas fontes da variação na expressão do torque através de fotografias microscópicas. Foram avaliadas as irregularidades do processo de fabricação; as diferenças de rigidez das ligas dos arcos acoplados aos bráquetes, a dificuldade para preencher a canaleta do braquete, e as modalidades da ligação. Os resultados indicaram uma perda do controle do torque, não alcançando os 100% das prescrições. Concluíram que deveria ser prescrito um torque elevado para compensar a falta da expressão cheia do torque que é encontrada em situações clínicas. 3.4 Atrito Gerado pelo Binômio Bráquete / Fio Ortodôntico Voudouris (1997) em um experimento in vitro, utilizando eletromicroscopia de varredura, comparou a resistência ao atrito de três diferentes sistemas de bráquetes autoligantes: A (Sigma, American Orthodontics), B (Interactwin, Ormico) e C (Damon, A- Company) relacionado com seus respectivos bráquetes convencionais. Para mensurar a resistência ao atrito da relação bráquete/fio foi utilizado uma máquina de teste Instron Universal. Os bráquetes do tipo A apresentam interação ativa com fios redondos que resultou numa pequena força de assentamento, responsável por um completo e precoce controle dental em comparação às altas forças de assentamento dos sistemas convencionais. Os braquetes B e C apresentam interação passiva com força de atrito de assentamento próximo a zero, e foi precisa utilização de fios retangulares de maiores dimensões para completa expressão do bráquete. A resistência ao atrito foi menor em todos os bráquetes interativos em comparação aos bráquetes convencionais. Read-Ward, Jone e Davies(1997) realizaram um estudo comparativo a respeito do atrito desenvolvido por bráquetes autoligantes e convencionais. Utilizaram para tal, três tipos de bráquetes autoligantes e um bráquete convencional Ultratrimm®. Verificaram que, com o aumento do diâmetro do arco e da angulação, ocorria maior fricção estática em todos os bráquetes testados. Os bráquetes Lock Variable-Slot obtiveram a menor força friccional. Os bráquetes SPEED® demonstraram baixa fricção em arcos redondos, porém aumentada 27 extremamente quando foram utilizados arcos retangulares. Concluíram neste trabalho que os bráquetes autoligantes possuem força friccional reduzida em relação aos bráquetes convencionais. A comparação da resistência ao deslizamento entre bráquetes autoligantes diferentes com angulações de segunda ordem, foi o tema do estudo de Thorstenson e Kusy (2002). Para tal, usaram três bráquetes autoligantes ativos. De modo geral, concluíram que os bráquetes autoligantes ativos com angulações que excederam o ângulo crítico, tinham mais resistência ao deslizamento do que os testados com baixas angulações. Os bráquetes autoligantes passivos em angulações críticas exibiram uma menor resistência ao deslizamento, mas os faziam às custas de uma certa perda de controle. Para que o movimento dentário seja estabelecido, é preconizado que a força exercida por um capilar sanguíneo seja aplicada sobre os tecidos de suporte dentário. Esta força contudo, deve primeiramente superar a resistência apresentada pela fricção gerada na interface bráquete/ fio. Quando altos níveis de atrito são observados neste conjunto, a força aplicada pode ser reduzida à ordem de até 60% de sua intensidade original, podendo transcorrer, clinicamente, na dificuldade de movimentação dentaria desejada e em perda de ancoragem. Diversas outras manobras clínicas também respondem pela geração de atrito. Dentre elas pode-se citar a aplicação de torques ativos e o alinhamento de elementos dentários (FERNANDES et al., 2008). Ehsani (2009) fez uma revisão sistemática e analisou a quantidade de resistência friccional expressa entre bráquetes convencionais e autoligantes in vitro. Para tanto, foi feita uma busca, ilimitada, em bases de dados (Medline, PubMed, Embase, Cochrane Library e Web of Science) e os artigos sobre fricção entre bráquetes convencionais e autoligantes foram selecionados e revisados. Ao final, 70 artigos foram selecionados pela busca eletrônica e 3 por meio do levantamento secundário e, após a aplicação dos critérios de seleção, apenas 19 artigos foram incluídos nessa revisão. Concluíram que, comparados aos bráquetes convencionais, os autoligantes produzem menor fricção quando combinados a arcos redondos de pequeno diâmetro e na ausência angulação e/ou torque, em um arco com alinhamento ideal. Não foram encontradas evidências suficientes para comprovar a baixa fricção de bráquetes autoligantes em relação aos convencionais, quando do uso de arcos retangulares, na presença de angulação e/ou torque, em casos de má oclusão considerável. A maioria dos estudos avaliados concordam que a fricção de bráquetes autoligantes e convencionais aumenta com o calibre do arco. 28 4 MATERIAIS E MÉTODOS O desenvolvimento experimental deste trabalho foi realizado no laboratório de pesquisa da fábrica de materiais ortodônticos Morelli, situada na cidade de Sorocaba em São Paulo. A máquina de testes utilizada foi a EMIC DL 2000 (Figura 17), cujo programa de analise é o Tesc versão 3.01, onde foram realizados ensaios tensão versus deformação. Figura 17 - Máquina EMIC Para os testes, foram usados 8 bráquetes autoligantes interativos de cada um dos 4 modelos selecionados, com a finalidade de se medir as forças mínima e máxima exercidas pelo clipe sobre o fio retangular. Foi feito um estudo comparativo entre as médias dos resultados encontrados para cada um dos 4 modelos escolhidos. Os bráquetes selecionados foram o Inovation R® e Inovation C®, fabricados pela empresa GAC (USA) e o bráquete Quick® e Quicklear®, fabricados pela empresa Forestadent (Alemanha). Os 4 tipos de bráquetes autoligantes apresentam o clipe de cromo cobalto, porém os clipes no Inovation C® e Quicklear® apresentam um recobrimento com Ródio usado para dar um aspecto mais claro e esbranquiçado, com a finalidade de acompanhar o aspecto do corpo desses bráquetes que é de porcelana. Os bráquetes Inovation R® e Quick® são metálicos com o corpo de aço inoxidável e o clipe de cromo cobalto. Estes bráquetes foram analisados no microscópio eletrônico de varredura, onde foi possível determinar a espessura dos clipes de cada fabricante e a quantidade de espaço reservado para o seu deslocamento como demonstrado na tabela 1. Tabela 1 - Características do clipe das diferentes marcas testadas, demonstrando a diferença de espessura, espaço para o deslocamento e área para este deslocamento do clipe. Marca dos bráquetes Espessura do Espaço Áreas para este autoligantes clipe Para o deslocamento deslocamento GAC 116µm 225 µm 2 Forestadent 133 µm 180 µm 1 29 A área disponível para o deslocamento do clipe é diferente para as duas marcas comerciais. Na empresa GAC os bráquetes autoligantes apresentam duas áreas de deslocamento do clipe, localizadas abaixo das aletas superiores do corpo do bráquete. Na empresa FORESTADENT, a área designada para o deslocamento do clipe é apenas uma, localizada entre as duas aletas superiores do bráquete (Figura 18). (b) (a) (c) (d) (e) Figura 18 - Área reservada para o deslocamento do clipe. (a) vista frontal do clipe da Forestadent; (b) vista superior do bráquete da Forestadent e da área reservada para o deslocamento do clipe; (c) vista frontal do bráquete da GAC; (d) vista superior do braquete da GAC com a área reservada para o deslocamento do clipe; (e) vista lateral do bráquete da GAC e da área de deslocamento do clipe. Com o intuito de se padronizar o experimento, foram utilizados bráquetes de 1º prémolar superior direito com slot 0,022” x 0,028”, onde o primeiro valor representa a largura do slot e o segundo valor corresponde a altura do slot (figura 19), e um segmento de fio retangular reto em vareta com a medida de 0,016” x 0,022” de aço inoxidável da marca Morelli, que serve como referência entre o estado passivo e ativo dos bráquetes autoligantes interativos. 30 Figura 19 - Slot de um bráquete autoligante, onde a flecha amarela representa a base do slot com 0,022” e a flecha verde representa a altura do slot com 0,028”. Para a execução dos testes dos clipes dos bráquetes autoligantes na máquina EMIC, foi necessário utilizar um suporte de chumbo com 13 Kg utilizado por Guidi (2010), onde foi parafusado um sistema com rolamentos. Dentro deste sistema, colocou-se um cilindro de aço que podia girar (Figura 20). Para facilitar a troca de bráquetes de cada um dos 4 modelos, foi desenvolvido uma tampa de cobre (Figura 21) que encaixa na ponta deste suporte cilíndrico e é fixada à ele por um parafuso. Utilizou-se uma tampa para cada um dos 4 modelos testados, onde foram colados os 8 bráquetes do mesmo modelo com cola SuperBonder® de precisão, eqüidistantes, contornando a circunferência desta tampa. Foi demarcada nesta tampa com caneta de retroprogetor, uma numeração de 1 a 8 acima de cada bráquete, para que não fosse repetido o teste com o mesmo bráquete. Para se mudar de bráquete da mesma marca era necessário apenas girar o suporte metálico e para fazer o experimento com outra marca de bráquete era necessário trocar a tampa de cobre. Figura 20 - Suporte para colocação das tampas. 31 (a) (b) (c) Figura 21 - Tampas contendo 8 bráquetes colados ao seu redor: (a) bráquete autoligante Inovation C; (b) bráquete autoligante Inovation R; (c) bráquete autoligante Quick. O segmento de fio utilizado foi colocado transversalmente em uma lâmina de aço (figura 22b) que fazia o contato com a máquina de testes. Para se garantir que o torque estava neutralizado, evitando qualquer interferência e garantir as mesmas condições de medição para todos os bráquetes, foi criado uma régua com fio 0,16`` X 0,22``(figura 22a) que servia de guia para que a lâmina entrasse no slot. Para cada bráquete testado era colocado um segmento de fio novo na lâmina de aço, que fazia a união entre a máquina EMIC e o bráquete, para que não houvesse possibilidade de interferência das propriedades do fio. O sistema era ajustado de forma que a lâmina de aço deveria estar paralela à régua (figura 22c), de forma que, na ausência desta, a lâmina com o segmento de fio entraria e sairia de dentro do slot do bráquete de forma passiva sem sofrer nenhuma interferência, neutralizando o torque. (a) (b) (c) Figura 22 – (a)Régua utilizada para neutralizar interferências indesejadas. (b) Lâmina de aço contendo o segmento de fio 0,16``x 0,22`` de aço transversalmente. (c) Paralelismo entre a lâmina e a régua de forma a eliminar interferência na execução dos testes. O experimento consistiu de 3 etapas descritas a seguir: 1ª etapa (Pull out) – medição da força que o clipe exerce sobre o fio. Foi tracionado a altura do slot não preenchida pelo fio, até atingir o stop do bráquete impedindo que o clipe rompa – utilização de um bráquete novo (sem uso). 32 2ª etapa (esforço máximo) – O clipe do bráquete testado anteriormente foi levado a uma força constante de 20N por 2horas. Para se determinar a força submetido, foram feitos testes para verificar a quantidade de força que o clipe suportava sem se soltar. 3ª etapa (Pull out) – repetiu-se a 1ª etapa do experimento, para o mesmo bráquete com o objetivo de se aferir a nova força exercida após os dois estágios anteriores. Em cada bráquete, foi usado um segmento de fio novo, em cada um dos estágios dos testes citados anteriormente – 3 fios por bráquete, totalizando 32 fios por tipo de bráquete. Ao todo 128 segmentos de fios presos no suporte criado especificamente para este fim. Inicialmente foi realizado a 1ª etapa para todos os 8 bráquetes do mesmo modelo. A 2ª e 3ª etapas foram feitas para cada um dos bráquetes de forma que, a 3ª etapa foi feita logo em seguida da 2ª para que não desse tempo para haver um relaxamento do clipe. O movimento realizado pela máquina EMIC para fazer as medições foi de tração (Figura 23). O clipe foi tracionado a distância restante do slot em altura, espaço entre o fio retangular 0,16”x 0,22” e a entrada do slot onde existe um stop do próprio bráquete que impede o clipe de escapar. A calibração da máquina EMIC foi feita anteriormente a cada teste com os 4 modelos, Inovation R, Inovation C, Quick e Quicklear. Foi utilizado um bráquete de cada modelo escolhido, exclusivamente para este preparo da máquina. Foi feito à execução da 1ª etapa do teste e verificou-se, no movimento de tração, o ponto que representaria que o clipe havia encostado no seu stop sofrendo uma deformação acima do normal. Figura 23 - Máquina EMIC em funcionamento. Fio sendo tracionado dentro do slot com o clipe fechado. 33 5 RESULTADOS Foram encontrados os valores de força máxima, mínima e deformação do clipe dos 8 bráquetes autoligantes interativos das 4 marcas testadas. A partir dos valores encontrados para cada marca escolhida, foi feita uma média que representou o valor de força que o clipe exerce sobre o fio retangular com as dimensões de 0,016” x 0,022”. Foi realizado também um comparativo entre as etapas. Em relação às médias de força em cada uma das etapas de testes, deve-se considerar que houve a exclusão do corpo de prova 4 do Inovation C®, que demonstrou falha no seu clipe nas 3 etapas de testes e do corpo de prova 7 do Quick® metálico, que apresentou falha na 2ª e 3ª etapas de testes, com valores muito abaixo do encontrado nos outros bráquetes semelhantes. 5.1 Primeira Etapa de Testes Na 1ª etapa dos testes do bráquete - Inovation R - foi realizada a medição da força que o clipe exerce sobre o fio. Nesta 1ª etapa dos testes do Inovation R o valor máximo da força do clipe sobre o fio retangular foi de 7,64N e força mínima encontrada foi de 6,95N. A média da força dos 8 bráquetes testados foi de (7,37N ± 0,25)N. O deslocamento do clipe máximo encontrada foi de 0,445mm, o mínimo de 0,355mm e a média de (0,413± 0,03)mm Em outra marca de bráquetes autoligantes - Quick® - foi realizada a medição da força que o clipe exerce sobre o fio. Os resultados dos testes do bráquete Quick com relação a força máxima do clipe é de 7,39N, a força mínima é 6,30N e a média (6,99± 0,379)N. O deslocamento máximo do clipe é de 0,415mm, o mínimo de 0,317mm e a média de (0,350±0,029)mm. Além destes bráquetes foram testados os bráquetes Inovation C®. Na 1ª etapa o valor máximo de força encontrado foi de 7,31N e o valor mínimo de 5,68N e média de (6,30N±1,19)N. O deslocamento máximo do clipe encontrado foi de 0,385mm, o mínimo de 0,200mm e média de (0,326±0,055)mm. 34 O último bráquete testado foi o Quicklear®, onde na 1ª etapa foi obtido como força máxima do clipe 7,33 N, força mínima de 6,65N, média de (7,01N ± 0,21)N. O deslocamento máximo do clipe é de 0,462mm, o mínimo de 0,331mm e média de (0,389±0,041)mm. Tabela 2 - Resultados da força máxima, mínima e a média da força do clipe na 1ª etapa de testes com os bráquetes autoligantes. Resultados da 1ª etapa de testes Grupo de Bráquetes Força máxima Força mínima Média de força autoligantes do clipe Do clipe Inovation R 7,64N 6,95N (7,37 ± 0,250)N Quick 7,39N 6,30N (6,99± 0,379)N Inovation C 7,31N 5,68N (6,30 ± 1,190)N Quicklear 7,33N 6,65N (7,01± 0,210)N 5.2 Segunda Etapa de Testes Na 2ª etapa do Inovation R onde foi feito um esforço grande, força de 20N por 2horas, obteve-se como resultado a força máxima de 8,03N e a força mínima de 6,71N. A média foi de (7,28N ± 0,439)N. O deslocamento máximo do clipe foi de 0,452mm, o mínimo de 0,338mm e a média de (0,402±0,03)mm. Na 2ª fase de testes com o Quick o valor máximo de força encontrado foi de 7,22N e a mínima de 6,14N com média de (6,59N ± 1,7)N. O deslocamento máximo do clipe é de 0,340mm, o mínimo de 0,090mm e a média de (0,290±0,086)mm. Na 2ª etapa no Inovation C a força máxima do clipe foi de 6,70N e a mínima de 5,59N e média de (6,09N ± 1,0)N. O deslocamento do clipe máximo encontrada foi de 0,340mm, o mínimo de 0,245mm e média de (0,300±0,03)mm. Na 2ª etapa dos testes com o bráquete autoligante QuicKlear obteve como resultado a força máxima do clipe de 6,77N, a força mínima de 6,06N e média de (6,35±0,25)N. O deslocamento do clipe máximo é de 0,387mm e o mínimo de 0,330mm e média de (0,365±0,017)mm. 35 Tabela 3 - Resultados da força máxima, mínima e a média da força do clipe na 2ª etapa de testes com os bráquetes autoligantes. Resultados da 2ª etapa de testes Grupo de Bráquetes Força máxima Força mínima Média de força autoligantes do clipe Do clipe Inovation R 8,03N 6,71N (7,28 ± 0,439)N Quick 7,22N 6,14N (6,59 ± 1,700)N Inovation C 6,70N 5,59N (6,09 ± 1,000)N Quicklear 6,77N 6,06N (6,35± 0,250)N 5.3 Terceira Etapa de Testes Na 3ª etapa dos testes com o Inovation R® o valor máximo de força do clipe obtido foi de 7,32N e a força mínima de 6,62N. A média foi de (7,04±0,24)N. O deslocamento máximo do clipe foi de 0,442mm e a mínima de 0,378mm, sendo que a média foi de (0,417±0,018)mm. Na 3ª fase do Quick® a força máxima obtida foi de 7,07N e a mínima de 5,94N e média de (6,42N±1,57)N. O deslocamento máximo do clipe é de 0,37mm, o mínimo é de 0,12mm, sendo que a média é (0,310± 0,079)mm. Na 3ª etapa de testes com o Inovation C®, o valor máximo encontrado de força do clipe foi de 6,76N e a força mínima de 5,59N. Média de (5,99N ± 1,02)N. O deslocamento do clipe máximo é de 0,332mm, o mínimo de 0,235mm e média de (0,297±0,02)mm. Na 3ª e última etapa do bráquete QuicKlear® a força máxima do clipe obtida foi de 6,48N e a mínima de 5,86N com média de (6,25N± 0,20)N. O deslocamento do clipe máximo foi de 0,397mm e o mínimo de 0,334mm, com média de (0,360± 0,018)mm. Tabela 4 - Resultados da força máxima, mínima e a média da força do clipe na 3ª etapa de testes com os bráquetes autoligantes. Resultados da 3ª etapa de testes Grupo de Bráquetes Força máxima do clipe Força mínima Média de força autoligantes Do clipe Inovation R 7,32N 6,62N (7,04 ± 0,439)N Quick 7,07N 5,94N (6,42 ± 1,570)N Inovation C 6,76N 5,59N (5,99 ± 1,020)N Quicklear 6,48N 5,86N (6,25± 0,200)N 36 A partir dos dados obtidos com o auxílio da máquina de testes EMIC foram realizados cálculos estatísticos, através da Análise da Variância Múltipla complementada pelo Teste de Comparações Múltiplas de Tukey, ao nível de significância de 5% onde foi verificado não haver interação entre grupo e etapa de testes. Quanto aos efeitos principais, ambos foram significativos, ou seja, independente da etapa, o grupo Inovation R® apresentou média significativamente maior do que nos demais grupos, os grupos Quick® e Quicklear® também apresentaram média significativamente maior do que o grupo Inovation C; independente dos grupos na 1ª etapa de testes a média foi significativamente maior do que na 2ª e 3ª etapa. As médias dos valores encontrado em cada uma das etapas são apresentadas na tabela de nº 5 onde é feito também uma relação entre a média de força do clipe na 1ª etapa e a média da 3ª etapa, para verificar a perda de força que os clipes sofreram. Tabela 5 - Médias dos valores da 1ª, 2ª e 3ª etapas com o resultado da diferença entre a 3ª etapa e a1ªetapa 1ª etapa (F1) 2ª etapa (F2) 3ª etapa (F3) F3- F1 GRUPO Média Média Média Inovation R (7,37±0,250)N (7,28±0,439)N (7,04±0,439N) -0,33N Quick (6,99±0,379)N (6,59±1,700)N (6,42±1,570)N -0,57N Inovation C (6,30±1,190N) (6,09±1,000)N (5,99±1,020)N -0,31N Quicklear (7,01±0,210)N (6,35±0,250)N (6,25±0,200)N -0,76N Através da analise de variância múltipla verificou-se, também, que no grupo Inovation C® e R® não houve diferença significativa na média de força em relação às etapas de testes; no grupo Quick a média de força na 1ª etapa é significativamente maior do que na 3ª etapa; no grupo Quicklear® a média de força na 1ª etapa é significativamente maior do que na 2ª e 3ª etapas. 37 6 DISCUSSÃO Os bráquetes autoligantes interativos, segundo a literatura existente, demonstram serem dispositivos de fácil manuseio, mais higiênicos e com a capacidade de reduzirem o tempo de um tratamento ortodôntico (CLOSS et al., 2005). Em concordância à Castro (2009), no início do tratamento as prescrições são escolhidas de acordo com o fabricante ou ídolo ortodôntico; em contrapartida, a utilização de fios de aço retangulares ao final do tratamento pode não levar às inclinações desejadas. Em alguns casos será necessário incorporar dobras de 1ª, 2ª e/ou 3ª ordens (como preconizado na mecânica Edgewise) no tratamento com a mecânica Straight-wire, para alcançar um bom posicionamento dos dentes na fase da finalização ortodôntica. Este trabalho visou determinar o deslocamento dos clipes e a pressão máxima, mínima e a média que estes clipes dos bráquetes autoligantes interativos exercem sobre os fios ortodônticos retangulares com o objetivo de se manter o fio no fundo do slot, propiciando as inclinações desejadas e preconizadas nas prescrições. A força elevada do clipe contra o fio retangular, não representa que esta força é totalmente retransmitida ao dente e sim dissipada no fio e no próprio bráquete. Este fato é de conhecimento, pois caso contrário haveria uma incidência muito grande de reabsorções radiculares, reação que não ocorre com freqüência e quando aparece esta também relacionada ao próprio organismo do individuo que apresenta uma tendência genética para tal fato (ALEXANDRE et al. 2008). Neste trabalho foi utilizado o fio retangular com dimensões de 0,016”X 0,022” por ser o fio de referência entre a fase passiva e a fase ativa do clipe. As etapas de testes dos clipes, dos bráquetes autoligantes, tentaram reproduzir o esforço que o clipe sofre durante um tratamento ortodôntico completo. Na literatura, a única referência encontrada relacionada à força máxima liberada pelo clipe sobre o fio retangular, foi a de Guidi (2010), onde foi realizada a medição da força do clipe, em um fio retangular 0,016” x 0,022”, dos bráquetes Inovation R®, Time2® e SPEED®. O teste realizado foi o de tração do clipe e a medição com a máquina de testes EMIC. O resultado final foi uma força de 832,2g - Inovation R, 719,7g - Time2® e 355,6g-Speed®. Concluiu que o clipe do bráquete In-Ovation R® foi o que desenvolveu maior força, seguido do Time2® e do Speed® que apresentou o menor valor. O maior deslocamento do clipe ocorreu no bráquete In-Ovation-R®, seguido do Time2® e do bráquete Speed®. 38 A partir do trabalho referido acima, foram propostas algumas modificações no sentido de facilitar a sua realização. Além de repetir o teste realizado, foi feito mais duas etapas de testes com 4 marcas de bráquetes, tentando simular não apenas a fase inicial, mas um tratamento completo. Foram utilizados 8 corpos de prova de cada marca, com o intuito de no final ser possível fazer a comparação dos resultados encontrados em cada etapa e entre elas. Com os resultados obtidos pode-se observar que, apesar de todos os clipes serem feitos de Cromo Cobalto existem variações que podem ser tanto na sua espessura quanto na sua composição da liga, que acabam gerando uma resultante maior. Neste trabalho pode-se visualizar que os clipes dos bráquetes da empresa americana GAC foram os que menos sofreram perda de força, apesar de que o Inovation R® apresentou a maior força inicial e final dos testes e o Inovation C® a menor força inicial e final dos testes. A força do clipe encontrada nas 3 etapas de testes foi maior no Inovation R®, seguido pelo Quick®, Quicklear® e por último Inovation C®. Segundo estes dados, acreditasse que o bráquete Inovation R®, por apresentar a maior força do clipe contra o fio retangular, possivelmente é o que consegue obter uma maior interação entre o fio e o fundo do slot permitindo a execução de toda a prescrição presente neste bráquete. A maior força gerada pelo clipe no fio pode representar um movimento de torque mais efetivo, o que é muito importante na finalização ortodôntica por gerar uma intercuspidação adequada, como relatou Thiesen et al. (2003) em seus estudos. A dúvida que surge é a quantidade de força mínima necessária para que este movimento de torque ocorra. Valor este que ainda não foi determinado por nenhum trabalho. Dahlan et al. (2005) realizou um trabalho de tração do clipe dos bráquetes In- OvatioR® e Damon2® até que houvesse a quebra dos seus clipes. Em seus resultados é confirmada a grande resistência que o clipe possui, pois para haver a quebra do clipe do InOvation R® foram necessários 7.035g e para a quebra do clipe do Damon2® foram necessários 2.345g. Em relação ao deslocamento do clipe, considerando-se a diferença geométrica de cada modelo de bráquete selecionado para este trabalho e o espaço reservado para a movimentação deste clipe, o Inovation R apresentou uma média de deslocamento, na 1ª etapa de testes de 0,413mm e na 3ª etapa 0,417mm. O Quicklear® na 1ª etapa obteve 0,389 mm e na 3ª de 0,360mm. Inovation C® apresentou 0,326 mm inicial e 0,297mm na etapa final e o Quick teve deslocamento inicial de 0,35mm e final de 0,31mm. Os resultados demonstram que existe 39 uma certa manutenção dos valores iniciais e finais de cada modelo de bráquete, quando comparado as suas médias. A importância de sabermos estes dados é pelo fato de que a quantidade deste deslocamento do clipe pode interferir, por exemplo, em um movimento de correção de rotação, como relata Benetti (2010) em sua pesquisa de simulação da correção de um movimento de rotação dentária, comparando um bráquete convencional à um bráquete autoligante, realizado a partir de um aparato criado para este fim. Concluiu que, nos estágios iniciais onde a rotação era mais acentuada, os bráquetes autoligantes interativos, neste caso o Inovation R, obtiveram melhores resultados que os passivos. O que enfatiza a possível influência da capacidade de deslocamento do clipe para este tipo de correção. 40 7 CONCLUSÃO A partir dos resultados encontrados neste trabalho pode-se concluir que : - Independente da etapa, o grupo Inovation R® apresentou média significativamente maior do que nos demais grupos; - Ao compararmos as etapas do testes, todos os bráquetes sofreram perda de força, porém no Inovation R® e C® foi menor; - As maiores forças foram encontradas nos bráquetes do Inovation R® seguidos pelos bráquetes Quick®, Quicklear® e por ultimo o Inovation C®. SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS Os resultados obtidos neste trabalho poderão servir de referencia para trabalhos futuros e geram novas dúvidas no sentido de se poder determinar o porquê da diferença de força dos clipes nas diferentes marcas testadas, mediante o fato de o material empregado na produção dos mesmos ser da mesma liga. Em relação ao deslocamento dos clipes pode-se concluir que existe uma certa manutenção dos valores iniciais e finais, quando comparados a suas médias, em todos os modelos de bráquetes selecionados para o trabalho. A quantidade deste deslocamento depende da geometria destes bráquetes e a sua efetividade sugere estudos futuros. 41 REFERÊNCIAS ALEGRET, Victoria A. et al. Historia del autoligado. Rev. ortod. clin., Argentina, v.12, n.4, p. 204-208, 2009. ALEXANDRE, L. P. et al. Avaliação das propriedades mecânicas dos elásticos e cadeias elastoméricas em ortodontia. Odonto., São Bernardo do Campo, SP, v. 16, n. 32, jul. dez., p. 53-63, 2008. ALPERN, M. C. Gaining Control with Self-ligation. Semin. orthod., Philadelphia, v. 14, n. 1, p. 73-86, Mar. 2008. BENETTI, J. J. Estudo comparativo do desempenho do sistema de ligação bráquete-fio no movimento ortodôntico de rotação, 2010. 60f. Dissertação (Mestrado em Odontologia) – Centro de Pós-Graduação São Leopoldo Mandic, Campinas, 2010. 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